Apostila Pfister PDF 2015 Atualizada

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"AS PIRÂMIDES COLORIDAS DE PFISTER"

Apostila elaborada por Eni Ribeiro da Silva e Marcela Darley Mariano*


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Sumário

1 Histórico do teste de Pfister............................................................................................ 03


1.1 Fundamentação teórica do Pfister ...............................................................................04
2 Material do teste..............................................................................................................05
3 Condições para aplicação...............................................................................................05
4 Instruções e forma de aplicação......................................................................................06
5 Correção e análise dos resultados .................................................................................08
5.1 Cores............................................................................................................................08
5.2 Cores por dupla ...........................................................................................................12
5.3 Síndromes cromáticas............................................................................................. ....13
5.4 Fórmula cromática .......................................................................................................15
5.5 Variação cromática (VCo) e variação de matizes (VMa)..............................................17
5.6 Processo de execução..................................................................................................18
5.7 Modo de colocação.......................................................................................................18
5.8 Aspecto formal..............................................................................................................20
5.9 Análise do aspecto formal no conjunto das três pirâmides...........................................26
6 Psicopatologia..................................................................................................................26
7 Elaboração de síntese.....................................................................................................28
8 Exemplo de síntese ........................................................................................................28
Referências.........................................................................................................................29
Anexo 1...............................................................................................................................29

Apostila elaborada por Eni Ribeiro da Silva e Marcela Darley Mariano


Endereço comercial: Rua Juacema, 56 sala 08 – contato: 9958.8000 ou 9658.4056
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1 Histórico do teste de Pfister

O criador do teste, Max Pfister (1889-1958) nasceu em Zurique, Suíça. Revelou desde
jovem, dons artísticos, começando a se interessar por teatro e cenografia, bem como música,
desenho e poesia, adaptando óperas para apresentações teatrais. Estudou arquitetura, se
dedicando e obtendo sucesso na área. Casou-se, mas logo divorciou-se. Ao conhecer a bailarina
e diretora de uma escola de dança, Suzanne Perrottet, se envolveu com o mundo da dança e
tornou-se cenógrafo, bailarino e coreógrafo, se destacando no campo das artes cênicas com o
pseudônimo de Max Terpis. Nesse contexto, seu contato com as luzes e cores fizeram com que
descobrisse os valores expressivos e o significado emocional das mesmas. (VILLEMOR-
AMARAL, 2012).
Alguns anos depois, problemas de saúde o impediram de continuar na dança, levando-o a
interessar-se pela psicologia, graças ao seu tato e sensibilidade no relacionamento com os
colegas e alunos. Estudou no Instituto de Psicologia Aplicada de Zurique, sendo seu trabalho de
conclusão de curso a criação da técnica das pirâmides coloridas para avaliação da
personalidade. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).
Pfister criou o teste das pirâmides em 1951, na Suíça, e em sua forma original, consistia
na execução de três pirâmides utilizando-se de quadradinhos coloridos, numa variedade de 10
cores e 24 matizes. (VILLEMOR-AMARAL, 2011). Teve como base sua experiência artística
com as cores, movido por inspiração artística em detrimento da ciência, apoiando-se nas
impressões subjetivas que as cores produziam nas pessoas. Utilizou-se também de sua
experiência em arquitetura, já que a estrutura de pirâmide permite a grande variedade de
configurações no resultado do teste. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).
Contudo, seu trabalho não foi reconhecido e nem sequer publicado. Foram Robert Heiss e
Hildegard Hiltmann, da Universidade de Friburgo, na Alemanha, que se interessaram pelo
método, desenvolveram pesquisas sistemáticas e publicaram no ano de 1951, o livro Der
Farbpyramiden-test, nach Max Pfister, pela editora Hans Huber. No Brasil, o teste de Pfister foi
introduzido na disciplina Técnicas Projetivas do curso de Psicologia Clínica da Faculdade de
Filosofia da PUC-SP, em 1956, pelo professor Fernando de Villemor Amaral, que conheceu a
técnica durante a realização de estudos na França, entre 1953 e 1955. (VILLEMOR-AMARAL,
2012).
A primeira publicação no Brasil sobre a técnica foi de Ginsberg (1956), seguida de
Villemor Amaral & Villemor Amaral (1959) e da primeira edição de seu manual em 1966. Entre as
décadas de 60 e 70 encontram-se várias publicações sobre o Pfister, sendo que logo após esse
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período a técnica ganha reconhecimento nos meios acadêmicos e clínicos, embora haja
considerável redução na produção de pesquisas. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).

1.1 Fundamentação teórica do Pfister

O conhecimento acerca da relação entre cor e emoção advém dos mais variados campos,
desde os primórdios da humanidade, originando-se do senso comum, passando para as teorias
mais elaboradas e procedimentos científicos complexos, chegando aos atuais paradigmas da
ciência. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).
A cor é um estímulo natural que faz parte da vida do ser humano, sendo necessário
apenas a integridade dos receptores visuais para acessá-la. Desde as pinturas rupestres, na
qual as cores eram extraídas da natureza, já havia o contato do ser humano com a
representação que a cor atribuía às imagens impressas nas paredes das cavernas. (VILLEMOR-
AMARAL, 2012).
Diversos pintores e poetas realizaram vários comentários sobre a função das cores de
provocar emoções, e a relação desta com a forma, sendo diversas discussões sobre a cor nas
variadas correntes artísticas. Um exemplo é Goethe, que dedicou boa parte de sua obra ao
estudo das cores, considerando as cores distribuídas em dois pólos: um positivo (cores alegres)
e outro negativo (cores sombrias, frias). Para Goethe, a cor é um dos elementos mais
importantes da expressão artística, levando as pessoas a sentirem alegria na percepção da cor,
sendo que o olho necessitaria dela assim como da própria luz. Considerando sua experiência no
hemisfério norte, apontou o fato de que após muitos dias de chuva, a sensação de prazer com o
sol iluminando os objetos, tornando as cores intensas, provaria a importância da cor,
demonstrando vivacidade. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).
Também no campo religioso, as cores são utilizadas enquanto representação de estados
espirituais e emocionais. Na Igreja Católica, por exemplo, a cor roxa simboliza a angústia, o
sofrimento, a tristeza. Na Umbanda, os orixás são representados por cores que traduzem suas
principais características de personalidade, sendo que, as divindades Ogum, Yansan e Obá, têm
como símbolo a cor vermelha e associam-se à violência, energia e guerra; Yemanjá, simbolizada
pela cor azul, é caracterizada como protetora, defensora dos filhos e autoritária e assim por
diante. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).
No campo das ciências, Isaac Newton, em 1672, propôs as primeiras teorias sobre a cor
enquanto fenômeno físico, mostrando que as cores vem da luz e não dos objetos, constituindo-
se por pigmentos refletores do raio luminoso. Dessa forma, ao se perceber a cor, está
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acontecendo uma estimulação por determinadas ondas eletromagnéticas e cada
cor, dessa maneira, é resultante de uma onda luminosa, tendo características próprias que a
distingue das demais. (VILLEMOR-AMARAL, 2012).

2 Material do teste

O teste de Pfister constitui-se de:

 Jogo com quadrículos coloridos composto de 10 cores, subdivididas em 24 tonalidades,


havendo no mínimo 45 unidades de cada tom e a mesma quantidade para todos os tons;
 Três ou mais cartelas contendo o esquema de uma pirâmide;
 Folha de protocolo;
 Mostruário de cores.

3 Condições para aplicação

A técnica pode ser administrada em crianças desde os sete anos de idade, até indivíduos
idosos, pessoas com transtornos mentais leves ou graves. Deve-se excluir apenas casos em
que houver deficiências em distinguir cores, como o daltonismo, por exemplo. Por isso é
fundamental questionar o examinando quanto a sua capacidade de visualizar cores, e havendo
alguma dúvida, testes simples para visão cromática devem ser realizados.
Importante ressaltar que o estudo mais recente do Pfister foi realizado com pessoas de 18
a 66 anos, e as tabelas do manual foram elaboradas a partir dos dados encontrados nesta
amostra.
É um teste de execução individual, que dura em média 15 minutos. O examinando deve
ser recebido num ambiente que possa se sentir acolhido, calmo, tranquilo, com condições
adequadas. Como em qualquer aplicação de teste, é fundamental um local silencioso, iluminado
com lâmpada tradicional ou luz do dia, desde que não haja incidência de sol diretamente sobre o
material do teste. Também é necessário utilizar uma mesa com superfície regular, cor neutra,
evitando-se decorações repletas de cores.
Se o encontro de aplicação do Pfister não tiver sido antecedido de nenhum outro contato
com o examinando, é necessária a reserva de tempo para estabelecimento de um rapport. É
importante que a pessoa seja informada sobre os propósitos do exame e esclarecida acerca dos

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objetivos finais, cuidando-se para que não seja transmitida nenhuma falsa idéia a respeito do
teste.
Orienta-se o examinando, dizendo que ele realizará uma atividade que pretende conhecê-
lo melhor e que os resultados auxiliarão o psicólogo a responder perguntas relacionadas ao
motivo do exame. Adaptar quanto a esta questão, por exemplo, em situação clínica, trata-se de
responder a questões relativas à queixa; em seleção, conhecer mais sobre as características
relacionadas ao cargo.

4 Instruções e forma de aplicação

As instruções devem ser dadas de forma padronizada, para evitar vieses na interpretação.
O material não deve ser exposto até o início das instruções. Dizer:

"Aqui temos uma grande quantidade de papeizinhos com cores e tonalidades diversas
(nesse momento, abrir a caixa com os quadrículos e despejá-los sobre a mesa, misturando
levemente) e o esquema de uma pirâmide (mostrar apenas o primeiro cartão). Cobrindo-se os
espaços da pirâmide, obtém-se uma pirâmide colorida. Você deve fazer sua pirâmide
usando as cores que quiser, pode trocar ou substituir à vontade, até que a pirâmide fique
do seu gosto, fique bonita para você. Alguma dúvida? Então pode começar."

Após passar as instruções, deve-se anotar todas as atitudes do indivíduo, seus


comentários, cada escolha de cor e o lugar em que esta é colocada no esquema, registrando o
modo de colocação e processo de execução.
Cada cor tem um código e cada espaço do esquema da pirâmide também. No verso do
protocolo de registro, assinala-se cada espaço do esquema onde as cores são colocadas, na
ordem na qual forem sendo preenchidos, anotando-se ao lado a cor que foi escolhida para
preencher tal espaço.
Ao concluir a primeira pirâmide, retira-se cuidadosamente o trabalho realizado, para que
não se desmanche, colocando-o fora do alcance da visão do examinando. Em seguida,
apresenta-se o segundo esquema, com a seguinte instrução:

"Agora eu gostaria que você fizesse outra e depois ainda há mais uma a ser feita".

A segunda pirâmide também deve ser retirada com cuidado e colocada fora do alcance da

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visão do examinando. Após a realização das três pirâmides, as outras duas devem ser postas
sobre a mesa, juntamente com a terceira pirâmide feita, na sequência na qual foram realizadas,
da esquerda para a direita, alinhadas, na frente do examinando. Deve-se fazer um breve
inquérito, da seguinte maneira:

Muito bem, aqui estão as três pirâmides que você fez.


 Qual delas você acha que ficou a mais bonita, de qual você mais gosta? Por quê?
 De qual delas menos gosta? Por quê?
 Geralmente, de qual cor gosta mais?
 De qual cor menos gosta em geral?
 Aqui no teste, qual a sua cor preferida?
 De qual cor do material você menos gostou?

O objetivo deste inquérito é conhecer as impressões e possíveis reflexões do sujeito


sobre o trabalho que realizou, bem como verificar se há ou não coerência entre seus
comentários e o que foi produzido. Após o inquérito, finalizar a aplicação questionando ao
examinando o que este achou do teste, como está se sentindo, se gostaria de dizer mais alguma
coisa ou se tem alguma dúvida.
Ao fim da aplicação, sem a presença do examinando, as anotações das cores devem ser
conferidas, verificando se o registro corresponde ao trabalho executado. Em seguida, transpõe o
resultado para as pirâmides impressas no verso da folha de registro para se proceder à correção
do protocolo.

5 Correção e análise dos resultados

A correção inclui avaliação quantitativa e qualitativa. Primeiramente abordaremos a


quantitativa.
O primeiro passo na correção quantitativa trata-se da verificação e anotação das cores e
suas devidas tonalidades utilizadas em cada pirâmide. Para cada cor somar sua utilização nas

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três pirâmides (Σ) e colocar a porcentagem de utilização de tal cor, observando a tabela de
conversão em porcentagem no Anexo 1 da apostila.
O resultado encontrado deve ser transferido para a tabela de frequência, na qual se
compara com os valores esperados para cada cor, sendo estes encontrados nas tabelas de
estatística descritiva para frequência de cores em porcentagem.

5.1 Cores

Representantes dos afetos e emoções e possuem interpretações diferenciadas. O valor


médio para cada cor apresentado a seguir, corresponde à média esperada, para não-pacientes,
conforme a tabelas do manual. Os resultados apresentados estão localizados entre o percentil
25 e 75.

 Verde (Entre 13,3% e 24,4%): Possui quatro tonalidades: Vd1, Vd2, Vd3, Vd4. O Vd3 é a
tonalidade-padrão. Esta cor relaciona-se à esfera dos contatos e dos relacionamentos
afetivos e sociais. Cor do insight e da empatia, que compreende a aptidão para
compreender uma situação de forma intelectual e emocional simultaneamente e também
poder compreender o outro em profundidade. Contudo, a presença do verde deve estar
associada a outros fatores que indiquem maturidade e equilíbrio. Se a presença do verde
for devido a tonalidades mais claras (Vd1), associado ao branco, indica comprometimento
em virtude de fatores de labilidade associados ao excesso de branco. Se a presença for
do tom mais escuro (Vd4), em função da associação com a cor preta, indica
características repressoras.
Diminuição do verde indica certa insensibilidade emocional, diminuindo a abertura para os
relacionamentos e levando ao retraimento social. Frieza nos relacionamentos, dificuldade de
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escuta, medo de se envolver.
Diminuição acentuada do verde: dificuldade acentuada de adaptação ao ambiente que assumiria
proporções patológicas, seja pelo enrijecimento afetivo, seja pela atitude padronizada e
estereotipada de colocar-se no mundo, longe da autenticidade ou profundidade nos
relacionamentos.
Excesso de verde indica sobrecarga de estimulação que pode gerar ansiedade e ruptura
do equilíbrio interno, caso não haja outros fatores reguladores e indicadores de maturidade.
Carência, pessoa pegajosa.

 Azul (Entre 13,3% e 22,2%): Possui quatro tonalidades: Az1, Az2, Az3 e Az4. O Az4 é a
tonalidade-padrão. Relaciona-se à capacidade de controle e adaptação, contudo,
também depende da tonalidade e quantidade com que aparece, sendo que a soma de
Az4 e Az3 deve ser maior que a soma de Az1e Az2. Ou seja:
Az4+Az3>Az1+Az2: indica possibilidade para regular e estabilizar aspectos mais impulsivos e
excitados.
Az4+Az3<Az1+Az2: os mecanismos de contenção serão insuficientes e a pessoa estará mais
sujeita ao descontrole.
Diminuição do azul: pessoa sem compromisso, falta de limites, desinibição.
Aumento do azul: rigidez, formalidade, falta de espontaneidade no contato com o meio e atitude
mais estereotipada.
Excesso de azul pode significar constrição da expressão de sentimentos e afetos, resultando em
atitude de supercontrole e compulsividade.

 Vermelho (Entre 11,1% e 17,8%): Em quatro tonalidades: Vm1, Vm2, Vm3 e Vm4. O
Vm2 é a tonalidade-padrão. Representa a extroversão, irritabilidade, impulsividade e
agressividade.
Diminuição do vermelho: indicativo de labilidade estrutural, enfraquecimento da possibilidade de
descarga emocional, de realização ou de retraimento defensivo como fuga do mundo exterior.
Pode indicar também falta de atitude e passividade. Seu rebaixamento pode ser recompensado
pela presença de outras cores estimulantes, como o laranja e o amarelo.
Aumento do vermelho: acentuação das características referentes ao vermelho, principalmente se
esse aumento for acompanhado da diminuição de indicadores de controle emocional.
Heteroagressividade elevada, pessoa grosseira.

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 Amarelo (Entre 6,7% e 11,1%): Composto por duas tonalidades com diferença pouco
significativa: Am1 e Am2. Relaciona-se a uma extroversão bem canalizada e mais
adaptada ao ambiente, cor dos contatos mais superficiais.
A diminuição ou ausência do amarelo indica dificuldade em canalizar e expressar emoções de
maneira adaptada, dificuldade nos contatos.
O aumento do amarelo pode estar associado a um exagero das manifestações afetivas, menos
espontâneas, mais estilizadas e superficiais, podendo ocorrer em extratensivos muito
subordinados às exigências externas. Pode indicar também imaturidade, baixa tolerância à
frustração, egocentrismo, instabilidade e irritabilidade.

 Laranja (Entre 6,7% e 13,3%): Apresenta dois tons: La1 e La2. Representa a ambição e
produtividade.
A diminuição da cor laranja está ligado à repressões, inibições, influenciabilidade, dificuldade de
liderar, passividade e submissão, quando não houver outros indicadores capazes de compensar
esta diminuição.
O aumento desta cor está ligado à excitabilidade, desejo de domínio, onipotência, reduzido
senso de autocrítica e à arrogância, principalmente se houver aumento do Vm e Am.

 Marrom (Entre 0% e 6,7%): Presente em duas tonalidades: Ma1 e Ma2. Cor relacionada
à extroversão, porém vinculada à esfera mais primitiva dos impulsos e a disposição
para descargas mais intensas ou violentas. Sua presença dentro do esperado indica
perseverança, tenacidade, determinação, energia e dinamismo. Implica em reação que
tanto pode conduzir à destruição quanto à produtividade, dependendo dos demais
recursos do indivíduo.
A diminuição do marrom pode demonstrar falta de energia, menor resistência e baixa
produtividade. Verificar presença do La neste caso.
O aumento do marrom indica atitude reativa à enorme necessidade de amparo, proteção e
sentimentos de inferioridade, embora possa aparentar firmeza, determinação e independência.
Ocorre em casos de neurose obsessivo-compulsiva, transtornos psicossomáticos, retardo
intelectual e alcoolismo.

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 Violeta (Entre 2,3% e 13,3%): Apresenta três tonalidades: Vi1, Vi2 e Vi3. Significado
ligado à tensão e ansiedade, porém com variações conforme a tonalidade. O Vi1 se
associa à ansiedade difusa e ao medo do desamparo, bem como a sentir-se indefeso. O
Vi2 se associa mais a ansiedade excitada, sendo resultante de conflitos, ou alguma
inquietação, medo, insatisfação e imprevisibilidade de atitudes. O Vi3 está mais próximo
da possibilidade de contenção e elaboração da ansiedade.
A ausência de violeta indica negação dos impulsos e da ansiedade, decorrente da intolerância a
suportar tais estados, dificultando a elaboração de conflitos.
O aumento de violeta pode indicar agitação, afobação, atitudes impensadas, insatisfação, medo
e imprevisibilidade nas ações. Indicador de neuroses severas, como obsessões, fobias,
histerias, hipocondria e até deficiência mental.

 Preto (Entre 0% e 6,7%): Cor acromática. Relaciona-se às defesas contra os


estímulos e ao medo do desencadeamento de impulsos que conduziriam à perda do
equilíbrio.
A ausência de preto pode indicar rebaixamento ou ausência de repressões indispensáveis ao
homem socialmente adaptado, podendo também ser compensado por tonalidades enegrecidas,
como o Ci e Az.
Sua presença dentro dos valores esperados indica função estabilizadora e reguladora que visa à
adaptação.

 Branco (Entre 2,2% e 13,3%): Cor acromática. Representa a anulação ou diluição das
cores. Relaciona-se ao vazio interior, fragilidade estrutural, fraqueza do eu e
estabilidade precária.
O aumento do branco representa vulnerabilidade e ausência de suficientes mecanismos de
controle e até perda do contato com a realidade. Acompanhado de outras tonalidades mais
claras, está relacionado à presença de perturbações graves, como a psicose.

 Cinza (Entre 0% e 4,4%): Cor acromática. Revela carência afetiva, sentimento de


vazio, ansiedade, insegurança e repressão dos afetos.
O aumento do cinza implica possível timidez, cautela e restrição nos contatos emocionais como
defesa contra o temor de não satisfação das necessidades afetivas, ou seja, retraimento
defensivo.
Observação:

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Cores acromáticas: Ci, Pr e BR. Estão relacionadas a inibição, negação ou contenção dos
sentimentos.
Cores quentes: Vm, La e Am. São cores estimulantes dos afetos e emoções.
Cores frias: Az, Vd e Vi. Consideradas cores tranquilizantes.
Cor intermediária: Mr.

5.2 Tabela de Frequência

5.3 Síndromes cromáticas

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As síndromes cromáticas representam um conjunto de cores que revelam um significado
próprio em conjunto. As síndromes são encontradas somando-se os valores em porcentagem
para cada cor existente nas fórmulas em destaque, encontrando-se na tabela do manual relativa
à estatística descritiva para síndromes cromáticas. Em seguida, avalia se o resultado está acima,
abaixo ou dentro da média. O valor médio das cinco síndromes principais será apresentado,
sendo este corresponde à média esperada para não-pacientes, situada entre o percentil 25 e 75.

 Síndrome da normalidade → Az+Vm+Vd: (Entre 44,4% e 57,8%); significa capacidade


de manter uma conduta normal e adaptada, decorrente de certa estabilidade e equilíbrio
emocional. O aumento dos três componentes poderá indicar esforço para garantir o
equilíbrio e aparentar uma pseudonormalidade.

 Síndrome de estímulo → Vm+Am+La: (Entre 28,9% e 37,8%); constituída pelas cores


"quentes". Indicam a capacidade de extroversão e a de contato afetivo e social, mas se
aumentadas, mostra tendência ao egocentrismo e à desadaptação.

 Síndrome fria → Az+Vd+Vi: (Entre 40% e 53,3%); O aumento dessas cores foi
observado nos quadros patológicos com características esquizóides.

 Síndrome incolor → Pr+Br+Ci: (Entre 8,9% e 20%); considerada a síndrome da


neutralidade ou acromática. Seu aumento indica fuga de situações afetivas ou
estimulantes como tentativa de manutenção de um equilíbrio bastante frágil.

 Síndrome de dinamismo → Vd↑+Am↑+Ma↑: (Entre 26,7% e 37,8%); representa a


trilogia ação-realização-produtividade. Surge em pessoas dinâmicas e realizadoras, com
grande capacidade de produção.
Além das cinco principais, outras síndromes podem aparecer, contudo, não
há tabelas com valor médio para tais síndromes, sendo estas avaliadas em função do
aumento ou diminuição das cores, em uma tríade de cores:

 Síndrome de excitação afetiva → La↑+Vd↑+Vi↑: revela uma combinação rara entre


pessoas normais e frequênte entre indivíduos egocêntricos, ansiosos, que não
conseguem elaborar as estimulações recebidos.

 Síndrome de labilidade afetiva → Vd↑+Vm↑+Ma↓: Sinaliza reações impulsivas e


fraqueza do ego, insegurança e influenciabilidade.
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 Síndrome de histeria → Vd↑+Vm↑+Vi↑: a hipótese nesse caso é semelhante à síndrome


de excitação afetiva, porém com caráter mais acentuado, sendo possíveis maior violência
e explosividade nas descargas emocionais.

 Síndrome de conflito interno → Br↑+Vm↑ + Ci↑: indica provavelmente irritabilidade e


impulsividade em pessoas com a estrutura enfraquecida. Os que apresentavam essa
combinação, havendo diminuição de Am e La, podem ser facilmente sugestionáveis.

 Síndrome de agitação → La↑+Vi↑+Ma↑+Br: constatada em casos graves com reações


irregulares de agitação.

 Síndrome de regulação opressora → Az↑+ Ci↑+Pr↑: associa-se a esse grupo o caráter


de constrição acentuada e opressão.

 Síndrome enegrecida → Vd4+Vm4+Vi3+Ma2+Pr: pode ser um indicador de repressões


intensas e possível depressão.

 Síndrome esbranquiçada → Vm1+ Vi1+Az1+ Br ou Ci: denota enfraquecimento


estrutural, superficialismo afetivo e sua incidência parece ser significativa entre
personalidades esquizóides ou entre psicóticos.

 Síndrome da vivacidade: Vm2+Am2+La2+ Az2: corresponde à afetividade viva e


vibrante.

 Síndrome de contrastes: Az4+Am1 ou Vm2+ Pr ou Vm4+Vm2: sinaliza presença de


conflitos e muita tensão decorrente de anseios contrários que se chocam.

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5.4 Fórmula cromática

A fórmula cromática é calculada em função da incidência das cores na sequência das três
pirâmides. Existem quatro algarismos ou itens a serem calculados: CA, CR, V, e AUS. Cada item
equivale a:
CA ou constância absoluta: quantidade de cores utilizadas nas três pirâmides;
CR ou constância relativa: quantidade de cores utilizadas em duas pirâmides, não importa
quais;
V ou variabilidade: quantidade de cores utilizadas em apenas uma das pirâmides;
AUS ou ausência: quantidade de cores omitidas, ou seja, não utilizadas em nenhuma das três
pirâmides.

Fórmula cromática
Ca Cr V Aus
Az Vm Ci Pr
Ma La Br
Vd Am
Vi
4 3 1 2
Fórmula ampla e flexível.

O quadro permite visualizar quais cores estão com uso aumentado, diminuído ou ausente.
A fórmula cromática é um dos elementos mais estáveis do Pfister, tendendo a manter-se em
caso de reteste. Refere-se ao grau de abertura aos estímulos, sendo que as fórmulas com
maiores valores para CA+CR indicam estabilidade e quando os maiores valores estão à direita,
para V+A, denotam instabilidade.
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Tipos de fórmulas:

Amplas: Aus entre 0 e 1.

 Fórmulas amplas e estáveis = Ca > = 8:0:1:1: indica grande receptividade, tendência a


estabilidade nas escolhas, podendo sugerir também comodismo.

 Fórmulas amplas e flexíveis = equilíbrio entre Ca e Cr = 4:3:2:1: indica capacidade de


ação e realização de modo mais enérgico e direcionado para objetivos definido, revela
também capacidade de ajustamento em função da flexibilidade indicando maturidade.

 Fórmulas amplas instáveis = V>Ca = 2:2:5:1: revela instabilidade, inquietação ou


grandes esforços de adaptação as circunstâncias.

Moderadas: Aus entre 2 e 4.

 Fórmulas moderadas e estáveis = Ca > = 4:2:1:3: indica maior estabilidade, segurança


e capacidade de adaptação.

 Fórmulas moderadas e flexíveis = Cr+V aumentados = 0:3:3:4: observa-se tendência


a instabilidade e vulnerabilidade, de certa forma balanceada por leve restrição a abertura
aos estímulos, com moderação de atitudes e controle.

 Fórmulas moderadas e instáveis = V aumentado = 1:0:5:4: tendência a instabilidade


embora menos acentuada.

Restritas: Aus acima de 5.

 Fórmulas restritas estáveis = Ca e Aus aumentados = 5:0:0:5: sugere pessoa estável


mas pouco criativa e com reações estereotipadas.

 Fórmulas restritas flexíveis = Aus aumentado = 0:3:0:7: caracteriza pessoas


cautelosas e inibidas, mas que conseguem adaptar-se ao meio.

 Fórmulas restritas instáveis = V aumentado = 0:0:4:6: aponta para um sentimento de


instabilidade que é controlado por mecanismos inibitórios que restringem a ação e são
encontrados geralmente em casos patológicos.

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5.5 Variação cromática (VCo) e variação de matizes (VMa)

Verifica a relação entre a quantidade de cores usadas e as variações de tonalidades


destas. Consiste em registrar a quantidade de cores e de tonalidades empregada em cada
pirâmide.
Máximo 8 variações cromáticas: Azul, Vermelho, Verde, Violeta, Laranja, Amarelo, Marrom e
Preto/Branco/Cinza (uma só variação, pois são cores acromáticas).
Máximo 24 matizes: Az1, Az2, Az3, Vd1, Vd4, cada um representa uma matiz. O preto, o branco
e o cinza, também representam uma matiz cada, são independentes enquanto matiz.

Média esperada: Masculino: VCo= 4,6 e VMa=7,0 / Feminino: VCo=4,3 e VMa=6,6.

Existem quatro possibilidades:

 VCo↓ e VMa↓: limitação tensa, planejamento antecipado, rejeição de multiplicidade, idéias


preconcebidas, inibição, repressão, medo de se expor.

 VCo↑ e VMa↑: voracidade, reduzida capacidade inibitória, dispersão, inconstância,


ansiedade, ambição de quantidade.

 VCo↓ e VMa↑: procedimento seguro, cauteloso, planejado.

 VCo↑ e VMa↓: ambição de quantidade sem levar em conta a qualidade, pessoas


inseconsequêntes.

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5.6 Cores por dupla

Analisa-se em função da concordância quanto à elevação ou diminuição das cores

Az↑ e Pr↑: indício de bloqueio e dificuldade de elaboração, com obstáculos para o


desenvolvimento emocional, com atitudes de rigidez, pessimismo e falta de energia.
Az↑ e Am↑: sinal de imaturidade, mas pode ser também indicador de produtividade.
Az↑ e Ci↑: revela fechamento em si mesmo e dificuldade para estabelecer contatos
interpessoais.
Vm↑ e Vi↑: indica excitação e impulsividade, com possibilidade de descargas explosivas e
imprevisíveis (principalmente no uso combinado de Vm2 e Vi2).
Vm↑ e Ma↑: significado negativo de regressão e descargas abruptas.
Vm↑ e Br↑: sinal de excitabilidade e impulsividade em estrutura enfraquecida, com descontrole
da ação e atitudes desorganizadas.
Vm↑ e Vd↑: fragilidade na estrutura da personalidade, descargas dos impulsos e impossibilidade
de elaboração.
Vd↑ e Vi↑: comprometimento do equilíbrio emocional.
Vd↑ e SE↑: a SE, ou síndrome de estímulo, compõe-se das cores Vm, La e Am. Indica
sobrecarga interna e dificuldade de contenção, associada à inconstância e ao superficialismo
nas relações.
Vd↑ e La↑: observado em indivíduos com sentimentos de culpa decorrentes de fantasias
sexuais, ansiedade persecutória e transtornos por abuso de álcool.
Vd↓ e Az↑: tendência ao estabelecimento de relacionamentos profundos e autênticos, ainda que
mais restritos socialmente.
Vd↓ e Vm↑: relacionada à irritabilidade e impulsividade sem condições de elaboração,
dificultando uma atuação ordenada e coerente.
La↓ e Vi↑: indica atitude morosa e excitada, dispersiva.
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Ma↑ e Br↑: reflete agitação e inquietação, resultando em produtividade ou em uma atividade
inconstante.
Ma↑ e Pr↑: possível indicador de compulsividade, dificuldade de adaptação.
Vm↑ e Pr↑: sugere conflitos acentuados que trazem sentimentos de insatisfação.
Pr↑ e Ci↑: indica personalidade debilitada, associada a repressões intensas que podem resultar
em atitudes de dissimulação, mentiras e intrigas.
Pr↑ e Am↑: revela imaturidade.
Ci↑ e Vm↑: associados a pessoas irritáveis.

ANÁLISE QUALITATIVA

5.7 Processo de execução

O processo de execução refere-se à maneira como a pessoa aborda a tarefa, ou seja,


como a pessoa se organiza na execução das pirâmides. É avaliado em função das três
pirâmides, sendo descrito em quatro categorias:

 Execução metódica ou sistemática: a execução das três pirâmides obedece a um único


procedimento no modo de colocação dos quadrículos sobre o esquema, ocorrendo de
forma idêntica, sem variações. Há uma tendência do indivíduo a separar as cores que
pretende usar, contar os espaços e planejar antecipadamente seu trabalho. No aspecto
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formal, pode até ocorrer das três pirâmides serem iguais. Indica comportamento bastante
organizado, constante, meticuloso ou até mesmo, rígido.

 Execução ordenada: O trabalho é executado com ordem, obedecendo a um padrão de


colocação mais ou menos constante, contudo, pode existir alguma variação. Pode ocorrer
trocas, inversão de uma outra colocação, mas ainda assim, o trabalho se mantém
organizado. Indica flexibilidade, método e ordem.

 Execução desordenada: Presença de constante variação no processo de elaboração


das pirâmides, modificando o modo de colocação para cada uma delas ou executando
muitas trocas e alterações no ritmo, dificultando o trabalho do aplicador de acompanhar e
anotar. Indica atitude displicente ou ansiedade.

 Execução relaxada: Trabalho muito desordenado, sem nenhum princípio de orientação,


sendo que o modo de colocação varia nas três pirâmides, os quadrículos são colocados
de qualquer modo sobre o esquema, sem preocupação em encaixá-los adequadamente,
atuando sem nenhum cuidado. O número de trocas tende a diminuir nesse tipo execução,
já que não há preocupação quanto ao resultado final. Percebe-se a despreocupação em
executar um bom trabalho, indicando grande chance do sujeito se conduzir dessa
maneira em outras tarefas cotidianas.

5.8 Modo de colocação

O modo de colocação refere-se à maneira como o sujeito dispõe as cores sobre o


esquema, ou seja, como são dispostos os quadrículos sobre a pirâmide. Avalia-se cada pirâmide
individualmente. Pode ser:

Colocação ascendente: Preenchimento do esquema partindo da base em direção ao


topo. Mais frequente em adultos e quase inexistente em crianças. Indica atitude estável e
madura.

Colocação descendente: Preenchimento do esquema do topo para baixo, em direção à


base. Comum em crianças até dez anos de idade. Indica instabilidade ou insegurança.

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Outros tipos de colocação são também encontrados, podendo ser combinados com os
modos de colocação ascendente ou descendente.

 Colocação direta: da esquerda para a direita, como na escrita ocidental, é o mais


habitual. Revela adequação ao esperado, sem maiores implicações.

 Colocação inversa: da direita para a esquerda, sendo pouco comum. Pode indicar
oposição, negação ou fechamento em si e introversão.

 Colocação alternada ou em zigue-zague: alternância entre direta e inversa, seguindo-


se a composição por camadas de modo contínuo, iniciando-se cada camada pela
extremidade onde a anterior terminou. Para classificar este modo de colocação, é
necessário que ocorra nas três pirâmides. Encontra-se tal modo de colocação com maior
frequência em crianças portadoras de perturbações neurológicas, com a capacidade de
orientação espaço-temporal comprometida. Em adultos indica rebaixamento do nível
intelectual.

 Colocação simétrica: preenchimento de espaços simétricos na pirâmide, por exemplo,


5a e 5e; 4b e 4c; 1 e 3b, etc. Indica busca de equilíbrio que pode ocorrer em função de
sentimentos de insegurança ou do medo da perda de equilíbrio.

 Colocação diagonal: construção de escadas ou camadas tombadas, presença pouco


frequente. Quando houver dificuldade em definir um aspecto formal, esse modo de
colocação contribui para reforçar a tendência a esse tipo de forma. Analisar em função do
significado do respectivo aspecto formal.

 Colocação em manto: conduz geralmente a estruturas em manto, tendo um significado


semelhante e contribuindo para definir esse tipo de estrutura no caso de formas ambíguas
(quando o aspecto formal não encaixa em nenhuma categoria).

 Colocação espacial: a colocação a princípio parece aleatória e desordenada, mas aos


poucos revela uma intenção em distribuir as cores em pontos específicos, configurando
estruturas em mosaicos ou estruturas assimétrico-dinâmicas. O significado corresponde
ao dessas estruturas.

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5.9 Aspecto formal

A forma indica as possibilidades de controle racional que um indivíduo tem sobre os


afetos e as emoções. Também está relacionada com o funcionamento cognitivo e as funções de
atenção e concentração. O aspecto formal pode ser classificado em três grandes grupos
diferentes entre si e que variam de acordo com o nível de elaboração da forma, com suas
devidas interpretações acerca dos níveis de maturidade emocional e desenvolvimento cognitivo.
Ao interpretar a forma, é importante considerar que os significados podem variar
dependendo das cores e tonalidades empregadas na execução de cada forma, sendo assim,
deve-se avaliar sempre o conjunto de dados obtidos no protocolo.
Os três grandes grupos são: Tapetes, formações e estruturas.

TAPETES

São arranjos de cores em que a forma não tem contribuição para o resultado final. Há apenas
uma preocupação com a escolha das cores da preferência do sujeito, sendo o fato do esquema
constituir-se de uma pirâmide ou qualquer outra forma geométrica irrelevante para a execução
do trabalho. Não há integração forma-cor e nenhum princípio organizador das cores, sendo esta
última o estímulo preponderante. Podem ser classificados em:

 Tapetes puros: disposição das cores de modo aleatório,


porém, harmonioso, agradável, já que as cores apresentam certo
equilíbrio entre si. Embora representem menor grau de
desenvolvimento emocional ou intelectual, indicam possível
adaptação emocional às situações cotidianas, com manejo
relativamente harmonioso das emoções e sentimentos.

 Tapetes desequilibrados: cores dispostas de modo


aleatório, contrastante ou descontínuo, ocasionando
aglomerações de tons mais claros e escuros em determinadas
áreas, repetições de tons, com impressão de desequilíbrio.
Aparece com maior frequência entre os esquizofrênicos. Indica
perturbações emocionais graves, desequilíbrio e desadaptação ao
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ambiente em função de turbulência afetiva em presença de
conflitos acentuados.

 Tapetes furados ou rasgados: uso do branco em uma ou


várias áreas do esquema, espalhado ou aglomerado, deixando a
noção de furos ou rasgos. Indica
perturbação grave em função de dissociações no curso do
pensamento, sendo encontrado com frequência em
esquizofrênicos.

 Tapetes com início de ordem: Tapetes puros, contudo,


observa-se um ou mais tons repetidos em posições simétricas,
mas não chegam a apresentar claramente uma formação
simétrica. Indica melhores possibilidades de adaptação e busca
de equilíbrio emocional, embora não suficientemente
desenvolvidas.

FORMAÇÕES

Nessa forma de organização, as cores são dispostas por camadas, sendo rapidamente
percebida a composição da pirâmide em estratos. É uma forma de organização intermediária,
pelo fato de ser simples, fácil e rápido apreender o aspecto estratificado, no sentido horizontal da
pirâmide, o que envolve menor exigência dos processos de percepção e processamento da
imagem (já que não associa ao sentido vertical). Correspondem a um funcionamento cognitivo e
emocional intermediário. Classificam-se em:

 Formação em camada (ou formação estratificada):


Cada camada é preenchida por uma cor ou tonalidade. Podem
ser:

Monotonais: constituída por um único tom. Indica nível não


satisfatoriamente amadurecido no manejo das emoções, com

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inibição e retraimento.

Monocromáticas: constituída por uma cor e seus vários tons.


Indica um estilo sensível no manejo das emoções, mas ainda
reprimido.

Multicromáticas: cada camada é feita de uma cor. Pode estar


orientada no sentido diagonal. Este tipo de formação é mais
encontrada em crianças e adolescentes e indicam personalidade
em formação, ainda não estabilizada e vulnerável.

 Formação simétrica: as cores se distribuem em pares


simétricos, em cada camada, sem integração de uma camada à
outra, revelando ser apenas no plano horizontal. Indica
insegurança, instabilidade interna, busca de equilíbrio mediante
comportamento cauteloso e prudente. Comum em pacientes com
transtornos de ansiedade, como o TOC e o transtorno de pânico.

 Formação alternada: disposição das cores


alternadamente, como em um tabuleiro de xadrez, composta
apenas de duas cores ou dois tons. Comum em adolescentes e
indivíduos com dificuldade de adaptação ao ambiente, com
conflitos devido a impulsos contrários que se chocam, levando a
tensões. Pode ser sinal de conflitos externos com base na
realidade.

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ESTRUTURAS

É o mais elaborado, considerando que envolve a noção de disposição horizontal e também uma
possível inter-relação com o plano vertical da pirâmide, sendo composta por colunas e camadas,
formando uma imagem integrada. Este aspecto formal relaciona-se com níveis intelectuais
superiores. Os subtipos são:

 Estrutura simétrica: as camadas e as colunas se dispõem


simetricamente tanto no sentido vertical quanto no horizontal. A
simetria pode ser observada a partir do eixo central composto dos
espaços: 1, 3b, 5c, ou de seus extremos: 1, 5a, 5e. Indica
capacidade cognitiva diferenciada, associada a maior equilíbrio
emocional e maturidade.

 Estrutura em escada: as cores são organizadas no sentido


diagonal, alternando-se duas cores ou dois tons. Indica estados
conflitivos atuais que comprometem o equilíbrio emocional, e que,
apesar de certo esforço para aparentar estabilidade, há um
sentimento de eminente perda de equilíbrio emocional decorrente
de fragilidade nos esquemas defensivos que provavelmente se
desorganizarão ante situações externas mais adversas.

 Estruturas em manto: são estruturas constituídas por


uma borda externa preenchida por uma mesma cor, dando o
aspecto de serem recobertas por um manto e a parte interna
sendo preenchida por outra cor ou por uma variedade delas.
Podem ser abertas ou fechadas (depende se a base foi

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preenchida totalmente pela mesma cor das laterais -fechada- ou
pelas cores da parte interna -aberta-). Indica defesas do tipo
fechamento em si, ou repressão e sufocamento dos impulsos,
principalmente se o miolo da pirâmide for preenchido por uma
única cor. Se o miolo for preenchido com cores vivas e variadas,
haverá maior evidência dos esforços de contenção diante da
turbulência emocional ou forte inquietação interna.

 Estrutura assimétrica dinâmica: a distribuição das cores


parece a princípio aleatória, contudo, examinando com mais
cuidado, pode-se verificar um alto grau de elaboração e forte
intuição espacial e estética. Deve existir a formação de pelos
menos três triângulos formados por vértices de cores repetidas.
Indica vivacidade de expressão, inteligência, produtividade,
criatividade e sensibilidade artística.

 Estrutura em mosaico: Podem ter características mais ou


menos simétricas, havendo intenção clara de representar algo
específico como "uma flor", "um barco", entre outros. Indica
inteligência e sensibilidade artística bastante desenvolvidos.

Características especiais:

- Tendência: quando o aspecto formal não se enquadra em nenhum dos casos típicos,
considerando-se o modo de colocação, pois nem sempre este resulta em uma forma
correspondente, mas ajuda a definir o aspecto formal. Ex: Formação estratificada com tendência
à estrutura em escada.

- Matização: há o uso dos diversos tons de uma cor, em uma escala crescente ou decrescente,

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seja em camadas, mosaicos ou mantos. Indica adaptação afetiva prudente, tímida e ansiosa.

- Divisão: divide-se a pirâmide em tons mais claros em uma extremidade e tons mais escuros
em outra, dividindo a pirâmide em duas partes, seja no plano vertical, seja no horizontal. Indica
tensões e conflitos resultantes da dificuldade de integração de aspectos da personalidade,
sendo indício patológico de dissociação (analisar com cautela tal dado), principalmente quando
as cores forem contrastantes.

- Corte ou mutilação: uso do branco ou tons esbranquiçados concentrados em uma camada


inteira (fazendo um corte) ou no topo da pirâmide (espaço 1 ou espaços 1, 2a e 2b), sugerindo
uma pirâmide decepada (mutilação). Indica casos graves de esquizoidia ou esquizofrenia,
fragilidade estrutural e prováveis alterações do pensamento (analisar com cautela tal dado).

5.9 Análise do aspecto formal no conjunto das três pirâmides

Importante analisar a sequência com que as pirâmides foram executadas, sendo esta
análise de suma importância para a compreensão das características de personalidade do
indivíduo, considerando o impacto causado pelas cores e suas habilidades defensivas para lidar
com esse impacto. Esta análise permite também avaliar as possibilidades prognósticas naturais.
Por exemplo, uma sequência que evolua de formas menos estruturadas para formas mais
estruturadas sugere uma capacidade gradativa de adaptação e de mobilização de recursos
defensivos e intelectuais para lidar com as situações, já o inverso disso, mostra defesas
superficiais que não se mantêm e tendem a se esgotar diante da intensa estimulação, revelando
maior fragilidade ou inconsistência dos mecanismos defensivos.

6 Psicopatologia

Transtorno esquizofrênico

 Aumento de tapetes desequilibrados e furados = fragmentação da unidade psíquica.


 Rebaixamento de pirâmides estratificadas multicromáticas = diz de perturbações
neuróticas.
 Aumento de vermelho tonalidade mais clara (Vm1) = impulsos em estruturas
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enfraquecidas, dificuldade de adaptação à realidade e desagregação da estrutura da
personalidade.
 Constância absoluta do marrom = significado negativo de regressão.

Transtorno do pânico

 Aumento de formação simétrica = tentativa de controle excessivo e constante busca de


equilíbrio para suprir a insegurança e sentimento de instabilidade.
 Elevação significativa da porcentagem da cor azul = devido a dificuldade de manter
contato com as pessoas e o ambiente, pois este aumenta a insegurança e ansiedade.
Transtorno depressivo

 Pirâmides em formações estratificadas tendendo a estruturas = grau médio de


maturidade.
 Pirâmides cortadas ou decepadas = dificuldade de relacionamento e contato social.
 Aumento da cor verde = ansiedade em virtude da excessiva estimulação interna,
impregnada de emoções que sufocam o indivíduo, enfraquecendo o controle.
 Presença constante da cor violeta = excitação e ansiedade.

Transtorno alcoolista

 Aumento da frequência do vermelho = irritabilidade, agressividade e impulsividade.


 Constância absoluta da cor violeta acompanhada da constância absoluta de verde e azul
= podem denotar personalidade inquieta, imatura e insatisfações.

Transtorno obsessivo compulsivo

 Aumento de formação simétrica = necessidade de manutenção do controle sobre os


pensamentos e atitudes.
 Diminuição das estruturas simétricas = necessidade de controle.
 Aumento da cor marrom = dificuldade de adaptação, sintomas de fixação em etapas
iniciais do desenvolvimento, insegurança interna.

Transtorno somatoforme (somatização)

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 Aumento da cor branca = como a principal característica desse transtorno é falta de


mentalização, ou seja, deslocamento de excitações provenientes do mundo externo para
os aparelhos somáticos, a cor branca representa a falta de contato com o mundo interior,
vazio afetivo ou emocional, bem como insegurança, insatisfação e intranquilidade, com
dificuldade de elaboração.

7 Elaboração de síntese

 Atitude do sujeito na execução de tarefas: processo de execução e modo de colocação.


 Relacionamento interpessoal/contatos: frequência das cores verde e amarelo, ver
síndromes cromáticas, cores por dupla e fórmula cromática.
 Aspectos cognitivos: aparece colocação alternada/zigue-zague?; Aspecto formal.
 Produtividade: presença do Ma e La, VCo e VMa, síndrome de dinamismo.
 Controle emocional: ver frequência do azul, preto e do vermelho, verificar as tonalidades
(mais claro ou mais escuro), aspecto formal, fórmula cromática, síndromes cromáticas e
cores por dupla.
 Presença de aspectos patológicos consideráveis no protocolo?

8 Exemplo de síntese: Protocolo feminino, 23 anos.

A examinada apresenta ordem e método em seu modo de lidar com as tarefas, associado
à flexibilidade em suas atitudes. (processo de execução).
Revela sensibilidade e interesse interpessoal, porém com superficialismo nos contatos
(Vd dentro da média, tonalidades mais claras), que está associado ao seu modo de interação
com o meio social, que é a extroversão (presença de Vm, Am e La). Manifesta tendência à
irritabilidade (Vm1 e Vm2), demonstrando facilidade para explorar suas emoções e expressá-las
no ambiente externo (ausência de cores repressivas: Pr e Ci e síndrome incolor diminuída).
Esse excesso de estimulação em busca de contato com o meio provoca certa desadaptação,
com presença de conflitos e tensão (Síndrome de contraste), ocasionando tendência

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egocêntrica.
Mostra dinamismo e capacidade de realização, além de produtividade e voracidade na
busca de seus objetivos (síndrome de dinamismo na média, presença de La, VCo e VMa
elevadas). Contudo, apresenta ansiedade difusa, que surge em função do medo de desamparo
e de sentir-se indefesa, o que a leva por vezes, à dispersão. (Vi1 aumentado e VCo e VMa
elevadas).
Esforça-se em buscar equilíbrio emocional (tapetes com início de ordem), conseguindo
manter o controle e adaptação afetiva satisfatórios, em função de certa repressão emocional (Az
em tonalidades escuras; fórmula cromática moderada e estável).

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Referências:

VILLEMOR-AMARAL, Anna Elisa de. As pirâmides coloridas de Pfister. São Paulo: Centro
Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia, 2012.

VILLEMOR-AMARAL, Anna Elisa de. Novas contribuições ao teste das Pirâmides Coloridas
de Pfister. Cap. 6. In: PRIMI, Ricardo (org.) Temas em Avaliação Psicológica. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 2011.

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ANEXO 1

Tabela de conversão em porcentagens

Nº de Nº de Nº de
quadrículos % quadrículos % quadrículos %
1 2 16 36 31 69
2 4 17 38 32 71
3 7 18 40 33 73
4 9 19 42 34 76
5 11 20 44 35 78
6 13 21 47 36 80
7 16 22 49 37 82
8 18 23 51 38 84
9 20 24 53 39 87
10 22 25 56 40 89
11 24 26 58 41 91
12 27 27 60 42 93
13 29 28 62 43 96
14 31 29 64 44 98
15 33 30 67 45 100

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