Jamile Rachide Relatório1. TD1

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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

Termodinamica I
2EMM

Tema:
Temperatura, Equilíbrio térmico, Termómetros e Escalas de Temperatura, Calor
Sensível, Dilatação térmica, Comportamento da água.

Discente:
Jamile Rachide Chai

Docente:
Prof. Dr. Carlos Abílio Alejandro Alfonso

Maputo
Marco 2024
Índice
Resumo
Introdução..................................................................................................................................1

1.Temperatura.........................................................................................................................2

2. Equilíbrio Térmico.............................................................................................................2

2.1 Os estados de agregação da matéria.................................................................................3

3. Termómetro e Escalas Termométricas...............................................................................5

4. Escalas Termométricas.......................................................................................................8

4.1 Escala Celsius...................................................................................................................8

4.2 Escala Fahrenheit..............................................................................................................8

4.3 Escala Kelvin ou escala Absoluta...................................................................................9

4.4 Relação entre as escalas termométricas..........................................................................10

5. Calor Sensível...................................................................................................................12

6. Dilatação Térmica............................................................................................................14

6.1 Dilatação Linear.............................................................................................................17

6.2 Dilatação Superficial......................................................................................................18

6.3 Dilatação Volumétrica....................................................................................................19

7. Comportamento da água...................................................................................................19

Conclusão.............................................................................................................................20

Referências Bibliográficas....................................................................................................21
Resumo
Na termologia que ė a parte da física com que iniciamos o segundo Volume, estudamos os fenómenos
ligados energia térmica (Fenómenos térmicos.) esses fenómenos, assim como outros fenómenos
físicos, podem ser interpretados sob duas perspectivas que frequentemente se completam: a
macroscópica e a microscópica. O estudo macroscópico esta relacionado com os aspectos globais do
sistema, como volume que ocupa sua temperatura e outras propriedades que podemos perceber por
nossos sentidos.
Introdução

Medir a temperatura corretamente muito importante em todos os ramos da ciência, seja a física, a química, a
biologia, etc. Muitas propriedades físicas dos materiais dependem da sua temperatura. Por exemplo, a fase do
material, se ele é sólido, líquido ou gasoso, tem relação com sua temperatura. Outras propriedades como a
densidade, a solubilidade, a pressão de vapor, a condutividade elétrica, entre várias, dependem da temperatura.
A temperatura do corpo humano, mantido constante em torno de 37°C, regula inúmeros processos biológicos e
químicos. A temperatura revela a noção comum do que é quente ou frio.

1
BREVE HISTÓRICO DA TERMOMETRIA

Segundo (Nicholas & White, 2001) A primeira tentativa documentada para criar uma escala de temperatura data do século

II D.C, época em que Cláudio Galeno (o de Bérgamo), reconhecido médico e filósofo greco-romano, sugeriu que as

sensações de quente e frio fossem quantificadas em 8 graus de temperatura, sendo 4 acima e 4 abaixo de um ponto neutro.

Nesse intento, Galeno atribuiu à água fervente o valor de “4 graus de calor” e à neve “4 graus de frio”. A temperatura

neutra foi definida com a resultante de uma mistura de iguais quantidades de água fervente e neve.

Cerca de 1500 anos depois, na Suíça, foi proposta uma nova escala de temperatura balizada nas temperaturas das latitudes

terrestres. O valor de 4 graus de frio foi atribuído à temperatura dos polos Embora seja uma grandeza do nosso convívio,

percebida nas sensações do quente e do frio, temperatura é uma grandeza difícil de ser definida. Apresenta uma

concepção macroscópica na Termodinâmica e outra, microscópica, na física estatística. E quatro graus de calor atribuído à

temperatura do equador. Essa escala tinha como objectivo quantificar misturas de drogas para serem ministradas como

remédios em diferentes regiões da terra.

Segundo (Quinn, 1990) Passando por outras ideias e artefactos, com destaque para inventos atribuídos ao filósofo e

inventor Héron de Alexandria (século I D.C.), coube a Galileu Galilei, Itália em 1592, a invenção do primeiro

termómetro, posteriormente denominado termoscópio de Galileu. O artefacto consistia em tubo de vidro, encimado por

um balão e sustentado com a extremidade inferior imersa num reservatório com álcool colorido. Quando o balão era

aquecido, o ar expandia-se e borbulhava através do álcool no reservatório. Quando o balão era esfriado, álcool penetrava e

subia no tubo. As variações da temperatura do balão podiam ser observadas e quantificadas por meio de marcas feitas no

tubo. Esse artefacto foi posteriormente aprimorado pelos italianos Bartolomeu Telioux e Santoro Santorre. Já século XVII

os termómetros de eram bem conhecidos. Em 1644, Evangelista Torricelli descobriu a variabilidade da pressão do ar e

demonstrou que o termómetro de Torricelli não só indicava variações de temperatura, mas também às de pressão, criando

o barómetro de Torricelli.

1. Definição de Temperatura
Para (Ramalho et al., 2009), supondo não haver mudança de fase, quando o corpo recebe
energia térmica, suas moléculas passam a se agitar mais intensamente - a temperatura
aumenta. Ao perder energia, as moléculas do corpo se agitam com menor intensidade - a
temperatura diminui. Na figura 1, as moléculas do gás, representadas esquematicamente por
pequenas esferas, aumentam seu grau de agitação ao receberem energia térmica da chama do
bico de gás.

Figura 1. As moléculas do gás, quando colocado sobre a chama, adquirem mais energia cinética,

ou seja, o gás passa a apresentar uma temperatura mais elevada.

Segundo Tardioli (2011, pag. 26), a temperatura pode ser definida como uma medida da
agitação molecular de um sistema e exprime o seu potencial de transferência de energia na
forma de calor. Entretanto, essa definição não nos transmite a intuição que temos
temperatura, ou seja, a sensação de “quente” ou “frio” quando tocamos um objecto ou quando
ouvimos num telejornal que a temperatura prevista para o final de semana é de 30 °C ou 2 °C
negativos.

2. Equilíbrio Térmico
A transferência de calor entre dois corpos, como acentuamos anteriormente, pode ser
explicada pela diferença entre suas temperaturas. Quando dois corpos são colocados em
presença um do outro, as moléculas do corpo quente (mais rápidas) transferem energia
cinética para as moléculas do corpo frio (mais lentas). Com isso, as moléculas do corpo frio
aumentam sua velocidade e as moléculas do corpo quente têm sua velocidade diminuída, até
ser alcançada uma situação de equilíbrio. Em outras palavras, há transferência de energia
térmica (calor) do corpo mais quente para o corpo mais frio (Ramalho et al., 2009).

2
A situação final de equilíbrio, caracterizada pela igualdade das temperaturas dos
corpos, constitui o equilíbrio térmico. Assim, dois corpos em equilíbrio térmico
possuem obrigatoriamente temperaturas iguais. Uma vez alcançada essa situação, não
mais há transferência de calor entre eles (Ramalho et al., 2009).

Sendo assim, podemos concluir que: “se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um
terceiro, eles estão em equilíbrio térmico entre si”. Esse enunciado constitui a chamada Lei
zero da Termodinâmica. Assim, se um corpo A está em equilíbrio térmico com um corpo C
e um corpo B também está em equilíbrio térmico com o corpo C, então os corpos A e B estão
em equilíbrio térmico entre si.

2.1 Os estados de agregação da matéria

Estamos habituados com o fato de a água apresentar-se como líquido, sólido ou vapor,
podendo passar de uma para outra situação. Assim, como se mostra na figura 2, um cubo de
gelo (sólido) pode derreter, passando a líquido; e este, por aquecimento, pode passar a vapor.

Figura 2. Esquema de um dispositivo em que o gelo se transforma em água líquida, e esta, por
aquecimento, se transforma em vapor, (Ramalho et al., 2009).

Sólido, líquido e gasoso constituem os estados de agregação da matéria (há uma diferença
física entre gás e vapor, mas ambos correspondem ao estado gasoso). De modo geral, os
materiais que nos rodeiam se encontram em um desses estados de agregação, (Ramalho et al.,
2009).

Um sólido tem volume e forma definidos. Um líquido assume a forma do recipiente que o
contém, mas seu volume é definido. Um gás ou um vapor preenche totalmente um recipiente
fechado no qual seja colocado, qualquer que seja a forma deste. Portanto, gases e vapores não

3
têm forma nem volume definidos: a forma e o volume são do recipiente no qual se
encontram.

Para explicar esses estados de agregação, admite-se que qualquer material é formado de
moléculas e que estas estão em movimento, mais intenso ou menos intenso, com maior ou
menor liberdade, conforme a intensidade das forças de coesão entre elas.

No estado sólido, as forças de coesão são muito intensas, restringindo o movimento das
moléculas a uma ligeira vibração em torno de uma posição média. Na figura 3, que representa
esquematicamente as moléculas, esse movimento restrito é mostrado em A (no destaque).

Por conseguinte, as moléculas, fortemente coesas, dispõem-se com regularidade, geralmente


formando uma rede cristalina. Assim, os sólidos apresentam forma e volume definidos.

Figura 3. Representação esquemática de como se apresentam as moléculas do corpo no estado sólido (A) e
nos estados líquido e gasoso (B).

No estado líquido, as distâncias entre as moléculas são, em média, maiores que no estado
sólido. No entanto, as forças de coesão ainda são apreciáveis e a liberdade de movimentação
das moléculas é limitada, havendo apenas o deslizamento de umas em relação às outras (fig.
3B). Em consequência, os líquidos apresentam volume definido, mas sua forma é variável,
adaptando-se à do recipiente.

No estado gasoso, as forças de coesão entre as moléculas têm intensidade muito pequena,
possibilitando uma movimentação bem mais intensa que nos outros estados (fig. 3B).
Consequentemente, os gases e vapores têm a propriedade de se difundir por todo o espaço em
que se encontram, não apresentando nem forma nem volume definidos.

4
Tanto uma mistura gasosa como uma mistura homogénea de líquidos apresentam uma única
fase — a fase gasosa, no primeiro caso, e a fase líquida, no segundo. Uma pedra de gelo
flutuando na água constitui um sistema com duas fases distintas: a fase sólida e a fase líquida.
Assim, fase de um sistema é uma parte geometricamente definida e fisicamente homogénea
desse sistema. Por isso, podemos nos referir aos estados de agregação de uma substância
como fases da substância.

3. Termómetro e Escalas Termométricas

O primeiro termómetro foi construído por Galileu Galileu em 1592, era composto de um tubo
de vidro, que em suas extremidades, tinha um recipiente contendo ar e água e na outra um
bulbo de vidro arredondando contendo apenas ar (figura 4), (Fonseca, 2020).

Figura 4: Gravura do termoscópio de Galileu, (adoptada pelo autor)

Ao aquecer o bulbo de vidro, o ar que estava dentro sofria dilatação e se expandia dentro do
bulbo e do tubo, consequentemente parte do ar saía. Depois de aquecido, ele submergia parte
do tubo na água que estava no recipiente, deixando o bulbo para cima. Em seguida esfriado, o
ar contido no bulbo tende a se comprimir, já que o tubo estava submerso, a água do recipiente
sobe pelo tubo. Dessa forma, Galileu podia comparar temperaturas de vários objectivos que
eram colocados em contacto com o bulbo. Actualmente, os termómetros de uso mais comum
utilizam a variação do volume de líquidos, como o álcool e o mercúrio, para medir as
temperaturas. Fundamenta-se na lei zero da termodinâmica, em que após um tempo em

5
contacto, dois objectos estarão em equilíbrio térmico entre si (Halliday, 2016), tal equilíbrio
só é atingido quando os mesmos encontram-se na mesma temperatura.

O termómetro de gás a volume constante é utilizado como padrão para calibração de


termómetros comerciais (Halliday, Resnick 2016). Ele toma como referência à temperatura
do ponto triplo da água, ponto em que coexistem, em equilíbrio térmico, a água no estado
líquido, o gelo e o vapor para apenas um conjunto de valores de pressão e temperatura
(Figura 5).

Figura 5: Ilustração de um termómetro de gás a volume constante, (Halliday.; Resnick (2012, pag. 186)

Para ter dados precisos, o termómetro é de fundamental importância. É um objecto usado


para medir o grau de agitação associado à energia cinética das moléculas, composto por um
elemento sensor que possui uma propriedade que varia com a temperatura.

O termómetro clínico digital, como é mostrado na figura 6, e seu funcionamento dão-se pela
dilatação volumétrica de uma substância frente à variação de temperatura dentro de um tubo
capilar. Pode-se, então, definir uma temperatura como estando relacionada ao comprimento
da coluna do fluido (Serway, Jewett Júnior, 2013).

6
Figura 6: Ilustração de um termómetro digital de mercúrio, (adoptada pelo autor).

O segundo termómetro, como mostra na figura 7, é um termómetro de bulbo de mercúrio.

Figura 7: Ilustração de um termómetro de mercúrio, (adoptada pelo autor).

O terceiro é o termómetro infravermelho como mostra na figura 8, são sensores capazes de


aferir a temperatura de corpos ou superfícies através da radiação emitida por eles, a medição

da temperatura é feita de modo que o sensor não precisa tocar a superfície, (Fonseca, 2020).

Pirómetro é o termo empregado originalmente para denominar os instrumentos que eram


usados, de maneira óptica, para inferir a temperatura dos objectos em alta incandescência
(brilho visível a olho nu). Em um conceito actual Pirómetros são instrumentos usados para
inferir temperaturas sem que haja contacto com a superfície, isto é, feito através da avaliação
da radiação emitida por esta superfície.

Podemos concluir que o termómetro infravermelho, conhecido como termómetro a laser, é


composto por um laser, que auxilia no posicionamento do sensor para realizar a leitura do

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objecto, possui ainda uma lente óptica e um sistema de amplificadores e filtros que
transmitem a radiação do corpo até um medidor que emite uma resposta proporcional à
radiação que pode ser associada a temperatura da superfície.

Figura 8: Termómetro Infravermelho, (adoptada pelo autor).

4. Escalas Termométricas
Para quantificar as temperaturas, ou seja, para atribuir valores numéricos aos estados térmicos
dos corpos, foram inventadas escalas graduadas, denominadas escalas termométricas. Ao
longo do tempo, muitas escalas foram propostas e empregadas por diferentes pensadores em
diferentes partes do mundo. Actualmente três se destacam: a escala Celsius, proposta em
1742 pelo astrónomo sueco Anders Celsius (1701-1744); a escala Fahrenheit, proposta 1727
pelo físico alemão-polonês Gabriel Daniel Fahrenheit (1688-1736); e a escala Kelvin,
elaborada em 1848 pelo físico britânico William Thompson (1824-1907), conhecido pelo seu
título de nobreza como lorde Kelvin, (Fonseca, 2020).

4.1 Escala Celsius


A escala Celsius é actualmente a escala mais empregada em todo o mundo para designar a
diferença de temperatura entre os corpos. Na construção de sua escala, Celsius adoptou como
referência dois pontos fixos: a temperatura 0 oC para o gelo fundente e a temperatura 100 oC
para a ebulição da água, ambos à pressão normal de 1 atm. (nível do mar). Dividiu a distância
entre esses dois pontos em 100 partes iguais, de modo que cada divisão corresponda a uma
unidade, ou seja, 1 grau Celsius (1 °C).

4.2 Escala Fahrenheit


Os primeiros termómetros produzidos e calibrados por Fahrenheit atribuíam a uma mistura de
gelo, água e sal o valor 0, pois era a menor temperatura que conseguia criar em seu

8
laboratório. O valor 100 foi atribuído para o que ele considerou a temperatura normal do
corpo humano.

Porém, como na prática esses pontos fixos não eram fácies de serem produzidos, Fahrenheit
adoptou os pontos fixos de fusão do gelo e ebulição da água, tal qual Celsius havia proposto e
para essas situações leu no seu termómetro as temperaturas de 32° F e 212º F,
respectivamente. Como entre esses dois valores há uma diferença igual a 180, a graduação da
escola Fahrenheit tem 180 divisões, cada uma correspondendo a 1 grau Fahrenheit
(representa-se por 1º F).

4.3 Escala Kelvin ou escala Absoluta


Cientistas experimentais do século XIX descobriram que é impossível reduzir a temperatura
de uma substância a um valor igual ou inferior a -273,15 °C. Esse limite inferior de
temperatura é chamado de Zero Absoluto ou Zero Kelvin (0 K). A partir de 1954, o Kelvin foi
adoptado como unidade oficial de temperatura pelo Sistema Internacional de Unidade (SI).
De acordo com o SI, não se escreve ou pronuncia-se a palavra grau com a temperatura
Kelvin. A escala Kelvin, também denominada escala absoluta, tem subdivisão de sua escala
com o mesmo tamanho da escala Celsius. O primeiro ponto fixo, isto é, o ponto de fusão do
gelo, corresponde a 273 K, e o segundo ponto fixo, o ponto de ebulição da água, corresponde
a 373 K.

Essa temperatura (0 K), as partículas não teriam nenhuma energia cinética, o que é bastante
improvável depois que ficou demonstrado, pela teoria quântica, que existe uma energia
cinética mínima que toda estrutura deve ter.

A escala Kelvin é a escala adoptada pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) e é utilizada
para medir a temperatura absoluta de um objecto. É a fracção 1/273, 16 da temperatura
termodinâmica do ponto triplo da água (Nussenzveig, 1997).

Independe da substância ou propriedades específicas utilizadas para medi-la. É impossível


obter uma temperatura inferior a -273,16 °C, (Nussenzveig, 1997). Esta temperatura é
denominada zero absoluto. É uma temperatura limite que não pode ser alcançada.

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4.4 Relação entre as escalas termométricas

As escalas termométricas são usadas para indicar a temperatura, ou seja, se mais quente
maior será a temperatura. O conjunto dos valores numéricos que a temperatura pode assumir
constitui uma escala termométrica (Ramalho, 2015).

Em outras palavras uma escala termométrica é constituída por valores definidos baseados em
pontos de referência, como por exemplo, os pontos de fusão e ebulição da água. Existem
diversas escalas termométricas, as principais são Celsius (°C), Kelvin (K) e a escala
Fahrenheit (°F).

Para converter valores de temperatura entre as escalas, consideremos TC, TF, TK as


temperaturas de um corpo nas escolas Celsius, Fahrenheit e Kelvin, respectivamente. Para
obter as funções termométricas que relacionam as três escalas, vamos considerar a
correspondência entre os pontos fixos de fusão do gelo e ebulição da água ao nível do mar.
Colocando as três escalas, temos a situação indicada como mostra a figura 9.

Figura 9: Conversão entre as escalas, (adoptada pelo autor).

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5. Calor Sensível
Segundo Pavão (2009), considere dois corpos, A e B, que possuem temperaturas diferentes
TA e TB, e estão em contacto térmico, como ilustra a figura abaixo:

Após algum tempo, observamos que esses dois corpos encontram-se com a mesma
temperatura. T’A= T’B =TE = temperatura de equilíbrio. O que estava com maior temperatura
esfriou e o que estava com menor temperatura esquentou. Quando isso ocorre, dizemos que
os corpos estão em equilíbrio térmico e a temperatura final é chamada de temperatura de
equilíbrio TE. Isso ocorre porque o corpo de maior temperatura fornece certa quantidade de
energia térmica para o outro de menor temperatura. Essa energia térmica quando está em
trânsito de um corpo para outro é denominada calor.

Antes mesmo que o calor fosse reconhecido como uma forma de energia, as medidas da
quantidade de calor eram feitas através das variações de temperatura que os corpos sofriam.
A unidade de calor é a caloria (cal) e é definida como: 1 caloria é definida como a
quantidade de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de água de 14,5 0C
para 15,5 0C, sob pressão normal.

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No sistema internacional de unidades, a unidade de calor é o joule (J) que se relacionam
como: 1 cal = 4,186 J ou ainda 1 Kcal = 1000 cal.

5.1 Definição: Calor Sensível

Como vimos, uma das consequências das trocas de calor, é a variação de temperatura do
corpo. Se receber calor, esse corpo poderá sofrer um aumento de temperatura e, se ceder
calor, uma possível queda de temperatura. Verifica-se experimentalmente que, a quantidade
de calor necessária para produzir variações de temperatura depende:

a) directamente da massa do corpo, para uma mesma variação de temperatura,


b) directamente da variação de temperatura, para uma mesma massa m do corpo,
c) do tipo de material.

Esta três condições podem ser resumidas em:

Q=m× c × ∆ Τ

Onde:

Q - Quantidade de calor recebida ou cedida pelo corpo (cal)

m - Massa do corpo

ΔT- Variação de temperatura

c- Calor específico, que é característico de cada material

Essa equação é conhecida como a equação fundamental da calorimetria.

Os corpos e as substâncias na natureza reagem de maneiras diferentes quando recebem ou


cedem determinadas quantidades de calor. Alguns se aquecem mais rápido que os outros. Um
aspecto observado é que quanto maior a quantidade da substância a ser aquecida, maior
deverá ser a quantidade de calor fornecida. Para aquecermos um litro de água necessitamos
fornecer maior quantidade de calor do que para aquecer uma xícara de água, ou seja, a
capacidade térmica (C) de um corpo depende directamente da massa e é definida como:

C=m× c

A constante c é chamada de calor específico da substância de que o corpo é constituído. A


experiência mostra que cada substância necessita de uma quantidade de calor diferente para

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que um grama desta substância, sofra variação de 1 oC. O calor específico pode ser definido
como a capacidade térmica por unidade de massa e é uma característica da substância de que
o material é feito. A capacidade térmica pode ser medida usualmente em cal/ oC e assim
como o calor específico é medido usualmente em cal/ g. oC.

A tabela mostra o calor específico de algumas substâncias, válido para temperaturas entre 0 0 e
100 oC.

6. Dilatação Térmica

Analisando a estrutura interna de um sólido, os átomos que os constituem se distribuem


ordenadamente, dando origem a uma estrutura denominada rede cristalina, unidos mediante
ligações (forças eléctricas) e funcionam como se existisse em pequenas molas unindo um
átomo a outro. Tais átomos estão em constante vibração em torno de uma posição média de
equilíbrio. (Máximo, 2010).

Quando um corpo é aquecido ou resfriado, há alteração de algumas de suas propriedades


físicas, de forma que, a maior parte dos sólidos e dos líquidos sofrem expansão após uma
variação positiva de sua temperatura. Os gases, quando possível, também se expandem com o
aquecimento ou sofrem um aumento na pressão se forem aquecidos a um volume constante.

A dilatação térmica dos objectos depende de algumas grandezas físicas, tais como as
dimensões do mesmo ou a variação de temperatura a que são submetidos. É importante
afirmar também que substâncias diferentes se dilatam com diferentes taxas. Um bom

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exemplo é a união entre duas lâminas metálicas denominada lâmina bimetálica. Quando
aquecida, um dos lados da tira dupla torna-se mais longo do que o outro fazendo com que ela
se vergue, tornando-se curva. Quando a variação de temperatura é negativa, ou seja, quando a
lâmina bimetálica é resfriada, a curvatura acontece no outro sentido.

Este fenómeno também é explicado da seguinte forma:

Cada material reage de forma diferente a uma variação de temperatura. A maioria dos
materiais expande quando aquecidos, através de uma escala de temperatura que não
produz fusão ou ebulição. Em um modelo simples, o aumento da temperatura provoca
um aumento da amplitude de vibração dos ́átomos no material, o que aumenta a
distância média entre eles, resultando na expansão do material. (Callister 2002. p.41).

6.1 Dilatação Linear

Dilatação Linear é aquela em que é mais relevante a variação de uma única dimensão do
corpo com a variação de sua temperatura, ou seja, quando só nos interessa a variação de seu
comprimento, como no caso dos cabos de electricidade.
Para estudar a dilatação linear, consideremos uma barra metálica, como mostra na figura 10,
de comprimento inicial 0 à temperatura inicial T0. Aumentando a temperatura da barra para
T, seu comprimento passa para :

Figura 10: Ilustração Dilatação em uma Barra, (adoptada pelo autor).

Na equação (9) abaixo se a temperatura de uma barra metálica de comprimento L aumenta de


um valor Δ , o comprimento aumenta de um valor:

ΔL=L 0 αΔT

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ΔL=L−L 0

L−L 0=L0 αΔT

L=L 0+ L 0 αΔT

L=L 0 ( 1+αΔT )

Onde:

- Comprimento final da barra

0 – Comprimento inicial
Δ – Variação da temperatura

Em que α é uma constante chamada de coeficiente de dilatação linear. A unidade do


coeficiente α é o oC- 1 ou K-1. (Halliday; Resnick, 2012).

Utilizando o metro e o grau Celsius como unidades de medidas de α é igual a °−1.


Analogamente podemos ter como unidade de α ° −1 e α −1
, para graus Fahrenheit e
temperatura Kelvin.

O coeficiente de dilatação linear α representa numericamente a dilatação sofrida por unidade


de comprimento da barra quando sua temperatura varia de um grau. Como se pode verificar
são valores muitos pequenos.
Quanto maior for este coeficiente, maior será a deformação.

6.2 Dilatação Superficial


Consideremos que a face de um cubo tenha área S 0=L 0 × L 0, como mostra a figura 11, à
temperatura T0, e área S=( L 0+ ΔL) ×( L0+ ΔL) à variação de temperatura Δ, como T>T0.

16
Figura 11: Dilatação Superficial, (adoptada pelo autor).

Experimentalmente, verifica-se que a variação da área (Δ) depende do tipo de material que
constitui a superfície () e que é directamente proporcional à área inicial S0 e à variação de
temperatura Δ.

ΔS =S 0 βΔT

S−S 0=S 0 βΔT

S=S 0+ S 0 β ΔT

S=S 0 (1+ βΔT )

Na equação (13), a relação entre os coeficientes de dilatação superficial pode ser representada
por:

β=2 α

A dilatação dos líquidos pode ser interpretada como sendo a dilatação volumétrica, ou seja,
aumento em três dimensões.

6.3 Dilatação Volumétrica


A dilatação Volumétrica, pode ser interpretada como sendo o aumento das três dimensões de
um corpo.

Figura 12: Dilatação Volumétrica, (adoptada pelo autor).

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Na equação (15), se a temperatura de um sólido ou de um líquido cujo volume é V aumenta
de um valor ΔT, o aumento de volume correspondente é:

ΔV =V 0 γΔT

V −V 0=V 0 γΔT

V =V 0+ V 0 γΔT

V =V 0 (1+ V 0 γΔT )

Em que γ é o coeficiente de dilatação volumétrica o sólido ou líquido (Halliday e Resnick,


2012). Na equação (16) acima, a relação entre os coeficientes de dilatação pode ser
representada por:

γ=3 α

Para os líquidos o coeficiente de dilatação linear, deve ser considerado nas três dimensões,
gerando assim o coeficiente de dilatação volumétrica γ.

7. Comportamento da água
Para (Oliveira et al., 2014), quando certa massa de água é aquecida no intervalo de
temperatura entre 0 °C e 4 °C observa-se uma diminuição no volume da amostra,
contrariando o fenómeno da dilatação.

Esse comportamento é explicado a partir das ligações de Hidrogénio, que se tornam instáveis
nesse intervalo de temperatura, fazendo com que espaços vazios entre as moléculas, quando a
água se encontra na fase sólida, sejam preenchidos, diminuindo, assim, o volume.

Aquecendo entre 0 °C e 4 °C  diminuição do volume:

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Figura 13: Comportamento do volume da água em função da temperatura

Figura 14: Comportamento da densidade da água em função da temperatura

Nos gráficos acima observa-se que certa massa de água atinge o volume mínimo à
temperatura de 4 °C, com isso, sua densidade é máxima nessa medida de temperatura,
(Oliveira et al., 2014).

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Conclusão

A pressão nada mais é que uma medida da força exercida pelo gás sobre as paredes do
recipiente que o contém, e está associada à energia térmica deste sistema. Assim, um
aumento de temperatura implica em um aumento da pressão e, consequentemente, da energia
térmica do sistema. Como consequência, pode-se definir uma escala de temperatura baseada
na relação existente entre a pressão e o volume de certo gás. O instrumento que realiza esta
medida não é muito prático, mas é preciso o suficiente para que outros instrumentos possam
ser aferidos e calibrados tendo-o como referência.

20
Referências Bibliográficas

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