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Aula1 Introdução

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Prof. Dr. EDNEY RAFAEL VIANA PINHEIRO GALVÃO

PTR0115 – Termodinâmica Aplicada à


Engenharia de Petróleo

FUNDAMENTOS

NATAL
2021
TÓPICOS

1. Escopo da Termodinâmica
2. Temperatura e Equilíbrio Térmico
3. Escalas Termométricas
4. A Teoria Cinética e o Gás Ideal
5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
TÓPICOS

1. Escopo da Termodinâmica
2. Temperatura e Equilíbrio Térmico
3. Escalas Termométricas
4. A Teoria Cinética e o Gás Ideal
5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
ESCOPO DA TERMODINÂMICA

 A história da Termodinâmica começa com Otto von Guericke,


que, em 1650, construiu a primeira bomba de vácuo;

 Robert Boyle tomou ciência dos experimentos de Guericke e, em


1656, apoiado por Robert Hooke, construiu uma bomba de ar;

 Utilizando essa bomba, Boyle e Hooke perceberam uma


correlação entre pressão, temperatura e volume. Com isso, foi
formulada, em 1662, a Lei de Boyle;

 Em 1679, baseado nesses conceitos, Denis Papin construiu um


forno de pressão (marmita de Papin), que confinava o vapor à
alta pressão. Projetos posteriores incluíram uma válvula de alívio
para o vapor, evitando que o recipiente explodisse devido à alta
pressão;
ESCOPO DA TERMODINÂMICA

 Papin concebeu a ideia de uma máquina constituída de um


pistão e um cilindro, mas não seguiu adiante;

 Em 1697, baseado nas ideias de Papin, o engenheiro Thomas


Savery construiu a primeira máquina a vapor;

 Embora nessa época as máquinas fossem brutas e ineficientes,


elas atraíram a atenção dos principais cientistas da época. Um
desses cientistas foi Sadi Carnot, o "pai da termodinâmica“;

 Em 1824, ele publica "Réflexions sur Ia Puissance Motrice du


Feu", um discurso sobre o calor, potência e eficiência de
máquinas térmicas;
ESCOPO DA TERMODINÂMICA

 O texto trouxe as relações energéticas básicas entre a máquina


de Carnot, o ciclo de Carnot e a potência motriz. Isto marcou o
início da Termodinâmica como Ciência Moderna;

 As leis da Termodinâmica levam, através de deduções


matemáticas, a um conjunto de equações que encontram
aplicações em todos os campos da ciência e da engenharia;

 Valores das propriedades são essenciais na aplicação prática da


Termodinâmica. Dados experimentais frequentemente não estão
disponíveis, o que levou ao desenvolvimento de correlações;

 A aplicação da Termodinâmica em qualquer problema real inicia-


se com a identificação de uma parte da matéria como o “foco
das atenções”: o sistema;
ESCOPO DA TERMODINÂMICA

 A Termodinâmica aplica-se a uma identidade física, o sistema,


possivelmente composto de partes distintas, ou subsistemas;

 O sistema é definido apenas se os seus limites físicos ou


fronteiras estiverem especificados, bem como a natureza das
trocas que ele pode manter com o restante do universo (as
vizinhanças);

 Sistemas podem ser classificados como isolados quando não


trocam nem matéria e nem energia com o ambiente, fechados
quando permitem trocas de energia (mas não de matéria) com o
ambiente, e abertos quando ambas - energia e matéria - podem
ser trocadas com o ambiente;
ESCOPO DA TERMODINÂMICA

 As propriedades intensivas são independentes da quantidade de


matéria que constitui o sistema. Ex: pressão, temperatura,
densidade relativa etc.;

 As propriedades extensivas dependem da quantidade de


matéria que constitui o sistema. Ex: massa, volume, energia
interna, entropia etc.;

 O estado do sistema pode ser definido por um número limitado


de propriedades conhecidas como funções de estado ou
variáveis de estado;

 O estado de equilíbrio é caracterizado quando o sistema não


apresenta uma tendência espontânea à mudança, de modo que
as propriedades são independentes do tempo e do prévio
histórico do sistema, configurando uma certa estabilidade;
ESCOPO DA TERMODINÂMICA

 Uma mudança em um estado de equilíbrio de um sistema é


chamada de processo, podendo ser reversível (ideal) ou
irreversível (não ideal);

 Se o sistema tem tempo de atingir o equilíbrio antes que uma


nova perturbação aconteça, desenvolvendo-se em etapas
infinitesimais, em qualquer instante o estado do sistema estará
muito próximo de um estado de equilíbrio, e o processo será
chamado quase-estático;

 Se, além de quase-estático, o processo puder ser invertido por


uma variação infinitesimal em qualquer propriedade do sistema,
este processo também será reversível;

 Os processos irreversíveis são todos os processos reais que


acontecem naturalmente e que não são passíveis de uma
inversão de sentido espontânea.
TÓPICOS

1. Escopo da Termodinâmica
2. Temperatura e Equilíbrio Térmico
3. Escalas Termométricas
4. A Teoria Cinética e o Gás Ideal
5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO

 Os sistemas A e B estão isolados um do outro e da vizinhança


por paredes adiabáticas;

 Mudanças nas propriedades de um sistema não têm efeito no


outro.

TA TB

A B
TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO

 Podemos substituir a parede adiabática que separa A e B por


outra que permita o fluxo de energia, o que provocará uma
mudança nas propriedades macroscópicas dos dois sistemas;

 Quando essas propriedades se aproximarem de valores


constantes, dir-se-á que os dois sistemas estão em equilíbrio
térmico.

T T

A B
TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO

 A noção de temperatura só pode ser introduzida na


termodinâmica através deste raciocínio baseado em equilíbrio
térmico;

 Apesar de a temperatura ter um significado usual, é necessário


dar-lhe um significado preciso para ter valor como medida
científica;

 Nossa noção intuitiva de temperatura não é confiável!!!

T T

A B
TEMPERATURA E EQUILÍBRIO TÉRMICO

 P1.1) Observa-se que objetos quentes ou frios esfriam ou


esquentam, respectivamente, para atingir a temperatura do
ambiente. Se a diferença de temperatura ∆T entre o objeto e
sua vizinhança não for grande, a taxa de resfriamento ou
aquecimento do objeto será aproximadamente proporcional
à diferença de temperatura; isto é:
dT
  AT 
dt
onde A é uma constante. O sinal menos aparece porque, se
∆T for positivo, ele decresce com o tempo e, se for negativo,
cresce. Esta é a lei de Newton para o resfriamento. (a) De
que fatores A depende? Qual a dimensão de A? (b) Se no
instante t = 0 a diferença de temperatura for ∆T0, mostre
que, num instante posterior t, ela será
T  T0e At
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2. Temperatura e Equilíbrio Térmico
3. Escalas Termométricas
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5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
ESCALAS TERMOMÉTRICAS

 O grau Celsius e o Kelvin representam o mesmo intervalo de


temperatura, como o fazem o grau Fahrenheit e o Rankine;

 As relações entre as quatro escalas de temperatura são


mostradas abaixo.
ESCALAS TERMOMÉTRICAS

 P1.2) A que temperaturas os seguintes pares de escalas dão


a mesma leitura? (a) Fahrenheit e Celsius, (b) Fahrenheit e
Kelvin, (c) Celsius e Kelvin.
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5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 A figura abaixo mostra um gás confinado em um cilindro provido


de êmbolo móvel bem ajustado. Deseja-se realizar uma série de
medidas de propriedades macroscópicas do gás;

 Admite-se que dispositivos apropriados para a medição de tais


propriedades estejam anexados ao cilindro. Considera-se
também que há meios disponíveis para fazer variar qualquer
uma dessas propriedades;

 Serão realizadas as seguintes experiências:


A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Dependência entre V e N

 A temperatura e a pressão são mantidas constantes. Deixa-se


entrar ou sair gás da câmara e mede-se o volume resultante V
observando a altura do êmbolo;

 Supondo que a massa de cada molécula e a massa total de gás


presente no cilindro sejam conhecidas, pode-se determinar N, o
número total de moléculas.
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Dependência entre V e N

 Existe uma relação direta entre V e N. Substituindo-se o gás no


cilindro por outro, contendo o mesmo número de moléculas, à
mesma pressão e à mesma temperatura, verifica-se que o novo
gás ocupa o mesmo volume.

V  CN (p, T constantes)
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Dependência entre V e p

 Mantêm-se constantes o número de partículas N e a


temperatura T. A pressão é alterada e mede-se o volume
resultante.


p (N, T constantes)
V
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Dependência entre V e T

 Mantêm-se constantes a pressão p e o número de partículas N.


Varia-se a temperatura T e mede-se o volume resultante V.

V  C"T (p, N constantes)


A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Equação de Estado

 As equações anteriores resumem os resultados experimentais


rigorosamente válidos somente para o hipotético gás ideal.
Entretanto, com uma aproximação muito boa, válidos também
para a maioria dos gases reais. Pode-se combinar as três
equações numa única que envolva as três relações observadas:
pV
k
NT
 kT 
V    N  CN (p,T constantes)
 p 

p
kNT   C´ (N,T constantes)
V V

 kN 
V   T  C"T (p,N constantes)
 p 
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Equação de Estado

 A constante k é denominada constante de Boltzmann. Ela é uma


constante universal cujo valor, determinado experimentalmente,
é
k  1,38066 10 23 J / K

 Em termos da constante de Avogadro, NA = 6,02 x 1023 mol-1, o


número de mols é
N
n
NA

pV
 kN A
nT

pV  nRT (Lei do Gás Ideal)

R  N Ak  8,31 J mol  K
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 P1.3) (a) Qual o número de moléculas por m3 no ar a 20°C e


à pressão de 1,0 atm (= 1,01 x 105 Pa)? (b) Qual a massa de
1,0 m3 desse ar? Suponha que 75% das moléculas sejam de
N2 e 25% de O2. (Dados: MO2 = 32,0 g/mol e MN2 = 28,0 g/mol).
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 P1.4) O recipiente A contém um gás ideal à pressão de 5,0 x


105 Pa e à temperatura de 300 K. Ele está conectado por um
fino tubo ao recipiente B, que tem quatro vezes o volume de
A. B contém o mesmo gás ideal, à pressão de 1,0 x 105 Pa e
à temperatura de 400 K. A válvula de conexão é aberta e o
equilíbrio é atingido a uma pressão comum, enquanto a
temperatura de cada recipiente é mantida constante, em seu
valor inicial. Qual a pressão final do sistema, considerando
um volume unitário?

B
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 A partir do ponto de vista microscópico, o modelo de gás ideal


abrange as seguintes hipóteses:

I. Um gás é constituído de partículas chamadas moléculas;


II. As moléculas são dotadas de movimento desordenado e
obedecem às Leis de Newton para o movimento;
III. O numero total de moléculas é muito grande;
IV. O volume das moléculas é uma fração desprezível do volume
ocupado pelo gás;
V. Exceto durante as colisões, não agem forças apreciáveis sobre
as moléculas;
VI. As colisões são elásticas e de duração desprezível.
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Cálculo Cinético da Pressão

momento  mvx  mvx   2mvx

2
2mvx mvx
Fx  
2L L
vx

1 mvx21  mvx22   m 2
p 2
L L

 3 vx1  vx22  
L

 v x21  v x22   
p    
 N 

p   vx2
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Cálculo Cinético da Pressão

v 2  vx2  v y2  vz2

v2
v v v 
2
x
2
y
2
z
3

 v2
p
3

 A raiz quadrada de v 2 é chamada velocidade média quadrática


das moléculas e é uma espécie de velocidade molecular média:

3p
vrms  v 2 

A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Interpretação Cinética da Temperatura

 v2
p
3
V v 2
pV 
3

nM v 2
pV 
3

 A energia cinética total de translação do gás é


1
2
  1
2
  1
m v12  v22    vN2  m N v 2  nM v 2
2

21 
pV   nM v 2 
32 
1 3
M v 2  RT
2 2
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Interpretação Cinética da Temperatura

 A equação anterior mostra que a energia cinética média de


translação por mol de gás ideal é proporcional à temperatura;

 Trata-se de uma ligação entre uma propriedade macroscópica, a


temperatura, e uma microscópica, a energia cinética de uma
molécula;

 Dividindo cada lado da equação anterior por NA, vem

1 M  2 1 2 3 
 N v  mv   R N T
2 A 2 2 A

1 2 3
mv  kT
2 2
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Trabalho Realizado Sobre um Gás Ideal

 Aumentando-se a temperatura do gás no cilindro, o gás se


expande, elevando a carga contra a gravidade. O gás realiza
trabalho (positivo) sobre a carga;

 De acordo com a terceira lei de Newton, a força exercida pelo


êmbolo sobre o gás é igual e oposta à exercida pelo gás sobre o
êmbolo. O trabalho realizado sobre o gás pode, então, ser
escrito como

W   Fdx    pAdx

W    pdV
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Trabalho Realizado Sobre um Gás Ideal

 O módulo do trabalho realizado sobre o gás é igual à área sob a


curva da pressão num diagrama pV;

 O trabalho realizado sobre o gás é negativo quando o processo


aumenta o volume do gás e é positivo quando o processo
diminui o volume do gás.
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Trabalho Realizado Sobre um Gás Ideal

 Ao longo do trajeto 1 (ABD),


Vf

W1  WAB  WBD  0   pdV   p f  dV   p f V f  Vi 


Vi

 Ao longo do trajeto 2 (ACD),


Vf

W2  WAC  WCD   pdV  0   pi  dV   pi V f  Vi 


Vi

 Claramente W1 ≠ W2, e o trabalho depende do trajeto.


A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Trabalho Realizado Sobre um Gás Ideal

 Volume Constante:

W 0

 Pressão Constante:

W   p  dV   p V f  Vi 
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Trabalho Realizado Sobre um Gás Ideal

 Temperatura Constante:

 Um processo realizado à temperatura constante é denominado


processo isotérmico e a curva hiperbólica correspondente num
diagrama pV é denominada isoterma.

Vf
W  nRT ln
Vi
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 Trabalho Realizado Sobre um Gás Ideal

 Isolamento Térmico (Processo Adiabático)

pV   piVi TV  1  TiVi  1

 1

piVi  Vi  
pV

W   i i Vi1  V f1
 1
 
  1  V f


 1
 
 

W
1
 p f V f  piVi 
 1
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 A Energia Interna de um Gás Ideal

 O modelo de gás ideal adotado fundamenta-se em moléculas,


que são consideradas partículas pontuais. A temperatura
depende da energia cinética média de translação das moléculas;

 Não existe energia potencial molecular, nem qualquer energia


interna associada à rotação ou à vibração da molécula;

 Para um gás ideal, a energia interna só pode ser a energia


cinética média de translação das moléculas;

 A energia interna de um gás ideal depende somente da


temperatura.

1  3
Eint  n M v 2   nRT
2  2
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 P1.5) Uma amostra de ar, que ocupa 0,14 m3 à pressão


manométrica de 1,03 x 105 Pa, expande-se isotermicamente
até atingir a pressão atmosférica e é então resfriada, à
pressão constante, até que retorne ao seu volume inicial.
Calcule o trabalho realizado pelo ar.
A TEORIA CINÉTICA E O GÁS IDEAL

 P1.6) Um gás ideal sofre uma compressão adiabática a


partir de p = 122 kPa, V = 10,7 m3, T = -23,0°C até p = 1.450
kPa, V = 1,36 m3. (a) Calcule o valor de  . (b) Determine a
temperatura final. (c) Quantos mols do gás estão presentes?
(d) Qual é a energia cinética de translação total por mol
antes e depois da compressão?
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3. Escalas Termométricas
4. A Teoria Cinética e o Gás Ideal
5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
CALOR

 É a energia que flui entre um sistema e sua vizinhança em


virtude de uma diferença de temperatura entre eles;

 Como o calor é uma forma de energia, suas unidades são as de


energia; ou seja, o joule (J) no SI;

 Antes que se reconhecesse que o calor era uma forma de


energia, designavam-se outras unidades para ele. Algumas
ainda estão em uso (Ex: 1 cal = 4,186 J e 1 Btu = 1055 J);

 A “caloria” em uso comum como medida de nutrição (Cal) é, na


realidade, uma quilocaloria (1 Cal = 1000 cal = 4186 J).

Vizinhança Vizinhança Vizinhança

Sistema Sistema Sistema

TS < TA Q>0 TS = TA Q=0 TS > TA Q<0


CALOR

 O calor é semelhante ao trabalho no sentido de que ambos


representam uma forma de transferência de energia;

 Calor e trabalho não são propriedades intrínsecas de um


sistema; isto é, não se pode dizer que um sistema “contenha”
uma certa quantidade de calor ou de trabalho;

 Em vez disso, diz-se que ele pode transferir uma certa


quantidade de energia como calor ou trabalho sob certas
condições especificadas.

Vizinhança Vizinhança Vizinhança

Sistema Sistema Sistema

TS < TA Q>0 TS = TA Q=0 TS > TA Q<0


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5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 Podemos mudar o estado de um corpo transferindo energia dele


ou para ele na forma de calor, ou realizando trabalho sobre o
corpo;

 Uma propriedade de um corpo que pode mudar em tal processo


é sua temperatura T. A variação de temperatura ∆T, que
corresponde à transferência de uma quantidade particular de
energia calorífica Q, dependerá das circunstâncias sob as quais
o calor tenha sido transferido;

 Podemos mesmo mudar a temperatura realizando trabalho


sobre um sistema como, por exemplo, esfregando, um contra o
outro, dois objetos que exerçam forças de atrito entre si; neste
caso, não há necessidade de ocorrer qualquer transferência de
calor.
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 É conveniente definir-se a capacidade calorífica C´ de um corpo


como a razão entre a quantidade de calor Q fornecida a ele em
qualquer processo e a correspondente variação de sua
temperatura ∆T:
Q
C´
T
 A capacidade calorífica por unidade de massa de um corpo,
chamada capacidade calorífica específica ou, usualmente,
apenas calor específico, é característica do material do qual se
compõe o corpo:
C´ Q
c 
m mT
 A capacidade calorífica é característica de um objeto particular,
mas o calor específico caracteriza uma substância. Assim, fala-
se, por um lado, da capacidade calorífica de uma moeda de
cobre, mas, por outro lado, do calor específico do cobre.
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 Nem a capacidade calorífica de um corpo nem o calor específico


de um material são constantes; ambos dependem da
temperatura;

 As duas equações anteriores fornecem apenas valores médios


para essas grandezas na faixa de temperatura ∆T. No limite,
quando ∆T → 0, podemos falar no calor específico a uma
temperatura particular T;

 A variação de temperatura pode ser dividida em N pequenos


intervalos ∆Tn; supõe-se que cn seja constante em cada
pequeno intervalo e somam-se as contribuições de todos os
intervalos n = 1, 2,..., N para a transferência total de calor:

N
Q   mcn Tn
n 1
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 No limite infinitesimal, a expressão anterior torna-se


Tf

Q  m  cdT
Ti

 Onde c pode ser uma função da temperatura. Em intervalos não


muito grandes de temperatura, podem-se considerar os calores
específicos como constantes;

 O calor específico da água, por exemplo, varia menos de 1% no


intervalo de 0°C a 100°C. Pode-se, portanto, escrever a
equação anterior na forma geralmente mais útil

Q  mcT f  Ti 

 Para se obter um valor único para c, devem-se indicar as


condições, tais como calor específico à pressão constante cp,
calor específico a volume constante cv, etc.
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 P1.7) Um objeto de massa 6 kg cai de uma altura de 50 m e,


por meio de uma engrenagem mecânica, gira uma roda que
desloca 0,6 kg de água. A água está inicialmente a 15°C.
Qual o aumento máximo da temperatura da água? (Dado:
cágua = 1,0 cal/g∙°C).
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 P1.8) Um atleta precisa perder peso e decide fazê-lo


“malhando”. (a) Quantas vezes ele deve levantar um haltere
de 80,0 kg à altura de 1,30 m de forma a queimar o
necessário, supondo-se que sejam necessárias 3500 Cal
para tanto? (b) Se o peso é levantado uma vez a cada 4s,
quanto tempo é preciso para perder a gordura?
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 P1.9) Um cozinheiro, ao acordar certa manhã, encontra o


fogão com defeito. Decide tentar ferver água para o café
sacudindo-a em uma garrafa térmica. Suponha que o
cozinheiro use 560 cm3 de água a 15°C e que a água caia 35
cm a cada sacudida, sacudindo a garrafa 30 vezes por
minuto. Desprezando-se qualquer perda de energia, por
quanto tempo ele deve sacudir a garrafa até que a água
ferva? (Dado: cágua = 4190 J/kg∙K).
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3. Escalas Termométricas
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5. Calor
6. Capacidade Calorífica e Calor Específico
7. Capacidades Caloríficas de um Gás Ideal
CAPACIDADES CALORÍFICAS DE UM GÁS IDEAL

 Capacidade Calorífica Molar a Volume Constante (Cv)

 Uma certa quantidade de energia como calor Q é introduzida em


um gás que está confinado dentro de um cilindro equipado com
um pistão;

 O gás, então, pode (1) armazenar a energia como a energia


cinética devido ao movimento aleatório de suas moléculas
(energia interna) ou (2) usar a energia para realizar trabalho
sobre o ambiente;

 Considerando-se, inicialmente, o caso em que o pistão está fixo


(de modo que o volume do gás permanece constante e nenhum
trabalho externo é realizado), toda a energia calorífica
transforma-se em energia interna.
CAPACIDADES CALORÍFICAS DE UM GÁS IDEAL

 Capacidade Calorífica Molar a Volume Constante (Cv)

Q  Eint

Q E
CV   int
nT nT
 Gás Monoatômico

3  3 3
Eint  N  kT   nRT  CV  R  12,5 J mol  K
2  2 2

 Gás Diatômico

5  5 5
Eint  N  kT   nRT  CV  R  20,8 J mol  K
2  2 2

 Gás Poliatômico

6 
Eint  N  kT   3nRT  CV  3R  24,9 J mol  K
2 
CAPACIDADES CALORÍFICAS DE UM GÁS IDEAL

 Capacidade Calorífica Molar à Pressão Constante (Cp)


p

c
a T + ∆T
T
V

Eint,ab  Eint,ac

Eint,ac  Q  W

Q  nCp T

W   pV  nRT

nCV T  nCp T  nRT

C p  CV  R
CAPACIDADES CALORÍFICAS DE UM GÁS IDEAL

 Capacidade Calorífica Molar à Pressão Constante (Cp)


p

c
a T + ∆T
T
V

 Gás Monoatômico
5
Cp  R  20,8 J mol  K
2
 Gás Diatômico
7
Cp  R  29,1 J mol  K
2
 Gás Poliatômico
C p  4R  33,3 J mol  K
CAPACIDADES CALORÍFICAS DE UM GÁS IDEAL

 Capacidade Calorífica Molar à Pressão Constante (Cp)


p

c
a T + ∆T
T
V

 Gás Monoatômico
5
   1,67
3
Cp
 Gás Diatômico 
CV
7
   1,40
5
 Gás Poliatômico
4
  1,33
3
CAPACIDADES CALORÍFICAS DE UM GÁS IDEAL

 Capacidades Caloríficas Molares de Gases

Cp CV Cp / CV
Gás
(J/mol.K) (J/mol.K)
Monoatômico
Ideal 20,8 12,5 1,67
He 20,8 12,5 1,67
Ar 20,8 12,5 1,67
Diatômico
Ideal 29,1 20,8 1,40
H2 28,8 20,4 1,41
N2 29,1 20,8 1,40
O2 29,4 21,1 1,40
Poliatômico
Ideal 33,3 24,9 1,33
CO2 37,0 28,5 1,30
NH3 36,8 27,8 1,31
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO

 P1.10) Em um experimento, aquecem-se 1,35 mol de


oxigênio (O2) à pressão constante, começando a 11,0ºC.
Quanto calor se deve acrescentar ao gás para dobrar seu
volume?

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