Sistemas de Energia EE 421 Unidade 05 2020 1
Sistemas de Energia EE 421 Unidade 05 2020 1
Sistemas de Energia EE 421 Unidade 05 2020 1
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Elétrica
❑ Os estudos de faltas visam determinar as tensões nas barras e as correntes nas linhas sob
vários tipos de falta – o valor das correntes de falta são utilizados para a seleção e o ajuste de
relés proteção, levando em consideração os possíveis tipos de falta.
❑ Quando ocorre uma falta em um Sistema Elétrico de Potência (SEP), a corrente que circula é
determinada pelas FEMs internas das máquinas síncronas do sistema, por suas impedâncias e
pelas impedâncias existentes no sistema entre as máquinas e o ponto da falta.
❑ As correntes que circulam em uma máquina síncrona imediatamente após a ocorrência de uma
falta, após alguns ciclos, e o valor de regime permanente diferem consideravelmente devido ao
fluxo que gera a tensão da máquina.
Com o intuito de resolver o problema do cálculo da A eq. (2) apresenta duas componentes:
corrente inicial quando o gerador síncrono é curto- ✓ Componente CA (1º termo): é a componente
circuitado, considere uma fonte de tensão sinusoidal sinusoidal de regime permanente.
Vmaxsen(t + ), aplicado a um circuito RL simples no
✓ Componente CC (2º termo): é a componente
instante t = 0, como mostrado na Fig. 1.
transitória (não periódica), que decai
A equação da tensão instantânea para o circuito é: exponencialmente.
di
Vmax sin(t + ) = Ri + L (1)
dt Fig. 1 Circuito RL série.
onde:
Z = R 2 + ( L) 2 = tan −1 ( L R)
❖ Se − = 0 ou : a componente CC é nula e a
forma de onda da corrente i para esse caso pode
ser representada na Fig. 2.
❑ Numa máquina síncrona o fluxo no entreferro é muito maior no instante em que ocorre o
curto-circuito, do que após alguns ciclos – a redução do fluxo é causada pela Força Magneto-
Motriz (FMM) da corrente na armadura, também conhecida como reação da armadura.
❑ As reatâncias de eixo direto são definidas com base no comportamento transitório das
máquinas síncronas, que é dividido em período subtransitório, período transitório e regime
permanente.
Eg Eg
X d = =
0c I (3)
2
em que:
Eg Eg
X d = =
0b I (4)
2
em que:
Eg Eg
Xd = =
0a I (5)
2
em que:
❑ As equações (3)-(5) indicam um método para determinar a corrente de falta num gerador
quando suas reatâncias são conhecidas.
❑ Se o gerador opera sem carga na ocorrência de uma falta, a máquina é representada por uma
tensão em vazio em relação ao neutro em série com a reatância adequada.
Xs reatância síncrona
ZL impedância da carga
• Eg " = Eg
• Xd " = Xd .
Durante um curto-circuito, o motor síncrono, assim como o gerador (b) período subtransitório da falta.
Assim, as tensões internas do gerador e do motor no período (a) condição de regime permanente
(b) período subtransitório da falta.
transitório da falta podem ser descritas respectivamente por:
Eg = Vt + jI L X d (8)
Em = Vt − jI L X d (9)
❑ Uma técnica bastante usual para análise de circuitos faltosos é o Princípio da Superposição,
que consiste na decomposição do circuito durante a falta em um circuito pré-falta e um
circuito puramente faltoso, ou seja
❑ Uma vez que o circuito faltoso é decomposto, pode ser usado o Teorema de Thévenin para
análise do circuito puramente faltoso:
❖ A rede analisada é reduzida a um circuito equivalente Thévenin, composto por uma fonte
de tensão Vth em série com uma impedância equivalente Zth.
✓ Uma fonte de tensão VF é usada para representar a tensão no ponto da falta no período pré-falta.
✓ Para representar o curto-circuito, é usada uma fonte de tensão em série com VF de mesma
magnitude, porém, defasada de 180° em relação a VF.
❖ Circuito pré-falta:
✓ Anula-se a fonte de tensão defasada de 180° em relação a VF e mantém as demais fontes presentes
no circuito, ou seja, a fonte de tensão VF e as fontes de tensão que representam as tensões internas
de máquinas síncronas.
O circuito puramente faltoso da Fig. 6(c), obtido por superposição, é usado para a determinação da corrente de
falta sem levar em consideração a corrente de carga pré-falta.
✓ Para este caso, determina-se previamente um circuito equivalente Thévenin, mostrado na Fig. 7:
• Cálculo da fonte de tensão Vth: é igual a tensão no ponto da falta no período pré-falta VF
• Cálculo da impedância Zth: é a impedância equivalente vista do ponto da falta, com todas as fontes de
tensão curto-circuitadas, ou seja:
( jX d + Z ext ) Z L
Z th =
jX d + Z ext + Z L
❑ Com o auxílio da matriz impedância de barra é possível determinar a corrente de falta bem
como as tensões nas barras do sistema e as correntes nas linhas durante a falta. A aplicação
deste método exige que sejam feitas as seguintes suposições:
❖ Cada máquina síncrona presente no sistema é representada por uma fonte de tensão
constante atrás de uma reatância, que pode ser subtransitória ou transitória.
V = V1 Vn
T
VF (10)
onde:
n
Yii = yij (12)
j =0
j i
I Ybarra V
I = Ybarra V (14)
V = Zbarra I (15)
onde
−1
Zbarra = Ybarra
V f = V + V (16)
V f = V + Zbarra I (17)
VF
I F = (21)
Z kk + Z F
Z ik
Vif = Vi − VF (23)
Z kk + Z F
Vif − V jf
I ij − f = (24)
Z ij
Eg − Vt
I g = (25)
X g
A partir da eq. (21), a impedância equivalente de Isolando Icc na eq. (26) e substituindo na eq. (27),
Thévenin Zth vista do ponto da falta pode ser obtida obtém-se
através de
Scc
Scc = 3Vl I cc I cc =
VF
I F = 3Vl
Z kk + Z F
Vl Vl 3Vl
Z th = Z th =
3I cc 3 Scc
no caso do curto-circuito, ZF = 0
VF VF
I cc = Z th = A impedância de base no local da falta, em Ω, é
Z th I cc
expressa por:
Vl
Mas VF = então: 2
3 Vbase
Vl Z base = (29)
Z th = (27) Sbase
3I cc
Por outro lado, a impedância equivalente de Thévenin Considerando que a tensão de base é a mesma tensão
Zth em pu é obtida através de de linha nominal, ou seja, Vbase = Vl, e isolando a
Sbase
na qual Zth e Zbase são expressas em Ω. Scc = (32)
Z th
Sbase Vl 2
Z th = 2
(31) em que
Scc Vbase
Sbase
I base = (34)
3Vbase