Al-Andaluz Meus Apontamentos

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O povo árabe é originário da Península da Arábia, que se localiza na Ásia Menor. Até ao séc.

VI,
estavam divididos em tribos e adoravam vários Deuses. Era um povo muito pobre pois o
deserto ocupava grande parte do seu território, tornando-os nómadas. As suas principais
atividades eram a pastorícia e o comércio de mercadorias que transportavam em caravanas de
camelos.

A sua principal cidade era Meca, centro religioso e comercial. Foi nesta cidade que Maomé
começou a pregar uma nova religião, o Islamismo, palavra que significa submissão à vontade
de Deus. Os seus seguidores são chamados de Muçulmanos.

Maomé era caravaneiro e foi aos 40 anos que começou a pregar uma nova religião, o
Islamismo, baseada na crença de um Deus único – Alá. A partir daí Maomé lançou um amplo
movimento de conversão e, ao fim de alguns anos, conseguiu unir sob a bandeira do Islamismo
numerosas tribos da Arábia.

Esta religião não foi bem aceite pelos ricos mercadores da cidade de Meca, facto que provocou
a fuga de Maomé e dos seus seguidores para Medina, em 622.

O Islamismo conquistou progressivamente mais crentes e Maomé regressou a Meca, em 630,


depois de ter reunido um grupo de seguidores. Meca tornou-se, então, o centro da nova
religião e Medina a capital do Islão. Maomé morreu no ano 632.

O Islamismo surgiu na Arábia, criada por Maomé, baseando-se na crença de um só Deus, Alá.
Maomé assumiu-se como o profeta do islamismo.

No livro sagrado dos muçulmanos, o Corão, são estabelecidas os princípios e normas que
devem ser seguidos pelos seus fiéis (como rezar, comer, vestir, etc.). Além de prometer o
paraíso a quem morrer a combater pelo islamismo, contém ainda os 5 princípios sagrados que
todos os crentes devem cumprir: adorar a Alá como Deus único; rezar 5 vezes por dia virado
para Meca; jejuar no mês do Ramadão; ir a Meca pelo menos uma vez na vida e dar esmola
aos pobres. Outros princípios da religião islâmica: crença em Alá, em Maomé e na palavra do
Corão; crença nos profetas: Abraão, Moisés, Jesus Cristo e Maomé; crença nos anjos e crença
na ressurreição dos mortos.

Mesquita: elemento mais importante da cidade muçulmana; é mais do que um local de


oração, é um centro de vida e de cultura. A palavra mesquita significa o lugar onde se prostram
(perante Alá), e, como tal, é sempre construída para responder às necessidades de oração.
Segundo o ritual, a oração é feita às sextas-feiras, pelo meio-dia, e nela deve participar toda a
comunidade. Os crentes são chamados à oração através do grito al-muazzin (homem que grita
uma oração para chamar os crentes), dado no cimo de uma torre, o minarete. Antes de
entrarem na mesquita devem purificar-se, e para isso usam as fontes para lavarem os pés, as
mãos e a cara, e descalçam-se; as mulheres devem cobrir a cabeça com um lenço. Dentro da
mesquita devem virar-se para o Mirhab, muro que indica a orientação para Meca. A vida da
cidade girava em torno da mesquita: na oração de sexta-feira eram dadas a conhecer as
notícias e decisões respeitantes à comunidade. Era ali que as pessoas se encontravam e
passavam parte do seu tempo livre. Dentro da mesquita funcionava a madrasa, a escola onde
os mais pequenos aprendiam a ler através do Corão.

Expansão Muçulmana: os muçulmanos expandiram-se do oceano índico ao oceano atlântico.


Esta expansão ficou a dever-se: a motivos religiosos (dever de espalhar e dar a conhecer o
islamismo) e motivos económicos (procurar novas terras e riquezas, uma vez que viviam numa
terra tão pobre).

No séc. VIII (711), a península ibérica foi invadida pelos muçulmanos vindos do Norte de África,
que eram conhecidos por Mouros, por serem habitantes da Mauritânia. Os Mouros
atravessaram o estreito de Gibraltar, comandados por Tarik, derrotaram o exército do rei
visigodo (cristão) na batalha de Guadalete. (visigodos – foram os povos que ocuparam a
Península depois da queda dos Romanos). Alguns anos após esta batalha, os muçulmanos já
tinham conquistado toda a península ibérica, com exceção das Astúrias e parte dos Pirenéus,
por serem zonas montanhosas e de difícil acesso e onde se tinham refugiado cristãos.

Período da Reconquista: Os cristãos, que se refugiaram no norte da península, organizaram a


resistência aos muçulmanos. Chefiados por Pelágio, conseguiram a vitória na batalha de
Covadonga, em 722. Avançaram com a reconquista até à fundação do primeiro reino cristão
nas Astúrias. Estava iniciada a reconquista cristã, a recuperação de territórios em poder dos
muçulmanos.

O território da península ibérica ocupado pelos Mouros passou a chamar-se o Al- Andalus
(ainda hoje a província espanhola de Andaluzia). O domínio dos mouros era mantido por ações
militares de saque e pilhagem, mas também por muitos acordos entre os chefes mouros e os
chefes visigodos que, por vezes, se auxiliavam e mantinham longos períodos de paz.

A partir das Astúrias formaram-se vários reinos cristãos. A recuperação de todo o território foi
demorada e difícil, só terminou em 1492, com a reconquista do reino mouro de Granada.

Herança muçulmana: tinham uma civilização muito desenvolvida, por isso, trouxeram muitos
conhecimentos para os povos peninsulares, sobretudo na agricultura, alimentação, ciências,
técnicas, arte, música, literatura…

Ao longo do tempo os muçulmanos também construíram palácios, bibliotecas, mesquitas…

Uma mesquita é um local de culto para os seguidores do islão. A palavra mesquita é usada
para se referir a todos os tipos de edifícios dedicados ao culto muçulmano. O objetivo principal
da mesquita é servir como local onde os muçulmanos possam se encontrar para rezar. No
entanto, as mesquitas são também conhecidas pelo seu papel comunitário e por serem as
formas mais expressivas da arquitetura islâmica e escolas para o estudo do corão.

Minarete: torre donde o muezin chamava os crentes para as 5 orações diárias. Atualmente os
muezins foram substituídos por gravações e são usados altifalantes.

Arabesco: combinação de formas geométricas. Elemento da arte islâmica, usados para enfeitar
as paredes das mesquitas. A escolha das formas geométricas e a maneira como devem ser
usadas, é fruto da visão islâmica do mundo. O motivo dessa restrição é religioso, obedecendo à
lei islâmica que proíbe qualquer representação da figura do homem e de outros animais.
Segundo o Alcorão, somente Alá tem o poder de dar forma aos seres vivos.
Formação do Islão: Religião monoteísta; Fundada por Maomé no que hoje é a Arábia Saudita;
Centro de adoração: Meca; Sharia - conjunto de leis islâmicas que são baseadas no Alcorão, e
responsáveis por ditar as regras de comportamento dos muçulmanos.

Localização: A Península Arábica está localizada no Oriente Médio, limitada entre o Mar
Vermelho, a oeste, o Oceano Índico, ao sul, e o Golfo Pérsico, a leste; ela é ligada ao
continente pelo deserto, que cobre sua maior parte. Não existem rios permanentes. O clima é
extremamente seco, apresentando oscilações térmicas de áreas e variações de temperatura.

Arábia pré-islâmica: As populações da península arábica eram de origem semita. Caracterizava-


se pela divisão em: Arábia do Deserto e Arábia do Litoral. Governo descentralizado: prevalecia
a organização tribal.

Arábia do deserto: População beduínos. Grupos nômades que criavam camelos, carneiros e
cabras. Realizavam o comércio de caravanas. Havia ainda os agricultores que dependiam dos
oásis (área isolada de vegetação, em um deserto, tipicamente vizinho a uma nascente de água
doce), praticavam uma escassa agricultura (tâmaras e trigo).

Beduínos: São os povos nómadas habitantes das áreas desertas do Oriente médio e norte da
África. Seu sistema político está baseado numa extensa unidade familiar de ordem patriarcal.
O grupo é comandado por um líder político e/ou espiritual chamado de xeque.

Os árabes do litoral eram sedentários, viviam do comércio, artesanato e exportação (café,


incenso, tâmaras, perfumes). Principais cidades: Meca e Yatreb.

A religião dos árabes pré-islâmicos era politeísta e idólatra, Hubal era considerado como o
deus dos deuses e um dos mais notáveis, mas adoravam também uma infinidade de deuses
inferiores. Em Meca encontrava-se a Caaba, santuário religioso onde estava a Pedra Negra e
todos os ídolos tribais. Assim, Meca se tornou a cidade mais importante da Arábia pré-
islâmica, pois com a peregrinação religiosa a cidade transformou-se em um importante centro
comercial.

Maomé: As viagens de Maomé como guia de caravanas, colocaram-no em contato com o


sincretismo religioso dominante no Oriente Próximo (monoteísmo religioso dos judeus e
cristãos). Foi durante suas viagens pelo deserto, em uma caverna do monte Hira, ao norte de
Meca, que Maomé afirmou ter tido a visão do anjo Gabriel, que o incumbira de ser o profeta
de Alá. Admirador do monoteísmo, ele criticava uma das maiores fontes de renda de Meca: a
peregrinação dos idólatras, que adoravam as várias divindades dos templos locais.

Maomé começou a falar para os coraixitas em frente à Caaba, pregando a destruição dos
ídolos e afirmando a existência de um só deus, Alá. Teve oposição dos coraixitas, fugindo em
direção a Yatreb no ano de 622. Essa migração forçada, conhecida como Hégira, marca o início
do calendário muçulmano. Aos poucos, o profeta atraiu cada vez mais seguidores até ter força
para derrotar os rivais que o expulsaram de Meca. Nesse momento, Maomé implantou um
governo teocrático, transformando a cidade em sua base e mudando seu nome para Medina, a
cidade do profeta.

Em 630, Maomé voltou a Meca, e com apoio dos seus seguidores, destruiu os ídolos tribais
(preservou a Caaba e a Pedra Negra). O Estado Árabe estava praticamente formado, unido em
torno da bandeira do islamismo e de seu único chefe, Maomé, que assumia não apenas o
poder político como também o religioso, iniciando-se, assim, um governo teocrático.
Expansão do islão: A Jihad. Na verdade, Jihad seria um “esforço em favor a Alá” e não “guerra
santa” contra os infiéis. O desejo de expandir a fé e converter o mundo à religião islâmica
continuou. Além da fé, outros motivos explicam a rápida expansão islâmica: A busca de
melhores terras em função da explosão demográfica. A atração pela pilhagem (BUTIM). A
fraqueza dos Impérios Persa e Bizantino e da fragmentação dos reinos bárbaros que haviam
conquistado o Império Romano.

632 - Morte repentina de Maomé CRISE SUCESSÓRIA. Os quatro primeiros califas eram
parentes de Maomé. Em 661, o quarto califa, de nome Ali e genro de Maomé, foi assassinado.
Os muçulmanos se dividiram quanto a sucessão: uns defendiam que somente um membro da
família de Maomé podia sucedê-lo; para outros isso não era necessário. Essa divisão acabou
formando o grupo dos Xiitas.

Os Xiitas - defendem que a única liderança legítima para o Islã deveria vir da linhagem direta
de Maomé. Os Sunitas - termo que deriva da palavra Sunna – documento sagrado que narra as
experiências de Maomé em vida –, acreditam que a liderança da comunidade islâmica não
deveria ficar restrita à família de Maomé.

Omíadas: A sucessão tornou-se hereditária. A capital foi transferida para Damasco. O


expansionismo nesta fase foi orientado em direção ao norte da África. Após a conquista da
África e da Península Ibérica, o expansionismo islâmico foi contido por Carlos Martel, na
batalha de Poitiers (732).

Abássidas: Transferiram a capital para Bagdá. Expandiram para o Extremo Oriente.


Politicamente, após a substituição da dinastia Omíada pela Abássida, ocorreu à fragmentação
do Império Islâmico.

Consequências da expansão muçulmana: Além da conquista de um vasto território,


controlaram as principais rotas comerciais do Mediterrâneo. O quase completo
desaparecimento do comércio europeu acelerou o processo de ruralização que já se iniciava
na Europa, contribuindo para a formação do feudalismo europeu.

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