Manual Clinico Alimentacao Nutricao Aids Hiv
Manual Clinico Alimentacao Nutricao Aids Hiv
Manual Clinico Alimentacao Nutricao Aids Hiv
2006
2006
9 798533 411530
Ministério
da Saúde
Manual Clínico de Alimentação e Nutrição
Na Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
Série Manuais nº 71
Brasília, DF
2006
© 2006. Ministério da Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
Tiragem: 40.000 exemplares
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Assessor de Comunicação/PN-DST/AIDS
Alexandre Magno de A. Amorim
Editor
Dario Noleto
Capa
Lúcia Helena Saldanha Gomes
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN 85-334-1153-7
Mariângela Simão
Diretora do Programa Nacional de DST e Aids
Secretaria de Vigilância em Saúde
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................... 5
Introdução ..............................................................................................................................9
Segurança Alimentar e Nutricional ............................................................................... 9
Política Nacional de Alimentação e Nutrição .............................................................. 10
Importância da Alimentação Saudável para as Pessoas Vivendo com HIV e Aids (PVHA)
...............................................................................................................................................17
Tipos de Nutrientes ....................................................................................................... 20
Padrões Alimentares ..................................................................................................... 21
Modismos ...................................................................................................................... 23
ANEXO 1
Micronutrientes ................................................................................................................... 69
Introdução
A Nutrição tem alcançado nos últimos anos o reconhecimento mundial por enfatizar
a importância da alimentação saudável na promoção da saúde das populações. Ela
vem fornecer subsídios para o planejamento estratégico da alimentação e a utilização
adequada do alimento como promotor da saúde, reduzindo o risco de agravos e buscando
a melhoria do estado nutricional. Alimentar-se bem e de forma constante é um direito
humano.
Quando a pessoa vivendo com HIV e aids (PVHA) procura um serviço especializado, é
importante considerar a possibilidade dela não compreender a relação da alimentação/
nutrição/imunidade/saúde. Esta procura, pode representar um momento oportuno
para se enfatizar os cuidados com a sua saúde e com isso alcançar a eficácia desejada,
favorecendo a adesão ao seu tratamento.
O sofrimento gerado pelo impacto de se perceber portador de uma doença crônica que
ainda não tem cura pode, paradoxalmente, contribuir para que a pessoa encare os diversos
aspectos da vida positivamente, e dentro do que lhe compete promover mudanças em
seu estilo de vida, inclusive nos hábitos alimentares, caso seja necessário.
Para o alcance dos propósitos desta Política são definidas como diretrizes: o estímulo às
ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos; a garantia da segurança
e da qualidade dos alimentos e da prestação de serviços neste contexto; o monitoramento
da situação alimentar e nutricional; a promoção de práticas alimentares e estilos de vida
saudáveis; a prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à
alimentação e nutrição; a promoção do desenvolvimento de linhas de investigação; e o
desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
Uma alimentação saudável deve estar baseada em práticas alimentares que assumam
a significação social e cultural dos alimentos como fundamento conceitual. Para nós,
indivíduos e coletivo humano, a alimentação significa, e tem sentido, em função do
consumo de alimentos (e não de nutrientes): os alimentos têm gosto, cor, forma, aroma
e textura. Todos estes componentes precisam ser considerados na abordagem e no
cuidado nutricional.
Os nutrientes – que compõem os alimentos e são por estes veiculados com vistas à
nutrição humana - são muito importantes. Contudo, os alimentos não podem ser
resumidos e tratados – em nível coletivo ou individual - apenas como veículos de
nutrientes. Os alimentos trazem significações culturais, comportamentais e afetivas
singulares que jamais podem ser desprezadas. Esse entendimento implica em considerar
o alimento como fonte de prazer, uma abordagem necessária para a promoção da
saúde.
estado nutricional, estado de saúde, idade, sexo, grau de atividade física e estado
fisiológico. Vale aqui ressaltar ainda que entre os vários nutrientes orgânicos,
ocorrem interações que podem ser benéficas e outras que podem ser prejudiciais
ao estado nutricional, o que implica na necessidade de harmonia e equilíbrio
entre os alimentos consumidos.
6. Segura: os alimentos que compõem a alimentação devem ser seguros, livres de
contaminação físico-química, biológica ou genética, evitando possíveis riscos
que podem causar à saúde das pessoas e das coletividades. Neste sentido, práticas
adequadas de produção, processamento e manipulação dos alimentos, desde a
sua origem até o preparo para consumo, em nível domiciliar ou em restaurantes
e comércio de alimentos, devem ser observadas com o objetivo da redução de
riscos à saúde e, conseqüentemente, ao estado nutricional. Portanto, a atuação
da vigilância sanitária e a orientação de práticas adequadas de seleção e preparo
de alimentos devem ser asseguradas pelas políticas públicas de promoção da
alimentação saudável.
Por fim, cabe destacar que a alimentação e nutrição adequadas constituem requisitos
básicos para o crescimento e desenvolvimento humano ideal, mas devem estar inseridas
em um contexto de ações integradas de promoção de modos de vida saudáveis,
lembrando que os direitos humanos (paz, alimentação, moradia, renda, educação,
ecossistema estável, justiça social e equidade) são indivisíveis e inter-dependentes.
16 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
2
Importância da
Alimentação Saudável
para a Pessoa Vivendo
com HIV e aids
19
Para obter uma alimentação saudável, a pessoa deve buscar ingerir todos os grupos
de alimentos diariamente, vide quadro 1. A alimentação saudável deve fornecer
carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, que são nutrientes necessários ao
bom funcionamento do organismo. A diversidade dietética que fundamenta o conceito
de alimentação saudável pressupõe que nenhum alimento específico – ou grupo deles
- é suficiente para atender a todos os nutrientes requeridos à uma boa nutrição e
conseqüente garantia e manutenção da saúde. As características de uma alimentação
saudável devem sempre ser consideradas no contexto da saúde e da doença.
20 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
Padrões de Alimentação
A utilização de dietas não usuais deve passar por avaliações profissionais críticas, pois
qualquer padrão alimentar que contiver numerosas restrições ou seja inadequado ao
planejamento das refeições, pode resultar em danos à saúde.
Padrões de
Características Benefícios Deficiências
alimentação
Vitaminas: B12 e D
Minerais: cálcio,
ferro e zinco.
Rica em fibras.
Pobre em proteínas
Vegetariana Isenta de gorduras
Isenta de alimentos de de alto valor
estrita animais.
origem animal. biológico.
(Vegan) Rica em elementos
Hipocalórica.
antioxidantes.
Contra indicada
para gestantes,
lactentes e crianças.
Minerais: ferro e
zinco.
Rica em fibras. Em caso de
Lacto- Alimentos vegetais e
Rica em elementos excessos de fibras,
vegetariana laticínios.
antioxidantes. há prejuízo na
absorção de
minerais.
Minerais: ferro e
zinco.
Rica em fibras. Em caso de
Ovo-lacto- Alimentos vegetais,
Rica em elementos excessos de fibras,
vegetariana laticínios e ovos.
antioxidantes. há prejuízo na
absorção de
minerais.
Favorece a
Carnes e laticínios não são
biodisponibilidade
usados na mesma refeição.
dos minerais cálcio
Carnes são lavadas e
e ferro.
tratadas com sal antes de
Protege seus
seu consumo. Tendência a conter
Kasher adeptos de
Não são consumidos teores mais altos de
(leis dietéticas algumas
animais como o porco, colesterol, gorduras
judaicas) toxinfecções e
crustáceos e peixes que se saturadas e sódio.
parasitoses, em
alimentam de materiais em
função do rigoroso
decomposição.
controle sanitário
Estipula regras sanitárias no
no abate de
abate de animais.
animais.
Atribui propriedades
metafísicas aos alimentos.
Seu nível mais restrito Rica em fibras Minerais: cálcio,
é isento de produtos de Isenta de gorduras ferro e zinco.
origem animal e alimentos animais. Vitaminas: B (12),
crus, sendo composta Favorece a D, C, riboflavina.
Macrobiótica
basicamente de cereais e digestibilidade Pobre em proteínas
vegetais cozidos. uma vez que os de alto valor
Recomenda que os alimentos são biológico.
alimentos sejam muito muito triturados. Hipocalórica.
mastigados.
Restrição hídrica.
23
Desequilibrada
nutricionalmente.
Teor muito alto de colesterol,
gorduras saturadas e sódio.
Sobrecarga renal e hepática.
Baixo teor de fibras.
Cetose metabólica devido ao
uso de proteínas e gorduras
Dieta das proteínas Isenta de alimentos fonte de
como fronte de energia.
(Atkins) carboidratos.
Prováveis sintomas como
astenia, náusea, irritabilidade,
cefaléia e insônia.
Prováveis perdas de cálcio pela
urina - risco de osteoporose.
Alto custo.
Contra-indicada para
gestantes.
Em geral não se baseiam no
equilíbrio dos nutrientes, nem
nas necessidades individuais,
Dietas hipocalóricas Ingestão de alimentos de podendo levar a vários tipos
para emagrecimento baixo valor energético. de deficiências de vitaminas,
minerais e proteínas, se
seguidas por um longo
período.
Diverge da alimentação usual.
Suplementos como Suplementos fortificados
Promove monotonia
“Shakes” para usados como substitutos de
alimentar.
emagrecimento refeições.
Alto custo.
Suplementos para Promove sobrecarga renal e
ganho de massa Suplementos hiperproteicos. hepática.
muscular Alto custo.
24 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
3
Principais Aspectos da
Avaliação e Diagnóstico
Nutricional
27
Escolaridade.
Condições de habitação: número de moradores do
Social
domicílio.
Preparo e local da alimentação.
Trabalho.
Econômico Renda.
Acesso a alimentos.
Religião.
Cultural
Hábitos / Tabus.
Antecedentes familiares Patologias.
Tuberculose.
Infecções Oportunistas.
Patologias prevalentes
Doenças Sexualmente Transmissíveis.
Doenças Crônicas não Transmissíveis.
ARV.
Anti-tuberculostáticos.
Medicamentos para infecções oportunistas.
Suplementos e/ou Vitaminas.
Medicamentos em uso
Outros medicamentos.
Interações drogas x nutrientes.
Interação com outros medicamentos.
Adesão.
Locomoção.
Visão.
Capacidade Funcional
Audição.
Necessidade e disponibilidade de cuidador.
Álcool.
Uso de drogas Fumo.
Não lícitas.
Distúrbios emocionais (depressão, ansiedade,
compulsão, anorexia).
Condição emocional
Aceitação da soropositividade.
Abertura do diagnóstico no ambiente social e familiar.
Boca.
Mastigação.
Condições do aparelho Deglutição.
digestivo Náuseas / vômitos.
Diarréia.
Obstipação.
Ocupação.
Atividade física e prática
Tipo de exercício físico.
de esporte
Freqüência e quantidade.
Medidas antropométricas Peso e composição corpórea (variações).
Várias doenças oportunistas têm a boca como porta de entrada, tanto através do
alimento contaminado, quanto do contato com as mãos e utensílios não higienizados.
Nem sempre os alimentos contaminados se mostram alterados em sua cor, aroma, gosto
e textura. Porém, mudanças na característica natural dos alimentos podem indicar
que os mesmos se encontram impróprios para o consumo. Não comprar alimentos
35
com embalagens alteradas, fora dos seus prazos de validade ou que mostrarem alguns
sinais visíveis de alterações. Não comprar legumes ou frutas que estejam manchados,
mofados, com partes moles ou danificadas. Vegetais folhosos devem apresentar a sua
cor característica, sem manchas amarelas ou sinais de envelhecimento. Carnes devem
apresentar sua cor, odor e aspectos característicos. Cereais e leguminosas não devem
apresentar mofo, bolor ou carunchos. Quadro 5.
Quadro 5 – Esquema Básico dos Tipos de alimentos e como conservá-los
Este tema ainda é controverso, apesar da correlação, ainda não foi possível determinar
se a imunossupressão provoca a hipovitaminose A diretamente ou se a hipovitaminose
A é um fator desencadeante da imunossupressão. Portanto, esta nova abordagem, ainda
que preliminar, demonstra que o estado nutricional de vitamina A na infecção por HIV
é muito importante e que a suplementação pode ser uma estratégia de intervenção nesses
casos. Uma vez que a vitamina A está associada aos fatores imunológicos orgânicos,
mesmo não havendo consenso internacional sobre o processo desencadeador da
hipovitaminose A, recomenda-se aumento do consumo de alimentos ricos em vitamina
A, como uma conduta preventiva adequada.
Alguns dos ARV e drogas para tratamento das doenças oportunistas podem provocar
efeitos colaterais que interferem na ingestão, digestão e absorção dos nutrientes, com
possível prejuízo ao estado nutricional do indivíduo (Mahan, 2002). Em contrapartida,
os nutrientes ao interagir com estas drogas, podem comprometer a eficácia da
terapêutica. (Moura, 2002).
Recomendações
Droga Interação com Alimento Possíveis Reações Adversas
Administração Dietéticas/Suplemento
Anemia.
Zidovudina Dieta rica em gordura diminui Com ou sem alimento, evitando os muito
Depleção de Zinco e Cobre. Pode necessitar de suplementação de Zinco.
(AZT) absorção do fármaco. gordurosos.
D/N/V/A/AL/EH
Leve hiperglicemia.
Com ou sem alimento.
Abacavir (ABC) D/N/V/A/EH
Com alimento pode diminuir irritação GI.
AL: maior em mulheres e obesos.
Diarréia.
Aumento do ácido úrico.
30min antes ou 2h após refeição.
Aumento dos triglicérides.
Didanosina Alimento diminui absorção do Mastigar o comprimido completamente, ou diluir Evitar álcool (aumenta incidência de
Aumento da glicemia.
(DDI) fármaco. em água. pancreatite).
Neuropatia Periférica.
Não usar com antiácidos de Al ou Mg.
Aumento da PA.
I D/N/V/AL/EH/LA/NP
T Tenofovir AL;EH Com alimento gorduroso.
R
N
Neuropatia Periférica.
Estavudina Dislipidemia.
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
D/N/V/A
Lamivudina AL/EH: pode causar, mas está entre
Com ou sem alimento.
(3TC) + AZT os mais seguros quanto a este
efeito.
Dislipidemia. Não co-administrar com erva de São João
Alimento gorduroso aumenta Com ou sem alimento.
Efavirenz (EVF) D/N (Hypericum), cápsula de alho, Ginseng,
absorção do fármaco. Evitar alimento gorduroso.
Lipodistrofia. Ginkgo-biloba, Equinácea.
Não co-administrar com erva de São João
Nevirapina
Com ou sem alimento. (Hypericum) , cápsula de alho, Ginseng,
(NVP)
Ginkgo-biloba, Equinácea.
Dislipidemia.
Consumo de álcool é contra-indicado.
Aumento de glicemia.
I Diminuir purina.
Aumento de ácido úrico.
T Ritonavir (RTV) Com alimento. Não co-administrar com erva de São João
Diabetes.
R (Hypericum), cápsula de alho, Ginseng,
Lipodistrofia.
N Ginkgo - biloba, Equinácea.
D/N/V/A
N
Nefrolitíase.
Ingerir no mínimo 1,5 litro de água por dia,
Aumenta glicemia.
de preferência junto com a droga.
Alimentos diminui absorção do Diabetes. 1h antes ou 2h após refeição com água e/ou chá.
Indinavir (IDN) Não co-administrar com erva de São João
fármaco. Lipodistrofia.
(Hypericum), cápsula de alho, Ginseng,
D/N/V
Ginkgo-biloba, Equinácea.
Dislipidemia.
ITRN – Inibidores de Transcriptase Reversa Nucleosídio ITRNN – Inibidores de Transcriptase Reversa Não Nucleosídio IP – Inibidores de Protease
D – diarréia N – náuseas V – vômitos A – anorexia GI – gastrintestinal
AL – acidose láctica EH – esteatose hepática LA – lipoatrofia NP – neuropatia periférica PA – pressão arterial
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Aumenta ácido
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
aguda.
Estreptomicina Risco de
IM ou IV Ingerir de 1,5 a 2 litros de água por dia.
(SM) nefrotoxicidade.
Aumenta ácido
úrico. Administrar com leite ou alimento para
Etambutol
Intolerância diminuir intolerância gastrintestinal. Diminuir purinas.
(ETB)
grastrintestinal. Evitar antiácidos.
Hepatotoxicidade.
Dificuldade de
controle do
Etionamida Administrar com alimento para diminuir Suplementar Piridoxicina (50-100 mg/dia) para evitar
diabetes.
(ETH) intolerância GI. Neurite Periférica.
Neurite periférica.
Quadro 8 - Descrição das principais drogas para profilaxia e/ou tratamento de infecções oportunistas/ Interação com Alimentos/Recomendações
Recomendações
Droga Interação com Alimento Possíveis Reações Adversas
Administração Dietética/Suplemento
Perda de potássio. Aumentar potássio.
Anfotericina B Anemia. IV Assegurar ingestão hídrica.
Insuficiência Renal. Dieta rica em ferro, se anemia ferropriva.
Cápsula ou suspensão: 1h antes ou 2h após
Intolerância gastrintestinal.
Alimentos melhoram a refeição.
Azitromicina Dor abdominal.
tolerabilidade. Não tomar com anti-ácidos ou suplementos
Diarréia.
de Al e Mg.
Alimento aumenta absorção. Consumo de álcool é contra-indicado.
Tomar com alimento para aumentar
Cetoconazol Refrigerante cola aumenta Suplementar Ca, Mg ou antiácido
absorção.
absorção em 65%. separadamente por 2h.
Alimento retarda, mas não
Claritromicina Intolerância medicamentosa. Administrar com ou sem alimento.
diminui absorção.
Não usar na Anemia severa.
Anemia Hemolítica.
Administração com alimento diminui Suplementar com doses profiláticas de Fe,
Dapsona Anemia e Neutropenia.
irritação gástrica. vitamina C e ácido fólico.
Intolerância Grastrintestinal.
Aumenta glicemia.
Recomendações
Droga Interação com Alimento Possíveis Reações Adversas
Administração Dietética/Suplemento
Reduz a ação de Hipoglicemiantes orais.
Anemia.
Sulfadiazina Sem interação importante.
Leucopenia.
Plaquetopenia.
Hipoglicemia.
Diabetes em alguns casos.
Nefrotoxicidade. Assegurar ingestão hídrica adequada.
Pentamidina
Pode causar ou agravar Diabetes. IM, IV ou aerosol. Dieta rica em ferro em Anemia
Endovenosa
Hipotensão. Ferropriva.
Hipocalemia.
Intolerância Gastrintestinal.
Interfere no metabolismo do Folato.
Anemia Hemolítica.
Não usar em Anemia Megaloblástica
por deficiência de folato. 1h antes ou 2h após refeição com 1 copo de
Assegurar ingestão hídrica maior que 1,5
Sulfametoxazol Diabetes em uso de Sulfoniluréia: água.
Sem interação importante. litro por dia para evitar cristalúria.
+ Trimetoprima anorexia, dor abdominal, náusea, Com alimento se houver irritação
Pode necessitar de suplementos de folato.
vômitos, neutropenia, anemia, gastrintestinal.
trombocitopenia, intolerância
gastrintestinal, hipercalemia, hepatite e
hipoglicemia.
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
gargarejar e engolir.
Anemia.
Ganciclovir IV e VO Assegurar ingestão hídrica.
Hipoglicemia.
Nefrotoxicidade.
Oral: com alimento e 1 copo de água.
Aciclovir Náuseas, vômitos, anemia, neutropenia Ingerir de 1,5 a 2,5 litros de água por dia.
IM / IV
e trombocitopenia.
Isto ocorre porque o alho, o hipérico, os medicamentos ARV e outras drogas utilizam
a mesma via de metabolismo no fígado, o Sistema Enzimático do Citocromo P450
(CYP3A4), responsável por mais de 90% do metabolismo hepático. Esta interação
raramente é considerados como causa de efeitos colaterais e/ou falha terapêutica, e
geralmente não são incluídos na história medicamentosa dos pacientes. Estes estudos
demonstram que as interações podem ocorrer, causando profundas conseqüências
do ponto de vista clínico, especialmente pela resistência medicamentosa que pode se
desenvolver rapidamente na presença de níveis séricos sub-ótimos de anti-retrovirais.
Portanto, o uso concomitante de Erva de São João, óleo de alho, medicamentos ARV
(inibidores da protease e inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeos) e
outras drogas (ciclosporina, digoxina, metadona, teofilina e warfarin), não deve ser
recomendado até que mais dados estejam disponíveis. Entretanto, o uso do alho in
natura na alimentação, cru,cozido ou frito, deve ser mantido normalmente
Síndrome da Lipodistrofia
Esta síndrome é caracterizada por alterações na distribuição da gordura corporal,
onde se observa Lipoatrofia na face e membros (inferiores e superiores),
acompanhada de acúmulo de gordura central (abdome, mamas e giba). Sua
etiopatogenia é ainda obscura, não apresenta método diagnóstico padronizado e
sua prevalência exata é desconhecida. A importância deste quadro se deve à sua
repercussão e impacto (físico, psicológico e clínico), podendo estar associada aos
fenômenos de arterioesclerose precoce, diabetes mellitus e outras patologias. O
início deste quadro é bastante variável. A clínica tem demonstrado sintomas entre
sete meses a dois anos, após o início do tratamento com ARV relacionados a essa
44 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
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Podem ainda coexistir outros transtornos metabólicos, implicados ou não com esta
síndrome, tais como: alterações do metabolismo da glicose (resistência periférica
à insulina, hiperglicemia, intolerância à glicose e diabetes mellitus); alterações do
metabolismo dos lipídeos (hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia - aumento do
Low density lipoprotein - LDL-c e diminuição do high density lipoprotein – HDL-c) e
aumento da apoliproteína B.
É freqüente encontrar PVHA em uso de TARV que se recusam a comer nas primeiras
horas do dia, devido ao mal-estar associado à medicação. Períodos prolongados de
jejum agravam a sensação de mal-estar, além de inibirem a sensação de “fome”,
aumentando com isto o hábito do jejum. Isso compromete a saúde do paciente, que
deve ser motivado a se alimentar. Pequenas mudanças no hábito alimentar, como
maior fracionamento das refeições podem estimular o apetite, necessário para que
o paciente se alimente com regularidade.
Algumas atitudes que o profissional de saúde pode adotar em nível ambulatorial visando
estimular a mudança de hábitos:
• Mostrar à pessoa como uma alimentação adequada pode ajudar a mudar o
quadro atual.
• Estimular a adesão à mudança de hábitos alimentares.
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Náuseas
• Náusea pela manhã pode ser combatida com a ingestão de biscoitos secos, tipo
cream cracker ou água e sal, ingeridos assim que acordar, sem o acompanhamento
de líquidos. Comer uma ou mais unidades, de acordo com a tolerância.
• Chupar pedras de gelo pode reduzir o sintoma.
• Fazer pequenas refeições, várias vezes ao dia. Comer grandes quantidades de
alimento pode piorar o sintoma da náusea.
• Não ingerir líquidos durante a refeição. O mais indicado é uma hora antes ou
duas horas após a refeição.
• Evitar alimentos quentes; dar preferência aos alimentos frios ou a temperatura
ambiente.
• Evitar alimentos gordurosos, bebidas gasosas (tipo refrigerante), leite, café e
excesso de condimentos.
• Evitar ingerir alimentos muito doces. Uma alimentação mais suave é mais bem
suportada pelo paciente.
Vômitos
• Ao primeiro sinal de vômito, a pessoa deve tomar pequenas quantidades de
soro caseiro ou soro de reidratação oral (1 colher de sopa a cada 5 / 10 minutos
aproximadamente). Também pode tomar pequenos goles de bebidas isotônicas.
Utilizar a bebida gelada. Receita de soro caseiro: 1 colher de sopa de açúcar + 1
pitada de sal em um copo de água filtrada ou preferencialmente fervida.
• O ideal é fazer pequenas refeições, várias vezes ao dia.
• Não deitar após a refeição, isso pode facilitar o vômito. Se a pessoa quiser
descansar, que o faça sentado ou recostado.
• Nesta situação a pessoa deve evitar se alimentar com as comidas consideradas
“preferidas”, uma vez que terminado o sintoma, o mal estar ficará associado ao
alimento predileto, sendo então causa de repulsa.
• Indicar chupar pedrinhas de gelo e beber líquidos gelados, em pequenos goles e
pouca quantidade, várias vezes ao dia.
• Evitar alimentos em temperaturas muito quentes e dar preferência aos alimentos
frios ou a temperatura ambiente.
• Evitar alimentos gordurosos, bebidas gasosas (tipo refrigerante), leite, café e
excesso de condimentos. Evitar consumir alimentos muito doces.
• Mesmo com vômito, estimule a alimentação regular, procurando dar prioridade
a alimentos mais cozidos, de sabor mais brando, pois uma alimentação mais
suave é mais bem suportada.
54 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
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• Não ingerir líquidos durante a refeição. Os líquidos podem ser tomados 1 hora
antes ou 2 horas após a refeição.
• Orientar que a pessoa busque atenção médica, para ser medicado
corretamente.
Diarréia
• Alguns alimentos podem provocar diarréia em pessoas sensíveis. Entre eles:
leite, doces em grande quantidade, feijão, comidas gordurosas como frituras
ou gorduras de origem animal. Procurar investigar se algum alimento está
relacionado à diarréia apresentada.
• Orientar o consumo de alimentos cozidos, evitando os alimentos crus e fibras.
Frutas e hortaliças devem estar cozidas. Evitar o consumo de doces e gorduras.
• Indicar pequenas refeições, aumentando a freqüência gradativamente.
• Indicar o consumo de alimentos ricos em potássio, como a banana, batata e carnes
brancas. Há perda de potássio em grandes proporções nos casos de diarréia. Em
diarréias crônicas é necessário fazer o monitoramento laboratorial.
• Indicar soro caseiro, soro de reidratação oral ou bebidas isotônicas para manter
o equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. A água de coco pode ser usada e é
bastante eficaz.
• Contra-indicar o consumo de leite, até o desaparecimento dos sintomas.
Coalhadas, iogurtes e queijos podem ser consumidos.
• Aumentar a ingestão de líquidos, evitando assim a desidratação.
• Alimentos probióticos, especialmente os leites fermentados com lactobacilos,
auxiliam na recuperação da flora intestinal.
55
Constipação Intestinal
• Indicar o aumento do consumo de fibras na dieta. Utilizar alimentos crus e
folhas nas saladas. Farelos de trigo, farelo de arroz ou outra fibra integral natural,
podem ser adicionadas às refeições para aumentar o aporte de fibras totais da
dieta.
• Aumentar a ingestão de água para, pelo menos, 3 litros de água por dia. A baixa
ingesta de líquidos pode aumentar a constipação intestinal.
• Recomendar atividade física. O movimento estimula a musculatura intestinal.
• Orientar o uso de azeite ou óleo vegetal nas verduras cruas.
Gases intestinais
• Evitar a ingestão de alimentos que causem gases, tais como: bebidas gasosas,
cervejas, doces, brócolis, couve-flor, couve, feijão, batata-doce etc.
• A pessoa não deve pular nenhuma refeição, o ideal é seguir os horários com
regularidade.
• Orientar a pessoa a mastigar a comida com a boca bem fechada, não falar
enquanto mastiga os alimentos, pois pode engolir ar demais, aumentando os
gases intestinais.
• Reduzir o consumo de alimentos ricos em fibras insolúveis, como grãos e cereais
(milho e grão de bico), casca de frutas e verduras como alface, couve etc.
Febre
• Aumentar a ingestão de líquidos, como água, sucos de frutas frescas, sucos de
vegetais ou água de coco.
• Orientar a manutenção de uma alimentação variada, mantendo os horários
habituais. Não deve pular refeições.
Suores noturnos
• É necessário tomar líquidos com freqüência para evitar desidratação pelo suor.
• Consumir pelo menos 3 litros de líquidos ao dia. Pode abusar de sucos de frutas
frescas, água de coco e sucos de vegetais, para repor os minerais perdidos durante
a sudorese intensa.
• Não deve ingerir chocolate, álcool e bebidas com cafeína (cafés, chás e refrigerantes
tipo cola).
• Realizar pequenas refeições, várias vezes ao dia.
• A pessoa pode utilizar canudinhos plásticos para líquidos, a fim de evitar dor na
cavidade oral.
• Se houver dificuldade de deglutição, dar preferência a uma alimentação bem
cozida, evitar líquidos e alimentos em pastas. A comida mais sólida, porém macia,
é útil para auxiliar na passagem pela glote.
• No caso de boca seca, pode ser indicado o consumo de chicletes para aumentar a
produção de saliva.
• A pessoa deve promover a higienização regularmente e enxaguar a boca com mais
delicadeza.
As mudanças corpóreas que ocorrem nas pessoas vivendo com HIV/Aids podem
contribuir para uma análise equivocada do diagnóstico nutricional e em função disso,
há necessidade de se avaliar e monitorar periodicamente essas mudanças, utilizando
como referência as medidas da própria pessoa, coletadas anteriormente. Atente para
a perda da gordura periférica dos membros superiores e inferiores; a diminuição da
circunferência das coxas; o aumento das mamas, em mulheres; o aumento da região
dorsocervical devido ao depósito de gordura, as alterações na face (perda de gordura
nas laterais, nas dobras nasolabial e nas têmporas) e o aumento da circunferência da
cintura, por serem características da síndrome de lipodistrofia.
60
Lavagem excessiva do
Firme; brilhante; difícil de Perda do brilho; seco e feio; fino e esparso. Despigmentado sinal de bandeira. Fácil Kwashiokor e, menos
Cabelo cabelo.
arrancar. de arrancar (sem dor). comum, marasmo.
Alopecia.
Brilhantes, claros, sem feridas nos Conjuntivite pálida. Anemia (por exemplo,
epicantos; membranas úmidas Manchas de Bitot. Xerose conjuntiva (secura), Xerose córnea (falta de vida). ferro). Olhos avermelhados por
Olhos e róseas; sem vasos sanguineos Ceratomalacia (córnea adelgaçada). Vitamina A. exposição ao tempo, falta
proeminentes ou acúmulo de Vermelhão e fissuras nos epicantos. Arcos córneos (anel branco ao redor do olho). Riboflavina e piridoxina. de sono, fumo ou álcool.
tecido ou esclera. Xantelasma (pequenas bolsas amareladas ao redor dos olhos). Hiperlipidemia.
Hábitos de higiene.
Saudáveis vermelhas não Esponjosas, sangrando.
Gengivas Vitamina C. Doença periodontal.
sangrantes e sem edema. Gengivas vazantes.
Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Alterações psicomotoras.
Confusão mental.
Perda sensorial.
Fraqueza motora. Kwashiokor.
Sistema Estabilidade psicológica reflexos
Perda do senso de posição. Tiamina.
nervoso normais.
Perda de sensibilidade vibratória. Niacina, Vit B12.
Perda de contração de punho e tornozelo.
Formigamento de mãos e pés (parestesias).
Demência.
Fonte: Hammond, KA - Capítulo 16, pg. 362, in Mahan, LK; Escott-Stump, S. Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. ed.10ª, 2002.
61
As medidas mais utilizadas são: peso, altura, prega cutânea do tríceps, e as circunferências
do braço, cintura, quadril e mamas e são aplicadas em equações para determinar
indicadores do estado nutricional e suas respectivas classificações.
IMC = P/A2
Classificação do IMC
Percentil Classificação
< 5º Desnutrição
5º - 15º Risco para desnutrição
15º - 85º Eutrofia
> 85º Obesidade
Fonte: Frisancho, 1990
Percentil Classificação
< 5º Desnutrição
5 – 15º Risco para desnutrição
15 – 85º Eutrofia
> 85º Obesidade
Fonte: Frisancho, 1990
Percentil Classificação
< 10 Desnutrição
10 – 90º Eutrofia
> 90º Obesidade
Fonte: Frisancho, 1981
Esta medida pode, também, ser utilizada para o cálculo da razão cintura/quadril.
2.6. Bioimpedância
Baseia-se em um princípio elétrico, isto é, na passagem de uma corrente elétrica
de baixa intensidade e freqüência fixa pelo corpo do indivíduo, determinando-se
a resistência (impedância) oferecida pelos diversos tecidos do organismo. Sendo,
portanto, um método muito sensível às variações do estado hídrico do paciente
avaliado, uma vez que 75% da musculatura é formada por água e o índice de
65
Mulheres
Altura = (1,83 x AJ) – (0,24 x idade) + 84,88
Homens
Altura = (2,02 x AJ) – (0,04 x idade) + 64,19
E para estimar o peso de indivíduos confinados ao leito, utiliza-se a circunferência
da panturrilha, que com o indivíduo deitado, posição supina, joelho esquerdo
dobrado, formando um ângulo de 90º, mede-se a circunferência da panturrilha
(CP) no ponto mais volumoso. Essa medida é utilizada com 3 outros valores
(AJ, CB, prega cutânea subescapular - PCSE) para chegar-se ao peso estimado,
através da equação (WILLIANS, 1994):
Mulheres
Peso = (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35
Homens
Peso = (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + ( 1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69
66 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
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3. Avaliação bioquímica
Os exames bioquímicos são as medidas mais objetivas do estado nutricional, entretanto
a precisão e exatidão dos resultados sofrem várias interferências que afetam a validade
dessas medidas. Das opções de exames existentes elege-se os que são preditivos e
confirmatórios de um estado nutricional inadequado.
Mulheres Homens
Hemoglobina 12 - 16 g/dL 13,5 - 18,0 g/dL
Hematócrito 38 - 47% 40 - 54%
Valores de Triglicérides
A transferrina é o parâmetro nutricional mais sensível, pois sua vida média é menor
que a albumina (8 dias), bem como suas reservas orgânicas.
Pelo exposto, percebe-se que os melhores parâmetros para análise da massa protéica
visceral são a pré-albumina, a transferrina e a proteína ligada ao retinol. Todavia,
esses exames não são realizados rotineiramente na avaliação bioquímica do estado
nutricional.
68 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
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Estes dados devem ser considerados em conjunto com a medida da CMB, para
confirmar ou não a existência de depleção protéica.
3.4. Glicose
Tanto hiper quanto hipoglicemia podem ocorrer. Os pacientes que estão sendo
tratados com pentamidina para Pneumonia por Pneumocystis carinii (PCP) podem
apresentar hipoglicemia. A hiperglicemia pode também ocorrer por resistência
secundária a insulina que é normalmente associada com dislipidemias, obesidade
abdominal e diminuição da gordura subcutânea (DUBE, 2000); por efeito colateral
de outras medicações, tais como os esteróides anabólicos e secundária ao diabetes.
Classificação da Glicemia
Valores normais
Uréia nitrogenada no sangue 8 - 25 mg/dL
Creatinina 0,6 - 1,2 mg/dL
(ANTUNES, 1994)
69
MICRONUTRIENTES
Brócolis, espinafre,
abóbora, batata-doce,
folhas de beterraba,
tomate, melancia, couve, Essencial para o
A repolho,couve-flor. Fígado, crescimento, olhos
(Retinol) rins, óleo de fígado de saudáveis e para manter a
bacalhau, manteiga, pele macia.
margarina, queijo, ovos,
cenouras, vegetais amarelos
e verde-escuros.
Cereais, gérmen de trigo,
aveia, brotos de feijão,
B1 Essencial para a liberação
arroz integral, carne,
(Tiamina) de energia.
batatas, grãos, vegetais e
legumes.
Proporciona energia e
Carne, fígado, rim, ovos, mantém o sistema nervoso
B12
cereais, brotos, grãos, leite saudável. Essencial para
(Cianocobalamina)
e queijo. a formação das células
vermelhas do sangue.
Leite e derivados, fígado,
B2 Essencial para a liberação
rim, brotos e grãos, queijo,
(Riboflavina) de energia.
ovos, brócolis e espinafre.
B5 Vegetais, fígado, rim, ovos, Essencial para a liberação
(Ácido arroz integral, cereais de energia de gorduras e
Pantotênico) integrais. carboidratos.
Utilizada no metabolismo
de proteínas e
B6 aminoácidos ajuda a
Brotos, grãos, aveia, fígado.
(Piridoxina) manter sistema nervoso
e células do sangue
saudáveis.
Necessária para o
Verduras, cenoura, fígado,
B9 crescimento normal e
ovos, soja, abacate, laranja,
(Ácido Fólico) reprodução das células do
feijão, trigo integral.
organismo.
70 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
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MICRONUTRIENTES (cont.)
MICRONUTRIENTES (cont.)
Essencial para
Leite, queijo, couve, sardinha,
o crescimento e
vegetais de folhas verdes e
manutenção dos
Cálcio sementes, salsinha, gergelim,
ossos, contração dos
sementes de girassol e as
músculos, e coagulação
algas marinhas.
sanguínea.
Vegetais verdes, peixe, Necessário para um
Cobre fígado, cereais integrais, sistema nervoso e
cenoura, levedo de cerveja. sanguíneo saudável.
Ferro no organismo
participa na formação
Carnes, vísceras, vegetais
de hemoglobina que
de folhas verde-escuras,
Ferro carrega o oxigênio pelo
leguminosas, gema-de-ovo,
organismo e também
fígado e espinafre.
é necessário para a
proteína muscular.
Levedura de cerveja, Essencial para ossos
leguminosas, centeio, grãos, e dentes saudáveis e
Fósforo
frutas cítricas. Presente na para o fornecimento de
maioria dos alimentos. energia.
Agrião, rabanete, gérmen de Ingrediente essencial
Iodo trigo,leite, vegetais e óleos de para o funcionamento
peixes. normal da tiróide.
Peixes, vegetais de Ajuda na função de
folhas verdes, gérmen de músculos e nervos.
Magnésio trigo,grãos, cereais, cenoura, Mantém o metabolismo
maçã, beterraba, cenoura, estável. Contra doenças
brócolis. cardíacas.
Levedo de cerveja, farelo de Essencial para a
Niacina
trigo, rim, frango, soja. liberação de energia.
Agente anticâncer e
Selênio Castanha-do-pará. protetor
do coração.
Necessário para a
Zinco Carne, cogumelos, ovos, produção de enzimas
levedo de cerveja. e manutenção das
células.
72 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
novembro
dezembro
setembro
fevereiro
outubro
janeiro
agosto
março
junho
julho
maio
abril
Alimentos
Abóbora
Abobrinha
Acelga
Agrião
Alface
Alho Porró
Almeirão
Aspargo
Batata Doce
Berinjela
Beterraba
Brócolis
Cará
Cebolinha
Cenoura
Chicória
Chuchu
Cogumelo
Couve
Couve-Flor
73
Mês
novembro
dezembro
setembro
fevereiro
outubro
janeiro
agosto
março
junho
julho
maio
abril
Alimentos
Erva-Doce
Ervilha
Escarola
Espinafre
Feijão
Gengibre
Inhame
Jiló
Mandioca
Mandioqui-
nha
Maxixe
Milho Verde
Mostarda
Nabo
Palmito
Pepino
Pimenta
Pimentão
Quiabo
Rabanete
Repolho
Rúcula
Salsa
Salsão
Tomate
Vagem
74 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
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2. FRUTAS
Mês
novembro
dezembro
setembro
fevereiro
outubro
janeiro
agosto
março
junho
julho
maio
abril
Alimentos
Abacate
Abacaxi
Ameixa
Banana
Maçã
Banana-
Nanica
Banana-
Prata
Cajú
Cáqui
Figo
Fruta-do-
Conde
Goiaba
Jabuticaba
Jaca
Laranja
Laranja-
Lima
Laranja-
Pêra
Limão
Limão
Galego
Limão Taiti
Maçã
Mamão
75
Mês
novembro
dezembro
setembro
fevereiro
outubro
janeiro
agosto
março
junho
julho
maio
abril
Alimentos
Mamão
Hawaii
Manga
Macarujá
Doce
Melancia
Melão
Amarelo
Morango
Nectarina
Néspera
Pêra
Pêssego
Tangerina
Tangerina-
Ponkan
Uva-Itália
Uva-
Niágara
76 Manual Clínico de Alimentação e Nutrição – Assistência a Adultos Infectados pelo HIV
Ministério da Saúde - Secretaria de Vigilância em Saúde - Programa Nacional de DST/ Aids
77
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Equipe de Elaboração:
Anelise Rízzolo de Oliveira Pinheiro – CGPAN/DAB/SAS/MS
Colaboradores:
Denise Arakaki Sanchez – PN DST/Aids/SVS/MS
Revisão Final
Dillian Goulart – CGPAN/DAB/SAS/MS