Cap 01 Resumido
Cap 01 Resumido
Cap 01 Resumido
Circuitos magnéticos e
materiais magnéticos
O
objetivo deste livro é o estudo dos dispositivos usados na interconversão de
energias elétrica e mecânica. É dada ênfase às máquinas rotativas eletromag-
néticas, pois é através delas que ocorre a maior parte dessa conversão. No
entanto, as técnicas desenvolvidas aplicam-se genericamente a uma larga faixa de
outros dispositivos, como máquinas lineares, atuadores e sensores.
Mesmo não sendo um dispositivo de conversão eletromecânica de energia, o
transformador é um importante componente do processo global de conversão ener-
gética e será discutido no Capítulo 2. Como com a maioria dos dispositivos de con-
versão eletromecânica de energia discutidos neste livro, os enrolamentos com aco-
plamento magnético estão na natureza do funcionamento do transformador. Por essa
razão, as técnicas desenvolvidas para sua análise formam a base da discussão que se
segue sobre máquinas elétricas.
Praticamente todos os transformadores e máquinas elétricas usam material fer-
romagnético para direcionar e dar forma a campos magnéticos, os quais atuam como
meio de transferência e conversão de energia. Materiais magnéticos permanentes,
ou ímãs, também são muito usados. Sem esses materiais, não seriam possíveis as
implementações práticas da maioria dos dispositivos eletromecânicos familiares de
conversão de energia. A capacidade de analisar e descrever sistemas que contenham
esses materiais é essencial ao projeto e entendimento desses dispositivos.
Este capítulo desenvolverá algumas ferramentas básicas para a análise de siste-
mas que usam campos magnéticos. Dará também uma breve introdução às proprie-
dades dos materiais magnéticos usados na prática. No Capítulo 2, esses resultados
serão aplicados à análise de transformadores e, nos capítulos seguintes, serão usados
na análise de máquinas rotativas.
Neste livro, supõe-se que o leitor tenha um conhecimento básico da teoria de
campos magnéticos e elétricos, tal como é dada em disciplinas básicas de física para
estudantes de engenharia. É possível que alguns leitores já tenham cursado uma dis-
ciplina sobre a teoria do campo eletromagnético com base nas equações de Maxwell.
Entretanto, uma compreensão profunda das equações de Maxwell não é um pré-
-requisito para o estudo deste livro. As técnicas de análise de circuitos magnéticos
representam aproximações algébricas das soluções exatas da teoria de campo. São
2 Máquinas elétricas
(1.1)
(1.2)
A Eq. 1.1, muitas vezes referida como Lei de Ampère, afirma que a integral de
linha da componente tangencial da intensidade de campo magnético H ao longo de um
contorno fechado C é igual à corrente total que passa através de qualquer superfície S
delimitada por esse contorno. Na Eq. 1.1, vemos que a origem de H é a densidade de
corrente J. A Eq. 1.2, frequentemente referida como Lei de Gauss dos campos mag-
néticos, afirma que a densidade de fluxo magnético B é conservada, ou seja, em uma
superfície fechada, não há entrada nem saída líquida de fluxo (isso equivale a afirmar
que cargas magnéticas monopolares de campos magnéticos não existem). Dessas equa-
ções, vemos que as grandezas de um campo magnético podem ser determinadas usando
apenas os valores instantâneos das correntes que lhe dão origem, e que as variações no
tempo dos campos magnéticos resultam diretamente das variações no tempo das fontes.
Uma segunda suposição simplificadora envolve o conceito de circuito magnéti-
co. A solução genérica da intensidade de campo magnético H e da densidade de fluxo
magnético B, em uma estrutura de geometria complexa, é muito difícil. No entanto,
em muitas aplicações práticas, incluindo a análise de muitos tipos de máquinas elé-
tricas, um problema de campo tridimensional pode em geral ser reduzido ao que é
essencialmente um circuito equivalente unidimensional, dando soluções de exatidão
aceitável em engenharia.
1
As soluções numéricas baseadas em computador e no método dos elementos finitos fundamentam uma
série de programas comerciais e tornaram-se ferramentas indispensáveis de análise e projeto. Geralmente,
essas técnicas são melhor utilizadas para refinar as análises iniciais baseadas em métodos analíticos tais
como as encontradas neste livro. Como seu uso pouco contribui para uma compreensão dos princípios
fundamentais e do desempenho básico das máquinas elétricas, elas não serão discutidas neste livro.
Capítulo 1 – Circuitos magnéticos e materiais magnéticos 3
Linhas de
Comprimento médio
i fluxo magnético
do núcleo lc
+
λ
Área da seção
reta Ac
Enrolamento, Permeabilidade do
N espiras núcleo magnético μ
Figura 1.1 Circuito magnético simples. λ é o fluxo concatenado do enrolamento como defini-
do na Seção 1.2.
(1.3)
2
Em sua forma mais simples, a permeabilidade magnética pode ser entendida como uma razão entre a
densidade de fluxo magnético B e a intensidade de campo magnético H.
3
Para um tratamento mais amplo dos circuitos magnéticos, veja A.E.Fitzgerald, D.E. Higgenbotham, e A.
Grabel, Basic Electrical Engineering, 5ª ed., McGraw-Hill, 1981, Capítulo 13; também E.E. Staff, M.I.T.,
Magnetic Circuits and Transformers, M.I.T. Press, Capítulos 1 a 3.
4 Máquinas elétricas
(1.5)
(1.8)
Linhas de
i fluxo magnético Caminho médio
do núcleo lc
+
λ Comprimento Entreferro,
do entreferro g permeabilidade μ0,
Área Ag
Enrolamento, Permeabilidade do
N espiras núcleo magnético μ,
Área Ac
e, no entreferro,
(1.9)
(1.11)
(1.12)
Os termos que multiplicam o fluxo nessa equação são conhecidos como relu-
tâncias (R) do núcleo e do entreferro, respectivamente,
(1.13)
(1.14)
e, assim,
F = φ (Rc + Rg) (1.15)
Finalmente, pode-se isolar o fluxo na Eq. 1.15, obtendo-se
(1.16)
ou
(1.17)
Capítulo 1 – Circuitos magnéticos e materiais magnéticos 7
I φ
R1 Rc
+ +
V F
R2 Rg
V F
I = (R + R ) φ = (R + R )
1 2 c g
(a) (b)
Figura 1.3 Analogia entre circuitos elétrico e magnético. (a) Circuito elétrico, (b) circuito
magnético.
Em geral, para qualquer circuito magnético de relutância total Rtot, o fluxo pode ser
encontrado como
(1.18)
(1.19)
Observe que as Eqs. 1.15 e 1.16 são análogas às relações entre corrente e tensão
em um circuito elétrico. Essa analogia está ilustrada na Fig. 1.3. A Fig. 1.3a mostra
um circuito elétrico em que uma tensão V impulsiona uma corrente I através dos
resistores R1 e R2. A Fig. 1.3b mostra a representação esquemática equivalente do cir-
cuito magnético da Fig. 1.2. Vemos aqui que a FMM F (análoga à tensão no circuito
elétrico) impulsiona um fluxo φ (análogo à corrente no circuito elétrico) através da
combinação das relutâncias do núcleo Rc e do entreferro Rg. Frequentemente, essa
analogia entre as soluções de circuitos magnéticos e elétricos pode ser explorada para
se obter as soluções dos fluxos em circuitos magnéticos de grande complexidade.
A fração de FMM necessária para impulsionar o fluxo através de cada parte do
circuito magnético, em geral referida como queda de FMM naquela parte do circuito
magnético, varia proporcionalmente à sua relutância (em analogia direta com a queda
de tensão em um elemento resistivo de um circuito elétrico). Considere o circuito
magnético da Fig. 1.2. Da Eq. 1.13 vemos que uma alta permeabilidade no material
pode resultar em uma baixa relutância de núcleo. Esta pode ser tornada muito inferior
à do entreferro: para (μAc /lc) ≫ (μ0Ag /g), Rc ≪ Rg e assim Rtot ≈ Rg. Nesse caso,
a relutância do núcleo pode ser desprezada e o fluxo pode ser obtido da Eq. 1.16 em
termos de apenas F e das propriedades do entreferro:
(1.20)
8 Máquinas elétricas
Linhas de fluxo
Campos de
espraiamento
Entreferro
Como será visto na Seção 1.3, na prática, os materiais magnéticos têm permea-
bilidades que não são constantes, mas que variam de acordo com o nível do fluxo.
Das Eqs. 1.13 a 1.16, vemos que, enquanto essa permeabilidade permanecer suficien-
temente elevada, a sua variação não afetará de forma significativa o desempenho do
circuito magnético.
Nos sistemas reais, as linhas de campo magnético “espraiam-se” um pouco
para fora quando cruzam o entreferro, como ilustrado na Fig. 1.4. Se esse efeito
de espraiamento não for excessivo, o conceito de circuito magnético continuará
aplicável. O efeito desses campos de espraiamento é aumentar a área efetiva Ag da
seção reta do entreferro. Diversos métodos empíricos foram desenvolvidos para
levar em conta esse efeito. Em entreferros delgados, uma correção para esses cam-
pos de espraiamento pode ser feita acrescentando-se o comprimento do entreferro
a cada uma de suas duas dimensões, alterando assim a área de sua seção reta. Nes-
te livro, o efeito dos campos de espraiamento é em geral ignorado e, nesse caso,
então Ag = Ac.
Normalmente, os circuitos magnéticos podem consistir em múltiplos elementos
em série e em paralelo. Para completar a analogia entre circuitos elétricos e magnéti-
cos, podemos generalizar a Eq. 1.5 para
(1.21)
a qual afirma que a corrente líquida, isto é, a soma das correntes que entram em um
nó de um circuito elétrico é zero, tem como análoga a equação
(1.24)
Exemplo 1.1
O circuito magnético mostrado na Fig. 1.2 tem as dimensões Ac = Ag = 9 cm2, g = 0,050 cm,
lc = 30 cm e N = 500 espiras. Suponha o valor μr = 70.000 para o material do núcleo. (a)
Encontre as relutâncias Rc e Rg. Dada a condição de que o circuito magnético esteja operando
com Bc = 1,0 T, encontre (b) o fluxo φ e (c) a corrente i.
Solução
a. As relutâncias podem ser obtidas das Eqs. 1.13 e 1.14:
b. Da Eq. 1.4,
φ = Bc Ac = 1,0 (9 × 10−4) = 9 × 10−4 Wb
c. Das Eqs. 1.6 e 1.15,
10 Máquinas elétricas
Solução
a. φ = 9 × 10−4 Wb e i = 0,40 A
b. φ = 9 × 10−4 Wb e i = 0,64 A
Exemplo 1.2
A estrutura magnética de uma máquina síncrona está mostrada esquematicamente na Fig. 1.5.
Assumindo que o ferro do rotor e do estator têm permeabilidade infinita (μ → ∞), encontre
o fluxo φ do entreferro e a densidade de fluxo Bg. Neste exemplo, I = 10 A, N = 1000 espiras,
g = 1 cm e Ag = 200 cm2.
Solução
Observe que há dois entreferros em série, de comprimento total 2g, e que por simetria a densi-
dade de fluxo em cada um é igual. Como assumimos que a permeabilidade do ferro é infinita,
a sua relutância é desprezível e a Eq. 1.20 (com g substituído pelo comprimento total de entre-
ferro 2g) pode ser usada para encontrar o fluxo
Estator Comprimento
μ→∞ de entreferro g
Permeabilidade
N espiras de entreferro
μ0
Área Ag
da face Rotor
do polo μ →∞
Linhas de fluxo
magnético
Figura 1.5 Máquina síncrona simples.
Capítulo 1 – Circuitos magnéticos e materiais magnéticos 11
Solução
φ = 0,018 Wb e i = 28,6 A.
(1.25)
A Eq. 1.25 afirma que a integral de linha da intensidade de campo elétrico E ao longo
de um contorno fechado C é igual à razão, no tempo, da variação de fluxo magnético
que concatena (ou seja, passa através) aquele contorno. Em estruturas magnéticas,
com enrolamentos de alta condutividade elétrica, como na Fig. 1.2, pode-se mostrar
que o campo E no fio é extremamente pequeno podendo ser desprezado, de modo
que o primeiro membro da Eq. 1.25 reduz-se ao negativo da tensão induzida5 e nos
terminais do enrolamento. Além disso, no segundo membro da Eq. 1.25 predomina o
fluxo do núcleo φ. Como o enrolamento (e, portanto, o contorno C) concatena o fluxo
do núcleo N vezes, a Eq. 1.25 reduz-se a
(1.26)
5
Frequentemente, a expressão força eletromotiva (FEM) é usada no lugar de tensão induzida para repre-
sentar a componente de tensão referente a um fluxo concatenado variável no tempo.
12 Máquinas elétricas
(1.28)
(1.29)
(1.30)
Exemplo 1.3
O circuito magnético da Fig. 1.6a é constituído por uma bobina de N espiras enroladas em um
núcleo magnético, de permeabilidade infinita, com dois entreferros paralelos de comprimentos
g1 e g2, e áreas A1 e A2, respectivamente.
Encontre (a) a indutância do enrolamento e (b) a densidade de fluxo B1 no entreferro 1
quando o enrolamento está conduzindo uma corrente i. Despreze os efeitos de espraiamento
no entreferro.
Solução
a. O circuito equivalente da Fig. 1.6b mostra que a relutância total é igual à combinação em
paralelo das relutâncias dos dois entreferros. Assim,
Capítulo 1 – Circuitos magnéticos e materiais magnéticos 13
φ
μ→∞
φ1 φ2
i
Área
+ A1
Área A2 +
λ Entreferro1 g1 g2 R1 R2
Ni
Entre-
ferro 2
N espiras
(a) (b)
Figura 1.6 (a) Circuito magnético e (b) circuito equivalente para o Exemplo 1.3.
em que
Da Eq. 1.28,
e, assim,
Exemplo 1.4
No Exemplo 1.1, assume-se que a permeabilidade relativa do material do núcleo do circuito
magnético da Fig. 1.2 é μr = 70.000 para uma densidade de fluxo de 1,0 T.
a. Em um dispositivo real, o núcleo poderia ser construído de aço elétrico, como o de
tipo M-5 discutido na Seção 1.3. Esse material é altamente não linear e sua permea-
bilidade relativa (definida neste exemplo como a razão B/H) varia entre um valor de
aproximadamente μr = 72.300, para uma densidade de fluxo de B = 1,0 T, e um valor
da ordem de μr = 2.900, à medida que a densidade de fluxo eleva-se até 1,8 T. Calcule
a indutância supondo que a permeabilidade relativa do aço do núcleo seja 72.300.
b. Calcule a indutância supondo que a permeabilidade relativa seja 2.900.
14 Máquinas elétricas
Solução
a. Das Eqs. 1.13 e 1.14 e baseando-se nas dimensões dadas no Exemplo 1.1, obtém-se
b. Para μr = 2.900, a relutância do núcleo aumenta de um valor de 3,79 × 103 A · e/Wb para
e, portanto, a relutância total aumenta de 4,46 × 105 A · e/Wb para 5,34 × 105 A · e/Wb.
Assim, da Eq. 1.29, a indutância diminui de 0,561 H para
Solução
L = 0,554 H
Exemplo 1.5
Usando MATLAB,6 faça um gráfico da indutância do circuito magnético do Exemplo 1.1 e da
Fig. 1.2 em função da permeabilidade do núcleo no intervalo 100 ≤ μr ≤ 100.000.
6
“MATLAB” é uma marca registrada da The MathWorks, Inc., 3 Apple Hill Drive, Natick, MA 01760,
http://www.mathworks.com. Uma versão do MATLAB para estudantes está disponível.
Capítulo 1 – Circuitos magnéticos e materiais magnéticos 15
Solução
O script de MATLAB é:
clc
clear
% Permeabilidade do vácuo
mu0 = pi*4.e-7;
%Relutância do entreferro
Rg = g/(mu0*Ag);
mur = 1:100:100000;
Rc = lc./(mur*mu0*Ac);
Rtot = Rg+Rc;
L = N^2./Rtot;
plot(mur,L)
xlabel('Permeabilidade relativa do núcleo')
ylabel('Indutância [H]')
O gráfico resultante está mostrado na Fig. 1.7. Observe que a figura confirma claramente que,
no circuito magnético deste exemplo, a indutância é bastante insensível à permeabilidade rela-
tiva enquanto esta não baixar até a ordem de 1000. Assim, enquanto a permeabilidade relativa
efetiva do núcleo for “elevada” (neste caso, superior a 1000), qualquer não linearidade nas
propriedades do núcleo terá um efeito pequeno nas propriedades finais do indutor.
0,7
0,6
0,5
Indutância [H]
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Permeabilidade relativa do núcleo × 104
Figura 1.7 Gráfico de MATLAB da indutância versus a permeabilidade relativa do Exemplo 1.5.
16 Máquinas elétricas
(1.32)
Na Eq. 1.32, φ é o fluxo resultante no núcleo produzido pela FMM total dos dois
enrolamentos. É esse φ resultante que determina o ponto de operação do material do
núcleo.
Se a Eq. 1.32 for decomposta em termos relacionados individualmente com
cada corrente, o fluxo concatenado resultante da bobina 1 pode ser expresso como
(1.33)
(1.35)
Entreferro
φ
i1 i2
+ +
g
λ1 N1 N2 λ2
espiras espiras
(1.36)
(1.37)
ou
λ2 = L21i1 + L22i2 (1.38)
em que L21 = L12 é a indutância mútua e
(1.39)
(1.40)
(1.41)
(1.42)
(1.43)
18 Máquinas elétricas
e sua unidade é watts (W) ou joules por segundo. Assim, a variação da energia magné-
tica armazenada W no circuito magnético, durante o intervalo de tempo de t1 a t2, é
(1.44)
(1.45)
A energia magnética total armazenada, para qualquer valor de λ, pode ser obti-
da fazendo-se λ1 igual a zero:
(1.46)
Exemplo 1.6
No circuito magnético do Exemplo 1.1 (Fig. 1.2), encontre (a) a indutância L, (b) a energia
magnética armazenada W quando Bc = 1,0 T e (c) a tensão induzida e para um fluxo de núcleo,
que varia no tempo a 60 Hz, dado por Bc = 1,0 sen ωt T em que ω = (2π)(60) = 377.
Solução
a. Das Eqs. 1.16 e 1.28 e do Exemplo 1.1,
Observe que a relutância do núcleo é muito menor que a do entreferro (Rc ≪ Rg).
Assim, dentro de uma boa aproximação, a indutância é dominada pela relutância do
entreferro, isto é,
b. No Exemplo 1.1 encontramos que, quando Bc = 1,0 T, então i = 0,80 A. Portanto, da Eq.
1.46,