Olavo Bilac - Poesias
Olavo Bilac - Poesias
Olavo Bilac - Poesias
sans
Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José M i n d l i n
OLAVO BILAC
POESIAS
EDIÇÃO DEFINITIVA
H. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR
71, RUA DO OUVIDOR, 71 6, RUE DES S A I N T V P È R E S , G
1902
POESIAS
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OLAVO BILAC
POESIAS
EDIÇÃO DEFINITIVA
H. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR
7 1 , RUA DO OUVIDOR, 7 1 I 6, RUE DES SAINTS-PÈRES, 6
1902
PROFISSÃO DE FÉ
E, se morreres porventura,
Possa eu morrer
PROFISSÃO DE FK
1886.
PANOPLIAS
A MORTE DE TAPVR
II
E o dia
Entre os sangüíneos tons do Occaso decahia...
E era tudo em silencio, adormecido e quedo...
De súbito um tremor correu lodo o arvoredo :
E o que ha pouco era calma, agora é movimento,
Treme, agita-se, accorda, e se lastima... 0 vento
PANOPI.IAS 11
III
IV
A GONÇALVES DIAS
(» m a r a r á e a s flechas, o e s t r i d e n t e
Troar da iiiubia, e o k a n i t a r i n d i a n o . . .
E, e l o r n i s a n d o o povo a m e r i c a n o ,
V ives e t e r n o e m teu poema i n g e n t e .
Estes r e v o l t o s , l a r g o s r i o s , e s t a s
Zonas f e c u n d a s , e s t a s s e c u l a r e s
V o r d e j a n l o s e a m p l í s s i m a s florestas
( • u a r d a n i leu n o m e : e a l y r a q u e p n h r . s i e
Inda se e s c u t a , a d e r r a m a r nos a r e s
O eslridor das batalhas que contaste.
10 PANOPLIAS
GUERREIRA
A UM GRANDE HOMEM
O l h a : Tira u m t e i m e fio
De á g u a e s c a s s a . C r e s c e u , T o r n o u - s e em rio
D e p o i s . Roucas, a s v a g a s
Engrossa a g o r a , e é t u r b i d o e brav io,
líoendo penedos, alagando plagas.
Tudo, p o r é m : — c h e i r o s a s
Plantas, curvas ramadas rumorosas,
l l u m i d a s relv a s , n i n h o s
18 PANOPTLIAS
Cresceu. Atropeladas,
Soltas, grossas, as ondas apressadas
Estendeu largamente,
Tropeçando nas pedras espalhadas,
No galope impetuoso da corrente...
Cresceu. E {• poderoso :
Mas enturba-lhe a face o lodo ascoso...
É grande, é largo, é forte :
Mas, de parceis cortado, caudaloso,
Leva nas dobras de seu manto a morte.
Implacável, violento,
liíjo o vergasta o latego do vento.
Das estrellas, cahindo
Sobre elle em vão do claro Armamento
Batem os raios límpidos, luzindo...
A SESTA DE NERO
O INCÊNDIO DE ROMA
II
III
LENDO A ILIADA
MESSALINA
A RONDA NOCTURNA
DELENDA CARTHAGO!
II
As machinas de guerra
Movem-se Treme, estala, e parte-se a muralha,
Racha de lado a lado. Ao clamor da batalha
Estremece o arredor. Brandindo o pilum, prompta*,
Confundem-se as legiões. Perdido o freio, ás tontas;
Dcsboccam-se os corceis. Enrijam-se, esticadas
Nos arcos, a ringir, as cordas. Aceradas,
Partem setías, zunindo. Os dardos, sibillando,
Cruzam-se. Eneos broaueis amol^am-se, resoando,
32 PANOPLIAS
III
11
III
IV
VI
VII
3.
40 VIA-LACTEA
VIII
IX
XII
XIII
XIV
XV
XM
XVII
\ \ 111
XIX
XX
XXI
.4 minha mãe
XXII
.1 liwthe.
X\'l
De Caiileron.
XXIV
A Luiz Guimarães.
XXV
.1 Bocage.
XXVI
XXVII
XXVIII
XX I \
\XX
XXXI
XXXII
.1 um poeta.
XXXIII
XXXIV
XXXV
O JULGAMENTO DE PHKYNliA
MARINHA
Foi quando
Pareceu-te escutar pelo caminho escuro,
Soar, de instante a instante, um passo mal segui o
Como o teu. E attentando, entre alegria e espanto,
Viste que vinha alguém comparlindo o teu pranto,
Trilhando a mesma estrada horrível que trilhavas,
E ensangüentando os p ) s onde o- ensanguentaxas.
ABYSSUS
PANTUM
NA THEBAIDA
NUMA CONCHA
SUPPLICA
Quero-te inteiramente
Nua ! quero, tremenle,
Cingir de beijos tuas roseis pomas,
SAIiÇAS 1)1! FOGO
E proseguia o vento :
— Tis-n'a o meu Ir.ir.enío !
Vem ! não (pioro a folhagem j-i rh.inada ;
( DIII a flor não me contento !
Vais alto é o meu intento :
Quero embalar-te a coma desnastrada ! —
CANCAO
Transforma n u m paraíso
O inferno do meu desejo...
Formosa, vem com teu ris > !
Divina, vem com teu beijo!
RIO ABAIXO
SATANIA
Lm barulho
De linhos frescos, de brilhantes sedas
Amarrotadas pelas mãos nervosas,
Enche a alcova, derrama-se nos ares...
E , sob as roupas que a suffocam, inda
Por largo tempo, a soluçar, se escuta
N'um longo choro a entrecortada queixa
Das deslumbrantes carnes escondidas...
lllíl S A R Ç A S DE FOGO
QUARENTA ANNOS
VESTÍGIOS
EM TRECHO DE GAETIER
NO LIMINAR DA MOHTIi
PARAPHRASE DE BAUDELAIRE
RIOS E PÂNTANOS
DE VOLTA DO BAILE
E da lâmpada suspensa
Treme o clarão; e ha per tudo
112 SvliÇxS D1-: FOGO
E depois de apaixonada
Beijal-a linha por linha,
( áe-lhe ás costas, desdobrada
Como um manto de rainha...
114 SARÇAS DE FOGO
SAHARA VITJí
BEIJO ETERNO
De arrebol a arrebol,
Vão-se os dias sem conto! e as noites, como os dias,
Sem conto vão-se, calidas ou frias !
Rutile o sol
Esplendido o abrazador !
No alto as esirellas coruscantes,
Tauxiando os largos céos, brilhem como diamantes !
Brilhe aqui dentro o amor !
Beijemo-nos ! que o m a r
Nossos beijos ouvindo, em pasmo a voz levante !
E cante o s o l ! a ave desperte e cante !
Cante o luar,
SARÇAS Dtí FOGO 117
POMBA E CHACAL
MEDALHA ANTIGA
De Liste.
NO CÁRCERE
OLHANDO A CORRENTE
SOLITUDO
A CANÇÃO DE ROMEU
As estrellas surgiram
Todas : e o limpo véo,
Como lírios alvíssimos, cobriram
Do céo.
A TENTAÇÃO DE XENOKRATES
— Immortal claridade
Que é protecção e amor, vida o conforto,
Porque é a luz da verdade !
II
III
Apostou e partiu...
IV
E entretanto, deixando
A alva barba espalhar-se em rolos sobre o leito,
Xcnókrates medita, as magras mãos cruzando
Sobre o escarnado peito.
A um Poeta morto
INANIA VERBA
MATER
INCONTENTADO
SONHO
PRIMAVERA
DORMINDO
NOCTURNO
Já toda a t e r r a adormece.
Sáe um soluço da flor.
Rompe de tudo um rumor,
Leve como o de uma prece.
Moribundos e suaves,
0 vento na aza conduz
ALMA INQUIETA 155
As estrellas, psalmodiando
0 Pceian sacro, a voar,
Enchem de cânticos o ar...
E vão passando... passando...
Trefegos e alvoroçados,
Saltam, fantásticos Djinns,
156 ALMA lNyUIETA
VIRGENS MORTAS
O CAVALLEIRO POBRE
(Pouchkine)
IDA
NOITE DE INVERNO
Ah ! se agora chegasse* !
Sc eu sentisse bater om minhas faces
A luz celeste que teus olhos b a n h a ;
ALMA INQUIETA 163
Dormirias, querida...
E eu, guardando-te, bella ( adormecida,
Orgulhoso e feliz com o meu thosotiro,
Tiraria os meus versos do abandono,
E elles embalariam o teu somuo,
Como uma rode de ouro.
VANITAS
TKRCETTOS
II
10
1/0 ALMA INQUIETA
IN EXTREM1S
E eu morrendo! e eu morrendo,
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o ceo, e vendo
Tão bella palpitar nos teus olhos, querida,
A delicia da vida! a delicia da vida!
172 ALMA INQUIETA
A ALVORADA DO AMOU
V1TA NUOVA
MANHA DE VERÃO
DENTRO DA NOITE
E eu continuo a viagem,
Fantasma deslumbrador,
Seguido por tua imagem,
Seguido por teu amor.
Sigo... Dissipo a tristeza,
De tudo, por todo o espaço,
E ardo, o canto, e a Natureza
Arde e canta, quando eu passo
— Só porque passo pensando
Em teu amor, a sonhar,
No ouvido e no olhar levando
Tua voz o teu olhar...
180 ALMA INQUIETA
CAMPO SANTO
1!
182 ALMA INQUIETA
DESTERRO
ROMEU E JULIETA
nOMEU.
Jl .-L1KTA.
r.ovna .
tresre... E cresce com ella a nossa desventura!
186 ALMA INQUIETA
VINHA DE NABOTII
SACRILÉGIO
ESTÂNCIAS
II
III
IV
PECCADOR
REI DESTHKONADO
so
A UM VIOLINISTA
II
RALLADAS ROMÂNTICAS
Branea-
II
Azul...
Lembra-te b e m ! Azul-celeste
Era essa alcova om que te amei.
0 ultimo beijo que me deste
Foi nessa alcova que o t o m e i !
1.
206 ALMA INQUIETA
III
Verde...
IV
Negra...
12.
210 ALMA INQUIETA
VELHA PAGINA
WILFREDO
O Castello.
II
As fadas da lagoa.
III
O Remorso.
IV
O Castigo.
13
218 ALMA INQUIETA
TÉDIO
REQUIESCAT
Ah ! esqueçamos, esqueçamos
Que foste minha o que fui teu :
Não lembres mais que nos amámos,
Que o nosso amor morreu!
Infelizmente, fructifica
Apenas uma vez...
Ah ! esqueçamos, esqueçamos !
Durma tranquillo o nosso amor
Na cova rasa onde o enterrámos
Entre os rosaes em flor...
222 ALMA INQUIETA
SURDINA
Já tanto a m e i ! j á soffri t a n t o !
Olhos, porque inda estaos molhados?
Porque é que choro, a ouvir-te o canto,
Sino que dobras a finados?
ULTIMA PAGINA
13.
**n$$$$i
Primeira migração.
II
Os Phenieios.
III
Israel.
IV
Alexandre.
Cezar.
VI
Os bárbaros.
.. VII
As cruzadas.
» 4 ,•
fl ^»T \k S*> a attracção da aventura os sonhos te arrebata,
^ J Conquistador, ao l a r g o ! A tua alma sedenta
to «^ Quer a gloria, a conquista, o perigo, a tornienta ?
at C Ao largo! saciares a ambição que te mata!
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• Bella, verás surgir, da água azul que a retrata,
w JL'athax,
a cujos pés o mar em ílôr rebenta;
, E Cvpaugo verás, fabulosa o opulenta,
Apunhalando o céo com as torres de ouro e prata.
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De niyrrba, de marfim, de incenso carregadas,
Se arrastarão, arfando, as tuas caravellas.
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AS VIAGENS 237
XI
O Polo.
XII
A Morte.
XIII
A MISSÃO DE PURNA
Ergue-se Buddha :
Punia!
O discípulo amado
Chega :
i P u r n a ! é mister que a palavra divina
AS VIAGENS 241
XIV
SAGRES
J á , enfunadas as velas,
•Como azas a palpitar,
Espalham-se as caravellas,
Aves tontas pelo m a r . . .
248 AS VIAGENS
E alta j á , de Moçambique
A Calicut, a brilhar,
Olha, Infante Dom Henrique !
— Passou a Esphera Armillar...
250 AS VIAGENS
F a r t a r ! como um sanctuario
Zeloso de seu thesouro,
Que, ao toque de um temerário,.
Largas abre as portas de ouro,
F a r t a r ! . . . Do seio fecundo
Do Oriente abrazado em luz,
Derramem-se sobre o mundo
As pedrarias de Hormuz !
O CAÇADOR DE ESMERALDAS
II
15.
262 O CAÇADOR DE ESMERALDAS
III
IV
1900.
ÍNDICE
PANOPLIAS
Profissão de fó. I
A morte de Tap,\ r. 9
A Gonçalves Dias. 15
Guerreira.. . 16
A um grande homem. 17
A sésta de Nero. 20
O incêndio de Roma. 21
O sonho de Marco-Antonio. ^2
Lendo a Iliada 26
Messalina. . 27
A ronda nocturna. 28
Delenda Carthago!. ,'• . . 29
VIA-LACTEA
Talvez sonhasse quando a vi. Mas via. 39
Tudo ouvirás, pois que, bondosa e pura. . 10
Tantos esparsos vi profusamente. -ti
Como a floresta secular, sombria. . 42
'Dizem todos : « — Outr'ora comS as aves. 13
Em mim também, que descujdado vistes. 41
Xão tòm faltado boceas de serpentes. 15
Em que céos mais azues, mais puros ares. 46
De outras sei que se mostram menos frias. 17
270 IXDICE
SARÇAS DE FOGO
O julgamento de P h r y n é a . 73
Marinha. . . 79
Sobre as bodas de u m s e x a g e n á r i o . .. sn
Abyssus. S2
Pantum. . 83
Na Thebaida. 86
E' n'estas noites socegadas. 87
N'uma concha. 90
Supplica. •, 91
Canção.. t> - 93
Rio abaixo. ... 91
Satania. 95
Quarenta annos . 100
ÍNDICE 271
Vestígios. . .'• 101
ü m trecho de Gaulier ' 102
No liminar da morte. 105
Paraphrasc de Baudelaiiv 106
Rios e Pântanos. 109
De-volta do baile. 110
Saltara vitíe. 111
Beijo eterno. 115
Pomba e Chacal. 119
Medalha antiga . 120
No cárcere. 122
Olhando a qprrentc. . 123
Tenho frio e ardo em febre!. 124
Ijleljpezzo dei camin. 126
Sol|fudo. . H7
A carfção de Romeu. v 12S
A (tentação de Xenókra^cs. 131
ALMA INQUIETA
A Avenida das Lagrimas. 143
Inania verba . 115
Midsummer's nigth"s dream 146
Mater. , 118
Incontentado. 149
Sonho. 150
Primavera. 151
Dormindo. 152
Nocturno. . . 151
Virgens mortas 158
O Cavalleiro pobre. 159
Ida.. . 161
Noite de inverno. 162
Vanitas. J 166
Tefrcettos. 167
In extremis . ,. 170 1
A alvorada do Amor. 172
Vita nuova. , 171
,Manhã de verão. 175
Dentro da noite. 177
Campo Santo. . 180
Desterro. 182
2/2 .-, ÍNDICE
AS VIAGENS
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