Literatura Luso Brasileira

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 21

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Modernismo Brasileiro e Português

Fátima
MussaVateva

708205717

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Literatura Luso - Brasileiro

2º Ano

Nampula, Julho, 2021


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Modernismo Brasileiro e Português

Licenciatura em Ensino em Ensino de Geografia

Trabalho de carácter avaliativo apresentado


na cadeira de Literatura Luso - Brasileiro II,
2ᵒ Ano, orientado pelo:

Docente: Ismail Tuair

Nampula, Julho, 2021


Folha de Feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia

ii
Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________________

iii
Índice
Introdução....................................................................................................................................5
1. MODERNISMO BRASILEIRO E MODERNISMO PORTUGUÊS...................................6
1.1. Modernismo no Brasil..................................................................................................6
1.2. Modernismo em Portugal...........................................................................................12
2. LIRISMO...........................................................................................................................16
2.1. Texto lírico.................................................................................................................17
Conclusão...................................................................................................................................19
Referencias Bibliográficas.........................................................................................................20

iv
Introdução
O presente trabalho aborda acerca de modernismo em Portugal e no Brasil. O pré-
modernismo foi uma espécie de ensaio para o modernismo brasileiro. Durante os anos de
1902 a 1922, o modernismo foi sendo forjado até fixar as suas bases. Nesse período,  os
problemas sociais, económicos e políticos tornaram-se mais evidentes, e falar sobre eles era
inevitável. Não havia mais espaço para idealizações, o novo Brasil que se descortinava no
início do século XX precisava ser discutido.

Era um Brasil republicano, em que a economia não dependia mais do trabalho escravo, e o
ambiente urbano, com suas indústrias, passava a ter protagonismo na história económica e
cultural do país, que entrava, enfim, na modernidade. Assim, o pré-modernismo fez a ponte
entre o passado rural, escravocrata e imperial e o futuro urbano, republicano e dependente da
força de trabalho do operariado

Assim como o modernismo no Brasil, o modernismo em Portugal foi fruto das novas


concepções estéticas que circulavam na Europa no início do século XX. Irreverente,
contestador e anárquico, rompeu com os padrões até então vigentes ao propor uma nova
linguagem, absolutamente diferente daquela adotada pelos poetas românticos e simbolistas.
Estendeu-se até o final do Estado Novo, na década de 70, e contou com importantes nomes,
entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Irene Lisboa, Miguel
Torga, entre outros, que representaram as quatro vertentes do modernismo: o Orfismo, o
Presencialismo, o Neorrealismo e o Surrealismo.

No diz respeito a estrutura do trabalho, compreende a introdução; o desenvolvimento no qual


constam abordagens relacionadas com (modernismo, mentores e outros aspectos); conclusão e
bibliografia.

5
1. MODERNISMO BRASILEIRO E MODERNISMO PORTUGUÊS

1.1. Modernismo no Brasil 


O modernismo no Brasil foi um movimento artístico, cultural e literário que se caracterizou
pela liberdade estética, o nacionalismo e a crítica social.

Inspirado pelas inovações artísticas das vanguardas europeias (cubismo, futurismo, dadaísmo,
expressionismo e surrealismo), ele teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, que
aconteceu entre os dias 11 e 18 de Fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo.

No país, o cenário era de insatisfação, pois muitas pessoas consideravam a política, a


economia e a cultura estagnadas. Parte disso estava relacionado com o modelo político
vigente baseado na política do café com leite.

Com o poder concentrado nas mãos de grandes fazendeiros, paulistas e mineiros se


revezavam no poder. Isso ocorreu até 1930, quando um golpe de estado depôs o presidente
Washington Luís, pondo fim à República velha.

Foi nesse cenário de incertezas que um grupo de artistas, empenhados em propor uma
renovação estética na arte, apresentam um novo olhar, mais libertário, contrário ao
tradicionalismo e o rigor estético.

Assim, surge a Semana de Arte Moderna, liderada pelo chamado “Grupo dos cinco”: Anita
Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.

Esse evento, que reuniu diversas apresentações e exposições, colaborou com o surgimento de
revistas, manifestos, movimentos artísticos e grupos com experimentações estéticas
inovadoras. Tudo isso permitiu consolidar as ideias modernistas e inaugurar o movimento no
país.

Contexto histórico do modernismo no Brasil

O modernismo no Brasil surge logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que levou a
morte de milhares de pessoas, a destruição de diversas cidades e a instabilidade política e
social.

6
Assim, numa tentativa de reestruturar o país politicamente, e também o campo das artes -
estimulado pelas vanguardas europeias -, encontra-se a motivação para romper com o
tradicionalismo.

No país, o movimento modernista surgiu na segunda fase da República velha (1889-1930),


chamada de República das Oligarquias ou República do café com leite. Nesse contexto, o
poder era revezado entre paulistas e mineiros e dominado por aristocratas fazendeiros.

Em decorrência disso e do aumento da inflação que fazia aumentar a crise e propulsionava


greves e protestos, o momento era de insatisfação. Ao mesmo tempo, o movimento tenentista
ganhava força e tentava derrubar o esquema das oligarquias, cujo poder estava concentrado
nas mãos das elites agrárias tradicionais.

Algumas revoltas que aconteceram nesse momento pelos tenentistas foram: a revolta do forte
de Copacabana, em Julho de 1922, no Rio de Janeiro; a revolta paulista de 1924, que ocorreu
na cidade de São Paulo; e a Coluna Prestes (1925-1927). Todos eles reivindicavam o fim da
República Velha e do sistema oligárquico.

A crise económica gerada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, acelerou
esse processo e essa mudança foi alcançada com a Revolução de 30. Assim, um golpe de
estado depôs o presidente Washington Luís e marcou o fim da República velha. Começa,
então, a Era Vargas que durou até 1945, ano que termina da Segunda Guerra Mundial.

Fases do modernismo no Brasil

O modernismo no Brasil foi um longo período (1922-1960) que reuniu diversas características
e obras, por isso, esteve dividido em três fases, também chamadas de gerações:

 Primeira fase modernista  (1922 - 1930) - a fase heróica ou de destruição


 Segunda fase modernista  (1930 - 1945) - a fase de consolidação ou geração de 30
 Terceira fase modernista  (1945 - 1960) - a geração de 45

Primeira fase modernista no Brasil (1922-1930)

A primeira fase do modernismo esteve voltada para a busca de uma identidade nacional.
Nesse momento, diversos artistas aproveitaram a agitação causada pela semana de arte

7
moderna para romper com os modelos preconcebidos que, segundo eles, eram limitados e
impediam a criatividade.

Inspirado nas ideias das vanguardas artísticas europeias, os artistas buscam uma renovação
estética. Por esse motivo, ela é conhecida como a "fase heróica", sendo a mais radical de
todas. É também chamada de "fase de destruição", pois propunha a destruição dos modelos
que vigoravam no cenário artístico-cultural do país.

A consolidação de uma arte genuinamente brasileira possibilitou a valorização da cultura e do


folclore. Junto a isso, os artistas estabelecem a liberdade formal, rompendo com a sintaxe e
utilizando uma linguagem mais coloquial para se aproximar da fala quotidiana.

Muitas revistas e manifestos foram criados, o que fez surgir alguns movimentos, dos quais se
destacam: o movimento pau-brasil, o movimento antropofágico, o movimento regionalista e o
movimento verde-amarelado.

Características da primeira fase modernista

 Fase mais radical e nacionalista;


 Busca de uma identidade nacional;
 Maior liberdade formal com rupturas da sintaxe;
 Presença de regionalismos e linguagem informal;
 Valorização do folclore, arte e cultura popular brasileira;
 Uso de versos livres, que não possuem métrica (medida);
 Uso de versos brancos, com ausência de rimas;
 Utilização do sarcasmo e da ironia.

Autores e obras da primeira fase modernista

Os escritores e as obras mais relevantes da primeira geração modernista, foram:

 Mário de Andrade (1893-1945) - Obras: Paulicéia Desvairada (1922), Amar, Verbo


Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928).
 Oswald de Andrade (1890-1954) - Obras: Os condenados (1922), Memórias
Sentimentais de João Miramar (1924) e Pau Brasil (1925).
 Manuel Bandeira (1886-1968) - Obras: A cinza das horas (1917), Carnaval (1919)
e Libertinagem (1930).

8
Segunda fase modernista no Brasil (1930-1945)

A segunda fase do modernismo, chamada de fase de consolidação ou geração de 30,


começou em 1930 e durou até 1945, quando termina a Segunda Guerra Mundial.

Diferente da primeira fase, que apresentava um carácter mais destrutivo e radical, na segunda
geração, os artistas demonstram maior equilíbrio e racionalidade em seus escritos.

Esse momento de amadurecimento da literatura brasileira é caracterizado por temáticas


nacionalistas, regionalistas e de carácter social, com predomínio de uma literatura mais crítica
e revolucionária. Além da prosa de ficção, a poesia brasileira se consolida, o que significa o
maior êxito para os modernistas.

Esse é um momento muito fértil da literatura brasileira onde encontramos uma vasta produção
de textos poéticos em verso e prosa.

Características da segunda fase modernista

 Fase de consolidação do modernismo no Brasil;


 Vasta produção literária em poesia e prosa (poesia de 30 e romance de 30);
 Valorização do regionalismo e da linguagem popular;
 Utilização de versos livres, sem métrica, e brancos, sem rimas;
 Crítica à realidade social brasileira;
 Valorização da diversidade cultural do país;
 Temática quotidiana, social, histórica e religiosa.

Autores e obras da segunda fase modernista

Os poetas e as obras que se destacaram na chamada “poesia de 30” foram:

 Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) - Obras: Alguma poesia (1930), A Rosa


do povo (1945) e Claro Enigma (1951).
 Murilo Mendes (1901-1975) - Obras: Poemas (1930), A poesia em pânico (1937) e As
metamorfoses (1944).
 Jorge de Lima (1893-1953) - Obras: Novos poemas (1929), O acendedor de
lampiões (1932) e O anjo (1934).
 Cecília Meireles (1901-1964) - Obras: Espectros (1919), Romanceiro da
Inconfidência (1953) e Batuque, Samba e Macumba (1935).

9
 Vinicius de Moraes (1913-1980) - Obras: Poemas, Sonetos e
Baladas (1946), Antologia Poética (1954), Orfeu da Conceição (1954).

Já na prosa da segunda geração, ou “romance de 30”, os escritores e as obras que se


destacaram foram:

 Graciliano Ramos (1892-1953) - Obras: Vidas Secas  (1938), São Bernardo  (1934),
Angústia  (1936),  Memórias do cárcere  (1953).
 José Lins do Rego (1901-1957) - Obras:  Menino do Engenho  (1932),  Doidinho 
(1933),  Banguê  (1934) e Fogo morto  (1943).
 Jorge Amado (1912-2001) - Obras:  O País do Carnaval  (1930),  Mar morto  (1936)
e Capitães da areia  (1937).
 Rachel de Queiroz (1910-2003) - Obras:  O quinze (1930), Caminho das
pedras (1937) e Memorial de Maria Moura (1992).
 Érico Veríssimo (1905-1975) - Obras:  Olhai os lírios do campo  (1938),  O Tempo e
o Vento - 3 volumes (1948-1961) e Incidente em Antares  (1971).

Terceira fase modernista no Brasil (1945-1960)

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o processo de redemocratização do país, em 1945, a


arte brasileira produzida na terceira fase do modernismo ganha novos contornos e linguagens.
Muitos críticos literários defendem que essa fase terminou em 1960, já outros acreditam que
ela perdura até o presente.

Esse momento, que ficou conhecido como “Geração de 45”, reuniu um grupo de escritores,
muitas vezes chamados de neoparnasianos, que buscavam uma poesia mais equilibrada e
objectiva.

Assim, a liberdade formal, característica das fases anteriores, é deixada de lado para dar lugar
à métrica e o culto à forma, com produções inspiradas no Parnasianismo e Simbolismo.

Além da poesia, há uma diversidade grande na prosa com a prosa urbana, intimista e
regionalista.

Características da terceira fase modernista

 Linguagem mais objectiva e equilibrada;


10
 Influência do Parnasianismo e Simbolismo;

 Oposição à liberdade formal;

 Forte preocupação com a estética e a perfeição;

 Valorização da métrica e da rima;

 Temática social e humana.

Autores e obras da terceira fase modernista

Os escritores que se destacaram nessa fase, na poesia e na prosa, foram:

 Mário Quintana (1906-1994) - Obras:  Rua dos cataventos  (1940),  Canções  (1946)
e Baú de espantos  (1986).

 João Cabral de Melo Neto (1920-1999) - Obras:  Pedra do sono  (1942),  O cão sem
plumas  (1950) e Morte e vida severina  (1957).

 Guimarães Rosa (1908-1967) - Obras:  Sagarana  (1946),  Primeiras Estórias  (1962)


e Grande Sertão: Veredas  (1956).

 Clarice Lispector (1920-1977) - Obras:  Perto do coração selvagem  (1942),  A paixão


segundo G. H (1964) e A hora da estrela (1977).

A arte modernista no Brasil

Além da literatura, o movimento modernista teve grande influência na pintura. Temas


relacionados com a cultura brasileira e as críticas sociais são alguns dos mais explorados por
esses artistas.

Os pintores modernistas que mais se destacaram foram:

 Tarsila do Amaral (1886-1973)

 Anita Malfatti (1889-1964)

 Di Cavalanti (1897-1976)

 Cândido Portinari (1903-1962)

11
Tarsila do Amaral foi uma das mais importantes pintoras do movimento modernista. Ao lado
de seu marido, Oswald de Andrade, inaugurou o movimento Antropofágico na primeira fase.
Abaporu é, sem dúvida, sua obra mais emblemática.

1.2. Modernismo em Portugal 

O Modernismo representa a ruptura com padrões e a inovação. A Escola Literária


Modernista surge no início do século XX, após o Pré-Modernismo, num período conturbado.

Em Portugal, berço do Modernismo no Brasil, seu marco inicial data de 1915 com a
publicação da Revista Orpheu.

Contexto Histórico

O Modernismo tomou lugar num período que permeia a Primeira (1914-1918) e a Segunda
(1939-1945) Guerras Mundiais.

Na mesma altura, surgia a Teoria da Relatividade de Einstein e a Psicanálise de Freud, bem


como transformações tecnológicas (electricidade, telefone, avião, cinema).

Todas essas situações influenciam os pensamentos da época e, consequentemente o estilo


deste novo movimento literário.

Em Portugal, em 1910 era proclamada a república e surgem dois partidos políticos.

O Situacionista, numa proposta saudosista, pretendia resgatar os anos de glória vividos por
Portugal. Os Inconformados, por sua vez, almejavam uma ruptura de padrão e estilo, e
propunham a inovação.

Assim, com o lançamento da Revista Águia, os Situacionistas tentam reviver o passado numa
pretensão de incutir nas pessoas o orgulho português oriundo das suas conquistas.

Os Inconformados rejeitam essa ideia, pretendendo trazer à tona o espírito crítico.

Principais Características

 Distanciamento do sentimentalismo.

 Espírito dinâmico, acompanhando as transformações tecnológicas.

 Espírito crítico e questionador.


12
 Linguagem quotidiana.

 Oposição às normas, numa atitude considerada “anárquica”.

 Originalidade e excentricidade.

 Ruptura com o passado, numa atitude inovadora.

Gerações Modernistas

De acordo com os seus autores e, consequentemente dos seus estilos, as gerações modernistas
se dividem em três grupos:

O Orfismo ou A Geração de Orpheu

A primeira geração modernista é assim chamada tendo em conta que é esse o nome da
publicação que demarca a fronteira com a anterior escola literária.

A revista, que teve à frente Fernando Pessoa,  Mário de Sá Carneiro e Almada Negreiros 


(primeiro grupo modernista), foi um grande escândalo. Ela teve a duração de apenas um ano,
o que aconteceu em decorrência de problemas financeiros após o suicídio de Mário de Sá
Carneiro.

O Futurismo e o Expressionismo (Vanguardas Europeias) influenciaram essa geração, cujos


principais autores são:

Fernando Pessoa (1888-1935): sendo o mais influente, é também a principal personalidade do


modernismo em Portugal.

Escreveu "Mensagem" e criou os heterónimos Alberto Caeiro ("Pastor Amoroso", "Poemas


Inconjuntos"), Ricardo Reis ("Prefiro Rosas", "Breve o Dia") e Álvaro de Campos ("Ode
Marítima", "Tabacaria");

Mário de Sá Carneiro (1890-1915): o mote da sua obra gira em torno da insatisfação


psicológica.

Escreveu contos como "Princípio", "A Confissão de Lúcio", "Céu em Fogo", bem como
poesias. São exemplos "Dispersão", "Indícios de Oiro", "Poesias";

13
Almada Negreiros (1893-1970): distinguiu-se como artista plástico, no entanto escreveu
manifestos futuristas, textos doutrinários, peças teatrais, entre outros.

O Presencismo ou A Geração de Presença

O segundo momento do Modernismo em Portugal inicia em 1927 com o lançamento da


Revista Presença. A revista foi fundada por Branquinho da Fonseca,  João Gaspar
Simões e José Régio.

O objetivo desse grupo era dar continuidade ao trabalho iniciado com a Revista Orpheu.

Principais autores e algumas obras:

 José Régio  (1901-1969): além de escritor, foi director e editor da Revista Presença.
Escreveu "Poemas de Deus e do Diabo", "Jogo da Cabra-Cega", "Há mais Mundos";

 João Gaspar Simões  (1903-1987): influente crítico e investigador literário. Escreveu


"Romance numa Cabeça", "Amigos Sinceros", "Internato";

 Branquinho da Fonseca  (1905-1974): o autor usou também o pseudônimo de


António Madeira. Escreveu "Poemas", "Mar Coalhado", "Bandeira Preta".

Neorrealismo

O terceiro e último momento do Modernismo tem início em 1940 com a publicação


de Gaibéus, de Alves Redol. Esse período caracteriza-se pela oposição ao ditador António de
Oliveira Salazar.

Principais autores e algumas obras:

 Alves Redol (1911-1969): o primeiro romancista dessa nova tendência escreveu:


"Glória", "Marés", "A Barca dos Sete Lemes";

 Ferreira de Castro (1898-1974): é o autor mais importante dessa geração. Escreveu


"Emigrantes", "A Selva", "Eternidade";

 Soeiro Pereira Gomes (1909-1949): comunista, sua obra prima é "Esteiros".


Escreveu, ainda, "Contos Vermelhos", "Engrenagem".

Fases do modernismo em Portugal

14
 Diferentes fases marcaram o Modernismo em Portugal. Entre elas, o Orfismo, o
Presencialismo, o Neorrealismo e o Surrealismo, compreendendo os anos de 1915 a 1974.

Para que você conheça um pouco mais sobre a literatura portuguesa, o sítio de Português
apresenta para você as principais fases do modernismo em Portugal, suas principais
características e representantes. Boa leitura!

Orfismo (1915-1927):  corresponde à primeira fase do modernismo português. Recebeu esse


nome por causa da revista Orpheu, primeira publicação a divulgar os ideais modernistas e as
tendências culturais que circulavam na Europa no início do século XX. Foi fundada em 1915
por um grupo de escritores e artistas plásticos, entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-
Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e o brasileiro Ronald de Carvalho.

Os orfistas tinham como objectivo chocar a burguesia ao apresentar uma poesia livre da
métrica e inserir a literatura portuguesa no contexto cultural europeu, que àquela época estava
sob forte influência das tendências futuristas. Embora tenha desaparecido precocemente
(foram publicadas apenas duas edições), a revista Orpheu deixou uma enorme herança
cultural, influenciando novos artistas, assim como o surgimento de novas publicações.

Presencialismo ou Presencismo (1927–1940): O segundo momento modernista recebeu esse


nome por causa da revista literária Presença, cujo primeiro exemplar foi publicado no ano de
1927. Fortemente influenciada pela revista Orpheu, a publicação foi a principal responsável
por divulgar e dar continuidade às ideias modernistas, embora seus representantes tenham
defendido uma literatura mais intimista, voltada para a introspecção e para o
experimentalismo. O grupo encerrou suas actividades no ano de 1940, quando o mundo ainda
vivia sob as tensões provocadas pela Segunda Guerra Mundial. Seus principais representantes
foram José Régio, Adolfo Rocha, João Gaspar Simões, Miguel Torga, Irene Lisboa, entre
outros.

Neorrealismo (1940-1974):  surgiu em um conturbado contexto histórico-social. A Europa


sofria com as consequências de uma forte crise económica, com a tirania de regimes
totalitários e também com a constante tensão provocada pela Segunda Guerra Mundial. Seus
principais representantes foram Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim
Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira
Gomes ou Carlos de Oliveira, entre outros. O neorrealismo teceu duras críticas ao
individualismo e ao esteticismo — temas caros ao Presencialismo — e divulgou na literatura
15
o pensamento marxista e a forte rejeição ao socialismo utópico. As revistas Seara Nova, Sol
Nascente e o Diabo foram responsáveis por divulgar a estética neorrealista em Portugal.

Surrealismo (1947-1974): por muitos estudiosos, foi considerado a última fase do


modernismo português. Suas principais características foram a “escrita automática”, com
destaque para a livre associação de ideias e de palavras, e a modificação das estruturas da
realidade, elemento baseado nos conteúdos oníricos, reafirmando seu carácter figurativo e
irracional. Seus principais representantes foram Antônio Pedro, José Augusto França,
Alexandre O’Neill, Mário Cesariny de Vasconcelos e outros como Natália Correia, Henrique
Rasques Pereira, Artur do Cruzeiro Seixas, Antônio José Forte, Fernando Alves dos Santos e
Isabel Meyrelles.

2. LIRISMO

O lirismo tem a sua primeira afirmação nacional na poesia trovadoresca, cujos géneros
principais são: as cantigas de amor  (assimiláveis à poética provençal, na qual o poeta
exprime uma forte admiração e submissão em relação à mulher amada), as cantigas de amigo 
(caracterizadas por veicularem a expressão feminina), as cantigas de escárnio e maldizer 
(sátiras e motejos), as albas  (que remetem para situações de alvorada), as bailias (que
remetem para as danças) e as barcarolas (que versam temas marinhos ou relativos às águas
dos rios).

O lirismo medieval tem uma poética muito própria, fortemente codificada na metrificação e
nos agrupamentos estróficos, e muito distinta da evolução que a poesia vai seguir, sobretudo
devido ao renascimento e à imitação dos antigos, que mantém os rigores da modificação
poética mas a altera substancialmente.

A poesia lírica de Camões tem com principais temas o discurso sobre o amor e o destino do
ser humano. Influenciado pelo Humanismo, o escritor lusitano utilizava a forma fixa do
soneto petrarquista, tanto na métrica (decassílaba), quanto na disposição de suas estrofes (dois
quartetos e dois tercetos), além de outros traços da escola clássica.

As poesias camonianas, como todos os poetas que buscam por meio da expressão filosófica a
explicação e expressão do amor cristão, possuem uma estreita relação com as ideias de Platão
acerca do que seja esse amor. Para o filósofo, existe um mundo sensível (mundo real,
concreto) e um mundo inteligível (mundo das ideias), o primeiro vive à sombra do segundo, e

16
o mundo inteligível pode ser (re) interpretado como sendo o Paraíso Cristão, no qual existe
uma beleza absoluta, um grande gerador e gerenciador do mundo, aquilo que se tornou a
grande busca cristã: Deus.

Por isso é comum apontar o Cancioneiro Geral  (1516), de Garcia de Resende,  como uma
colectânea de transição, onde autores renascentistas como Bernardim Ribeiro (cultor de
metros tradicionais, exprimindo uma visão moderna da experiência amorosa e do desengano)
e Sá de Miranda (ligado a uma visão do mundo mais convencional, mas programaticamente,
e formalmente, adepto da escola classicista) aparecem a par. Mas o sistema dos géneros
modifica-se: cultivam-se as elegias, as odes, as sátiras, as epístolas, os epigramas, assim como
as canções (que em muito se aparentam às elegias) e os sonetos, forma recente mas
comummente adoptada na literatura europeia ocidental. A obra de Camões constituirá a prova
da fecundidade deste sistema.

Mas o Romantismo irá desprender a expressividade poética da contenção formal até então em


uso, especialmente com José Anastácio da Cunha e com Garrett, e o Simbolismo,
juntamente com o Modernismo, abrirão as portas a uma libertação da linguagem da poesia,
apta, a partir daí, a variáveis discursivas que, de Cesário Verde a Camilo
Pessanha, Fernando Pessoa e, mais recentemente, Herberto Helder, a habilitam a um
diálogo com o mundo em termos de criação simultaneamente implicada e autónoma.

2.1. Texto lírico


Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver,

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É um cuidar que ganha em se perder.

17
É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é mesmo o amor?

Luís de Camões

18
Conclusão
O presente trabalho abordou acerca de modernismo em Portugal e no Brasil, onde afirma que
modernismo no Brasil surge logo após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que levou a
morte de milhares de pessoas, a destruição de diversas cidades e a instabilidade política e
social.

O “modernismo” brasileiro foi (na medida do possível) a verdadeira carta de Vaz de Caminha.
O famigerado canibalismo cultural exemplificado pela exaltação da antropofagia, mesmo
contando com o humorismo da atitude, traduz bem a essência do “modernismo” brasileiro,
que não tinha milhares de anos para rejeitar, mas apenas uma cultura herdada de Portugal e só
com excepção comparável com ela.

Enquanto que, o modernismo português é marcado inicialmente pela fundação da revista


Orpheu (1915), constituindo a primeira manifestação de carácter vanguardista em Portugal no
século XX. Alguns de seus integrantes (Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, entre
outros) mantinham contacto com correntes vanguardistas como o futurismo e o cubismo e
incorporaram atitudes que reflectiam a intenção de minimizar as instituições e as formas de
arte que estavam ligadas à uma cultura romântica e burguesa.

Salientar que o modernismo em Portugal desenvolveu-se aproximadamente no início do


século XX até ao final do Estado Novo, na década 1970. Seu início ocorreu num momento em
que o panorama mundial estava muito conturbado. Além da Revolução Russa de 1917, no ano
de 1914 eclodiu a Primeira Guerra Mundial. Em Portugal este período foi difícil, porque, com
a guerra, estavam em jogo as colónias africanas que eram cobiçadas pelas grandes
potências desde o final do século XIX. Além disto, em 1911, foi eleito o primeiro presidente
da República.

O marco inicial do modernismo português foi a publicação da revista Orpheu, em 1915,


influenciada pelas grandes correntes estéticas europeias, como o Futurismo,
o Expressionismo, etc., reunindo Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro e Almada
Negreiros, entre outros. A sociedade portuguesa vivia uma situação de crise aguda e de
desagregação de valores.

19
Referencias Bibliográficas
CANDIDO, António. Literatura e sociedade. Estudos de teoria e história literária.
Companhia Editora Nacional, 1976.

Andrade, Oswald de. Ponta de lança. São Paulo: Editora Globo, 1991.

ANDRADE, Mário de. “O Movimento Modernista”. In: Aspectos da literatura brasileira.


Belo Horizonte: Itatiaia, 2002.

Iniciação à Literatura Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

Guimarães, Fernando. O Modernismo Português e a sua Poética. Porto, Lello Editores, 1999.

Lourenço, Eduardo. A nau de Ícaro. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Medina Rodrigues et al. Literatura Portuguesa. S. Paulo: Ática, 1994

NUNES, Benedito. “Mário de Andrade: as enfibraturas do modernismo”. In: Revista


Iberoamericana, v. 50, n. 126, p. 63-75, 1984.

Moisés, Massaud. A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix, 1999

A literatura portuguesa através de textos. São Paulo: Cultrix, 2006

Presença da literatura portuguesa. Modernismo. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

https://www.todamateria.com.br/modernismo-no-brasil/ acesso no dia 05/07/2021, pelas


10:55 h

https://www.todamateria.com.br/modernismo-em-portugal/ acesso no dia 05/07/2021, pelas


11:30h

https://www.portugues.com.br/literatura/modernismo-portugal.html, acesso no dia


14/07/2021, pelas 14:11 h

20

Você também pode gostar