Procedimentos Estéticos Com Aparelhos e Cosmetologia

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DESCRIÇÃO

Eletroterapia, laserterapia e peeling.

PROPÓSITO
Estudar os conceitos relacionados à eletroterapia, laserterapia e tipos de peelings é importante
para compreender seus efeitos fisiológicos, indicações e contraindicações e, assim, determinar
um tratamento estético seguro, eficaz e que traga resultados satisfatórios ao paciente.

OBJETIVOS

MÓDULO 1
Definir os procedimentos estéticos na eletroterapia

MÓDULO 2

Descrever os procedimentos estéticos na laserterapia

MÓDULO 3

Descrever os tipos de peelings e suas aplicações

INTRODUÇÃO
Há tempos que os procedimentos estéticos estão em evidência no mundo, mas atualmente,
eles ganharam espaço entre as classes de menor poder aquisitivo. Essa popularização, assim
como o acesso à informação, tem aumentado a quantidade de pacientes nas clínicas estéticas.
Esse novo cenário nos faz refletir sobre a importância dos profissionais de estética e,
principalmente, da área da Saúde, em oferecer tratamento adequado para a queixa do
paciente, ter forte fundamento teórico em todos os protocolos e sempre manter a atualização
sobre essa área em constante evolução.

No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a procura por tratamentos


estéticos não cirúrgicos tem aumentado e alguns procedimentos para rejuvenescimento e
eliminação da gordura localizada são os mais procurados.

Para essas finalidades temos, além de muitos procedimentos injetáveis, a utilização de


aparelhos que combinam funções como corrente e laser e a Cosmetologia. Neste tema,
abordaremos o uso de aparelhos e seus benefícios na estética, bem como o uso de diferentes
tipos de peelings e as preparações cosméticas empregadas nos peelings químicos.

MÓDULO 1
 Definir os procedimentos estéticos na eletroterapia

ELETROTERAPIA
A eletroterapia é um recurso muito utilizado na fisioterapia e na estética, que compreende um
conjunto de técnicas que utilizam a corrente elétrica de baixa intensidade, gerada por
aparelhos específicos, que podem ser aplicados para diversas finalidades. Antes de nos
aprofundarmos sobre os procedimentos estéticos na eletroterapia, precisamos recordar alguns
conceitos básicos sobre eletricidade. Vamos lá?

Fonte: Shutterstock.com

A corrente elétrica consiste no movimento de partículas (normalmente elétrons) de uma


direção para outra e é medida em ampère (A). Essas partículas devem estar em livre
circulação dentro dos corpos para que haja condução elétrica, mas, para isso, deve haver um
bom condutor. Assim, um condutor representa as substâncias que são capazes de transmitir
em um corpo de maneira fácil os elétrons carregados. O corpo humano é um exemplo de
condutor, e a sua capacidade de transmissão varia de tecido para tecido, dependendo da
disponibilidade de solutos e água. Dessa forma, o músculo e o nervo são bons condutores,
mas a pele e a gordura são condutores fracos.
Fonte: Shutterstock.com

A potência é a transformação da energia elétrica em outras formas de energia, por exemplo,


no ultrassom, a corrente elétrica é transformada em energia mecânica e a radiofrequência é
transformada em energia elétrica. Ela pode ser medida em joule. Ela fornecerá uma sensação
de agradável ou desagradável.

Fonte: Shutterstock.com
O pulso é uma onda individual medido em segundos ou milissegundos. A largura do pulso é
o tempo de duração de cada pulso, ou seja, o tempo da passagem de corrente elétrica pelos
tecidos. Esse pode ser unidirecional ou bidirecional. Na prática estética, os formatos de pulsos
mais utilizados são os quadrados ou retangulares, os senoidais e exponenciais. É importante
destacar que quanto maior a largura do pulso, maior será o desconforto para o paciente.

Fonte: Shutterstock.com

O período é o tempo do início de um pulso, ou conjunto de pulsos, até o seguinte.


Fonte: Shutterstock.com

O intervalo é o tempo transcorrido entre dois pulsos. Ele pode ser definido também como
tempo de repouso. Entretanto, o tempo de repouso normalmente é utilizado para definir o
tempo em que não ocorre eletroestimulação, ou seja, quando ocorre o relaxamento muscular.

Fonte: Shutterstock.com

A intensidade representa a amplitude, ou seja, a velocidade de fornecimento de elétrons e é


medida em microampères (µA) ou miliampères (mA). Durante um procedimento, o aumento da
intensidade aumenta a área atingida, bem como sua magnitude.

Na figura a seguir temos um resumo desses conceitos.

Fonte: EnsineMe
 Figura 1. Representação gráfica do pulso e as fases dos pulsos.

A frequência representa o número de ciclos (oscilações ou pulsos) em um determinado tempo


e é expressa em hertz (Hz). Por exemplo, se tivermos uma frequência de 1000 Hz, significa
que temos um estímulo passando mil vezes por segundo.

FREQUÊNCIAS SONORAS

Existem três tipos de frequências, são elas:


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BAIXA FREQUÊNCIA:

De 1 a 1000 Hz, como as correntes do tipo tens, galvânica e microcorrentes.

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MÉDIA FREQUÊNCIA:

De 1000 a 10000 Hz, como as correntes do tipo russa e Aussie.

Fonte: Shutterstock.com

ALTA FREQUÊNCIA:

Acima de 30000 Hz, como a corrente do tipo ultrassom.

Na eletroterapia, os aparelhos utilizados empregam diferentes tipos de correntes elétricas, que


são então conduzidas por meio de cabos condutores até os eletrodos que ficam aderidos à
pele do paciente. Essas correntes elétricas podem ser contínuas, alternadas e despolarizadas.
São elas:

ELETRODOS
Materiais condutores que servem de interface entre o estimulador e o corpo humano. Eles
podem ser de contato (borracha, condutora flexível, autoadesivas ou placas metálicas
revestidas por esponja umedecida) e eletrodos percutâneos (agulhas de acupuntura).

CORRENTE CONTÍNUA (POLARIZADA)


O fluxo de partículas é contínuo, sem interrupção e em uma única direção. A frequência e a
intensidade são definidas no início do procedimento e mantidas até o final. Por exemplo, a
Iontoforese.

CORRENTE ALTERNADA (DESPOLARIZADA)


O fluxo de partículas é contínuo, sem interrupção, mas ocorre em uma direção e depois em
outra, sendo bidirecional. Há inversão da polaridade em intervalos regulares de tempo.
Exemplo: microcorrentes que geram contração e fortalecimento muscular.

CORRENTE PULSADA
O fluxo de partículas não é contínuo, ou seja, ocorre interrupção em intervalos programados,
pode ser unidirecional ou bidirecional. A corrente elétrica é emitida, atinge seu máximo de
intensidade, causando efeito, e depois há declínio da sua intensidade, seguido de um momento
de repouso antes de outro estímulo ser gerado.

Exemplo: correntes russa e Aussie.

IONTOFORESE

É uma técnica não invasiva em que agentes ionizados são administrados na pele com o
uso de uma corrente elétrica (em geral, a galvânica) para aumentar a absorção desses
componentes.

Para a estética, essa técnica é aplicada para o rejuvenescimento, lipólise, hipertrofia muscular
e flacidez. Os efeitos fisiológicos gerais no organismo são aumento da oxigenação celular e
circulação sanguínea, liberação de alguns tipos de hormônios e estímulo da secreção de
algumas substâncias.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 2. Utilização de corrente elétrica para tratamentos estéticos.

 ATENÇÃO

Os aparelhos utilizados devem ser registrados no INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,


Qualidade e Tecnologia), sendo classificados como produto para fins estéticos e não médicos.

Existem várias técnicas de eletroterapia empregadas na estética. Destacaremos aquelas mais


importantes.

CORRENTE RUSSA E CORRENTE AUSSIE


(AUSTRALIANA)
São utilizadas para fortalecimento e tônus muscular, auxiliando na circulação sanguínea local,
reduzindo a flacidez e melhorando o aspecto da celulite. Usada no tratamento corporal e facial.
 VOCÊ SABIA

A corrente russa ficou famosa no final da década de 1970, a partir dos estudos de Yakov Kots,
que demostrou um aumento considerável na força muscular após a sua utilização na
eletroestimulação.

Essa corrente apresenta uma frequência portadora (alternada) e modulada. A frequência


portadora corresponde a pulsos dentro de um “burst”, ou seja, são as oscilações entre o pulso
e intervalo de repouso da corrente elétrica. Assim, a corrente é projetada para produzir “bursts”
de corrente e é modulada por tempo. Com isso, temos uma corrente que passa e depois para
em pequenos intervalos de tempo (ms), em um ciclo de repetição.

A corrente russa é uma corrente despolarizada e seletiva, pois pode estimular tanto a
musculatura tônica como as fásicas. Ela utiliza uma frequência de 2500 Hz (corrente fixa), com
normalmente pulsos de 10 ms. De acordo com Agne (2006), trata-se de um trem de impulsos
de correntes retangulares ou senoidais, bipolares, simétricas, emitidas numa frequência de
2500 Hz, moduladas por uma onda que pode variar dependendo do tipo de musculatura que
queremos atingir. Estes parâmetros criam um trem de pulsos compostos pelo tempo de subida,
tempo de contração (tempo on), tempo de descida e repouso (tempo off), conforme mostra a
figura.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 3. Gráfico representando a corrente russa.

Falamos em musculatura fásica e tônica, você sabe o que é isso?

As fibras musculares são classificadas em tipo I e II.

TIPO I (VERMELHAS OU TÔNICAS)


Apresentam contração lenta, têm alta resistência à fadiga e baixa produção de força, têm
metabolismo oxidativo e são estimuladas na frequência de 20 a 30 Hz.

TIPO II (FÁSICAS OU BRANCAS)


Apresentam contração rápida, baixa resistência à fadiga, metabolismo anaeróbio para
produção de energia, são as principais envolvidas no processo de flacidez muscular e sofrem
estímulo na frequência de 50 a 150 Hz.

Vários fatores influenciam no tipo e quantidade de fibra existente. São eles: genéticos, níveis
hormonais no sangue e prática de exercícios.

É importante ressaltar que a corrente fixa do aparelho é ajustada, mas podemos modular o
pulso. Quando o objetivo é atingir as fibras musculares tipo I, o pulso é ajustado entre 30 a 50
Hz, e para atingir as fibras do tipo II, ela é ajustada entre 50 a 80 Hz.

Além disso, outro parâmetro que será ajustado dependendo do tipo de paciente é a intensidade
da corrente. Para isso, os eletrodos são colocados sobre a pele, aumenta-se a intensidade até
que haja contração muscular, com o máximo suportado pelo paciente sem causar dor. O
eletrodo utilizado nesse equipamento é de borracha e é recomendada a colocação do eletrodo
no ponto motor da fibra muscular ou no nervo que reage o grupo muscular. Para estimulação
facial, são usadas duas canetas apropriadas com eletrodos de borracha conectados nas
pontas. O meio de condutor é gel neutro. Nessa técnica, é essencial a posição correta dos
eletrodos.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 4. Eletrodo sendo colocado sobre a pele.

A corrente russa estimula os nervos motores, despolarizando as membranas, induzindo, assim,


contração muscular mais forte e sincronizada, resultando em fortalecimento muscular. No
momento de contração muscular, ocorre vasoconstrição e, após o estímulo, existe um período
de relaxamento muscular, com vasodilatação e aumento do retorno venoso e linfático na região
tratada (pode ser utilizada assim para drenagem linfática) e irrigação sanguínea.

Além disso, quando o músculo é estimulado de forma lenta e constante, ele responde com um
aumento da fibra muscular. Essa estimulação elétrica pode resultar em hipertrofia (Aumento do
tamanho e volume do músculo.) e aumento da potência muscular, se aplicada com
intensidade e frequências adequadas – alta amplitude e poucas repetições.

É IMPORTANTE RESSALTAR QUE:

Pacientes sedentários

Para o fortalecimento das fibras musculares, o tempo de contração deve ser menor que o
tempo de relaxamento, para aumentar a oferta de nutrientes e oxigenação das fibras. A
eletroestimulação nesse caso deve ser prolongada com baixa amplitude e muitas repetições.

Pacientes ativos

O tempo de contração muscular deve ser igual ou superior ao tempo de relaxamento (para a
manutenção da hipertrofia) ou o tempo de contração deve ser menor ou igual ao de
relaxamento (para aumentar a hipertrofia). A eletroestimulação nesse caso deve ser com alta
amplitude e poucas repetições.

A corrente Aussie é uma variação da corrente russa, que apresenta duas frequências
portadoras, uma frequência de 1000 Hz e duração de 2 ms e a outra de 4000 Hz de duração de
4 ms. Essa diferença na frequência e no tempo de duração torna esse tipo de protocolo mais
efetivo na contração da musculatura. Além disso, estudos mostram que esse tipo de
estimulação retarda o desconforto gerado pelo procedimento, tornando-o mais agradável.

A técnica permite alguns benefícios faciais e corporais, como fortalecimento da musculatura


corporal (abdômen, pernas e glúteos), definição muscular e hipertrofia, recuperação do tônus
muscular e redução de medidas, da retenção de líquidos, rugas faciais e da flacidez.

 RECOMENDAÇÃO

São contraindicados à realização desse procedimento pacientes: gestantes; com problemas


cardíacos; que utilizem marcapasso; com tumor ou neoplasia; com alterações renais crônicas;
hipertensos; com problemas pulmonares; histórico de epilepsia; presença de varizes ou
qualquer patologia circulatória; implantes metálicos; e presença de qualquer tipo de infecção.

ULTRASSOM
O ultrassom é um recurso terapêutico que utiliza ondas mecânicas (energia cinética)
transmitidas por meio de vibrações que penetram no tecido e se propagam em diferentes
profundidades. Essa técnica gera ondas que agitam as moléculas presentes no meio,
causando sua oscilação, seja em meio sólido, líquido ou gasoso, transformando, assim, a
energia sonora em energia térmica. Se todo o calor gerado for dissipado, pelo meio, ocorre um
aumento de temperatura e efeitos térmicos. Agora, se todo calor dissipado for equivalente ao
calor gerado, esse aumento de temperatura não será observado, ocasionando os efeitos não
térmicos.

VIBRAÇÕES

Vibrações mecânicas idênticas às sonoras (20 e 20000 Hz), mas uma frequência mais
alta.

 ATENÇÃO

Quanto mais denso o meio, ou seja, falando na área da Estética, maior é a hidratação do
tecido, maior a velocidade de propagação e, assim, a efetividade do procedimento. Além disso,
quanto mais próximas estiverem as células, maior é a velocidade de propagação, assim, a
propagação no tecido ósseo é maior do que no tecido muscular e no adiposo.

Esse procedimento estético é comumente utilizado para redução de gordura localizada,


tratamento de celulite e em pós-operatório. Ele produz efeitos térmicos (aumento da circulação
sanguínea; melhora da oxigenação e metabolismo local; angiogênese, síntese de novos
fibroblastos e de proteínas como o colágeno e elastina); efeito analgésico (relaxamento),
mecânico (maior permeação de ativos através da pele) e químico (estímulo na produção de
fibras colágenas e elásticas) no tecido atingido.

Mais importante do que entender quais as indicações do procedimento ou como se aplica a


técnica, é entender a ação dela nos tecidos vivos. Conforme as ondas geradas atingem os
tecidos biológicos, pode haver aumento ou redução da intensidade de energia gerada. Esse
fato é decorrente da capacidade de absorção ou dispersão de energia pelos tecidos, o que tem
íntima relação com os fenômenos de reflexão e refração.
REFLEXÃO

Ocorre quando as ondas passam de meio a outro com impedância acústica distinta
(resistência oferecida pelos tecidos à passagem de ondas sonoras). Se essa resistência
for muito diferente, ocorre reflexão total e essa onda não atinge os tecidos mais
profundos.

REFRAÇÃO

A refração ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio, alterando sua
velocidade, porém conservando a sua frequência.

A frequência utilizada vai influenciar diretamente a profundidade e o efeito térmico no tecido


atingido. O ultrassom de uso estético utiliza uma frequência de 1 a 3 MHz, com comprimento
de onda de 1 mm, que é mais facilmente conduzido pela água, já que nossos tecidos têm em
sua composição grande quantidade dessa substância. É importante ressaltar que a frequência
é inversamente proporcional ao comprimento de onda e a profundidade atingida.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 5. Aplicação do ultrassom.

A frequência de 1 MHz é indicada para atingir tecidos mais profundos e induz a apoptose
(morte celular programada) dos adipócitos (células de gordura), sem causar lesões adjacentes,
preservando vasos sanguíneos e nervos locais. No entanto, produz um menor efeito térmico.
Já a frequência de 3 MHZ é mais indicada para tratamento de tecidos superficiais, induz lipólise
a partir da cavitação e gera um aquecimento tecidual. A lipólise, diferente da apoptose,
promove a destruição da célula de gordura com liberação de ácidos graxos, que serão usados
como fonte energia.

CAVITAÇÃO

É a formação de pequenas bolhas gasosas nos tecidos como resultado da vibração do


US. Ela pode ser estável (as bolhas balançam, mas ficam estáveis) ou transitória (o
volume da bolha altera rapidamente com sua implosão, levando a lesões teciduais). A
cavitação transitória ocorre quando a intensidade for alta ou quando o feixe ficar
estacionado no mesmo lugar.
O aparelho utilizado é um transdutor, capaz de transformar energia elétrica em cinética. A
intensidade do feixe utilizado em estética é de 1,2 a 1,5 W/cm², que pode ser de modo
contínuo ou pulsado.

Contínuo

A voltagem aplicada é constante durante todo o tempo do procedimento, assim, a temperatura


local tende a ser maior, sendo mais indicado para o tratamento de gordura localizada


Pulsado

A voltagem aplicada é alternada em pulsos durante o procedimento, não eleva a temperatura e


é mais indicado para drenagem linfática e pós-operatório.

Durante a aplicação, é importante limpar a área a ser aplicada com água e sabão ou álcool,
manter movimentos circulares na região sem retirar o cabeçote de contato com a pele e
sempre aplicar um gel para impedir a existência de ar entre a pele e a fonte geradora das
ondas, uma vez que estas não são propagadas no ar.

CABEÇOTE

Cabeçote e/ou cristal de ultrassom é uma peça chamada de cerâmica piezoelétrica. Essa
peça recebe uma frequência gerada pelo aparelho e vibra, e como o próprio nome diz,
numa frequência ultrassônica.

A quantidade de energia aplicada aos tecidos e os efeitos decorrentes dependem também do


tempo de aplicação. Para definir o tempo, devemos fazer um cálculo, considerando a área em

que será aplicada (cm2) e o tamanho da área efetiva de radiação (ERA):

á rea
T empo =
ERA
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A ERA é a área do cristal onde ocorre efetivamente a emissão das ondas.

 EXEMPLO

A área a ser tratada tem largura de 6 cm e comprimento de 8 cm, logo, existe uma área de (8
cm x 6 cm) = 54 cm²;

ERA = 4 cm²;

O tempo é de 54 cm² (área) dividido por 4 (tamanho da ERA), logo, o tempo de aplicação
na região será de 12 minutos.

O tempo de aplicação deve se limitar em 20 minutos por sessão para evitar os efeitos
deletérios. O número de sessões varia de 10 a 15 por região, que devem ser realizadas entre
duas a três vezes por semana, sempre obedecendo 1 dia de intervalo entre elas. A partir de 20
sessões, a frequência deve ser de 15 a 30 dias, devido ao processo de acomodamento do
organismo ao estímulo, para não afetar nos resultados.

Essa técnica é contraindicada para gestantes; diabéticos; cardiopatas; pacientes com áreas de
hipoestesia (Anestesiadas ou com baixa sensibilidade.) ou qualquer tipo de lesão cutânea ou
feridas abertas; tumores malignos; hemofilia não controlada. Além disso, não deve ser aplicada
sobre as gônadas (ovários ou testículos), áreas expostas previamente à radiação e olhos.

RADIOFREQUÊNCIA
A radiofrequência converte energia eletromagnética, na ordem de quilohertz (kHz) ou
megahertz (MHz), em energia térmica com ação no tecido biológico. O aquecimento controlado
induz uma resposta infamatória local com a migração de fibroblastos e produção de novas
fibras de colágeno, retração das fibras elásticas, melhora da circulação sanguínea e linfática.
Esses benefícios podem ser notados nos tratamentos de celulite, gordura localizada,
tratamentos faciais para flacidez e redução de rugas e até mesmo de estética íntima.

Os equipamentos de radiofrequência geram uma corrente alternada com alta frequência,


formando um circuito de aplicação com produção de calor na área aplicada. Existem dois tipos
de radiofrequência:

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 Figura 6. Aplicação de radiofrequência para flacidez corporal.

Capacitiva

Gera calor de dentro para fora do corpo, com emissão de ondas curtas e frequência
geralmente entre 13 a 40 MHz. Como nesse procedimento ocorre um aumento da temperatura
da área aplicada de forma rápida, ele não é suportável por muito tempo.


Resistiva

Gera calor de fora para dentro do corpo por meio de um campo elétrico, que em atrito com a
pele forma um campo eletromagnético, aquecendo o tecido (derme) sem causar incômodo do
aumento de temperatura na epiderme. Esse tipo de procedimento é bem mais suportado pelos
pacientes e é conhecido como criofrequência.
Além do tipo de radiofrequência, nesse procedimento, o tipo de cabeçote utilizado vai alterar a
profundidade de ação da onda no tecido. Existem no mercado vários tipos de cabeçotes que
são classificados de acordo com a quantidade de polos de emissão de ondas em monopolar,
bipolar, tripolar ou multipolar. Assim, o cabeçote monopolar é para uso corporal, o bipolar para
uso facial e o tripolar ou multipolar para uso tanto facial como corporal. Além dessa
classificação, eles também podem ser:

BIPOLAR DE CAMPO CONCÊNTRICO


BIPOLAR DE CAMPO LONGITUDINAL
BIPOLAR DE CAMPO DISPERSO
TRIPOLAR

BIPOLAR DE CAMPO CONCÊNTRICO

Tem ação mais superficial, sendo indicado para tratamento de flacidez em regiões de colo,
pescoço e face.

BIPOLAR DE CAMPO LONGITUDINAL

Tem uma ação mais profunda e uma menor abrangência do campo, sendo uma aplicação mais
direcionada. Indicado para tratar rugas e pequenas linhas de expressão, como sulco
nasogeniano, da região orbicular dos olhos e boca e a revitalização das mãos.

BIPOLAR DE CAMPO DISPERSO

Ação bem profunda, necessitando de eletrodo dispersivo para aplicação. Indicado para
tratamento de fibrose. Não deve ser usado em regiões de face e abdômen.

TRIPOLAR
Mais indicado para tratamentos corporais, podendo ser usado nas regiões do pescoço com alto
grau de flacidez ou região submentoniana (papada) que tenha grande acúmulo de gordura.

Uma das maiores indicações do uso da radiofrequência é a remodelação e regeneração do


colágeno, tanto facial como corporal, mas como isso acontece no nosso corpo?

 VOCÊ SABIA

As fibras de colágeno são degradadas naturalmente ao longo dos anos e a sua reposição
torna-se cada vez mais difícil com o envelhecimento. Além disso, temos fatores externos e
internos que podem acelerar esse processo, como genética, alimentação, falta de atividade
física e pouca ingestão de água.

Para exemplificar, vamos pegar como exemplo o consumo em excesso do açúcar, que leva à
glicação de proteínas como o colágeno e a elastina, desestabilizando essas fibras e fazendo
com que elas se rompam, acelerando o processo de envelhecimento e flacidez cutânea. Mas
como a radiofrequência pode auxiliar nesse tratamento?

Um efeito imediato dessa técnica é a contração do colágeno ou sua desglicação e efeito lifting.
Essa contração é possível pelo calor, seguido do atrito entre as moléculas de água presentes
no tecido, que dissipam essa energia para os outros tecidos.

GLICAÇÃO

Glicação refere-se a uma sequência de reações não enzimáticas que se inicia quando
açúcares redutores como glicose e frutose reagem com aminoácidos constituintes de
proteínas, lipídeos ou ácidos nucleicos, gerando os chamados produtos de glicação
avançada (AGEs, acrônimo em inglês para Advanced Glycation End-Products). Os AGEs
possuem a capacidade de modificar as propriedades químicas e funcionais de diversas
estruturas biológicas devido à geração de radicais livres, formação de ligações cruzadas
com proteínas ou de interações com receptores celulares, causando disfunção fisiológica.
LIFTING

Promover um levantamento do rosto, amenizando as rugas e aprimorando o contorno


facial.

 SAIBA MAIS

Quanto mais água o tecido tiver e quanto maior a concentração de eletrólitos, mais rápido é
atingida a temperatura.

O efeito tardio do procedimento é a neocolagênese, que é a formação de novas fibras de


colágeno. Esse processo ocorre entre 14 a 21 dias após o procedimento, resultado de um
processo inflamatório que possibilita um maior recrutamento de fibroblastos e a síntese de
novas fibras de colágeno e elastina e remodelamento do tecido.

Fonte: EnsineMe.
 Figura 7. Efeitos primários e secundários da radiofrequência nas fibras colágenas.

Para esse tipo de estímulo, a aplicação deve ser feita com movimentos lentos e contínuos, de
preferência em forma de “C”, com pressão do eletrodo uniforme e um bom contato com a pele.
É importante o controle da temperatura durante toda a aplicação, por meio de um termômetro
digital na área em tratamento. Após alcançar a temperatura de 40°C, a aplicação deve ser
mantida por no máximo 5 minutos.
Para os tratamentos corporais, esse procedimento é usado para melhora da flacidez tissular,
aspecto de celulite, estrias, cicatrizes, fibrose e gordura localizada. Na prática clínica, ele é
amplamente associado a outras técnicas para o tratamento de gordura localizada e celulite.

O tecido adiposo, quando em excesso, apresenta um aumento da quantidade e volume dos


adipócitos, presença de fibrose acentuada no tecido conjuntivo e comprometimento circulatório
local. Após a aplicação da radiofrequência, ocorre a lipólise por ação térmica e uma contração
dos adipócitos, com redução de seu volume. O aquecimento intenso e profundo melhora a
circulação sanguínea local e permite remodelação tecidual, gerando, assim, redução de
medidas. A aplicação corporal pode ser feita em regiões como abdômen, coxas, culote,
infraescapular, glúteo e braço.

O intervalo entre as sessões varia, mas em geral o intervalo é de 21 dias, de acordo com o
ciclo da produção de colágeno, e são recomendadas no mínimo seis sessões para alcançar os
resultados esperados. A hiperemia local desaparece depois de alguns minutos.

 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS

Algumas condições apresentam contraindicação para esse tipo de procedimento, como


gestação, transtornos de sensibilidade, portadores de marca-passo ou cardiopatas, doenças
crônicas descompensadas (hipertensão, diabetes), doenças autoimunes (lúpus, artrite
reumatoide), processo inflamatório agudo, infecções ou lesões cutâneas, presença de tumor.
Também não devem ser realizadas em regiões que contenham prótese metálica ou sobre as
glândulas tireoidiana e genitais.

CRIOLIPÓLISE
Desenvolvida entre as décadas de 1970-1980, a criolipólise é amplamente empregada no
tratamento da gordura localizada, que utiliza baixas temperaturas para destruição dos
adipócitos. Isso é possível, pois tecidos ricos em lipídeos têm uma susceptibilidade maior a
lesões ocasionadas pelo frio em relação aos tecidos ricos em água, como músculos e nervos.
Como mencionamos anteriormente, pessoas com gordura localizada apresentam um aumento
na quantidade e tamanho dos adipócitos. Além disso, há a redução da quantidade de água do
meio extracelular, comprometimento circulatório e redução da oxigenação dos tecidos. Essas
células de gordura encontram-se na hipoderme, camada de interesse nesse tipo de tratamento.

Esse método utiliza um aparelho que promove ao mesmo tempo a sucção por vácuo e
resfriamento (com temperaturas entre -5°C e -15°C) da pele. Ele pode ter apenas um aplicador
ou mais de um, podendo realizar a aplicação em diferentes áreas ao mesmo tempo e,
normalmente, as regiões de interesse são flanco, abdômen, coxas (interno e posterior), braços,
parte superior das costas e culote. Para o procedimento, após selecionar a área a ser tratada,
uma manta específica com substância hidratante é colocada sobre o local para evitar
queimaduras. Em seguida, o aplicador é posicionado sobre a área, o vácuo é regulado e é feita
a sucção da pele de acordo com a sensibilidade do paciente. A aplicação dura em média de 45
a 60 minutos. Depois, é muito importante estimular a circulação do tecido, a fim de retornar à
temperatura normal.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 8. Processo de criolipólise.

A criolipólise, ao utilizar temperaturas negativas, atinge a hipoderme, que provocam diferentes


efeitos, são eles:

Diminuição da atividade mitocondrial e, como consequência, redução da produção energética.



A alteração na membrana plasmática, provocando um aumento de sua permeabilidade, que
facilita a lise celular.


Por fim, há morte celular dos adipócitos por estímulo externo e os restos celulares são
digeridos por macrófagos.

Durante a criolipólise, o adipócito sofre uma mudança nos triglicerídeos chamada de fractal,
que significa quebra. Essa transformação é irreversível e leva a ativação do sistema imune
para remoção dessas células (Figura 09).

LISE CELULAR

Destruição celular pela destruição da membrana celular.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 9. A criolipólise nos adipócitos.

Além disso, o adipócito pode sofrer apoptose (morte celular programada).

No entanto, os efeitos da criolipólise não são imediatos. A morte celular e a alteração nos
adipócitos levam a uma resposta inflamatória local intensa. Os macrófagos residentes do
tecido, ao realizarem fagocitose dos adipócitos modificados e dos restos celulares, liberam
mediadores inflamatórios (citocinas), o que estimula a chegada de mais macrófagos e
neutrófilos para o local afetado. Também existe produção de fator de crescimento vascular e
celular, com aumento da produção de fibroblastos e, consequentemente, aumento da produção
de colágeno para sustentação tecidual. Novos vasos sanguíneos são formados e isso
possibilita melhora na oxigenação e metabolismo local.

Após os primeiros 14 dias do procedimento, ocorre a resposta inflamatória e, a partir de mais


ou menos 30 dias, essa resposta torna-se mais intensa e então é possível observar redução
das medidas nos locais de aplicação. Dessa forma, a avaliação pós-procedimento só deve ser
feita após 30 dias, já que, antes disso, por causa do processo inflamatório, há edema local.
Entretanto, o melhor resultado é verificado depois de aproximadamente 3 meses da aplicação.

Existem dois tipos de criolipólise:

CONVENCIONAL
O resfriamento da pele e tecido subcutâneo ocorre de forma gradual.

CONTRASTE
Inicialmente, temos um aquecimento da pele seguido por resfriamento local.

 VOCÊ SABIA

Atualmente, no mercado, há equipamentos que não utilizam vácuo, mas realizam a criolipólise
a partir de placas, que causam o resfriamento sem o desconforto do vácuo.

O procedimento deve ser indicado após uma avaliação criteriosa do paciente, com análise da
prega de gordura no local (quando usado o vácuo), que deve ser de no mínimo 4 cm. As
sessões variam de 1 a 3, dependendo da região, com um intervalo de 3 meses. Para melhorar
os resultados, pode ser solicitada a utilização de cinta modeladora na região durante os 30 dias
após o procedimento e pode ser associada drenagem linfática (2 a 3 vezes por semana).

Após o procedimento, podemos observar alguns efeitos adversos, como hiperemia, eritema
localizado, equimose, dormência temporária ou redução da sensibilidade local e dor local. Um
efeito adverso pouco comum é a hiperplasia adiposa paradoxal, que é uma disfunção em que
ocorre aumento do volume do tecido adiposo na região em que deveria ser observada redução,
ou seja, na área de aplicação. Ocorre normalmente de 1 a 6 meses pós-procedimento e as
causas são desconhecidas.

São contraindicações para realização desse procedimento os pacientes com dermatite na


região a ser tratada, urticária induzida pelo frio, processo cirúrgico recente, presença de cicatriz
ou hérnia na região, gestação/lactação, lesões cutâneas, doenças neuropáticas, sensibilidade
ao frio, redução da sensibilidade na área, alteração dos fatores de coagulação e diabetes
descompensada.

ELETROTERAPIA PARA REDUÇÃO DE


GORDURA LOCALIZADA
Assista ao vídeo para saber mais sobre eletroterapia e suas aplicações para a redução de
gordura localizada.
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. NESSE TIPO DE CORRENTE ELÉTRICA, O FLUXO É CONTÍNUO E


OCORRE DE FORMA BIDIRECIONAL, COM INVERSÃO DA POLARIDADE
EM TEMPOS REGULARES. QUAL O TIPO DE CORRENTE ELÉTRICA
CITADA?

A) Contínua

B) Pulsada

C) Alternada

D) Polarizada

E) Modulada

2. UMA PACIENTE DE 50 ANOS PROCURA UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA


PARA TRATAR A FLACIDEZ TECIDUAL E AS LINHAS DE EXPRESSÃO. É
OFERECIDO UM PROCEDIMENTO PARA O TRATAMENTO FACIAL QUE
UTILIZA CORRENTE ALTERNADA COM ALTA FREQUÊNCIA,
PROMOVENDO AQUECIMENTO DA ÁREA TRATADA, COM AUMENTO
DAS FIBRAS DE COLÁGENO, AUMENTO DA OXIGENAÇÃO TECIDUAL E
EFEITO LIFTING. QUAL É ESSE PROCEDIMENTO?
A) Radiofrequência

B) Ultrassom

C) Corrente russa

D) Corrente Aussie

E) Criolipólise

GABARITO

1. Nesse tipo de corrente elétrica, o fluxo é contínuo e ocorre de forma bidirecional, com
inversão da polaridade em tempos regulares. Qual o tipo de corrente elétrica citada?

A alternativa "C " está correta.

Na corrente alternada (despolarizada), o fluxo de partículas é contínuo, sem interrupção, mas


ocorre em uma direção e depois em outra, sendo bidirecional.

2. Uma paciente de 50 anos procura uma clínica de estética para tratar a flacidez tecidual
e as linhas de expressão. É oferecido um procedimento para o tratamento facial que
utiliza corrente alternada com alta frequência, promovendo aquecimento da área tratada,
com aumento das fibras de colágeno, aumento da oxigenação tecidual e efeito lifting.
Qual é esse procedimento?

A alternativa "A " está correta.

A radiofrequência consiste na conversão de energia eletromagnética em energia térmica


gerando uma produção de novas fibras de colágeno, retração das fibras elásticas, melhora da
circulação sanguínea e linfática. Os equipamentos de radiofrequência geram uma corrente
alternada com alta frequência, formando um circuito de aplicação com produção de calor na
área aplicada.

MÓDULO 2
 Descrever os procedimentos estéticos na laserterapia

CARACTERÍSTICAS DO LASER
O uso do laser revolucionou técnicas terapêuticas e tornou-se muito valioso na Medicina para o
tratamento de diversas disfunções e até mesmo procedimentos cirúrgicos. Na estética, de
forma mais recente, a utilização do laser vem ganhando espaço.

O laser é um aparelho que produz a emissão de uma luz monocromática com grande energia,
que apresenta a capacidade de gerar alterações físicas e biológicas. Quando ela atinge a
matéria, pode ocorrer reflexão, refração, absorção e dispersão, como em qualquer outra
radiação eletromagnética. Os átomos que consistem o emissor central do equipamento são
estimulados com energia elétrica, alterando os seus orbitais e resultando na liberação da
energia na forma de fóton (Menor fração do feixe de luz.) . O laser apresenta algumas
características importantes. São elas:

Monocromático

A luz emitida pelo laser é composta por fótons em apenas uma frequência, determinando
quais biomoléculas absorverão o feixe de luz e sua profundidade, por exemplo, as
proteínas absorvem entre 200-350 nm no ultravioleta.

Colimação

Os fótons são produzidos de forma paralela entre si e não se dispersam, com


manutenção da potência.

Coerência
Os picos de ondas são emitidos com mesma frequência e direção.

Alta intensidade

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 10. Funcionamento do laser.

Os lasers são classificados de acordo com a potência em alta (acima de 50°C, como o CO2

fracionado), média (abaixo de 50°C, como os de epilação) e baixa potência (não emitem calor,
como os LEDs).

EPILAÇÃO

Processo de remoção dos pelos pela raiz, que diminui ou atrasa seu crescimento.
 SAIBA MAIS

Os equipamentos mais usados são de baixa potência, como Hélio-Neônio (HeNe), Arsenieto de
Gálio (AsGa), Alumínio-Gálio-Índio-Fósforo (AlGaInP) e Arsenieto-Gálio-Alumínio (AsGaAl).

Eles podem emitir luz de forma contínua, com duração de exposição longa (mais de 1
segundo) e dano não seletivo, dando o máximo de energia gerada ao tecido. Ou pulsado, ou
seja, a emissão do feixe de luz não é contínua, ocorrendo em intervalos regulares de tempo,
com duração de milissegundos ou nanossegundos de pulso e tem efeito mais seletivo da área
atingida.

A luz do laser é direcionada para o cromóforo de interesse que pode ser a melanina
(tratamento de manchas e epilação), hemoglobina (tratamento de microvasos) ou água
(tratamento de rejuvenescimento). Essas substâncias têm a capacidade de absorver luz em um
comprimento de onda específico e transformá-la em calor, elevando a temperatura, que pode
chegar a mais de 100°C. Isso gera uma série de modificações estruturais, como a coagulação
e desnaturação de proteínas.

CROMÓFORO

Cromóforos são grupos de átomos que dão cor a uma determinada substância e
absorvem luz em um comprimento de onda específico no espectro do visível. Na pele, os
cromóforos são água, proteínas, melanina, hemoglobina e a oxihemoglobina.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 11. Esquema mostrando os diferentes comprimentos de onda atingindo a pele.

A partir da figura, verificamos que quanto maior o comprimento de onda, maior é a


profundidade. Entretanto, a profundidade também depende da absorção e dispersão nos
tecidos. A dispersão no laser é inversamente proporcional ao comprimento de onda do feixe de
luz, sendo assim, quanto maior o comprimento de onda, maior a profundidade e menor
dispersão e absorção no tecido. Comprimentos de onda de 400 nm têm maior capacidade de
dispersão e menor capacidade de penetração do que os lasers com comprimento de onda de
1000 nm, por exemplo.

O efeito terapêutico depende do comprimento de onda, duração do pulso, tamanho e o tipo de


alvo. Ao atingir o tecido, ocorrem algumas alterações. São elas:

EFEITO FOTOTÉRMICO
Ocorre a conversão da energia luminosa em calor, aumentando a temperatura tecidual,
podendo até mesmo causar sua destruição.

EFEITO FOTOQUÍMICO
Utiliza substâncias fotossensibilizantes que são captadas por células tumorais e provocam a
destruição dessas células.
EFEITO FOTOMECÂNICO
Com ação sobre os tecidos, causando sua fragmentação pela luz do laser.

EFEITO FOTOELÉTRICO
Ablação induzida pela ionização de átomos ao obter-se a forma de plasma, após dano
tecidual.

ABLAÇÃO

Representa o processo de remoção de uma matéria a partir do raio laser.

PLASMA

Estado na física da matéria semelhante ao gás, onde algumas partículas estão ionizadas.

LASER DE BAIXA POTÊNCIA


O laser de baixa potência para uso estético é o LED (Light Emitting Diodes). Eles produzem um
feixe de luz com um espectro de ação mais abrangente, com uma maior quantidade de cores.
Além disso, o LED não apresenta colimação, ou seja, seus feixes de luzes emitidos não têm a
mesma direção. Esse tipo de metodologia utiliza ondas eletromagnéticas de baixa frequência,
que transmitem energia para as células, de forma não invasiva, sem emissão de radiação
ultravioleta e sem provocar aumento da temperatura tecidual.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 12. Utilização de LED azul no tratamento facial.

Essa terapia apresenta muitos benefícios, como o baixo risco de complicações pós-
procedimento, permite associação de outros tipos de tratamento, pode ser aplicada sobre a
pele por longos períodos e geralmente apresenta menor custo.

Existem vários tipos de LED e cada um apresenta uma aplicação terapêutica diferente. Vamos
conhecê-los? (Figura 13).

LED AZUL
Apresenta ação somente sobre a epiderme, com função bactericida, sendo grande aliado no
tratamento de acne e controle da oleosidade. Provoca também melhora na hidratação facial e
tem efeito clareador.

LED VERMELHO
Tem ação sobre a derme, com ativação e síntese de fibroblastos, aumentando, assim, a
produção de colágeno e elastina, e reduzindo a ação da colagenase. Além disso, tem efeito na
microcirculação, com ação antioxidante e de combate aos radicais livres. Muito utilizado para a
drenagem linfática e redução de medidas, por seu efeito anti-inflamatório e de estímulo da
lipólise.

LED ÂMBAR
Tem ação na derme com estímulo de síntese e remodelação das fibras de colágeno, auxilia na
microcirculação com maior nutrição tecidual. Tem grande uso nos protocolos de flacidez por
gerar um efeito lifting local.

LUZ INFRAVERMELHA
Tem ação na derme profunda e músculos, com ativação de fibroblastos, promove alteração da
permeabilidade celular, facilitando a absorção de ativos, ação anti-inflamatória e diminui o
edema. Usado tanto em procedimentos faciais, como corporais.

COLAGENASE

Enzima que quebra colágeno

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 13. Cor dos LEDs usados na estética.

A fototerapia por meio do LED pode ser usada no tratamento de acnes em qualquer grau,
alopecia, clareamento de manchas, drenagem linfática, estrias, gordura localizada, hidratação
facial e corporal, celulite, linhas de expressão e olheiras.

Vamos entender algumas dessas aplicações de forma mais detalhada:

CLAREAMENTO E HIDRATAÇÃO FACIAL


ACNE
CLAREAMENTO DE MANCHAS
ESTÍMULO DE COLÁGENO (TRATAMENTO DE
ESTRIAS)
REDUÇÃO DE GORDURA LOCALIZADA E CELULITE
ALOPECIA

CLAREAMENTO E HIDRATAÇÃO FACIAL

O LED azul é absorvido pelas células promovendo a liberação de peróxido de hidrogênio e


espécies reativas de oxigênio. Isso promove a quebra de ligações químicas bivalentes
(absorvedoras de luz) presentes nas moléculas em ligações químicas simples (não
absorvedoras de luz), produzindo, assim, um efeito clareador. Além disso, ocorre a hidrólise da
água intracelular, com formação de íons livres que se aderem à membrana plasmática e
reagem com o oxigênio presente no sangue, possibilitando a captação de água e a hidratação
da região.

ACNE

O LED azul atua na pele como um bactericida, levando à redução da microbiota, o que melhora
o aspecto inflamatório. O LED vermelho gera um efeito analgésico e anti-inflamatório e a luz
infravermelha permite melhora na circulação linfática local.

CLAREAMENTO DE MANCHAS

O LED azul tem ação na degradação da melanina local, com efeito clareador. O LED âmbar
diminui a formação de melanina e produção de tirosina. O LED vermelho e a luz infravermelha
têm ação no reparo tecidual.

ESTÍMULO DE COLÁGENO (TRATAMENTO DE


ESTRIAS)
O LED azul aumenta a hidratação cutânea. O LED vermelho permite um aumento no
metabolismo de fibroblastos e síntese de colágeno. A luz infravermelha também promove
aumento no metabolismo de fibroblastos e nas células dos linfonodos.

REDUÇÃO DE GORDURA LOCALIZADA E CELULITE

É feita com o LED vermelho, que tem ação sobre a síntese de fibroblastos e colágeno. A luz
infravermelha auxilia a melhora da circulação linfática local.

ALOPECIA

O LED vermelho promove aumento da circulação local, com melhora do metabolismo folicular e
consequente crescimento, volume e nutrição capilar.

 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS

As principais contraindicações são gestantes, pacientes com neoplasias, doença vascular ou


com epilepsia. Além disso, não pode ser realizada aplicação no pescoço, seio, olhos e em
locais com lesões cutâneas. Sempre devem ser utilizados óculos de proteção.

LASER DE MÉDIA POTÊNCIA


O laser de média potência é utilizado para epilação, clareamento de manchas,
rejuvenescimento, estrias, acne e suas cicatrizes. Esse tipo de laser gera um efeito térmico
concentrado em áreas pequenas do corpo ou rosto, com temperatura em torno de 50°C. No
entanto, o maior uso é para a tão famosa depilação a laser, que deve ser corretamente
chamada de epilação.

Vamos relembrar que o pelo apresenta um ciclo de crescimento lento e com três fases:
FASE ANÁGENA (CRESCIMENTO)

Em que ocorre intensa produção e queratinização do pelo na região do bulbo, no interior do


folículo piloso. Essa fase é a mais longa, durando cerca de 2 a 5 anos e é a fase em que a
maioria dos pelos se encontra.


FASE CATÁGENA (REPOUSO)

O pelo já está totalmente formado e queratinizado, a atividade celular é reduzida e o bulbo


começa a atrofiar. Essa fase pode durar cerca de um ano.


FASE TELÓGENA (QUEDA)

É a fase final do crescimento, em que ocorre total atrofia do bulbo e o desprendimento do pelo.
Nessa etapa, ocorre formação de um novo pelo dentro do folículo, que empurra o mais velho
para fora, iniciando um novo ciclo. Essa fase dura em média de três a quatro meses.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 14. Fases de crescimento do pelo.

Nesse procedimento, o laser é absorvido pela melanina da pele e do pelo, o que leva a um
superaquecimento do folículo, com a propagação da energia para as células vizinhas. Isso
possibilita a destruição do pelo ou a diminuição da capacidade do folículo piloso de produzir um
novo pelo. Nas primeiras sessões, é possível observar que os pelos da região tratada
crescerão mais finos e de forma mais lenta.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 15. Epilação a laser.

Esse tratamento apenas é eficaz para a remoção de pelos escuros, pois a luz precisa ser
absorvida pela melanina. Além disso, ele é realizado em algumas sessões (3-6 sessões),
respeitando o ciclo de crescimento do pelo (4 semanas), pois os pelos devem estar na fase
anágena, fase de maior concentração de melanina no bulbo capilar, para um tratamento eficaz.
 ATENÇÃO

Além da cor dos pelos, devemos ter cuidado com a cor da pele, pois a melanina da pele
compete com a melanina dos pelos pela absorção da luz, não sendo, assim, segura a
aplicação em pacientes com peles mais escuras ( fototipos mais altos).

FOTOTIPOS

Escala de coloração da pele de I a IV, onde I é a pele branca, que sempre queima e
nunca bronzeia. A pele IV é a negra.

Para aplicação, a pele deve ser limpa com sabão ou clorexidina, pode-se utilizar analgésico
tópico 45 minutos antes do procedimento e o ideal é que a área esteja livre de pelos, para
evitar o desperdício de energia liberada pelo laser, superaquecimento e queimadura da pele.
Os pelos devem ser retirados com uma gilete de barbear ou creme depilatório, nuca deve-se
retirar pelo bulbo, como acontece com a cera ou pinça! Deve-se utilizar um gel à base de água
e sempre devemos utilizar óculos de proteção (profissional e paciente).

Apesar de um procedimento tranquilo e pouco doloroso, precisamos tomar alguns cuidados,


principalmente em relação ao fototipo do paciente, por causa do risco de desenvolvimento de
manchas. Cada aparelho terá o seu parâmetro de ajuste para epilação, mas em geral, o que
deve ser levado em conta é o fototipo do paciente e a textura do pelo (fino ou grosso) para
definição de fluência e duração do pulso.

Após o procedimento, é normal um leve eritema e até mesmo leve edema na região, podendo
também ter uma sensação de queimadura branda. Então, pode ser indicado o uso de alguma
substância calmante pós-procedimento e até mesmo uso de corticoide tópico. Os efeitos
adversos mais comuns são: edema intenso, formação de bolhas, foliculite e até queimaduras.

 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS


É importante antes do procedimento explicar ao paciente todas as informações pré e pós-
procedimento para minimizar os efeitos adversos, evitando o bronzeamento no local e uso de
ácidos, que devem ser suspendidos durante todo o tratamento. Não podemos realizar esse
procedimento em peles bronzeadas, seja de forma natural ou artificial, com lesões malignas e
lesões cutâneas. Ademais, pacientes gestantes, com herpes ativa, fotossensibilidade, doenças
crônicas descontroladas, que usaram Roacutan ou medicamentos fotossensíveis também não
podem realizar esse tratamento.

ROACUTAN

Medicamento utilizado para o tratamento da acne grave. Seu mecanismo de ação não é
bem elucidado, mas parece reduzir a quantidade do sebo produzido pelas glândulas
sebáceas.

LUZ INTENSA PULSADA


A luz intensa pulsada (LIP) utiliza uma fonte de luz de alta intensidade que emite luz
policromática, de vários comprimentos de onda, que variam de 400 a 1200 nm, de forma não
coerente e não colimada (não possui um único foco de ação) e, por isso, diferencia-se do laser.

De forma semelhante ao laser, a LIP irá atingir diferentes cromóforos, como a melanina,
colágeno e vasos sanguíneos, sendo assim indicada para a epilação, mas também para o
rejuvenescimento e o tratamento de lesões pigmentares (efélides, melanose, melasma e
hemossiderina) e vasculares (telangiectasias e rosácea). Ao atingir essas substâncias, a
interação com o tecido biológico ocorre por destruição celular ou das substâncias orgânicas,
provocando fotocoagulação, queimadura, liquefação ou vaporização.

 VOCÊ SABIA
A capacidade dos cromóforos de absorver de forma seletiva os efeitos da energia luminosa,
produzir o aquecimento e de causar lesão em tecido específico é denominada fototermólise
seletiva.

Como esse procedimento utiliza luz policromática, durante sua aplicação é necessário utilizar
filtros ópticos seletivos, para limitar o comprimento de onda desejado. No quadro a seguir,
podemos verificar os tipos de filtros empregados.

FILTROS USADOS NA LIP

Filtros (nm) Finalidade

420 Vascular, acnes; pigmentos

480 ou 560 Vascular, pigmentos; fotorejuvenescimento

510 ou 585 Vascular, pigmentos; fotorejuvenescimento; rosácea

610 Remoção de pelos; vasos faciais calibrosos

640 Remoção de pelos; rejuvenescimento

690 Remoção de pelos; angiomas; hemangiomas; rejuvenescimento

755 Remoção de pelos


Fonte: Adaptado de Migotto (2016).

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

As características de ajuste do aparelho, como fluência, potência, comprimento de onda e


intervalo entre os pulsos serão alteradas de acordo com o fototipo do paciente, coloração da
mancha ou pelo, visando sempre a atingir o alvo, sem lesar o tecido.

FLUÊNCIA

Fluência ou densidade de energia: é a energia fornecida por unidade de área num


determinado período de tempo.

Para o procedimento de epilação, as orientações são as mesmas do uso de laser. No entanto,


esse tipo de procedimento pode ser realizado em pacientes com fototipos mais altos com
segurança e em asiáticos, que apresentam um maior risco de manchar, em pelos de qualquer
coloração e em todas as regiões corporais. Uma desvantagem em relação ao laser é que a luz
intensa pulsada tem um efeito mais lento pela dispersão dos feixes luminosos (Figura 16).

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 16. Feixes luminosos da LIP e do laser.
Para a remodelação da matriz extracelular da pele envelhecida, a LIP, ao incidir sobre a pele, é
atraída pela água intracelular, que ioniza e gera um aumento da temperatura. O aumento da
temperatura causa uma inflamação aguda que em longo prazo estimula o subsequente
estímulo dos fibroblastos, que aumenta a produção de colágeno e elastina, possibilitando o
rejuvenescimento facial. Além disso, promove o clareamento e uniformização do tom da pele e
redução dos poros dilatados.

Para aplicação, devemos proteger as áreas intimas. Podemos utilizar um gel anestésico no
local e, em seguida, colocar um gel para facilitar o contato com a ponteira do equipamento.
Após a programação, o equipamento é disparado e deve-se dar disparos subsequentes até
que toda a área esteja atingida. O paciente pode sentir uma sensação de calor, a pele fica
avermelhada e sensível e pode surgir uma crosta fina após a aplicação, que some em torno de
10 a 12 dias. O número de aplicações varia de acordo com o objetivo, mas normalmente ocorre
entre 3 a 4 aplicações, em um intervalo de 3 a 4 semanas. Para epilação, como mencionado
anteriormente, são mais sessões. O uso de óculos é obrigatório para o paciente e profissional.

 RECOMENDAÇÃO DE PROTOCOLOS E PRÁTICAS

As contraindicações são as mesmas observadas para o tratamento com o laser. Nesse tipo de
procedimento, podem ser observados alguns efeitos adversos, como surgimento de cicatriz
hipertrófica, hipopigmentação, hiperpigmentação e fotossensibilidade.
USO DO LASER X LUZ INTENSA PULSADA.
Saiba mais sobre as Indicações do uso de laser e luz intensa pulsada.

LASER DE ALTA POTÊNCIA


O laser de alta potência é uma alternativa estética aos procedimentos cirúrgicos por apresentar
uma recuperação mais rápida e menos dolorosa. Conhecido como laser fracionado ablativo, é
assim chamado por atingir algumas áreas da pele deixando outras intactas (fracionado), o que
facilita cicatrização, e tem ação na derme e epiderme (ablativo). O mais popular na estética é o
laser de CO2 fracionado.

Estimula na pele a água (cromóforo), o que leva sua vaporização na epiderme, com
aquecimento da camada dérmica, gerando uma inflamação local, que em longo prazo gera a
remodelação do colágeno. Indicado para rejuvenescimento facial, do colo e mãos com melhora
na textura e coloração da pele; redução de rugas; para o tratamento de manchas superficiais;
cicatrizes, inclusive de acnes e estrias.

Esse tipo de técnica apresenta um sistema de feixe de laser separado em vários microfeixes,
como se fosse um chuveiro, e isso permite que a pele fique íntegra na região que está sofrendo
aplicação. Além disso, de acordo com a frequência estabelecida, duração do pulso, distância
entre os pontos de aplicação e diâmetro dos pontos, o feixe pode atingir diferentes
profundidades.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 17. Mecanismo de ação do laser fracionado.

Nas 48-70 horas após a aplicação do laser, tem-se uma fase aguda de lesão térmica gerando
uma inflamação no local. Após esse período, inicia-se a fase proliferativa, que dura cerca de 30
dias, e nela há recrutamento de fibroblastos com maior síntese de colágeno. Em seguida,
ocorre a fase de remodelação tecidual, que dura em média 15 dias.

Após o procedimento, a pele apresenta uma leve camada esbranquiçada nas regiões em que o
laser foi aplicado. No primeiro dia, a região fica um pouco avermelhada ou escurecida e pode
haver incômodo por causa do aumento da temperatura. É indicado fazer uso de água termal.
Entre o 2º e o 5º dia, a pele descama, como acontece após exposição solar, por exemplo.
Deve-se, então, evitar qualquer exposição solar. Depois do 6º dia, a maquiagem já pode ser
utilizada, no caso do procedimento facial. Em 15 dias a 3 semanas, é possível notar alguma
diferença na região, mas apenas entre 1 e 6 meses são vistos os resultados.

As sessões podem ser realizadas com intervalo de 45 dias entre elas e a quantidade será
definida de acordo com o resultado desejado pelo paciente e indicação do profissional, mas em
média, são feitas de 3 a 4 sessões.

Apesar de não apresentar muitos efeitos adversos, pode haver eritema e inchaço até dois dias
após o procedimento, por causa do aumento do fluxo sanguíneo local e do processo
inflamatório. Pode ocorrer hiperpigmentação ao longo da primeira semana, que desaparece
gradualmente. Como todos os procedimentos estudados, algumas condições são
contraindicações para o laser fracionado, como gestação, presença de acne ativa, herpes
em atividade, doença autoimune, pacientes com fotossensibilidade, uso de Roacutan e a
pele bronzeada.

 ATENÇÃO

Antes e depois de qualquer procedimento, alguns cuidados são importantes, como evitar a
exposição solar com o uso de filtro solar, a hidratação da pele, anestesiar a região antes do
procedimento e o uso de cremes cicatrizantes após o procedimento.

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. A EFICÁCIA DA LUZ INTENSA PULSADA NA REMODELAÇÃO DA


MATRIZ EXTRACELULAR DA PELE ENVELHECIDA TEM RELAÇÃO COM:

A) Estimulação dos fibroblastos

B) Ablação dos adipócitos.

C) Remodelamento dérmico.

D) Aumento da concentração da colagenase.


E) Aumento da atividade colagenase.

2. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO FEIXE DE LUZ DO LASER QUE O


DIFERENCIAM DA LUZ INTENSA PULSADA, POR EXEMPLO?

A) Monocromático, não colimado, coerente

B) Monocromático, colimado, coerente

C) Policromático, colimado, não coerente

D) Policromático, não colimado, coerente

E) Policromático, colimado, coerente

GABARITO

1. A eficácia da luz intensa pulsada na remodelação da matriz extracelular da pele


envelhecida tem relação com:

A alternativa "A " está correta.

A luz intensa pulsada atua no rejuvenescimento facial, sendo atraída pela água, que funciona
como cromóforo. Após o aumento da temperatura do tecido atingido, ocorre um processo
inflamatório agudo que culmina no remodelamento tecidual e o estímulo dos fibroblastos para
produção de colágeno.

2. Quais as características do feixe de luz do laser que o diferenciam da luz intensa


pulsada, por exemplo?

A alternativa "B " está correta.

O laser tem por características ser monocromático (a luz emitida pelo laser é composta por
fótons em apenas uma frequência), colimação (os fótons são produzidos de forma paralela
entre si e não se dispersam) e coerência (os picos de ondas são emitidos com mesma
frequência e direção).
MÓDULO 3

 Descrever os tipos de peelings e suas aplicações

PEELINGS
Cada vez mais, a procura por procedimentos que garantam uma pele mais uniforme e jovem
tem se tornado comum nas clínicas de estética. Dentro dos procedimentos estéticos para essa
finalidade, destaca-se o peeling, que tem como objetivo renovar as células por meio de
descamação. Esse é um tratamento eficaz para tratar rugas, manchas, marcas de expressão,
cicatrizes, acnes e até mesmo para a perda de elasticidade e sinais de envelhecimento
precoce.

Para entender melhor sobre esse procedimento, precisamos lembrar sobre a estrutura da
nossa pele. Ela é dividida em três camadas: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a
camada da nossa pele em que existe maior atuação dos peelings, mas esse procedimento
pode atingir também a derme.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 18. Estrutura da pele.
Histologicamente, a epiderme é formada por um epitélio estratificado pavimentoso. Ela
apresenta uma baixa concentração de água, tem uma espessura média de 0,1 mm e grande
quantidade de queratinócitos. Ainda relembrando as estruturas da pele, na epiderme temos 5
camadas sobrepostas, sendo elas: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 19. Camadas da epiderme.

A derme é o tecido de suporte da epiderme, com espessura variável e divide-se em: derme
papilar (mais profunda) e derme reticular (mais superficial).

Existem alguns tipos de peelings disponíveis no mercado, assim como ativos usados e suas
associações.

CLASSIFICAÇÃO DOS PEELINGS


Os peelings são classificados quanto à sua profundidade de ação em:

Muito superficiais: ação apenas no estrato córneo da epiderme, provocando sua


remoção, atinge profundidade de aproximadamente 0,06 mm;
Superficiais: ação do estrato granuloso ao basal da epiderme, provocando esfoliação da
pele, com profundidade de aproximadamente 0,45 mm;

Médios: ação sobre a derme papilar, com profundidade de aproximadamente 0,6 mm;

Profundos: ação sobre a derme reticular, com profundidade de aproximadamente 0,8 mm.

Quanto maior a profundidade do peeling, mais efetivos serão os resultados e maiores os riscos
de efeitos adversos e desconforto durante a aplicação.

Os peelings também são classificados de acordo com a sua natureza em físicos, químicos e
mecânicos. Vamos conhecê-los?

PEELING FÍSICO

O peeling físico provoca o efeito esfoliativo superficial da pele por meio de cremes esfoliantes
ou tecnologia de laser para esfoliação e renovação celular. É um procedimento de fácil
aplicação, que pode ser feito em casa, e que através das microesferas presentes nos cremes
permite uma limpeza mais profunda da pele, com remoção de células mortas da epiderme.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 20. Esfoliação da pele através de peeling físico.
PEELING QUÍMICO

Nesse tipo de peeling, são usados ativos, geralmente ácidos, isolados ou combinados, que
causam diferentes graus de esfoliação da pele. Eles têm como principal objetivo provocar uma
“destruição” de forma controlada da epiderme e até mesmo da derme, com consequente
renovação tecidual.

Fonte: Shutterstock.com
 Figura 21. Aplicação de peeling químico.

Os ácidos aplicados agem diminuindo a coesão entre as células da epiderme, provocando uma
esfoliação química, estimulando os compostos da matriz dérmica que promove a hiperplasia
dos queratinócitos do estrato basal, aumento da permeabilidade cutânea, redução da
quantidade de melanina e aumento da mitose de fibrócitos. As indicações gerais desse tipo de
peeling são rejuvenescimento, tratamento das hiperceratoses, discromias, da oleosidade da
pele, cicatriz da acne e fotoenvelhecimento.

 ATENÇÃO

É importante ressaltar que o procedimento é dependente de alguns fatores, como tratamento


prévio da pele, as características do ativo ácido (capacidade de dissolução, peso molecular, pH
e concentração) e tempo de aplicação.
Além disso, é importante conhecer as características dos ácidos no momento da escolha para
o tratamento, pois quanto maior a concentração, menor o peso molecular e o pH, maior o seu
grau de penetração e sua potência de ação, com maior efeito queratolítico e possibilidade de
efeitos adversos.

Antes do procedimento, deve ser feita uma anamnese cautelosa com avaliação de questões
importantes, como a realização de procedimentos de rádio ou quimioterapia, tabagismo (que
interfere negativamente nos resultados), alergia a algum possível componente, presença de
alguma doença de base (que dificulte a reparação tecidual), uso constante de protetor solar,
cosméticos e medicamentos em uso e possíveis tratamentos médicos.

Além disso, é de grande importância o gerenciamento da pele, para potencializar os resultados


e diminuir a existência de efeitos adversos. Esse gerenciamento deve seguir algumas etapas:

PRÉ-PEELING (7 A 14 DIAS ANTES)

Tem função de afinar o estrato córneo, modular cascatas metabólicas, testar a tolerabilidade
aos compostos que serão utilizados no peeling e potencializar o procedimento.


PÓS-PEELING IMEDIATO

Tem por função restaurar a barreira de proteção da pele, recuperar o manto hidrolipídico,
diminuir a inflamação e dar mais conforto ao paciente.


PÓS-PEELING TARDIO (7 A 14 DIAS DEPOIS)
Tem função de recuperar a barreira cutânea, nutrir e hidratar a pele e auxiliar na cicatrização
tecidual.

Esse procedimento não deve ser feito em pacientes com fototipos altos (dependendo do ácido
utilizado), histórico de queloide e cicatrizes, disfunções cardíacas, renais e hepáticas, histórico
de diabetes, telangiectasias, uso crônico de corticoides e pacientes imunossuprimidos ou com
doença autoimune.

TIPOS DE PEELING QUÍMICO

Os ácidos usados são classificados de acordo com suas famílias, sendo:

ALFA-HIDROXIÁCIDOS (AHAS):
Pertencem ao grupo de ácidos de cadeia não muito longa e que têm em comum a presença de
um grupo carboxila com um ou dois grupamentos hidroxilas na posição alfa. Para seu efeito,
eles dependem do tempo, concentração, pH e camada que foi aplicada. Além disso, não
possuem capacidade de autoneutralização, devendo ser neutralizados com bicarbonato de
sódio a 5%. A maioria deles é hidrofílico (tem afinidade pela água). Entre os AHAs, temos:
ácido glicólico, ácido lático, ácido cítrico, ácido málico e ácido mandélico.

Fonte: Jü/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...)


 Fórmula estrutural de um α-hidroxiácido

CETOÁCIDOS
Têm como representante o ácido pirúvico.

Fonte: Jkallini/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...)


 Fórmula estrutural do Ácido pirúvico

BETA-HIDROXIÁCIDOS
Os ácidos que compõem esse grupo possuem um grupamento hidroxila na posição beta. São
lipofílicos (afinidade por lipídios), com ação anti-inflamatória e antimicrobiana, são menos
irritativos e regulam a concentração de sebo da pele. O seu principal representante é o ácido
salicílico.
Fonte: Jkallini/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...)
 Fórmula estrutural de um β-hidroxiácido

POLI-HIDROXIÁCIDOS
Pertencem a esse grupo o ácido lactobiônico e a gluconolactona, indicado para pessoas com
peles mais sensíveis.

Fonte: EnsineMe
 Fórmula estrutural de um poli-hidroxiácido
DICARBOXÍLICOS
Têm como representante o ácido azelaico.

Fonte: Mephisto spa/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...)


 Fórmula estrutural de um ácido dicarboxílico

RETINOIDES
Fazem parte da família dos diterpenos e seu principal representante é o ácido retinoico.
Fonte: MindZiper/Wikimedia Commons/licença (CC BY 3.0...)
 Retinol

Agora, vamos conhecer os principais tipos de ácidos utilizados.

ÁCIDO GLICÓLICO
ÁCIDO LÁTICO
ÁCIDO MANDÉLICO
ÁCIDO SALICÍLICO
ÁCIDO PIRÚVICO
ÁCIDO LACTOBIÔNICO
GLUCONOLACTONA
ÁCIDO AZELAICO
ÁCIDO RETINOICO

ÁCIDO GLICÓLICO
Um alfa-hidroxiácido encontrado naturalmente na cana-de-açúcar. Tem ação sobre a epiderme
desestabilizando a reação química de formação da queratina e diminuindo a coesão dos
corneócitos e queratinócitos, tendo efeito hidratante. Normalmente, tem ação vasodilatadora,
redução da espessura e compactação da epiderme e provoca um estímulo para a síntese de
colágeno. É utilizado para o tratamento de acne, manchas senis, queratoses actínicas e
hidratação da pele, sendo sua maior indicação e utilização para o rejuvenescimento facial.
Apresenta rápida penetração, é altamente solúvel, são necessárias algumas sessões para
observar um melhor resultado. É recomendado não desengordurar muito a pele antes de sua
aplicação. A concentração de aplicação é de 1% a 10% em cremes e loções e de 20% a 70%
para peeling, com pH entre 1 e 4, apresenta um veículo na forma de gel e tem uma aplicação
sequencial. Não deve ser usado em pacientes que façam tratamento com ácido retinoico por
causa do surgimento de epidermólise (esbranquiçamento da pele) de forma precoce.

ÁCIDO LÁTICO

Um alfa-hidroxiácido que está presente na pele e tem alto poder umectante. Tem ação
antimicrobiana, regulador de pH, hidratante, rejuvenescedor, clareador da pele e função
antiacneica. Apresenta baixo peso molecular, possui três carbonos em sua cadeia, sendo maior
que o ácido glicólico, altamente solúvel em água, pouco irritativo, não causa grande
descamação e requer algumas sessões de aplicação para melhores resultados. Ele promove a
remoção de células mortas e envelhecidas da pele, conferindo brilho, maciez e melhora no
aspecto geral da pele. Recomenda-se não desengordurar muito a pele antes de sua aplicação,
utilizado na concentração de 0,5% a 15% dependendo do efeito desejado, com pH 4, e
apresenta um veículo fluido.

ÁCIDO MANDÉLICO

Um alfa hidroxiácido derivado de amêndoas, muito indicado para o tratamento de peles


fotoenvelhecidas, hiperpigmentação e acne. Uma das vantagens do seu uso é que pode ser
aplicado nos fototipos mais altos com mais segurança e em peles mais sensíveis, por ser
menos irritativo. A molécula desse ácido é grande, em relação ao ácido glicólico, e por isso tem
penetração lenta no local de aplicação. Ele apresenta característica lipofílica e, por causa
disso, deve ser utilizado em veículo contendo álcool. Tem função antimicrobiana e de controle
da oleosidade (sebo regulador). Também é um ácido de aplicação sequencial, que causa
pouca ou nenhuma descamação na pele e é aplicado na concentração de 1% a 10% em
cremes e loções e de 20% a 50% em peelings, com pH 4.

ÁCIDO SALICÍLICO

Um beta-hidroxiácido com propriedade queratolítica e antimicrobiana, que promove uma


esfoliação suave, gerando uma ação hidratante e rejuvenescedora. Ele é indicado para o
tratamento de acne e regulação da oleosidade da pele. Pode ser usado em qualquer fototipo e
até em pacientes com rosácea. A ação desse ácido não é dependente de pH, gera intenso
ardor durante aplicação, também é de aplicação sequencial e gera um falso “frosting”, pois
ele promove um esbranquiçamento da pele pela deposição das partículas do próprio ácido. É
utilizado na concentração 2% a 10%, dependendo do efeito desejado, sem necessidade de
ajuste de pH, pode ser neutralizado com água e apresenta como veículo o álcool.

ÁCIDO PIRÚVICO

Um alfa-cetoácido, que é convertido na pele em ácido lático, pela ação da lactato


desidrogenase. Apresenta rápida penetração e tem alta ação umectante da pele. Ele é
lipofílico, pouco irritativo, também tem aplicação sequencial e não gera frosting. A sua rápida e
profunda penetração tem ação sobre a derme, com estímulo da síntese de colágeno e elastina,
além de promover intensa renovação de queratinócitos da epiderme, controle da oleosidade e
hidratação cutânea. Utilizado na concentração de 20% a 50% dissolvido em água ou álcool e é
necessária a neutralização.

ÁCIDO LACTOBIÔNICO

Um poli-hidroxiácido, que se origina da união da gluconolactona com galactose. É um ácido


mais brando dessa família e tem ação sobre a renovação celular com efeito rejuvenescedor. A
galactose, presente em sua estrutura, permite o uso desse ácido em peles sensíveis e com
acnes. Normalmente, é um ativo complementar, sendo utilizado com peelings combinados, pois
apresenta ação hidratante e antioxidante. Utilizado na concentração de 2% a 10%, com pH
entre 3 e 5, apresenta como veículo um gel e é necessária sua neutralização.

GLUCONOLACTONA

Um poli-hidroxiácido com ação hidratante e antioxidante, podendo ser usada em peles


sensíveis e acneicas. Esse composto tem penetração lenta e suave na pele, pelo seu elevado
peso molecular e não tem ação irritativa. Normaliza a renovação celular, minimizando as linhas
de expressão, além de conferir proteção à epiderme contra agentes irritantes. É uma boa
opção para pacientes com rosácea e dermatite atópica, além de ser seguro em peles com
fototipos mais altos. Usado na concentração de 0,5% a 15%, com pH entre 3,5 a 4,5, apresenta
como veículo um gel ou creme e é necessária sua neutralização.

ÁCIDO AZELAICO

Um ácido dicarboxílico encontrado no trigo, cevada e centeio. Tem ação bactericida, anti-
inflamatória, antioxidante, promovendo efeito clareador na pele e antiacneico. Utilizado nas
concentrações de 10% a 20%, necessária sua neutralização e apresenta como veículo gel ou
creme.

ÁCIDO RETINOICO

Um retinoide que atua sobre a camada córnea da epiderme, promovendo seu afinamento e
renovação celular. Nas camadas basal e espinhosa, reduz a concentração de melanina. Na
derme, tem ação sobre os fibroblastos, com estímulo de sua síntese e melhora da circulação
local. Por estimular a angiogênese, é um ácido contraindicado para pessoas que apresentem
rosáceas ou telangiectasias na área a ser tratada. É um ácido lipofílico, de ação superficial, que
provoca leve descamação. Ele deve permanecer sobre a pele entre 1 a 8 horas para seu total
efeito. Após esse período, ele perde seu potencial de ação. É recomendado para o tratamento
de fotoenvelhecimento, hiperpigmentação, inclusive no melasma e como coadjuvante no
tratamento de acne e suas cicatrizes. Usado na concentração de 0,01% a 10%, com ajuste do
pH (pH 4) em caso de uso de tonalizante.

CORNEÓCITOS

São queratinócitos terminalmente diferenciados e compõem a maioria, se não todos, as


células do estrato córneo, a parte mais externa da epiderme.

FROSTING

É a coagulação de proteínas, formando um aspecto esbranquiçado na superfície, é


esperado em peelings que atingem a camada mais profunda.

OUTROS ÁCIDOS:

Ácido tranexâmico

Possui grande ação clareadora por reduzir a atividade da tirosinase, enzima que
participa do processo de síntese de melanina, e por isso tem sido muito utilizado no
tratamento de manchas como o melasma.

Ácido tricloroacético (ATA)

Usado para o tratamento de cicatrizes de acne e rejuvenescimento facial. Tem rápida


penetração, não necessita de neutralização e tem alta taxa de efeitos adversos.
Recomenda-se o uso de concentrações até 30% em veículo alcoólico.

Solução de Jessner

Composta de ácido salicílico + resorcina + ácido lático, mas é usado de forma


modificada (ácido lático + ácido salicílico + ácido cítrico), por ser mais segura, evitando
os efeitos indesejados causados pelo uso da resorcina (agente cáustico). É indicada
principalmente para o tratamento de acne e suas cicatrizes, e para fotoenvelhecimento.

Ácido fênico

Utilizado no peeling de fenol atenuado, onde utiliza altas concentrações desse ácido,
com penetração na derme reticular. Recomendado para o tratamento de
fotoenvelhecimento, hipercromias e acne. A excreção desse composto ocorre via
urinária após algumas horas da aplicação, por isso é sempre recomendado grande
ingestão de água antes e depois do procedimento, para auxiliar na sua remoção do
organismo, uma vez que esse ativo é tóxico.

Cisteamina

Apresenta ação antioxidante, atua no início da cascata da melanogênese (Síntese da


melanina) , com redução da atividade da tirosinase. Utilizada no tratamento de
hipercromias e do melasma. Usada na concentração de 5% em pH entre 3,5 e 5. Esse
ativo pode causar sensação de ardor e vermelhidão na pele, podendo provocar também
irritação cutânea e ressecamento. Não pode ser usada em gestantes e lactantes, assim
como a maioria dos ativos utilizados em peelings químicos e em pacientes com vitiligo.

Ácido tioglicólico

Tem capacidade de quelar o ferro presente na hemossiderina, por isso é indicado para o
tratamento de hiperpigmentação periorbital (olheiras pigmentadas), dermatite ocre ou
qualquer disfunção com pigmento resultante do extravasamento de sangue.
Recomenda-se o seu uso de 2% a 5% em olheiras, e até 10% para outras aplicações.
Requer neutralização.

 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal

DERMATITE OCRE

Ocorre devido à hipertensão venosa causada pela insuficiência venosa, com


extravasamento de sangue e acúmulo de um pigmento chamado hemossiderina na pele.

PEELING MECÂNICO

O peeling mecânico é um procedimento que utiliza aparelhos de microdermoabrasão para


esfoliação da pele de forma mais profunda, com remoção de células mortas. Utilizado para
afinar a pele, promovendo maciez e melhora na textura cutânea, rejuvenescimento facial, com
suavização de linhas finas de expressão, além de um efeito clareador que é provocado pela
remoção da camada de células mortas da epiderme. Pode ser utilizado em qualquer fototipo,
tipo de pele e em qualquer região do corpo ou face, sendo variável o grau de esfoliação no
caso de peles sensíveis ou acneicas.

Os tipos mais comuns de peeling mecânico são o de cristal e de diamante, que diferem pelo
tipo de ponteira utilizada. No peeling de cristal, o vácuo é gerado, o que permite a retirada de
impurezas e células mortas da epiderme, mas também libera cristais finos de óxido de alumínio
de forma pressurizada, o que permite a esfoliação da pele (Figura 22). No peeling de diamante,
em sua ponteira, existe uma espécie de lixa, que promove a esfoliação da pele.
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 22. Esquema da ação do peeling mecânico (cristal).

 SAIBA MAIS

O peeling enzimático ou biológico é um tipo de esfoliação que utiliza enzimas como as


extraídas do abacaxi, mamão e lactobacilos isolados da romã. Por exemplo, uma enzima
(lactobacillus sp.) extraída da romã (Renew Zyme®) tem a capacidade de realizar a remoção
celular pela hidrólise da queratina que forma o estrato córneo, em aminoácidos, deixando a
pele mais fina. Indicado para qualquer parte do corpo e do rosto que necessite de melhora de
textura, renovação celular, clareamento e hidratação.
COSMETOLOGIA NA ESTÉTICA
Assista ao vídeo para saber mais sobre a importância da Cosmetologia nos procedimentos
estéticos.

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A AÇÃO DOS PEELINGS QUÍMICOS DEPENDE DOS SEGUINTES
FATORES, EXCETO:

A) pH da solução aplicada.

B) Efeito térmico do agente

C) Composição do agente aplicado.

D) Tempo de exposição do agente.

E) Concentração do ativo solução aplicada.

2. PACIENTE DO SEXO FEMININO COM CONSTANTE SURGIMENTO DE


ACNES NO ROSTO, COM MANCHAS E CICATRIZES NA PELE. DURANTE
A ANAMNESE, FOI IDENTIFICADA UMA PELE OLEOSA, COM MUITAS
ACNES ATIVAS, FOTOTIPO IV E A EXISTÊNCIA DE ROSÁCEA. FOI
INDICADO O PEELING QUÍMICO, MAS QUAL O ÁCIDO MAIS INDICADO
PARA ESSE TRATAMENTO?

A) Ácido mandélico

B) Ácido retinoico

C) Ácido lático

D) Ácido salicílico

E) Ácido glicólico

GABARITO

1. A ação dos peelings químicos depende dos seguintes fatores, exceto:

A alternativa "B " está correta.

O procedimento de peeling químico é dependente de alguns fatores, como tratamento prévio


da pele, características do ativo ácido (capacidade de dissolução, peso molecular, pH e
concentração) e tempo de aplicação.
2. Paciente do sexo feminino com constante surgimento de acnes no rosto, com
manchas e cicatrizes na pele. Durante a anamnese, foi identificada uma pele oleosa, com
muitas acnes ativas, fototipo IV e a existência de rosácea. Foi indicado o peeling
químico, mas qual o ácido mais indicado para esse tratamento?

A alternativa "D " está correta.

O ácido salicílico é recomendado para o tratamento de acne e regulação da oleosidade da


pele. Tem ação esfoliante, sendo um peeling suave, promovendo ação hidratante e
rejuvenescedora. Pode ser usado em qualquer fototipo e até em pacientes com rosácea.

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, tivemos uma visão ampla do uso e das aplicações dos procedimentos
que utilizam a eletroterapia, lasers e peelings. Vimos que existem muitos procedimentos que
podem ser aplicados a uma mesma disfunção. Dessa forma, entender a aplicação de cada
ativo, seu grau de permeação na pele, suas indicações e contraindicações irá evitar ao máximo
as intercorrências, proporcionando o resultado desejável.

AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Pallotti, 2006.

BOLOGNIA, J.; JORIZZO, J. L.; SCHAFFER, J. V. Dermatologia. 3. ed. São Paulo. Elsevier,
2015.

BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte,


2010.

DE MAIO, M. Tratado de Medicina Estética. 2. ed. São Paulo: Roca, 2011.

MACEDO, F. S. Laserterapia. Guia de Dermatologia Clínica, Cirúrgica e Cosmiátrica. São


Paulo: Manole, 2008.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista ao vídeo:

Flacidez e rejuvenescimento íntimo – tratamento estético com radiofrequência, canal


Patrícia Elias, YouTube.

Leia:

O artigo Remoção de tatuagens com laser: revisão de literatura, de Carla Gregório e


colaboradores.

A reportagem "O peeling químico como tratamento do melasma", no site do jornal Terra.

O livro Eletroterapia, da professora Julie Migotto.

O artigo Estudo comparativo entre esfoliante químico enzimático no processo de


esfoliação facial, de Garegnatto e colaboradores.
Manual Técnico de Estética ‒ teoria e prática para estética, cosmetologia e massagem
da EFAPE; Apostila de Cosmetologia Facial do Colégio Técnico São Bento.

CONTEUDISTA
Allyne Macedo

 CURRÍCULO LATTES

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