03 Introducao Curtos

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 51

Proteção em Sistemas Elétricos

Disciplina: Cálculos de Curtos-Circuitos

Prof. Thiago Carvalho Dias

1
Material desenvolvido em parceria com a professora Débora Coelho de Queiroz Novembro/21
Conceitos
básicos

2
Curto-circuito
• Definição:
– Contato entre condutores sob potenciais diferentes. Tal contato
pode ser direto ou indireto (através de arco).
– Em um sistema trifásico, é uma anormalidade causada pela
interligação acidental entre um, dois ou três fios entre si e/ou
com a terra.

𝑍𝑠 𝑍′𝐿𝑇 𝑍𝑍′′
𝐿𝑇𝐿𝑇 𝑉𝑆
𝐼=
𝑍𝑆 + 𝑍𝐿𝑇 + 𝑍𝑐
𝑉𝑠 𝑍𝐶
𝑉𝑠
𝐼3𝐹 =
𝑍𝑆 + 𝑍′𝐿𝑇

3
Curto-circuito
• A ocorrência de um curto-circuito determina mudanças
na topologia do sistema, dessa forma, o sistema
“responde” de forma a restaurar o equilíbrio, resultando
em compensações de natureza eletromagnética e
eletromecânica.

4
Curto-circuito
Os principais fenômenos que podem ser provocados por
uma corrente de curto circuito são:
• Térmicos:
– Função do quadrado da corrente e do tempo de permanência.
– No local do defeito pela formação do arco elétrico ou
– Ao longo do sistema pela circulação da corrente de curto;
– Esforços de interrupção nos disjuntores.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DS06Q6oMRYY
5
Curto-circuito

6
Curto-circuito

Vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=MEMcoB21LEM
https://www.youtube.com/watch?v=dW2YYABJAac 7
https://www.youtube.com/watch?v=CnQ70Fm30kQ
Curto-circuito
Os principais fenômenos que podem ser provocados por
uma corrente de curto circuito são:
• Mecânicos:
– Esforços mecânicos entre os condutores devido a circulação da
corrente.
– Estes esforços são proporcionais ao produto das correntes nos
condutores.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=GZkVGOtTlq8
8
Curto-circuito
• Elétricos:
• Sobrecorrente
• Subtensão na fase sob falta
• Evolução das faltas monofásicas para bifásicas, posteriormente,
trifásicas.
• Variação da frequência
» Perda de grandes blocos de carga/geração
» Sistemas que operam com geração independente da
concessionária.
• Em sistemas solidamente aterrados, pode ocorrer pequena subtensão
nas fases sãs.
• Em sistemas aterrados por impedância ou isolados, pode ocorrer
aumento da tensão nas outras duas fases sãs.

9
Curto-circuito

10
Curto-circuito

11
Classificação dos
curtos-circuitos

12
Curto-circuito
• Curto-circuito Permanente
• Exige uma intervenção da equipe de manutenção para
possibilitar o restabelecimento do sistema (rompimento de
condutor ou de isolamento não-regenerativo);

• Curto-circuito Temporário
• Defeitos que desaparecem após a atuação da proteção,
possibilitando imediato restabelecimento (rompimento de
isolamentos regenerativos, descargas atmosféricas,
sobretensões de manobra, etc).

13
Tipos de faltas
AT, BT, CT, AB, BC, CA, ABT, BCT, CAT, ABC e ABCT

Religamento Automático Satisfatório – RAS


Religamento Automático Não Satisfatório – RANS

Fonte: Sousa W. M., et al. – Rede de Oscilografias Sapnet®: Análise de Casos Reais de Perturbações em LTs 14
Realimentando Procedimentos e Algoritmos de Localização de Faltas , XVIV SNPTEE, Curitiba, 2017.
Curto-circuito 3F e 3F-T
• Conexão entre as três fases do
sistema (com ou sem terra);

• Tipos mais raros de curto circuito;

• Curto circuito equilibrado → No


regime permanente com falta, todos
os condutores da rede são solicitados
de modo idêntico → EQUILIBRADOS.

• Pode ser resolvido com diagrama por


fase;

• O curto trifásico difere do trifásico


aterrado durante o período transitório.
15
Curtos-circuitos desequilibrados
Curto-circuito bifásico: Curto-circuito monofásico:

Curto-circuito bifásico-terra: • Tensão e corrente são


desequilibradas;
• Existem componentes de
sequência negativa e, no FFT e
FT, de sequencia zero.
• Resolve-se com componentes
simétricas. 16
Curto-circuito
Curtos-circuitos diretos:
• Franco – curto-circuito sem resistência de falta,
conexão direta entre fases e/ou fase-terra;
• Através de resistência – contato entre fases e/ou
fase-terra através de uma resistência significativa
(por exemplo, vegetação).

Curtos-circuitos indiretos:
• Através de arcos – rompimento do meio isolante
com formação de arco elétrico (resistência de arco),
formando uma conexão entre fases e/ou fase-terra
sem contato direto. 17
Comportamento da corrente
de curto no SEP

18
Corrente de Curto-circuito em SEP

19
Corrente de Curto-circuito em SEP

Ica – Componente
Alternada

Icc – Componente
Contínua 20
Corrente de Curto-circuito em SEP

21
Corrente de Curto-circuito em SEP

22
Corrente de Curto-circuito em SEP
c a b

Fase a

tFalta

Fase c

Fase b 23
Fonte imagem: Medeiros, Carlos. Apostila “Curtos-Circuitos Trifásicos no Sistema Elétrico”. 2017.
Componente CC
A componente contínua do curto-circuito depende do:

• Valor de X/R do ponto de falta (excluindo cargas) e

• Instante do ciclo a tensão está no momento do

chaveamento.

Tensão Componente CC

24
Componente CC
Situação mais desfavorável:
onda de tensão passa por zero no
momento de ocorrência do cc
(valor máximo da componente
contínua).

Situação mais favorável:


onda de tensão passa pelo
valor de pico (max. ou min.) no
momento de ocorrência do cc
(componente contínua é nula).

25
Fonte:
Definição de X/R
Os equipamentos elétricos que funcionam com base em fenômenos
eletromagnéticos (geradores, transformadores e motores) necessitam
de uma corrente para magnetização dos seus domínios magnéticos
durante a energização. Esta energia é armazenada na indutância do
1
equipamento sob a forma de 𝐿𝑖 2 .
2

Quando ocorre um distúrbio eletromagnético no sistema ou mesmo


um curto-circuito, a energia armazenada é transferida para o sistema
com o intuito de restaurar a condição de equilíbrio do SEP.

Assim, para cada ponto do sistema, define-se um X/R que representa


a energia equivalente armazenada naquele ponto do sistema e que
será dissipada em uma resistência equivalente ao longo de uma
constante de tempo.
26
Fonte: Mardegan. Cláudio. “Proteção e Seletividade em Sistemas elétricos industriais”.
Definição de X/R
A energia armazenada no ponto do sistema em que ocorreu um curto-
circuito provoca uma componente de corrente continua na corrente de
curto-circuito que, inicialmente, desloca a corrente senoidal e decai
exponencialmente de acordo com uma constante de tempo.

O valor de X/R pode ser determinado a partir do ângulo da corrente de


curto-circuito no ponto de falta.

A corrente de pico usualmente é definida como a corrente de meio


ciclo.
2𝜋
− 𝑋 𝑡𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠
𝐹𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 = 2 ∙ 1 + 𝑒 𝑅
𝑋
= tg 𝜃
𝑅
𝐼𝑝𝑖𝑐𝑜 = 𝐹𝑎 ∙ 𝐼"𝑘

27
Definição de X/R
ATENÇÃO: Não confunda o X/R de um ponto do sistema com o X/R
utilizado na especificação de transformadores e geradores. Ambos se
tratam de uma relação entre X e R, contudo, possuem definições
diferentes.

28
Impactos do Fator X/R
• Picos de corrente mais severos;
• Maior esforço de interrupção dos disjuntores;

• Saturação transitória em TCs.

29
Impactos do Fator X/R
• Saturação transitória em TCs.

𝑋
= 12
𝑅

𝑋
=5
𝑅
30
Proximidade da geração
Evolução da corrente de curto-circuito para um Evolução da corrente de curto-circuito para um
curto-circuito “perto” dos geradores: curto-circuito “longe” dos geradores:

31
Fonte: Revista técnico-científica Neutro à terra nº 26, 2º semestre de 2020, ano 13.
Corrente de Curto-circuito em SEP
Analisando uma fase:

• Diminuição da amplitude da corrente→ Relacionado


à proximidade da geração

• Componente CC → Relacionado ao X/R

32
Fonte imagem: Chillet, César, “Cálculo de fallas”, TECSUP, Slides de aula.
Corrente
de Curto-
circuito
em SEP

Fonte imagem: Franco, Cesar. “Anotações de


aula da disciplina de Sistemas Elétricos de
Potência”. São José do Rio Preto, Ano 2018 33
www.professorcdf.wordpress.com
Proximidade da geração
• Quanto mais próximo (eletricamente) o curto estiver da geração, maior a
sobrecorrente em relação à corrente permanente de curto-circuito.

34
Fonte imagem: Hebling, Gustavo M. “Cálculo de Fluxo de potência em Redes de Distribuição Malhadas”. São Carlos, 2018.
Representação de
Sistemas elétricos

35
Diagrama Unifilar
• Representa simplificadamente
os principais componentes por
símbolos e suas interconexões.

• Representa apenas uma fase


do sistema.

• Representam sistemas
monofásicos ou trifásicos.

36
Diagrama de Impedâncias e
reatâncias
• Modela-se cada elemento do sistema por sua impedância
equivalente.

• Caso a resistência possa ser desprezada em todos os


elementos, podemos representar o sistema pelo diagrama de
reatâncias.

• As impedâncias são usadas para cálculos de fluxo de


potência, curtos-circuitos, queda-de-tensão, etc.
𝑍𝑠 𝑍𝐿𝑇 𝑋𝑠 𝑋𝐿𝑇

𝑉𝑠 𝑍𝐶 𝑉𝑠 𝑋𝐶
37
Resumidamente

38
Representação dos Equipamentos

GERADORES
MOTORES

TRAFOS LINHAS CARGAS


Representação por fase
Componentes típicos do sistema:
• Gerador: Representado por uma fonte de tensão e uma resistência interna.
• Linha de Transmissão (LT): representado por impedâncias próprias e
mútuas.
• Cargas (exceto motores): representadas por impedâncias.
𝑍𝑠𝑎 𝑍𝐿𝑇𝑎

𝑍𝑐𝑎
𝑍𝐴𝐵 𝑍𝐵𝐴 𝑍𝐶𝐴

𝑍𝐴𝐶 𝑍𝑐𝑐 𝑍𝑐𝑏


𝑍𝐿𝑇𝑐

𝑍𝑠𝑐
𝑍𝑠𝑏
𝑍𝐵𝐶 𝑍𝐶𝐵

𝑍𝐿𝑇𝑏
40
Representação por fase
Sistemas balanceados, equilibrados e simétricos cujos elementos
estejam modelados em Y equivalente, podem ser representados em
um diagrama contendo uma única fase e um fio de neutro fictício.

𝑍𝑠𝑎 𝑍𝐿𝑇𝑎

𝑍𝑐𝑎

𝐼𝑎ሶ + 𝐼𝑏ሶ + 𝐼𝑐ሶ = 0 𝐼𝑁ሶ = 𝐼𝑎ሶ + 𝐼𝑏ሶ + 𝐼𝑐ሶ = 0 𝐼𝑎ሶ + 𝐼𝑏ሶ + 𝐼𝑐ሶ = 0

𝑍𝑐𝑐 𝑍𝑐𝑏
𝑍𝐿𝑇𝑐

𝑍𝑠𝑐
𝑍𝑠𝑏

𝑍𝐿𝑇𝑏

41
Representação por fase
Considera-se o sistema perfeitamente equilibrado.
𝑍𝑠
𝑍𝑠𝑎 𝑍𝐿𝑇
𝑍𝐿𝑇𝑎

𝑍𝑐𝑎
𝑍𝐴𝐵 𝑍𝐵𝐴 𝑍𝐶𝐴 𝑍𝑐
𝑍𝑚 𝑍𝑚 𝑍𝑚
𝑍𝐴𝐶 𝑍𝐿𝑇 𝑍𝑐𝑐 𝑍𝑐𝑏
𝑍𝐿𝑇𝑐
𝑍𝑚 𝑍𝑐 𝑍𝑐
𝑍𝑠𝑐
𝑍𝑠 𝑍𝑠𝑏
𝑍𝐵𝐶 𝑍𝑚 𝑍𝐶𝐵𝑍𝑚
𝑍𝑠
𝑍𝐿𝑇𝑏
𝑍𝐿𝑇

42
Representação por fase

𝑍𝑠 𝑍𝐿𝑇

𝐼𝑎ሶ
𝑍𝑐
𝐼𝑎ሶ

𝐼𝑁ሶ = 𝐼𝑎ሶ + 𝐼𝑏ሶ + 𝐼𝑐ሶ = 0

𝐼𝑐ሶ 𝐼𝑏ሶ

𝑍𝑐
𝐼𝑐ሶ 𝑍𝐿𝑇 𝑍𝑐

𝑍𝑠

𝑍𝑠

𝑍𝐿𝑇 𝐼𝑏ሶ

43
Representação por fase

𝑧𝐿𝑇𝑎
ሶ 𝑍𝑎 = 𝑍𝑝 − 𝑍𝑚
𝑍𝑠𝑎

𝐼𝑎 𝑍𝑎 𝑉𝑎
𝑉𝑎 𝑍𝑐𝑎 𝐼𝑎 =
𝑍𝑠𝑎 + 𝑍𝑎 + 𝑍𝑐𝑎
𝐼𝑎

Impedância do circuito por fase: ZLT = Zpróprio -Zmútuo

𝑍𝐿𝑇
𝑍𝑠

𝐼𝐿𝑇 𝑉𝑔
𝑉𝑔 𝑍𝑐 𝐼𝐿𝑇 =
𝑍𝑆 + 𝑍𝐿𝑇 + 𝑍𝐶
𝐼𝐿𝑇

44
Curto-circuito
equilibrado

45
Curtos-circuitos Equilibrados
• Conexão entre as três fases do
sistema (com ou sem terra);

• Curto circuito equilibrado → Pode-se


Utilizar representação por fase.

• Condições de contorno:
– 𝐼𝑎 = 𝐼𝑏 = 𝐼𝑐
– 𝐼𝑎 + 𝐼𝑏 + 𝐼𝑐 = 0
ω
– 𝑉𝑎 = 𝑉𝑏 = 𝑉𝑐 = 0

46
Curtos-circuitos Equilibrados

47
Fonte imagem: https://celulaenergia.com/qual-e-o-tipo-de-curto-circuito-mais-comum-em-sistemas-de-distribuicao-de-energia-eletrica/
Curtos-circuitos Equilibrados

𝑍𝑠 𝑍′𝐿𝑇 𝑍𝑍′′
𝐿𝑇𝐿𝑇 𝑉𝑆
𝐼𝑛 =
𝑍𝑆 + 𝑍𝐿𝑇 + 𝑍𝑐
𝑉𝑠 𝑍𝐶
𝑉𝑠
𝐼3𝐹 =
𝑍𝑆 + 𝑍′𝐿𝑇

48
Exemplo 1:
A partir do sistema elétrico apresentado a seguir, calcule o valor da corrente de curto-
circuito trifásico em Ampères e em p.u. no ponto F, desprezando-se a corrente de
carga antes da falta e admitindo-se tensão nominal no instante em que ocorre o defeito.
Adote Sb = 150 MVA e Vb = 138 kV na linha.

49
Exemplo 2:
Determinar o diagrama de impedância em pu do sistema elétrico abaixo.
Considerar G1 operando com valor nominal e G2 operando com 10% acima
de seu valor nominal. Utilizar como bases SB = 20MVA e VB = 138kV no
circuito da LT. A partir deste diagrama, calcular as correntes de curto-circuito
em ambas as barras de 138kV:
Bibliografia
1. Melo, Weber, Slides da disciplina de Cálculo de Curto-Circuito (CAF) –
1º/2020

2. Kindermann, Geraldo, “Curto-circuito”, 6ª edição, Florianópolis - SC, 2018.

3. Mardegan. Cláudio. “Proteção e Seletividade em Sistemas elétricos


industriais”.

4. Revista técnico-científica Neutro à terra nº 26, 2º semestre de 2020, ano


13. Disponível em: http://www.neutroaterra.blogspot.com.

5. Medeiros, Carlos. Apostila “Curtos-Circuitos Trifásicos no Sistema Elétrico”.


2017.

6. Pereira Filho, Clever S., “Redes Elétricas no Domínio da Frequência -


Técnicas de Análise, Modelos de Componentes e Técnicas
Computacionais”, Artliber, 2015.

7. Schneider Electric, “Guia de proteção”, São Paulos, 2008.


52

Você também pode gostar