O Que É Eletroterapia

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O QUE É ELETROTERAPIA?

A eletroterapia é um recurso fisioterápico amplamente utilizado como adjuvante na reabilitação dos mais diversos
tipos de patologias. Sua técnica consiste em utilizar correntes elétricas de baixa intensidade através de eletrodos que
são aplicados diretamente na pele.

O uso da corrente elétrica para alívio da dor vem desde o primeiro século, quando foi relatado o alívio da dor em um
paciente de gota depois que um peixe elétrico (ou raia elétrica) oi aplicado contra a pele de um paciente. Cada tipo
de corrente possui indicações e contraindicações específicas e todas elas têm como objetivo auxiliar o processo de
reabilitação.

Como funciona a eletroterapia

A eletroterapia consiste em aplicar correntes elétricas diversas para conseguir efeitos como analgesia, diminuição de
edema, relaxamento e fortalecimento muscular para auxiliar no processo de reabilitação das mais diversas
patologias.

Ela é utilizada como adjuvante e traz ótimos benefícios para o paciente.

Os tipos de correntes elétricas utilizadas na eletroterapia são:

Terapia por estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)

Consiste na emissão de correntes elétricas pulsadas através da pele, com a finalidade de estimular, excitar ou
despolarizar grupos de fibras nervosas participantes do processo de percepção e modulação da dor.

Indicado para controle de dor.

Corrente russa

Essa corrente é definida como a modulação do tempo, na forma de trens de ciclos elétricos de uma corrente
alternada contínua de onda senoidal, com uma frequência portadora de 2.500 ciclos por segundo.

É indicada para melhora do desempenho muscular.


Corrente interferencial

Corrente elétrica de baixa frequência e amplitude modulada que resulta da interferência causada pelo cruzamento
de duas ou mais correntes de forma senoidal alternadas de média frequência, com diferentes frequências
portadoras.

Indicado para analgesia e melhora de desempenho muscular

Ondas curtas

Uso de energia eletromagnética de ondas curtas com objetivo de aquecer tecidos moles profundos.

Indicado para aumentar a extensibilidade do colágeno, diminuir a rigidez articular, alivia dores e espasmos e ajuda
na regeneração de tecidos moles.

Ultrassom

Energia acústica ou mecânica que atravessa um meio com frequências acima do limite do ouvido humano.

Indicado para tratar várias patologias de tecidos moles, fraturas e feridas.

Laser

Emissão de ondas eletromagnéticas, constituída de fótons, trafegando no espaço. A luz laser é monocromática,
colimada e coerente. Laser é o nome do aparelho que produz esse tipo de luz.

Indicado para analgesia, para diminuir a inflamação e para estimular a reparação do tecido lesionado.

Parâmetros que devem ser considerados durante a realização da fisioterapia

Cada tipo de corrente possui indicações e parâmetros específicos que devem ser levados em consideração na hora
da prescrição da eletroterapia.

É necessário avaliar o tipo de dor, local da lesão, profundidade da lesão, qual tipo de tecido está lesionado e qual o
tamanho total da lesão.

Com esses dados em mão o fisioterapeuta deverá primeiramente escolher qual corrente elétrica é indicada para o
caso em questão e depois ajustar os parâmetros para que se possa conseguir o resultado desejado.

O fisioterapeuta não precisa conhecer apenas a patologia tratada, mas é necessário que ele conheça o mecanismo
pelo qual a estimulação elétrica afeta os tecidos, para que ele seja capaz de escolher o processo de estimulação
elétrica mais seguro e eficaz para a reabilitação de seu paciente.

Os objetivos da eletroterapia

A eletroterapia tem como objetivo principal ser um aliado no processo de reabilitação do paciente.

O fisioterapeuta utilizará os efeitos da corrente elétrica para conseguir benefícios que vão ajudar no tratamento da
patologia.

Independente de qual corrente escolhida todas elas têm um objetivo em comum: produzir algum efeito no local a
ser tratado, que é conseguido através de reações do corpo frente ao estímulo elétrico.

Cada corrente elétrica possui objetivos diferentes e estimulam o corpo a produzir reações físicas, biológicas e
fisiológicas diferentes.
Cabe ao fisioterapeuta avaliar e escolher qual corrente elétrica é a mais indicada para o tratamento da patologia em
questão.

Vantagens e benefícios da eletroterapia

A eletroterapia é muito vantajosa no processo de reabilitação pois é um tratamento que pode ser usado na grande
maioria dos pacientes (com poucas contraindicações), é um método não-invasivo, não causa dependência, pode ser
utilizado todos os dias (várias vezes no mesmo dia, caso seja preciso), não apresenta efeitos colaterais e é
totalmente seguro.

Ela pode ser usada nas mais diversas patologias ortopédicas, neurológicas, respiratórias e ginecológicas, sejam elas
adultas ou pediátricas.

Além de todas essas vantagens, a eletroterapia traz uma série de benefícios que auxiliam muito no processo de
reabilitação. São eles:

Controle da dor

Diminuição do edema

Relaxamento muscular

Diminuição de contraturas musculares

Auxilia na regeneração dos tecidos moles

Estimula a cicatrização óssea em fraturas

Melhora o desempenho muscular

Tipos de eletrodos

Os eletrodos são os responsáveis por transferir a energia elétrica do aparelho para o interior da pele do paciente.
Cada corrente elétrica possui um tipo diferente de eletrodo.

O TENS, Corrente Russa e Corrente Interferencial utilizam o mesmo tipo de eletrodo, que está disponível em dois
modelos:

Eletrodo de silicone

É o mais comum e o mais utilizado na maioria das clínicas. É feito de silicone flexível para que ele possa se moldar no
local da aplicação.

É necessário o uso de um gel condutor que facilita a passagem da corrente elétrica e fitas adesivas para prender o
eletrodo na pele do paciente.

Tem a vantagem de ser barato e é facilmente lavável para ser reutilizado.

Eletrodo autoadesivo

O eletrodo autoadesivo não necessita de fita adesiva e nem de gel condutor, basta colocá-lo diretamente na pele do
paciente.

Eles são considerados descartáveis, porém a fixação deles é muito boa e permite que os eletrodos possam ser
utilizados diversas vezes. Porém eles devem ser utilizados sempre nos mesmos pacientes, pois não são laváveis.
Já o ondas curtas utiliza um tipo diferente de eletrodo, feito de placa vulcanizada que costuma ser grande e rígido.

Os eletrodos do ondas curtas devem sempre ser utilizados em pares e são prendidos na região de aplicação com fita
de velcro.

Efeitos fisiológicos da corrente elétrica

A estimulação elétrica pode induzir, de forma geral, respostas fisiológicas tanto em sistemas excitatórios quanto nos
não excitatórios.

Respostas não-excitatórias

O mecanismo pelo qual a estimulação elétrica influencia as células não-excitatórias em patologias de humanos até o
momento não foi adequadamente elucidado.

Ainda não está claro e raramente se identifica na literatura se é um processo eletroquímico, eletrofísico ou ambos.

Também é percebido que células diferentes (sadias ou patológicas) parecem responder de forma diferenciada à
estimulação elétrica.

Hipoteticamente, qualquer fluxo de corrente por intermédio de um meio condutor deve ter algum efeito em células
não-excitatórias. Correntes pulsadas modernas e correntes alternadas afetam diretamente apenas as células. O
efeito da correte pulsada no metabolismo das células pode levar a aumento da microcirculação, incluindo trocas nos
capilares arteriais, venosos e linfáticos.

Quando a estimulação elétrica é utilizada para controle da dor, ganho de força, controle da inflamação ou
insuficiência nervosa, tanto as células excitatórias como as não-excitatórias são afetas pela corrente elétrica.

Respostas excitatórias

A estimulação elétrica afeta diretamente as células nervosas e possui várias respostas fisiológicas indiretas bem
complexas.

Como exemplo, a excitação motora que causa contração muscular pode aumentar a força muscular e ao mesmo
tempo, aumentar a pressão intersticial e promover melhora do fluxo sanguíneo venoso e linfático.

Essa excitação motora também resulta da produção de resíduos e o ácido láctico fornece um sinal químico para
aumentar o fluxo sanguíneo, para que esses resíduos possam ser eliminados.

A complexidade aumenta, pois, condições patológicas e não patológicas respondem de forma diferente à
estimulação elétrica.

Resumindo, as respostas fisiológicas à corrente elétrica ocorrem em 4 níveis do sistema biológico (celular, tecidual,
segmentar e sistêmico). Os efeitos podem ser diretos, indiretos e podem envolver respostas simples e conhecidas.

Na prática, o fisioterapeuta deve reconhecer as respostas de cada um dos métodos da eletroterapia, estabelecer o
procedimento adequado e ajustar os parâmetros para que o paciente atinja a percepção sensorial, motora ou
dolorosa necessária para o tratamento, utilizando essas respostas para alcançar os benefícios propostos durante o
processo de reabilitação.

Principais equipamentos eletroterapêuticos utilizados pela fisioterapia

Ultrassom
O ultrassom é descrito como uma pressão ultrassônica ou ondas mecânicas ou acústicas com frequências acima do
limite superior da audição humana, em torno de 20.000Hz.

O objetivo do ultrassom terapêutico é induzir efeitos térmicos e mecânicos nos tecidos patológicos como tendões,
ligamentos, cápsulas articulares e músculos. O ultrassom induz esse efeito nas estruturas mais profundas produzindo
efeito mínimo na pele e nos tecidos subcutâneos que os recobrem.

O ultrassom promove dois tipos de efeitos nas células: térmicos e não-térmicos.

Efeitos térmicos

Quando o ultrassom penetra no tecido uma porcentagem dele é absorvida, o que faz com que haja uma geração de
calor dentro do tecido tratado.

A quantidade de ondas de ultrassom que vai penetrar no tecido vai depender de suas características. Tecidos com
muita proteína absorvem o ultrassom muito mais facilmente do que tecidos com maior quantidade de gordura.

Um efeito térmico é conseguido quando a temperatura do tecido for elevada para entre 40º e 45º por no mínimo 5
minutos.

O efeito térmico traz como benefício a analgesia, redução da rigidez articular e o aumento do fluxo sanguíneo.

O ultrassom, através de seus parâmetros, permite que o fisioterapeuta tenha um controle sobre a profundidade
onde deseja que o aquecimento ocorre, podendo tratar o local da lesão de forma bem pontual.

Efeitos fisiológicos X Efeitos terapêuticos do calor

Tabela Efeitos Fisiológicos x Terapêutico

O ultrassom consegue promover efeitos biológicos no tecido sem que haja aumento da temperatura local.

Efeitos não térmicos

A cavitação e as correntes acústicas são os mecanismos físicos envolvidos na produção de efeitos terapêuticos não-
térmicos do ultrassom.

Cavitação

A cavitação é a atividade das bolhas dentro de campo ultrassônico. A bolha cresce pouco ou moderadamente em
cada ciclo acústico até atingir um determinado tamanho, que está relacionado a frequência sonora empregada. O
resultado dessa ação são oscilações de grande amplitude, onde se obtém o efeito de micro massagem.

Correntes acústicas

É o movimento unidirecional de um fluido em um campo de ultrassom. As correntes acústicas podem estimular a


atividade celular quando ocorrem na fronteira entre a membra celular e o fluido ao redor.

O resultado desse movimento é o aumento da secreção de mastócitos, alterações das mobilidades dos fibroblastos,
aumento da captação do cálcio e aumento da produção de fatores de crescimento por macrófagos. Esses efeitos
terapêuticos podem ser responsáveis pela aceleração do reparo do tecido.
Indicações

Trauma em tecido ósseo

Trauma em articulações e músculos

Distensões

Luxações

Fraturas

Contraturas

Tendinites

Espasmos Musculares

Inflamações agudas e crônicas

Neuroma

Fibro edema gelóide

Reparo de lesões

Cicatrizes cirúrgicas

Contraindicações

Neoplasias

Útero gravídico

Ovários e testículos

Tromboses e flebites

Olhos e ouvidos

Processos infecciosos

Áreas com implantes metálicos

Na região do marca-passo

Feridas abertas

Pós-cirúrgico imediato

Parâmetros do ultrassom

Frequência do cabeçote: 1MHz para áreas profundas e 3MHZ para áreas superficiais

Frequência de repetição de pulso:

Contínuo – Efeitos térmicos


Pulsado – Efeitos não térmicos

Tempo de aplicação:

A área do cabeçote onde a radiação do ultrassom é efetiva chama-se E.R.A.

O tempo de aplicação vai variar de acordo com o tamanho da área a ser tratada e o tamanho da E.R.A. do cabeçote a
ser utilizado.

No manual do equipamento vem especificando qual a E.R.A do cabeçote.

Para saber o tempo correto de aplicação, basta realizar o cálculo abaixo:

Tempo = área de aplicação / E.R.A

Exemplo: Aplicação do ultrassom em uma tendinite de punho. A área de aplicação é de aproximadamente 25 cm2 e
a E.R.A é de 5 cm2.

Tempo = 25/5 à Tempo = 5 minutos.

De uma forma geral, pode-se seguir essa regra:

Área de aplicação equivalente a:

R.A. – 3 a 6 minutos

R.A. – 6 a 10 minutos

R.A – 10 a 15 minutos

Intensidade:

0,1 a 0,3 w/cm2 – baixa intensidade – predomina-se os efeitos não térmicos

0,4 a 1,2 w/cm2 – média intensidade – predomina-se os efeitos térmicos

> 1,2 w/cm2 – intensidade alta – não recomendado, pois o acúmulo de calor é alto e há maior risco de lesão.

Técnicas de aplicação:

Contato direto: Indicado para áreas regulares onde o cabeçote se adapta bem ao local da aplicação.

Sub-aquática: indicado para áreas irregulares em que o cabeçote não se adapta a estrutura do local da aplicação.

Fonoforese – Associação de agentes farmacológicos na aplicação do ultrassom terapêutico.

TENS

TENS é a abreviação de transcutaneous electrical nerve stimulation (estimulação elétrica nervosa transcutânea) e
utiliza estimuladores elétricos que emitem correntes pulsadas com objetivo de estimular fibras nervosas através da
pele por meio de eletrodos estimuladores.
É uma técnica analgésica muito simples e bastante utilizada por fisioterapeutas para manejo da cor aguda e crônica
como auxílio no tratamento de reabilitação das mais diversas patologias.

TENS Convencional

O modo convencional do TENS envolve a emissão de pulsos elétricos com durações curtas, altas frequências e
amplitudes de corrente que correspondem à estimulação de nível sensorial.

É o modo mais confortável de aplicação e o resultado de analgesia é bastante rápido, mas possui curta duração.

Indicado para dores agudas.

TENS Acupuntura

O modo acupuntura refere-se à emissão de pulsos elétricos com durações longas, baixas frequências e amplitudes
de corrente capazes de estimulação a nível sensorial e motor.

Possui esse nome pois se assemelha à terapia tradicional com agulha.

O início na analgesia é lento, mas se mantém por um período mais longo.

É indicado para dores crônicas.

TENS Breve-intensa

O modo breve-intenso envolve a emissão de pulsos elétricos com duração longa, alta frequência e amplitude de
corrente capazes de atingir uma estimulação nociva.

O resultado é uma estimulação curta, mas muito intensa, que pode gerar inclusive dor durante a aplicação.

A analgesia é rápida e duradoura.

Costuma ser dolorosa e não tolerável pelos pacientes, por isso é pouco utilizado.

TENS Burst

Emissão de trens de pulsos (burst) e não pulsos individuais, com frequências burst baixas e amplitudes de correntes
de estimulação sensorial e motora.

A analgesia é lenta, mas se mantém por um longo período e a modulação da dor ocorre por sistema opioide.

Indicado para espasmo muscular.

Indicações:

Dores no geral, crônicas e agudas

Dores pós-operatórias

Tendinites, bursites, luxações, etc


Dor obstétrica

Contraindicações

O TENS não deve ser aplicado nas regiões das carótidas, em portadores de marcapasso e na região abdominal de
mulheres grávidas.

Deve-se ter cuidado extra com crianças, idosos, portadores de epilepsia e mulheres no primeiro trimestre de
gravidez.

Parâmetros

Modo convencional:

Frequência: 100-150hz

Largura de pulso: 45 µs

Intensidade: O suficiente para gerar uma sensação agradável ao paciente, sem contração muscular

Tempo: Entre 5 minutos e 1 hora, porém 20 minutos é considerado um tempo suficiente.

Modo acupuntura:

Frequência: 2-10hz

Largura de pulso: 75-150 µs

Intensidade: Dentro do limite considerado tolerável pelo paciente, com contração muscular (fibrilação).

Tempo: Mínimo 30 minutos e 1 hora.

Modo breve-intenso

Frequência: 150-250hz

Largura de pulso: 200 µs

Intensidade: Dentro do limite considerado tolerável, com contrações musculares intensas.

Tempo: 20 minutos.

Modo Burst

Frequência: 100-250hz

Largura de pulso: 75-150 µs

Intensidade: Dentro do limite considerado tolerável, com contrações musculares na frequência da corrente de
modulação..

Tempo: Entre 5 minutos e 1 hora, porém 20 minutos é considerado um tempo suficiente.

Ondas Curtas

É o uso de energia eletromagnética de ondas curtas com o objetivo de aquecer tecidos moles profundos.
É utilizada para enviar calor e energia para tecidos situados profundamente, a fim de obter os efeitos fisiológicos do
calor em regiões que não são alcançadas pelos recursos de termoterapia convencionais.

Efeitos terapêuticos

Os efeitos terapêuticos do calor são os mesmos, independente da forma com que ele é aplicado.

A diferença básica entre a termoterapa convencional e a diatermia por ondas curtas é a profundidade, em que esta
última consegue penetrar em estruturas mais profundas.

Os efeitos terapêuticos do calor são:

Aumento do fluxo sanguíneo

Auxílio na resolução da inflamação

Aumenta a extensibilidade do tecido colágeno

Diminui a rigidez articular

Diminui a dor

Alivia espasmos

Indicações:

Contusões

Contraturas

Entorses

Rigidez pós imobilização

Anquilose fibrosa

Mialgias no geral

Artropatias

Contraindicações:

Uso de marcapasso

Metal nos fixadores externos

Gestação

Áreas hemorrágicas

Tecido isquêmico

Pacientes com sensação térmica comprometida


Tumores malignos

Tuberculose ativa

Trombose venosa recente

Paciente piréxico

Áreas da pele affetadas por sessões de raios-x

Aplicação dos eletrodos

Contraplanar: Um eletrodo em cada lado do membro, em planos diferentes

Coplanar: dois eletrodos colocados do mesmo lado do membro, no mesmo plano.

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Longitudinal: Um eletrodo de cada lado do membro, nas extremidades.

Parâmetros

Modo de aplicação:

Contínuo

Pulsado (ajustar frequência de repetição de pulso, que vai de 10-400hz)

Intensidade (dose):

Grau I – calor imperceptível (modo pulsado)

Grau II – calor fraco

Grau III – calor nítido

Grau IV – calor forte, porém tolerável

Tempo:

Entre 15 a 30 minutos. Estruturas menores pedem tempos menores, estruturas maiores pedem tempos maiores.

Laser (Fototerapia)

O laser é um aparelho que produz uma luz especial que é monocromática, colimada e coerente. Os aparelhos de
laser utilizados na reabilitação são de baixa intensidade, com potências de saída abaixo de 500mW.

Dois tipos de lasers de baixa intensidade são utilizados na fisioterapia:

AsGa (Arseneto de Gálio) – Possui maior profundidade de absorção, indicado para lesões musculoesqueléticas.
Possui luz invisível.
HeNe (Hélio Neônio) – Possui ação superficial, indicado para lesões dermatológicas. Possui luz vermelha.

Efeitos Fisiológicos X Efeitos Terapêuticos do Laser

Tabela 2

Indicações

Inflamações e processos degenerativos em lesões de tecidos moles

Edemas

Cicatrização de feridas abertas

Escaras

Lesões nervosas periféricas

Lesões dermatológicas

Contraindicações

Não aplicar sobre a retina

Não aplicar sobre processos neoplásicos

Não aplicar em processos infecciosos

Não realizar aplicação direta no útero em gestação

Técnicas de aplicação

Pontos

Indicada para locais menores e aplicação localizada. Pode-se marcar a pele do paciente com pontos para auxiliar o
fisioterapeuta na aplicação.

Varredura

Indicado para áreas maiores, onde há uma maior dificuldade na aplicação por pontos.

Parâmetros

Dose:

Deve ser ajustada de acordo com o objetivo do fisioterapeuta para o paciente:

Efeito anti-inflamatório:1 a 3 j/cm2

Efeito analgésico: 2 a 4 j/cm2

Efeito anti-edematoso:1 a 3 j/cm2

Efeito cicatrizante:3 a 6 j/cm2


Como a eletroterapia pode melhorar a circulação sanguínea do seu aluno

Aparelhos como o ultrassom e o ondas curtas tem como efeitos fisiológicos a vasodilatação e a melhora do fluxo
sanguíneo, melhorando consideravelmente a circulação sanguínea.

Pacientes com problemas circulatórios podem se beneficiar do uso dessas terapias para melhorar a circulação,
diminuir o edema e obter uma melhor resposta no processo de reabilitação.

Fortalecendo os músculos do seu aluno através da eletroterapia

A cinesioterapia ainda é a melhor forma de fortalecer a musculatura do seu aluno, porém nem sempre essa
modalidade é capaz de ser realizada.

Pacientes com um alto grau de fraqueza muscular, atrofia, espasticidade, flacidez muscular entre outros problemas
pode impedir que a musculatura seja fortalecida da forma como deveria.

O fisioterapeuta pode então aproveitar os recursos da eletroterapia para conseguir fortalecer músculos que
precisam de um reforço extra para realização das atividades de fortalecimento.

O TENS pode ser utilizado para realização de fortalecimento, porém o FES e a Corrente Russa são mais indicados
caso a intenção seja um trabalho de ganho de força muscular.

FES

FES é a abreviação do termo Functional Electrical Stimulation (Estimulação Elétrica Funcional) e utiliza uma corrente
elétrica de baixa frequência para provocar a contração muscular.

Essa corrente é mais específica e consegue gerar uma contração muscular funcional.

O FES é indicado para facilitação neuromuscular, controle da espasticidade, plegias e paresias e hipotrofia por
desuso.

Parâmetros

Frequência:

É necessário verificar qual a maior quantidade de fibras musculares do grupo a ser trabalhado.

Músculos com fibras tipo I – 20-40hz

Músculos com fibras tipo II – 60-80hz

Largura de pulso:

Grupos musculares grandes (quadríceps, isquitibiais) – 200-400 µs

Grupos musculares pequenos (extensores de punho) – 100-200 µs

Repouso:

Deve-se escolher um tempo de repouso para evitar a fadiga muscular.

Para escolher o tempo de repouso deve-se avaliar o grau de força muscular do paciente. Quanto menor a força,
maior deverá ser o tempo de repouso.

O tempo de contração (CICLO ON) e repouso (CICLO OFF) é ajustado em segundos.


Tempo:

O tempo varia de acordo com o grau de comprometimento do paciente.

Para pacientes com muita fraqueza muscular e distrofias é indicado que se utilize número de repetições ao invés de
tempo, para controlar melhor o tempo de contração e repouso.

Já para os outros casos pode-se estabelecer um tempo pré-definido que pode variar entre 20 minutos a 1 hora.

Corrente Russa:

Já a corrente russa é uma corrente alternada de média frequência, retangular, simétrica, balanceada, despolarizada
e modulada.

A intenção da corrente russa é favorecer o fortalecimento muscular, substituindo as contrações musculares


voluntárias máximas por contrações máximas induzidas. O objetivo é melhorar o recrutamento das unidades
motoras por meio de uma série de contrações musculares máximas eletricamente induzidas.

Parâmetros

Frequência portadora: 2.500hz

Frequência:

Músculos com fibras tipo I – 20-40hz

Músculos com fibras tipo II – 60-80hz

Porcentagem de corrente (modulação):

Varia entre 10% e 50%. Quanto menor o grupo muscular, menor deve ser a porcentagem de corrente.

On Time:

Tempo de contração muscular.

Off Time:

Tempo de repouso.

Tempo:

Segue o mesmo princípio do FES.

Pode ser feito através de números de repetições ou por tempo, que varia entre 20 e 40 minutos.

Contraindicações do FES e da Corrente Russa:

Gestantes

Uso de marca-passo

Doença vascular periférica


Hipertensos e hipotensos descompensados

Neoplasias

Processos infecciosos

Região de seio carotídeo

Região torácica

Nervo frênico

Cuidados necessários durante as sessões de eletroterapia

Alguns cuidados são necessários durante a sessão de eletroterapia e cada método possui cuidados específicos:

TENS, FES e Corrente Russa

Os eletrodos devem ser sempre utilizados com gel de indução (não necessário no caso de eletrodos autoadesivos).

Os eletrodos precisam estar sempre bem presos na pele do paciente

É necessário respeitar o limiar de intensidade do indivíduo, nunca deixando uma frequência muito forte que cause
desconforto ao paciente

Nunca retirar o eletrodo da pele do paciente com o aparelho ligado

Aumentar a intensidade aos poucos

Ultrassom

Sempre utilizar o gel de indução

Nunca perder o contato do cabeçote com a pele do paciente

Nunca deixar o cabeçote parado em um local só. É necessário movê-lo constantemente durante a aplicação.

Ondas curtas

Os eletrodos precisam ser sempre do mesmo tamanho

Os eletrodos precisam ter no mínimo 4 dedos de distância entre eles

Não deixar os cabos cruzados

Não deixar cabos posicionados diretamente no paciente. Envolver os cabelos com uma toalha.

Retirar objetos metálicos

Retirar aparelhos de surdez

Laser

Fisioterapeuta e paciente devem sempre utilizar os óculos de proteção

Não utilizar o Laser AsGa em escaras e feridas abertas

Efeitos colaterais da eletroterapia


A eletroterapia é um excelente recurso fisioterápico por oferecer muitos benefícios ao paciente e não oferecer
nenhum efeito colateral.

A eletroterapia não causa dependência, pode ser utilizada por uma grande parte de pacientes, possui um custo
relativamente baixo e não traz efeitos colaterais.

Os avanços da eletroterapia relacionados a fisioterapia

A cada ano novos estudos na área de eletroterapia são realizados comprovando o quanto esse método é benéfico
para o processo de reabilitação.

As pesquisas comprovam que a eletroterapia traz inúmeros benefícios é que é realmente eficaz para o tratamento
das mais diversas doenças.

Antigamente os aparelhos de eletroterapia eram grandes e com parâmetros difíceis de serem ajustados, mas os
avanços estão desenvolvendo aparelhos que são cada dia mais portáteis e fáceis de serem programados.

Os novos aparelhos também possuem múltiplos benefícios em um só, oferecendo ao terapeuta a possibilidade de
oferecer vários tratamentos ao paciente sem ter a necessidade de comprar vários equipamentos.

A tendência é que a eletroterapia continue avançando e que ela possa trazer ainda mais benefícios, já que é uma
terapia que além de ser extremamente benéfica e eficaz, pode ser utilizada por uma grande parte de pacientes das
mais diversas patologias, sem causar dependência e sem trazer efeitos colaterais.

Conclusão

A eletroterapia é um recurso fisioterápico de grande importância, pois é um método cientificamente comprovado,


que traz inúmeros benefícios para a saúde do paciente e auxilia positivamente para um melhor e mais rápido
processo de reabilitação.

Os métodos auxiliam na diminuição da dor, diminuição do edema e auxiliam no processo de cicatrização de lesões
profundas e superficiais, sendo um excelente adjuvante para o fisioterapeuta durante o tratamento de diversas
patologias.

É importante que o fisioterapeuta conheça bem os efeitos fisiológicos e terapêuticos de cada um dos métodos para
que ele saiba indicar qual é o mais indicado para o paciente em questão.

E principalmente, saiba que a eletroterapia é apenas uma parte de um processo de reabilitação global que envolve
não só o uso de aparelhos, mas também de outras técnicas como a cinesioterapia, hidroterapia, terapias manuais e
todo o conhecimento técnico que o fisioterapeuta possui.

Bibliografia

BÉLANGER, A. Recursos Fisioterapêuticos: evidências que fundamentam a prática clínica. 2ªed. São Paulo: Manole,
2012. 493p.

KITCHEN, S. Eletroterapia: Prática Baseada em Evidências. 11ªed. São Paulo: Manole, 200. 339p.

NELSON, R.M.; HAYES, K.W.; CURRIER, D.P. Eletroterapia Clínica. 3ªed. São Paulo: Manole, 2003. 557p.

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