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MINISTÉRIO I>£ TRIGAÇÂO

Etapas da avaliação 29
Tipos de avaliação 30
Avaliação formativa 32
Avaliação somativa 35

CONCLUSÃO 39

Apresentação

“A educação exige os maiores cuidados,


porque influi sobre toda a vida."

Usamos essa citação de Sêneca, filósofo romano e


mestre da retórica, para enfatizar que nós, formadores do
Ministério de Pregação, temos plena consciência de que, ao
formar, não estamos apenas transmitindo conhecimento,
mas criando possibilidades de crescimento para os prega­
dores ou aspirantes à pregação através da formação.
Assim sendo, o presente subsídio para os formadores
do Ministério de Pregação visa auxiliar na tarefa de formar
pregadores que anunciem o Evangelho, a fim de tornar o
Reino de Deus visível e acessível aos homens do nosso tem­
po.
Colocamos aqui apenas dois capítulos, um dedicado a
princípios básicos da pedagogia — que é a ciência que estu­
da a educação — e o outro dedicado à avaliação — processo
que acompanha todos os passos do ensino e aprendizagem,
pois precisamos estar preparados, pelo menos minimamen­
te, para cuidar bem das vidas que nos são confiadas para
formar.

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SUBSlUIO APOIO PfDAQÔqiCO PARA A FORMAÇÃO DF PRFÇADORES

A tarefa de formar não é fácil, exigindo muito amor


e paciência, pois é somente através da paciência e do amor
— e por uma graça particular do Senhor — que as pessoas
podem ser transformadas e realmente preparadas para a su­
blime tarefa de anunciar a Boa Nova da salvação ao mundo.
Lembremos, ainda, que embora a formação de prega­
dores inclua elementos da exegese bíblica e alguns termos A pedagogia de Jesus na
mais difíceis, a tarefa do formador é traduzir essa linguagem
com palavras que sejam compreensíveis para a realidade
formação de pregadores
das pessoas sendo formadas. Bom pregador, bom forma­
dor não é quem diz coisas fáceis com palavras difíceis, mas
quem consegue dizer coisas difíceis, elevadas, sublimes e
eternas com linguagem fácil e compreensível.
Coloquemos sob a ação do Espírito Santo e sob a in­ INTRODUÇÃO
tercessão da Santíssima Virgem, a Estrela da Evangelização,
todos os nossos esforços e ações para que, na vida dos for­ O Catecismo da Igreja Católica, no número 24, nos
madores e daqueles sendo formados, floresça e sempre se diz: "Aquele que ensina deve 'Fazer-se tudo para todos' a
renove a força do anúncio, da alegria e do testemunho. fim de conquistar todos para Jesus Cristo... Particularmente,
não imagine ele que lhe é confiado um único tipo de almas e
que consequentemente lhe é permitido ensinar e formar de
modo igual todos os fieis à verdadeira piedade, com um só
e mesmo método, sempre igual".
Jesus é nosso modelo de pedagogo, pois ao ensinar
respeitava as individualidades e formava conforme as ap­
tidões de cada um. Além disso, introduzia as pessoas nos
mistérios de Deus. A isso se chama "mistagogia", do grego
mista (que vem de mistério) e agog (guia condutor, orienta­
dor). Portanto mistagogia significa o processo de conduzir,
guiar para dentro do mistério, dos segredos de Deus, em
clima de fé. Na formação de pregadores, estes precisam ser
conscientizados de que, a exemplo de Jesus, devem levar
quem os ouve a "adentrar o mistério" e que, para isso, além
de aprender a roteirizar e aprender técnicas de verbalização,

s 9
SUBSÍDIO APOIO PEDAQÔQlCO FARA A FORMAÇÃO Df PREGADORES MINISTÉRIO DE PREQAÇÂO

devem também aprender a usar os instrumentos que podem Neste capítulo, observaremos a tendência pedagógi­
ser aplicados à Bíblia para retirar dela a riqueza de sua men­ ca de Jesus em sua dimensão mais humana possível, para
sagem, pois Deus revela o mistério do seu amor na Palavra. efeito de apreender seu jeito de ser e seu método de formar
É tarefa do formador motivar as pessoas nesse sentido, para e evangelizar.
que todos acolham com alegria o conteúdo da formação
Princípios e valores da pedagogia de Jesus
contido nas apostilas.
O princípio fundamental da pedagogia de Jesus ba­
seia-se em:
DESENVOLVIMENTO
a) Respeito pela pessoa — Gerando respeito e valori­
Conceito de pedagogia zação pelos sentimentos da pessoa e acolhimento
de todos indistintamente.
Pedagogia é a ciência que tem como objeto de estudo
a educação, o processo de ensino e aprendizagem; o sujeito b) Tratamento de cada indivíduo com dignidade e
a quem ela se destina é o ser humano enquanto educando. amor — Cuidado com a dignidade e valor da pes­
A pedagogia envolve um conjunto de técnicas, métodos e soa que se revela no anúncio do Reino de Deus,
práticas de ensino. Esses métodos e práticas de ensino se­ como Boa Notícia da verdade, da liberdade, do
rão determinados de acordo com: amor, da justiça, que dá sentido à vida (Lc 4,17-22).
• os princípios e valores da instituição de ensino e,
c) Diálogo de Salvação entre Deus e a pessoa, ressal­
consequentemente, dos professores, isto é, aquilo
tando a iniciativa divina, a motivação amorosa, a
em que eles acreditam e as crenças nas quais se
gratuidade, o respeito pela liberdade — É sempre
baseiam;
Deus quem dá o primeiro passo em direção à sal­
• os objetivos, as metas a atingir com o processo de vação dos seus. Com liberdade pedagógica, Jesus
ensino/aprendizagem. age, e podemos responder a seu chamado com li­
berdade. Ele nos ensina, e queremos aprender por
No Ministério de Pregação, para formar pregadores, amor, porque fomos conquistados por ele.
nós escolhemos ter como base os valores e princípios nos
quais Jesus se baseava e nos guiar pelos objetivos que ele d) Revelação progressiva, adaptada às situações,
tinha ao ensinar. pessoas e culturas — Em sua pedagogia, Jesus vai
0 fato de Jesus não ter estado sob a condição do pe­ se revelando aos poucos, amando, contando pará­
cado faz dele um homem absolutamente excepcional e úni­ bolas, tocando; progressivamente, ele ensina, aco­
co. Percebemos essa característica também quando vemos lhe, exorta, sempre de acordo com as realidades e
um Jesus que ensina: pelo amor, pela experiência pessoal, maturações individuais.
pelo olhar, pelo toque...

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li
SUfòfDfO APOIO rtUAGÓC/ICO PARA A FORMAÇÃO DE PREÇADORíh MINISTÉRIO DE PRIQAÇÂO

e) Valorização da experiência pessoal e comunitária que desejava realizar, ou seja, sua missão era bem clara: en­
da fé — Com seu jeito, Jesus valoriza a história de sinar através do amor.
cada um. Ele não nos quer robôs ou cópias dos Observamos que todas as suas ações tinham por ob­
outros, tampouco de modelos paradigmáticos. Ele jetivo salvar as pessoas, gerar transformação de vida, pos­
sabe que cada ser é único, que possui característi­ suindo, dessa forma, um projeto pedagógico, o qual levava
cas próprias que o distinguem dos demais e, com em consideração todas as dimensões de mudança e cresci­
isso, nos ensina que, como pregadores, não se mento da pessoa.
pode negar o próprio jeito de ser para assemelhar-
-se a modelos prontos ou midiáticos. O pregador
Dimensão psícoespiritual
deve ser quem foi chamado a ser. Jesus valoriza
isso à medida que o pregador vai se afigurando a
Dizemos que há uma transformação espiritual quan­
ele.
do a fé da pessoa aumenta, quando cresce o seu amor por
f) Evangelho proposto em relação com a vida — Po­ Deus e o seu comprometimento com ele. A transformação
demos chamar de "Pedagogia do confronto" o ato psíquica se revela pela mudança da maneira de pensar,
de olhar para o Evangelho de Jesus e em toda a quando a pessoa muda a visão sobre si mesma, sobre a vida
sua descrição confrontá-lo com quem cada um é, e os fatos.
para perceber onde já se afigura a ele e onde ainda Jesus visava levar as pessoas a viverem a fé, a espe­
precisa de conversão. Esse é um importante papel rança e a caridade por meio da conversão no seu seguimen­
do pregador ao anunciar cada trecho do Evange­ to (Mc 1,15; Mt 11,28-30). Formava discípulos para enviá-los
lho na perspectiva da pedagogia de Jesus. a semearem a Palavra em vista da transformação libertadora
da sociedade (Mc 6,6b—13). Levava as pessoas a assumirem
g) Uso de sinais onde se entrelaçam fatos e palavras, com radicalidade evangélica o mandamento novo do amor,
ensinamentos e experiência — A pedagogia de Je­ seu princípio pedagógico fundamental (Mt 17,20; Lc 13,16;
sus, como citada anteriormente, utiliza-se de cada Jo 13,34; Lc 10,29-37).
experiência individual para ensinar. Sinais, fatos, Jesus usava perguntas para promover pensamento
palavras, ensinamentos e experiências oriundas crítico, ensinando as pessoas a refletirem sobre sua realida­
da Palavra são "aulas" teóricas e práticas de Jesus de e o valor da vida (Mt 12,12; Lc 9,20).
para serem materializadas e vividas diariamente Jesus queria formar o povo de Deus, queria atingir e
por cada pregador. modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os
O objetivo de Jesus ao ensinar valores que contam e os modelos de vida da humanidade. A
Igreja sempre buscou dar continuidade a essa formação ini­
Em seu projeto histórico Jesus sabia quem era e o ciada pelo Mestre: o Santo Papa Pio XII, em sua mensagem

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SUBSIDIO APOIO PERAÇÓQICC5 PARA A FORMAÇÃO Dt PREDADORES MINISTÉRIO DE TRÉCAÇÀO

de Natal, em 1944, dizia: oo povo vive e se move com vida comparações, metáforas, parábolas, para encontrar resso­
própria; a massa é por si mesma inerte, e não pode receber nância no coração das pessoas. De nada adiantaria ensinar
movimento sem ser de fora", querendo dizer com isso que o a verdade se as pessoas não entendessem (Mc 4,33-34; Mt
povo de Deus pensa, discerne, questiona, enquanto a massa 7,24-27).
se deixa manipular.
A exemplo de Jesus, nós também precisamos apren­
Enfim, Jesus Cristo transformou a vida das pessoas, der a comunicar e ensinar de forma atualizada e simples
ajudando a desencadear nelas o processo de conversão da para o nosso público-alvo, lembrando sempre que:
mente e do coração. E todas as pessoas que tiveram um ver­
• O contexto determina o conteúdo, o público é que
dadeiro encontro com Jesus saíram dele transformadas. É
definirá a abordagem;
impossível encontrar-se com Jesus Cristo e não mudar de
vida (a samaritana, em Jo 4,1ss; Zaqueu, em Lc 19,1-10; Ni- • As questões do dia a dia precisam ser tratadas, as
codemos, em Jo 3,1ss; Madalena, em Jo 8,1-11). necessidades das pessoas precisam ser atendidas.
A pregação é um sonho de Deus para a vida da
Dimensão vívencial pessoa; é ele quem determina quando será reali­
zado, e nós, se não estivermos atentos, podemos
• Jesus ensinava reconhecendo o valor e a dignida­ frustrar os sonhos de Deus.
de das pessoas; • O Evangelho é sempre proposto com relação ávida,
• Motivava as pessoas a mudar, mostrava-lhes que e ensinar a pregar também é com relação à vida.
elas poderiam crescer e ser melhores.

• Ampliava a visão das pessoas sobre sua própria Dimensão afetiva


vida. Quem quer que se aproximasse de Jesus re­
cebia esperança e incentivo para crescimento es­ Jesus ensinava com sua própria vida, com seu teste­
piritual e mudança de vida para melhor. Exemplos: munho:
Samaritana, em Jo 4,4-26; Pedro, em Lc, 5,1-11. Jesus ensinava através de sua atitude para com os
pobres, os doentes, os necessitados, os excluídos, com as
Jesus conhecia a realidade das pessoas, os costumes
viúvas, e os que não tinham protagonismo na sociedade,
e a tradição do povo e seu modo de pensar, sentir, agir e ce­
por exemplo, as crianças e as mulheres.
lebrar. Ele ensinava a partir do cotidiano das pessoas, usan­
do uma linguagem que o povo entendia e usando exemplos Olhando para as ações de Jesus, as pessoas viam nele
concretos e histórias de seu cotidiano. verdade, coerência, honra, integridade, compaixão e amor.
Ele se tornou assim o modelo de vida do Evangelho, sendo
Jesus evitava conceitos abstratos e difíceis, e usava
chamado de Mestre.

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SVGSlDiO APOIO PfDACXKjlCO PARA A FORMAÇÃO Df TRÉC,ADORES MINISTÉRIO DE rRRjAÇAO

Toda a trajetória de Jesus foi um ato pedagógico com gadores que nos propomos a ensinar.
o objetivo de ensinar o amor de Deus às pessoas. Ele ensi­
nava através de suas palavras e seus atos, marcando a vida
das pessoas por onde passasse. Fontes de onde Jesus retirava seus ensinamentos:
Jesus nunca caiu em contradição, o amor de que fa­ Sagradas Escrituras — Jesus era um leitor assíduo da
lava era demonstrado com seu exemplo de vida. A firmeza
Palavra de Deus. Usava como método a reflexão e a interna-
permanente diante das tentações, da cruz, buscando a força
lização da Palavra.
na oração, demonstrava sua absoluta confiança no amor do
Pai, que ele pregava. Realidade natural — Jesus trabalhava com os fatos
naturais que cercavam o povo, com aquilo que era próprio
Jesus sabia construir relações interpessoais:
de sua realidade e cultura; não usava exemplos de com­
• Em toda a sua missão procurou ligar as pessoas a preensão difícil, falava de realidades próprias e próximas do
si, de maneira bondosa, misericordiosa, acolhedo­ povo: ovelhas, videiras, grãos de mostarda etc.
ra. Observemos seu diálogo com a mulher sama- Suas estratégias de ensino eram basicamente: clareza
ritana: Jo 4,7-30. de visão, trabalho "focado", elementos pedagógicos efica­
zes, parábolas, ensinamentos com autoridade e testemunho.
• Outro exemplo é o seu acolhimento a Nicodemos.
Seu auditório era diverso: a montanha, a rua, o particular...
Jesus era acessível, pois Nicodemos o procura à
noite, e Jesus o acolhe.
Fontes e recursos que temos hoje:
• Jesus dava clareza, segurança e sentido à vida; fa­
zia-se amigo das pessoas e também esperança. Hoje, além da Sagrada Escritura, temos como fonte
o Catecismo da Igreja Católica e os Documentos da Igreja,
bons livros formativos, tudo para nos ajudar a desvendar
O Espírito Santo confirma o ensinamento de Jesus:
ainda mais a Pessoa do nosso Divino Mestre e podermos,
assim, tentar imitar sua prática de vida e testemunho. Como
Jesus sabia que só o Espírito Santo pode convencer e recurso pedagógico na formação de pregadores podemos
transformar as pessoas. Quando passou a missão de evan­ nos valer também de recursos audiovisuais, como vídeos
gelizar para a Igreja, Jesus enviou o Espírito Santo para en- e filmes, pois podem ajudar a tornar mais clara a mensa­
sinartodas as coisas e convencer as pessoas da verdade (Jo gem, desde que se adéquem ao que queremos enfatizar.
16,5-15).
Temos usado, por exemplo, o filme "Desafiando Gigantes",
Portanto, de todas as características e modos de agir na parte em que o técnico trabalha o capitão do time, que,
de Jesus, fica claro como deve ser o nosso processo peda­ desmotivado, já não acredita mais na vitória e acaba por
gógico, como nós precisamos nos posicionar diante dos pre­ "contaminar" os outros jogadores com o mesmo sentimen­

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SUBSIDIO AFOfO PEDAQÓQICO FARA A FORMAÇÃO DF PRiÇADORES KUNJiSIÉRIO DF PRf qAÇÂO

to. Usamos essa parte do filme para ressaltar que o técnico sabia se relacionar, era cativante; as pessoas eram tocadas.
possui um olhar individual e ao mesmo tempo do todo, as­ Jesus propunha mudanças de dentro para fora.
sim, consegue trabalhar as necessidades de cada um para
o bem do todo. Ao mostrar o filme, enfatizamos que assim Ele, por causa do seu jeito de ser e de formar, era e
deve ser o formador no Ministério de Pregação: aquele que sempre será um modelo de educador que prega e vive o
ajuda o pregadora evoluir, prestando assessoria e motivan­ amor.
do, olhando para cada um daqueles que está formando de
forma individual, tendo sensibilidade para perceber até aon­
de o pregador pode ir e auxiliá-lo para que ele traga à tona
todo o seu potencial. CONCLUSÃO
É importante ressaltar que o formador precisará levar
Ensinar é uma arte. "Ensinar, arte das artes, ciência
em consideração que nem todos possuem o mesmo perfil
das ciências", dizia São Gregório Nazianzeno. Como toda
de conhecimento e personalidade, devendo, portanto, "gas­
arte, demanda amor, dedicação e tempo. Para uma forma­
tar tempo" com o formando e procurar formas alternativas
ção eficaz, é preciso gastar tempo, dedicar-se, amar!
de atendê-lo com eficácia em sua formação.
Que todo formador renove o seu sim e a sua consa­
gração ao Ministério a que foi chamado, renovando também
O pastoreio de Jesus o seu amor pela Palavra e sua submissão ao Espírito Santo.
Quando Deus se revela e chama o homem, este não pode
Jesus, o Bom Pastor, nos ensina as características do responder plenamente ao amor divino por suas próprias for­
bom pastoreio: ças; deve esperar que Deus lhe dê a capacidade de corres­
A maneira de chamar as pessoas, que fazia com que ponder a esse amor e de agir de acordo com os mandamen­
cada um se sentisse o centro de sua atenção. tos da caridade. O Espírito Santo é quem dá essa capacidade
e é também ele que tudo muda pela força poderosa de seu
Seu jeito de ensinar arrastava multidões (Mc 3,7). amor. Assim também o formador, se quiser gerar mudança,
Educava a todos; não excluía ninguém. deve amar um amor que se importa, que se envolve, que
é exigente e fiel. Que o ensinamento de São Paulo sobre a
Ensinava de acordo com a realidade existencial.
excelência do amor (1Co 13) seja a Palavra a guiar os forma­
Andava, convivia, comia, alegrava-se, sofria com o dores do Ministério de Pregação.
povo.
Como educador, nem sempre era compreendido nem
sempre teve sucesso, mas não desanimava.
Jesus é modelo de educador porque sabia escutar,

18 19
O processo de avaliação
I na formação de Pregadores

INTRODUÇÃO

Avaliar vem do latim a + valere, que significa atribuir


valor e mérito ao objeto em estudo. Nesse sentido, avaliar
é atribuir um juízo de valor; em um sentido mais objetivo, é
"comprovar se os resultados foram alcançados, ou, melhor
dizendo, verificar até que ponto as metas previstas foram
atingidas" (HAYDT, 1997).
A avaliação acompanha o processo educativo, cons­
tituindo-se ela própria um processo. A palavra processo, de
origem latina (verbo: procedere; substantivo: processos), in­
dica a ação de avançar, ir para a frente a fim de atingir uma
meta. No decorrer de um processo ocorrem transformações
contínuas que eventualmente levarão ao resultado espera­
do.

Nas corridas de um estádio, todos cor­


rem, mas bem sabeis que um só recebe o
prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o
consigais. Todos os atletas se impõem a si

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SU8SÍPI0 APOIO FEDAQÓqiCO PARA A FORMAÇÃO I» PREGAOORES MINISTÉRIO 1>E r«£C,AÇAO

mesmos muitas privações; e o fazem para tramos um exemplo disso em Atos dos Apóstolos 18,24-26,
alcançar uma coroa corruptível. Assim, eu que narra como Priscila e Áquila avaliam que Apoio, embora
corro, mas não sem rumo certo. Dou gol­ pregador eloquente e conhecedor das Escrituras, não tinha
pes, mas não no ar (1Co 9,24-26). conhecimento do Caminho (o de seguimento a Jesus Cristo)
e o tomam consigo e com mais exatidão o instruem a res­
Persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao peito do Caminho. Isso é interferir construtivamente a partir
qual Deus nos chama, em Jesus Cristo. Nós, de uma avaliação.
mais aperfeiçoados que somos, ponhamos
nisto o nosso afeto; e se tendes outro sentir,
Relação de confiança entre avaliador e avaliando
sobre isto Deus vos há de esclarecer. Con­
tudo, seja qual for o grau a que chegamos,
o que importa é prosseguir decididamente Frei Raniero Cantalamessa, em sua primeira pregação
(Fp 3,14-16). no advento de 2012, ao falar sobre o querigma, disse:

O querigma não é apenas o anúncio de al­


guns fatos ou verdades de fé claramente de­
DESENVOLVIMENTO finidas; é também uma certa atmosfera espi­
ritual que pode ser criada dizendo qualquer
Avaliar é uma atividade contínua de acompanhamen­ coisa, um pano de fundo sobre o qual colo­
to da pessoa que está num processo de aprendizagem e visa ca-se tudo. É responsabilidade do anuncia­
interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dessa dor, por meio da sua fé, permitir ao Espírito
pessoa, tendo em vista mudanças esperadas. Santo criar esta atmosfera (grifo nosso).

No processo de avaliação, o formador precisará olhar


É claro que o contexto da mensagem anterior é outro,
para cada um de forma individual. Ele precisará ter sensibi­
no entanto, ao considerarmos que os pregadores que esta­
lidade para perceber até aonde a pessoa pode ir e auxiliá-la
mos formando serão os anunciadores do querigma, os for­
para que ela traga à tona todo o seu potencial. 0 formador
madores também devem, guiados pelo Espírito Santo, criar
precisará levar em consideração que nem todos possuem
essa atmosfera espiritual durante o processo de avaliação, a
o mesmo perfil de conhecimento e personalidade, portanto
fim de que gere crescimento no formando.
terá que "gastar tempo" com o formando e procurar formas
alternativas de atendê-lo com eficácia em sua formação. Ao dar retorno à pessoa sobre seu desempenho no
sentido de motivar uma mudança ou melhora de desempe­
Importa ressaltar, contudo, que não avaliamos o "cha­
nho (dar feedback), isso deverá sempre ser feito de modo
mado" do pregador, pois esse é irrevogável (Rm 11,29); o
a motivar e encorajar a pessoa. Avaliar não consiste em
Ministério de Pregação se propõe a oferecer subsídios para
apontar erros, mas em fazer um levantamento das potencia-
o melhor exercício de sua vocação de evangelizador. Encon­

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SUPSiPlO ATOtO PEDAGÓGICO PARA a rORMAÇÂO Pf PREGADORES MIN1STÍKI0 DE PRECAÇÃO

lidades da pessoa, ajudando-a a aperfeiçoá-las e, também, a conhecia a realidade das pessoas, era sensível à
superar seus pontos fracos, tudo em vista de um objetivo a realidade delas);
alcançar, que no nosso caso é torná-la um bom pregador. Ao
ter o reconhecimento de suas qualidades e potencialidades, 2) Trabalhar a avaliação de forma personalizada,
a pessoa motiva-se e torna-se mais autoconfiante. Autocon­ conversando com cada um à parte (como Jesus,
fiança é essencial no processo de aprendizagem. Podemos que instruía os discípulos à parte). Como referên­
exemplificar a força da motivação que gera autoconfiança cia bíblica temos, por exemplo, a parábola do se­
com um episódio bíblico, quando o Senhor encoraja e mo­ meador, em que Jesus explica aos seus discípulos
tiva Gedeão, que se sentia inferiorizado e sem habilidades o sentido da parábola (Mt 13,18-23).
para derrotar os madianitas:
3) Valorizar a pessoa, destacando seu potencial para
Então o Senhor disse, voltando-se para ele fazer melhor (Jesus motivava as pessoas a muda­
: 'Vai com essa força que tens e livra Israel rem para melhor, lhes dava esperança, as trata­
dos madianitas'. Porventura não sou eu que
va com respeito e amor). Um exemplo disso é a
te envio? Ó, Senhor — respondeu Gedeão
passagem da samaritana (Jo 4,4-30), em que essa
— com que livrarei eu Israel? Minha família
mulher, depois de seu encontro com Jesus, passa
é a última de Manassés, e eu sou o menor
na casa de meu pai. O Senhor replicou: 'Eu de pecadora pública a evangelizadora.
estarei contigo, e tu derrotarás os madia­ 4) Evitar ser duro e autoritário ao avaliar. Jesus não
nitas como se fossem um só homem' (Jz
era autoritário em suas avaliações; sempre mos­
6,14-16).
trava o caminho certo, e isso bastava para que as
pessoas fossem tocadas no mais íntimo de seu
E assim acontece efetivamente.
ser. Jesus não estava preocupado com "provas ou
notas", como a maioria das avaliações funcionam;
Nosso modelo de avaliação esse tipo de avaliação traz um aspecto de punição
e exclusão, tendo em vista a classificação e a eli­
Para nós, do Ministério de Pregação, o modelo peda- minação. O que Jesus fazia era incluir as pessoas,
gógico é o de Jesus. Portanto o nosso processo de avaliação olhando mais para seu potencial do que para as
deve estar alinhado com o seu exemplo, isto é, fundamen­ suas fraquezas. Não fosse assim, Pedro não teria
tado no respeito e valorização da pessoa e na promoção de sido escolhido para liderar a Igreja nascente.
crescimento e mudança.
5) Fazer perguntas para fazê-los refletir. Durante o
Essa proposta pedagógica inclui:
processo de avaliação a pessoa precisa ser ques­
1) Conhecer a realidade de nossos formandos (Jesus tionada continuamente para descobrir o valor e a

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SUBSÍDIO APOIO PEÜAqÕQICO PARA A FORMAÇÃO PE PREQADORES MINISTÉWO PE PREQAÇÂO

força que tem dentro de si, como ser humano feito b) autoavaliação é importante, pois, antes
à imagem e semelhança de Deus e como cristão de conhecer o propósito de Deus para a sua
batizado que tem dentro de si "a força de Cristo". vida, a pessoa precisa se conhecer. A seguir
Como fez Jesus com os discípulos de Emaús: "De indicamos algumas perguntas que podem
que estais falando pelo caminho e por que estais ajudar nesse processo:
tristes?" (Lc 24,17). Ou na aparição aos onze: "Por
1) 0 que mais me toca?
que estais perturbados, e por que essas dúvidas
nos vossos corações?" (Lc 24,38). 2) Quais são meus dons?
3) Quais são meus talentos naturais?
6) Ajudar a tornar mais claros os objetivos que quer
4) Quais são meus desejos e preferências?
atingir, indicar o caminho a seguir: "Vai, e não tor­
nes a pecar" (Jo 8,11). 5) O que os outros afirmam sobre mim?
6) Quais são meus sonhos e visões?
7) O que me deixa mais satisfeito?
O OBJETIVO DA AVALIAÇÃO
8) Quais oportunidades estão diante de
mim?
Qualquer atividade que realizemos nós a fazemos
com um determinado objetivo. Na formação de formadores 9) Quais são os pontos que ainda preciso
e de pregadores tem-se em vista determinados objetivos melhorar?
que permitam o desenvolvimento dos alunos. Sejam quais
c) A pessoa, auxiliada pelo formador, traça
forem os objetivos definidos, a avaliação tem como principal
os objetivos de superação de seus pontos
meta o crescimento do aluno/formando e o desenvolvimen­
fracos e fortalecimento de seus pontos for­
to e potencialização das suas qualidades.
tes na pregação. Ao traçar esses objetivos,
Ao realizar uma avaliação, o formador deve conside­ deve ser bem realista e não traçar resulta­
rar dois componentes: dos intangíveis;

1 - Interno: d) Com objetivos definidos e com o auxílio


do formador, o formando traça metas de
curto, médio e longo prazo (ex.: o formando
a) Em um processo de avaliação são defini­ deseja pregar, porém antes precisa conhe­
das expectativas pela pessoa que está rece­ cer mais a Bíblia).
bendo a formação (autoavaliação);

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SUBSIDIO APOIO FEnAÇÔC/ICO FARA A ÍORMAÇÂO DE PREQADORES MINÍSTERJO PE PREQAÇÂO

2 - Externo: Etapas da avaliação

a) Aplicação dos conteúdos oferecidos pelo Minis- Conhecer o formando — Para obter êxito, uma das
tério de Pregação; competências mínimas a se­ primeiras ações do formador é conhecer o aluno; com isso
rem desenvolvidas para pregar em um grupo de ele poderá orientá-lo e guiá-lo no processo educativo/forma-
oração, por exemplo, o desenvolvimento de uma tivo, bem como conhecer um pouco sobre sua personalidade
enquanto pregador, suas aptidões, interesses e dificuldades.
mensagem com começo, meio e fim;
Acompanhamento do desempenho do formando — 0
b) Conhecimentos das Escrituras e fervor no anúncio; formador deve ainda coletar dados sobre o aproveitamento
c) Estar bem ciente da importância do testemunho dos formandos através de observação do desempenho e en­
trevista, a fim de verificar o progresso dos mesmos desde o
de vida.
ponto de partida da aprendizagem até ao momento presen­
E esta Boa Nova há de ser proclamada, antes te, sempre lhes dando o feedback.
de mais nada, pelo testemunho. Suponhamos Conforme já mencionado, o feedback é uma ferra­
um cristão ou punhado de cristãos que, no menta de devolutiva/retorno sobre determinado assunto ou
seio da comunidade humana em que vivem, prática. Nesse caso, se o formador identificar dificuldades de
manifestam a sua capacidade de compreen­ aprendizagem, deve conversar individualmente com os alu­
são e de acolhimento, a sua comunhão de nos, indicando modos de superá-las. Isso se chama "orien­
vida e de destino com os demais, a sua solida­ tar a aprendizagem" com base na avaliação.
riedade nos esforços de todos para tudo aqui­
Além disso, em todo o processo de aprendizado o for­
lo que é nobre e bom. Assim, eles irradiam, de
mador deve avaliar se:
um modo absolutamente simples e espontâ­
neo, a sua fé em valores que estão para além • o ambiente está favorável para o crescimento do
dos valores correntes, e a sua esperança em formando;
qualquer coisa que se não vê e que não seria
capaz sequer de imaginar. Por força deste tes­ • os objetivos definidos estão claros;
temunho sem palavras, estes cristãos fazem
• os conteúdos estão acessíveis e bem distribuídos
aflorar, no coração daqueles que os veem vi­
nas aulas,
ver, perguntas indeclináveis: Por que é que
eles são assim? Por que é que eles vivem da­ • o método utilizado é adequado para o público;
quela maneira? O que é, ou quem é, que os
inspira? Por que é que eles estão conosco? 1 • tem auxiliado satisfatoriamente aqueles que apre­
sentam dificuldades de aprendizado.
1 Evangelíi Nuntiandi, n. 21.

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MINISTÉRIO PE PREGAÇÃO

Quanto à avaliação propriamente dita, ela possui as Nesse olhar, percebe-se que o papel da avaliação diagnóstica
etapas a seguir, que, ao final, possibilitam realizar um diag­ objetiva investigar os conhecimentos anteriormente adquiridos peio
nóstico com os pontos em evidência e as melhorias dos pre­ formando dentro de uma realidade almejada, propiciando, assim, as­
gadores. similar conteúdos presentes que são partilhados no processo de for­
mação.
• Determinar o que vai ser avaliado;
Ao refletir sobre a função da avaliação diagnóstica, o foco é
• Estabelecer os critérios e as condições para a ava­
identificar os pontos fracos e fortes do formando, objetivando sabe­
liação; rem qual nível este se encontra. É importante ressaltar que a intenção
• Selecionar as técnicas e instrumentos de avalia­ principal não é voltada à nota, mas a um diagnóstico para compreen­
ção; der o processo da produção do conhecimento e qual caminho trilhar.

• Realizar a aferição dos resultados.


• Fazer o acompanhamento progressivo do forman­ Praticando
do;
• Ajudar o formando a desenvolver suas capacida­ Nesta dinâmica, para pôr em prática tal avaliação,
des e ao mesmo tempo fornecer informações so­ podemos sugerir uma prática autoavaliativa que pode ser
bre o seu desempenho. executada, tanto pelo formador quanto pelo formando, para
• Informar se os objetivos estão sendo atingidos pe­ estabelecer seus objetivos diante do conteúdo de estudo
los formandos; proposto:
• Identificar obstáculos que comprometem o apren­
dizado. O que eu quero desenvolver!

Tipos de avaliação Para responder, é necessário refletir sobre seus pon­


tos fortes e fracos e como cada um impacta no seu cresci­
mento ao chamado no Ministério de Pregação.
Avaliação diagnóstica
Passo 1: Coloque pontos fortes e fracos na folha de
A avaliação diagnóstica ou inicial tem como objetivo papel
diagnosticar, verificar e fazer o levantamento da bagagem Quais são seus pontos fortes e quais são seus pontos
do pregador ou aspirante ao Ministério, o que conhece so­ fracos?
bre os conteúdos propostos (atual), ou, ainda, seus objetivos
Para começar, faça duas colunas numa folha de papel.
traçados neste primeiro momento, que servem como base
De um lado ficarão seus pontos fortes (aquilo em que você é
para criar um diagnóstico das dificuldades futuras, permitin­
consistentemente bom, no que se destaca e foi elogiado), e
do resolver situações presentes.

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MINISTÉRIO PE PREÇAÇÀO

do outro, os pontos fracos (o que atrapalha a sua performan­ didática, objetivando o aperfeiçoamento de cada formando
ce, do que sente falta e dicas de melhoria que já recebeu). e buscando sempre melhores resultados.
Obs.: Não basta listá-los e correr para melhorar tudo É importante ressaltar que os "melhores resultados"
o que apareceu: é preciso priorizar o que dará mais retorno tão somente serão conquistados a partir do momento em
num futuro próximo. que o formador possa ajustar suas práticas às característi­
Passo 2: Traçar objetivos e listar seus focos cas dos formandos a que se dirige. Suas funções são as de
orientar, apoiar, reforçar e corrigir, o que favorece o desen­
Depois de pensar sobre seus pianos de curto ou mé­ volvimento, pelo formando, da prática de aprender a apren­
dio prazo e o que eles exigem (ou seja, que competências der.
deveriam ser priorizadas), você consegue traçar objetivos e
listar seus focos. Nesta etapa, preocupa-se em coletar dados para a
reorientação das ações de ensino; trata-se de uma "bússola
Além da autoavaliação existem outros recursos dis­ orientadora". Assim, recomenda-se exprimir seus resulta­
poníveis para agregar o processo de avaliação. Dentre os dos por meio de comentários (BLAYA, 2019).
instrumentos disponíveis, sugere-se também: Observação;
Relatório; Questionário; Acompanhamento; Discussão em
grupo; Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com mo­ Praticando
delos de fichas de avaliação).
Continuando a experiência dada como sugestão:
Avaliação formativa Passo 3: Faça uma retrospectiva
Faça uma retrospectiva de sua atuação no ano ou se­
A avaliação diagnóstica ou inicial evolui para uma mestre anterior e reflita com calma, pontuando cada item
avaliação formativa. Esta, também chamada de "avaliação com um exemplo real, ou seja, situações em que esse ponto
contínua", é o tipo de formação que ocorre durante o pro­ forte ou fraco se mostrou presente.
cesso de aprendizagem.
Obs.: Transformar pontos fracos em pontos fortes exi­
A avaliação formativa oferece informações que pos­ ge grande esforço, enquanto aprimorar alguns pontos fortes
sibilitam verificar diretamente o nível de aprendizagem dos preexistentes poderá ser uma estratégia às vezes melhor.
formandos e, indiretamente, como cerne da prática, a quali­ Transformar pontos fracos em pontos fortes, no entanto, é o
dade das ações de ensino e, consequentemente, o sucesso que idealmente se busca.
do processo. Dessa forma, podemos dizer que a avaliação
Responda:
assume a função de feedback dos procedimentos de ensino
aprendizagem, ou seja, provê dados ao formador para que Como os pontos fracos me atrapalham ou me preju­
ele possa repensar e até, se for necessário, replanejar sua dicam?

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SUBSÍDIO APOIO PEO^QÔqiCO PARA A FORMAÇÃO PE PREQ ADORES MINISTÉRIO DE PREQAÇÂO

Como os pontos fortes me trazem resultados? Avaliação somativa


Quer ajuda? Peça feedback.
Para se aprofundar, peça feedback de pessoas em seu A avaliação somativa tem o intuito de estabelecer
convívio e que não tenham medo de criticá-lo, mas que se­ balanços confiáveis dos resultados obtidos ao final de um
jam maduros na caminhada. processo de ensino aprendizagem, considerando os objeti­
vos traçados em um primeiro momento, no qual ocorreu um
Com o feedback será possível estruturar seus pon­ diagnóstico. Destaca a coleta de informações e a elaboração
tos claros, cegos, desconhecidos e ocultos em relação aos de instrumentos que possibilitam verificar os conhecimen­
outros. Se uma competência é desconhecida por você, mas tos a serem avaliados.
conhecida pelos outros, por exemplo, cai na janela "área
cega". É aí que entra a utilidade do feedback. Esta avaliação pretende ponderar o progresso realiza­
do pelo formando no final de uma unidade de aprendizagem,
Ao comparar a sua autoavaliação com a avaliação ex­ no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do
terna, um quadro mais realista de atuação começa a surgir. tipo formativa e obter indicadores que permitem aperfei­
"É um contraste da minha percepção de mim mesmo com a çoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final,
que os outros têm de mim". a uma visão de conjunto total, que até então só havia sido
Passo 4: Autoavalie-se feita em parcelas.
Faça uma autoavaliação e liste suas características É necessário destacar que as diferentes modalidades
mais marcantes. de avaliação se distinguem mais pelos objetivos do que pe­
los instrumentos utilizados. O mesmo instrumento pode ser
O que você faz bem e em que é elogiado pelos outros?
útil para diferentes modalidades de avaliação. A finalidade
0 que você faz mal e atrapalha sua performance? para a qual se coletou e analisou a informação é que deter­
Passo 5: Peça que outros o avaliem minará o tipo de avaliação efetuada.

Faça as mesmas perguntas aos irmãos do Ministério


ou a outros servos que caminham com você, ao núcleo do Praticando
seu Grupo de Oração (principalmente após uma pregação
ministrada por você). Dando sequência à sugestão de prática:
Passo 6: Cruze as informações Passo 7: Retome o item a) "O que eu quero desenvol­
ver?"
Verifique seus pontos fracos (principalmente) e fortes
hoje.
Passo 8: Refaça os passos 1 e 2

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SVBSlDIO APOIO PEI>\qÔC,ICO PARA A FOSMAÇAO DE rRKJAOORES MINÍSttWO DE PREGAÇÃO

Veja, ao fim desta etapa formativa, a partir de um pera do exercício de avaliação, para que a pessoa
novo diagnóstico de pontos fracos e fortes, ao traçar seus tenha tempo de rezar, escutando o Espírito, e de
objetivos hoje, se estes seriam os mesmos daquela ocasião. revisar o que já aprendeu para colocar em práti­
Acredito que não. Se forem, o serão em menor grau, poden­ ca). Nunca sortear e na mesma hora fazer a pessoa
do ser sanados com maior facilidade com exercícios (tarefa pregar.
de casa) e/ou auxílio de um acompanhamento.
• O pregador faz uma gravação de si mesmo, come­
tendo algumas falhas e pede para os formandos o
Avaliando a pregação dos formandos avaliarem. Após a avaliação dos alunos, mostrar
um vídeo com a mesma pregação realizada de for­
Passo a passo da avaliação de uma pregação ma correta.
1) Começar perguntando para a pessoa que pregou:
• Fazer "peer evaluation", ou seja, estimular os for­
O que você achou de sua pregação? O que você
mandos a escolherem um colega para eles se ava­
acha que fez certo e o que poderia melhorar?
liarem mutuamente. Eles poderão convidar um ao
2) Em seguida, indicar os pontos positivos da prega­ outro para assistirem suas respectivas pregações
ção. e darem o seu feedback.

3) Logo após, demonstrar os pontos que não atingi­ • Os formandos fazem um roteiro (roteiro a partir
ram o objetivo (um ou dois pontos de cada vez, do tema, roteiro a partir da análise narrativa, Lec-
nunca apontando muitas falhas de uma vez só, tio Divina) de uma única passagem bíblica e fazem
pois isso pode desmotivar a pessoa). a partilha do mesmo, primeiro em duplas, depois
em grupos de quatro.
4) Dar sugestão de como melhorar um ou outro pon­
to que a própria pessoa sentiu não estar bom ou • Assistente Formador 1: Trazer um aluno para ava­
que foram apontados como aquém do objetivo. liar com o formador. A partir da avaliação do outro
ela é conscientizada de como pode melhorar a sua
5) Dar oportunidade de a pessoa pregar novamente, própria pregação.
tentando melhorar o que não estava bom.
• Assistente Formador 2: Quando o formador for
pregar em evento ou grupo de oração, levar dois
Sugestões de como fixar conteúdo alunos para o acompanhar.

• Dar um texto bíblico para os formandos prepara­ • Oficina para formação de formadores (instruções
rem uma pregação de 10 minutos (sempre na vés- a seguir).

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SVBslDIO APOIO PEDAQOQICO PARA A FORMAÇÃO PE PREGADORES MINISTÉRIO DF PREGAÇÃO

Em grupos de quatro a cinco pessoas, os participan­ CONCLUSÃO


tes elaboram um método de avaliação e o apresentam para
a assembleia; devem ser criativos e seguir a abordagem pe­
No capítulo anterior, o que fala da pedagogia de Je­
dagógica da escola (Pedagogia de Jesus).
sus, começamos enfatizando a importância do princípio da
Dividir os participantes em grupos (o número de par­ individualidade, ou seja, compreender que cada indivíduo
ticipantes em cada grupo dependerá do número de partici­ foi criado com características únicas e que sua individualida­
pantes da formação, porém o número mínimo deverá ser de de deve ser respeitada no processo de formação. No ensino,
três pessoas, e o número máximo, de dez pessoas). 0 grupo como na vida, uma das maiores alegrias é descobrir que nós
escolherá uma pessoa para fazer uma pregação de cinco mi­ nos tornamos melhores ao desenvolver as características
nutos de um tema específico. Depois de escolhida a pessoa, com as quais fomos criados, não ao tentar imitar as estraté­
o formador dá a ela um papel contendo a seguinte instrução: gias, atitudes e vocação dos outros. Ser autêntico ainda é o
"Na pregação, cometa alguns erros, coisas que um pregador melhor caminho para ser bom naquilo que se faz. Isso deve
não deveria fazer". Para os demais participantes do grupo, ficar claro para os pregadores que estamos formando. Tam­
o formador entrega para uns a seguinte instrução: "Avalie bém o processo de avaliação deve acompanhar esse princí­
a pregação de seu colega, respeitando os princípios de ava­ pio. O formador deve ter, para cada pregador, um olhar in­
liação propostos pelo Ministério de Pregação"; para outros, dividualizado e avaliar cada um comparando-o a si mesmo,
esta outra instrução: "Avalie a pregação de seu colega, fa­ aos avanços e progressos que fez, evitando de comparar seu
zendo algumas coisas que um formador não deveria fazer". desempenho aos dos demais.
Dar um tempo para os grupos se prepararem. Conforme já foi dito, o modelo pedagógico e o pro­
Chamar o pregador de cada grupo para fazer sua pre­ cesso avaliativo devem estar alinhados para que se atinja os
gação de cinco minutos. resultados esperados. Ensinar com amor, avaliar com amor;
era assim que o Mestre Jesus fazia, assim é também nosso
Assim que ele terminar, os alunos de seu grupo o ava­ modelo pedagógico e nosso processo de avaliação. Que o
liam conforme as instruções recebidas. Espírito Santo, amor de Deus derramado em nossos cora­
As pessoas dos outros grupos avaliam a avaliação fei­ ções (cf. Rm 5,5) nos eduque no amor e nos capacite a fazer
ta, dizendo se ela seguiu ou não os princípios de avaliação o mesmo quando estivermos ensinando e educando.
propostos pelo Ministério de Pregação.

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