Sistemas de Produção de Soja em Sucessão A Culturas Anuais

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i

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS –
AGRONOMIA - CAMPUS RIO VERDE

ARLINI RODRIGUES FIALHO

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SOJA EM SUCESSÃO A CULTURAS ANUAIS


DE COBERTURA

RIO VERDE - GO
2020
ii

ARLINI RODRIGUES FIALHO

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SOJA EM SUCESSÃO A CULTURAS ANUAIS


DE COBERTURA

Dissertação apresentada à Banca


Examinadora do Curso em Pós-Graduação
em Ciências Agrárias - Agronomia do
Instituto Federal Goiano como exigência
parcial para obtenção do título de mestre.

Orientador: Prof. Dra. Darliane de Castro Santos

RIO VERDE, GO
iii
iv
v

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar fé, saúde, força e me guiar nesta jornada e milha família pelo
apoio recebido.
A minha orientadora Prof. Dra Darliane de Castro Santos, por ter aceitado me
orientar e pelo apoio para a realização deste trabalho. Ao professor Tiago do Prado Paim,
que tanto me ajudou com a análise dos dados apresentados neste estudo.
Gostaria de agradecer a pesquisadora da Embrapa Cerrados Dra Cintia Carla
Niva, pela participação na coorientação e pela execução das análises da fauna do solo
apresentadas neste trabalho.
A Jaqueline Balbina Gomes Ferreira, pela sua amizade e pelo seu apoio
incondicional, você é uma criatura linda que Deus colocou no meu caminho. De início
não entendi bem ao certo, mas hoje sei que você faz parte da minha vida simplesmente
porque dividiu comigo todos os momentos. Todas as alegrias, tristezas, ganhos, perdas,
me abraça quando faz falta um abraço e me dá uma dura quando preciso, e em me fazer
acreditar que tudo passaria.
A nossa equipe, as meninas e em especial: Karine Abreu e Stéfany Souza, pois
vocês são extraordinárias, e quero que saibam que foi uma honra trabalhar ao lado de
vocês, agradeço por todas as conquistas que alcançamos juntos, por todas as dificuldades
que conseguimos superar, trabalhar assim e ao lado de pessoas tão maravilhosas,
companheiras e generosas, é um grande privilégio. Vocês são a melhor equipe de trabalho.
Gostaria de agradecer a Suellen Polyana da Silva Cunha Mendes e seu esposo
Leandro Jose Mendes, dizer obrigada, às vezes, não é suficiente para agradecer a tão
amável e gentil pessoa que nos momentos das nossas vidas, aqueles mais difíceis, nos
estende a mão amiga e nos oferece amparo. Estou agradecida a vocês e não sei como
retribuir tanto carinho.
Ao Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano – GAPES e ao grupo
Kompier, pela disponibilidade de equipamentos, infraestrutura e apoio técnico durante
toda a condução do projeto
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia, pelos
ensinamentos e experiências compartilhados que me fizeram uma profissional mais
capacitada.
A CAPES/FAPEG, pela concessão da bolsa de estudos, ao Instituto Federal
Goiano – Campus Rio Verde e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Agrárias –
Agronomia, pela oportunidade deste trabalho.
Aos membros da banca de defesa pelas valiosas contribuições.

Muito obrigada
vi

BIOGRAFIA DO AUTOR

Arlini Rodrigues Fialho nasceu em Brasília – DF, em 09 de julho de 1993, filha


de Marilene Rodrigues de Sousa e Antonio Rodrigues Fialho. Cursou Bacharelado em
Zootecnia na Faculdade de União Pioneira de Integração Social (UPIS) – Campus em
Planaltina – DF entre 2012 e 2016. Em 2018 ingressou no IF Goiano – Campus Rio Verde,
no programa de pós-graduação Stricto sensu, Mestrado em Ciências Agrárias –
Agronomia, com linha de pesquisa em tecnologias sustentáveis em sistemas de produção
e uso do solo e água.
vii

Sumário

ÍNDICE DE TABELAS .......................................................................... viii


ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................. ix
RESUMO ................................................................................................. 10
ABSTRACT ............................................................................................. 11
1 . INTRODUÇÃO GERAL ................................................................. 12
2 . REVISÃO DE LITERATURA ........................................................ 12
2.1 Cultura da Soja (Glycine max) ..................................................................... 12
2.2 Desafios do Sistema Plantio Direto e os benefícios do uso de culturas de
cobertura ............................................................................................................. 13
2.3 Sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA)...................................14
2.4 Atributos Biológicos do Solo ....................................................................... 16
OBJETIVOS...................................................................................................................................... 18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 21
CAPÍTULO I ........................................................................................... 25
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 26
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................................... 27
RESULTADOS ...................................................................................................................................... 32
Discussões.............................................................................................................................................38
CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 43
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................... 43
CAPÍTULO II .......................................................................................... 48
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................................... 50
RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................................................... 53
CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 56
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................... 57
Conclusão Geral ....................................................................................... 59
viii

ÍNDICE DE TABELAS

Capítulo I: Sistemas de produção de soja em sucessão a culturas anuais de cobertura

Tabela 1. Manejo realizado em cultivo de soja sob diferentes palhadas. Área


experimental do Gapes, Rio Verde, Go e Fazenda Boa Esperança, Montividiu, Go, safra
2018/2019........................................................................................................................31
Tabela 2. Valores médios para plantabilidade, plantas por metro linear, altura de plantas,
altura inserção 1ª vagem, em função da cultura da soja sob diferentes palhadas em
sistemas integrados de produção. Área experimental do GAPES (40,5% de argila), Rio
Verde, GO, safra agrícola.................................................................................................34
Tabela 3. Valores médios de Plantabilidade da soja sobre diferentes palhadas em sistemas
integrados de produção: Número de Plantas por metro linear, Plantas Duplas, Planta
Falhas e Plantas Aceitáveis. Área Fazenda Boa Esperança, Montividiu, Go, safras
2018/2019........................................................................................................................35
Tabela 4. Populações de Helicotylenchus sp. e Pratylenchus sp. (média ± erro padrão da
média) encontradas em amostras de solo e raiz em áreas cultivadas com soja sobre
diferentes palhadas em sistemas integrados de produção. Área experimental do Gapes,
Rio Verde, Go, safras 2018/2019.....................................................................................36
Tabela 5. Valores médios de plantas por metro linear, altura de plantas, altura inserção
1ª vagem, N° de Vagem em função da cultura da soja sob diferentes palhadas em sistemas
integrados de produção. Área experimental do GAPES, Rio Verde, GO, safra agrícola
2018/2019........................................................................................................................37
Tabela 6. Valores médios para Plantas por metro linear, Número de vagens, Massa de
mil grão e produtividade, em função da cultura da soja sob diferentes palhadas em
sistemas integrados de produção. Fazenda Boa Esperança, Montividiu, GO, (19,5 % de
argila), safra agrícola 2018/2019......................................................................................37
Tabela 7. Valores médios para Massa de Mil grão e Produtividade, em função da cultura
da soja sob diferentes palhadas em sistemas integrados de produção. Área experimental
do GAPES, Rio Verde, GO, safra agrícola 2018/2019. ..................................................38

Capítulo II: Atividade alimentar da fauna do solo sob diferentes palhadas


estabelecidas via sistema integrado de produção no cerrado brasileiro

Tabela 1. Valores médios em profundidade (0,5 - 8 cm) da Atividade alimentar da fauna


do solo em função da cultura da soja sob diferentes palhadas em sistemas integrados de
produção. Área experimental do GAPES, Rio Verde, GO, após 13 dias de exposição dos
bait-lâmina.......................................................................................................................55
ix

ÍNDICE DE FIGURAS

Capítulo I: SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE SOJA EM SUCESSÃO A


CULTURAS ANUAIS DE COBERTURA

Figura 2. Dado climático mensal de temperatura e precipitação pluviométrica (durante o


período do experimento em campo safra 2018/2019), obtido da Estação Meteorológica
da área experimental do Gapes (Grupo Associado de Produtores do Sudoeste Goiano),
localizada no munícipio de Rio Verde –
GO...................................................................................................................................29
Figura 3. Resultado de rendimento de grãos de milho em dois anos agrícolas (2ª safra
2018 e 2019) em dois locais diferentes (GA: Rio Verde – GO e BE: Montividiu – GO)
.........................................................................................................................................29
Capítulo II: Atividade alimentar da fauna do solo sob diferentes palhadas
estabelecidas via sistema integrado de produção no cerrado brasileiro
Figura 1. Dado climático mensal de temperatura e precipitação pluviométrica (durante
o período do experimento em campo (21/12/2018 e 04/12/2019)), obtido da Estação
Meteorológica da área experimental do Gapes (Grupo Associado de Produtores do
Sudoeste Goiano), localizada no munícipio de Rio Verde –
GO...................................................................................................................................52
Figura 2. Preenchimento de material de isca nas tiras de lâmina de
isca...................................................................................................................................53
Figura 3. Bait-lâmina inseridas nos locais de estudo: área de Pousio (A-C); palha de
Sorgo consorciado com Brachiaria cv. Ruziziensis
(B)....................................................................................................................................54
10

RESUMO

FIALHO, ARLINI RODRIGUES. Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde – GO,
fevereiro de 2020. Sistemas de produção de soja em sucessão a culturas anuais de
cobertura. Orientadora: DSc. Darliane de Castro Santos; Coorientadora: DSc. Cintia
Carla Niva; Coorientador: DSc. Gustavo Castoldi.

RESUMO – Objetivou-se com esse trabalho avaliar sistemas de produção de soja


em sucessão a culturas anuais de cobertura. No primeiro estudo, avaliou-se o rendimento
de soja sob diferentes palhadas estabelecidas em sucessão a culturas anuais de cobertura
no cerrado brasileiro. Os tratamentos avaliados foram as seguintes palhadas de: Milho
monocultivo (M_Mn); Milho consorciado com Urochloa ruziziensis (M_Brz) ; U.
ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorgo consorciado com U. ruziziensis (S_Brz); Sorgo
monocultivo (S_Mn); Milho consorciado com U. brizantha cv. Marandu (M_Bmr); U.
brizantha cv. Marandu monocultivo (Bmr_Mn); Milho consorciado com U. brizantha cv.
BRS Paiaguás (M_Bpg); U. brizantha cv. BRS Paiaguás monocultivo (Bpg_Mn);
Girassol consorciado com U. ruziziensis (Gir_Brz) ; Crotalaria spectabilis (Crot_Mn);
Milheto; Mix (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou), em faixas
distribuídas aleatoriamente na área. No experimento em Rio Verde-GO para altura de
inserção da 1ª vagem houve efeito significativo destacando os tratamentos Brz_Mn,
Bmr_Mn e Bpg_Mn com os maiores valores de altura. No mesmo local para a variável
massa de mil grãos foi observada diferença significativa, sendo que a maior massa de
grãos foi observada no tratamento com a palhada de Crot_Mn com 181,42g. No
rendimento de soja houve efeito significativo para os tratamentos sendo que as palhadas
de Gir_Brz e Mix e Crot_Mn apresentaram os maiores rendimentos de grãos com 4823,88,
5124,57 e 5719,70 kg ha-1, respectivamente. Com relação ao rendimento de grãos em
Montividiu-GO o tratamento com a palhada do mix de plantas apresentou o maior
rendimento (3762,54 kg ha-1). A utilização de leguminosas associadas ou não com
gramíneas como plantas de cobertura do solo para o sistema de plantio direto, cultivadas
na safrinha, proporciona maiores rendimentos de grãos de soja. No segundo estudo,
objetivou-se avaliar atividade alimentar da fauna do solo com o método de bait-lâmina
sob diferentes palhadas estabelecidas via sistema integrado de produção. Os tratamentos
constituíam das palhadas: Milho monocultivo (M_Mn); Milho consorciado com U.
ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorgo consorciado com U.
ruziziensis (S_Brz); Sorgo monocultivo (S_Mn); Girassol consorciado com U. ruziziensis
(Gir_Brz); Mix (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou) e uma área de
vegetação nativa (Cerrado). Observou-se diferenças significativas entre os tratamentos,
em que o maior consumo foi observado na profundidade de 0,5 cm para o tratamento do
Cerrado seguido do Mix com 90,27% e 64,58%, respectivamente. Para profundidade de
1,0 cm foi verificado maiores consumos nos tratamentos cerrado, Mix, S_Mn, M_Brz e
Pou. O Cerrado apresentou maior porcentagem de atividade alimentar do que as outras
áreas.
Palavras-chave: Consórcio; Plantas de cobertura; Sistemas Integrados de Produção
Agropecuária.
11

ABSTRACT

FIALHO, ARLINI RODRIGUES. Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde – GO,
February 2019. Soybean production systems in succession to annual cover crops
Advisor: DSc. Darliane de Castro Santos; Co-Advisor: DSc. Cintia Carla Niva; Co-
Adivisor: DSc. Gustavo Castoldi.

ABSTRACT – The objective of this work was to evaluate soy production systems in
succession to annual cover crops. In the first study, soybean yield was evaluated under
different straw established in succession to annual cover crops in the Brazilian cerrado.
The evaluated treatments were the following straw: Corn monoculture (M_Mn); Corn
intercropped with Urochloa ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monoculture (Brz_Mn);
Sorghum intercropped with U. ruziziensis (S_Brz); Sorghum monoculture (S_Mn); Corn
intercropped with U. brizantha cv. Marandu (M_Bmr); U. brizantha cv. Marandu
monoculture (Bmr_Mn); Corn intercropped with U. brizantha cv. BRS Paiaguás
(M_Bpg); U. brizantha cv. BRS Paiaguás monoculture (Bpg_Mn); Sunflower
intercropped with U. ruziziensis (Gir_Brz); Crotalaria spectabilis (Crot_Mn); Millet; Mix
(Milheto, C. spectabilis and U. ruziziensis), Fallow (Pou), in randomly distributed bands
in the area. In the experiment in Rio Verde-GO for the 1st pod height insertion, there was
a significant effect, highlighting the treatments Brz_Mn, Bmr_Mn and Bpg_Mn with the
highest values. At the same place the highest grain mass was observed in the treatment
with Crot_Mn straw with 181.42g. In the soybean yield there was a significant effect for
treatments, being that the straws of Gir_Brz and Mix and Crot_Mn presented the highest
grain yields with 4823.88, 5124.57 and 5719.70 kg ha -1, respectively. Regarding the grain
yield in Montividiu-GO, the treatment with straw from the plant mix showed the highest
yield (3762.54 kg ha-1). The use of legumes associated or not with grasses as soil cover
plants for the no-tillage system, grown in the off-season, provides higher soybean grain
yields. In the second study, the objective was to evaluate the feeding activity of soil fauna
using the bait-blade method under different straws established by an integrated
production system. The treatments consisted of straw: Monoculture corn (M_Mn); Corn
intercropped with U. ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monoculture (Brz_Mn);
Sorghum intercropped with U. ruziziensis (S_Brz); Sorghum monoculture (S_Mn); with
U. ruziziensis (Gir_Brz), Mix (Milheto, C. spectabilis and U. ruziziensis), Fallow (Pou)
and an area of native vegetation (Cerrado). Significant differences were observed between
treatments, where the highest consumption was observed at a depth of 0.5 cm for the
Cerrado treatment followed by the Mix with 90.27% and 64.58%, respectively. For 1.0
cm depth, greater consumption was verified in the cerrado, Mix, S_Mn, M_Brz and Pou
treatments. The Cerrado showed a higher percentage of food activity than other areas.

Key words: Consortium; Cover plants; Integrated Agricultural Production Systems.


12

1. INTRODUÇÃO GERAL

O cultivo de soja na região do sudoeste goiano, vem tornando a região destaque


nacional na produção de grãos, na primeira safra soja e o milho na segunda safra.
Entretanto, essa sucessão soja-milho e as práticas culturais inadequadas têm causado
perda de produtividade, ocorrência de pragas e doenças, degradação do solo e dos
recursos naturais. Associada à essa questão, as distribuições de chuvas irregulares têm
influenciado para que as culturas agrícolas não consigam expressar seu potencial.
Com isso, a busca por sistemas produtivos sustentáveis vem aumentando cada vez
mais e para conseguir suprir essa demanda, é necessário aumentar a eficiência de uso dos
recursos naturais na produção de alimentos. Os Sistemas Integrados de produção
Agropecuária (SIPA) são alternativas para essa realidade, principalmente no sistema com
lavoura e culturas de cobertura para o sudoeste goiano, que pode incorporar palhada de
qualidade para o plantio da soja.
A prática do consórcio é importante, pois tem o aproveitamento da área tanto para
a cultura principal quanto para a cultura forrageira com o acúmulo de palhada que
posteriormente é utilizada como cobertura para a próxima cultura a ser semeada. A
combinação das espécies a serem utilizadas é muito importante, pois uma não deve
atrapalhar a outra no desenvolvimento. A cultura principal deve alcançar altas
produtividades e a secundária produzir quantidade e qualidade considerável de palhada
para a cobertura do solo. Nesse contexto, o objetivo geral com esse trabalho foi avaliar o
desempenho da cultura da soja e a fauna do solo em sucessão às culturas anuais de
cobertura.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cultura da Soja (Glycine max)


A soja (Glycine max) é uma leguminosa herbácea anual, contendo teor proteico
de 38% no grão e de grande adaptação aos diversos componentes do meio natural,
resultado de investimento intensivo em tecnologia, a coloca entre as principais matérias-
primas para produção de proteína alimentar no mundo, sendo a mais cultivada
(EMBRAPA, 2010). A matéria-prima da soja é utilizada como forrageira na alimentação
animal e no adubo verde (QUI e CHANG, 2010). O óleo extraído do seu grão é utilizado
13

na alimentação humana, produção de biodiesel e lubrificante. O farelo é importante na


alimentação humana, animal e na fabricação de produtos (BEZERRA et al., 2015).
O grão de soja tem grande importância econômica pelas inúmeras aplicações
industriais, a demanda pelo seu grão é cada dia mais crescente. Segundo Hirakuri (2014)
a disposição no mercado internacional e a estabilização da soja como importante fonte de
proteína especialmente para atender demanda dos setores ligados ao agronegócio, fizeram
com que a produção da oleaginosa apresentasse crescimento expressivo.
No setor interno, a produção de soja tem avançado continuamente devido ao
índice crescente de produtividade. De acordo com dados da Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB), a produção nacional de soja na safra 2018/2019 foi de
115.030,1 milhões de toneladas e o estado de Goiás contribuiu com 11.437,4 milhões de
toneladas dessa produção demonstrando assim a importância deste estado para a produção
nacional de soja (CONAB, 2020).
A soja teve grande dinamismo na região dos cerrados e sua expansão ocorreu
por seu alto nível tecnológico, integrado ao capital industrial. No estado do Goiás, o
crescimento do agronegócio foi conhecido pelo crescimento do cultivo da soja no estado,
porém, essa expansão não ocorreu de forma igualitária, visto que, em certas regiões, a
soja teve aumento significativo, porém, em outras, não atingiu grande importância na
produção (PIRES; RAMOS, 2009). A soja foi considerada a cultura responsável por
provocar grandes mudanças na base produtiva do estado de Goiás, pois nenhuma outra
cultura teve tamanho incentivo estatal por meio de políticas de financiamento e incentivos
à cadeia produtiva (PIRES; RAMOS, 2009).
O sudoeste de Goiás se consolida como o marco referencial da produção de soja
no estado de Goiás e a sua produção se sustenta pelo uso intensivo de tecnologia de ponta
pelos produtores. Agrega-se a esse fato a facilidade do escoamento da produção para os
grandes centros comerciais em razão do sistema rodoviário, de infraestrutura mais
adequada, com estradas e meios de transporte, suporte armazenador, crédito agrícola
subsidiado e organização política e econômica do produtor rural (SILVA, 2013).

2.2 Desafios do Sistema Plantio Direto e os benefícios do uso de


culturas de cobertura
No Brasil, o maior e mais extraordinário desafio a ser enfrentado pelo Plantio
Direto é sua conversão em Sistema Plantio Direto (SPD). Contudo, está conversão
14

depende da viabilização econômica da diversificação de culturas, em sistemas de


produção exclusivamente produtores de grãos. A diversificação de culturas é a regra
primordial da agricultura conservacionista, capaz de converter Plantio Direto em Sistema
Plantio Direto, pois é ela que viabiliza o abandono permanente do preparo de solo
(WUTKE et al., 2014).
Na ausência do preparo do solo, com aração e gradagem, são as raízes das plantas
as responsáveis pelo condicionamento do solo para a próxima semeadura. Portanto, a
adoção do Sistema Plantio Direto requer diversificação de culturas, com inclusão de
espécies de abundante sistema radicular, capaz de condicionar o solo para a safra seguinte.
Neste sentido, culturas como cereais de inverno e de verão se destacam pelo farto sistema
radicular que apresentam (FREITAS, 2002). O uso do SPD intercalando gramíneas e
leguminosas com culturas comerciais tem grande potencial para aprimorar a qualidade do
solo por meio do sequestro de carbono, ciclagem de água e nutrientes e melhoria dos
atributos microbiológicos do solo (COSER, et al., 2016; LIU et al., 2014).
No SPD, a cobertura do solo deve ser priorizada, de modo que a sucessão de
culturas proporcione adequada produção de palhada com elevada relação C/N
(MINGOTTE et al., 2014). A qualidade da composição química das espécies vegetais
utilizadas também é um ponto importante, pois pode colaborar com a melhoria dos
atributos microbiológicos do solo através do acúmulo de matéria orgânica ao longo do
tempo (GIONGO et al., 2011). A presença de resíduos (palha), na superfície do solo, afeta
diretamente a microbiota do solo, indicando que uso de plantas de coberturas, influência
a qualidade do solo (MERCANTE et al., 2008).
A qualidade e quantidade dos aportes orgânicos que entram no sistema
significam diferentes taxas de ciclagem de carbono e nitrogênio (KONG et al., 2010) que,
mediadas pelos microrganismos, resultarão na formação de diferentes frações orgânicas
no solo e posterior liberação de nutrientes no solo. Segundo Carvalho et al. (2010), a
manutenção de resíduos vegetais na superfície, a rotação de culturas e o mínimo
revolvimento do solo, são os princípios básicos da implantação do SPD, além do mais,
há a redução da emissão de CO2 para a atmosfera e aumento do estoque de carbono e
nitrogênio no solo.
O funcionamento da comunidade microbiana do solo é importante para a
compreensão dos processos em nível de ecossistema e a utilização de resíduos vegetais
como cobertura do solo, sendo uma alternativa para aumentar a sustentabilidade dos
sistemas de produção agrícola, podendo restituir quantidades consideráveis de nutrientes
15

aos cultivos, gerando aumento na eficiência na utilização de adubos químicos (DUDA et


al., 2003).
O cultivo de leguminosas em sucessão ao milho proporciona maior quantidade
de nitrogênio (N) à cultura, além de aproveitamento mais eficiente do N do fertilizante
nitrogenado e maior produtividade de grãos, seja por meio da fixação biológica ou pela
ciclagem do N das camadas subsuperficiais com a incorporação de biomassa
(ALBUQUERQUE et al., 2013). As gramíneas, por outro lado, são caracterizadas por
elevada razão C/N dos seus resíduos vegetais e maior tempo de permanência na superfície
do solo, como resultado de baixa taxa de decomposição (TIMOSSI et al., 2007). Desta
forma, há quantidade menor de liberação de nutrientes, especialmente N (ALVARENGA
et al., 2010).
Na qualidade bromatológica das espécies vegetais a relação lignina/nitrogênio é
o parâmetro que melhor explica o efeito de plantas de cobertura sobre a produtividade de
grãos das culturas subsequentes (CARVALHO et al., 2015). Quanto à composição química
das plantas, a adição de maiores teores de carbono pode ser atribuída à produção de
resíduos vegetais com menor relação C/N e lignina/N, as quais possuem decomposição
mais rápida do resíduo e favorecem o aumento dessa fração (CARVALHO et al., 2012).

2.3 Sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA)


O sistema de integração é considerado um sistema quando há pelo menos duas
atividades conduzidas em uma mesma área, em períodos sucessivos do tempo. Os SIPA
são uma forma de produzir a mesma quantidade do produto, ou até aumentar a produção,
sem a necessidade de incorporar novas áreas, que tem sido denominada de efeito “poupa
terra” (KLUTHCOUSKI et al., 2015).
O SIPA é formado pelo cultivo vegetal ou produção animal em uma propriedade
rural, composto com base nos fatores de produção (terra, capital e mão de obra), ligado
por um processo de gestão, com objetivo de maximizar o uso da área e diversificar as
fontes de renda (HIRAKURI et al., 2012) por meio dos efeitos sinérgicos entre os
componentes “solo-planta-animal” (MACEDO et al., 2013).
No Brasil, o SIPA foi inserido pelos imigrantes europeus que adaptaram os
sistemas para as condições tropicais (MACHADO, BALBINO e CECCON, 2011).
Atualmente no Brasil, cerca de 11,5 milhões de hectares são explorados com algum
16

modelo de integração e a região Centro-Oeste com área de 4,53 milhões, correspondendo


a 40% das áreas de integração no Brasil (EMBRAPA, 2017).
Os sistemas integrados são definidos em quatro modalidades de acordo com
BALBINO et al. (2011):
 Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP): sistema que integra os
componentes agrícola e pecuária em consórcio, com rotação e sucessão em
períodos consecutivos;
 Sistema de Integração Pecuária-Floresta (IPF): sistema que integra os
componentes, floresta e pecuária consorciada, de forma a produzir carne,
madeira e/ou fibras;
 Sistema de Integração Lavoura-Floresta (ILF): sistema que integra o
componente florestal e agrícola consorciados com plantio agrícola anual
ou perene;
 Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): sistema de
produção que integra os componentes agrícola e pecuária de forma
intermitente e na mesma área o cultivo florestal.
Na modalidade de ILP, o componente forrageiro pode ser integrado em consórcio
com o componente de lavoura e após a colheita de grãos, a produção pecuária é sucedida
na mesma área. Em sistemas mais complexos com a presença do componente florestal,
pode ocorrer o consórcio com o componente lavoura e árvores (ILF) e, após a colheita de
grãos, a forragem é pastejada animais na mesma área (ILPF), ou apenas o consórcio entre
os componentes florestais e pecuários (IPF). As árvores sempre estarão em consórcio com
os demais componentes (KLUTHCOUSKI et al., 2015).

2.4 Atributos Biológicos do Solo


As práticas de manejo do solo adotadas na agricultura, vem provocando
alterações nos atributos do solo, causando prejuízos para sua qualidade e produtividade
das culturas, afetando a sustentabilidade ambiental e econômica da atividade agrícola
(NIERO et al., 2010). Sendo assim, a compreensão e a quantificação do impacto do uso
e manejo do solo na sua qualidade são fundamentais no desenvolvimento de sistemas
agrícolas sustentáveis (BAVOSO et al., 2010).
Os diferentes tipos de manejo do solo aplicados nos sistemas agrícolas também
afetam a sua biota. A cultura implantada, os intensos revolvimentos do solo, o tráfego de
17

máquinas e implementos, adubações, uso de agrotóxicos, possuem efeito instantâneo


sobre os organismos que estão nesta área. Como resultado, os organismos podem assumir
uma nova composição e atividade (KLADIVKO, 2001) que pode conduzir a efeitos locais
(organismos com pouca mobilidade) ou regionais (organismos com alta mobilidade)
(MINOR e CIANCIOLO, 2007). A importância da fauna e dos micro-organismos em
regiões tropicais é maior que em regiões temperadas, porque a atividade dos organismos
do solo sobre a liteira e sobre a matéria orgânica do solo não é limitada pela variabilidade
climática e o alimento na forma de biomassa vegetal é abundante (SIDDIKY, 2012).
A fauna edáfica se relaciona com os micro-organismos uma vez que para obter
os nutrientes necessários, os insetos podem realizar sínteses, excreções e concentrações
seletivas e algumas vezes podem ser auxiliados pelos micro-organismos (PARRA et al.,
2009), além de beneficiá-los através da fragmentação e incorporação do material orgânico.
A qualidade do alimento afeta sensivelmente a biota do solo. Por exemplo, dentro da
fauna edáfica, os mastigadores preferem alimentos com maiores teores de água e
nitrogênio (PARRA et al., 2009).
O manejo de sistemas agropecuários, com uso de coberturas vegetais, tem
mostrado benefícios para a sustentabilidade e a manutenção das propriedades do solo
(LOURENTE et al., 2007; SILVA et al., 20016). Segundo (CORDEIRO et al. (2004), o
tipo de manejo e a modificação da quantidade de resíduos vegetais sobre o solo podem
alterar os habitats e a disponibilidade de alimento, o que modifica a diversidade da
comunidade da macrofauna edáfica. Desta forma, a planta de cobertura do solo, que será
o alimento, seja na forma viva ou de liteira, pode ser determinante na composição e
atividade dos organismos do solo determinando indiretamente o tipo e a quantidade da
matéria orgânica no solo .
Uma ferramenta para avaliar a atividade alimentar de animais do solo, é o
método da bait-lâmina criado por Von Törne (1990), e tem sido bastante utilizado no
estudo de perturbações induzidas na decomposição de matéria orgânica por contaminação
terrestre (CASABÉ et al., 2007). As bait-lâmina consistem em lâminas de cloreto de
polivinil (PVC) com 16 cm de comprimento, constituída por 16 orifícios (espaçados entre
si de 0,5cm), (TERRA PROTECTA, 1999).
O ensaio de Bait-lâmina é considerado um método integrativo, uma vez que pode
ser utilizado para medir a atividade de invertebrados do solo a diferentes profundidades,
e em condições naturais (WENTSEL et al., 2003). O princípio é avaliar os processos de
18

reciclagem da matéria orgânica, essencialmente na camada superficiais, dependendo da


espessura destas camadas (KRATZ, 1998).
O ensaio de bait-lâmina caracteriza-se por ser simples e de fácil execução. Este
ensaio quantifica a capacidade de decomposição de um substrato composto por uma
mistura homogênea de celulose, carvão ativado e farelo, na proporção em massa de
70:20:10, conforme a ISO 18311 (2016).
No Brasil, o primeiro estudo foi realizado na região Amazônica por Rombke et
al., (2005), que teve por objetivo comparar a taxa alimentar em diferentes sistemas
florestais na Amazônia. Podgaiski et al. (2011) utilizaram o método de bait-lâmina para
avaliar a atividade alimentar dos invertebrados nos campos do sul do Brasil, comparando
uma área campestre com pastejo com uma área sem a interferência de pastejo. Adaptações
no tempo de exposição das iscas são indispensáveis ao depender do bioma em que são
expostos, e fatores como temperatura e umidade influenciam na taxa de consumo das
iscas pelos invertebrados.

OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o desempenho da cultura da soja e fauna do solo em sucessão a culturas


anuais de cobertura.

3.2 Objetivos Específicos


 Avaliação da plantabilidade da cultura da soja sob as diferentes palhadas;
 Mensurar as variáveis fitométricas da soja sob as diferentes palhadas;
 Determinar o efeito dos sistemas de produção na atividade alimentar da
fauna do solo;
21

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de cobertura no Brasil. p. 59¬168, 2014.
25

CAPÍTULO I

(Normas de acordo com a revista Agricultural Systems).

Sistemas de produção de soja em sucessão a culturas anuais de cobertura


Resumo – Em regiões brasileiras onde é possível a segunda safra, o sistema de
produção predominante é a sucessão entre as culturas de soja e milho. Porém, em geral,
esse sistema gera baixas quantidades de resíduos vegetais, e pode comprometer a
viabilidade do sistema de plantio direto (SPD) no longo prazo. O presente trabalho teve
por objetivo o rendimento de soja sob diferentes palhadas estabelecidas em sucessão a
culturas anuais de cobertura no cerrado brasileiro. O estudo foi conduzido durante o ano
agrícola de 2018/2019 nos municípios de Rio Verde-GO e Montividiu-GO. Os
tratamentos avaliados constituíam-se das seguintes palhadas: Milho monocultivo
(M_Mn); Milho consorciado com Urochloa ruziziensis (M_Brz) ; U. ruziziensis
monocultivo (Brz_Mn); Sorgo consorciado com U. ruziziensis (S_Brz); Sorgo
monocultivo (S_Mn); Milho consorciado com U. brizantha cv. Marandu (M_Bmr); U.
brizantha cv. Marandu monocultivo (Bmr_Mn); Milho consorciado com U. brizantha cv.
BRS Paiaguás (M_Bpg); U. brizantha cv. BRS Paiaguás monocultivo (Bpg_Mn);
Girassol consorciado com U. ruziziensis (Gir_Brz) ; Crotalaria spectabilis (Crot_Mn );
Milheto; Mix (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou), em faixas
distribuídas aleatoriamente na área. As características agronômicas da soja avaliadas
foram: plantabilidade, número e altura de plantas, altura inserção da 1ª vagem, massa de
mil de grãos e rendimento de grãos de soja. Em Rio Verde-GO com relação ao número
de plantas e altura houve diferenças significativas sendo os maiores valores obtidos nos
tratamentos das palhadas de Crot_Mn, Gir_Brz, Mix e M_Brz. Para altura de inserção da
1ª vagem houve efeito significativo, destacando os tratamentos com as maiores alturas a
Brz_Mn, Bmr_Mn e Bpg_Mn. Com relação à massa de mil grãos foi observada diferença
significativa com a maior valor observado na palhada de Crot_Mn com 181,42g. No
rendimento de soja em Rio Verde-GO houve efeito significativo para os tratamentos
sendo que as palhadas de Gir_Brz e Mix e Crot_Mn apresentaram os maiores rendimentos
de grãos com 4823,88, 5124,57 e 5719,70 kg ha-1, respectivamente. Com relação ao
rendimento de grãos em Montividiu-GO o tratamento com a palhada do mix de plantas
apresentou o maior rendimento (3762,54 kg ha-1). A plantabilidade da soja sobre as
biomassas de Bpg_Mn e M_Brz apresentou resultado regular. A utilização de
leguminosas associadas ou não com gramíneas como plantas de cobertura do solo para o
sistema de plantio direto, cultivadas na safrinha, proporciona melhor desempenho da
cultura de soja.

Termos para indexação: Consórcio, Glycine max (L), Produtividade, Plantas de


Cobertura, Sistemas de Cultivo.
26
Soy production systems in succession to annual cover crops

Abstract – In Brazilian regions where the second harvest is possible, the predominant
production system is the succession between soybean and corn crops. However, in general,
this system generates low amounts of plant residues, which can compromise the viability
of the no-till system (SPD) in the long run. The present work had as objective the soybean
yield under different straw established in succession to the annual cover crops in the
Brazilian cerrado. The study was conducted during the 2018/2019 agricultural year in the
municipalities of Rio Verde-GO and Montividiu-GO. The evaluated treatments consisted
of the following straws: Monoculture corn (M_Mn); Corn intercropped with Urochloa
ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monoculture (Brz_Mn); Sorghum intercropped with
U. ruziziensis (S_Brz); Sorghum monoculture (S_Brz); Corn intercropped with U.
brizantha cv. Marandu (M_Bmr); U. brizantha cv. Marandu monoculture (Bmr_Mn);
Corn intercropped with U. brizantha cv. BRS Paiaguás (M_Bpg); U. brizantha cv. BRS
Paiaguás monoculture (Bpg_Mn); Sunflower intercropped with U. ruziziensis (Gir_Brz);
Crotalaria spectabilis (Crot_Mn); Millet; Mix (Milheto, C. spectabilis and U. ruziziensis),
Fallow (Pou), in randomly distributed bands in the area. The agronomic characteristics of
the soybean evaluated were: plantability, number and height of plants, the 1st pod height
insertion, thousand grains mass and soybean grain yield. In Rio Verde-GO, regarding the
number of plants and height, there were significant differences, with the highest values
obtained in the treatments of the straws of Crot_Mn, Gir_Brz, Mix and M_Brz. For the
1st pod height insertion, there was a significant effect, highlighting the treatments with
the highest heights at Brz_Mn, Bmr_Mn and Bpg_Mn. Regarding the thousand grains
mass, a significant difference was observed with the highest value observed in the
Crot_Mn straw with 181.42g. In the soybean yield in Rio Verde-GO there was a
significant effect for treatments, with the straws of Gir_Brz and Mix and Crot_Mn
presenting the highest grain yields with 4823.88, 5124.57 and 5719.70 kg ha-1,
respectively. Regarding the grain yield in Montividiu-GO, the treatment with the straw
from the plant mix showed the highest yield (3762.54 kg ha-1). The soybean plantability
on the Bpg_Mn and M_Brz biomasses presented a regular result. The use of legumes
associated or not with grasses as soil cover plants for the no-tillage system, grown in the
off-season, provides better soybean crop performance.

Index terms: Consortium, Glycine max (L), Productivity, Coverage Plants, Cultivation

Systems

Introdução
O Brasil no ano de 2018, passou a ser o maior produtor de soja do mundo, com
33% de toda produção mundial (CONAB, 2019). Para o período 2018/19, a oleaginosa
demonstrou crescimento de área plantada de 1,8% em comparação com a safra passada,
correspondendo a semeadura de 35.775,2 mil hectares. O sucesso da produtividade da
soja está relacionado com a inclusão de tecnologias de sistemas de produção, e pode ser
destacado o Sistema de Plantio Direto (SPD), que abrange uma série de processos
tecnológicos de maneira ajustada, que são destinados à exploração de sistemas agrícolas
produtivos (FEBRAPDP, 2019).
27
Mesmo sendo de fundamental importância para a sustentabilidade agrícola, o
SPD e o sistema integrado de produção agropecuária (SIPA) são adotados, em sua
plenitude, pela minoria dos produtores da região do centro-oeste, cuja prática usual é a
semeadura da soja e o milho (“milho safrinha”), havendo assim, a necessidade de
mudança na forma de pensar nas atividades agrícolas, a partir do contexto
socioeconômico, com preocupações ambientais (MANCIN et al., 2009).
Apesar de nos últimos anos a permanência de áreas em pousio no período de
entressafra das culturas comerciais de verão tenha diminuído significativamente, essa
situação ainda é observada em algumas áreas de cultivo. A cobertura vegetal ineficiente
nesse período, deixa o solo mais suscetível à ocorrência de erosão, bem como ao
aparecimento de plantas indesejáveis (CARNEIRO et al., 2009). A cobertura do solo com
palha aumenta a infiltração de água no solo e protege a superfície contra o impacto das
gotas de chuva, reduzindo sensivelmente o processo erosivo, por isso, é fundamental para
a conservação do solo e da água (FRANCHINI et al., 2014).
Há duas famílias principais quando se fala em cobertura vegetal, as leguminosas,
que possuem menor relação C/N, principalmente pela atraente capacidade de fixação
biológica de nitrogênio (FBN) por isso, decompõe-se rapidamente, e as gramíneas que se
destacam pela alta produtividade mesmo em condições adversas (BALBINOT JUNIOR
et al., 2017). De modo geral, é notório o grande potencial que existe com a implantação
de culturas de cobertura nas áreas agrícolas, que permite o aumento de produtividade,
melhora na qualidade do solo e aumenta os lucros com a diversificação de produção
sustentável. Nesse contexto, o objetivo com este trabalho foi o rendimento de soja sob
diferentes palhadas estabelecidas em sucessão às culturas anuais de cobertura no cerrado
brasileiro.

Material e Métodos
a) Área experimental
O estudo foi conduzido durante a safra agrícola de 2018/2019 em dois locais:
município de Rio Verde, GO (17º 47’ 53” latitude e 50º 55’ 41” longitude, altitude de 715
m), em área experimental do GAPES (Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano)
e o outro local na fazenda Boa Esperança no município de Montividiu, GO (17° 26’ 39”
latitude e 51° 10’ 29” longitude, altitude de 821 m).
Com relação às características físicas do solo em Rio Verde, GO: 52,0 % de areia,
40,5 % de argila e 7,5 % de silte na estação experimental do GAPES com os seguintes
resultados das propriedades químicas do solo: pH (CaCl2) 5; matéria orgânica (MO) 18,7
28
g dm-3; P (mel) 3,2 mg dm-3; H + Al, K, Ca, Mg: 3,6; 0,11; 1,41 e 0,54 cmolc dm-3,
respectivamente; saturação por base 36%.
Na Fazenda Boa Esperança em Montividiu, GO, as características físicas do solo,
têm-se: 75,5 % de areia, 19,5 % de argila e 5 % de silte e os seguintes resultados das
propriedades químicas do solo: pH (CaCl2) 5,4; matéria orgânica (MO) 15,8 g dm-3 ; P
(mel) 22,4 mg dm-3 ; H + Al, K, Ca, Mg: 2,7; 0,09; 1,31 e 0,85 cmolc dm-3,
respectivamente; saturação por base 54%. Adotando os critérios propostos por Köppen
(1931), o clima é classificado como savana tropical com invernos secos e verões chuvosos
(Aw) com média de precipitação anual superior a 1.600 mm (Figura 1 e Figura 2).

350 35
300 30
Precipitação (mm)

Temperatura (°C)
250 25
200 20
150 15
100 10
50 5
0 0

Mês

Prcp Máx Mín

Figura 1. Dados climáticos mensais de temperatura e precipitação pluviométrica durante o período experimental obtido da Estação
Meteorológica da área experimental do Gapes (Grupo Associado de Produtores do Sudoeste Goiano), localizada no munícipio de Rio
Verde – GO.

Figura 2. Dados climáticos mensais de temperatura e precipitação pluviométrica durante o período experimental extraídos da Estação
Meteorológica da fazenda Boa Esperança, localizada no munícipio de Montividiu – GO.
29
b) Delineamento experimental e tratamentos
Os plantios das culturas anuais de cobertura visando à formação de palhada
foram realizados nos dias 22/02/18 em Montividiu-GO e dia 13/03/2018 na área de Rio
Verde-GO.
Para avaliar as variáveis referentes ao rendimento de grãos da cultura da soja
foram utilizadas faixas alocadas de maneira aleatória dentro da área, uma faixa por
tratamento. Os tratamentos corresponderam ao cultivo da soja sobre as palhadas de:
Milho monocultivo (M_Mn); Milho consorciado com Urochloa ruziziensis (M_Brz) ; U.
ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorgo consorciado com U. ruziziensis (S_Brz); Sorgo
monocultivo (S_Mn); Milho consorciado com U. brizantha cv. Marandu (M_Bmr); U.
brizantha cv. Marandu monocultivo (Bmr_Mn); Milho consorciado com U. brizantha cv.
BRS Paiaguás (M_Bpg); U. brizantha cv. BRS Paiaguás monocultivo (Bpg_Mn);
Girassol consorciado com U. ruziziensis (Gir_Brz) ; Crotalaria spectabilis (Crot_Mn );
Milheto; Mix (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou). No experimento
localizado em Montividiu-GO foram avaliados os mesmos tratamentos, com exceção do
Pousio.
O plantio do milho (cultivar JM 2M77) e o do sorgo (cultivar Atlântica MR 43)
em monocultivo foi realizado por uma semeadora, em que se utilizou a população de
50.000 plantas por hectare para o milho e para o sorgo 130.000 plantas por hectare.
Nos tratamentos com consórcios, foi acoplada uma semeadora a lanço na parte
dianteira do trator e as operações foram realizadas simultaneamente com a cultura
agrícola semeada com semeadora de linhas na parte traseira. Manteve-se a população de
plantas para as culturas agrícolas e adotado 400 pontos de valor cultural de sementes para
as forrageiras. Com relação ao mix foi adotada a taxa de semeadura de 400 pontos de
valor cultural por hectare para a U. ruziziensis, 10 kg de sementes de milheto por hectare
e 10 kg de sementes de Crotalaria spectabilis por hectare. Com relação às espécies de
Urochloa semeadas em monocultivo foram utilizados 800 pontos de valor cultural por
hectare.

c) Instalação e condução do experimento


A dessecação da área foi realizada com aplicação de herbicida de forma
sequencial, sendo a quantidade de equivalente ácido de glifosato de 2,5 L ha-1 aos 30 dias
antes do plantio da soja. A cultivar de soja utilizada em Rio Verde- GO, foi a variedade
Syn15640 IPRO semeada no dia 19/10/2018, com espaçamento de 0,5 m entre linhas e
população de 20 plantas por metro (400.000 ha-1) na profundidade de 3 cm, a adubação
30
de semeadura foi de 0-20-20 (500 kg ha-1). A cultivar de soja utilizada em Montividiu-
GO foi a variedade 797 semeadas no dia 27/10/2018, com espaçamento de 0,5 m entre
linhas e população de 14 plantas por metro (280.000 ha-1) na profundidade de 3 cm, a
adubação de semeadura foi de 0-20-20 (500 kg ha-1).
As sementes foram inoculadas de acordo com a recomendação técnica. Os
manejos realizados nas áreas agrícolas são descritos na Tabela 2. Após 15 dias do plantio
foi avaliada avaliação de estande da cultura da soja por meio da contagem de plantas em
cinco metros de comprimento com quatro repetição por tratamento. A colheita da soja foi
realizada na data de 07/02/2019 em Rio Verde-GO e 07/03/2019 em Montividiu-GO.

Tabela 1. Manejo realizado em cultivo de soja sob diferentes palhadas. Área


experimental do Gapes, Rio Verde, GO e Fazenda Boa Esperança, Montividiu, GO, safra
2018/2019.

Manejo Data do Manejo Produto Volume

Adubação de plantio 20/09/2018 0-20-20 500 kg ha-1


Glifosato 2,5 L ha-1
Verdict® 1 L ha-1
Pré Dessecação 29/09/2018
Nimbus® 0,5 L ha-1
Curyon® 0,7 L ha-1
Dual Gold® 1,2 L ha-1
Plante Aplique 20/10/2018 Agris® 0,2 L ha-1
Gramoxone 1,5 L ha-1
Glifosato 2,5 L ha-1
Rebrote 02/11/2018
Nimbus® 0,5%
Glyfosato 3 L ha-1
Pós 14/11/2018 Verdict
0,3 L ha-1
max®
Elatus® 2 L ha-1
Pre fecha 14/11/2018 Cypress® 0,25 L ha-1
Nimbus® 0,5 L ha-1
Elatus® 2 L ha-1
Pre fecha + 18 29/11/2018 Cypress® 0,25 L ha-1
Nimbus® 0,5%
Score® 0,3 L ha-1
Pre fecha + 36 13/12/2018 Priori Xtra® 0,3 L ha-11
Nimbus® 0,5 %
Engeo
Percevejo/lagarta/mosca 19/12/2018 0,25 L ha-1
Pleno®
31

d) Variáveis avaliados na cultura da Soja


Processamento das amostras de nematoide no solo (realizado apenas na área
experimental em Rio Verde-GO): Foram coletadas quatro amostras por tratamento.
Foram feitas extrações para contagem Pratylenchus sp. e Helicotylenchus sp., conforme
Jenkins (1964).
Processamento das amostras de nematoide na raiz (realizado apenas na área
experimental Em Rio Verde-GO): Foram coletadas quatro amostras por tratamento. Para
extração de Pratylenchus sp. e Helicotylenchus sp. seguiu-se a metodologia de extração
conforme Coolen e D'herde (1972).
Número de plantas de soja: foi determinado por meio da contagem de plantas
de duas linhas com cinco metros de comprimento e os resultados foram extrapolados em
número de plantas por hectare no momento da colheita.
Altura de planta e Altura da inserção da 1° vagem (essa variável foi realizada
apenas na área experimental em Rio Verde-GO): foi determinada no momento da colheita,
medindo cinco plantas ao acaso, com régua graduada em cm, a distância do nível do solo
até a última vagem para planta inteira e do nível do solo até a 1° vagem para a inserção
da 1° vagem.
Rendimento de grãos de soja: para obter essa variável foram coletados 12
pontos aleatórios compostos por duas linhas de três metros de comprimento por
tratamento, para as duas áreas de estudo. Após a trilhagem das plantas em trilhadora
estacionária em campo, as amostras foram levadas para laboratório onde foi realizado a
limpeza dos grãos.
Massa de mil grãos: foi efetuada a contagem de 1.000 grãos das amostras
manualmente e pesados, logo após foi realizado a pesagem total das amostras dos grãos
em balança de precisão com três casas decimais.
Umidade de grãos de soja: foi efetuada a mensuração da umidade de doze
amostras de cada tratamento com auxílio do equipamento medidor de umidade de grãos,
marca Gehaka, modelo G600.

e) Análise dos dados


Os dados referentes a contagem de nematoide foram transformados log (x+1), os
dados referentes à altura da inserção da primeira vagem foram transformados pela
transformação de Box-Cox (x- 0,34) com auxílio do software estatístico R.
32
 Outliers dos dados referentes a Helicotylenchus sp, Pratylenchus sp no solo e
raiz.
 Helicotylenchus sp. no solo e massa de mil grãos: foi realizada a análise de
KRUSKAL WALLIS para determinar efeito do tratamento em função dos
resíduos com distribuição não normal e sem homogeneidade de variância entre
tratamentos. Para o teste de comparação de médias utilizou Wilcoxon rank sum
test, e ajuste de Benjamini e Hochberg (1995) apenas para massa de mil grãos
 Helicotylenchus sp, Pratylenchus sp na raiz, rendimento de grãos, número de
plantas e altura: foi realizada a análise de efeito de tratamento com análise de
variância, sendo a comparação de média pelo teste de WELCH TEST com
correção de Bonferoni, pois não havia homogeneidade de variância entre os
tratamentos.
 Pratylenchus sp no solo, plantabilidade, altura de inserção da 1ª vagem: foi
realizada análise de variância e teste de comparação médias por meio do teste de
Tukey a 5% de probabilidade.

Resultados
1.1 Plantabilidade
Constatou-se que, em relação à porcentagem de plantas espaçadas na área
experimental de Rio Verde-GO, os tratamentos Bpg_Mn e M_Brz foram os que
apresentaram a melhor qualidade de semeadura, com 68,2 e 68,5% de aceitáveis, ou seja,
de plantas distribuídas de forma equidistante na linha de semeadura (Tabela 2). Em
relação as áreas com os menores valores de aceitáveis, ou seja, com qualidade inferior de
semeadura, destaca-se o tratamento M_Bpg com 51,8 % de plantas equidistantes na linha
de semeadura. (Tabela 2).
33

Tabela 2. Valores médios da avaliação de plantabilidade da soja sobre diferentes


palhadas: Número de Plantas por metro linear, Plantas Duplas (%), Planta Falhas (%) e
Plantas Aceitáveis (%). Área experimental do Gapes, Rio Verde, Go, safra 2018/2019.

Plantabilidade
Sistemas Plantas (m) Plantas Duplas Plantas Falhas Plantas Aceitáveis
(%) (%) (%)
M_Mn 21,2±0,613 22,7 abc 14,9 ab 62,4 abc
Crot_Mn 21,1±0,613 25,3 a 17,0 ab 57,7 abc
Mix 20,9±0,613 20,4 abc 13,5 b 66,1 ab
S_Brz 20,2±0,613 24,9 ab 19,6 ab 55,6 abc
Gir_Brz 20,0±0,613 23,2 abc 17,1 ab 59,7 abc
S_Mn 19,9±0,613 20,4 abc 18,0 ab 61,6 abc
Pou 19,6±0,613 19,1 abc 20,0 ab 60,9 abc
Brz_Mn 19,5±0,708 22,5 abc 23,7 ab 53,9 bc
Bpg_Mn 19,2±0,613 14,4 c 17,4 ab 68,2 a
M_Brz 19,1±0,613 15,1 bc 16,4 ab 68,5 a
Bmr_Mn 19,1±0,613 20,8 abc 20,9 ab 58,3 abc
Milheto 19,1±0,613 19,6 abc 21,3 ab 59,1 abc
M_Bpg 18,2±0,613 24,0 abc 24,2 a 51,8 c
M_Bmr 18,1±0,613 22,0 abc 24,4 a 53,5 bc
Erro Padrão - 1,97 2,05 2,79
Milho em monocultivo - M_Mn, Milho Consorciado com Urochloa ruziziensis - M_Brz, Urochloa. ruziziensis em monocultivo-
Brz_Mn, Sorgo consorciado com Urochloa ruziziensis - S_Brz, Sorgo monocultivo - S_Mn, Milho consorciado com Urochloa
brizantha cv. Marandu - M_Bmr, Urochloa brizantha cv. Marandu - Bmr_Mn, Milho consorciado com Urochloa brizantha cv. BRS
Paiaguás- M_Bpg, Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás - Bpg_Mn, Girassol consorciado com U. ruziziensis - Gir_Brz, Crotalaria
spectabilis - Crot_Mn, Milheto, Mix - (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis).

A tabela 3, demonstra os resultados de plantabilidade e de população de plantas


em Montividiu-GO, que se diferenciaram pelos sistemas de manejo adotados. Verifica se
que, as maiores percentagens de plantas aceitáveis, são nos tratamentos M_Brz, Milheto
e Bpg_Mn com 60,0, 60,5 e 64,0% respectivamente de aceitáveis.
Já área com o menor valor de aceitáveis, ou seja, com qualidade inferior de
semeadura, destaca o tratamento Brz_Mn com apenas 38,8% de plantas equidistantes na
linha de semeadura (Tabela 3).
34
Tabela 3. Valores médios da avaliação de plantabilidade da soja sob diferentes palhadas:
Número de Plantas por metro linear, Plantas Duplas (%), Planta Falhas (%) e Plantas
Aceitáveis (%). Fazenda Boa Esperança, Montividiu, GO, safras 2018/2019.
Plantabilidade
Sistemas Plantas Plantas Duplas Plantas Falhas Plantas Aceitáveis
(m) (%) (%) (%)
M_Mn 10,7±0,521 ab 14,36 ab 32,2 ab 53,4 ab
Crot_Mn 9,8±0,521 ab 15,79 ab 38,7 a 45,5 ab
Mix 11,7±0,521 ab 17,95 ab 30,6 ab 51,4 ab
S_Brz 11,7±0,521 ab 19,64 ab 31,1 ab 49,2 ab
Gir_Brz 12,2±0,521 a 14,83 ab 26,0 ab 59,2 ab
S_Mn 11,8±0,521 a 15,27 ab 27,3 ab 57,4 ab
Brz_Mn 9,0±0,602 b 25,75 ab 35,5 ab 38,8 b
Bpg_Mn 11,6±0,521 ab 9,72 b 26,3 ab 64,0 a
M_Brz 12,4±0,521 a 15,11 ab 24,9 ab 60,0 a
Bmr_Mn 12,1±0,521 a 16,56 ab 26,1 ab 57,3 ab
Milheto 11,0±0,521 ab 11,87 ab 27,6 ab 60,5 a
M_Bpg 10,4±0,521 ab 15,35 ab 34,5 ab 50,2 ab
M_Bmr 12,2±0,737 ab 30,00 a 17,0 b 53,0 ab
Erro Padrão - 3,72 4,01 4,24
Milho em monocultivo - M_Mn, Milho Consorciado com Urochloa ruziziensis - M_Brz, Urochloa. ruziziensis em monocultivo-
Brz_Mn, Sorgo consorciado com Urochloa ruziziensis - S_Brz, Sorgo monocultivo - S_Mn, Milho consorciado com Urochloa
brizantha cv. Marandu - M_Bmr, Urochloa brizantha cv. Marandu - Bmr_Mn, Milho consorciado com Urochloa brizantha cv. BRS
Paiaguás- M_Bpg, Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás - Bpg_Mn, Girassol consorciado com U. ruziziensis - Gir_Brz, Crotalaria
spectabilis - Crot_Mn, Milheto, Mix - (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis).

1.2 Nematoides (Helicotylenchus sp. e Pratylenchus sp)


De acordo com os dados das amostras de solo e raízes de soja coletadas sob diferentes
palhadas, não observou efeito significativo a presença de Helicotylenchus sp. e
Pratylenchus sp (Tabela 4).
35
Tabela 4. Populações de Helicotylenchus sp. e Pratylenchus sp. encontradas em amostras
de solo e raiz em áreas cultivadas com soja sob diferentes palhadas. Área experimental
do Gapes, Rio Verde, GO, safras 2018/2019.

Gênero de nematoides
Sistema Helicotylenchus sp. Pratylenchus sp.
3
Solo/100 cm Raiz/10 g Solo/100 cm3 Raiz/10 g
M_Mn 349,50 39,50 9,50 105,50
Pou 174,75 18,75 19,00 48,50
M_Brz 167,75 21,00 3,00 43,00
M_Bpg 113,00 9,50 2,75 15,00
Bmr_Mn 104,25 24,25 6,50 27,25
Brz_Mn 104,25 50,25 15,50 66,00
S_Mn 95,25 42,00 7,50 57,25
Crot_Mn 86,75 11,75 5,75 37,00
S_Brz 86,00 9,75 23,25 58,50
Mix 83,87 4,25 10,50 6,00
M_Bmr 81,50 9,75 3,25 22,75
Milheto 34,75 22,50 4,25 54,00
Gir_Brz 30,75 12,50 4,00 1,75
Bpg_Mn 12,25 0,00 2,75 8,25
Erro Padrão 34,37 12,01 6,29 24,28
Milho em monocultivo - M_Mn, Milho Consorciado com Urochloa ruziziensis - M_Brz, Urochloa. ruziziensis em monocultivo-
Brz_Mn, Sorgo consorciado com Urochloa ruziziensis - S_Brz, Sorgo monocultivo - S_Mn, Milho consorciado com Urochloa
brizantha cv. Marandu - M_Bmr, Urochloa brizantha cv. Marandu - Bmr_Mn, Milho consorciado com Urochloa brizantha cv. BRS
Paiaguás- M_Bpg, Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás - Bpg_Mn, Girassol consorciado com U. ruziziensis - Gir_Brz, Crotalaria
spectabilis - Crot_Mn, Milheto, Mix - (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio – Pou.

1.3 Número e altura de plantas, altura inserção 1ª vagem e número de Vagens.


Ao avaliar os resultados referente ao sistema de cultivo da soja sob as diferentes
palhadas em Rio Verde, pode-se observar nos resultados que para as variáveis número de
plantas por metro linear e altura houve diferenças significativas. Os tratamentos que se
destacaram com maiores valores para essas variáveis foram as plantas cultivadas nas
palhadas de Crot_Mn, Gir_Brz, Mix e M_Brz (Tabela 5). Na altura de inserção da 1ª
vagem houve efeito significativo entre os tratamentos, destacando os tratamentos com as
maiores alturas a Brz_Mn, Bmr_Mn e Bpg_Mn (Tabela 5). Já para o número de vagens
não houve efeito significativo.
Em Montividiu-GO não houve efeito significativo entre os tratamentos em todas
as variáveis avaliadas (Tabela 6).
36
Tabela 5. Valores médios de plantas por metro linear, altura de plantas (m), altura
inserção 1ª vagem (m), número de vagens de soja cultivada sob diferentes palhadas. Área
experimental do GAPES, Rio Verde, GO, safra agrícola 2018/2019.

Plantas Altura Altura de Inserção N° de Vagem


Sistemas
Final (m) 1° Vagem (m) (planta-1)
Crot_Mn 22,04 a 1,32 a 0,11 ab 29,93
Gir_Brz 21,69 a 1,30 a 0,12 bcd 28,11
Mix 21,68 a 1,27 a 0,10 d 27,93
M_Brz 21,18 a 1,27 ab 0,11 ab 29,2
Milheto 20,55 ab 1,23 ab 0,13 bcd 25,76
Brz_Mn 20,26 ab 1,21 ab 0,14 a 28,93
Pou 19,94 ab 1,19 ab 0,13 cd 25,36
M_Mn 19,68 ab 1,18 ab 0,12 bcd 25,46
Bmr_Mn 19,33 b 1,16 b 0,14 a 29,7
S_Mn 19,05 b 1,14 b 0,12 bcd 27,95
Bpg_Mn 18,98 b 1,13 b 0,14 a 29,56
S_Brz 18,80 b 1,12 b 0,12 abc 27,85
M_Bpg 18,62 b 1,11 b 0,12 bcd 27,08
M_Bmr 18,33 b 1,10 b 0,11 ab 29,11
Erro padrão 0,45 0,026 0,020 1,07
Milho em monocultivo - M_Mn, Milho Consorciado com Urochloa ruziziensis - M_Brz, Urochloa. ruziziensis em monocultivo-
Brz_Mn, Sorgo consorciado com Urochloa ruziziensis - S_Brz, Sorgo monocultivo - S_Mn, Milho consorciado com Urochloa
brizantha cv. Marandu - M_Bmr, Urochloa brizantha cv. Marandu - Bmr_Mn, Milho consorciado com Urochloa brizantha cv. BRS
Paiaguás- M_Bpg, Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás - Bpg_Mn, Girassol consorciado com U. ruziziensis - Gir_Brz, Crotalaria
spectabilis - Crot_Mn, Milheto, Mix - (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio – Pou. O número de vagens é a média de 5
plantas.

Tabela 6. Valores médios de plantas por metro linear, altura de plantas (m), altura
inserção 1ª vagem (m), número de vagens de soja cultivada sob diferentes palhadas.
Fazenda Boa Esperança, Montividiu, GO, (19,5 % de argila), safra agrícola 2018/2019.
Sistemas Plantas N° Vagem Massa de Mil Grãos Rendimento
-1
Final (planta ) (g) (kg ha-1)
Crot_Mn 11,77±0,26 53±5,96 136,52±2,01 3432,46±100,25 ab
Gir_Brz 11,56±0,26 52±5,96 131,33±2,01 2967,13±100,25 c
Mix 11,73±0,26 70±5,96 132,75±2,01 3762,54±104,71 a
M_Brz 11,34±0,26 43±5,96 137,55±2,01 3469,83±100,25 b
Milheto 11,52±0,26 53±5,96 137,90±2,01 3488,08±109,82 ab
Brz_Mn 12,18±0,26 47±5,96 143,60±3,11 3163,29±155,31 ab
M_Mn 11,50±0,27 68±5,96 135,59±2,01 3485,92±109,82 b
Bmr_Mn 10,95±0,27 65±5,96 138,65±2,01 3290,37±115,7 ab
S_Mn 11,34±0,26 57±5,96 140,71±2,01 3208,74±100,25 b
Bpg_Mn 11,77±0,26 48±5,96 139,03±2,01 3134,26±100,25 b
S_Brz 12,04±0,26 57±5,96 139,43±2,01 3291,62±100,25 ab
M_Bpg 10,86±0,28 56±5,96 136,32±2,01 3012,76±104,71 b
M_Bmr 12,19±0,27 51±5,96 137,55±2,01 3697,78±100,25 ab
Milho em monocultivo - M_Mn, Milho Consorciado com Urochloa ruziziensis - M_Brz, Urochloa. ruziziensis em monocultivo-
Brz_Mn, Sorgo consorciado com Urochloa ruziziensis - S_Brz, Sorgo monocultivo - S_Mn, Milho consorciado com Urochloa
brizantha cv. Marandu - M_Bmr, Urochloa brizantha cv. Marandu - Bmr_Mn, Milho consorciado com Urochloa brizantha cv. BRS
Paiaguás- M_Bpg, Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás - Bpg_Mn, Girassol consorciado com U. ruziziensis - Gir_Brz, Crotalaria
spectabilis - Crot_Mn, Milheto, Mix - (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis).
37

1.4 Massa de mil grãos e rendimento de grãos


Para a variável de massa de mil grãos foi observada diferença significativa, sendo
que a maior massa de grão no tratamento com a palhada de Crot_Mn com 181,42g (Tabela
7). Para produtividade de soja houve efeito significativo entre os tratamentos com maiores
rendimentos de grãos observados na soja sob palhadas de Gir_Brz e Mix e Crot_Mn com
4823,88 kg ha-1, 5124,57 kg ha-1 e 5719,70 kg ha-1, respectivamente.
Para o rendimento de grãos em Montividiu-GO a soja no tratamento com a
palhada do Mix de plantas apresentou o maior valor de 3762,54 kg ha-1 (Tabela 6).

Tabela 7. Valores médios para massa de mil grãos e rendimento de grãos de soja
cultivada sob diferentes palhadas. Área experimental do GAPES, Rio Verde, GO, safra
agrícola 2018/2019.

Sistemas Massa de Mil Grãos (g) Rendimento de grãos kg ha-1


Crot_Mn 181,42 a 5719,70±147,56 a
Gir_Brz 178,48 ab 4823,88±141,28 a
Mix 173,10 b 5124,57±141,28 a
M_Brz 174,40 ab 3705,18±154,76 b
Milheto 169,38 b 3019,03±147,56 b
Brz_Mn 172,92 ab 3938,27±147,56 b
Pou 149,49 b 3225,49±141,28 b
M_Mn 171,55 ab 3740,12±154,76 b
Bmr_Mn 174,35 ab 3887,91±154,76 b
S_Mn 171,26 b 4041,22±147,56 b
Bpg_Mn 178,36 ab 3975,66±154,76 b
S_Brz 173,58 ab 3673,47±141,28 b
M_Bpg 180,96 ab 4064,66±141,28 b
M_Bmr 171,37 b 3613,31±141,28 b
Milho em monocultivo - M_Mn, Milho Consorciado com Urochloa cv. Ruziziensis - M_Brz, Urochloa cv. Ruziziensis - Brz_Mn
Sorgo consorciado com Urochloa cv. Ruziziensis - S_Brz, Sorgo monocultivo - S_Mn, Milho consorciado com Urochloa cv. Marandu
- M_Bmr, Urochloa cv. Marandu - Bmr_Mn, Milho consorciado com Urochloa cv. BRS paiaguás- M_Bpg, Urochloa cv. BRS
paiaguás - Bpg_Mn, Girassol consorciado com U. ruziziensis - Gir_Brz, Crotalaria spectabilis - Crot_Mn, Milheto, Mix - (Milheto,
C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio – Pou.

Discussões

1.1 Plantabilidade
A classificação proposta por Tourino e Klingensteiner (1983) considera uma
semeadura de qualidade aquela que distribui 90 a 100% das sementes na faixa de
espaçamentos aceitáveis (equidistantes) entre plantas; bom desempenho, aquele que varia
de 75 a 90% de aceitáveis; regular, variando de 50 a 75%, e, semeadura de baixa qualidade,
ou insatisfatória, aquela que apresenta distribuição de plantas na linha de semeadura com
38
variabilidade entre plantas, para uma mesma população, abaixo de 50%. De acordo com
essa classificação, a distribuição de plantas de soja na área experimental em Rio Verde-
GO apresentou resultado regular, quanto à distribuição das sementes na linha de
semeadura (Tabela 2). Já em Montividiu-GO este resultado variou de regular a baixa
qualidade (Tabela 3).
Grande quantidade de biomassa sob o solo na época de plantio pode aumentar o
índice de patinagem do trator ao realizar a semeadura, assim como tende a ocorrer
“embuchamento” com a palha acumulada na linha da semeadora (ARATANI et al., 2009).
O que não foi observado “embuchamento” por ocasião do plantio neste estudo, nas
diferentes áreas.
Mesmo não alcançando valores ótimos de plantas aceitáveis (Tabela 2 e 3), a soja
tem capacidade de adaptação às condições, definida como plasticidade (RAMBO et al.,
2003). Ainda se tem resistência dos produtores para adoção do sistema culturas de
cobertura diferentes ao milho sendo um dos entraves são citados por eles a ocorrência de
embuchamento da semeadora, que por sua vez ocasiona menor uniformidade de plantio.
De acordo com Franchini et al. (2015), a época de dessecação também pode influenciar
significativamente a plantabilidade e o desempenho agronômico da soja em sucessão.
A dessecação nas duas áreas estudadas, foram realizadas com 30 dias de intervalo
para a semeadura, esse período mostrou suficiente para promover a dessecação de todas
as plantas das espécies estudadas e eliminar eventuais interferências de quaisquer
sistemas de cultivo avaliados no que se refere à embuchamento.
De maneira geral, em relação ao U. brizantha cv. BRS Paiaguás e da U. ruziziensis
possuíram maior eficiência de plantas aceitáveis (Tabela 2 e 3), ambas apresentam bom
estabelecimento, com boa facilidade de manejo para produção de palhada. Segundo
Brighenti et al. (2011), tende a ter variações entre as espécies de U. decumbens, U.
brizantha e U. ruziziensis, quanto a sensibilidade ao herbicida glyphosate, sendo a U.
ruziziensis a mais susceptível e possibilitando a realização da semeadura com menor
intervalo de tempo após a dessecação.
Por este motivo, os resultados demonstram que eventuais restrições ao uso de U.
brizantha como planta de cobertura não esteja associada a morfologia desta planta
forrageira, mas ao manejo da dessecação (MACHADO e VALLE, 2011). As
características da U. ruziziensis em emitir colmos decumbentes, que enraízam no nó e
cobrem espaços vazios nas entrelinhas, considera essa espécie como uma espécie fácil de
dessecar (FERREIRA et al., 2010). Além disso, o capim-paiaguás apresenta rebrota
39
vigorosa e rápida, colmo finos que acamam com facilidade (MACHADO et al., 2017) e
excelente cobertura do solo (COSTA et al., 2017).

1.2 Nematoides (Helicotylenchus sp. e Pratylenchus sp)


A expansão dos problemas causados pelos nematoides no Brasil, especialmente
na região do Cerrado, provavelmente se deve à intensificação do uso de terras agrícolas,
com monocultura de culturas suscetíveis, que aumentam as populações de nematoides do
solo ao longo das lavouras (MACHADO, 2014).
Para Salgado e Resende (2010) antes de iniciar a implantação de uma nova lavoura
deve-se fazer análises do solo para verificar a ocorrência de nematoides que causam
perdas de produtividade. Como a avaliação do trabalho foi somente de uma safra, ainda
não foi possível verificar alterações significativas na população de nematoides em função
dos tratamentos (Tabela 4).
Os cultivos anuais (particularmente as monoculturas) tendem a favorecer espécies
de determinados gêneros de fitonematoides, que se tornam mais abundantes após a
transformação de ecossistemas nativos em agroecossistemas (GOULART et al., 2003). O
milho é atualmente a cultura mais comumente usada em rotação de cultura com a soja,
contudo, neste trabalho, a palhada de milho apresentou numericamente maiores
populações observadas de Helicotylenchus sp. e Pratylenchus sp. encontradas em
amostras de solo e raiz em comparação as demais palhadas (Tabela 4).
Além da soja, os nematoides podem parasitar outras culturas, tais como: aveia,
milheto, girassol, cana-de-açúcar, algodão, amendoim, etc., alguns adubos verdes e a
muitas ervas daninhas. Entretanto, existe diferença entre e dentro das culturas ou espécies
utilizadas em cobertura ou como adubo verde, com relação à capacidade de multiplicação
do parasita (MACHADO et al., 2007). Espécies e cultivares resistentes ou que
multiplicam menos o parasita devem ser preferidas para semeadura, em rotação/sucessão
com a soja, nas áreas infestadas.
Segundo Dias-Arieira et al. (2003), avaliando o potencial de gramíneas forrageiras
em controlar populações isoladas e mistas de nematoides, apresentaram resultados mais
promissores as Brachiaria brizantha e as cultivares de Panicum maximum. Sabe-se que
algumas gramíneas forrageiras podem promover a reprodução de alguns fitonematoides,
no entanto os resultados encontrados nestes estudos demonstraram resultados positivos
em relações as gramíneas, já que ambas apresentaram numericamente resultados
intermediários nos números de indivíduos em relação ao cultivo usual da região
(milho/soja) (Tabela 4).
40
Tendo grande respaldo como eficiente adubo verde, a Crotalária além de
contribuir na fixação de nitrogênio, vem sendo empregada no controle populacional de
nematoides (SILVA et al., 2018). Segundo Silveira e Rava (2004) a Crotalária spectabilis
é uma leguminosa tropical e serve na agricultura como adubação verde, fixação de
nitrogênio e como controle biológico de nematoides.
De acordo com Gonçalves e Silvarolla (2007) o desenvolvimento dos nematoides
se dá em conjunto aos fatores entre parasito, planta hospedeira, capacidade nutricional da
planta e características físicas, químicas e biológicas do solo. O controle de
fitonematoides é uma tarefa difícil, geralmente o produtor precisa conviver com o
patógeno através do manejo dos níveis populacionais no solo. Métodos de controle contra
nematoides têm eficiência relativa porque estes possuem tegumento pouco permeável,
que lhes confere grande resistência a agentes físicos e químicos (ALCANFOR et al. 2001).
O controle dos nematoides na soja requer a correta identificação. Entretanto, a medida de
controle mais eficiente é a rotação de culturas.

1.3 Número e altura de plantas, altura inserção 1ª vagem e número de Vagens.


A população de plantas nas áreas experimentais, foi a cerca de 400.000 mil plantas
ha-1 para Rio Verde-GO e 280.000 mil plantas ha-1 em Montividiu-GO, valores
recomendados para os cultivares. A escolha de diferentes cultivar, influencia na
população de plantas, no caso neste estudo a soja semeadas nos tratamentos contendo as
palhadas Crot_Mn, Gir_Brz, Mix e M_Brz, de Rio Verde-GO, tiveram os maiores valores
de plantas finais (Tabela 5). Fica evidente o efeito benéfico da biomassa dos tratamentos
com palhada de leguminosa e capim consorciado no desenvolvimento das plantas
associado ao correto manejo de dessecação e plantio não trazendo prejuízos à população
de soja.
Resultados semelhantes foram descritos por Krutzmann et al. (2013), estudando o
rendimento da soja sobre palhadas de gramíneas tropicais em SIPA, em que constataram
maiores valores em população final de plantas nas áreas em que a biomassa vegetal sob
o solo era composta por capins. Desse modo, para a cultura da soja atinja o máximo
potencial produtivo em campo, é indispensável que a população de plantas e espaçamento
entre fileiras sejam considerados, a distribuição das plantas no campo resulta em mais
produtividade na cultura.
Os tratamentos que se destacaram estão de acordo com Marques (2010), segundo
este, a altura mínima da primeira vagem deve ser de 0,10 a 0,15 m, para se obter uma
colheita com o mínimo de perdas pela barra de corte. Valores médios semelhantes foram
41
encontrados por Sousa (2011), em que a altura de inserção da primeira vagem variou de
seis a treze centímetros. Almeida et al. (2011), ressaltam que a utilização de plantas muito
altas (> 80 cm) e com baixa altura de inserção de primeira vagem (< 10 cm) poderá
acarretar perdas na colheita mecanizada, o que não foi verificado neste estudo.
No presente trabalho observou-se que os tratamentos que se destacaram,
apresentaram altura de inserção de primeira vagem em torno de 10 a 14 cm (Tabela 5).
Segundo Sediyama (2009), a altura mínima para inserção da primeira vagem também
deve ser de 10 a 12 cm para terrenos planos e em torno de 15 cm para áreas que
apresentam declive, para que sejam reduzidas as perdas durante a colheita pela barra de
corte da colhedora. A altura média de plantas e inserção das primeiras vagens são
características que variam entre os genótipos de soja e apresentam alguma plasticidade
em relação às alterações ambientais (FRANCHINI et al., 2012).
O número de vagens por planta não foi influenciado pela soja semeada sob as
diferentes palhadas, com valores variando entre 25,36 a 29,93 na área experimental em
Rio Verde-GO e 43 a 70 planta-1 na área experimental em Montividiu-GO (Tabela 5 - 7).
O número de vagens por planta é influenciado pela população utilizada, sendo
inversamente proporcionalmente ao número de plantas por área (ROCHA et al., 2007).

1.3 Rendimento e massa de mil grãos de soja


Na área experimental em Rio Verde-GO o tratamento que apresentou o maior peso
da massa de mil grãos foi a Crotalária em monocultivo (Tabela 7). Em Montividiu-GO, a
massa de mil grãos não diferiu entre os tratamentos (Tabela 6). Esses resultados podem
ter influência da precipitação observada durante o período experimental (Figura 1 e 2).
Para Petter et al. (2012), as condições edafoclimáticas interferem nas respostas da cultura
da soja quanto ao manejo adotado, refletindo nos componentes de rendimento e
produtividade. A massa de mil grãos é importante, pois está diretamente relacionada ao
potencial de rendimento da soja (Pereira, 2016).
A estimativa de rendimento de grãos ha -1 para a safra 2018/2019 no Brasil foi de
3.192 kg ha-1 (CONAB, 2019), ou seja, os resultados deste trabalho, mostraram valores
acima da média nacional, justificando a utilização de culturas anuais de cobertura para o
plantio da soja.
As maiores produtividades da soja sob as palhadas de Crot_Mn, Mix e Gir_Brz
em Rio Verde-GO (Tabela 6) e a soja semeada sob a palha do mix em Montividiu-GO
(Tabela 7). Essas produtividades podem ser explicadas, porque essas espécies têm a
capacidade de reciclar consideráveis quantidades de nutrientes e liberá-los de forma a
42
suprir as necessidades nutricionais (SALTON et al., 2011). Além disso, os mesmos
tratamentos alcançaram uns dos maiores valores na variável de número de vagens, um
dos fatores indicativos para produção da cultura (Tabela 6 e 7).
Estes resultados demostram a importância da alternância de culturas com a
implantação de leguminosas em uma área com histórico de sucessão soja-milho. Deve-se
enfatizar que o maior aporte de N ao sistema solo-planta, derivado da fixação biológica
realizada em leguminosas, pode ter contribuído para a melhoria do rendimento da soja,
pois é uma fonte que é gradualmente liberada pela mineralização (DUARTE et al., 2014).
Segundo Andreola et al. (2000), as gramíneas, geralmente contribuem com
quantidades relativamente elevadas de fitomassa, caracterizada pela alta relação C: N, o
que pode aumentar a persistência da cobertura do solo. Estudos têm revelado que algumas
coberturas de solo, dentre as quais citam-se braquiária, milheto e crotalária apresentam
boa adaptação às condições de Cerrado e produzem resíduos vegetais em quantidade e
qualidade adequada (TORRES et al., 2011).
A U. ruziziensis consorciada tem sido estudada, visto que é uma boa alternativa
de forrageira quando se objetiva a produção de palhada para o sistema de produção
(FERREIRA et al., 2015). A cultura do milheto sendo uma das culturas presentes neste
estudo, no tratamento “mix”, destaca pelo acúmulo de nutrientes, sendo reciclados ou
liberados gradativamente no solo (EMBRAPA, 2018).
Neste caso, a raiz pivotante profunda da Crotalaria spectabilis, pode romper
camadas compactadas, além de ser uma planta subarbustiva, de porte mediano e
ramificada, apresenta bom comportamento nos diferentes tipos de textura de solo,
inclusive nos solos relativamente pobres em fósforo (PACHECO et al., 2011).
Marcelo et al. (2010) avaliando os atributos químicos do solo e a produtividade
das culturas de soja, milho e arroz, cultivadas no verão, em sucessão a milho, girassol,
nabo forrageiro, milheto, guandu, sorgo e crotalária como culturas de inverno,
observaram que os resíduos de nabo forrageiro e crotalária proporcionaram as maiores
produtividades de soja, corroborando com os resultados encontrados. Marcelo et al.
(2009), afirmam que o acúmulo de nutrientes com rápida liberação ao solo, favorece a
soja em sucessão.
O uso de plantas com sistema radicular abundante e profundo e alta produção de
massa seca auxilia na redução da compactação promovida pelo tráfego de máquinas em
condições de maior umidade do solo. E, sendo justificado porque as raízes das plantas
podem formar canais (poros) contínuos pelos quais as raízes das culturas em sucessão
43
podem crescer, melhorando a absorção de água e nutrientes em camadas subsuperficiais.
(MORAES et al., 2016).
Dessa forma, a prática de sucessão de culturas ou a adubação verde,
principalmente com uso de leguminosas, constitui importante maneira de adicionar
nutrientes, podendo substituir parcialmente o adubo mineral, promovendo a reciclagem
de nutrientes para as plantas, com vantagens, ao promover a liberação lenta e sincronizada,
de acordo com as necessidades das plantas (SANTOS et al., 2011).

Conclusões
A utilização de leguminosas associadas ou não com gramíneas como plantas de
cobertura do solo para o sistema de plantio direto, cultivadas na safrinha, proporciona
melhor desempenho da cultura de soja.

Agradecimentos
À FAPEG/CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior), pela concessão da bolsa ao 1º autor e ao GAPES (Grupo Associado de Pesquisa
do Sudoeste Goiano) e do Grupo Kompier, na condução do experimento.
Agradecimento ao IF Goiano e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Agrárias-Agronomia.

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CAPÍTULO II

(Normas de acordo com a revista Agricultural Systems).

Atividade alimentar da fauna do solo em sistemas de produção de soja em sucessão a


culturas anuais de cobertura no cerrado brasileiro

Resumo – A diversidade de cultivo e práticas culturais podem ter influência direta sobre
a fauna do solo, uma vez que este fato determina a composição do resíduo orgânico
mantido no sistema. O objetivo desse estudo foi avaliar atividade alimentar da fauna do
solo com o método de bait-lâmina sob diferentes palhadas estabelecidas via sistema
integrado de produção. O trabalho foi realizado no município de Rio Verde, GO, em dois
anos, 2018 e 2019. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso com 4
blocos e 3 repetições por tratamento. Os tratamentos corresponderam o cultivo da soja
sobre as diferentes palhadas de: Milho monocultivo (M_Mn); Milho consorciado com
Urochloa ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorgo consorciado
com U. ruziziensis (S_Brz); Sorgo monocultivo (S_Mn); Girassol consorciado com U.
ruziziensis (Gir_Brz); Mix (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou) e uma
área de vegetação nativa (Cerrado). Para avaliação da atividade alimentar dos organismos
nos diferentes pontos amostrais, foram utilizadas 72 bait-lâmina por tratamento, inseridas
no solo até 8 cm de profundidade em cada ponto dentro do sistema, as bait-lâmina ficaram
expostas no solo 13 dias. Observou-se diferenças significativas entre os tratamentos, e o
maior consumo foi observado na profundidade de 0,5cm para o tratamento do cerrado
com 90,27% seguido do mix com 64,58%. O Cerrado apresentou maior tendência de
consumo, por ser uma área com predominância de vegetação nativa.

Termos para indexação: Bait-lâmina, Monocultivo, Qualidade do solo, Sistema plantio


direto, SIPA.
49
Food activity of soil fauna in soybean production systems in succession to annual cover
crops in the Brazilian cerrado

Abstract – The cultivation diversity and cultural practices can have a direct influence on
soil fauna, since this fact determines the organic waste composition maintained in the
system. The objective of this study was to evaluate the feeding activity of soil fauna using
the bait-blade method under different straws established by an integrated production
system. The work was carried out in the municipality of Rio Verde, GO, in two years,
2018 and 2019. The experimental design used was randomized blocks with 4 blocks and
3 repetitions per treatment. The treatments corresponded to the cultivation of soybeans
on the different straws of: monoculture corn (M_Mn); corn intercropped with Urochloa
ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorghum intercropped with
U. ruziziensis (S_Brz); ); Sunflower intercropped with U. ruziziensis (Gir_Brz); Mix
(Milheto, C. spectabilis and U. ruziziensis), Fallow (Pou) and an area of native vegetation
(Cerrado). To evaluate the food activity of the organisms at the different sample points,
72 blade baits per treatment were used, inserted into the soil up to 8 cm deep at each point
within the system, the blade bait were exposed to the soil for 13 days. Significant
differences were observed between treatments, where the highest consumption was
observed at a depth of 0.5 cm for the Cerrado treatment with 90.27% followed by the mix
with 64.58%. The Cerrado showed a greater consumption trend, as it is an area with a
predominance of native vegetation.

Index terms: Bait-blade, Monoculture, Soil Quality, No-tillage system, SIPA.

Introdução
As práticas convencionais agrícolas e pecuárias apresentam sinais de “desgaste”
econômico, sociais e/ou ambientais. Na agricultura, os padrões de sucessão soja e milho
e o uso indiscriminado de defensivos, fertilizantes e maquinários agrícolas empregados
para garantir a lucratividade, acarretaram graves consequências para a sociedade e para o
meio ambiente, dando origem e discussões acerca do desenvolvimento de padrões
sustentáveis (BALBINO et al., 2011).
Uma forma de diminuir os impactos da agricultura é a utilização de técnicas
agrícolas mais sustentáveis como os sistemas integrados de produção agropecuário
(SIPA), que são alternativas de manejo que conciliam a manutenção e até mesmo a
elevação da produtividade com maior racionalidade de insumos empregados em uma
mesma área, permitindo sustentabilidade aos sistemas agrícolas (MACEDO, 2009).
É importante a utilização de distintas espécies de plantas de cobertura para que
se possa favorecer a melhor conservação do solo, por proporcionarem quantidade
considerável de matéria orgânica e pela melhoria na estrutura do solo por causa do sistema
radicular agressivo que algumas espécies possuem (Cunha et al., 2011). Além disso,
contribuem para o aumento da produtividade da cultura subsequente e ainda muitas
espécies podem influenciar para que ocorra diminuição de infestação de pragas (Patel e
Dhillon, 2017).
50
As diversidades de cultivo e práticas culturais podem ter influência direta sobre
a fauna do solo, uma vez que este fato determina a composição do resíduo orgânico
mantido na superfície do solo. Distúrbios realizados nos ecossistemas alteram a
distribuição da fauna do solo à medida que alteram a disponibilidade de recurso alimentar,
modificando as interações ecológicas (MOÇO et al., 2010).
Determinados métodos são amplamente conhecidos e utilizados para quantificar
a decomposição nos ecossistemas sob inúmeros impactos, como é o caso dos sacos de
serapilheira ou litter-bags (PODGAISKI e RODRIGUES 2010). Entretanto, outras
metodologias também são eficientes e com muitas vantagens, sendo pouco utilizados e
divulgados, como é o caso do ensaio de bait-lâmina (KRATZ, 1998). O ensaio de bait-
lâmina foi criado por Von Törne (1990) que consisti na maneira de mensurar a atividade
alimentar dos organismos do solo.
Desse modo, considera-se que medidas do consumo alimentar da biota do solo
são indicadoras de taxas de decomposição (REINECKE et al. 2008) e da diversidade
funcional do solo (FIIZEK et al. 2004). Estudos utilizando o ensaio de bait-lâmina em
diversas regiões do mundo e em centros de pesquisas vêm testando principalmente os
impactos oriundos da contaminação química do solo (ANDRÉ, 2009) e de diferentes usos
de sistemas (ROZEN, 2010).
Este trabalho tem a finalidade de relatar o uso pioneiro do ensaio de bait-lâmina
no sudoeste goiano. Desta forma, objetivou avaliar atividade alimentar da fauna do solo
com o método de bait-lâmina em sistemas de produção de soja em sucessão a culturas
anuais de cobertura.

Material e Métodos

a) Descrição da área experimental


O local de estudo selecionado para o desenvolvimento do presente trabalho foi
a área experimental do GAPES (Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano),
situada no município de Rio Verde, GO, com coordenas geográficas de latitude 17º 47’
53” S, longitude 50º 55’ 41” W e altitude de 715 metros e uma área de vegetação nativa
localizada no Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde, GO. O clima predominante,
segundo a classificação de Köppen, é Aw (savana tropical com invernos secos e verões
chuvosos), com precipitação anual de 1.600 mm.
51

b) Dados climáticos e caraterísticas do solo


As variáveis climáticas referentes aos valores médios de precipitação
pluviométrica e de temperaturas máxima e mínima foram obtidas na estação
meteorológica do GAPES, no município de Rio Verde, GO, durante o período de
avaliação (21/12/2018 e 04/12/2019) (Figura 1). A característica física do solo, cuja
análise textual foi de: 52,0 % de areia, 40,5 % de argila e 7,5 % de silte. Para a vegetação
nativa (cerrado) foi de: 47% de areia, 46% de argila e 7% de silte.

Figura 1. Dado climático mensal de temperatura e precipitação pluviométrica (durante o período do experimento em campo
(21/12/2018 e 04/12/2019)), obtido da Estação Meteorológica da área experimental do Gapes (Grupo Associado de Produtores do
Sudoeste Goiano), localizada no munícipio de Rio Verde – GO.

c) Delineamento experimental e tratamentos


Adotou-se o delineamento em faixas com 4 blocos e 3 repetições por tratamento,
o ensaio decorreu em dois períodos (21/12/2018 e 04/12/2019), ao longo de 13 dias de
duração para cada período avaliado. Os tratamentos corresponderam o cultivo da soja
sobre as diferentes palhadas de: Milho monocultivo (M_Mn); Milho consorciado com
Urochloa ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorgo consorciado
com U. ruziziensis (S_Brz); Sorgo monocultivo (S_Mn); Girassol consorciado com U.
ruziziensis (Gir_Brz); Mix (Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou) e uma
área de vegetação nativa (Cerrado).
Os tratamentos das diferentes palhadas são provenientes do cultivo da safrinha
de 2018 e 2019. Anterior à implantação do trabalho a área era de pasto degradado. O
histórico da área do cerrado: era apenas vegetação nativa, depois desse período até 1999
era plantio de milho e soja (sucessão), no ano de 1999 foi fundado a fundação do Jardim
Botânico, no qual permanece até o presente momento.
52

d) Ensaio de bait-lamina
Em cada local de amostragem foram colocadas 72 bait-lâmina, divididas em
quatro bloco com três repetições de 18 lâminas por cada ponto de amostragem. As bait-
lâminas foi preenchida com mistura homogénea de celulose (70%), aveia (27%) e carvão
ativado (3%) conforme a ISO 18311 (2016). Os componentes foram misturados
homogeneamente e agitados com água mineral até forma uma pasta viscosa. Após ser
formado a pasta, ela foi utilizada para o preenchimento dos orifícios (buracos) da lâmina,
preenchendo os lados em vários ciclos até ficarem preenchida por completo (Figura 2).
As tiras foram secas ao ar por pelo menos uma semana antes do uso.

Figura 2. Preenchimento de material de isca nas tiras de lâmina de isca.


Fonte: www.microsoft.com/en-us/legal/Copyright/Default.aspx

As bait-lâmina foram inseridas verticalmente no solo, com o auxílio de uma faca


(com dimensões parecidas com a da lâmina) e uma marreta com a qual foi feita uma fenda
no solo (Figura 3).
As bait-lâminas foram armazenadas de forma individuais em papel alumínio,
após retiradas do solo. Para processamento das lâminas, foi levado para laboratório e
foram avaliadas com auxílio de uma lupa. Os resultados da exposição das bait-lâmina
foram expressos, tendo em consideração o estado das perfurações (1 – houve consumo e
0 – sem consumo).
53

Figura 3. Bait-lâmina inseridas nos locais de estudo: área de Pousio (A-C); palha de Sorgo consorciado
Com Urochloa ruziziensis (B). Arquivo pessoal.

As bait-lâminas foram armazenadas de forma individuais em papel alumínio,


após retiradas do solo. Para processamento as lâminas foram levadas para laboratório e
foram avaliadas com auxílio de uma lupa. Os resultados da exposição das bait-lâminas
foram expressos, tendo em consideração o estado das perfurações (1 – houve consumo e
0 – sem consumo).

e) Análise dos dados


Os dados foram transformados utilizando o arco seno e a análise foi feita por
modelos mistos (proc mixed) com medidas repetidas no tempo considerando como efeito
fixo os tratamentos e profundidades e o ano como efeito aleatório, utilizando o SAS
University edition.

Resultados e Discussões

Houve diferenças significativas para a atividade alimentar nas diferentes


profundidades de avaliação no solo (Tabela 1). O maior consumo foi observado na
profundidade de 0,5 cm para o tratamento do Cerrado com 90,27 %, seguido do Mix com
90,27 e 64,58% respectivamente.
54
Tabela 1. Valores médios em profundidade (0,5 - 8 cm) da Atividade alimentar da fauna
do solo em função da cultura da soja sob diferentes palhadas em sistemas integrados de
produção. Área experimental do GAPES, Rio Verde, GO, após 13 dias de exposição dos
bait-lâmina.

Prof. Sistema
(cm) Mix S+R S G+R M+R M Pou R Cerrado
0,5 64,58 ab 45,13 b 59,02 b 45,83 b 55,55 b 54,16 b 38,19 b 47,91 b 90,27 a
1 62,50 ab 40,97 b 54,86 ab 45,37 b 50,69 ab 52,77 b 36,11ab 34,72 b 84,72 a
1,5 50,69 b 40,97 b 53,47 b 39,35 b 45,13 b 41,66 b 33,33 b 30,55 b 97,22 a
2 46,52 b 32,63 b 40,27 b 41,24 b 43,75 b 45,83 b 29,16 b 31,94 b 97,22 a
2,5 43,05 b 27,77 b 31,94 b 40,55 b 37,50 b 34,02 b 28,47 b 23,61 b 97,22 a
3 40,27 b 33,33 b 30,55 b 41,93 b 32,63 b 34,72 b 29,16 b 25,69 b 97,22 a
3,5 42,36 b 28,47 b 25,00 b 37,50 b 34,72 b 35,41 b 29,16 b 31,25 b 97,22 a
4 38,19 b 27,08 b 27,08 b 34,76 b 29,86 b 33,33 b 27,08 b 27,77 b 97,22 a
4,5 37,50 b 24,30 b 27,08 b 33,10 b 28,47 b 27,77 b 26,38 b 24,30 b 97,22 a
5 38,19 b 22,22 b 21,52 b 31,06 b 31,25 b 28,47 b 27,77 b 25,69 b 97,22 a
5,5 35,41 b 25,69 b 24,30 b 27,08 b 25,69 b 29,86 b 31,25 b 24,30 b 97,22 a
6 36,80 b 20,13 b 21,52 b 28,70 b 21,52 b 26,38 b 31,25 b 24,30 b 97,22 a
6,5 38,19 b 22,22 b 23,61 b 24,53 b 25,00 b 29,86 b 34,72 b 27,08 b 97,22 a
7 40,27 b 25,69 b 18,05 b 28,93 b 24,30 b 34,02 b 38,88 b 31,94 b 89,58 a
7,5 43,05 b 21,52 b 17,36 b 21,99 b 30,55 b 29,16 b 42,36 b 36,80 b 88,19 a
8 40,27 b 16,66 b 23,61 b 20,37 b 29,86 b 38,88 b 49,30 b 34,72 b 78,47 a
Milho monocultivo (M_Mn); Milho consorciado com Urochloa ruziziensis (M_Brz); U. ruziziensis monocultivo (Brz_Mn); Sorgo
consorciado com U. ruziziensis (S_Brz); Sorgo monocultivo (S_Mn); Girassol consorciado com U. ruziziensis (Gir_Brz); Mix
(Milheto, C. spectabilis e U. ruziziensis), Pousio (Pou) e uma área de vegetação nativa (Cerrado). Prof. – Profundidade. Valores
seguidos pela mesma letra na linha não diferem entre si pelo teste de Tukey (P <0,05).

No sistema de uso do solo, no Cerrado houve maior consumo da fauna do solo nas
diferentes profundidades quando comparado aos outros sistemas de cultivo (Tabela 1). O
maior consumo do cerrado ocorreu por este compartimento ser mais rico em matéria
orgânica e diversidade. A quantidade e qualidade da serapilheira depositada sobre o solo
refletem diretamente na formação de uma camada de matéria orgânica e uma subsequente
modificação do microclima, que resulta em aumento da biomassa, densidade, diversidade
e riqueza de indivíduos do solo (AERTS, 2013).
Segundo Podgaiski et al. (2011), avaliando atividade alimentar dos invertebrados
de solo em Campos do Sul do Brasil, observou taxa de consumo alimentar de 63,2% na
profundidade de 0,5-2 cm. Estes resultados estão próximo, aos valores encontrados na
presente pesquisa. Segundo Ortiz (2015), ao estudar sobre a atividade alimentar da fauna
do solo em diferentes áreas florestais em Três Barras, SC, observou-se que na mata nativa
se obteve maior consumo das iscas no teste bait-lâmina quando comparado com áreas de
Pinus e Araucária, por causa da maior quantidade matéria orgânica no solo.
55
Além disso, pode-se citar o tratamento contendo a palhada do Mix que se torna
uma alternativa interessante. Nesse sistema há melhoria na qualidade do solo,
principalmente, por causa do consórcio triplo (contendo milheto, crotalária e capim). A
inserção de adubos verdes em sistemas de produção, além de permitir aumento do aporte
de nitrogênio no solo via fixação biológica de nitrogênio (FBN), promove efeitos
benéficos na cultura subsequente (KERMAH et al., 2017).
A área de Pousio nas camadas mais superficiais teve menos consumos das iscas,
aumentando este consumo de acordo com a profundidade (Tabela 1). Esse resultado é
justificado, por se tratar de uma área de descanso sem plantio, a única vegetação ao longo
do ano até o plantio da soja, são vegetações nativas e plantas daninhas, ambas não são
capazes de forma cobertura de solo suficiente, por não ter cobertura essa superfície fica
exposta. Nesse cenário, tende a aumentar a temperatura do solo e com isso os organismos
presentes tendem a ir para as camadas mais profundas como escape, podendo essa ser
uma hipótese que explica esses resultados
A maior parte dos organismos que compõem a macrofauna edáfica se encontra na
camada superficial do solo (0 a 10 cm de profundidade), que é a mais afetada pelas
práticas de manejo (BARETTA et al., 2011). O que pode explicar os resultados obtidos
nesta pesquisa (Tabela 1). A agricultura intensiva envolve o uso de grande quantidade de
insumos externos, acarretando alterações importantes na estrutura da comunidade do solo.
Essas alteram a biomassa e a abundância da macrofauna edáfica (MARCHÃO et al.,
2009).
Observações como as de Geissen & Brummer (1999); Filzek et al. (2004);
Römbke et al. (2006); Casabé et al. (2007) e Hamel et al. (2007), verificaram consumo
alimentar gradual decrescente com a profundidade do solo, resultado este que foi
encontrado nesse estudo (Tabela 1). Entretanto, outros trabalhos demonstram que esta
estratificação é dependente do perfil do solo, condições climáticas e de suas comunidades
bióticas (GONGALSKY et al. 2004).
De acordo com Bertol et al. (2004), solos menos submetidos a processos de ações
antrópicas, a exemplo dos solos sob matas e sob cultivos orgânicos, têm porosidade total
superiores aqueles apresentados nos sistemas convencionais de cultivo. Verifica-se,
também, diferença significativa para a porosidade total do solo entre os sistemas de
produção orgânico e convencional.
Conforme Chauvat et al. (2003), a diversidade da estrutura da cobertura vegetal
pode influenciar na variabilidade da distribuição de comunidades edáficos. A fauna do
solo pode ser beneficiada pelo aumento na qualidade e na quantidade de resíduos vegetais
56
que servem de alimento e abrigo para estes organismos edáficos (BARETTA et al. 2003).
A presença das culturas de cobertura diminui as variações de temperatura do solo,
reduzem as perdas por erosão, retêm maior quantidade de água, diminuem a evaporação
e o escoamento superficial, evitam processos erosivos.
Os sistemas alternativos sustentáveis de produção agrícola, baseados em
princípios ecológicos, fornecem alta disponibilidade de matéria orgânica e refúgio, tanto
para micro como macrorganismos, não havendo grandes perturbações provenientes do
manejo intensivo (LUIZÃO e SCHUBART, 1987), além do mais podem até mesmo
favorecer o restabelecimento da fauna e seus mais variados benefícios ao solo (LIMA et
al., 2010). O entendimento da interação entre as propriedades do solo é fundamental para
basear as atividades antrópicas, utilizando-se o ecossistema de forma mais racional para
uma produção agrícola sustentável (SILVA et al., 2011).
Como a implantação do sistema ainda é recente, não foi possível verificar
alterações significativas da atividade alimentar do solo em função dos tratamentos.

Conclusões
O ensaio de bait-lâmina no sudoeste goiano se mostrou eficiente. O Cerrado
apresentou maior tendência de consumo, por ser área com predominância de vegetação
nativa de menor impacto humano. Como a implantação do sistema ainda é recente, não
foi possível verificar alterações nos outros sistemas, por isso, recomenda-se outras
avaliações a longo prazo.

Agradecimentos

À FAPEG/CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível


Superior), pela concessão da bolsa ao 1º autor e ao GAPES (Grupo Associado de Pesquisa
do Sudoeste Goiano), pelo total suporte técnico na condução do experimento.
Agradecimento ao IF Goiano e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Agrárias-Agronomia.
57

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Conclusão Geral

O manejo adequado em SIPA sob SPD é importante para a manutenção da


produtividade das culturas. A diversificação de gramíneas e leguminosas na entressafra,
contemplam opções viáveis, por promoverem resultados positivos produzindo palhada de
qualidade e em quantidade suficiente para cobertura do solo e aumentando a
produtividade da soja em sucessão. U. brizantha cv. Marandu e a U. brizantha cv. BRS
Paiaguás também se destacam como opções para cobertura apresentando bom
estabelecimento para produção de palhada e beneficiando a cultura subsequente, desde
que adotados os manejos adequados para a dessecação da palhada.

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