A Adapação Da Organista Ao Hináro CCB

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


INSTITUTO DE ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

A ADAPTAÇÃO DA ORGANISTA À ATUALIZAÇÃO DO


HINÁRIO DA IGREJA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL:
UM ESTUDO PRELIMINAR COM ESTRATÉGIAS PARA SUA APRENDIZAGEM

JAQUELINE MOURA DA SILVA SAUTER

Porto Alegre – RS
2018
ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL


INSTITUTO DE ARTES
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

Mestrado em Música – Subárea de Práticas Interpretativas (Órgão)

A ADAPTAÇÃO DA ORGANISTA À ATUALIZAÇÃO DO


HINÁRIO DA IGREJA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL:
UM ESTUDO PRELIMINAR COM ESTRATÉGIAS PARA SUA APRENDIZAGEM

JAQUELINE MOURA DA SILVA SAUTER

Orientadora: Profa. Dra. Any Raquel Souza de Carvalho

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Música da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Música. Subárea de
Práticas Interpretativas (Órgão).

Porto Alegre – RS
2018
CIP - Catalogação na Publicação

Sauter, Jaqueline
A ADAPTAÇÃO DA ORGANISTA À ATUALIZAÇÃO DO HINÁRIO
DA IGREJA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL: UM ESTUDO
PRELIMINAR COM ESTRATÉGIAS PARA SUA APRENDIZAGEM /
Jaqueline Sauter. -- 2018.
89 f.
Orientador: Any Raquel Carvalho.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal do


Rio Grande do Sul, Instituto de Artes, Programa de
Pós-Graduação em Música, Porto Alegre, BR-RS, 2018.

1. órgão. 2. três pentagramas. 3. organistas. 4.


Igreja Congregação Cristã no Brasil. 5. hinário. I.
Carvalho, Any Raquel, orient. II. Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da UFRGS com os


dados fornecidos pelo(a) autor(a).
iii
iv

AGRADECIMENTOS

À Deus, por me acompanhar na caminhada;


Aos meus pais e irmão, pela base educativa e apoio incondicional e constante;
Ao meu esposo e minha filha Júlia, por todo amor incondicional, carinho, conselhos e
especialmente pelo apoio e ajuda para a realização deste trabalho;
À minha orientadora acadêmica e artística, Dra. Any Raquel Carvalho, pelas orientações
valiosíssimas, pela competência, generosidade, pela confiança depositada, pela amizade e,
muitas vezes, paciência pela qual soube me conduzir para a melhor realização deste trabalho;
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS pela
oportunidade de poder fazer parte deste privilegiado corpo discente;
A todos os meus amigos que me acompanharam e incentivaram ao longo da minha
caminhada musical;
À CAPES, pela concessão de bolsa de estudo de apoio à pesquisa;
Às participantes da minha pesquisa, organistas da CCB, que mesmo não conhecendo a
todas, foram de grande valor para este trabalho. Que Deus as abençoe.
v

Resumo

O objetivo desse trabalho é investigar a adaptação da organista com relação às modificações


nos hinários oficiais da Igreja Congregação Cristã no Brasil, enfatizando as mudanças do
Hinário 4 para o Hinário 5. Também foi averiguado qual o impacto das mudanças no estudo
dos hinos novos e antigos (onde houve várias mudanças) e qual a repercussão das organistas
com relação ao acréscimo do terceiro pentagrama no Hinário 5. O presente estudo foi delineado
com base em dois questionários elaborados e enviados para as organistas da Igreja Congregação
Cristã no Brasil (uma vez que apenas as mulheres tocam o órgão), tanto para as oficializadas
com profunda experiência no Hinário 4, como para as organistas aprendizes que só tiveram
contato com o Hinário 5. Ficou evidente que muitas organistas oficializadas ainda apresentam
dificuldades em tocar os hinos alterados do hinário devido às diferenças entre mão esquerda e
pedal. As aprendizes não reportaram ter problemas porque nunca estudaram com outro hinário.
Como na Igreja Congregação Cristã no Brasil somente hinos são tocados durante o culto, foram
elaborados exercícios para auxiliar na adaptação do novo hinário, já que em 194 dos 480 hinos,
as notas mais graves da mão esquerda e do pedal são distintas durante alguns compassos. O
material produzido poderá auxiliar principalmente as organistas oficializadas, tornando-se
também, uma fonte de consulta sobre os tipos de hinos para toda a classe.

Palavras-chave: órgão; organistas; Igreja Congregação Cristã no Brasil; hinário; três


pentagramas; questionário.
vi

Abstract

This work aims to investigate the adaptation of the organist of the Christian Congregation
Church of Brazil in relation to the modifications in the new hymnal (No. 5), as well as the
impact it has had on the way the organists study the new and old (and altered) hymns. The
addition of the third staff has also been investigated. Two questionnaires, as a basis for the
study, were sent to women organists (since only women are allowed to play the organ): a group
of Official organists with a great deal of experience with Hymnal No. 4, and beginner organists
(Apprentices), who had only studied Hymnal No. 5. The Official organists reported that many
still present difficulties playing the altered hymns of the latest edition because of the differences
between the left hand and pedal. The Apprentices admitted not having any problems since they
never came in contact with other editions of the hymnal. Considering that the Christian
Congregation Church of Brazil only allows hymns to be performed during services, exercises
were elaborated to help them adapt to the new hymnal, since in 194 of the 480 hymns, the lower
note of the left hand and the pedal are not the same for several measures. The material presented
is intended to aid mainly the Official organists, however, it may be utilized by all organists as
a source for the many different types of hymns.

Key-words: organ; organists; Christian Congregation Church of Brazil; hymnal; three staves;
questionnaire.
vii

Índice de Figuras

Figura 1: Hino 1, Hinário 4. Notas alternativa na mão esquerda...................................................6


Figura 2: Hino 13, Hinário 4. Dedilhado.......................................................................................6
Figura 3: Hino 68 Hinário 5 - Eliminação das semicolcheias no pedal.........................................8
Figura 4: Hino 84 Hinário 5, c.3 – Eliminação das colcheias na execução do pedal....................8
Figura 5: Hino 12 Hinário 5 Coro – Simplificação do pedal.......................................................12
Figura 6: Hino 26 Hinário 5 Coro – Simplificação do pedal.......................................................12
Figura 7: Hino 198, Hinário 5, c. 6-7. Notas diferentes entre o baixo da mão esquerda e pedal.14
Figura 8: Hino 215, Hinário 5, c. 12-13. Notas diferentes entre o baixo da mão esquerda
e pedal..........................................................................................................................................14
Figura 9: Hino 457, Hinário 5, c. 5. Movimento das vozes entre mão esquerda e pedal
diferentes......................................................................................................................................16
Figura 10: Hino 126, Hinário 5, c.9. Movimento das vozes entre mão esquerda e pedal
diferentes......................................................................................................................................16
Figura 11: Hino 185, Hinário 5 – “Final” após as estrofes...........................................................18
Figura 12: Hino 125, Hinário 4.....................................................................................................20
Figura 13: Hino 88, Hinário 5.......................................................................................................20
Figura 14. Hino 256, Hinário 4, Hino que sofreu alteração no texto.....................................23
Figura 15. Hino 64, Hinário 5, Hino que sofreu alteração no texto.......................................24
Figura 16: Hino 242 Hinário 4. Hino com alteração na melodia e pequenas modificações no
texto..............................................................................................................................................26
Figura 17: Hino 6 Hinário 5 – Hino com alteração na melodia e pequenas modificações no
texto..............................................................................................................................................27
Figura 18: Modelo de órgão utilizado nas Igrejas da CCB..........................................................41
Figura 19: . Trecho original, Hino 26, Hinário 5, c.5-7...............................................................52
Figura 20: Hino 26, c. 5-7. Mãos juntas – MD soprano e ME tenor............................................52
Figura 21: . Hino 26, c. 5-7. Pedal e ME tenor............................................................................53
Figura 22: Hino 26, c. 5-7. Mãos juntas......................................................................................53
Figura 23: Hino 26, c. 5-7. Trecho original sem contralto .........................................................53
Figura 24: Hino 26, c.9-10, trecho original.................................................................................54
Figura 25: Hino 26, c. 9-10. M.D. soprano e M.E. tenor............................................................54
Figura 26: Hino 26, c. 9-10. M.E. e pedal...................................................................................55
Figura 27: Hino 26, c. 9-10. Trecho original sem o contralto.....................................................55
Figura 28: Hino 26, c.13-14. Trecho original..............................................................................55
Figura 29: Hino 26, c.13-14. MD – soprano................................................................................56
Figura 30: Hino 26, c.13-14. ME.................................................................................................56
Figura 31: Hino 26, c.13-14. Mãos juntas...................................................................................56
Figura 32: Hino 26, c.13-14. ME e pedal....................................................................................57
Figura 33: Hino 26, c.13-14. Mãos juntas e pedal.......................................................................57
Figura 34: Hino 125, Hinário 4, c.1-8. Trecho original...............................................................58
Figura 35: Hino 88, c.1-8. Trecho original..................................................................................59
Figura 36: Hino 88, c.1-8. MD e pedal........................................................................................59
Figura 37: Hino 88, c.1-8. ME e pedal........................................................................................60
Figura 38: Hino 88, c.1-8. Mãos juntas.......................................................................................60
viii

Figura 39: Hino 88, c.1-8. Trecho original sem contralto...........................................................61


Figura 40: Hino 88, c.9-16. MD e pedal......................................................................................61
Figura 41: Hino 88, c.9-16. ME e pedal......................................................................................62
Figura 42: Hino 88, c.9-16. Mãos juntas.....................................................................................62
Figura 43: Hino 88, c.9-16. Trecho original sem contralto.........................................................63
Figura 44: Hino 191, Hinário 4, c.8-14. Trecho original do Coro..............................................64
Figura 45: Hino 215, Hinário 5, c.8-13. Trecho original do Final..............................................65
Figura 46: Hino 215, tempo final c.9-13. ME e pedal................................................................66
Figura 47: Hino 215, tempo final c.9-13. MD e pedal (com contralto)......................................66
Figura 48: Hino 215, tempo final c.9-13. Mãos juntas...............................................................67
Figura 49: Hino 215, c.9-13. Trecho original (com contralto)...................................................67
Figura 50: Hino 407, c.1-4. Trecho original...............................................................................68
Figura 51: Hino 407, c.1-4. MD e pedal.....................................................................................69
Figura 52: Hino 407, c.1-4. Baixo da ME e pedal......................................................................69
Figura 53: Hino 407, c.1-4. ME e pedal.....................................................................................69
Figura 54: Hino 407, c.1-4. Mão juntas......................................................................................70
Figura 55: Hino 407, c.1-4. Trecho original (sem contralto)......................................................70
Figura 56: Hino 368, c.1-2, c.5-6 e c.8. Trechos em 4/4.............................................................71
Figura 57: Hino 368, c.3.4, c.7 e c.9-16. Trechos em ¾.............................................................72
Figura 58: Hino 407, c.1-4. Trecho original...............................................................................73
ix

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Início dos estudos musicais das organistas oficializadas na CCB ou particular......39
Gráfico 2: Formação musical das organistas do questionário A..............................................40
Gráfico 3: Dificuldades relatadas na adaptação do Hinário 5...................................................42
Gráfico 4: Familiarização com o novo pentagrama do Hinário 5.............................................42
Gráfico 5: Dificuldade em ler o terceiro pentagrama................................................................43
Gráfico 6: Identificação das diferenças entre mão esquerda e pedal........................................44
Gráfico 7: Material tocado pelo pedal.......................................................................................45
Gráfico 8: Início dos estudos musicais das organistas aprendizes na CCB ou particular.........46
Gráfico 9: Formação musical das organistas do questionário B..............................................47
Gráfico 10: Familiarização com o novo pentagrama do Hinário 5...........................................47
Gráfico 11: Dificuldade com a leitura de três pautas simultaneamente....................................48
Gráfico 12: Hinário considerado menos complexo pelas organistas aprendizes......................49
x

Índice de Quadros

Quadro 1. Hinos do Hinário 5 com eliminação de semínima e/ou colcheia e/ou semicolcheia no
pedal em relação ao Hinário 4..............................................................................................9, 10, 11
Quadro 2 Hinos onde ocorre simplificação do pedal no Hinário 5..........................................12, 13
Quadro 3. Hinos onde aparecem notas diferentes entre o baixo da mão esquerda e pedal......14, 15
Quadro 4. Hinos com ritmos diferentes entre mão esquerda e pedal.............................................17
Quadro 5. Hinos com “Final” após as estrofes..............................................................................19
Quadro 6. Lista de hinos com alteração no compasso.............................................................20, 21
Quadro 7. Lista de hinos com alteração na tonalidade............................................................21, 22
Quadro 8. Hinos que não tiveram alteração na harmonia.............................................................23
Quadro 9 Hinos com nenhuma alteração no texto...................................................................24, 25
Quadro 10. Hinos que foram alterados a melodia e pequenas modificações no texto..................25
Quadro 11. Hinos realmente novos...............................................................................................28
Quadro 12. Hinos semi-novos.......................................................................................................28
Quadro 13. Dados correspondente às Organistas Oficializadas (QA)..............................35, 36, 37
Quadro 14. Dados correspondente às Organistas Aprendizes (QB).............................................38
Quadro 15. Tipos de curso de formação em música.....................................................................40
xi

Sumário

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1. HINÁRIOS OFICIAIS DA IGREJA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL E ANÁLISE
DO HINÁRIO 5...........................................................................................................................4
1.1 Hinos onde houve eliminação de semínima e/ou colcheia e/ou semicolcheia no pedal................ 8
1.2 Hinos com a voz do pedal simplificada....................................................................................... 11
1.3 Hinos com notas diferentes entre a nota mais grave da mão esquerda e pedal ........................... 13
1.4 Hinos com ritmos diferentes entre a voz mais grave da mão esquerda e pedal .......................... 16
1.5 Hinos com “Final” após as estrofes............................................................................................. 17
1.6 Hinos que tiveram alterações na fórmula de compasso............................................................... 19
1.7 Hinos que tiveram mudança de tonalidade.................................................................................. 21
1.8 Hinos que sofreram alterações no texto, mas não na harmonia .................................................. 22
1.9 Hinos que sofreram alterações no texto e em alguma nota ou harmonia ................. 23
1.10 Hinos que não tiveram alteração no texto, mas sim, na harmonia ............................................ 24
1.11 Hinos que tiveram a melodia alterada e pequenas modificações no texto ................................ 25
1.12 Hinos novos ............................................................................................................................... 28
1.12.1 Hinos do Hinário 5 realmente novos (18) .......................................................................... 28
1.12.2 Hinos do Hinário 5 semi-novos (11) .................................................................................. 28
2. METODOLOGIA...........................................................................................................................29
3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ........................................................................... 33
3.1 Questões do Questionário A – Organistas Oficializadas............................................................. 38
3.2 Questionário B – Organistas Aprendizes .................................................................................... 46
4. UMA PROPOSTA DE ESTRATÉGIAS DE ESTUDO PARA OS HINOS NOVOS E
MODIFICADOS DO HINÁRIO 4 PARA O HINÁRIO 5 ...................................................... 51
4.1 Exercícios para o Hino 26, “Julga-me, Senhor” .................................................................... 52
4.1.1 Hino 26, c.5-7 ....................................................................................................................... 52
4.1.2 Hino 26, c.9-10 ..................................................................................................................... 54
4.1.3 Hino 26, c. 13-14 .................................................................................................................. 55
4.2 Hino 88, “Minha oração” ...................................................................................................... 58
4.2.1 Hino 88, c. 1-8 ...................................................................................................................... 58
4.2.2 Hino 88, c. 9-16 .................................................................................................................... 61
4.3 Hino 215, “Em breve ao céu irei” ......................................................................................... 63
4.4 Hino 407, “És bendito eternamente!”.................................................................................... 68
4.4.1 Hino 407, c.1-4 ..................................................................................................................... 68
4.5 Hino 368, “Deus nos elegeu para Si” .................................................................................... 71
4.5.1 Hino 368, c. 1-2; c. 5-6; c. 8 (trechos em 4/4)...................................................................... 71
xii

4.5.2. Hino 368, c. 3-4; c. 7, c. 9-16 (trechos em 3/4) ................................................................... 72


4.5.3. Hino 368, c. 1-16 ................................................................................................................. 72
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 74
Referências ............................................................................................................................... 76
1

INTRODUÇÃO

A Congregação Cristã no Brasil (CCB) é uma igreja de origem ítalo-brasileira fundada


pelo imigrante italiano Louis Francescon. Francescon, juntamente com o irmão Miguel Nardi
e o Sr. Filippo Grilli, fundou a primeira Igreja Presbiteriana Italiana em Chicago, EUA, em
1892. Em 1910, Francescon veio ao Brasil e fundou a primeira Igreja Congregação Cristã no
Brasil na cidade de São Paulo (CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, 2002). Atualmente
a Igreja conta com mais de 2,2 milhões de membros declarados no Brasil. Conforme Monteiro,
“nas últimas décadas do século XX, observa-se uma expansão além das fronteiras, tendo início
em países da América Latina e Estados Unidos, passando depois para a Europa, Ásia e África”
(MONTEIRO,2010, p. 124)
No princípio da fundação da CCB não havia conjunto musical que atuava nos cultos,
porém, alguns locais possuíam harmônio, apesar de não haver quem soubesse tocar esse
instrumento. Conforme o crescimento e progresso da igreja, foi-se percebendo a “necessidade
de instrumentos musicais para auxiliar a irmandade no cantar dos hinos” (HISTÓRICO
MUSICAL, 2006, p.1). Sendo assim, em maio de 1932, Francescon viu a necessidade da
formação de um conjunto musical que recebeu o nome de orquestra. Naquela época, muitos se
interessaram em iniciar os estudos musicais implementando, então, as primeiras. A partir de
então, houve um grande desenvolvimento na parte musical, com a formação de uma orquestra,
a qual envolve os instrumentos de cordas (exceto o contrabaixo), flautas, saxofones, clarinetes,
oboés, trombones, trompetes, eufônios, tubas e o órgão, um instrumento destacado pela sua
importância na execução dos hinos. As mulheres só podem participar da parte musical como
organistas, consequentemente, a orquestra é composta somente por homens.
A música utilizada nos cultos é dirigida por Encarregados regionais, Examinadoras,
Encarregados locais e Instrutores de música, onde suas funções são destacadas abaixo:
• Encarregados regionais: são responsáveis pela parte musical de uma certa região e pela
padronização musical nas igrejas, fazendo com que a execução dos hinos seja igual em
todo o país;
• Examinadoras: são mulheres responsáveis pela padronização do ensino das organistas;
avaliam as organistas para ver se estão aptas para tocarem nos cultos;
• Encarregados locais: são homens que dirigem a orquestra da sua igreja local e são
responsáveis pela formação de novos músicos (sexo masculino).
2

• Instrutores de música: são os responsáveis pela preparação dos aprendizes da música a


fazerem parte da orquestra (sexo masculino e feminino).
A liturgia da CCB é ministrada por um clérigo, chamado de cooperador por essa
comunidade, e tem duração de aproximadamente uma hora e meia. Os músicos e a organista1
participam e, juntamente com a congregação, executam oito cânticos. Os hinos não são
previamente selecionados e sim, escolhidos pela irmandade espontaneamente na hora. A
orquestra não é regida por um maestro durante os cultos, sendo o papel designado à organista,
que inicia a execução dos hinos com uma introdução solo (tocando com todas as vozes menos
o contralto para reforçar a melodia), fornecendo à congregação a melodia e o andamento. A
organista executa 30 minutos de música antes do início do culto, constituído apenas por hinos
do hinário, proporcionando momentos de reflexão para a recepção dos membros e demais
músicos. Somente hinos do hinário são permitidos durante os serviços religiosos. Os homens
sentam do lado esquerdo da igreja, enquanto as mulheres no lado direito. Os músicos
masculinos ocupam os bancos na metade esquerda da igreja, enquanto o órgão é posicionado
na metade da igreja, do lado direito (lado das mulheres) de frente para o altar.
Nascida de pais membros da CCB, minha trajetória como aprendiz da música teve início
aos 6 anos de idade. Tive aulas com minha mãe, Maria Aparecida Gomes da Silva, visto que
ela já era instrutora oficial dessa instituição em minha terra natal, Cidade Gaúcha, PR. Essas
aulas incluíam alfabetização musical, solfejo e a prática ao órgão.
Aos 9 anos de idade fiz meu primeiro teste para tocar nas Reuniões de Jovens e Menores
(RJM), na qual somente as jovens solteiras podem tocar mesmo as não batizadas. Passei no
exame para ser apta a ser organista nos cultos oficiais da minha congregação com 13 anos em
Cidade Gaúcha, Paraná. Em fevereiro de 2008, mudei-me para Porto Alegre, RS, onde me
preparei para o exame de oficialização. No mesmo ano realizei o teste e fui aprovada. Todos os
exames que realizei na CCB foram realizados com o Hinário 4. Lembro-me que quando foi
comentado que haveria uma nova edição do hinário, e eu já era oficializada, pensei em como
seria o meu estudo nessa nova edição. O Hinário 5 foi lançado em 2012, e nessa época eu estava
cursando o bacharelado em órgão de tubos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Uma das polêmicas levantadas pelas organistas da CCB foi o acréscimo de um novo
pentagrama no hinário, pois até então, eram dois pentagramas e o pedal dobrava o baixo da mão
esquerda. Antes mesmo de entrar no curso de órgão da UFRGS, já tinha visto, mas nunca
tocado, partituras com três pentagramas. Quando o Hinário 5 foi lançado, não estranhei a nova

1
Não há um número específico de músicos que podem participar da orquestra. No entanto, somente uma
organista toca durante o culto, podendo haver revezamento entre elas.
3

notação (três pentagramas), pois estava acostumada com a leitura pelo fato de já estar tocando
um repertório que incluía três pentagramas na universidade. Desde o início do bacharelado em
órgão, minha professora ensinava através do uso de estratégias de estudos (com os três
pentagramas), as quais adaptei no meu plano de estudo do Hinário 5. As organistas da CCB
devem saber tocar obrigatoriamente todos os 480 hinos, mais os 6 coros2 para serem aprovadas
no exame de oficialização.
O fato de eu ter acesso ao estudo de órgão com três pentagramas despertou meu interesse
em saber como as outras organistas de minha igreja estavam lidando com esta adaptação do
Hinário 4 para o 5, assim como as novas organistas que aprenderam diretamente no Hinário 5.
Daí surgiram as minhas questões de pesquisa: Quais as dificuldades que surgiram para as
organistas que tiveram que se adaptar com o novo hinário? Qual foi a repercussão com a
introdução de um novo pentagrama no Hinário 5? Esta pesquisa tem como objetivo investigar
a adaptação da organista com relação às modificações nos hinários oficiais da CCB, enfatizando
as mudanças do Hinário 4 para o Hinário 5.
Este trabalho está organizado em quatro capítulos. No primeiro exponho as edições do
hinário que servirão de referência nesta pesquisa e a análise musical que realizei mostrando as
modificações do Hinário 4 para o Hinário 5. No capítulo 2, apresento a metodologia, incluindo
a preparação e aplicação dos questionários. No terceiro capítulo realizo a análise de dados
obtida através dos questionários e realizo uma discussão dos mesmos. O último capítulo contém
uma proposta de estratégias de aprendizagem para os hinos, focando entre mão esquerda e
pedal. Na conclusão apresento os resultados e os possíveis desdobramentos provenientes da
pesquisa.

2
Os “Coros” são 6 melodias contidas no hinário de pequena extensão, executados geralmente para o encerramento
dos ofícios da CCB. O título destes hinos são: Aleluia! Aleluia!; Toda a glória a Jesus; Ação de graças darei;
Glória nas alturas!; Majestoso é Cristo Jesus!; e A Jesus eu cantarei louvor. Até o Hinário 4 os Coros não
possuíam introdução executada pela organista. Todos iniciavam seu canto simultaneamente. O Hinário 5
incorporou o uso da introdução pela organista conforme os 480 hinos.
4

1. HINÁRIOS OFICIAIS DA IGREJA CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL E


ANÁLISE DO HINÁRIO 5

O termo hino no dicionário de língua portuguesa é definido como uma “composição


musical com letra apropriada para celebrar alguém ou alguma coisa, canto religioso, canto em
louvor de um herói, canção ou canto, louvor, elogio e panegírico. Do Grego hýmnos (canto
laudatório), pelo latim hymnu (Hino)”.3

Hino cristão:

é um poema lírico, concebido com reverência e devoção, destinado a ser cantado e que
expressa a atitude do adorador para com Deus, ou os propósitos de Deus na vida
humana. O hino deve ser simples e métrico quanto à forma, genuinamente emocional,
poético e literário no estilo, espiritual na qualidade, e em seus conceitos tão direto e
manifesto para unificar uma congregação enquanto o canta. (HAMEL, 1973, apud
PRICE, 1937, p.3)

O hinário da Congregação Cristã no Brasil é uma compilação de melodias sacras


executadas durante os serviços religiosos ou cultos. Durante o culto são somente tocados as
melodias do hinário, não sendo permitido qualquer outro tipo de música. Três hinários em
italiano precederam os cinco hinários oficiais da CCB:
1. Nuovo Innario Evangelico (1914);
2. Nuovi Inni e Salmi Spirituali (1919);
3. Nuovo Libro Di Inni e Salmi Spirituali (1928);
Sobre este último hinário, Nuovo Libro Di Inni e Salmi Spirituali (1928), segundo
Amorin, a “...tiragem de 2000 exemplares, foi recolhida, devido a repressão da Política
Nacionalista da Era Vargas (1930 - 1945)”. (AMORIN, 2017, p.16)
Em 1936, Francescon solicitou a tradução do hinário italiano para o português. No
entanto, o Hinário 1, Novo Livro de Hymnos e Psalmos Espirituaes é misto (italiano/português),
com um total de 518 hinos (329 em italiano e 189 em português).
Em 1943, passou-se a empregar o Hinário 2, intitulado Hymnos e Psalmos Espirituaes,
uma revisão do Hinário 1. A tradução feita para o português foi ao “pé da letra”, o que não
respeitava os padrões gramaticais da época. Nesse hinário, nos finais dos hinos sempre era
cantado o “Amém”. Ele contém um total de 250 hinos para os cultos oficiais e 25 para as
reuniões de jovens e menores.

3
Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/hino (Acesso em 18/02/2018).
5

Segundo Amorin, no prefácio desta edição consta:

Grande Parte destas melodias sacras, pertencem a autores norte-americanos, italianos


de outras nacionalidades; as demais, assim como as poesias quer originais, traduzidas
ou semi-traduzidas, são frutos de membros da Congregação Cristã do Brasil.
(AMORIN, 2017, p. 17)

Em 1951, foi editado o Hinário 3 com um novo título “Hinos de Louvores e Súplicas a
Deus”, com um total de 330 hinos. A Sra. Anna Spina Finotti foi a principal editora desse
hinário. Houve muita alteração no texto, devido às grandes mudanças ortográficas na Língua
Portuguesa, sendo que, na parte musical praticamente não houve alterações, a não ser a retirada
do “Amém” nos finais de cada hino. Amorin, no prefácio deste hinário afirma:

Para conservar os princípios fundamentais da Igreja de Cristo, mantivemos quase todas


as melodias do hinário anterior, acrescentando outras de autores estrangeiros aos quais
sinceramente agradecemos; Outras são de nossos irmãos que palmilham esta mesma
senda. Quanto às poesias, parte foi conservada e adaptada também dos primitivos
hinários, parte traduzida, e a outra parte Deus tem dado a alguns de nossos irmãos.
(AMORIN, 2017, p 19)

Em 1965, o Hinário 4 entra em vigor e é mantido o mesmo título do Hinário 3 “Hinos


de Louvores e Súplicas a Deus”. Possui 400 hinos para os cultos oficiais, 50 para as reuniões
de jovens e menores e mais 7 coros (para o encerramento do culto). No prefácio do Hinário 4
consta:

Mantivemos, como nas edições anteriores, a maioria dos hinos que o Senhor tem
preparado desde o princípio desta obra em nosso país, porém com as alterações que se
fizeram necessárias, acrescentando também outras melodias e poesias. (HINOS DE
LOUVORES E SÚPLICAS A DEUS, 2007)

A principal modificação foi na mão esquerda, para a qual nos hinários anteriores havia
muitos arpejos, sendo então totalmente excluídos. Nesse hinário as mãos tocam as quatro vozes
e o pedal dobra o baixo.
Em 1992 o Hinário 4 recebeu uma edição específica para as organistas. A escrita
continuou em dois pentagramas (com clave de sol e clave de fá), porém, nos momentos onde a
mão esquerda não alcançava as duas notas, foi colocada a nota alternativa na cor cinza
(destacado em vermelho na Figura 1):
6

Figura 1. Hino 1, c. 1-3, Hinário 4. Notas alternativa na mão esquerda

Outra modificação nessa edição para a organista foi o dedilhado: realizado apenas para
o soprano na mão direita e para as duas notas da mão esquerda (Figura 2)

Figura 2. Hino 13, c. 1-5, Hinário 4. Dedilhado

O Hinário 4 foi o que teve maior uso, pois foi somente em 2012 que entrou em vigor o
Hinário 5. Mas, nesse meio tempo, houve várias mudanças para uma melhor execução dos hinos
nos cultos.
Em 2006 surgiu uma nova revisão do Hinário 4, realizada por uma comissão de
membros da CCB com sólida formação musical. Ao tentar contatar um dos membros para saber
quem eram, a resposta foi que “nós aprendemos na Comissão que não devemos divulgar”4. Na
publicação do Hinário 5 em 2012, os 450 hinos e 6 dos 7 coros foram mantidos. 5 No seu
prefácio consta:

4
Informação dada por uma pessoa da Comissão que preferiu manter o anonimato.
5
Um dos coros (utilizados somente para encerramento dos cultos) passou a ser cantado durante o serviço
religioso, tornando-se “hino”.
7

Mantivemos, como nas edições anteriores, a maioria dos hinos que o Senhor tem
preparado desde o princípio desta obra em nosso país, porém com as alterações que se
fizeram necessárias, acrescentando também outras melodias e poesias. (HINOS DE
LOUVORES E SÚPLICAS A DEUS, 2012)

Foram acrescentados 30 novos hinos, totalizando 480 hinos e 6 coros. Desses trinta
novos hinos, algumas melodias foram retiradas das edições anteriores do hinário e seus textos
foram reformulados. Os nomes de lugares da região do oriente médio foram omitidos, com
exceção de Jerusalém6. Alguns textos foram revisados devido à reforma da Língua Portuguesa.
Além disso, no Hinário 5, quase todos os hinos mudaram de número, um fator que dificulta a
localização de hinos conhecidos pelas organistas. Dos 480 hinos, 33 foram compostos por 12
mulheres (AMORIN, 2017, p.25). Existem três melodias estrangeiras e quatro melodias
populares.
A principal mudança musical no Hinário 5 foi na sua adaptação para o órgão, pois foi
acrescentada um pentagrama exclusivo para o pedal. Para entender qual foi o motivo dessa
modificação no hinário das organistas, fiz a seguinte pergunta a um membro da comissão: “o
que levou a ter três pentagramas (um exclusivo para o pedal) no Hinário 5? ” A resposta foi:
“era para ficar exatamente como se deveria tocar a pedaleira”, ou seja, uma notação correta para
o órgão7. Com isto em mente, e como descrito anteriormente, o objetivo dessa pesquisa é
investigar a adaptação da organista com relação às modificações do Hinário 4 para o Hinário 5.
Com base nisso, primeiramente analisei os 480 hinos mais os 6 coros para observar onde houve
qualquer tipo de modificação.
Constatei inúmeras modificações que incluem: hinos onde houve eliminação de
seminíma e/ou colcheia e/ou semicolcheia no pedal; hinos com a voz do pedal simplificada;
hinos com notas diferentes entre a nota mais grave da mão esquerda e pedal; outros com ritmos
diferentes entre a voz mais grave da mão esquerda e pedal; hinos com “Final” após as estrofes;
aqueles que tiveram alterações na fórmula de compasso; hinos que tiveram mudança de
tonalidade; outros que sofreram alterações no texto, mas não na harmonia; hinos que sofreram
alterações no texto e em alguma nota ou harmonia; uns que não tiveram alteração no texto; mas
sim, na harmonia; aqueles que tiveram a melodia alterada e pequenas modificações no texto e,
os hinos novos. Exemplifico a seguir essas modificações.

6
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20130120055736AAuRtny Acesso em 10/12/2017.
7
Informação dada por uma pessoa da Comissão que preferiu manter o anonimato.
8

1.1 Hinos onde houve eliminação de semínima e/ou colcheia e/ou semicolcheia no pedal

No Hinário 4, como mencionado anteriormente, o pedal dobrava o baixo da mão


esquerda (M.E.), enquanto no Hinário 5 existem hinos onde algumas figuras como semínima
e/ou colcheia e/ou semicolcheia são excluídas no pedal, ou seja, não são executadas como no
Hinário 4. Nas Figuras 3 e 4 abaixo, as notas circuladas em vermelho são apojaturas ou notas
de passagens e foram eliminadas do pedal, sendo tocadas apenas pela mão esquerda,
simplificando e destacando a nota mais grave (pedal). Às vezes ocorre movimento contrário
nas notas dobradas em oitava, entre a mão esquerda e o pedal (como no Lá do c.3 e o Ré do c.4,
Figura 3) devido ao pedal possuir apenas uma oitava.

Figura 3. Hino 68, c. 1-3, Hinário 5 - Eliminação das semicolcheias no pedal

Figura 4. Hino 84, c. 1-4, Hinário 5, – Eliminação das colcheias na execução do pedal
9

Abaixo seguem os hinos do Hinário 5 (Quadro 1) onde ocorre a eliminação dessas


figuras no pedal, os quais totalizam 106 hinos.

Número do Hino Nome do Hino Compositor


6 Glória ao Justo, fiel Cordeiro! -
9 Luminosa é a senda Silas Jones Vail
12 Sempre em Jesus confiarei James Milton Black
18 É Jesus meu Refúgio Charles Austin Miles
19 Manda-nos Teu Poder Barney Elliot Warren
24 Dá-me graça, Senhor -
26 Julga-me, Senhor William James Kirkpatrick
29 Senhor Jesus, Tu és meu Rochedo Peter Philip Bilhorn
37 Se a nossa vida entregarmos a Thoro Harris
Jesus
41 O teu coração vem a Cristo Philip Paul Bliss
entregar
54 Um tesouro glorioso achei Leila Naylor Morris
56 Põe em Deus a confiança Robert Lowry
65 Igual ao Mestre Charles Hutchinson Gabriel
66 Cansado estás? Vem a Jesus -
68 Sem tardar, vai a Cristo Charles Clinton Case
71 Ó Senhor Jesus, eu recorro a Ti -
74 Vamos produzir frutos de louvor Henry Southwick Perkins
81 A vida deu por ti Philip Paul Bliss
82 Oh! Que grande amor -
84 Quão amável é a Tua casa William Batchelder Bradbury
87 Eis que vem Jesus William James Kirkpatrick
90 Teu destino é a glória Dora Boole
92 O santo Evangelho Samuel Wesley Martin
93 Aceitando ao Senhor... Thomas Hastings
95 “Vinde, ó benditos de Meu Pai” -
99 Jesus Cristo é o Amigo celestial Lance Brenton Latham
100 Todos juntos, jubilemos J. W. Henderson
102 Sinto a voz divina do meu fiel Leander Lycurgus Pickett
Pastor
104 Santo, Santo és, Senhor John Jenkins Husband
106 Em nome do nosso Redentor Edwin Othello Excell
108 É Jesus a Fonte de riqueza -
111 Do sepulcro ressurgiu triunfante -
112 Sigamos sempre ao Senhor -
114 Clama ao Mestre, Cristo Jesus Edmund Simon Lorenz
115 Minha alma engrandece... James Mowman Overton Clem
120 Nossa cruz tomemos Arthur Seymour Sullivan
121 O meu socorro vem do Senhor Philip Paul Bliss
129 Salvo estou por Jesus John Robson Sweney
130 A minha alma Ballington Booth
134 Teu amor, ó Cordeiro Divinal Ralph Erskine Hudson
138 Louvemos ao bom Jesus -
139 Ó Senhor, Tu me conheces Lowell Mason
10

140 Sou feliz -


148 Louvor a Deus, o Criador James Milton Black
151 Se, de Cristo, o Nome amares William Howard Doane
155 Olha a Cristo, o Redentor John G. Foote
167 Água viva Thoro Harris
168 A Palavra do Senhor -
173 Para ouvir aqui estamos Peter Philip Bilhom
178 A Palavra preciosa Philip Paul Bliss
179 Trabalhai! Trabalhai! William Howard Doane
185 Deus mandou Sua Luz Charles Hutchinson Gabriel
187 Jesus Cristo habita em nós Ira David Sankey
197 Senhor, por Teu poder Eli G. Christy
200 “Não se turbe o vosso coração” -
201 Deus nos guarde... William Gould Tomer
203 O meu vero Amigo é Jesus Ballington Booth
210 Grandes promessas Carl Maria Friedrich Ernest von
Weber
216 Irmãos, amemos ao Senhor Joseph Lincoln Hall
220 Cristo voltará George Austin Minor
222 Brevemente virá o Senhor Jesus -
227 Procuras tu ao Salvador? -
228 Salvação! Salvação! William James Kirkpatrick
229 Eu vivia no pecado Bentley DeForest Ackley
241 A Justiça divina Charles Hutchinson Gabriel
253 Foi alegre, ditoso o dia Albert Simpson Reitz
254 De Jesus a graça divina Ludwig van Beethoven
263 Cristo é Luz resplandecente Daniel Brink Towner
267 Graça maravilhosa Haldor Lilenas
269 Ressuscitados, por graça, fomos -
270 Deste mundo mais nada esperarei -
273 Jesus me deu celeste hino Elton Menno Roth
275 Avante eu vou Frank Monford Graham
279 Oh! Não temas, igreja de Jesus Charles Hutchinson Gabriel
285 Glória e louvor a Jesus darei Anthony Johnson Showalter
287 Irmãos amados, sempre avante -
289 Avante, sempre avante Winfield Scott Weeden
290 Sempre avante! William Fiske Sherwin
295 Fui, Senhor, por Ti remido John Robson Sweney
297 Senhor, conforta meu coração William James Kirkpatrick
304 Cristo é a Esperança Hubert Platt Main
307 Cristo nos dará da Sua plenitude Leila Naylor Morris
308 Soa a trombeta -
311 Teus tesouros revelaste James Milton Black
316 Tua vida é triste? C. S. Kauffman
320 Que prazer é andar com Cristo Charles Frederick Weigle
324 Do mal o Salvador veio me tirar Margaret Jenkins Harris
325 Louvemos ao Rei dos reis Robert Lowry
330 Ao findar a jornada Elton Menno Roth
334 Há uma pátria perfeita... Joseph Philbrick Webster
335 Eu almejo nessa pátria entrar Edwin Othello Excell
336 Sempre brilhar devemos Isaac Hickman Meredith
11

337 Por fé seguimos ao Senhor Leila Naylor Morris


348 Em Cristo espera, sem vacilar -
350 A jornada farei Anne May Sebring Murphy
359 Ó irmãos, de Deus diletos James McGranahan
364 Os tempos já chegados são -
370 Têm os santos do Senhor William James Kirkpatrick
379 Grande festa haverá nos céus William Howard Doane
381 Mui breve virá, mui breve virá Leila Naylor Morris
384 Nos resgatou e nos lavou Oscar A. Miller
389 Cristo Jesus chama os Seus George Coles Stebbins
390 Eis que vem o Verdadeiro Silas Jones Vail
403 Pela fé uma vez... -
404 Por fé, recebe o grande Mestre -
407 És bendito eternamente! -
420 Foi no Calvário... Lewis Hartsough
435 Ó Jesus, quanto és piedoso! -
446 Vós, ó jovens do Senhor Charles Hutchinson Gabriel
463 Mocidade! Vamos combater! Grant Colfax Tullar
467 Vamos com Jesus Flora Hamilton Cassel
469 Pai nosso, que estás nos céus John Robson Sweney
472 Glorificarei, glorificarei Philip Paul Bliss
474 Oh! Glória! Bendito é o Senhor Lewis Edgar Jones
479 Somos jovens consagrados Bentley DeForest Ackley

Quadro 1. Hinos do Hinário 5 com eliminação de semínima e/ou colcheia


e/ou semicolcheia no pedal em relação ao Hinário 4

1.2 Hinos com a voz do pedal simplificada

Em alguns hinos a voz do pedal foi simplificada com relação ao Hinário 4. Por exemplo,
agora no Hinário 5, o pedal sustenta uma nota do acorde enquanto a voz mais grave da mão
esquerda realiza figurações rítmicas geralmente com notas de passagem e/ou bordaduras. No
Hinário 4 o pedal era executado dobrando o baixo da mão esquerda. As Figuras 5 e 6 mostram
que somente a mão esquerda (em azul) realiza as passagens acima mencionadas, enquanto o
pedal (em vermelho) sustenta uma nota do acorde. Apesar de algumas notas serem diferentes
entre mão esquerda e pedal, a sustentação das notas neste último, facilitou a execução.
12

Figura 5. Hino 12, c. 8-10, Hinário 5 Coro – Simplificação do pedal

Figura 6. Hino 26, c. 9, Hinário 5 Coro – Simplificação do pedal

Abaixo (Quadro 2) seguem os 42 hinos onde ocorre a simplificação do pedal em alguns trechos:

Número do Hino Nome do Hino Compositor


5 A Rocha celestial Leila Naylor Morris
12 Sempre em Jesus confiarei James Milton Black
19 Manda-nos Teu Poder Barney Elliot Warren
26 Julga-me, Senhor William James Kirkpatrick
35 Eis que multidão mui grande Thoro Harris
36 A fiel proteção Joseph Lincoln Hall
37 Se a nossa vida entregarmos a Jesus Thoro Harris
51 A Palavra do Senhor é Pão celestial Grant Colfax Tullar
55 Paz seja em vós Horatio Richmond Plamer
58 Sou crente em Jesus William Batchelder Bradbury
64 Tu, que vives sem destino -
70 Senhor, Tu és a minha Esperança -
83 Vinde às bodas Henry Barraclough
84 Quão amável é a Tua casa William Batchelder Bradbury
95 “Vinde, ó benditos de Meu Pai” -
104 Santo, Santo és, Senhor John Jenkins Husband
110 Vigiai, irmãos William James Kirkpatrick
13

116 Amo ao Senhor Frederick Arthur Challinor


125 Mais grato a Ti William James Kirkpatrick
127 Meu bom Jesus, Contigo almejo Stephen Collins Foster
estar
130 A minha alma Ballington Booth
136 Benignidade eterna é a de Deus -
139 Ó Senhor, tu me conheces Lowell Mason
157 Ouve a voz que te convida... William Howard Doane
166 A graça inefável de Deus J. E. French
200 “Não se turbe o vosso coração” -
214 Como foi para os céus, assim virá James M. Kirk
229 Eu vivia no pecado Bentley DeForest Ackley
236 Há um lugar de eterna paz Flora Hamilton Cassel
267 Graça maravilhosa Haldor Lilenas
275 Avante eu vou Frank Monford Graham
279 Oh! Não temas, igreja de Jesus Charles Hutchinson Gabriel
283 Quero, ó Senhor, ir Contigo ao céu -
335 Eu almejo nessa pátria entrar Edwin Othello Excell
336 Sempre brilhar devemos Isaac Hickman Meredith
359 Ó irmãos, de Deus diletos James McGranahan
417 Recordemo-nos sempre do Mestre James Henry Filmore
434 A minha alma sente paz no Senhor George Willis Cooke
436 Alegria sinto em servir Jesus Leila Naylor Morris
440 Lembra-te do teu Criador Isaac Hickman Meredith
478 Cedo retorna o Senhor Charles Hutchinson Gabriel

Quadro 2. Hinos onde ocorre simplificação do pedal no Hinário 5

1.3 Hinos com notas diferentes entre a nota mais grave da mão esquerda e pedal

No Hinário 4, como já mencionado, o pedal sempre dobrava a voz inferior da mão


esquerda. No novo hinário o dobramento continua, mas nem sempre é igual. Por exemplo, às
vezes mudanças de oitava como pode ser visto no segundo compasso da Figura 7.
Há poucos hinos onde aparecem notas diferentes entre a voz inferior da mão esquerda e
o pedal. Isto é totalmente novo, mas a organista deve estar muito atenta à leitura, pois poderá
passar desapercebido. As Figuras 7 e 8 mostram exemplos onde o pedal executa o tenor da mão
esquerda, sendo no primeiro caso um padrão cromático (o que fica evidente no pedal), e no
segundo, ocorre movimento por grau conjunto. Apesar de ser mais difícil, o resultado sonoro é
de maior efeito.
14

Figura 7. Hino 198, c. 5-7, Hinário 5 - Notas diferentes entre o baixo da mão esquerda e pedal

Figura 8. Hino 215, c. 11-13, Hinário 5. Notas diferentes entre o baixo da mão esquerda e pedal

O Quadro 3 mostra os hinos onde aparecem notas diferentes entre o baixo da mão
esquerda e pedal, totalizando 66 hinos.

Número do Hino Nome do Hino Compositor


5 A Rocha celestial Leila Naylor Morris
6 Glória ao Justo, fiel Cordeiro! -
10 Prossegui vitoriosos em Cristo -
12 Sempre em Jesus confiarei James Milton Black
14 Manda os Teus dons celestes -
24 Dá-me graça, Senhor -
26 Julga-me, Senhor William James Kirkpatrick
31 Forte Rocha Martin Luther
35 Eis que multidão mui grande Thoro Harris
37 Se a nossa vida entregarmos a Thoro Harris
Jesus
41 O teu coração vem a Cristo Philip Paul Bliss
entregar
44 Sol da Justiça George Harrison Cook
45 Oh! Quanto nos amaste! -
46 Grandioso é o nosso Deus Will Lamartine Thompson
56 Põe em Deus a confiança Robert Lowry
59 Faz-me mais perseverante -
65 Igual ao Mestre Charles Hutchinson Gabriel
66 Cansado estás? Vem a Jesus -
76 Cristo Jesus Sua mão me dá Norma John Clayton
79 Bom é estarmos nós aqui William Howard Doane
15

93 Aceitando ao Senhor... Thomas Hastings


115 Minha alma engrandece... James Mowman Overton Clem
117 Jesus habita m meu coração Alfred Henry Ackley
122 Alegrei-me quando me disseram... Albert Simpson Reitz
133 Quão bom e quão suave é... -
139 Ó Senhor, tu me conheces Lowell Mason
146 De Deus veio a Luz Georg Friedrich Händel
157 Ouve a voz que te convida... William Howard Doane
159 Deus amou o mundo Thoro Harris
181 Só em Cristo, só em Cristo Minnie A. Steele
194 “Vós chorareis e vos lamentareis” Cleland Boyd McAfee
196 Sem Deus Pai -
198 Nosso Pai celeste sabe e provê Josie Wallace
202 Em Ti me alegro, Senhor Daniel Brink Towner
213 Quando vier do céu Theodore Edson Perkins
215 Em breve ao céu irei Barney Elliott Warren
230 A Ti rendemos graças Oliver Holden
260 Sou servo inútil, ó Deus piedoso -
270 Deste mundo mais nada esperarei -
274 Na plenitude estarei Daniel Brink Towner
282 Constantemente oremos a Deus Alfred Henry Ackley
284 Louvor nos céus altíssimos -
287 Irmãos amados, sempre avante -
288 Ó irmãos, com Cristo avante Marcus McKibben Wells
297 Senhor, conforta meu coração William James Kirkpatrick
319 Foi Jesus Quem me salvou Edwin Othello Excell
322 Vem, Rei eterno George Stark Schuler
325 Louvemos ao Rei dos reis Robert Lowry
332 É Cristo Quem cuida de ti William James Kirkpatrick
335 Eu almejo nessa pátria entrar Edwin Othello Excell
343 Lá no céu cantaremos Emily Divine Wilson
349 Irmãos amados -
350 A jornada farei Anne May Sebring Murphy
355 A Ti, Deus, eu consagrei-me Leila Naylor Morris
357 Face a face O verei George Coles Stebbins
361 Tudo entende o Salvador Justin G. Burt
364 Os tempos já chegados são -
384 Nos resgatou e nos lavou Oscar A. Miller
390 Eis que vem o Verdadeiro Silas Jones Vail
398 Não tardará a volta do Senhor Charles Hutchinson Gabriel
401 Revela Teu querer William James Kirkpatrick
404 Por fé, recebe o grande Mestre -
417 Recordemo-nos sempre do Mestre James Henry Fillmore
428 O dia de Cristo bem perto está -
462 Gloriosa é a história Peter Philip Bilhorn
478 Cedo retorna o Senhor Charles Hutchinson Gabriel

Quadro 3. Hinos onde aparecem notas diferentes entre


o baixo da mão esquerda e pedal
16

1.4 Hinos com ritmos diferentes entre a voz mais grave da mão esquerda e pedal

Nestes hinos, com movimentação diferente entre a voz mais grave da mão esquerda e
pedal, este último é mais movimentado. Nas Figuras 9 e 10 a nota mais grave da mão esquerda
(em azul) sustenta a primeira nota do acorde, enquanto o pedal (em vermelho) se movimenta.
O pedal imita o ritmo do tenor, o que dificultou a execução em relação ao que era.

Figura 9. Hino 457, c. 4-5, Hinário 5 - Movimento das vozes entre mão esquerda e pedal diferentes

Figura 10. Hino 126, c. 9-10, Hinário 5 - Movimento das vozes entre mão esquerda e pedal diferentes

Os hinos que possuem ritmos diferentes entre mão esquerda e pedal totalizam 12 hinos,
Quadro 4:
17

Número do Hino Nome do Hino Compositor


3 Faz-nos ouvir Tua voz -
89 Oh! Grande Deus -
119 Luz aos meus pés é a Tua Palavra M. L. Bradshaw
126 Levemos a mensagem de amor Isaiah Baltzell
159 Deus amou o mundo Thoro Harris
222 Brevemente virá o Senhor Jesus -
288 Ó irmãos, com Cristo avante Marcus McKibben Wells
318 Ó Salvador, vem converter o T. R Allen
pecador
330 Ao findar a jornada Elton Menno Roth
448 Sou criança, Senhor George Bernard
451 Jamais esquecerei Tua mercê Walter Stillman Martin
457 Comigo está Jesus Charles Austin Miles

Quadro 4. Hinos com ritmos diferentes entre mão esquerda e pedal

1.5 Hinos com “Final” após as estrofes

Em todos os hinos do Hinário 4 onde existe refrão (coro), este era cantado sempre após
cada estrofe. No Hinário 5, para encurtar os hinos com refrão, este é cantado apenas após a
última estrofe como mostra a Figura 11 através das indicações de repetição.
18

Figura 11. Hino 185, c. 1-9, Hinário 5 – “Final” após as estrofes

Os hinos onde aparece o termo “final” estão listados no Quadro 5 abaixo; há um total
de 33 hinos. Deve-se cantar e tocar todas as estrofes primeiro e, somente após a última, passar
para o “Final” (coro).
19

Número do Hino Nome do Hino Compositor


6 Glória ao Justo, fiel Cordeiro! -
21 Não mais oprimidos seremos Frederick Martin Lehman
41 O teu coração vem a Cristo Philip Paul Bliss
entregar
42 Ó minha alma, por que te abates? -
47 Sublime é o perdão -
50 Glória a Jesus! Aleluia! Thoro Harris
61 A minha alma deseja ver-Te Ralph Erskine Hudson
67 “Vinde a Mim!” James McGranaham
74 Vamos produzir frutos de louvor Henry Southwick Perkins
92 O santo Evangelho Samuel Wesley Martin
97 Cristo Jesus, nosso bom Pastor Harry Dixon Loes
102 Sinto a voz divina do meu fiel Leander Lycurgus Pickett
Pastor
105 Volta ao teu lar Paternal Charles Hutchinson Gabriel
138 Louvemos ao bom Jesus -
149 Ó irmãos, por fé, louvemos a Jesus Herbert H. H. Booth
162 Cristo salvou-me -
185 Deus mandou Sua luz Charles Hutchinson Gabriel
214 Como foi para os céus, assim virá James M. Kirk
226 A história do Evangelho Joseph Lincoln Hall
238 Teu servo ouve; fala, Senhor Albert Simpson Reitz
247 Se fores tentado Horatio Richmond Palmer
268 Ó Deus bendito George Coles Stebbins
272 Louvarei ao bom Jesus Howard E. Smith
298 Avante sempre, sem temer! James McGranaham
316 Tua vida é triste? C. S. Kauffman
331 Vem a Cristo sem tardar Peter Philip Bilhorn
337 Por fé seguimos ao Senhor Leila Naylor Morris
347 Ontem, hoje e eternamente James H. Burke
372 Da igreja, fiel Fundamento é Jesus Thoro Harris
457 Comigo está Jesus Charles Austin Miles
459 Vamos nos preparar! Leila Naylor Morris
465 Deus tem por nós imenso amor -
475 Se eu for aqui provado Henry Maxwell Wright

Quadro 5. Hinos com “Final” após as estrofes

1.6 Hinos que tiveram alterações na fórmula de compasso

Os hinos abaixo tiveram alterações na sua fórmula de compasso, como por exemplo, o
hino 125 (Hinário 4) possuía um compasso ternário (3/4) e no Hinário 5 passou a ser quaternário
(hino 88), conforme as figuras 12 e 13. Neste caso o andamento diminuiu, projetando melhor o
caráter reflexivo de oração.
20

Figura 12. Hino 125, c. 1-4, Hinário 4

Figura 13. Hino 88, c. 1-4, Hinário 5

Os hinos que tiveram alteração na fórmula de compasso listados a seguir no Quadro 6;


há um total de 19 hinos:

Número do Hino Nome do Hino Compositor


7 Granjeai, granjeai os talentos João Dieners
25 Um grande bem, precioso bem Edward Francis Rimbault
31 Forte Rocha Martin Luther
45 Oh! Quanto nos amaste! -
53 Nós somos luz do mundo -
88 Minha oração Bertha Mae Lillenas
89 Oh! Grande Deus -
119 Luz aos meus pés é a Tua Palavra M. L. Bradshaw
120 Nossa cruz tomemos Arthur Seymour Sullivan
124 Vivo na graça May Whittle Moody
133 Quão bom e quão suave é... -
21

160 “Sou o Caminho , a Verdade e a William Henry Monk


Vida”
196 Sem Deus Pai -
271 Graças dou a Ti, ó bom Deus -
305 Oh! Que fundamento John Francis Wade
315 O Teu poder supremo -
410 O sangue precioso William James Kirkpatrick
432 Vem, ó divino Mestre Charles Hutchinson Gabriel
459 Vamos nos preparar! Leila Naylor Morris

Quadro 6. Lista de hinos com alteração no compasso

1.7 Hinos que tiveram mudança de tonalidade

Apesar dos hinos abaixo (Quadro 7) aparecerem numa nova tonalidade no Hinário 5,
apresentam poucas modificações na sua harmonia; há um total de 64 hinos.

Número do Hino Nome do Hino Compositor


7 Granjeai, granjeai os talentos João Dieners
33 Jesus é o nosso Guia Charles Hutchinson Gabriel
40 Quanto em mim Tu operaste George Stark Schuler
61 A minha alma deseja ver-Te Ralph Erakine Hudson
88 Minha oração Bertha Mae Lillenas
99 Jesus Cristo é o Amigo celestial Lance B. Latham
100 Todos juntos, jubilemos J. W. Henderson
104 Santo, Santo és, Senhor John Jenkins Husband
115 Minha alma engrandece... James Mowman Overton Clem
117 Jesus habita em meu coração Alfred Henry Ackley
119 Luz aos meus pés é a Tua Palavra M. L. Bradshaw
124 Vivo na graça May Whittle Moody
129 Salvo estou por Jesus John Robson Sweney
130 A minha alma Ballington Booth
131 Ó Senhor glorioso, Deus da Frederic William Blunt
perfeição
143 Porfiemos, irmãos, por entrar nos John B. Vaughan
céus
145 Pródigo filho, vai! Peter Philip Bilhorn
152 Venho à casa do Senhor Bentley DeForest Ackley
158 Meu lar está no céu -
169 Aos pés de Deus estamos -
172 Um culto santo ao Senhor William B. Bradbury
174 Vem atender ao Seu chamado R. L. Blowers
177 Eu necessito achegar-me James McGranaham
185 Deus mandou Sua Luz Charles Hutchinson Gabriel
198 Nosso Pai celeste sabe e provê Josie Wallace
201 Deus nos guarde... William Gould Tomer
203 O meu vero Amigo é Jesus Ballington Booth
22

205 Salvo por Seu poder Jack P. Scholfield


212 Testemunhas verazes nós somos Henry E. Nichol
218 Oh! Jubilemos, devotos de Cristo William Letton Viner, Jr.
229 Eu vivia no pecado Bentley DeForest Ackley
236 Há um ligar de eterna pas Flora Hamilton Cassel
241 A Justiça divina Charles Hutchinson Gabriel
243 É Jesus o nosso Intercessor Charles Hutchinson Gabriel
250 Com meu Redentor viverei nos Charles Hutchinson Gabriel
céus
253 Foi alegre, ditoso o dia Albert Simpson Reitz
284 Louvor nos céus altíssimos -
292 Oh! Quanto é bom o Redentor! -
301 Nossa Esperança é Jesus -
308 Soa a trombeta -
315 Contempla do céu Robert Harkness
316 Tua vida é triste? C. S. Kauffman
323 Oh! Não busques, ansioso C. C. Williams
324 Do mal o Salvador veio me tirar Margaret Jenkins Harris
331 Vem a Cristo sem tardar Peter Philip Bilhorn
337 Por fé seguimos ao Senhor Leila Naylor Morris
343 Lá no céu cantaremos Emily Divine Wilson
352 Sinto viva esperança L. O. Brown
358 O Teu precioso sangue -
369 Sentes bater em teu coração? J. Howard Entwisle
389 Cristo Jesus chama os Seus George Coles Stebbins
393 Ó bom Jesus, meu caro Jesus -
396 Vamos, ó irmãos, marchar Charles B. Widmeyer
424 Ó Jesus, por nós morreste J. L. F. Mendelssohn-Bartholdy
436 Alegria sinto em servir Jesus Leila Naylor Morris
440 Lembra-te do teu Criador! Isaac Hickman Meredith
446 Vós, ó jovens do Senhor Charles Hutchinson Gabriel
459 Vamos nos preparar! Leila Naylor Morris
463 Mocidade! Vamos combater! Grant Colfax Tullar
472 Glorificarei, glorificarei Philip Paul Bliss
CORO 1 Aleluia! Aleluia! -
CORO 4 Glória, glória nas alturas! George Frederick Root
CORO 6 A Jesus eu cantarei louvor -

Quadro 7. Lista de hinos com alteração na tonalidade

1.8 Hinos que sofreram alterações no texto, mas não na harmonia

Dos 480 hinos do Hinário 5, em apenas 9 não houve mudança na harmonia, a qual
permanece igual à do Hinário 4, como pode ser visto no Quadro 8.
23

Número do Hino Nome do Hino Compositor


34 O Mestre que desceu dos céus William Vincent Wallace
101 Cantemos, juntos, louvores a Deus R. A. Schumann
131 Ó Senhor glorioso, Deus da Frederic William Blunt
perfeição
184 Nós Te Louvamos, por fé, grande Peter ritter
Deus
208 Conserva a paz, ó minha alma Jean Sibelius
242 Profundo é o saber de Deus, Johann Michaeç Haydn
Criador
374 Santo! Santo! Santo! John Bacchus Dykes
412 Senhor, recordamos aqui... Hans Georg Nägeli
476 “Deixai a Mim vir os M. D’Angelo
pequeninos...”

Quadro 8. Hinos que não tiveram alteração na harmonia

1.9 Hinos que sofreram alterações no texto e em alguma nota ou harmonia

São muitos os hinos que tiveram alteração no texto e, além disso, o número de estrofes
diminuíram ou aumentaram. Há um total de 414 hinos onde houve alteração no texto. Segue
um exemplo com o hino 259 do Hinário 4 (Figura 14) e o hino 64 do Hinário 5 (Figura 15). O
que está na cor amarelo e verde são as alterações que houve no texto do Hinário 4 para o 5:

Figura 14. Hino 256, c. 1-16, Hinário 4 - Hino que sofreu alteração no texto
24

Figura 15. Hino 64, c. 1-16, Hinário 5 - Hino que sofreu alteração no texto

1.10 Hinos que não tiveram alteração no texto, mas sim, na harmonia

O Quadro 9 mostra os hinos que mantiveram o mesmo texto do Hinário 4, mas sofreram
alterações na sua harmonia.

Número do Hino Nome do Hino Compositor


5 A Rocha celestial Leila Naylor Morris
26 Julga-me, Senhor William James Kirkpatrick
29 Senhor Jesus, Tu és o meu Peter Philip Bilhorn
Rochedo
47 Sublime é o perdão! -
75 Vem a Jesus, ó alma errante Etherbert William Bullinger
76 Cristo Jesus Sua mão me dá Normam John Clayton
91 No esconderijo do Onipotente Ira David Sankey
97 Cristo Jesus, nosso Pastor Harry Dixon Loes
129 Salvo estou por Jesus John Robson Sweney
139 Ó Senhor, Tu me conheces Lowell Mason
150 Jesus Cristo, meu Senhor George Edstrom
167 Água viva Thoro Harris
181 Só em Cristo, só em Cristo Minnie A. Steele
25

199 Senhor, Tu és minha Porção James McGranaham


225 Senhor, com Tua voz me chamas -
238 Teu servo ouve; fala Senhor Albert Simpson Reitz
258 Louvaremos ao nosso Senhor -
273 Jesus me deu celeste hino Elton Menno Roth
307 Cristo no dará da Sua plenitude Leila Naylor Morris
312 Tributos de louvor John Darwall
328 Grande é o Teu poder, Senhor -
330 Ao findar a jornada Elton Menno Roth
339 Glória sem par Charles Hutchinson Gabriel
341 Com fé espera no Senhor William Batchelder Bradbury
351 Senhor, à Tua presença -
352 Sinto viva esperança L. O. Brown
358 O Teu precioso sangue -
361 Tudo entende o Salvador Justin. G Burt
367 Ao que vive para sempre... Thomas Hastings
403 Pela fé uma vez... -
441 Eu sou um cordeirinho -
442 Bênçãos, bênçãos Deus derramará George Frederick Root
454 Cidadão dos céus Lowell Mason
CORO 4 Glória, glória nas alturas! George Frederick Root

Quadro 9. Hinos com nenhuma alteração no texto

1.11 Hinos que tiveram a melodia alterada e pequenas modificações no texto

O Quadro 10 mostra hinos do Hinário 5 onde a melodia foi alterada com relação às
edições anteriores e algumas com modificações no texto.

Hinário 5 Hinário 4 HINÁRIO 3 HINÁRIO 2 HINÁRIO 1


Hino 6 Hino 242 Hino 248 - Hino 316

Hino 24 Hino Hino Hino 208/11 Hino 3 /2


271/444RJM 231/17 RJM
Hino 364 383 - - -

Quadro 10. Hinos que foram alterados a melodia e pequenas modificações no texto

O hino 242 do Hinário 4 (Figura 16), por exemplo, as alterações (Figura 17) ocorreram
na melodia (marcada em verde), porém, o refrão (coro) manteve-se igual ao Hinário 4, assim
como o texto, com apenas algumas modificações (em amarelo):
26

Figura 16. Hino 242, c. 1-20, Hinário 4 - Hino com alteração na melodia e pequenas modificações no texto
27

Figura 17. Hino 6, c. 1-20, Hinário 5 – Hino com alteração na melodia e pequenas modificações no texto
28

1.12 Hinos novos

O número total considerados novos pela CCB são 30 hinos. No entanto, após uma
análise rigorosa, comparando cada hino novo com as edições anteriores, notei que apenas 18
hinos são totalmente novos (Quadro 11), ou seja, não aparecem em nenhuma outra edição dos
hinários. A melodia de 11 hinos provém do Hinário 1; o hino 404 (Hinário 5) possui melodia
muito semelhante à uma do Hinário 4; e a melodia do hino 428 aparece nos Hinários 1, 2 e 3,
como mostra o Quadro 12 abaixo:
1.12.1 Hinos do Hinário 5 realmente novos (18)

Número do Hino Nome do Hino Compositor


49 Venho adorar-Te, santo Criador -
96 Vinde, adoremos a Deus Felice De Giardini
146 De Deus veio a Luz Georg Friedrich Händel
207 Cristo é Fiel Arthut Abner Luther
210 Grandes promessas Carl Maria F. E. von Weber
232 Seguro estou... -
252 Exaltação ao Deus Onipotente! J. L. F. Mendelssohn-Bartholdy
260 Sou servo inútil, ó Deus piedoso -
306 Bendizei ao Altíssimo Deus Wiliiam Howard Doane
314 O Teu poder supremo -
365 Contrito, venho a Ti Robert Lowry
375 “A paz Eu vos deixo” Philip Paul Bliss
385 “Vinde após Mim” Samuel McBurney
395 “Eis-me aqui”, dirá o Criador George William Warren
400 Divina fonte é Jesus Phoebe Palmer Knapp
407 És bendito eternamente! -
411 O vitupério de Jesus Harrison Millard

Quadro 11. Hinos realmente novos

1.12.2 Hinos do Hinário 5 semi-novos (11)

Hinário 5 Hinário 4 HINÁRIO 3 HINÁRIO 2 HINÁRIO 1


Hino 1 - - - Hino 182
Hino 36 - - - Hino 63
Hino 44 - - - Hino 283/315
Hino 190 - - - Hino 225/319
Hino 193 - - - Hino 179
Hino 235 - - - Hino 77/78
Hino 357 - - - Hino 200
Hino 387 - - - Hino 312
Hino 401 - - - Hino 5
Hino 404 Hino 197 - - -
Hino 428 - Hino 299 Hino 89 Hino 172
Hino 480 - - - Hino 208

Quadro 12. Hinos semi-novos


29

2. METODOLOGIA

O presente trabalho foi delineado em quatro etapas. Na primeira, foi realizado uma
análise musical de todo o Hinário 5, comparando cada alteração ocorrida entre os Hinários 4 e
5, mostrando através de exemplos, os tipos de modificações existentes e apresentando uma
listagem com todos os hinos alterados. A segunda etapa foi a preparação dos dois questionários
que, com base na minha análise realizada no hinário, foi de grande relevância para a elaboração
dos mesmos. Estes questionários foram enviados para as organistas da Igreja Congregação
Cristã no Brasil, tendo como objetivo geral investigar a adaptação da organista mediante as
modificações nos hinários oficiais da CCB, enfatizando as mudanças do Hinário 4 para o
Hinário 5. Segundo Gil (2011), o questionário possibilita atingir grande número de pessoas:

Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto


de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações,
temores, comportamento presente ou passado, etc. (GIL, 2011, p. 121)

O tipo de questionário escolhido foi o de questões abertas onde “solicita-se aos


respondentes para que ofereçam suas próprias respostas.” (GIL, 2008, p. 122). Cada
questionário foi elaborado para um grupo específico de organistas: o primeiro questionário (A)
foi enviado para as organistas oficializadas, que já passaram por todos os exames necessários
para tocar nos cultos. O segundo (B) foi direcionado às organistas que iniciaram os estudos
diretamente no Hinário 5, sendo estas chamadas de aprendizes. Ambos questionários foram
elaborados para compreender como as organistas oficializadas se adaptaram ao Hinário 5, tendo
em vista que já tinham passado por todos os exames exigidos pela CCB para tocar nos cultos.
Também visa entender se as organistas aprendizes tiveram dificuldades com o acréscimo de um
novo pentagrama no Hinário 5.
A elaboração dos questionários foi realizada em meados de janeiro à março de 2017,
através da plataforma Google formulários, o qual gera um link com as perguntas desenvolvidas,
podendo ser enviado por e-mail ou por outros meios de comunicação. No final de julho de 2017,
participei do XXIV Encontro Nacional dos Organistas (ENO) realizado na Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) em São Paulo. Nesse evento conheci
algumas organistas da CCB, as quais me forneceram vários endereços de e-mail de organistas
para minha pesquisa. Ao todo, conseguimos enviar o link para cerca de 150 organistas. Obtive
100 respostas, sendo 82 oficializadas (Questionário A) e 18 aprendizes (Questionário B),
abrangendo os estados: Acre, Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais,
30

Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, São
Paulo, Sergipe.
As perguntas dos questionários foram dissertativas e elaboradas de acordo com as
dificuldades que eu mesma experienciei quando o Hinário 5 foi lançado em 2012. No
Questionário A, para as organistas oficializadas, há um total de 14 perguntas, e para as
organistas aprendizes (Questionário B) 12 perguntas. Dados levantados incluem: nome, idade,
cidade de residência, assim como questões mais elaboraras relacionadas às modificações do
Hinário 4 para o Hinário 5. As organistas foram identificadas através de números em cada grupo
(1 a 82; 1 a 18), conforme a ordem de recebimento de seus questionários. Seguem os dois
questionários:

Perguntas do Questionário A para as Organistas Oficializadas:

1- Nome
2- Idade
3- Cidade de residência
4- Com quem, onde e com quantos anos começou a estudar música?
5- Com que frequência você estuda órgão?
6- Qual a sua formação máxima em música (conservatório, curso superior,
especialização, mestrado, doutorado)? Qual o nome específico do curso? (Ex.:
Licenciatura em música com ênfase em piano, órgão)
7- Você possui órgão em casa? Que tipo?
8- Na mudança do hinário 4 para o 5, qual foi a sua maior dificuldade diante das
modificações?
9- Com o acréscimo de um novo pentagrama no hinário das organistas, isso foi
totalmente novo ou já estava familiarizada com essa notação?
10- Como você já deveria estar acostumada com o hinário 4, com somente duas pautas,
teve dificuldades em ler uma terceira?
11- Você como organista oficializada, teve que estudar todo o Hinário 5? Caso
afirmativo como ocorreu esse estudo?
12- Você já se deu conta que em vários hinos a voz do baixo da mão esquerda é diferente
da voz do baixo tocada pelo pedal? Você sabe mais ou menos quantos hinos são?
31

13- No hinário 5, em alguns hinos o pedal tem notas diferentes daquelas que a mão
esquerda possui para o baixo (apesar de ambas terem a voz do baixo). Você toca
como está escrito no hinário ou como está escrito na mão esquerda?
14- O hinário 5 contempla 30 novos hinos. Houve um período antes do seu lançamento
para que as organistas aprendessem esses novos hinos. Quais foram as estratégias
de estudo que você utilizou para tocar esses hinos logo após o seu lançamento nos
cultos?

Perguntas do Questionário B para as Organistas Aprendizes:

1- Nome
2- Idade
3- Cidade de residência
4- Com quem, onde e com quantos anos começou a estudar música?
5- Com que frequência você estuda órgão?
6- Qual a sua formação máxima em música (conservatório, curso superior,
especialização, mestrado, doutorado)? Qual o nome específico do curso? (Ex.:
Licenciatura em música com ênfase em piano, órgão)
7- Você possui órgão em casa? Que tipo?
8- Como aprendiz da música, deve ter notado modificações do hinário 4 para o 5. Um
deles foi o acréscimo de uma terceira pauta (pedal). Você já tinha familiaridade com
essa notação ou a viu pela primeira vez quando iniciou os estudos?
9- Com o acréscimo da terceira pauta (pedal), quando começou o estudo dos hinos teve
dificuldade com a leitura? De olhar 3 pautas ao mesmo tempo? Seja específica.
10- No hinário 5, em alguns hinos o pedal tem notas diferentes daquelas que a mão
esquerda possui para o baixo (apesar de ambas terem a voz do baixo). Você toca
como está escrito no hinário ou como está escrito apenas na mão esquerda?
11- Como você iniciou os estudos dos hinos já estávamos no hinário 5. Se colocássemos
os hinários 4 e o 5 nas suas mãos, quanto a notação, você acha qual o mais fácil?
Seja específica.
12- Como está se dando o estudo dos hinos, tanto dos antigos como dos 30 novos hinos?
Quais as estratégias de estudo que você está usando? Seja específica.
32

Na terceira etapa, optei pelas questões mais relevantes de cada questionário e realizei
gráficos individuais onde mostro a percentagem e número total de organistas para posterior
comparação. Os questionários foram analisados e os dados cruzados. Na última etapa, a partir
das dificuldades encontradas pelas organistas na adaptação do Hinário 5, contidas nas respostas
de cada questionário, foram elaborados exercícios específicos para a aprendizagem dos hinos.
Selecionei hinos onde há trechos mais complexos, focando entre a mão esquerda e pedal para
a resolução das dificuldades encontradas com base na análise do Hinário 5. Nestes exercícios,
proponho estratégias de estudo, indicando como as organistas poderão estudar, como mãos
separadas e até mesmo, dividindo as vozes para uma melhor execução de cada hino.
33

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A CCB possui um programa a ser seguido, tanto para a orquestra (homens) quanto para
as organistas (mulheres). No programa para as organistas constam os requisitos para cada
exame, os métodos usados, solfejo e a parte prática conforme o Quadro 1. Todas passam por
rigorosos exames após diversas aulas com instrutoras oficializados.
Há três tipos de exames que as organistas se submetem para tocar nos cultos da CCB,
sendo o primeiro Reuniões de Jovens e Menores (RJM), na qual só as jovens solteiras podem
tocar, mesmo as não batizadas. Na prova prática exigem os métodos: 2º Schmoll – Completo,
mais G. Bull, op.90 – adaptação para órgão – 20 lições, mais Czerny – Barrozo Neto, Vol.1 OU
Czerny – Germer – 20 lições à escolha. Na prova de teoria musical é utilizado o MTS (Método
de Teoria e Solfejo) produzido pela CCB e, para a RJM pede-se até o módulo 10. Os hinos são
para as RJM (indicado no hinário) mais 50 hinos para a meia hora e os Coros. Pede-se escalas
maiores com arpejos em uma oitava e escalas cromáticas.
O segundo é o exame para os cultos oficiais, onde só participam as organistas batizadas
que atingiram os pré-requisitos musicais. Para esse exame, os métodos exigidos são os mesmos
para RJM (citado acima), Burgmuller op. 100 Vol. 1 (adaptação para órgão com 15 estudos),
mais o Czerny – Barroso Neto Vol. 1, OU Czerny – Germer – 30 lições à escolha. As organistas
precisam saber o MTS por completo, assim como os 480 hinos (a 3 vozes) com pedaleira e
Coros a 4 vozes. As escalas são maiores e menores com arpejo em uma oitava, mais as escalas
cromáticas. As organistas aprovadas nesse exame podem tocar somente na igreja que sempre
frequentam.
O terceiro exame é o de oficialização, no qual também só participam as organistas
batizadas. Este é considerado a última etapa e, assim, as organistas aprovadas poderão tocar em
qualquer cidade onde houver uma Igreja da CCB. Neste exame, os métodos exigidos para a
prática são: Bach – O Pequeno Livro de Anna Magdalena adaptado para o órgão (6 lições à
escolha), Burgmuller op. 100 Vol. 1, adaptado para órgão (20 lições ou substituir por 10 lições
à escolha de Schumann – Álbum para a Juventude) OU 10 lições à escolha: III Schmoll ou 1
Sonatina à escolha. Também precisam saber o MTS completo, os 480 hinos (a 3 vozes) com
pedaleira e Coros a 4 vozes; escalas maiores e menores com arpejos em 2 oitavas, mais as
escalas cromáticas. Apesar da ordem fixa dos exames, as organistas podem pular uma etapa,
desde que os pré-requisitos sejam cumpridos. Quanto à questão do uso de métodos de piano
adaptados ao órgão, Ballesteros, em sua tese de doutorado, afirma:
34

Um fenômeno interessante se exemplifica, nesse caso, que é o da valorização da inexistência de


métodos de órgão como argumento comprobatório da hierarquia de aprendizado entre os
instrumentos. Essa perspectiva conclui a submissão didática organística à formação pianística
pela ausência de métodos de iniciação ao órgão. Mas essa lógica está baseada em uma espécie
de causalidade invertida, pois os métodos deveriam ser considerados como o reflexo de
circunstâncias culturais e históricas e não como fator determinante invariável de prática.
(BALLESTEROS, 2014, p. 269)

Quanto ao uso do método O Pequeno Livro de Anna Magdalena adaptado para órgão,
Rubio apresenta no prefácio:

...Quem já estudou os métodos originais para piano vai descobrir que este volume, adaptado para
órgão eletrônico de pedaleira com uma oitava, traz um desafio prazeroso de coordenação, que
apresenta ao organista uma amostra da plenitude daquele que é chamado o Rei dos Instrumentos:
o órgão. (RUBIO, Prefácio, s.d.)

Em uma dissertação de mestrado intitulada “Aprendizagem de música no cotidiano das


organistas da Congregação Cristã no Brasil em Juazeiro do Norte” de Carlos Renato de Lima
Brito (2016), ele afirma que a aprendizagem da música está presente em muitas Igrejas
Evangélicas e que, assim como outras pessoas, ele também se alfabetizou musicalmente dentro
da igreja. Segundo sua pesquisa, comenta que as organistas dessa igreja são capazes de tocar
um instrumento musical, composto de dois teclados e pedaleira (órgão), com partitura com três
pentagramas que apresentam quatro ou mais vozes simultaneamente. Brito investigou como se
dá a aprendizagem de música das organistas da CCB na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, e
quais os materiais didáticos adotados no ensino de música. Sua pesquisa envolveu a entrevista
de organistas da CCB onde relata que a maioria começa sua aprendizagem de música em casa,
e que logo ingressam nas aulas oferecidas na igreja. As organistas são direcionadas por um
programa mínimo estipulado pela CCB, na qual se preparam para os exames para ingressarem
na orquestra (que inclui os homens em outros instrumentos).
Neste capítulo será realizada a análise de dados dos questionários enviados às
organistas, dos quais foram extraídos itens de acordo com as respostas para a formulação dos
gráficos. As organistas participantes, divididas em dois grupos conforme os questionários
(questionários A e B), estão listadas nos Quadros 13 e 14, apresentando idade e local de
residência.
35

NOME IDADE CIDADE DE RESIDÊNCIA


Organista 1 47 Toledo, PR
Organista 2 53 Santo André, SP
Organista 3 20 Toledo, PR
Organista 4 Não especificada São Bernardo do Campo,
SP
Organista 5 44 São Gonçalo, RJ
Organista 6 42 Ribeirão Pires, SP
Organista 7 41 Cuiabá, MT
Organista 8 18 Rio Grande da Serra, SP
Organista 9 43 Suzano, SP
Organista10 31 São Lourenço da Serra, SP
Organista 11 33 Rio Grande da Serra, SP
Organista 12 17 Ribeirão Pires, SP
Organista 13 46 Ribeirão Pires, SP
Organista 14 31 Ribeirão Pires, SP
Organista 15 39 Rio Grande da Serra, SP
Organista 16 32 São Paulo, SP
Organista 17 36 Maceió, AL
Organista 18 17 Poços de Caldas, MG
Organista 19 62 Boston, USA
Organista 20 39 Montanha, ES
Organista 21 49 Santo André, SP
Organista 22 24 Valentim Gentil, SP
Organista 23 28 Mauá, SP
Organista 24 37 Fernandópolis, SP
Organista 25 46 São Paulo, SP
Organista 26 38 Fortaleza, CE
Organista 27 24 Mauá, SP
Organista 28 45 Planaltina, DF
Organista 29 37 Ribeirão Pires, SP
Organista 30 19 Rio Grande da Serra, SP
Organista 31 41 Rio Grande da Serra, SP
36

Organista 32 35 Ribeirão Pires, SP


Organista 33 31 Ribeirão Pires, SP
Organista 34 41 Ouroeste, SP
Organista 35 38 Santo André, SP
Organista 36 27 Monsenhor Paulo, MG
Organista 37 50 Sorocaba, SP
Organista 38 52 São Paulo, SP
Organista 39 34 Xarupi, AC
Organista 40 38 Porto Alegre, RS
Organista 41 49 Porto Alegre, RS
Organista 42 32 Alvorada, RS
Organista 43 23 Novo Hamburgo, RS
Organista 44 30 Fronteira, MG
Organista 45 38 Rio Grande, RS
Organista 46 41 Arenápolis, MT
Organista 47 32 São Vicente, SP
Organista 48 54 Taboão da Serra, SP
Organista 49 27 Porto Alegre, RS
Organista 50 59 Valinhos, SP
Organista 51 36 São Paulo, SP
Organista 52 44 São Vicente, SP
Organista 53 35 Jandira, SP
Organista 54 39 Rio de Janeiro, RJ
Organista 55 37 Cambé, PR
Organista 56 20 Cambé, PR
Organista 57 15 Rolândia, PR
Organista 58 29 MG
Organista 59 48 Brasília, DF
Organista 60 30 Curitiba, PR
Organista 61 54 Curitiba, PR
Organista 62 63 Curitiba, PR
Organista 63 23 Campo Grande, MS
Organista 64 50 São Paulo, SP
37

Organista 65 60 Curitiba, PR
Organista 66 31 Porto Alegre, RS
Organista 67 24 Machadinho d’Oeste, RO
Organista 68 29 Campo Bom, RS
Organista 69 37 Suzano, SP
Organista 70 28 São Paulo, SP
Organista 71 37 Sorocaba, SP
Organista 72 46 Sorocaba, SP
Organista 73 36 Sorocaba, SP
Organista 74 27 Sorocaba, SP
Organista 75 29 Sorocaba, SP
Organista 76 46 Propriá, SE
Organista 77 27 Sorocaba, SP
Organista 78 24 Caxias do Sul, RS
Organista 79 29 Porto Alegre, RS
Organista 80 47 Porto Alegre, RS
Organista 81 31 Resende, RJ
Organista 82 25 Porto Alegre, RS

Quadro 13. Dados correspondente às Organistas Oficializadas (QA)

O Quadro 13 mostra que as idades das organistas variam de 15 a 63 anos, as quais realizaram
seu exame de aptidão para tocar nos cultos com o Hinário 4.

NOME IDADE CIDADE DE


RESIDÊNCIA
Organista 1 32 Alvorada, RS
Organista 2 20 Boituva, SP
Organista 3 25 Ribeirão Pires, SP
Organista 4 17 Rio Grande da Serra, SP
Organista 5 24 Montanha, ES
Organista 6 17 Mauá, SP
38

Organista 7 38 São Paulo, SP


Organista 8 22 Colômbia, SP
Organista 9 19 Garça, SP
Organista 10 22 Garça, SP
Organista 11 21 Garça, SP
Organista 12 21 Rio Grande da Serra, SP
Organista 13 16 Porto Alegre, RS
Organista 14 30 Araraquara SP
Organista 15 14 Rolândia, PR
Organista 16 16 Potirendaba, SP
Organista 17 15 Rolândia, PR
Organista 18 23 Santo André, SP

Quadro 14. Dados correspondente às Organistas Aprendizes (QB)

Na Quadro 14 podemos observar que as idades das organistas variam de 14 a 38 anos.


Este grupo realizou o teste de aptidão através do Hinário 5. As organistas de ambos os grupos
estão aptas para tocarem nos cultos.
As questões mais relevantes de cada questionário serão apresentadas a seguir. Aquelas
não apresentadas se referem a dados pessoais que não são pertinentes nesse momento (quanto
tempo estuda por dia, por exemplo).

3.1 Questões do Questionário A – Organistas Oficializadas

Pergunta 4 - Com quem, onde e com quantos anos começou a estudar música?
Nessa questão, o início do estudo musical das organistas, as idades variam de 5 a 24 anos.
Sessenta organistas responderam que começaram os estudos na Igreja da Congregação Cristã,
enquanto somente 22 iniciaram os estudos com professoras particulares, como pode ser visto
no gráfico 1. Cada gráfico mostra primeiro o número real de pessoas, seguido pelas
percentagens.
39

PERGUNTA 4

Com professora
particular
27%
Início dos estudos
na Igreja
73%

Gráfico 1. Início dos estudos musicais das organistas oficializadas na CCB ou particular

Pergunta 6 - Qual a sua formação máxima em música (conservatório, curso superior,


especialização, mestrado, doutorado)? Qual o nome específico do curso? (Ex.: Licenciatura em
música com ênfase em piano, órgão).
Essa pergunta foi separada em dois itens: as organistas que realizaram somente o curso básico
oferecido pela CCB e as organistas que fizeram conservatório ou outra formação musical e o
curso básico da CCB. Nessa questão, 50 organistas responderam que possuem apenas o curso
básico oferecido pela CCB, enquanto 32 têm ou estão completando algum curso relacionado à
formação musical (ver Gráfico 2). Dentre os cursos encontra-se no Quadro 15:

Cursos Total de Organistas


Bacharelado em Música - Piano 2
Conservatório em Piano 14
Curso de órgão popular: Minami, Gambitt, Benhami e Yamaha 2
Especialização em Educação Musical 1
Licenciatura em Educação Musical 2
Licenciatura em Música 10
Mestrado em Música – Piano 1

Quadro 15. Tipos de curso de formação em música


40

PERGUNTA 6

Outros mais curso


básico oferecido
pela CCB
34% Curso básico
oferecido pela
CCB
66%

Gráfico 2. Formação musical das organistas do questionário A

Pergunta 7 - Você possui órgão em casa? Que tipo?


Todas as organistas, ou seja, 82, possuem órgão em casa. Somente duas possuem órgão com a
pedaleira completa (órgão litúrgico). As demais têm órgãos eletrônicos com dois teclados e
pedaleira de uma oitava. Vale ressaltar que o órgão utilizado na Igreja da CCB é geralmente
um eletrônico de dois teclados de 44 notas, partidos8, e com pedaleira com 13 notas, conforme
a figura 18. Destaco ainda que, o hinário e os métodos utilizados pela CCB são adaptados para
esse tipo de órgão, para pedaleira com apenas uma oitava. A organista toca com a mão direita
no teclado superior e a mão esquerda no inferior; o pedal toca-se somente com o pé esquerdo,
utilizando apenas a ponta do pé, enquanto o pé direito permanece no pedal de expressão,
controlando o volume do órgão.

8
Entende-se por teclado partido aquele com 44 notas, sendo o teclado superior de Fá2 até Dó6 e o inferior de Fá1
a Dó5. O órgão litúrgico possui de 2 a 5 teclados com 5 oitavas cada e pedaleira com 32 notas.
41

Figura 18. Modelo de órgão utilizado nas Igrejas da CCB

Pergunta 8 - Na mudança do Hinário 4 para o 5, qual foi a sua maior dificuldade diante
das modificações?
Dentre todas as questões elaboradas, essa foi a mais relevante: 4 responderam que tiveram
dificuldades somente na mão na esquerda. Quinze organistas responderam que tiveram bastante
dificuldade, mas não especificaram quais e 22 tiveram maiores dificuldades na mão esquerda e
pedal. O maior problema foi o acréscimo do novo pentagrama no Hinário 5 para 30 das
respondentes. As 4 restantes foram inseridas no item “outros”, pois as dificuldades encontradas
eram com andamento dos hinos, mudança de tonalidade e dedilhados.
42

PERGUNTA 8

Teve
dificuldades
(não
especificadas)
20% Novo pentagrama
Mão esquerda (pedal)
5% 40%
Outros
6%
Mão esquerda e
pedal
29%

Gráfico 3. Dificuldades relatadas na adaptação do Hinário 5

Pergunta 9 - Com o acréscimo de um novo pentagrama no Hinário 5 das organistas,


isso foi totalmente novo ou já estava familiarizada com essa notação?
Nessa questão, 22 organistas já estavam familiarizadas com a leitura de três pentagramas,
enquanto 60 responderam que um pentagrama específico para o pedal foi totalmente novo.

PERGUNTA 9

Familiarizada
com o novo
pentagrama 25%

Totalmente
novo
75%

Gráfico 4. Familiarização com o novo pentagrama do Hinário 5


43

Pergunta 10 - Como você já deveria estar acostumada com o Hinário 4, com somente
duas pautas, teve dificuldades em ler uma terceira?
Nessa questão, 21 organistas disseram que não tiveram nenhuma dificuldade na leitura de três
pentagramas ao mesmo tempo, enquanto 61 responderam que isto se apresentou como uma
dificuldade.

PERGUNTA 10

Não
26%

Sim
74%

Gráfico 5. Dificuldade em ler o terceiro pentagrama

Pergunta 11 – Você como organista oficializada, teve que estudar todo o Hinário 5?
Caso afirmativo como ocorreu esse estudo?
As organistas foram unânimes em responder que tiveram que estudar todo Hinário 5 para poder
tocar nos cultos. No entanto, muitas não explicaram como esse estudo ocorreu. Outras
comentaram que foi através do estudo de mãos juntas e depois acrescentaram o pedal. Citarei
algumas respostas retiradas do questionário a seguir:
“Sim. Tive que fazer várias anotações, estudar várias vezes com mãos separadas, pedal
separado. Usar metrônomo. ” (Organista 19)
“Segui o roteiro de estudos fornecido na reunião das organistas, e estudei primeiro os
hinos novos, depois os que sofreram alteração e, por último, os mais difíceis. ” (Organista 38)
“Sim aulas particulares e cursinhos na igreja. ” (Organista 46)
“Sim, fiz esse estudo sozinha em casa, mas tive que fazer estudos realmente, porque tem
gente que acha que dar uma tocada é estudar, mas fazer estudos é bem diferente de
simplesmente dar uma tocada, fiz muitos estudos em câmera lenta, observando os mínimos
44

detalhes, para depois chegar na velocidade correta, conforme pede o andamento de cada hino.
” (Organista 73)
“Sim, com certeza. Estudei 1 vez o hinário completo no piano, somente mão direita e
esquerda 2a vez no órgão com o hinário completo E, pelo menos 1vez por semestre toco
novamente o hinário inteiro para recordar, pois minha igreja tem 14 organistas e tocamos apenas
1x por mês na igreja. ” (Organista 2)
“Estudei tudo novamente, começando pelos fáceis, médios e os difíceis.” (Organista 10)

Pergunta 12 - Você já se deu conta que em vários hinos a voz do baixo da mão esquerda
é diferente da voz tocada pelo pedal?
A maioria das organistas responderam que havia notado essa diferença: entre o baixo da mão
esquerda e o baixo do pedal.

PERGUNTA 12

Não
10%

Sim
90%

Gráfico 6. Identificação das diferenças entre mão esquerda e pedal

Pergunta 13 - No Hinário 5, em alguns hinos o pedal tem notas diferentes daquelas que
a mão esquerda possui para o baixo (apesar de ambas terem a voz do baixo). Você toca como
está escrito no hinário ou como está escrito na mão esquerda?
45

Nessa questão 38 organistas responderam que tocam como está escrito na mão esquerda,
enquanto 44 tocam como escrito no hinário. Seguem alguns comentários retirados do
questionário:
“Tenho que prestar muita atenção quando executo os hinos, caso contrário toco como a
mão esquerda. ” (Organista 15)
“Alguns hinos consigo fazer como o pedal. ” (Organista 23)
“Na maioria das vezes, conforme a mão esquerda. ” (Organista 33)
“Em alguns hinos ainda toco como está escrito na mão esquerda. ” (Organista 40)
“Procuro tocar como escrito no hinário, como estava acostumada tocar no horário 4
ainda tem hinos que acabo tocando como antes. ” (Organista 42)
“Às vezes toco a primeira estrofe como está escrito na mão esquerda, só para me
familiarizar, depois nas demais estrofes tento tocar como está escrito para o pedal. ”
(Organista 82)

PERGUNTA 13

Como na mão
esquerda Como escrito no
46% hinário
54%

Gráfico 7. Material tocado pelo pedal

Pergunta 14 - O Hinário 5 contempla 30 novos hinos. Houve um período antes do seu


lançamento para que as organistas os aprendessem. Quais foram as estratégias de estudo que
você utilizou para tocar esses hinos logo após o seu lançamento nos cultos?
Todas as organistas que responderam o questionário disseram que tiveram maior
dificuldade com os hinos do Hinário 4 que apresentaram modificações do que com os novos
46

hinos. Em todas as igrejas do Brasil, houve ensaios com a orquestra e as organistas focando
apenas os novos hinos. Todas disseram que estudaram mãos juntas e depois acrescentaram o
pedal.

3.2 Questionário B – Organistas Aprendizes

Pergunta 4 - Com quem, onde e com quantos anos começou a estudar música?
Nessa questão, o início do estudo musical das organistas, as idades variam de 8 a 28
anos. Treze organistas responderam que começaram os estudos na Igreja da Congregação
Cristã, enquanto somente 5 iniciaram os estudos com professoras particulares, como pode ser
visto no gráfico 8.

PERGUNTA 4

Com Profª.
Particular
28%

Início dos
estudos na
Igreja
72%

Gráfico 8. Início dos estudos musicais das organistas aprendizes


na CCB ou particular

Pergunta 6 - Qual a sua formação máxima em música (conservatório, curso superior,


especialização, mestrado, doutorado)? Caso afirmativo, qual o nome específico do curso? (Ex:
Licenciatura em música com ênfase em piano, órgão).
Nessa questão, 6 organistas responderam que fizeram ou faz conservatório de piano,
enquanto 12 possuem somente o curso básico que a Igreja oferece.
47

PERGUNTA 6

Outros mais
curso básico da
igreja
33%
Curso básico
oferecido pela
igreja
67%

Gráfico 9. Formação musical das organistas do questionário B

Pergunta 7 – Você possui órgão em casa? Que tipo?


Todas responderam que possuem órgão daqueles modelos convencionais com uma
oitava de pedal. Ex: Gambitt, Minami, Tokai. Ver Figura 16.

Pergunta 8 – Como aprendiz da música, deve ter notado que tivemos um acréscimo de
um terceiro pentagrama (pedal) no Hinário 5. Você já tinha uma familiaridade com essa notação
ou viu pela primeira vez quando iniciou os estudos?
Nessa questão, 5 organistas já tinha uma familiaridade com essa notação pelo fato de ter
estudado alguns métodos transcritos pela CCB para o órgão, enquanto 13 organistas não tinham
familiaridade alguma, viram somente no Hinário 5.

Pergunta 8

Familiarizada
28%
Não
familiarizada
72%

Gráfico 10. Familiarização com o novo pentagrama do Hinário 5


48

Pergunta 9 - Com o acréscimo da terceira pauta (pedal), quando começou o estudo dos
hinos teve dificuldade com a leitura? De olhar 3 pautas ao mesmo tempo? Seja específica.
Nessa pergunta, 4 organistas responderam que tiveram dificuldades com a leitura,
enquanto 14 relataram não ter dificuldade.

PERGUNTA 9

Sim
22%

Não
78%

Gráfico 11. Dificuldade com a leitura de três pautas simultaneamente

Pergunta 10 - No Hinário 5, em alguns hinos o pedal tem notas diferentes daquelas que
a mão esquerda possui para o baixo (apesar de ambas terem a voz do baixo). Você toca como
está escrito no hinário ou como está escrito apenas na mão esquerda?
Todas as organistas responderam que tocam como escrito no hinário.

Pergunta 11 - Como você iniciou os estudos dos hinos já estávamos no Hinário 5, se


colocássemos os hinários 4 e o 5 nas suas mãos, quanto a notação, você acha qual o mais fácil?
Seja específica.
Nessa questão, 3 organistas acham o Hinário 4 menos complicado, enquanto 15
responderam que o Hinário 5 é mais fácil. Seguem dois comentários:
“Hinário 5. A pauta do pedilhado [dedilhado dos pés] já está pronta.” (Organista 9)
“Acho que o 5 ainda seria mais fácil. Ele simplifica algumas execuções que eram
feitas no Hinário 4, e o dedilhado está melhor. ” (Organista 13)
49

PERGUNTA 11

Hinário 4
17%

Hinário 5
83%

Gráfico 12. Hinário considerado menos complexo


pelas organistas aprendizes

Pergunta 12 - Como está ocorrendo o estudo dos hinos, tanto dos antigos como dos 30
novos? Quais as estratégias de estudo que você está usando? Seja específica.
Nessa questão, todas as organistas responderam a mesma forma de estudo: mãos
separadas, pedal sozinho e depois tudo junto. Segue a resposta de duas organistas:
“Creio que estou me saindo bem. Estudo vozes separadas, junto esquerda e pedilhado, toco
apenas mão direita e esquerda. Mas é diário. ” (Organista 11)
“Modestamente falando, me considero uma boa aprendiz da música, por gostar bastante, o
que ajuda muito. Minha maior dificuldade, é em alguns dedilhados que pedem que estique
muito os dedos, mas é em virtude de uma pequena limitação física que tenho. Até o momento,
tenho ido bem. Normalmente estudo cada pauta separadamente, e por fim, executo todas as
partes juntas, e sempre focando nas partes que encontro dificuldades. ” (Organista 13)
50

Discussão dos Questionários

Esta pesquisa não tem foco a comparação de resultados entre as organistas oficializadas
e as aprendizes. No entanto, algumas observações são relevantes:
As organistas oficializadas iniciaram seus estudos musicais entre as idades de 5 a 24
anos. As aprendizes variam a idade entre 8 a 28 anos. A idade não é um quesito importante
entre os dois grupos porque as organistas são as “mesmas”, apenas o tempo em que começaram
a estudar determinou qual o hinário que usariam.
Como a maioria dos dois grupos possui o curso básico da Igreja aproximadamente 66%,
34% das oficializadas e 33% das aprendizes procuraram continuar sua formação musical, sendo
em Educação Musical ou piano. A falta de procura por cursos superiores em órgão pode ser
pelo desconhecimento dos cursos disponíveis ou pelo número limitado de cursos existentes no
país.
Todas as 100 organistas entrevistadas responderam que possuem um instrumento em
casa, sendo que 98 tem um semelhante àquele utilizado na Igreja, e apenas duas possuem um
órgão litúrgico. À primeira vista, pareceria que o nível econômico destas organistas é alto, mas
a verdade é que a comunidade auxilia na aquisição de instrumentos (órgão e instrumento de
orquestras), muitas vezes por meio de doações para aqueles que realmente o necessitam. O
órgão que a maioria possui tem um custo muito baixo comparado com o litúrgico.
A introdução do terceiro pentagrama no Hinário 5 apresentou-se como novidade para
aproximadamente 75% das organistas oficializadas, sendo que, 40% afirmaram que esta foi o
maior problema na sua adaptação. A segunda maior dificuldade deste grupo (29%) foi tocar a
mão esquerda com pedal. Por outro lado, as aprendizes não acharam o terceiro pentagrama
problemático (78%), uma vez que iniciaram diretamente com ele. As oficializadas realizaram
exames no Hinário 4 (dois pentagramas) e tiveram que reaprender todos os hinos, além de
aprender a tocar com um terceiro pentagrama, onde o baixo da ME e o pedal são diferentes em
194 hinos, apesar de não de forma prolongada, nem caracterizando um hino a 5 vozes.
Quanto à maneira de estudar os hinos, as organistas oficializadas foram unânimes em
dizer que estudam primeiro mãos juntas e depois acrescentam o pedal. Apesar de parecer uma
forma eficiente de estudar, já que as mudanças ocorrem justamente entre a mão esquerda e o
pedal, 46% reportam não tocar como está escrito no hinário. As aprendizes também foram
unânimes, mas estudam mãos e pedal isolados primeiramente para depois juntar todas as vozes.
Todas disseram que tocam como está escrito.
51

4. UMA PROPOSTA DE ESTRATÉGIAS DE ESTUDO PARA OS HINOS NOVOS


E MODIFICADOS DO HINÁRIO 4 PARA O HINÁRIO 5

De acordo com a análise de dados dos dois questionários, notei que muitas organistas
oficializadas ainda estão tendo dificuldades com a leitura do Hinário 5.9 Com isso, formulei
exercícios que poderão ajudá-las no estudo dos hinos. Esses também poderão beneficiar as
aprendizes como forma de estudo. Os exercícios estão alicerçados nos seguintes aspectos: o uso
do estudo de auto ensino, de estratégias de estudos e estratégias usualmente utilizadas em
métodos de ensino de órgão, os quais apresento a seguir.
Segundo Galamian (JORGENSEN, 2004, p.85 apud. GALAMIAN, 1964), vários
professores de música sugerem ser conveniente que os alunos abordem o estudo como uma
forma de “auto ensino”, em que, na falta de orientação, os mesmos façam o papel de assessores
do professor, prescrevendo tarefas bem definidas e supervisionando seu próprio trabalho. No
presente trabalho, os exercícios apresentados são de fácil assimilação, podendo ser aplicados a
todos os hinos conforme as dificuldades individuais.
Carvalho (2015), em seu artigo Learning Strategies in Organ Practice: A preliminary
investigation as a potential tool in the preparation of a contrapuntal work (Estratégias de estudo
na prática organística: uma investigação preliminar como ferramenta potencial na preparação
de uma obra contrapontística), divide estratégias de estudo para o início da prática de uma obra
ao órgão em três categorias: melódicas, técnicas e contrapontísticas (CARVALHO, 2015).
Neste trabalho adoto apenas a categoria das estratégias técnicas, que no trabalho de Carvalho
aparecem para os trechos mais complexos como, por exemplo, com a divisão das vozes escritas
para mesma mão entre ambas as mãos, entre outros.
Além disto, a ordem de como estudar as mãos e o pedal, adoto aquela utilizada no
método de Ritchie e Stauffer (2000), como apoio para preparação dos exercícios para os hinos.
No método desses autores, eles indicam que se deve estudar (em alguns casos): somente mão
esquerda, somente mão direita, mãos juntas, somente pedal, mão direita e pedal, mão esquerda
e pedal e, por fim, a junção de todas as vozes (RITCHIE, STAUFFER 2000).
Selecionei 2 hinos novos e 3 alterados como exemplos representativos do tipos de
dificuldades que ocorrem na maioria dos hinos. Somente os trechos mais complexos serão
apresentados e as estratégias de estudo seguem abaixo de cada exercício.

9
Relembrando, as organistas aprendizes não apresentam esse problema, pois aprendem direto no Hinário 5.
Porém, poderão se beneficiar com os exercícios como estratégias de estudo.
52

As dificuldades sempre ocorrem entre a mão esquerda e o pedal. O trecho original será
apresentado no final de todas as estratégias com a omissão do contralto, uma vez que muitas
organistas tocam apenas o soprano (o que é permitido)10.

4.1 Exercícios para o Hino 26, “Julga-me, Senhor”

A dificuldade nesse hino inicia-se a partir do compasso 6 (uma frase) e o coro, o qual é
repetido após cada uma das três estrofes.

4.1.1 Hino 26, c.5-7

Figura 19. Trecho original, Hino 26, Hinário 5, c.5-7

a) Nesse exemplo a voz mais grave da M.E. e o pedal foram retirados. Estudar mãos juntas
(soprano mais tenor), ouvindo a M.E. seguindo o dedilhado indicado.

Figura 20. Hino 26, c. 5-7. Mãos juntas – MD soprano e ME tenor

10
É importante observar que é permitido tocar apenas o soprano na mão direita nos hinos, uma vez que ressalta a
linha melódica para a congregação. Devido ao uso do órgão com dois teclados, com a mão direita sempre no
teclado superior, tocar a voz do contralto junto ressalta esta voz, que não é cantada pelos presentes nos serviços
religiosos.
53

b) O soprano foi retirado; o pedal foi acrescentado. Tocar o exemplo, escutando sempre
a ME.

Figura 21. Hino 26, c. 5-7. Pedal e ME tenor

c) Tocar mãos juntas como está no original.

Figura 22. Hino 26, c. 5-7. Mãos juntas

d) Agora tocar todo o trecho como está escrito no Hinário 5:

Figura 23. Hino 26, c. 5-7. Trecho original sem contralto


54

4.1.2 Hino 26, c.9-10

Figura 24. Hino 26, c.9-10, trecho original

A dificuldade neste trecho do hino apresenta-se no início do coro (c.9), onde aparece
uma nota no pedal diferente da nota mais grave do baixo da mão esquerda (Figura 22). O pedal
é sustentado enquanto a mão esquerda faz uma passagem e, no c.10, no contratempo do segundo
tempo (semicolcheia), o pedal não executa essa nota (Si).

a) Tocar mãos juntas com a digitação proposta, escutando à voz do tenor.

Figura 25. Hino 26, c. 9-10. M.D. soprano e M.E. tenor


55

b) Tocar somente a M.E. e pedal.

Figura 26. Hino 26, c. 9-10. M.E. e pedal

c) Tocar mãos juntas e pedal escutando a voz do tenor.

Figura 27. Hino 26, c. 9-10. Trecho original sem o contralto

4.1.3 Hino 26, c. 13-14

Figura 28. Hino 26, c.13-14. Trecho original


56

a) Estudar apenas MD - soprano, prestando bastante atenção ao dedilhado.

Figura 29. Hino 26, c.13-14. MD - soprano

b) Estudar apenas ME, com atenção no dedilhado proposto.

Figura 30. Hino 26, c.13-14. ME

c) Estudar mãos juntas. Cuidar os dedilhados.

Figura 31. Hino 26, c.13-14. Mãos juntas


57

d) Estudar ME e pedal, atentando ao dedilhado.

Figura 32. Hino 26, c.13-14. ME e pedal

e) Estudar mãos juntas e pedal.

Figura 33. Hino 26, c.13-14. Mãos juntas e pedal


58

4.2 Hino 88, “Minha oração”

Várias transformações ocorreram nesse hino: (1) a fórmula de compasso mudou de 3/4 para
4/4, (2) a tonalidade mudou de Láb maior para Sol maior, (3) a mão esquerda não tem mais
arpejos, e (4) o texto teve algumas alterações. A primeira seção (estrofes) do Hinário 4 será
apresentada abaixo, seguido do Hinário 5 onde, a seguir, proporei as estratégias de estudo. Logo
depois realizarei o mesmo com o coro.

4.2.1 Hino 88, c. 1-8

Figura 34. Hino 125, c.1-8. Hinário 4 - Trecho original


59

.
Figura 35. Hino 88, c.1-8, Hinário 5 - Trecho original

a) Estudar MD e pedal com o dedilhado indicado.

Figura 36. Hino 88, c.1-8. MD e pedal


60

b) Estudar ME e pedal

Figura 37. Hino 88, c.1-8. ME e pedal

d) Estudar mãos juntas cuidando o dedilhado indicado.

Figura 38. Hino 88, c.1-8. Mãos juntas


61

d) Executar trecho original

Figura 39. Hino 88, c.1-8. Trecho original sem contralto

4.2.2 Hino 88, c. 9-16

a) Estudar MD e pedal

Figura 40. Hino 88, c.9-16. MD e pedal


62

b) Estudar ME e pedal

Figura 41. Hino 88, c.9-16. ME e pedal

c) Estudar mãos juntas

Figura 42. Hino 88, c.9-16. Mãos juntas


63

d) Executar trecho original

Figura 43. Hino 88, c.9-16. Trecho original sem contralto

4.3 Hino 215, “Em breve ao céu irei”

O Hino 215, assim como o hino 191, são alguns dos hinos que apresentam várias
alterações. No Hino 215, há também alterações no texto. As maiores alterações musicais
neste hino ocorrem no coro, que aqui é chamado de “Final”, conforme as figuras abaixo.
64

Figura 44. Hino 191, c.8-14, Hinário 4 - Trecho original do Coro


65

Figura 45. Hino 215, Hinário 5, c.8-13. Trecho original do Final

O trecho mais complexo neste hino encontra-se no final do c.9, onde a última nota da
voz inferior da mão esquerda é diferente do pedal (Figura 46). No c.11 a voz inferior da ME
(em vermelho) e o pedal (em azul) possuem notas distintas até o primeiro tempo do
compasso seguinte.
66

a) Estudar ME com pedal

Figura 46. Hino 215, tempo final c.9-13. ME e pedal

b) Estudar MD com pedal (com contralto)

Figura 47. Hino 215, tempo final c.9-13. MD e pedal (com contralto)
67

c) Mão juntas

Figura 48. Hino 215, tempo final c.9-13. Mãos juntas

d) Tocar conforme o original

Figura 49. Hino 215, c.9-13. Trecho original (com contralto)


68

Como dito no capítulo 2, apenas 18 dos 30 hinos são totalmente novos. A seguir serão
apresentados 2 hinos dentre os 18 do Hinário 5, cujas estratégias de estudo estarão direcionadas
às dificuldades puramente técnicas, uma vez que as organistas de ambos os grupos tiveram que
aprender esses. Neste grupo de hinos, o pedal dobra a voz inferior da ME em 15 hinos. Nos 3
restantes existe apenas uma nota diferente em cada hino entre ME e pedal (Hinos 146, 210,
260). Escolhi um destes para apresentar estratégias de estudo e outro que contém alternações
entre fórmulas de compasso 4/4 e 3/4.

4.4 Hino 407, “És bendito eternamente!”

Neste hino há três locais onde a ME executa notas (em vermelho), enquanto o pedal
sustenta uma.

4.4.1 Hino 407, c.1-4

Figura 50. Hino 407, c.1-4. Trecho original


69

a) Estudar MD e pedal

Figura 51. Hino 407, c.1-4. MD e pedal

b) Estudar somente o baixo da ME e pedal

Figura 52. Hino 407, c.1-4. Baixo da ME e pedal

c) Estudar ME e pedal

Figura 53. Hino 407, c.1-4. ME e pedal


70

d) Estudar mãos juntas

Figura 54. Hino 407, c.1-4. Mão juntas

e) Executar o trecho original

Figura 55. Hino 407, c.1-4. Trecho original (sem contralto)


71

4.5 Hino 368, “Deus nos elegeu para Si”

Este hino alterna as fórmulas de compasso 4/4 e 3/4. Não há dificuldade técnica com
relação a ME e pedal, uma vez que existe dobramento durante todo o hino da voz inferior da
ME com o pedal. A estratégia proposta é estudar todos os trechos 4/4 juntos e igualmente
com os trechos em 3/4.

4.5.1 Hino 368, c. 1-2; c. 5-6; c. 8 (trechos em 4/4)

a) Estudar acentuando o primeiro e terceiro tempos.

Figura 56. Hino 368, c.1-2, c.5-6 e c.8. Trechos em 4/4


72

4.5.2. Hino 368, c. 3-4; c. 7, c. 9-16 (trechos em 3/4)

a) Estudar acentuando o primeiro tempo de cada compasso.

Figura 57. Hino 368, c.3.4, c.7 e c.9-16. Trechos em 3/4

4.5.3. Hino 368, c. 1-16

a) Estudar o trecho original sem a voz do contralto.


73

Figura 58. Hino 407, c.1-4. Trecho original


74

CONCLUSÃO

Em quase todas as igrejas protestantes, exceto na CCB, os hinários contêm escrita à


quatro vozes em dois pentagramas, onde a M.E. executa apenas o tenor e o pedal toca o baixo.
Na CCB, até e inclusive o uso do Hinário 4, o pedal sempre dobrava o baixo, junto com a M.E.
Com a introdução do Hinário 5 (com 3 pentagramas), o pedal nem sempre dobra o baixo da
ME, sendo que em 194 hinos ocorre diferenciação entre essas vozes, podendo aparecer até
cinco, por alguns compassos. Acredito que este é o primeiro hinário com três pentagramas,
sendo um exclusivo para o pedal. A consequente dificuldade é óbvia, pois tocar 5 vozes não é
uma tarefa simples, muito menos para as organistas oficializadas que tiveram que reaprender
praticamente todos os hinos devido a tantas mudanças que ocorreram entre o Hinário 4 e o
Hinário 5.
Não se sabe se todas oficializadas realmente executam o Hinário 5 como está escrito.
Nesta pesquisa, das 82 organistas oficializadas, 46% admitiram não tocar como no original,
uma questão que precisa ser investigada com um universo maior. Como este grupo não
necessita passar por outro exame, somente uma pesquisa mais aprofundada poderá verificar
esta questão. Como o Hinário 5 foi lançado em 2012, seria interessante saber porque esta cifra
ainda é alta. Será por falta de uma metodologia mais adequada?
Apesar do número reduzido de organistas aprendizes respondentes, foi de grande valia,
pois revelaram não ter dificuldades na aprendizagem dos hinos. Isto demonstra que a
reaprendizagem (quando há mudanças diversas) é muito mais complexa do que aprender algo
pela primeira vez.
Outro aspecto relevante é o fato de não existir material didático específico para a
aprendizagem dos hinos. O ensino básico oferecido pela Igreja inclui o uso de métodos
existentes para piano adaptados ao órgão. Existem inúmeros métodos próprios para órgão que
poderiam ser utilizados.
Conforme levantado nesta pesquisa, dentre as 82 organistas oficializadas, 50 possuem
apenas o curso de órgão oferecido pela CCB. Somente 2 das 32 organistas com formação além
da igreja estudaram órgão, sendo este popular, e apenas 17 dessas possuem cursos de piano em
nível de conservatório (14), bacharelado (2) ou mestrado (1). Mesmo assim, ficou evidente no
Encontro de Organistas que frequentei em 2017 em São Paulo, onde haviam 30 organistas da
CCB, que há grande interesse de apreenderem obras eruditas, mesmo que não possam ser
tocadas na igreja. Afinal, as que estudaram piano também aprenderam um repertório erudito. A
procura por cursos superiores em órgão ainda é quase inexistente provavelmente pela falta de
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informação e/ou pela distância dos cursos em vigor. Esses cursos poderão oferecer novos
horizontes no campo da música.
Um dos pontos mais impressionantes para quem não é da CCB é o fato da organista não
saber de antemão quais hinos serão solicitados a cada culto, pois isto é realizado na hora. Este
é o motivo pela qual a organista oficializada é obrigada a saber tocar 480 hinos (mais 6 Coros).
Isto demonstra não apenas o comprometimento da organista com seu ofício, mas a
responsabilidade dela diante da orquestra e da congregação como líder dos hinos. A organista
da CCB presta um serviço voluntário à comunidade que é desenvolvido por um desejo espiritual
de servir a Deus e poder “retribuir” um dom que recebeu. Sem dúvida a organista possui um
“status” por ser a única mulher que tem voz participativa diante da orquestra e dos clérigos. E
é através da música que ela pode se destacar de uma forma humilde diante de Deus.
Este trabalho apresenta a evolução dos hinários utilizados na CCB, fato que poderá
interessar a todas as organistas. A análise dos hinos que apresentei será de grande valor para as
organistas oficializadas uma vez que apresento todas as mudanças que foram realizadas na
última edição como mudança de tonalidade, o número do hino, a letra, ritmo e pedal
simplificado, entre outros. Vale ressaltar que muitas organistas oficializadas tocam na igreja há
mais de 20 anos e conhecem os hinos (Hinário 4) pelo número ou título, tendo grande parte
destes mudado no atual hinário.
Com a análise realizada no hinário e a aplicação dos questionários, notei que muitas
organistas ainda não tocam como está escrito no Hinário 5. Assim, propus exercícios para
auxiliá-las no estudo destes hinos. Esses exercícios foram pensados em resolver problemas
técnicos que servirão de base não somente para os hinos que utilizei como exemplos, mas para
todo o hinário. Isso poderá incentivar esse grupo que não toca como está escrito a voltar a
estudar, uma vez que é uma exigência.
Finalmente, espero que este trabalho possa servir como uma fonte de consulta para a
imensa classe de organistas existente na minha Igreja (CCB) em todo o Brasil (e até outros
países) para sanar as dificuldades apresentadas pela introdução de um terceiro pentagrama.
Futuras pesquisas poderão verificar a eficácia dos exercícios propostos na aprendizagem e na
reaprendizagem pelas organistas oficializadas do Hinário 5 e suas implicações.
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REFERÊNCIAS

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Biografias dos compositores do Hinário CCB. (não publicado), 2017.

BALLESTEROS, Domitila de Lima. O órgão eletrônico e o órgão de tubos na prática religiosa


organística da cidade do Rio de Janeiro, 2014. 317 f. Tese (Doutorado em Música) – Programa
de Pós-graduação em Música, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro.

BRITO, C. R. L. Aprendizagem de música no cotidiano das organistas da Congregação Cristã


no Brasil em Juazeiro do Norte, 2016. 123 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de
Pós-graduação em Música, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

CARVALHO, Any Raquel. LEARNING STRATEGIES IN ORGAN PRACTICE: A


preliminary investigation as a potential tool in the preparation of a contrapuntal work. In:
Música em Perspectiva, v. 8, no. 2, p. 9-29. 2015.

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Paulo: Congregação Cristã no Brasil, 1951.

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CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL. Histórico Musical e Instruções Regulamentares


para as Orquestras. São Paulo: Congregação Cristã no Brasil, 2006.

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Congregação Cristã no Brasil, 1943.

CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL. Novo Livro de Hymnos e Psalmos Espirituaes: n.


1. São Paulo: Congregação Cristã no Brasil, 1936.

CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL. Resumo da Convenção; Reuniões e Ensinamentos;


Pontos de Doutrina e da Fé que uma vez foi dada aos Santos; Histórico da Obra de Deus,
revelada pelo Espírito Santo no século passado; Mensagens. São Paulo: Ind. Gráfica e Editora
Augusto Ltda., 2002.

Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto
Editora, 2003-2016. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
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Quais são os Hinos novos do Hinário N°5 CCB?


https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20130120055736AAuRtny

RITCHIE, George H.; STAUFFER, George B. Organ Technique: Modern and Early. New
York: Oxford University Press, 2000.

RUBIO, Amador. J. S. Bach, O pequeno Livro de Ana Magdalena Bach. Adaptados para órgão
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