TEMAS DA ARTE - Resumos.

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TEMAS DA ARTE – Resumos - (Alessandra Peixoto dos Santos).


1) “SIMPLESMENTE FRIDA”.

A apresentação deste tema da arte traz a vida e a obra da pintora Frida Kahlo
( 1907 – 1954), entrelaçados, com a dor e o sofrimento como matéria de arte, mas nem
por isso menos positiva e exuberante. Cedo sofreu de poliomielite e, um pouco mais
tarde, teve um acidente num ônibus em que sofreu várias avarias nas pernas e coluna,
tendo que ter permanecido hospitalizada por muito tempo. Por conta desta longa
internação, foi colocado um cavalete em seu quarto, e quase que autodidaticamente,
começou a pintar.

Seus autorretratos foram uma constante ao longo de toda sua obra. Dizia que,
pintava a si mesma por ser o assunto que melhor conhecia. Assim, retrata a cena de seu
acidente em “O Bonde” (1929), onde pessoas sentadas num banco, são retratadas
segundo alguns, de forma naïf , ou ingênua.

Retratando uma de suas grandes tragédias pessoais, em “Hospital Henry Ford”


(1932), explora o fato de um de seus abortos que teve em consequência do acidente que
sofreu no bonde em função das lesões que ela sofreu. Ela representa um feto, os ossos
da bacia lesionados, e sangrando em uma cama.

Em “Meus avós, meus pais e eu” (1936) representa a casa em que viveu e depois
virou museu. Há aí um recurso utilizado e que também será repetido em muitas outras
obras, que são linhas vermelhas como artérias ligando os diversos elementos da pintura.
Em “Duas Fridas” (1939), por exemplo, mais uma vez a pintora se utiliza das artérias
para unir dois corações na cena. A obra representa a dualidade vivida por ela de ser uma
mulher de origem europeia e indígena, mas que se encontram unidas por essas linhas e
seus corações.

Ainda retratando suas dores e suas mazelas, em “Coluna partida” ( 1944), um


autorretrato, nele ela representa a sua coluna vertebral que sofreu muito com os
acidentes. Ela retrata essa cinta que ela sempre utilizava para ficar ereta. Os pregos que
a fazem sangrar, e as suas lágrimas passam uma grande expressividade.

Por fim, temos “O veado ferido” (1946) que comporta diversas interpretações,
desde a ideia de que ela seja esse animal de caça cravado de flechas, sangrando,
significando seu sofrimento e suas dores. Até a leitura de que a representação dela como
cervo pretende mostrar sua bissexualidade, o fato de que ela tenha um lado masculino e
outro feminino. Segundo ela, simplesmente pintava a vida. Apesar de difícil
classificação, pretende-se que seu trabalho seja uma espécie de realismo fantástico. As
metáforas visuais de que utiliza servem para descrever sua pintura como um realismo
mágico, fantástico. Seu trabalho é sua vida e sua dor, nele ela os afirma bem como a
natureza e a cultura do México. Só veio a ter reconhecimento nos anos 1980.

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2) “ALEIJADINHO: A OBRA E O MITO”.

Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), filho de um arquiteto português com sua


escrava Isabel. Teria tido sua formação com o pai e outros artistas, dentre pintores,
desenhistas e escultores. Sua alcunha de Aleijadinho se deve a uma doença a que foi
acometido em 1777, que o teria mutilado, deixando inclusive sem dedos. Disseram que
a hanseníase seria essa doença, outros a porfiria, mas não há nada de certo. O fato é que
sua carreira de artista não foi interrompida.

São contabilizadas mais de 400 obras, e é sabido que ele tinha diversos ajudantes
que trabalhavam com ele, especificamente escravos. O artista faleceu solteiro, em Ouro
Preto, com 76 anos.

No que diz respeito a escultura e a talha, Aleijadinho é considerado o maior


nome do Barroco brasileiro. A pedra sabão foi o material por excelência usado por
Aleijadinho. Segundo a descrição de Rodrigo Bretas, Aleijadinho era negro, um
mestiço, bem diferente da imagem pintada em seu retrato oficial, em que aparece pardo
e de cabelo esticado. Alguns pesquisadores chegam a questionar a sua existência.

Além do Barroco, outros estilos foram adotados pelo artista, como o Rococó.
Um exemplo é a Igreja de São Francisco de Assis, dadas as suas formas mais elegantes,
onde retas e curvas são mais equilibradas do que daquelas igrejas de origem italiana,
com predominância de certo exagero ornamental. As pinturas brancas da nave da Igreja
de São Francisco diferem das “cavernas douradas” do Barroco, onde toda a parede e
também o teto são decorados; a talha dourada ocupa todas as superfícies das paredes.
Assim, o excesso ornamental do Barroco, o seu horror ao vazio, não é identificado nessa
Igreja de São Francisco.

Os modernistas reconheceram no Barroco o primeiro momento de uma arte


tipicamente brasileira, por isso o enalteceram, bem como a arte colonial brasileira que
eles encontraram ali.

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3) ‘OS PASSOS DA PAIXÃO E OS PROFETAS DE ALEIJADINHO”:


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O Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos deveu-se ao pagamento de uma


promessa. As obras começaram em 1777. Entre 1796-99 se deu a execução de 66
estátuas em cedro (tamanho natural) para os “Passos da Paixão”. Depois, em 1800-05,
foram executadas 12 estátuas em pedra sabão dos Profetas.

As esculturas foram feitas por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e seus


assistentes. A pintura, em madeira, também chamada de policromia, foi executada por
Manoel da Costa Athaide, o mestre Athaide, dentre outros artistas. As capelas dos
“Passos da Paixão de Cristo” foram sendo construídas ao longo do século XIX, seis ao
todo, três de um lado, três do outro.

O que se sabe é que personagens principais, como Cristo, foram produzidos pelo
próprio Aleijadinho. Personagens secundários, como os soldados romanos, teriam sido
produzidos por seus assistentes. O estilo de Aleijadinho retrata Cristo, por exemplo,
com: cabelos ondulados, olhos amendoados, nariz proeminente, bigode nascendo das
narinas, boca entreaberta, etc.

Os “Passos da Paixão de Cristo” são os seguintes: “Passo da Ceia”; “Passo do


Horto”; “Passo da Flagelação e Coroação de Espinhos”; “Passo da Prisão”; “Passo do
Carregamento da Cruz”, ou “Subida ao Calvário”, ou “Cruz às costas”;“Passo da
Crucificação”.

Já os Profetas de Aleijadinho são no total de doze: 4 maiores (na escadaria) e 8


Profetas menores ( no adro = espaço que fica em frente à igreja). No Velho Testamento
são 16 textos dos Profetas, são 4 dos Profetas maiores, e são 12 dos Profetas menores.
Então, Aleijadinho não representa todos Profetas menores.

O Profetas são: “ Profeta Jeremias”; “Profeta Baruch” (secretário de Jeremias, não


era um profeta maior); “Profeta Ezequiel”; “ Profeta Daniel” ( 4º Profeta maior, dos
leões); “Profeta Oséias” (1º profeta menor); “Profeta Joel”; “Profeta Amós”; “Profeta
Abdias”; “Profeta Jonas” (da baleia); “Profeta Naum”; “Profeta Habacuque”.

Os Profetas judeus e os judeus são conhecidos como o “Povo do Livro”, porque eles
produziram estes textos sagrados e a religião judaica é baseada nesses textos, tanto que
os judeus são contra a idolatria, são contra a adoração de imagens, então toda a religião
deles é escrita. O Cristianismo por ser uma descendência do judaísmo, recebe os textos
judaicos, mas também passa a cultuar imagens. O Cristianismo absorve as influências
greco-romanas ou helênicas, daí que em certo sentido rompe com o judaísmo.

Segundo alguns críticos, os Profetas de Aleijadinho são representações de figuras do


Velho Testamento das mais importantes da arte ocidental, comparáveis à representação
do “Moiséis” de Michelângelo. E, também, a obra de Aleijadinho em Congonhas, além
de um Santuário, é um monumento cultural da Humanidade. __________________

4) “AS MULHERES NA HISTÓRIA DA ARTE”:


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O interesse pelas artes das mulheres é muito recente. O direito das mulheres já vem
sendo conquistado há mais de século, inclusive com a instituição do Dia Internacional
da Mulher em 1909 e a conquista de direitos trabalhistas e tudo o mais. Contudo, no
campo das artes, a sua história ainda está por ser escrita. A seguir descreveremos uma
síntese de algumas das artistas mais significativas na História da Arte de todos os
tempos.

1) ARTEMISIA GENTILESCHI (1593-1656) – Uma das seguidoras de Caravaggio,


sobretudo na técnica do claro-escuro, chamada de tenebrismo. Temos por exemplo a
obra “judite decapitando”, extremamente forte e violenta, a interpretação que se tem
dela é que teria pintado essa cena bíblica bizarra em que uma mulher se vinga de um
homem decapitando-o, como se ela tivesse se vingando do homem que a estuprou.

2) BERTHE MORISOT (1841-1895) – Impressionista, Muito amiga de Edouard Manet.


Se caracterizou por apresentar cenas familiares, como o “Berço” (1872).

3) CAMILLE CLAUDEL (1864-1943) – As pessoas conhecem pouco seu trabalho, seu


museu é relativamente recente, mesmo assim, ganhou certo reconhecimento.
Comparados aos Impressionistas nas artes plásticas, Camille Claudel e Rodin
revolucionaram a arte europeia e ocidental no século XIX. Ambos foram fundamentais
na revolução da arte da escultura.

4) HILMA AF KLINT (1862 – 1944) – Considerada uma precursora do abstracionismo.


Hilma era sueca e foi muito influenciada em suas obras abstratas pela teoria da cor,
preconizada por Goethe. Ela também estudava teosofia, espiritismo, e a gente consegue
identificar na obra dela um fundo religioso. Era uma tentativa de transcender para um
campo metafísico. Outros artistas do abstracionismo também o fizeram, como Mondrian
e Kandinsky. Quando ela morreu, não quis que sua obra fosse exposta durante vinte
anos, pois ela entendia que não seria compreendida.

5) ANITA MALFATTI (1889 – 1964) – Influenciada pelo Expressionismo, pela sua


passagem pela Alemanha quando lá estudou. Ela fez uma exposição modernista em São
Paulo, em 1917, antes da Exposição Modernista de 1922.

6) TARSILA DO AMARAL (1886 – 1973) – o “Abaporu” (1928) antropófogo dá a ideia


de fazer o movimento antropofágico. Dessa deglutição do que vem de fora e que temos
aqui, é o que dá resultado a arte brasileira.

7) FRIDA KAHLO (1907 – 1954) – Teve uma vida muito triste e sofrida. Suas obras
remetem a esse sofrimento de sua vida.

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5) “GUSTAV KLIMT” (1862 – 1918):


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O Klimt foi um dos líderes do Movimento da Secessão Vienense, que é o


movimento do Art-Nouveau austríaco. Esse movimento vai romper com o
academicismo, com o conservadorismo nas artes plásticas. Esses artistas buscavam
fazer uma arte total. Conciliavam manifestações artísticas como a escultura, a pintura
decorativa, etc. Eles foram muito importantes na transição do século XIX para o século
XX, porque tratam de transcender a divisão clássica na arte acadêmica das Belas Artes,
onde cada uma se encontra no seu campo de atuação. E no caso dos artistas vienenses,
eles queriam proporcionar uma união das artes visuais.

A arte de Klimt no final do século XX e na virada do século XX, tornou-se


extremamente polêmica. Em seguida, na década de 1910, é considerada a fase dourada
de Klimt. Ele usava as folhas de ouro para fazer os adereços do quadro. O dourado no
fundo dos mosaicos que Klimt estudou na Itália dá um ar de beleza, mas também
sobrenatural na imagem. O fundo dourado tira a profundidade da cena, criando um
efeito de bidimensionalidade, como são as obras de Klimt no início do século XX.

“O Beijo” é a obra mais conhecida de Klimt (1907-08), uma cena erótica entre
um casal, envolvido por cobertas, e o homem beijando a mulher. Os elementos
decorativos cobrem todo o casal, não restando quase nada de suas peles. Klimt mostrava
o erotismo como uma força vital. Sua obra além de bela, é libertária. Usava também de
muita simbologia, por isso tendo sido chamado de simbolista. Mas em termos artísticos,
ele foi mesmo ligado ao Art-Nouveau Vienense.

A figura feminina está sempre presente em sua obra. Klimt dirá: “Toda arte é
erótica”, evocando o poder libertador da arte, no intuito de romper com o mundo
castrador da sociedade em que vivemos.

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6) “DI CAVALCANTI: REALIDADE BRASILEIRA E VANGUARDA”


(1897 – 1976):
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Di Cavalcanti foi um dos principais nomes, um organizador da Semana de Arte de


1922, em São Paulo.

As representações principais da arte de Di Cavalcanti são as figuras do povo,


principalmente as mulheres, as mulatas. Seu principal objetivo é criar uma aura de
sensualidade na pintura. Representar personagens que usualmente não são retratados na
arte acadêmica, na arte da tradição, com essa sensualidade que vai acompanhá-lo ao
longo de toda sua obra. E também o uso de cores, que acentua essa sua alegria,
característica de suas pinturas.

Também são figuras constantes de suas obras as prostitutas, como em “Mulheres na


janela” (1926), e “Mangue” (1929). Assim, representava a boemia carioca.

Temos aqui o Realismo que passa a representar cenas de pessoas humildes, de


pessoas do povo, mas não o Realismo do século XIX. Esse Realismo é retomado nos
finais dos anos 1920 e ao longo dos anos 1930 e 1940, nessa época muitos artistas
adotaram essa forma de trabalho com temática realista. Por isso, a arte brasileira será
definida como Realismo Social.

Isso na temática, porque na forma como foi representada, sua linguagem visual, será
caracterizada como uma linguagem de vanguarda, que dialoga com vanguardas como o
Cubismo, o Expressionista, e às vezes o Surrealismo. Mas Di Cavalcante ainda é um
artista figurativista, pois a sua temática exige esse tipo de representação. Di Cavalcanti
faz uso de variadas linguagens de acordo com os objetivos que ele tinha.

Em “Candangos” (1960), exposto no Congresso Nacional, o pintor se influencia


pelo Cubismo, com Picasso e “Guernica” (1937). O tema de seu quadro não é a guerra,
mas a linguagem visual com o uso de poucas cores, como em “Guernica” que é
monocromática, utiliza-se de tons de azul e de cinza. Ele vai geometrizando a figura
humana, vai simplificando e estilizando a figura humana, quase chegando a formas
abstratas. Aqui, então, ele dialoga com o Cubismo, quase chegando à abstração,
justamente porque ele vai desconstruindo as formas e as figuras, tirando a ideia de
profundidade das cenas.

Ao mesmo tempo, representa a alegria e a exuberância das festas populares com uso
de muitas cores, e com a presença constante das muitas mulheres. Essa brasilidade é
uma marca do artista, e uma marca do Brasil no exterior.

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7) “SEGUINDO OS PASSOS DE VAN GOGH”: (1853 – 1890)

Nasceu na cidade de Zundert, nos Países Baixos. Em 1880 decide ser pintor e
ingressa na Academia Real de Belas Artes em Bruxelas, mas por pouco tempo. Suas
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primeiras telas são sombrias. Em 1886 muda-se para Paris e conhece os Impressionistas
e as gravuras orientais. Então, sua obra se enche de cor e de expressividade.

Em 1888 pretende criar uma comunidade de artista com Gauguin, mas dura pouco
tempo. Nessa época mutila a orelha.

Em 1890 muda-se para Auvers-sur-Oise e lá morre em consequência de um tiro.


Uns dizem que suicidou-se, outros que ele acabou levando um tiro numa discussão.

Deixou cerca de 2000 obras dentre pinturas, desenhos e gravuras. São cerca de 900 a
1000 pinturas. Ele foi um artista muito além de seu tempo, porque ele não foi
compreendido enquanto vivo. Alguns anos depois ele teve um sucesso estrondoso, dada
a sua expressividade.

De 1888 a 1890 foi o período mais produtivo do artista, em que ele pintou
compulsivamente, tendo tido a guarida do irmão, Théo. (Obs: Há a obra literária “Cartas
a Théo”, da LP&M.) A carreira dele tem praticamente 10 anos, de 1880 a 1890.

Van Gogh teve influência dos Realistas na sua temática.

Na obra “Girassóis” (1888), a gente observa a riqueza de cores e pinceladas super-


expressivas que são a marca registrada de Van Gogh, onde a gente pode ver não só as
pinceladas mas o carregamento de tintas. O contraste de cores, cores frias e cores
quentes é uma outra característica de Van Gogh.

Depois da temporada em Arles ele ficou muito mal emocionalmente e decidiu-se ir


tratar-se no Hospital de Saint-Rémy de Provence, na verdade um hospício.

“Assim como tomamos um trem para chegar a Tarascon ou Rouen,


tomamos a morte para alcançar uma estrela”.

( VINCENT VAN GOGH )

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8) “DALI E O SURREALISMO”:

O Surrealismo foi um movimento artístico e também literário originado na França


nos anos de 1920. Para os surrealistas a arte deveria se libertar da razão e da lógica,
buscando expressar o mundo dos sonhos e do inconsciente. As suas obras podem
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apresentar formas abstratas ou figurativas, porém sempre apresentando uma grande


carga simbólica.

O termo surrealista vem do francês “surrealise”, que significa “além da realidade”.

Salvador Dalí (1904-1989) nasceu em Figueres, na região da Catalunha. Em 1927


muda-se para Paris e integra-se ao movimento Surrealista, liderado pelo poeta André
Breton. Entre 1930-39 ele produz intensamente e vende muitas obras, não apenas
pinturas, mas esculturas e até instalações. Ele desenha também logotipos para várias
empresas, enfim, ele era um polímata (sujeito que sabe muito sobre várias coisas), pois
tinha vários talentos.

Em 1939 ele briga com Breton e acaba sendo expulso do grupo surrealista. Um dos
motivos desta briga foi que a maioria dos surrealistas simpatizavam com os movimentos
de esquerda, eram marxistas, enquanto que Dalí chegou a declarar a ser simpatizante de
grupos fascistas dos anos 1930.

Talvez a obra mais famosa de Dalí seja “A persistência da memória” (1931); aí já


está presente a maioria dos elementos dessa sua fase. Ele faz as representativas
paisagens, montanhas ao fundo, e também imagens de relógios derretendo. Essa obra
traz a ideia da passagem do tempo e de como o tempo faz com que as coisas pereçam.

Resultado de sua técnica chamada “atividade crítico paranoica” é a obra “sofá


lábios de Mae West” (1938). Segundo essa técnica, o artista ficava aficionado com
alguma coisa e disso acabava sendo transformado em uma obra de arte. No caso, a sua
fixação era nos lábios da atriz Mae West. Essa técnica se prestava a representar sonhos e
imagens do inconsciente.

Gala foi sua mulher desde os anos 1930, tornando-se sua musa inspiradora ao longo
de toda sua vida, inclusive estando presente em uma grande quantidade de quadros. Em
“as mulheres nuas”, grande parte daqueles nus eram nus retirados a partir do corpo de
sua mulher.

Na década de 1950 ele faz representações de temática religiosa, cristã. Ele mescla a
tradição de pinturas religiosas com o Surrealismo.

Em 1974 Dalí inaugura o Teatro-Museo Gala Salvador Dalí, em Figueres, na


Espanha, com uma arquitetura surrealista. Salvador Dalí foi enterrado no palco desse
teatro.

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9) TOULOUSE-LAUTREC: ARTE E BOEMIA. (1864 – 1901)

Henri Toulouse-Lautrec nasceu na França, filho de conde e condessa, e com uma


rara doença genética nos ossos. Sofreu fraturas que atrapalharam seu crescimento, tendo
acabado com uma estatura de 1,50 metros. Ele tinha uma aparência estranha. O desenho
e a pintura eram as suas principais atividades nesses momentos agudos de sua doença.
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Em 1882 mudou-se para Paris, onde estudou em ateliês e passou a frequentar o


bairro boêmio de Monmartre. Em 1890 era frequentador assíduo de cabarés onde passou
a expor. Ele foi muito requisitado nesta época, sendo um pioneiro das artes gráficas.
Também um pioneiro da litogravura. Inspirou o Art-Nouveau nas artes gráficas.

Onde encaixar Toulouse-Lautrec nos movimentos dos fins do século XIX?

Ele não pode ser colocado no movimento do Impressionismo, ainda que tenha sido
influenciado por eles, porque como estes não queria captar as sutis gradações de luz e de
cor que eles presenciavam. Também não gostava de retratar paisagens como o faziam os
Impressionistas. Ele gostava de representar esta vida dos cabarés, esta vida noturna,
essas cenas que apresentavam na frente dele de forma rápida. E ele era essencialmente
um desenhista. E retratista. Por isso a gente clássica Toulouse-Lautrec como um pós-
impressionista, assim como Van Gogh e Paul Gauguin. Eram as obras desses artistas
que retratavam a obra da própria vida.

Sua forma de pintar era muito enérgica e expressiva. Chegou a expor com Van
Gogh e fez parte do grupo dos 20 lá pelo final dos anos 1880. Esse momento da Belle
Époque é um momento de grande efervescência cultural.

Em 1899 foi internado por alcoolismo e dois anos depois veio a falecer de sífilis e
pelo álcool. Em 1922 fundou-se o museu Toulouse-Lautrec em Albi, sua cidade natal.

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10) “O SURREALISMO DE MAGRITTE” (1898 – 1967):

Nasceu René Magritte na cidade de Lessiness, Bélgica. Seu pai era alfaiate e sua
mãe trabalhava com moda. Magritte casou-se com Georgette Berger (1922), com quem
viveu até falecer. O artista estudou na Academia Real de Belas Artes em Bruxelas (1916
–18). Vamos destacar algumas das obras de Magritte de diversas fases:
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1) “Mulher ao piano” (1923), influência cubista com cores sóbrias.

2) “O Jóquei perdido”, (1926) primeira obra surrealista, elementos deste quadro se


repetem em outros, como as colunas com galhos, as cortinas pretas, e o jóquei.
Como fazem os surrealistas, há uma paisagem em cima, e a terra embaixo.

3) “A Reprodução Interdita” (1937) ou imagem interrompida. Um espelho, um livro


refletido corretamente, e um homem de costas, tendo sua imagem sido refletida
igualmente, de costas, ao invés de refletir sua face. Provoca o estranhamento.

4) “O Mundo proibido” (1944), obra de inspiração impressionista, especialmente de


Renoir. Não há sombras negras, as que há são vermelhas.

5) “O Libertador” (1947), homem sentado coberto com uma capa vermelha, com
signos marcados no peito: uma chave, um cachimbo, um pássaro, etc. Essas
imagens remetem aos mesmos símbolos de outras obras, e evocam imagens
inconscientes, do mundo interior. Esse jogo de dualidades entre exterior e interior
é típico do Surrealismo.

6) “Tempo trespassado” (1939), há um espelho sobre a lareira e um relógio pousado


sobre ela, está tudo na normalidade. O estranhamento se dá com a saída da
locomotiva de dentro da chaminé. Poderia ser um túnel mas é uma chaminé.

7) “Golgonda” (1953), Os mesmo homens vestidos de preto e de chapéu coco, aos


milhares, caem dos céus como se fosse uma chuva. O céu, porém, está aberto e
azul. Esses homens são homens comuns, os mesmos que andam pelas ruas, o
chamados homens medíocres. O Surrealismo se insurgiu contra a tradição, contra
o homem burguês, e contra o pictórico.

8) “A traição das imagens” (1929), enfatiza o caráter representativo da pintura, daí o


inusitado da obra com o sua inscrição na tela: “Isso não é um cachimbo”. Realça
o seu caráter de jogo de signos.

9) “Isso continua a não ser um cachimbo” (1952), com a mesma ideia de um


cachimbo representado com uma legenda abaixo com a inscrição acima, reforça a
necessidade, vinte anos depois, de acusar a pintura pictórica.

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10) “A MODERNIDADE DE ELISEU VISCONTI” (1866 – 1944)

Nasceu na Itália. Em 1973 emigra com a irmã para o Brasil. Em 1882 ingressa no
Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em 1890 funda com outros artistas o Ateliê
Livre abandonando a Academia Imperial de Belas Artes. Entre 1893-1900 aperfeiçoa-se
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na Europa. Realiza grandes obras, como a decoração do Theatro Municipal do Rio.


Naturalizou-se brasileiro.

Suas primeiras obras são realistas que se voltam para cenas cotidianas, de pessoas e
de construções humildes. Foi reconhecido por suas pinturas de paisagens e também por
seus retratos, por sua expressividade. Ele foi um grande pintor de nus femininos.

Ele viveu na passagem do século XIX para o século XX, e ele absorveu muitas
influências dos movimentos artísticos que estavam vigorando na Europa naquele
momento: Realismo, Simbolismo, Impressionismo. E fez também vários trabalhos
como ‘designer’.

Ele incorpora muito das cores vibrantes do Brasil. Ele faz um Impressionismo dos
trópicos.

OBS: Site do artista <eliseuvisconti.com.br>

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11) “A BRASILIDADE DE TARSILA”: (1886 – 1973)

Tarsila do Amaral foi pintora e desenhista, e nasceu em Capivari, interior de São Paulo.

Entre 1904-22 passou várias temporadas estudando na Europa. Em 1922, se juntou aos
modernistas brasileiros, com os quais formou o grupo dos cinco: Anita Malfati, Oswald de
Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Pichia.
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Entre 1924-28 dedicou-se à temática brasileira conhecida como Fase Pau-Brasil. Em 1930,
após uma Exposição em Moscou adota uma temática social.

Em 1973 falece na cidade de São Paulo.

1) “A NEGRA” (1923) – Essa representação se baseou numa fotografia de uma criada que
ela teve quando criança. Aqui há uma mãe-negra, uma ama de leite, por conta desse seio
enorme que amamenta os filhos dos patrões. Isso foi muito comum no século XIX, no
tempo da escravidão. Ela não representou o retrato, ela se inspirou na lembrança e na
fotografia. Inspirada no Cubismo, ela faz a representação simplificada e estilizada. Essa
pintura representa a feminilidade e a fertilidade da mulher. Uma imagem totêmica.

2) “AUTORRETRATO” (MANTEAU ROUGE) (1923) – Ela tem o domínio não só da


representação da figura humana, como também na composição visual do quadro. Essa
imagem é mais clássica, pelo fato dela estar representada de maneira frontal e diferente da
“Negra”, onde não há a geometrização. Ela usa técnicas diferentes para objetivos
diferentes, eis a versatilidade da artista.

Em 1924, Oswald de Andrade lança o Manifesto Pau-Brasil, e justamente este manifesto


vai estar relacionado com as próximas pinturas da Tarsila, também chamada de “Pau-Brasil”.

3) “CARNAVAL EM MADUREIRA” (1924) – Houve realmente uma Torre Eiffel em


Madureira como uma alegoria de carnaval em 1924, para homenagear Santos Dumont.

4) “MORRO DA FAVELA” (1924) – Vários casebres bem coloridos e pessoas transitando.


Essas pinturas da fase Pau-Brasil são paisagens e os personagens são representados de
forma pequena. Nessa fase ela adotou essa linguagem dita ingênua, Naïf, mas não que ela
fosse ingênua.

5) “ABAPORU” (1928) – A obra máxima, a mais conhecida de Tarsila. Ela foi pintada e
dada de presente para Oswald de Andrade. Abaporu significa “antropófago”. O cacto ali
também presente representa o sertão; essa imagem se repetirá em muitas de suas obras. Há
o sol e o personagem muito enigmático, de cabeça pequena e mãos e pés enormes.

Como a “Negra”, essa imagem também tem o intuito de criar um símbolo. Ela criou, na
verdade um personagem mítico que representa o Brasil. Essa imagem tornou-se o
símbolo do “Manifesto Antropofágico” (1928, de Oswald de Andrade). A intenção dos
artistas é tentar compreender e criar uma brasilidade na arte. Trazer, engolir as influências
do exterior e colocar para fora algo brasileiro, esses era alguns dos propósitos dos
modernistas.

6) “ANTROPOFAGIA” (1929) – Essa obra é uma fusão da “Negra” com o “Abaporu”. E


ao fundos os cactos. Então, são obras que tentam representar figuras totêmicas,
simbólicas, que representam o Brasil e a brasilidade.

7) “OPERÁRIOS” (1933) – Ela foi para Moscou expor e se influenciou pelo Comunismo.
Essa imagem representa o crescimento enorme que ocorria nas cidades no início do
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século XX no Brasil, coma industrialização. Percebe-se a miscigenação e todos


compactados numa massa de trabalhadores. Há o contraste entre a parte inferior,
humana, e a parte superior, industrializada, desumana. Com essa simplificação visual
ela procurou dar uma imagem extremamente simbólica, que também representa o
Brasil.

O artista modernista está buscando a criação e uma linguagem particular, e com essa
linguagem pessoal ele tem a liberdade de pintar. Ele pode usar as técnicas que melhor entender.
Em várias fases, em várias épocas da vida dela ela adotou estilísticas e formas de representações
diferentes.

“Parece mentira, mas foi no Brasil que tomei contato com a arte moderna” (TARSILA).

A arte Moderna tem no Brasil, além desse caráter de ruptura, um movimento que busca
renovar, romper com o academicismo, que busca romper com a tradição, mas ele busca também,
principalmente, a aproximação da arte popular com a arte brasileira.

Site Oficial da artista: <tarsiladoamaral.com.br>

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12) “MONET E O IMPRESSIONISMO”: (1840 – 1926).

Claude Monet nasceu na cidade de Paris em 1840. Em 1859, ele vai estudar na
cidade de Paris na Academia Suiça e lá conhece Pissarro. Esses artistas que ele vai
conhecer nos anos 1860, como Renoir, Sisley e Bazille são aqules que vão se juntar
para formar o grupo dos Impressionistas. Os anos de 1860 foram muito difíceis para
Monet. Após voltar da Guerra na Argélia, volta a Paris e conhece sua primeira
esposa, Camille, com quem tem seu filho Jean.
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Em 1874 Monet exporá no Ateliê do fotógrafo Nadar, que seria conhecida como
a primeira exposição impressionista.

Em 1879 sua mulher faleceu, e em 1892 Monet se casa pela segunda vez com
Alice Hoschedé. Em 1880, com uma condição financeira melhor, Monet compra
uma propriedade em Giverny, onde residiu até falecer em 1926.

O quadro “IMPRESSÃO, SOL LEVANTE” (1872), foi quem deu origem a essa
expressão impressionismo. Essa passagem é marinha, representa o sol nascente. E a
forma de pintar, com pinceladas curtas, firmes e com poucos traços, consegue
construir as formas, ou seja, os barcos, os guindastes, as pessoas, o sol, o brilho do
sol na água, as ondas, essa maneira peculiar de pintar faz com que um crítico da
época que esteve na exposição, dissesse que esse era um quadro inacabado, que
seria uma impressão de pintura, isso de forma sarcástica. E também que os artistas
como Monet não eram artistas prontos, completos, eles eram impressões de artistas,
quase artistas, era uma quase pintura.

E esse modo de dizer impressionista casou bem, porque essa forma de pintar já
vinha se desenvolvendo, o modo como eles queriam pintar principalmente paisagens
de uma maneira rápida, captando as impressões visuais que eles estavam
presenciando naquele momento. E para pintar dessa maneira, eles precisavam pintar
ao ar livre. E pintar ao ar livre era contra as regras preconizadas pelas Academias,
principalmente pela Academia de Belas Artes de Paris. E a forma tradicional de se
pintar era através de sobreposições de camadas de tinta, porque ao fazer várias
camadas as pinceladas ficavam sem aparecer, assim, esse seria o acabamento final
das pinturas, pinceladas que pouco apareciam.

Mas nesse caso, como as pinturas eram feitas ao ar a livre, de maneira muito
rápida, justamente a pincelada se tornou uma assinatura dos artistas. A partir desse
momento, cada qual com suas pinceladas, criou uma característica, a de Monet, uma
característica de Renoir, etc.

- “TERRAÇO EM SAINTE-ADRESSE” (1867):

Além dos personagens em cena, temos duas bandeiras tremulando e ao fundo


vemos barcos à vapor com as fumaças sendo levadas pelo vento. Chama atenção
esse movimento, esse dinamismo da cena, olhando para essa pintura se pode
imaginar o vento que estava ocorrendo naquele momento, naquele instante em
que o artista estava presenciando. Além do cuidado com as plantas e flores.

- “O BERÇO: CAMILLE COM SEU FILHO JEAN” (1867):

Eis uma cena familiar com seu primeiro filho. Teve mais um filho com
Camille. Vale observar o contraste entre o fundo da composição, aquela cortina
branca, que representa com pinceladas muito rápidas, muito simplificadas, e o
contraste da maneira como ele representa o lençol que cobre o berço. Aqui ele
representa com mais cuidado, tanto as texturas como as padronagens visuais que
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a gente vê com mais requinte, com mais cuidado. Ele dá mais ênfase a certos
lugares que a outras, isso é uma escolha visual.

- “ESTRADA PARA SÃO SIMEÃO HONFLEUR” (1867):

Outra pintura anterior à exposição dos Impressionistas, que foi na década


de 1870. Essa atitude nova de pintar que rompe com a Academia, de pintar ao ar
livre, não escolhia tempo nem clima. Eles pintavam a qualquer hora do dia ou
mesmo da noite, em qualquer condição climática. Além da neve, as árvores
estão desfolhadas, uma típica cena de inverno. Como uma máquina fotográfica,
nesse sentido a fotografia foi de crucial importância para os impressionista,
porque, tal qual uma máquina fotográfica, desejavam capturar através de uma
pintura o que eles presenciavam naquele momento. Eles precisavam pintar da
maneira mais rápida possível. Não necessariamente eles terminavam a pintura
naquele local, podendo fazer algum acabamento e finalização no estúdio. Mas,
grande parte da pintura eles faziam ‘in locu’. Eles faziam ‘em pleine air’, ao ar
livre.

Por outro lado, eles se diferenciavam da fotografia porque os resultados


da fotografia são imagens absolutamente nítidas e a pintura impressionista vai
justamente buscando não dar nitidez. Porque o impressionista não queria
representar as paisagens em seus mínimos detalhes. Eles queriam representar a
sua impressão e essa impressão fez com que eles representassem de maneira
rápida e as pinturas tivessem uma aparência de inacabadas. Se a fotografia os
influenciou a pintar tal qual tivessem fotografando, o resultado final da pintura é
muito diferente da fotografia, ou seja, uma imagem sem nitidez. Foram eles, os
impressionistas, que abriram as portas para a arte modernista. O Ipressionismo
foi uma revolução pictórica.

- O que Monet em especial, e os impressionistas em geral estavam interessados,


era em captar as modificações de luz e cor que eles estavam presenciando. E aí
ao representarem paisagens, cenas urbanas, eles usavam esses temas para seus
estudos de luz e de cor. Então, vejam que o tema não era o objetivo principal, o
tema na verdade é a matéria-prima que ele utiliza para seus estudos de luz e cor.
Vemos uma mudança de mentalidade e de atitude artística. Na arte da tradição,
da arte acadêmica, o tema era fundamental, por exemplo, as representações de
temas bíblicos, mitológicos, a pintura histórica de uma maneira geral era o
objetivo dos artistas. Já no Impressionismo, o tema está em segundo plano,
porque o importante é fazer seus estudos de luz e de cor.

- Eis algumas séries de Monet, e essa ideia de fazer séries é muito importante
para nós entendermos a mentalidade do Monet e dos impressionistas de uma
maneira geral, porque ao representarem o mesmo tempo consecutivamente, iam
aprimorando seus estudos de luz e cor.
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“GARE SAINT-LAZARE:A CHEGADA DO TREM” (1877):

O objetivo do Monet não era representar figurativamente a estação do


trem. Na verdade o que ele queria através das pinturas eram as modificações de
luz e de cor que ele presenciava ao estar ali na estação do trem. E mais ainda, ao
presenciar a chagada dos trens, ele está captando os efeitos de luz e de cor que
ele presencia quando as fumaças saem das chaminés das locomotivas e se
misturam com a luz que vinha e passava através dos telhados de ferro e vidro. O
seu objetivo é capturar esses momentos fugidios.

“GARE SAINT-LAZARE: EFEITO DE SOL” (1877):

Aqui ele já está na parte externa da Gare e aqui ele está captando este
burburinho da cidade, ao fundo há algumas edificações de Paris. Vemos também
muita fumaça misturando naquele ambiente, só que neste momento nós vemos
um efeito de sol, a paisagem está iluminada pelo efeito do dia. E notem que
nesta pintura as cores são mais quentes, contrastantes, comparadas com as da
pintura anterior que ele está pintando dentro da estação, e ali já não há tanta luz
de fora entrando. Monet foi um obsedado em pintar essas impressões visuais que
ele captava.

“CATEDRAL DE ROUEN EM PLENO SOL” (1892):

Talvez a série mais famosa de Monet. Aqui ele representa a fachada da


Igreja e as cores que ele consegue visualizar, presenciar, naquele momento que o
sol está a pino. As cores da pedra são cores de areia, um amarelo claro, que
contrastam com o céu azul anil. Interessante que ele alugou um estúdio que
ficavanum segundo andar nessa praça de Rouen. E ele ficava observando o dia
inteiro a Catedral de Rouen. Ele ficava numa posição mais a diagonal, por isso a
catedral aparece um pouquinho de lado. Ele pintava vários quadros ao mesmo
tempo. De acordo com o tempo e o clima que ele estava vivenciando, ele ia
pintando os quadros individualmente.

“CATEDRAL DE ROUEN AO SOL POENTE: SINFONIA EM CINZA


E ROSA” (1892):

Nesse momento, nesse dia, ele conseguiu captar luz especial de fim de
tarde, que trouxe esse tom rosa para a catedral. Então a gente vê não só tons
rosa, mas azul-claros, ou seja, o que ele está reproduzindo aqui é totalmente
diverso da tela anterior. Em cada pintura a paleta de cores se modifica
completamente, porque se modificam também as condições climáticas que ele
estava presenciando naquele momento.

“O LAGO DAS NINFEIAS: HARMONIA VERDE” (1899):

Talvez seja a série mais conhecida e importante de Monet, do seu lago e


também das ninfeias, que ficam na superfície com flores muito belas. Ele cria
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esse lago artificialmente e passa os últimos anos de sua vida pintando e


representando as paisagens e as plantas que ele via nessa propriedade de
Giverny. Ele sofria de catarata, e nos últimos dias de sua vida ele estava quase
cego, mesmo assim ele continuou pintando, mas ele foi pintando cada vez mais
telas grandes, de dimensões maiores, e foi pintando cada vez mais detalhes. Ele
passa seus últimos dias pintando as ninfeias.

“O LAGO DAS NINFEIAS: HARMONIA ROSA” (1900):

Dando continuidade à ideia de pintar séries, aqui, o mesmo lago das


ninfeias recebe o equilíbrio entre os verdes e os rosas.

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13) “CAMILLE CLAUDEL: REVOLUÇÃO NA ESCULTURA” (1864 – 1943).

Nasceu em Villeneuve-sur-Fère, França, norte de Paris. Até pouco tempo atrás, ela
era conhecida como a irmã do escritor Paul Claudel e como amante e musa do famoso
escultor Auguste Rodin. Rodin é um dos grandes nomes da escultura moderna ocidental.
O trabalho de Rodin na escultura é comparável ao trabalho de Claude Monet na pintura.
Ambos foram revolucionários no seu ‘metié’.

Não se pode conceber o impacto que Rodin teve na escultura sem a figura de
Camille Claudel, porque ela não foi só sua amante e musa, ela foi também sua
assistente, sua companheira e sua confidente.
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Quando sua família mudou-se para Paris (1881), ela estudou da


Academia Colarossi (na Academia de Belas-Artes mulheres eram proibidas). Em 1882,
Camille também alugou um estúdio com três escultoras britânicas.

Camille teria conhecido Rodin por intermédio de seu tutor Alfred Boucher. Ela
se tornou modelo, assistente, amante e confidente do escultor, que vivia há 20 anos com
Rose Beuret e tinha um filho. O relacionamento conturbado entre os dois durou entre
1884 e 1893. Camille não foi reconhecida nem por Rodin e nem pela sociedade da
época, pois considerava-se que ela copiava Rodin. Hoje temos o Museu Camille Claudel
(2017), em Nogent-sur-seine, ao sul de Paris. Ele foi sendo descoberta, com vários
estudos, a partir dos anos 1980 para cá.

- “A DANAIDE”, Rodin (1889).

Não só Rodin como Camille representam o corpo humano, mas eles buscam
fazer a ligação entre a representação do corpo e a representação do chão, da terra. A
gente vê que há uma ligação entre matéria e figura. E é isso que vai criar essa mudança
grande na escultura nesse momento. Os escultores vão deixando a representação
meramente figurativa e vão se dedicando também à matéria, ao material que eles estão
trabalhando. Por isso a mudança da escultura dita moderna no século XX.

Ambos buscavam uma maior representatividade da figura humana. Eles


conversam com os Pós-impressionistas, a expressividade com que eles procuram a suas
esculturas dialogam com o que Van Gogh, Gauguin também estavam buscando na
pintura, quer dizer, a representação das suas emoções através da pintura, e também da
escultura.

- “A VALSA” (1905), bronze.

Nós vemos um casal dançando e também se amando, é uma dança sensual,


romântica. Nos inícios dos estudos para essa obra o casal era representado todo nu, mas
acabou que ela teve que criar essa saia por uma questão de decoro. Mas por outro lado
essa saia também cria um movimento muito interessante na escultura. Essa
diagonalidade da escultura cria uma expressividade muito grande.

- “A IDADE MADURA” (1902), bronze.

É considerada a obra-prima de Camille Claudel. E a história dessa obra também


é muito controversa porque a origem dessa obra foi a partir de uma encomenda do
Estado francês e ela chegou a mostrar os moldes em gesso desse conjunto escultórico,
mas essa encomenda acabou sendo cancelada pelo Estado. Só depois, em 1902, um
colecionador particular pagou pela fundição dessa obra e ele foi executada em bronze.
Não se sabe ao certo o porquê desse cancelamento. E existe uma versão de que o
próprio Rodin teria convencido o Estado francês a cancelar esta encomenda. Por que?
Nós vemos aqui a figura de um homem caminhando e uma mulher jovem de joelhos.
Ela ergue os braços tentando pegar nas mãos do homem, porém existe uma outra mulher
atrás desse homem que o empurra pra frente, impedindo-o de tocar nas mãos da mulher
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ajoelhada. Pode-se fazer uma leitura auto-biográfica dessa escultura: Camille seria a
mulher de joelhos suplicando pelo homem, o homem seria Rodin, e a outra mulher,
Rose, a sua companheira, que não o estava deixando ficar com a jovem. Porém, pelo
título, “A Idade Madura”, significaria a passagem do tempo.

- “PERSEU E MEDUSA” (1897), mármore.

É um tema clássico, mitológico, procurando diferenciar-se do moderno de


Rodin. A Medusa seria o autorretrato de Camille. Medusa era um monstro que Perseu
cortou a cabeça e colocou em seu escudo. A imagem d Medusa enquanto monstro traz a
Camille a ideia de auto-punição.

- Camille expôs no Salão de Outono, no Salão dos Independentes e em galerias como a


de Eugene Blot. No entanto, isso não permitiu que a artista consolidasse a sua carreira e,
aos poucos, ela foi empobrecendo e se isolando do convívio social. Se achava
perseguida por Rodin, tinha delírios persecutórios nesse sentido, e acabou destruindo
muitas de suas obras.

- No dia 10/03/1913 (oito dias após a morte de seu pai), ela foi internada numa
instituição psiquiátrica em Ville-Evrard. Em 1914, ela foi transferida para
Montdevergues, onde permaneceu até falecer, em 1943, aos 78 anos.

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- PERGUNTAS E RESPOSTAS:

1) Ela chegou a produzir ou a escrever algo na clínica nesses 30 anos?

Infelizmente ela não produziu nada. Ela foi realmente excluída não só do convívio
social, com da família e de sua própria arte. Nem mesmo desenhos. A carreira dela foi
completamente abortada naquele momento em que ela foi para a Instituição psiquiátrica.
Agora existem muitas cartas que ela fez durante esses anos, e é a partir delas que se
baseou filme de “Camille Claudel” com Juliete Binoche.

2) Rodin e Camille pertenciam ao movimento realista ou ao modernista?

Em escultura é um pouco difícil de fazer uma relação com o que aconteceu na pintura.
O que podemos dizer é que as esculturas de Rodin e de Camille são já esculturas
modernas. Porque elas buscam já romper com a tradição não só acadêmica, mas com o
legado clássico da escultura. Então eu diria que Rodin e Camille estão para a escultura,
assim como os Impressionistas e os Pós-impressionistas estavam para a pintura. Diria,
então, que eles são modernos.

3) As obras em gesso eram as obras finais ou eram a base para fazer os moldes de
fundição?

Depende, as esculturas em argila e gesso tanto podem ser moldes para posterior
fundição, como também você pode fazer escultura em gesso sendo um trabalho
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definitivo. Aquele busto de Paul Claudel com 13 anos é feito em gesso patinado
(pátina).

4) O caso com Rodin foi o gatilho para a loucura?

Sim, após a separação de Rodin e também o afastamento com o convívio com a família,
ela começou a ter delírios paranoicos. Manias de perseguição, como se Rodin estivesse
perseguindo ela, como se Rodin quisesse não só roubar os trabalhos dela, como roubar
as ideias dela. Ainda que Rodin não estivesse mandando pessoas roubar os trabalhos
dela, como ela imaginava e escrevia isso, pode existir um fundo de verdade que gerou o
gatilho para esses delírios. Então a relação de Rodin com ela pode ter gerado esses
gatilhos que deram esses delírios de perseguição que ela tinha, quer dizer, uma relação
opressora, uma relação castradora de Rodin com ela pode ter gerado esses processos.

5) Pode-se dizer que Rodin tentou diminui-la em função do talento que ela tinha?

Rodin não deu a devida independência e o devido reconhecimento ao trabalho da


Camille que ela sempre buscou. Mas isso ocorreu não apenas porque ele era um homem
perverso, mas porque ele era um homem do seu tempo.Naquela época a sociedade era
machista, em que a mulher era vista com um papel coadjuvante. Ele sempre a tratou
como uma coadjuvante, muito também por conta do momento, da conjuntunra da
sociedade que se vivia. Ela não perdoou isso jamais.

6) Qual o motivo do espaço de tempo entre a confecção e a fundição da obra?

A resposta para isso é seguinte, os materiais usados para esse tipo de trabalho eram
muito caros. Há o motivo aditivo e o subtrativo. O mármore subtrai, a argila e o bronze
adicionam. O bronze e o mármore são muito caros, então, para se conseguir recursos
para a confecção final do trabalho demorava um tempo. É por isso que havia muitas
vezes esse hiato entre o momento do molde até a produção definitiva.

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14) “A CRIATIVIDADE DE PICASSO” (1881 – 1973):

Pablo Picasso nasceu na cidade de Málaga (Espanha). Foi pintor, escultor, gravador,
ceramista, cenógrafo e escritor. Deixou milhares de obras de arte. Seu pai era pintor e
professor. Além de aprender pintura com o pai, Picasso estudou em Barcelona e Madrid
( real Academia de Belas Artes de São Fernando). Frequentou o Museu do Prado, onde
se influenciou. Velazquez foi uma de suas grandes influências.

Aos 19 anos mudou-se para Paris e seus trabalhos têm influência do Pós-
impressionismo. Após a morte de um amigo (1901), suas obras adquiriram tons
azulados (Fase Azul), com ar melancólico. Em 1904 passou a representar figuras
circenses (Fase Rosa). Se influencia com esculturas e máscaras africanas, chegando a
colecioná-las. Com Georges Braque funda o Cubismo e conquista grande fama. Se
influencia pelo Surrealismo e até pelo Classicismo. A partir da década de 1940
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diversificou produzindo esculturas e cerâmicas. Picasso falece aos 91 anos em Mougins,


no sul da França.

- “AS SENHORITAS DE AVIGNON” (1907):

Revolucionou a pintura ocidental. Nesse momento, além da influência da arte


africana, ele já teve contato com Cézanne que foi fundamental para modificar não
apenas o olhar de Picasso mas a sua forma de pintar. Qual a importância dessa pintura
para a arte moderna e para a arte Ocidental de uma maneira geral?

Essa pintura representa várias mulheres que na verdade são prostitutas de um


bairro de Barcelona. E a maneira como ele representa a figura humana, ou seja, os
rostos, são formas pontiagudas, geometrizadas, tendem para a simplificação.

Os rostos, num deles há o modo de representar da arte egípcia, ou seja, você


representa a figura humana de perfil. Já nas duas figuras da cena direita a gente
consegue observar influências das máscaras africanas. As cores que ele utiliza neste
quadro não são cores berrantes, fortes e contrastantes. O que ele faz aqui é romper com
a forma tradicional de representar a figura humana, simplificando, esquematizando e
principalmente rompendo com a perspectiva linear, ou seja, a ilusão de profundidade na
cena. É como se ele tivesse chapando, bidimensionalizando a pintura.

No canto inferior há frutas, elas representam uma natureza-morta, que é um


elemento de ligação com a tradição. Agora, a natureza-morte pode ter um significado
simbólico, porque assim como as frutas vão perecer, as moças que estão lá nuas, no
auge de suas juventudes, elas vão envelhecer e perecer.

- “MA JOLIE” (“Minha Linda”); (1911-12):

Representação cubista em que não podemos identificar a fisionomia nem o corpo


da retratada. Se anteriormente nós vimos a desconstrução da figuração humana com
formas geométricas, aqui houve uma total desconstrução da figuração humana, aqui a
gente vê praticamente um quadro abstrato. Aqui nós temos aquela fase do Cubismo
analítico em que o artista, e Braque, desconstroem a forma de representação clássica,
em que se utilizava a perspectiva. A ideia é que os elementos possam ser vistos por
vários ângulos ao mesmo tempo. E aqui a gente também não vê cores fortes e
contrastantes, mas sóbrias. O artista queria dar ênfase à forma e não à emoção, por isso
o interesse dele é formal.

- “DUAS MULHERES CORRENDO NA PRAIA” (1922):

Vemos duas banhistas pintadas à maneira clássica. Essas mulheres são


corpulentas, são grandes, formas humanas avantajadas. Aqui há um clássico idealizado.

- “BANHISTA COM UMA BOLA NA PRAIA” (1932):

Aqui ele faz o que seria uma figura de uma banhista totalmente imaginária. Tem
elementos do Surrealismo. É uma maneira de representar a figura humana
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completamente esquematizada, imaginária, daí sua ligação com o Surrealismo. Mas


ainda há elementos da realidade, como o mar, uma casa no canto esquerdo, o céu,
elementos da tradição.

- “O SONHO” (1932):

Nesse retrato vemos alguns elementos do Cubismo, mas é um Cubismo bem


mais delicado. Vemos cores chapadas, cores contrastantes, e isso não era utilizado no
Cubismo analítico. O rosto dela aparece dividido ao meio, e alguns consideram que a
forma da sua cabeça é uma representação do pênis de Picasso, uma influência do
Surrealismo.

- “GUERNICA” (1937):

Representa os horrores da guerra, a destruição e a morte. Em 1937 houve um


bombardeio numa pequena cidade dos países Bascos, Guernica, resultado da Guerra
Civil Espanhola que assolou o país entre 1936 e 1939. Esse painel foi contratado pelo
governo republicano da Espanha que tinha sido derrubado pelo golpe militar de 1936,
para ser exposta na Exposição Internacional de Paris.

Essa obra tem elementos clássicos e modernos. As figuras humanas são


utilizadas à moda do Cubismo. A representação do boi seria a fúria ou a violência, o
cavalo representaria o povo que está sendo massacrado. Essa forma de pintar as figuras
é também muito expressiva. O artista apenas quis usar o branco, o preto e tons de cinza
para acentuar a dramaticidade da cena.

Esse quadro fez um grande sucesso, causou um grande impacto, ele viajou o
mundo.

- “O MISTÉRIO DE PICASSO”; filme de Henri-Georges Cluzot, 1956. (Youtube).

15) “VELÁZQUEZ E O BARROCO ESPANHOL”:

O termo Barroco significa uma pérola deformada ou imperfeita, sendo usado (de
uma forma pejorativa) para designar algo muito rebuscado ou enfeitado.

Na História da Arte, definiu-se como Barroco o estilo artístico desenvolvido na


Europa ao longo do século XVII e também na América no século XVIII. É o caso do
Brasil, o Barroco brasileiro é um estilo artístico que se desenvolve na região
mineradoura, de Minas Gerais, e também em algumas capitais como Pernambuco,
Salvador, por conta da extração do ouro e o ouro sendo usado para a decoração das
igrejas.

O Barroco foi impulsionado principalmente pela Contrarreforma católica e pela


ascensão do absolutismo na Europa. Quando a gente vê a arte de Velázquez a gente vê
essas duas questões implicadas.
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Na Contrarreforma da segunda metade do século XVI cria-se uma arte retórica,


uma arte mais emocional. Uma arte que comunicasse mais com o fiel, e o Barroco foi a
consequência desse movimento no mundo católico.

Nas pinturas, a emoção e a dramaticidade foram intensificadas, através de fortes


contrastes de luz e sombra. Caravaggio é um dos principais nomes da pintura barroca e
ele vai criar uma Escola que acentua essa dramaticidade de luz e de sombra que vai
tomar conta da Europa. Alguns dos principais pintores espanhóis são: Juan de Valdez
Leal, José de Ribera e Diego Velázquez.

Quando as sombras são maiores que os locais iluminados, a gente dá o nome


diddo de “tenebrismo”. Essa sombra predominando é que dá esse ar sobrenatural às
pinturas.

Os temas barrocos não são apenas religiosos, representa-se cenas cotidianos,


como o do “O jovem mendigo”, de Bartolomé Murillo.

Diego Velázquez ( 1599 – 1660) nasceu em Sevilla, na Espanha, e morreu em


Madri. Em 1617 torna-se pintor. Em 1623 foi nomeado pintor da corte de Felipe IV. A
sua vida artística está praticamente toda imbricada na sua vida na Corte espanhola. E
grande parte das obras de Velázquez que estão no Museu do Prado são da etapa em que
ele trabalhou para a Corte de Felipe IV.

A obra “Las Meninas” é a obra prima de Velázquez, produzida em 1656, é uma


obra prima da História da Arte Ocidental. Que não só gerou várias discussões
acadêmicas, o filósofo Michel Foucault tem um trabalho especificamente a respeito
desta tela. E ela inspirou também muitas releituras contemporâneas. Ela é tão
importante e significativa, em primeiro lugar ela representa os bastidores de uma sessão
de pintura. Nesse momomento, o casal de reis espanhóis está sendo pintado, e de
repente a Infanta Margarida e seu séquito chegam naquele ambiente e surpreendem o
casal real.

Tanto nós quanto os reis espanhóis somos expectadores dessa tela e isso gera
uma grande discussão, que é uma tela que é para ser vista mas é uma tela que nos
observa. Esse jogo de ver e ser visto é que gerou não só muitas releituras artísticas,
como discussões filosóficas.

Picasso foi um que fez uma releitura desse quadro.

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