Introdução Ao Cálculo de Curto-Circuitos

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Introdução ao cálculo de curto-circuitos

trifásicos simétricos pela norma CEI-909


Apontamentos para as disciplinas de Instalações Eléctricas

Manuel António Matos

FEUP 1996
índice
1. Introdução ...........................................................................................................1
2. Generalidades .....................................................................................................1
3. Definições (CEI 909)...........................................................................................2
4. Corrente de curto-circuito .................................................................................2
5. Cálculo de curto-circuitos ..................................................................................5
5.1. Princípio geral do cálculo .....................................................................................5
5.2. Cálculo segundo CEI-909.....................................................................................6
6. Exemplos de cálculo ...........................................................................................8
6.1. Rede MT...............................................................................................................8
6.2. Ramal BT..............................................................................................................9

ANEXO: Evolução temporal de diversas situações de curto-circuito


1. Introdução

O presente texto descreve os aspectos mais importantes do cálculo expedito de curto-


-circuitos trifásicos simétricos em redes de BT e MT, incluindo as definições essenciais e
os procedimentos de cálculo da recomendação CEI-909 aplicáveis a estas redes.

O cálculo sistemático em redes de grande dimensão ou o estudo dos curto-circuitos


assimétricos não são assim abordados, sendo objecto de estudo em disciplinas específicas
do ramo de Sistemas de Energia Eléctrica.

2. Generalidades

A simulação numérica de curto-circuitos em determinados pontos da rede tem enorme


importância no planeamento, projecto e exploração das instalações e redes, ao permitir
antever as consequências dos defeitos simulados. Esse conhecimento possibilita a tomada
das medidas necessárias para minimizar essas consequências, com a mínima perturbação
possível no sistema. Isto inclui, não só a colocação e regulação de dispositivos que
promovam a interrupção dos circuitos defeituosos, mas também garantir que todos os
componentes da rede percorridos pelas correntes de defeito podem suportar os seus
efeitos enquanto elas persistem.

De forma geral, calculam-se as correntes de curto-circuito com os seguintes objectivos:


- Determinação do poder de corte de disjuntores e fusíveis: com a previsão da
corrente máxima de curto-circuito no ponto da rede onde estão instalados, tem-se
o limite inferior do poder de corte destes dispositivos;
- Previsão dos esforços térmicos e electrodinâmicos provocados pela passagem da
corrente: todos os elementos da rede, sobretudo pontos nevrálgicos como
barramentos e seccionadores, terão que suportar os efeitos destrutivos da
passagem das correntes de curto-circuito;
- Regulação das protecções: a especificação das correntes e tempos de disparo das
protecções baseia-se nos valores previstos da corrente de curto-circuito.

Normalmente, procura-se a corrente de curto-circuito máxima (eficaz ou instantânea) mas


também pode interessar a corrente de curto-circuito mínima. Neste texto, aborda-se
apenas o primeiro destes aspectos, em relação aos curto-circuitos trifásicos simétricos,
usualmente (mas nem sempre) o caso mais desfavorável.

Os métodos de cálculo de curto-circuitos baseiam-se no teorema da sobreposição, que


permite calcular separadamente a situação depois do defeito, e no teorema de Thévenin,

1
que fornece a base conceptual para esses cálculos. Tecnicamente, o cálculo é realizado
por redução de impedâncias (redes simples) ou matricialmente (redes de grande
dimensão). Neste texto, usar-se-á, como se disse, o primeiro método.

3. Definições (CEI 909)

A recomendação CEI 909 é um padrão internacional para o cálculo de correntes de curto-


-circuito. Nos parágrafos seguintes apresentam-se as definições mais importantes nela
incluídas.

"
Ik Corrente inicial simétrica de curto-circuito: valor eficaz da componente
simétrica alternada da corrente de curto-circuito presumida, no instante da
ocorrência do curto-circuito, no ponto k.

Potência inicial simétrica de curto-circuito: S k = 3.Un .Ik


" " "
Sk

iDC Componente contínua da corrente de curto-circuito: valor médio da


envolvente da corrente de curto-circuito, decrescente de um valor inicial até
zero.

iP Valor máximo da corrente de curto-circuito: valor máximo instantâneo da


corrente de curto-circuito presumida.

Ib Corrente simétrica de curto-circuito cortada: valor eficaz de um ciclo da


componente alternada simétrica no instante da separação dos contactos do
aparelho de corte.

4. Corrente de curto-circuito

A ocorrência de um curto-circuito envolve, para além do grande aumento das correntes


circulando no sistema, um fenómeno transitório (fecho de um circuito, normalmente
indutivo). Nesta secção, apresentam-se alguns resultados no domínio dos tempos que
mostram a variação dos termos transitórios com os factores de potência envolvidos (antes
e depois do curto-circuito) e com o instante em que ocorre o curto-circuito.

Suponha-se, para começar, um circuito como a da figura 1, alimentado em corrente


alternada com uma tensão u(t) = 2 U cos (ωt + ε), onde Z" é a impedância da rede vista
do ponto do defeito e ZC é a impedância da carga. Neste exercício, supõe-se que Z" não
varia durante o curto-circuito.

2
Figura 1: Esquema para análise de curto-circuito

Z"

u(t)
~ ZC

Como é já conhecido, o valor da corrente antes do defeito é dado por:

i(t -) = 2 I cos (ωt + ε - ϕ) (1)

onde I = U/|Z"+ZC| e ϕ = arctang (X"+XC)/(R"+RC). A ocorrência do defeito (fecho do


interruptor da figura) ocasiona, como se sabe, um fenómeno descrito por uma equação
diferencial, cuja resolução permite determinar a expressão da corrente de curto-circuito:

[
i (t + ) = 2.I". cos(ωt + ε − ϕ") − cos(ε − ϕ").e
− tτ
]+ "!2.I.cos(ε − ϕ!).e
$!$!#!$!$%!
i (0 − )
−t τ
(2)
!!

onde I" = U/|Z"|, ϕ" = arctang X"/R" e τ = L"/R". Neste ponto, merecem saliência alguns
aspectos da expressão (2), tendo em conta, nomeadamente, os valores típicos em jogo:
- O segundo termo da expressão corresponde ao decaimento da corrente antes do
defeito i(0-), normalmente muito inferior aos restantes valores, pelo que é
geralmente ignorado;
- O primeiro termo inclui duas parcelas: um termo forçado sinusoidal, à frequência
da rede, e uma componente contínua que se anula mais ou menos rapidamente,
de acordo com τ (ou seja, X"/R", que lhe é proporcional);
- A expressão entre parêntesis rectos é nula para t=0 (a expressão da corrente é
uma função contínua!), mas pode chegar quase a ser 2, ou seja, nos instantes
iniciais, a corrente total de curto-circuito pode ser quase dupla do valor máximo
do termo forçado. A componente contínua assume, assim, inportância
fundamental.

Como se vê na expressão (2), o valor máximo da componente contínua depende do


instante em que se dá o defeito, sendo máximo para ε=ϕ"+ π e mínimo para ε=ϕ"±
π/2. Para valores elevados de X"/R" (típicos em MAT e AT), ϕ"≅π/2, obtendo-se a
conclusão simples de que a situação mais desfavorável corresponde a um curto-circuito

3
ocorrendo quando a tensão se anula. No Anexo a este texto, apresentam-se curvas da
evolução da corrente de curto-circuito para diferentes situações de ε, ϕ (cargas indutivas e
capacitivas) e ϕ", que mostram a assimetria resultante da componente contínua.

Um outro ponto importante é o facto de que os valores de X" não permanecem


inalterados durante o curto-circuito, devido à variação da contribuição dos alternadores e
motores (assunto estudado nas disciplinas de máquinas eléctricas). Tradicionalmente,
considera-se uma sequência de três períodos no curto-circuito, em que se podem supor
constantes as reactâncias:
- Período subtransitório: reactâncias subtransitórias x";
- Período transitório: reactâncias transitórias x';
- Período permanente: reactâncias síncronas xs.

Em relação a este aspecto, a norma CEI 909 distingue duas situações, representadas nas
figuras 2 e 3: curto-circuitos "perto dos alternadores" e "longe dos alternadores". Como se
pode ver, na primeira situação há uma diminuição progressiva do valor eficaz da
componente forçada, notando-se claramente o início do período permanente. Na outra
situação, o valor eficaz da componente forçada não se altera, por serem desprezáveis as
reactâncias dos alternadores na impedância equivalente vista do ponto do defeito. No
presente texto, apenas este último caso ("longe dos alternadores") será abordado.

Figura 2: Curto-circuito perto dos alternadores (figura retirada da norma)

4
Figura 3: Curto-circuito longe dos alternadores (figura retirada da norma)

5. Cálculo de curto-circuitos

5.1. Princípio geral do cálculo

A base usada para o cálculo é o teorema de Thévenin, começando por se construir um


equivalente da rede vista do ponto do defeito, com a correspondente determinação de uma
impedância equivalente Zeq e de uma fonte de tensão em circuito aberto U0, como se
representa na figura 4 (todos os valores em p.u.).

Figura 4: Circuito visto do ponto de defeito

Zeq

I
Uo
~

Equivalente da rede Equivalente de Thévenin

A formulação indicada permite calcular imediatamente o valor da componente eficaz da


corrente de curto-circuito:

5
U0
I= (3)
Zeq

mas também pode ser utilizada, quando é dada a corrente num certo ponto da rede, para
calcular a impedância equivalente para montante (supondo conhecida a tensão em circuito
aberto):
U
Zeq = 0 (4)
I

Lembrando que as expressões (3) e (4) são para valores em p.u., e sendo de esperar que a
tensão seja próxima da tensão nominal (1 p.u.), pode então dizer-se, simplificadamente,
que, em p.u., a corrente de curto-circuito é aproximadamente o inverso da impedância
equivalente.

5.2. Cálculo segundo CEI-909

Apresenta-se, a seguir, o procedimento básico de cálculo de curto-circuitos longe dos


alternadores, segundo CEI-909. Efectua-se primeiro o cálculo do valor eficaz da
componente simétrica, ao qual se junta, posteriormente, o efeito da componente contínua.

5.2.1. Rede de alimentação

Em geral, é conhecido o valor da potência ou da corrente simétrica de curto-circuito da


rede de alimentação, o que permite calcular a impedância equivalente para montante, de
acordo com (4). Sendo I "KQ o valor eficaz da corrente, tem-se:

c.U n
ZQ = " (5)
I KQ

onde c toma o valor 1 em redes de 400 V, 1,05 em BT (outras tensões) e 1,1 em MT e


AT. Ou seja, prescinde-se de tentar calcular U0 da expressão (4), que é aproximado pelo
valor da tensão nominal, afectada do parâmetro c. Quanto ao argumento da impedância,
toma-se RQ=0 se Un>35 kV e, nos outros casos, RQ≅0,1.XQ e XQ≅0,995.ZQ (excepto,
evidentemente, se os valores forem conhecidos).

Finalmente, note-se que poderá haver várias redes de alimentação, devendo realizar-se o
cálculo da impedância equivalente para cada uma delas, supondo desligada a rede a
jusante do ponto de alimentação respectivo.

6
5.2.2. Impedância equivalente

Uma vez determinadas a(s) impedância(s) equivalente(s) para montante, e sendo


conhecidas as impedâncias da rede em estudo, o passo seguinte consiste em calcular a
impedância equivalente vista do ponto do defeito, ZK. Este valor pode obter-se por
análise matricial da rede, como será estudado em outras disciplinas, mas é possível
calculá-lo, de forma expedita, com as seguintes aproximações:
- Desprezam-se as admitâncias das cargas;
- Desprezam-se as admitâncias capacitivas de linhas e cabos.

Estas aproximações simplificam muito os cálculos, mas saliente-se, por ser erro
frequente, que não se desprezam as resistências de linhas e cabos (que, em BT, até são
preponderantes). O cálculo de ZK é realizado, portanto, por redução de impedâncias,
envolvendo, normalmente, algumas transformações estrela-triângulo.

5.2.3. Corrente inicial simétrica


Uma vez determinado o valor de ZK, pode calcular-se o valor da corrente inicial
simétrica, através de:
c.Un
I "K = (6)
ZK

O princípio é o mesmo da expressão (5), devendo salientar-se que c pode não ser o usado
anteriormente, se os cálculos de (5) e (6) forem efectuados em diferentes níveis de tensão.
Note-se ainda que, como se estão a considerar apenas os curto-circuitos longe dos
alternadores, o valor eficaz da corrente não se altera durante o curto-circuito (pelo que
não é apenas o "inicial"), sendo portanto Ib=I "K , ou seja, a corrente simétrica cortada não
depende do instante do corte.

5.2.4. Valor máximo da corrente

O processo de cálculo seguido inclui, como se disse, o efeito da componente contínua a


posteriori, através de um factor multiplicativo k que depende de XK/RK. O valor máximo
da corrente de curto-circuito é dado por:

i p = k. 2.I"K (7)

O valor de k pode ser tirado do gráfico da figura 5, mas uma boa aproximação é dada pela
expressão:
k ≅ 1, 02 + 0,98.e −
3R X
(8)

7
com o cuidado de que, em BT, k≤1,8. Recomenda-se o exercício de conjugar os valores
de k com a análise das curvas de corrente de curto-circuito apresentadas no Anexo.

Figura 5: Inclusão da componente contínua (figura retirada da norma)

Neste ponto, é essencial salientar que este processo de cálculo pressupõe, no caso de
redes emalhadas, que o valor de X/R não varia muito de ramo para ramo. Na verdade, só
assim é lícito separar o cálculo da corrente simétrica do cálculo da componente contínua,
pois nesta última não pode aplicar-se a transformada de Steinmetz.

Quando surgem situações em que este pressuposto não é aplicável (p.ex. redes com cabos
e linhas aéreas), a norma CEI-909 recomenda, entre outras hipóteses, que se aplique um
factor de correcção de 15%, ou seja, que se multiplique ip por 1,15.

6. Exemplos de cálculo

Os dois exemplos seguintes destinam-se a ilustrar alguns aspectos do cálculo de curto-


-circuitos, não constituindo modelos completos da abordagem a esse tipo de problemas.

6.1. Rede MT

Cálculo da corrente simétrica inicial num barramento de uma rede emalhada MT, com
ligação a duas redes de alimentação. A rede é a da figura 6a, onde se dão as impedâncias

8
das linhas em pu, e os valores das correntes de curto-circuito de cada uma das redes
(também em pu).

Repare-se que, sendo a análise efectuada em pu, se tem Un=1 pu. O cálculo das
impedâncias equivalentes das redes usa c=1,1 para obter as impedâncias indicadas na
figura 6b (por exemplo Z Q = 1,1 5,5 = 0,2 pu). Com algumas transformações (fig 6c) e
1

redução de impedâncias, chega-se finalmente ao valor da corrente simétrica de curto-


-circuito (fig 6d).

I"=5,5 I"=2,2
j0,1 j 0,2 j 0,5
j 0,1 1,1
~
j0,05
j0,1 I"↑
j 0,05 j 0,1

Figura 6a: Rede em estudo Figura 6b: Impedâncias equivalentes (c=1,1)

j 0,2 j 0,5
j 0,176 1,1
~
~ 1,1
j 0,02 j 0,04 I"↑
I"↑
j 0,02

c.Un 1,1
I" = = = 6,25 pu
ZK 0,176

Figura 6c: Transformação triângulo-estrela Figura 6d: Cálculo final da corrente simétrica

6.2. Ramal BT

Cálculo da corrente máxima de curto-circuito presumido no extremo do ramal indicado


na figura 7. É conhecida a potência de curto-circuito simétrica no barramento MT do PT.

9
Figura 7: Esquema da sub-rede em estudo

15 kV 400 V
100 m
LSVAV
800 kVA 3x150+70
S"Q =400 MVA
5%

6.2.1. Valores de base


400 2 800.10 3
= 3 = 0,2 Ω Ib = = 1,16 kA
BT BT
Sb = 800 kVA Z b
800.10 3.400

6.2.2. Equivalente da rede de alimentação

400.10 6
I Q = SQ = 3 = 500 pu
" "
Un = 1 pu c=1,1
800.10

c.U n 1,1 . 1
ZQ = = = 0.0022 pu (admite-se ZQ = j 0.0022 pu)
I"Q 500

6.2.3. Impedância equivalente vista do ponto de defeito

(cabo) z = 0,1. (0,206 + j 100 π .0,22. 10-3) = 0,0206 + j 0,0069 Ω/km


= 0,103 + j 0,0345 pu

(transformador) x = 0,05 pu

ZK = j 0,0022 + j 0,05 + 0,103 + j 0,0345


= 0,103 + j 0,0867 pu

6.2.4. Corrente simétrica inicial (valor eficaz)

1
IK = = 7,428 e − j0,7 pu
"
(c=1 !) [8,62 kA]
+
0,103 j0,0867

10
6.2.5. Valor máximo da corrente de curto-circuito

k ≅ 1, 02 + 0,98 e − = 1,048
3. 0,103 0,0867

iP = 2 . 1,048 . 7,428 = 11,01 pu [12,77 kA]

6.2.6. Alguns comentários

Note-se a importância do transformador e das canalizações BT (nomeadamente a


resistência) na limitação do curto-circuito. Por outro lado, a componente contínua não
ocasiona um aumento muito grande (<5%) em relação à corrente simétrica, dado o baixo
valor de X/R (<1) visto do ponto de defeito.

11
ANEXO

Evolução temporal de diversas situações de curto-circuito

As figuras que se seguem mostram a evolução da corrente de curto-circuito, para diversas


situações de ocorrência do defeito (zero ou máximo da tensão), diversos tipos de carga
(indutiva típica, puramente capacitiva e puramente indutiva) e diferentes factores de
potência pós-defeito. Em todos os casos, usaram-se valores máximos da corrente antes e
depois do defeito respectivamente de 100 e 1000 A.

Influência do instante do defeito

As figuras 1 e 2 comparam curto-circuitos muito indutivos (tg ϕ"=10), ocorrendo quando


a tensão se anula (1) e no seu máximo (2). Mostram-se a tensão (traço mais fino) e
corrente total de curto-circuito, nos dois casos, sendo patente a assimetria da corrente no
primeiro caso, mais desfavorável portanto.

As figuras 3 e 4 dão o detalhe das diversas componentes da corrente total para as mesmas
situações, sendo patente nos dois casos a pequena componente contínua correspondente à
atenuação da corrente antes do defeito, normalmente desprezável. A parte simétrica
(componente forçada) é também evidentemente igual nos dois casos (na figura 4 está
escondida pela corrente total). A grande diferença é a componente contínua da corrente
pós-defeito, muito maior no primeiro caso.

Influência do tipo de carga

As figuras 5 e 6 mostram, na mesma situação das figuras 1 e 3, o detalhe das correntes


para cargas puramente capacitivas e puramente indutivas. A maior variação do factor de
potência entre as situações pré e pós-defeito justifica um ligeiro aumento da corrente total
máxima no caso capacitivo, mas é notório que não é esta a maior influência nos valores
da corrente.

Influência do factor de potência pós-defeito

A figura 7 mostra, para a mesma situação da figura 1, que a atenuação da componente


contínua varia bastante com o valor de X"/R" (neste caso igual a 2,5), com grande
influência, não só na duração do efeito de assimetria, como sobretudo no valor máximo
da corrente total. A figura 8 dá o detalhe das diversas componentes, sendo notória a mais
rápida atenuação da componente contínua.
1. Carga indutiva típica, curto-circuito quando a tensão se anula
ε = 3π/2, tg ϕ = 0.4, tg ϕ" = 10

2000

1500

1000

500

0
-20,00 100,00
-500

-1000

-1500

-2000

2. Carga indutiva típica, curto-circuito no máximo da tensão


ε = π, tg ϕ = 0.4, tg ϕ" = 10

2000

1500

1000

500

0
-20,00 100,00
-500

-1000

-1500

-2000
3. Carga indutiva típica, curto-circuito quando a tensão se anula (detalhe)
ε = 3π/2, tg ϕ = 0.4, tg ϕ" = 10

2000,0

1500,0

1000,0

500,0

0,0
-20,00 100,00
-500,0

-1000,0

-1500,0

-2000,0

4. Carga indutiva típica, curto-circuito no máximo da tensão (detalhe)


ε = π, tg ϕ = 0.4, tg ϕ" = 10

2000,0

1500,0

1000,0

500,0

0,0
-20,00 100,00
-500,0

-1000,0

-1500,0

-2000,0
5. Carga capacitiva pura, curto-circuito quando a tensão se anula (detalhe)
ε = 3π/2, ϕ = -π/2, tg ϕ" = 10

2000,0

1500,0

1000,0

500,0

0,0
-20,00 100,00
-500,0

-1000,0

-1500,0

-2000,0

6. Carga indutiva pura, curto-circuito quando a tensão se anula (detalhe)


ε = 3π/2, ϕ = π/2, tg ϕ" = 10

2000,0

1500,0

1000,0

500,0

0,0
-20,00 100,00
-500,0

-1000,0

-1500,0

-2000,0
7. Carga indutiva típica, curto-circuito quando a tensão se anula
ε = 3π/2, tg ϕ = 0.4, tg ϕ" = 2.5

2000

1500

1000

500

0
-20,00 100,00
-500

-1000

-1500

-2000

8. Carga indutiva típica, curto-circuito quando a tensão se anula (detalhe)


ε = 3π/2, tg ϕ = 0.4, tg ϕ" = 2.5

2000,0

1500,0

1000,0

500,0

0,0
-20,00 100,00
-500,0

-1000,0

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