Apostila de Probabilidade
Apostila de Probabilidade
Apostila de Probabilidade
Exemplo 20. Os quatro itens a seguir ilustram experimentos aleatórios, pois não sabemos,
com certeza, o possível resultado que ocorrerá em cada um.
a. Jogar uma moeda duas vezes e observar a seqüência obtida de caras e coroas.
Todo experimento aleatório tem associado um espaço amostral. O Exemplo 21 ilustra esse
fato.
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Exemplo 21. Experimentos aleatórios e seus respectivos espaços amostrais.
Existem dois eventos especiais: espaço todo ( ) e o conjunto vazio ( ). Esses eventos não
têm aplicações práticas, mas serão úteis para provarmos propriedades das probabilidades.
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• O evento interseção de A e B, denotado por A B, é o evento
A B
em que A e B ocorrem simultaneamente.
• O evento união de A e B, denotado por A B, é o evento em
A B
que A ocorre ou B ocorre (ou ambos).
• O evento complementar de A, denotado por Ac, é o evento
A B
em que A não ocorre.
Exemplo 23. Operações com eventos. Seja = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Considere os seguintes
eventos: A = {2, 4, 6}, B = {4, 5, 6} e C = {1, 3, 5}. Os eventos a seguir ficam assim:
A B = {4, 6} A C=
A B = {2, 4, 5, 6} A Bc = {1, 2, 3, 4, 6}
Eventos disjuntos
Dois eventos A e B são mutuamente exclusivos ou disjuntos se eles não podem ocorrer
simultaneamente (A B= ).
A B
Após essas quatro definições, acreditamos que o leitor esteja preparado para aprender a
calcular probabilidades. Sugerimos assim, que faça os dois primeiros exercícios da seção 1.4
antes de prosseguir.
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1.3 Definições de Probabilidade
No entanto, é fácil perceber que o termo probabilidade já está enraizado no senso comum,
pois as pessoas vivem o cotidiano calculando implicitamente algumas probabilidades, tais
como situações de sua vida pessoal; organizando-se em relação a horários a cumprir, levando
em conta as circunstâncias do tráfego; agasalhando-se ao sair de casa se a previsão do tempo
indicar uma frente fria. Em resumo, prevenindo-se em situações de risco.
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O primeiro é devido a Laplace e é o mais conhecido, pois relaciona eventos favoráveis com
eventos possíveis. O segundo consiste em repetir um experimento várias vezes. O terceiro é
baseado na opinião pessoal, e o último é devido a Kolmogorov e baseia-se no princípio de que
qualquer experimento pode ser modelado.
Método Clássico
Consideremos o caso em que se joga um dado repetidas vezes. O dado tem seis faces: 1, 2, 3,
4, 5, 6. Se o dado é homogêneo, equilibrado, jogando-o uma vez não há razão para dizermos
que determinada face tenha preferência sobre as outras. Todos os seis resultados são
igualmente possíveis. Então a probabilidade de aparecer a face 3, por exemplo, é de 1/6. O
evento que nos interessa consiste em um elemento, e o espaço amostral tem seis elementos.
Exemplo 25. No lançamento de uma moeda equilibrada, qual a probabilidade de aparecer uma
Cara? O espaço amostral associado é = {Cara, Coroa}. Pela definição clássica, a
probabilidade de ocorrência do evento A = {Cara} é P(A) = 1/2. Note que o número de
elementos em é 2 e o número de elementos em A é 1.
Método Freqüentista
A definição clássica de probabilidade só se aplica a espaços amostrais em que os eventos
simples são igualmente possíveis. Esse é o caso da maioria das aplicações de probabilidades
aos jogos de azar, área que, precisamente, suscitou os primeiros problemas práticos resolvidos
pela teoria das probabilidades. Esses mesmos jogos, entretanto, repetidos inúmeras vezes,
levaram a considerar a probabilidade de um evento como a freqüência relativa, ou seja, como a
proporção de vezes que um evento ocorre em uma série suficientemente grande de realizações
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de um experimento, em condições idênticas. Surgiu então uma nova definição de
probabilidade, a definição freqüentista.
Método Subjetivo
Definição 5.3. Cada indivíduo, baseado em informações anteriores e em sua opinião a respeito
de um evento em questão, pode ter uma resposta para a probabilidade deste evento.
Exemplo 26. Um médico experiente consegue calcular uma probabilidade de o indivíduo ter
uma determinada doença a partir dos sintomas que o indivíduo apresenta. Note que outro
médico pode calcular uma probabilidade diferente para o mesmo indivíduo. Daí o caráter
subjetivo.
Método Moderno
A definição clássica, freqüentista e subjetiva de probabilidade, embora sejam bastante
intuitivas e devendo, por isso, ser sempre lembradas, não são definições matematicamente
aceitáveis de probabilidade. Por exemplo, no caso da definição freqüentista, como saber se, à
medida que o número de repetições de um experimento cresce, a freqüência relativa converge
para um número. Além das dificuldades com o limite, existem muitas situações em que é
necessário o uso de probabilidades, e, no entanto, não é nem possível nem intuitivo pensar em
repetições.
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Definição 5.4. Probabilidade é uma função P( ) , que associa a cada evento do espaço amostral
, um número real, pertencente ao intervalo [0, 1], satisfazendo os seguintes axiomas:
Axioma 1. 0 P(A) 1.
Axioma 2. P( ) = 1.
Axioma 3. Se A e B são eventos mutuamente exclusivos: P(A B) = P(A) + P(B).
A partir desses axiomas, podemos demonstrar as seguintes propriedades:
P1: P( ) = 0, onde é o conjunto vazio.
P2: Seja Ac o evento complementar de A, então P(Ac) = 1 – P(A).
P3: Se A e B forem dois eventos quaisquer, então P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B).
P4: Se A B, então P(A) P(B).
Exemplo 27. Seguem alguns exemplos de funções já descobertas na literatura para calcular
probabilidades, que serão discutidas em detalhes nas próximas seções.
n x n x
Binomial P( X x) p 1 p , x = 0, 1, ..., n
x
r N r N
Hipergeométrica P(X x) ,0 x mínimo(r, n).
x n x n
x
e
Poisson P( X x) , x = 0, 1, ...
x!
1
Uniforme f (x ) , <x<
1
1 2
x 2
Normal f (x ) e 2
,- < x< +
2
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1.4 Exercícios
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Passo 2 – Um membro do grupo vai lançar a moeda e o outro vai marcar os resultados na
planilha anexa, seguindo as seguintes instruções:
a) Jogar a moeda uma vez e anotar C ou K no espaço adequado (linha 2) da planilha.
b) Repetir este procedimento 30 vezes, preenchendo um a um todos os espaços da linha 2.
Passo 3 – Continuando com a planilha, trocar de lugar com o parceiro, voltar para os itens a) e
b) das instruções e continuar mais 30 jogadas – até perfazer 60.
d) Agora a linha 4 da planilha deve ser preenchida – em cada posição deve ser colocado o
número acumulado de CARAS, até aquela jogada (verifique que a jogada está explicitada na
linha 1- que é a linha n). Discutir com outro membro do grupo para ver se está claro – se não,
pergunte! A linha de baixo é continuação do acumulado da linha de cima.
1) Jogada(n) 31 32 33 40 47 50 55 60
2) C ou K
3) 1 ou 0
4) Caras Acumuladas (m)
5) Frequência Relativa (m/n) X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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Passo 5 – Depois de completar a 1a parte da planilha, construir a seguinte tabela, usando as
linhas 4 e 5 da planilha:
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 20 30 40 50 60
m/n
m/n
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 …… 20 30 40 50 60
n
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Aula 2 – Fundamentos de Probabilidades
Sejam A e B dois eventos associados a um mesmo espaço amostral . Denota-se por P(A|B) a
probabilidade condicionada do evento A, quando o evento B tiver ocorrido.
Definição 6.1. Dados dois eventos A e B, a probabilidade condicional de A dado que ocorreu
B é representada por P(A | B) e definida por
P( A B)
P (A | B) , P(B) 0 (6.1)
P( B)
Da expressão (6.1), obtemos a regra do produto de probabilidades dada por
P(A B) P(B) P(A | B) (6.2)
Exemplo 28. Um grupo de pessoas foi classificado quanto a peso e pressão arterial, de acordo
com as proporções do quadro a seguir:
Peso
Pressão Excesso Normal Deficiente Total
Alta 0,10 0,08 0,02 0,20
Normal 0,15 0,45 0,20 0,80
Total 0,25 0,53 0,22 1,00
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a. Qual a probabilidade de uma pessoa escolhida ao acaso nesse grupo ter pressão alta?
b. Se se verifica que a pessoa escolhida tem excesso de peso, qual a probabilidade de ela ter
também pressão alta?
Solução:
a. Como a pessoa é escolhida ao acaso em um grupo em que 20% tem pressão alta, chamando
A o evento “ter pressão alta”, P(A) = 0,20 é a probabilidade pedida.
Exemplo 29. Joaninha tem probabilidade de 0,8 de passar no vestibular, enquanto que
Joãozinho tem probabilidade 0,6. Qual a probabilidade de ambos passarem no vestibular?
Qual a suposição a ser feita nesse caso para calcular a probabilidade?
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2.3 Regra da Probabilidade Total
Considere a seqüência {B1, B2, ..., Bn} como sendo uma partição do espaço amostral , isto é,
Bi Bj = sempre que i j e B1 B2 ... Bn = . O diagrama da Figura 8 exibe uma
partição de .
B2
B1 B3
A
B5
B4
Vamos supor que o evento A possa ocorrer juntamente com um e só um dos n eventos
mutuamente exclusivos B1, B2,..., Bn. Em outras palavras vamos assumir que
A = (A B1) (A B2) ... (A Bn), (6.4)
onde os eventos A Bi e A Bj (com subscritos distintos i e j) são mutuamente exclusivos.
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A expressão (6.7) é denominada Regra da Probabilidade Total.
Exemplo 30. Uma mineradora explora três minas denominadas B1, B2 e B3. A partir de
pesquisas anteriores, sabe-se que a probabilidade de encontrar ouro na mina B1 é 0,1, na mina
B2 é 0,05 e na mina B3 é 0,2. Além disso, essa mineradora tem explorado as minas B1, B2 e B3
nas proporções 0,3, 0,2 e 0,5, respectivamente. Qual a probabilidade de a mineradora
encontrar ouro?
Solução: Seja A = {encontrar ouro} e Bj = {explorando a j-ésima mina j}. Pela regra da
probabilidade total temos
P(A) = P(A | B1 ) P(B1 ) + P(A | B 2 ) P(B 2 ) + P(A | B 3 ) P(B 3 )
0,1x0,3 0,05x0,2 0,2x0,5 0,14
Exemplo 31. Considere novamente o Exemplo 30. Sabendo-se que a mineradora encontrou
ouro, qual a probabilidade de que tenha sido na mina B3?
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Solução: Precisamos calcular a seguinte probabilidade:
P( A | B 3 )P( B 3 ) 0,2 x 0,5 0,10
P( B 3 | A ) n
0,7143
0,14 0,14
P( A | B i )P (B i )
i 1
2.5 Exercícios
Subsistema 1 Subsistema 2
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