Antenas e Propagação
Antenas e Propagação
Antenas e Propagação
de Ondas
CEFET-Ce
Gerência de Telemática
Curso Superior em Telemática
Prof. Regis C. P. Marques
Apresentação
Este material tem como intuito passar ao tecnólogo uma visão geral dos aspectos
relacionados com a transmissão de informação por meio de ondas eletromagnéticas guiadas
e não guiadas, bem como os de escolha e projeto de antenas e outros elementos do sistema
aéreo.
Inicialmente é feita uma revisão da teoria eletromagnética básica e das
características dos meios de transmissão, necessárias a compreensão de fenômenos
ocorrentes na transmissão. Um estudo completo de toda teoria eletromagnética e suas
inúmeras aplicações não é nosso objetivo.
Após esta revisão é estuda a transmissão através de ondas eletromagnéticas em
suas várias etapas: geração, transmissão e recepção; influências do meio; fenômenos de
transmissão; tipos de transmissão e suas aplicações; entre outros.
A segunda etapa trata do assunto linhas de transmissão, neste ponto espera-se que
o aluno tenha compreendido a geração e transmissão de ondas não guiadas já que muitas
das características de transmissão são observadas em ambos os casos (salvas algumas
particularidades). Aqui são estudados os tipos básicos de linhas de transmissão (bifilar e
coaxial), casamento de impedância e SWR.
A última etapa trata do assunto antenas. Em enlaces de rádio difusão, a escolha do
sistema radiante é um ponto crítico e que merece uma atenção especial. Mesmo quando não
é tratado o problema de se projetar uma antena, a simples necessidade de se escolher entre
as inúmeras possibilidades existentes no mercado, requer o conhecimento de vários
aspectos envolvidos. Nossa abordagem começa com o estudo dos tipos básicos de antenas e
do problema de se projetar uma e por fim a análise de sistemas irradiantes encontrados no
mercado.
Primeira Parte:
Propagação de Ondas
1 Campos e Materiais
Até aqui o aluno teve contato e deve estar ciente do princípio de geração de
campos elétrico e magnético, causados pela existência de cargas e correntes elétricas em
condutores ou meios eletromagnéticos e deve conhecer leis básicas da eletricidade e
magnetismo. O conhecimento destas leis não é fundamental para os estudos que serão
realizados, mas do ponto de vista físico, compreender algumas destas leis facilita ao aluno
compreender os fenômenos ligados à propagação de ondas. Com tudo as necessidades
esporádicas de invocar tais relações serão atendidas de forma pontual, não sendo abordadas
neste curso.
1. Campos
Campo Elétrico
Quando um capacitor é submetido a uma tensão
E
V e logo em seguida é retirado do circuito, pode-se
observar entre seus terminais o mesmo valor da tensão
aplicada, isso porque ele armazenou energia no dielétrico
V
existente entre suas placas formando um campo elétrico E.
Na prática não medimos o campo elétrico entre as placas
Figura 1.1. Campo
do capacitor e sim a tensão que ele gera em seus terminais.
CAMPOS E M ATERIAIS
Campo Magnético
Se uma quantidade de cargas elétricas é colocada em movimento (corrente elétrica
i) o que temos é a formação de um campo magnético H entorno do fluxo de cargas. Na
prática, não medimos o campo magnético e sim a corrente elétrica que ele induz em outros
materiais ao seu redor.
i H
Campo Eletromagnético
Os campos citados anteriormente têm como objetivo básico justificar os
fenômenos ocorridos em materiais próximos a concentrações de cargas estáticas (campo
elétrico) ou em movimento (campo magnético). A princípio o estudo de ambos os campos
era realizado de maneira independente, pois se presumia não existir relação direta entre o
campo elétrico e o magnético.
No entanto, se considerarmos uma fonte de tensão alternada, será observado um
campo elétrico devido à diferença de potencial, ao mesmo tempo em que é observado um
campo magnético, devido ao movimento de cargas. De forma que as componentes elétrica e
magnética são indissociáveis, o que dá origem a um campo eletromagnético. O campo
eletromagnético consiste da existência mútua de um campo elétrico e um campo magnético,
e a região do espaço na qual sua presença é constatada é chamada meio eletromagnético.
Permeabilidade Magnética
A experiência mostra que as grandezas que determinam as influências do campo
eletromagnético dependem de diversas propriedades do meio. Por exemplo, quando o meio
for o vácuo, a indução magnética assume determinado valor que se modifica para outro
5
ANTENAS E PROPAGAÇÃO PROF. REGIS M ARQUES
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meio material. Ou seja, existe uma característica que altera o valor da indução em cada
meio. Esta propriedade é denominada permeabilidade magnética (µ), medida em
Henrys/metro (H/m). Em meios simples, trata-se de uma grandeza escalar, representada
apenas pelo seu valor numérico. Assim, estabeleceu-se que a indução magnética b é
diretamente proporcional ao valor da permeabilidade, determinando a relação com o campo
magnético h,
b = µh (1.1)
Quando o meio for o vácuo, a permeabilidade magnética, expressa em valores do
Sistema Internacional de Unidades, é introduzido por definição como
µ0 = 4π × 10 −7 H/m (1.2)
Em geral costuma-se comparar a permeabilidade do meio com a do vácuo,
introduzindo um fator µr conhecido como permeabilidade relativa.
µ = µ r µ0 (1.3)
Permissividade Elétrica
Uma análise semelhante deve ser feita para os efeitos que o meio exerce sobre o
valor do campo elétrico, que depende de uma propriedade denominada permissividade
elétrica. Por conseqüência da orientação da polarização interna do meio material, o campo
6
CAMPOS E M ATERIAIS
resultante em seu interior tende a ser menor do que o existente no vácuo. O valor final será
tanto menor quanto maior for a permissividade.
No vácuo a permissividade está relacionada com a permeabilidade magnética e
com a velocidade da luz.
1 10−9
εo = = F/m (1.4)
µo c 2 36π
Novamente, este resultado é válido com excelente aproximação para o ar, mas há
que se fazer uma modificação para outros materiais, podendo-se nestes casos introduzir o
fator conhecido como permissividade relativa, permissividade específica ou constante
dielétrica.
ε = ε rε o (1.5)
Condutividade Elétrica
Outra importante propriedade dos materiais é sua condutividade elétrica, que
indica a maior ou menor possibilidade desse meio permitir o deslocamento de cargas
elétricas livres. A condutividade depende de características de cada meio. Se um meio for
condutor perfeito esse parâmetro tende ao infinito (condição não prática). Por outro lado,
em um dielétrico perfeito a condutividade seria nula.
No estudo de fenômenos eletromagnéticos, esta propriedade deve ser considerada
em termos do tempo despendido no deslocamento das cargas, em comparação com período
do campo eletromagnético aplicado. Assim, uma classificação mais conveniente dos
materiais incluirá o conhecimento da freqüência do campo aplicado, sendo utilizada a
seguinte classificação:
σ ≥ 100ωε Meio condutor
ωε
σ≤ Meio dielétrico (1.6)
100
1 σ
< < 100 Meio quase-condutor
100 ωε
7
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freqüências inferiores a 180 kHz e comporta-se como dielétrico para freqüências superiores
a 1,8 GHz.
Exemplo 1.1
Exercícios
8
2 Onda Eletromagnética
Aqui são vistos os princípios da geração de ondas eletromagnéticas e sua relação com o
meio eletromagnético, o princípio de frente de onda e onda plana uniforme. O último tópico
consiste do estudo das características do meio e para isso faz-se uso do conhecimento da
equação de onda, o que justifica a apresentação das equações de Maxwell. Em sua forma
diferencial, no entanto, o estudo destas equações torna-se inviável devido sua
complexidade, por outro lado não poderíamos deixar de citá-las e expor seu significado
físico.
1. Geração
Frente de Onda
A circunferência mostrada na Figura 2.1 é chamada frente de onda, todos os
pontos desta circunferência representa o lugar geométrico dos pontos de mesma fase,
associados ao campo eletromagnético, ou seja, a suas componentes (campo elétrico e
magnético).
A forma geométrica da frente de onda depende diretamente do elemento irradiante
utilizado, no caso da antena isotrópica a frente de onda é esférica, já um fio condutor
apresenta frente de onda cilíndrica.
A propagação da onda eletromagnética se dá pelo fato de um campo elétrico gerar
um campo magnético induzido e este por sua vez gerar um campo elétrico também
induzido, este efeito repete-se ao longo da direção de propagação. A onda eletromagnética
é normalmente representada com um campo elétrico senoidal e um campo magnético
também senoidal, sendo importante observar que os dois campos são perpendiculares entre
si e à direção de propagação.
Polarização
10
ONDA ELETROMAGNÉTICA
2. Equações de Maxwell
11
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∇ × H = (σ + iωε ) E
∇ × E = −iωµ H
(2.2)
∇⋅D = ρ
∇⋅B = 0
Equação de Onda
Considerando que o campo eletromagnético é composto pelos campos elétrico e
magnético, em princípio seriam necessárias duas equações para descrevê-lo. A partir das
equações de Maxwell para uma onda harmônica, a solução das equações considerando-se
que =0, leva às expressões
∇2 E − γ 2 E = 0
(2.3)
∇2 H − γ 2 H = 0
das quais temos que
E = E0 e ± γ ⋅r
(2.4)
H = H 0 e ± γ ⋅r
12
ONDA ELETROMAGNÉTICA
sendo Eo e Ho constantes que indicam os valores dos campos na origem do vetor posição r,
que define o ponto do espaço no qual se deseja determinar os valores das diversas
componentes de campo. A grandeza é chamada vetor de propagação, cujo módulo ou
valor escalar é dado por
γ = iωµ (σ + iωε ) (2.5)
esse também é conhecido como fator de propagação.
Fator de Propagação
O fator de propagação ou constante de propagação é um fator complexo, cujo
valor depende das constantes eletromagnéticas do meio de propagação e da freqüência do
sinal. Uma vez complexo este parâmetro pode ser expresso da seguinte forma:
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Exemplo 2.1
Uma onda eletromagnética de freqüência 12 MHz propaga-se em um meio cujas
características são: condutividade 0.002 S/m, permissividade 3ε0. Nestas condições,
determine o fator de atenuação e o fator de fase.
Lembre: σ=ωε
Exercícios
14
3 Propagação no Espaço
Livre
Neste ponto estudamos a geração de ondas e sua relação básica com o meio, serão
abordados agora a transmissão e recepção de ondas eletromagnéticas no espaço livre. Não
se deve confundir transmissão não guiada com transmissão no espaço livre, na verdade a
segunda consiste da transmissão não guiada excluídos os efeitos causados pelo solo e por
obstáculos, bem como considera o meio de transmissão homogêneo. Os efeitos de reflexão,
refração, difração e outros causados pelas condições do meio serão estudados em seguida,
já a transmissão guiada trata da propagação de ondas eletromagnéticas confinadas em guias
de onda ou linhas de transmissão. Por ser intuitivo e em geral similar, o estudo de ondas
guiadas é feito mais a frente e com o enfoque em seu problema básico, o casamento de
impedância.
1. Relações Fundamentais
Transformação logarítmica
É usual que equipamentos como amplificadores de áudio e outros circuitos
eletrônicos tragam a informação de ganho ou atenuação causada pelo equipamento, em dB.
Esta nada mais é que a relação entre a potência (ou amplitude) de entrada e de saída, no
entanto em cálculos envolvendo tal informação, normalmente é necessário desfazer a
transformação logarítmica, dada por
N(dB) = 10 log(Pout/Pin)
Esta relação envolve as potências de saída e entrada, quando a relação for de
amplitude a relação torna-se,
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N(dB) = 20 log(Vout/Vin)
Estas relações expressam ganho se a saída for maior que a entrada, apresentando
valores em dB maiores que 0 e menores quando a relação for de atenuação.
Exemplo 3.1
A potência emitida por um circuito primário é de 10W e no estágio seguinte o sinal sofre
uma atenuação total de 112 dB. Determine a potência na saída do segundo estágio.
R. 63.1 pW
Potência em decibéis
Como o decibel tornou-se uma unidade popular e muito conveniente, é também
aplicada para valores próprios de algumas grandezas. A aplicação acima representa uma
relação entre potências, em seguida são apresentadas unidades de potência medidas em dB.
Pm (W) P (mW)
P (dBm) = 10log −3
= 10log m
10 1mW
Pm (W)
P (dBW) = 10log
1W
Pm (kW)
P (dBk) = 10log
1kW
Exemplo 3.2
Segundo um fabricante, um receptor é capaz de captar sinais com amplitude de -96dBm.
Qual é a potência mínima aceitável na entrada deste aparelho?
R. 0,251 pW
Exemplo 3.3
A potência de um transmissor foi especificada como sendo de 28dBW. Qual o valor
absoluto de potência?
R. 631 W
16
LINHAS DE TRANSMISSÃO
2. Propagação no Espaço
Livre
Irradiação
Nas antenas reais ocorrem direções preferenciais nas quais se tem uma maior
densidade de potência irradiada e outras direções, nas quais, essa grandeza assume valores
menores ou mesmo nulos. Assim, para um irradiador real, deve-se prever que a densidade
de potência seja uma função da direção ( , ) do campo no espaço para a qual a onda é
emitida. Portanto, uma generalização da equação anterior deve ser da forma
S (θ , ϕ ) = S max f p (θ , ϕ ) (3.2)
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Ganho
Outra consideração para irradiadores reais são as perdas, ou seja, a densidade real
de potência irradiada é ligeiramente inferior a esperada. A relação entre a densidade
esperada e a densidade real define a eficiência de irradiação da antena. Temos então a
relação entre o ganho real de transmissão e a diretividade da antena.
Go = kr D (3.3)
18
LINHAS DE TRANSMISSÃO
Recepção
Quando a onda eletromagnética incide em uma antena receptora, haverá indução
de corrente elétrica e uma potência é desenvolvida nos terminas da linha de transmissão. A
relação entre a potência desenvolvida e a densidade de potência da onda incidente é uma
grandeza com dimensão de superfície chamada de abertura efetiva da antena.
Pr
A= (m2) (3.7)
S
Pr max
Ae = (m2) (3.8)
S
Note que a abertura efetiva e a área efetiva são parâmetros eletromagnéticos que,
em geral, não têm relação com a área geométrica da antena. Um dipolo de meia onda, por
exemplo, possui área geométrica praticamente nula e área efetiva dependente do
comprimento de onda. Já para antenas de abertura, existe uma relação entre a área
geométrica e a área efetiva, chamada eficiência de abertura.
Ae
(%) = × 100% (3.9)
Ag
19
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λ2 D
Ae = (m2) (3.10)
4π
Em que é o comprimento de onda. Como a diretividade da antena isotrópica é
2
unitária, nota-se que /4 é a área efetiva da antena isotrópica. Logo, a relação entre a área
efetiva e a diretividade de qualquer antena é sempre igual à área efetiva da antena
isotrópica. Uma vez que para antenas reais a diretividade e o ganho são iguais, pode-se na
equação anterior substituir D por Go.
Exemplo 3.4
GT ⋅ Gr ⋅ PT
Pr = (W) (3.11)
Ao
Em que Pr é a potência recebida, GT é o ganho de transmissão, Gr o ganho de recepção, PT
a potência desenvolvida no transmissor e Ao a atenuação no espaço livre, definida como:
2
4π r
Ao = (3.12)
λ
Esta equação mostra que a potência da onda irradiada decresce com o quadrado da
distância entre a antena transmissora e a receptora, supondo uma área efetiva constante.
20
LINHAS DE TRANSMISSÃO
Como não está computada a perda por dissipação de potência no meio, significa que o
pequeno valor captado é devido ao fato que a energia da onda espalha-se no meio em todas
as direções, embora haja predominância para as regiões determinadas pelos lobos de
irradiação da antena transmissora.
Exemplo 3.5
Uma sistema de telefonia móvel celular opera na freqüência de 870 MHz, com a
estação base irradiando uma potência de 5W. A antena transmissora tem um ganho de 6dBi.
A 10km de distância tem-se uma antena receptora com diretividade de 1dB. Determine a
potência entregue na entrada do receptor.
R. Pr = 190 pW
Exemplo 3.6
Seja a ligação entre duas cidades distantes de 45 km. O sistema usa antenas idênticas cuja
área efetiva é 10 m2, casadas em seus terminais. Sendo a freqüência de operação 4 GHz e a
potência na saída do transmissor igual a 5W, calcular a potência na entrada do receptor.
Considerar o trajeto totalmente desobstruído e uma perda total nos cabos e conectores de 5
dB.
R. 13,95 W
λ PT GT GR
r= (m) (3.13)
4π PR
Esta equação não contempla outros fatores que influenciam no sistema real, por
exemplo, obstáculos, atenuações, reflexões, ruído, etc. Toda via, é uma relação muito útil
na análise conjunta de parâmetros com ganho de antenas e alcance. Se PRmin for a menor
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λ PT GT GR
rmax = (m) (3.14)
4π PR min
Exemplo 3.7
Um sistema é constituído por duas antenas idênticas com ganho de 30dBi. A potência
transmitida é de 5W e a potência mínima detectável no receptor é de -40dBm. Determinar o
alcance máximo para operação na freqüência de 4GHz.
R. rmax = 42,2 km
Exercícios
22
LINHAS DE TRANSMISSÃO
4 Mecanismos de Propagação
O meio de transmissão das ligações via rádio é composto pelo conjunto superfície
terrestre – atmosfera. O comportamento do sinal depende, portanto, das condições
atmosféricas e do relevo do terreno em que o sinal se propaga.
No espaço livre as ondas de rádio propagam-se em linha reta sem influência de
obstáculos, como foi estudado. Este modelo, apesar de estar muitas vezes distante da
realidade, é de grande utilidade no dimensionamento e análise do enlace.
No caso do sinal transpor obstáculos ou meios com características heterogêneas,
fenômenos como reflexão e difração ocorrem, degradando o sinal transmitido.
1. Aspectos Básicos
Composição da Atmosfera
Basicamente a atmosfera é dividida em: troposfera, estratosfera e ionosfera.
o Troposfera: Camada adjacente à superfície terrestre e se estende até uma
altitude de aproximadamente 11km. Nesta camada o principal efeito na
propagação das ondas de rádio é o da refração, que atua na trajetória das
ondas com o aumento da velocidade de propagação devido a elevação da
altitude.
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Zona de Fresnel
Sendo A e B as duas extremidades de um enlace de rádio comunicação, o espaço
entre estas pode ser subdividido em uma família de elipsóides, conhecidas como elipsóides
de Fresnel, todas com pontos focais em A e B. Qualquer ponto M pertencente ao limiar de
uma região satisfaz a relação:
λ
AM + MB = AB + n (4.1)
2
Em que n é um inteiro que representa a ordem da elipsóide.
M
A B
Na figura acima se tem uma visão lateral de uma frente de onda esférica em
propagação entre os pontos A e B, e a direita, um conjunto de círculos concêntricos, uma
visão frontal da frente de onda. A dimensão de cada circunferência não é aleatória, e
representa os pontos entre os quais ocorre variação máxima de fase. As regiões entre cada
circunferência são chamadas regiões de Fresnel.
Expandindo-se esta análise a cada plano longitudinal, observa-se que as zonas de
Fresnel geram elipsóides com o transmissor e o receptor em ambos os focos, chamados
elipsóides de Fresnel, cujos raios podem ser obtidos pela expressão:
1/ 2
nλ d1d 2
Rn = (4.2)
d1 + d 2
24
LINHAS DE TRANSMISSÃO
2. Fenômenos da Propagação
Refração e Reflexão
A refração consiste da mudança parcial de direção que sofre a onda
eletromagnética ao atingir a fronteira entre dois meios com características eletromagnéticas
diferentes. Se a onda atingir esta região em um ângulo reto com a sua superfície, não há
refração, porém em qualquer outro ângulo, ocorrerá refração, esta maior ou menor
dependendo das características de ambos os meios.
Meio 2
af
Figura 4.2. Refração e Reflexão
sin α n2
= (4.3)
sin β n1
Em que, n=c/v (c = velocidade da onda no vácuo, velocidade da onda no meio estudado).
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Difração
A difração ocorre quando uma onda é limitada parcialmente em seu trajeto por um
obstáculo. Os efeitos disto é a propagação de apenas frações da frente de onda para regiões
além do objeto e/ou situadas na sombra deste, ou a propagação da onda em direções
preferenciais. Dois modelos de difração são os observados abaixo.
(a) (b)
26
LINHAS DE TRANSMISSÃO
2 ( d1 + d 2 )
1/ 2
v = 0, 0316h
λ d1d 2
Desvanecimento
O desvanecimento ocorre quando um enlace está submetido a condições de
elevada atenuação, prejudicando assim a capacidade de comunicação do sistema. Entre as
inúmeras causas de desvanecimento estão:
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o Lento: Quando é causado por situações que tendem a se prolongar por tempo
indeterminado ou suficiente para comprometer a comunicação.
3. Tipos de Propagação
Ondas Troposféricas
Na região entre 10km e 20km encontra-se a troposfera. Essa região caracteriza-se
por uma alta heterogeneidade e variações acentuadas do índice de refração. Todas estas
características, que em outras situações seriam indesejadas, permitem que uma onda
propagada em direção a esta camada, sofra consecutivas mudanças de direção até que esta
retorne a superfície da terra.
Durante décadas, utilizou-se a transmissão troposférica em longas distâncias, a
faixa comum para isso era entre 1GHz e 2GHz. Neste tipo de transmissão era comum a
utilização de antenas de alta eficiência, transmissores de alta potência e receptores muito
sensíveis e devido a necessidade de ângulos de inclinação muito pequenos, era necessário
ainda instalações com visão desobstruída do horizonte.
Atualmente, a transmissão troposférica foi substituída por enlaces de satélite.
Ondas Ionosféricas
A onda eletromagnética chega a antena receptora após refletir ou propagar em um
trecho da ionosfera, retornando à Terra. Na faixa de baixas freqüências a onda reflete na
base da ionosfera, para freqüências ligeiramente maiores, a onda sofre sucessivas refrações
até retornar a superfície.
A aplicação deste tipo de propagação vai da faixa de 2MHz até 50MHz, podendo-
se obter alcances de até 4000 km. Nas freqüências entre 30MHz e 300MHz, é possível
ocorrer comunicação através do espalhamento ionosférico. Isso ocorre porque um pequena
28
LINHAS DE TRANSMISSÃO
porção da energia transmitida espalha-se na base desta região, ou seja o sinal recebido
nestas situações é sempre de baixa potência e o alcance deste tipo de onda é limitado entre
1000km e 2000km.
Ondas Terrestres
Considerando que as ondas terrestres propagam-se acompanhando a superfície da
Terra, é de se esperar que esta sofra influência das características eletromagnéticas, do
formato e do relevo do solo. Estas ondas são divididas em dois tipos principais, ondas de
superfície e ondas espaciais.
As ondas de superfície representam aquelas que se propagam ao longo do
contorno da terra, em altas freqüências esse tipo de onda é rapidamente atenuada. Por isso
usa-se ondas com freqüência de até 3MHz e polarização vertical para reduzir o efeito do
solo. Alguns enlaces de alcance mundial combinam este tipo de transmissão com ondas
ionosféricas.
Ondas espaciais abrangem a faixa mais comercial do espectro de freqüência
(VHF, UHF e SHF) com alcance limitado a algumas centenas de quilômetros. Elas podem
se dividir ainda em ondas de visada direta e ondas refletidas, sendo mais comum que o sinal
recebido seja, na verdade, a soma de ambas componentes.
29
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CEFET-CE
Exercícios
30
Segunda Parte:
Linhas de Transmissão
5 Análise de Linhas de
Transmissão
1. Propagação em Linhas de
Transmissão
i j
E E1 E2
H H1 H2
i j
Figura 5. 1. Propagação eletromagnética em fios condutores paralelos.
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L
Z= (5.1)
C
o Impedância característica (Z0) = impedância total, considerando todos os fatores de
sua fabricação (material, espessura, dielétrico, etc). Para uma linha de transmissão
formada por fios condutores paralelos a impedância característica é dada por
276 2D
Z0 = log (5.2)
εr d
em que D é o espaçamento entre eles e d o diâmetro de cada um. Para uma linha coaxial,
temos que
34
LINHAS DE TRANSMISSÃO
138 D
Z0 = log (5.3)
εr d
Exemplo 5.1
Calcule as parâmetros de uma linha de transmissão coaxial RG-8A/U (L = 0,256 µH/m e
C= 97 pF/m) operando a 400Mhz.
R. v = 198x106 m/s; FV = 0,66; β=728º /m; Zo = 52 Ohms
3. Reflexão de Ondas
Eletromagnéticas
| Z 2 - Z1 |
K= (5.4)
Z 2 + Z1
indica qual percentagem da onda eletromagnética é refletida (volta para a fonte que a
emitiu) e qual é refratada (atravessa para o outro meio); Z2 e Z1 são as respectivas
impedâncias dos meios.
Observando que se Z2=Z1 (os dois meios têm impedâncias iguais) resultará
K=0/(Z2+Z1) = 0, ou seja, o coeficiente de reflexão é nulo - não há reflexão e toda a onda
atravessa para o outro meio. Mas se Z2 e Z1 não são iguais K será diferente de zero,
significando que parte da onda é refletida de volta para sua origem e apenas outra parte
consegue atravessar para o outro meio.
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ANTENAS E PROPAGAÇÃO PROF. REGIS M ARQUES
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É claro que ao enviar um sinal, temos a intenção que todo ele (a totalidade de sua
onda eletromagnética, sua energia total) chegue ao receptor, evitando reflexões entre os
meios que terá de percorrer. Surge dai o conceito de casamento de impedância: ajustar os
meios por onde fluirá o sinal, deixando todos com a mesma impedância, não permitindo
que parte dele se reflita e volte ao meio anterior.
Para que a onda seja refletida, volte à origem e inicie nova propagação exatamente
do mesmo ponto (na mesma fase) que o fez da primeira vez é preciso que a linha de
transmissão tenha um comprimento L múltiplo de meio comprimento (λ/2) da onda
eletromagnética. Dizemos então que o meio é ressonante com a onda. Chamamos de picos
os pontos de máxima intensidade da onda, de nós os pontos onde tem valor nulo e anti-nós
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LINHAS DE TRANSMISSÃO
os pontos de valor mínimo. Veja que picos, bem como nós e anti-nós, se repetem a cada
distância λ/2.
A onda incidindo e refletindo com picos e nós em posições fixas é conhecida por
onda estacionária ("standing wave – SW"). Uma característica importante deste tipo de
onda é que ela se reforça, isto é, tendo sempre a mesma fase as várias frentes incidentes e
refletidas se superpõem e se somam, aumentando a energia transmitida. Já com ondas não
estacionárias ocorre o fenômeno da interferência, diminuindo a energia transmitida.
Vmax Vmax
(a) (b)
Vmax Vmax
Vmin
(c) (d)
Figura 5.3. Oscilações próprias e casamento de impedância em linha de transmissão. (a) ZL=Z0, (b) linha em
curto, (c) linha aberta, (d) linha com pequeno descasamento.
(2) linha sem carga, as extremidades em curto-circuito: ZL=0, com os nós se repetindo a
cada λ/2 a partir da origem (Figura 5.3b).
(3) linha com carga infinita, extremidades abertas: ZL= ∞, com os nós se repetindo a cada
λ/2 a partir de λ/4 (Figura 5.3c).
37
ANTENAS E PROPAGAÇÃO PROF. REGIS M ARQUES
CEFET-CE
(4) linha com pequeno descasamento, caso mais real: ZL< Z0 ou ZL>Z0, a onda tem a
mesma forma de linha sem carga, mas tendo um valor mínimo Vmin diferente de zero como
nó (Figura 5.3d).
Vref Pref
K= = (5.7)
Vinc Pinc
Exemplo 5.2
São feitas leituras de voltagem e corrente em diferentes pontos de uma LT. O valor máximo
de voltagem lido é 60 Vrms max e o menor valor 20 Vrms min.
a) Calcule o VSWR da linha
b) Se a máxima corrente lida na linha é 2,5 A, qual seria a menor corrente lida?
R. a) VSWR = 3; b) I rms max = 0,833
38
LINHAS DE TRANSMISSÃO
Exemplo 5.3
Uma carga de 50 Ohms é alimentada a partir de uma linha de transmissão de 72 Ohms.
a) Qual a razão de onda estacionária deste acoplamento?
b) Qual o coeficiente de reflexão resultante?
c) Que porcentagem da potência incidente é refletida?
d) Que porcentagem da potência incidente é absorvida pela carga?
R. a)1.44; b)0.180; c)3.24%; d)96,76%
4. Linhas Balanceadas e
Desbalanceadas
(a) (b)
Figura 5.4. Sinal em dois condutores. (a) desbalanceado e (b) balanceado.
Em uma linha desbalanceada não há fluxo de corrente de terra, por essa razão este
tipo de LT dificilmente utiliza blindagem. Já em linhas desbalanceadas, ocorre fluxo de
corrente em direção ao terra, normalmente através de uma blindagem que envolve o
condutor principal, este tipo de linha normalmente tem a forma de um cabo concêntrico
(coaxial). A utilização de ambos os tipos de linha dependem da conexão utilizada, a
quantidade de interferência gerada no ambiente e a faixa de freqüência do sinal a ser
transportado.
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ANTENAS E PROPAGAÇÃO PROF. REGIS M ARQUES
CEFET-CE
A linha de fios condutores paralelos é composta por dois fios condutores mantidos
em paralelo separados de uma distância S por espaçadores isolantes, com isso o dielétrico
entre eles passa a ser o ar (desprezando-se os efeitos dos pequenos espaçadores), com fator
de velocidade VF= 0,98. Os fios geralmente são rígidos e esmaltados (mas também podem
ser cabinho), com numeração de 12 a 22 correspondendo ao diâmetro d.
A grande vantagem desta linha de transmissão é que pode ser projetada para
qualquer impedância, adaptando-se às mais variadas antenas. Entretanto, para obter boa
estabilidade é preciso que os fios sejam mantidos bem esticados e os espaçadores
perfeitamente isolantes, caso contrário ocorre variações de impedância. Abaixo segue a
descrição de alguns twins normalmente utilizados.
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LINHAS DE TRANSMISSÃO
Cabo Coaxial
O cabo coaxial também é feito de fios condutores paralelos, mas um deles forma
uma capa enrolada em torno do outro. O condutor interno é um fio rígido, totalmente
coberto por uma camada de dielétrico, chamada isolador interno. Enrolado em volta do
isolador interno - portanto coaxialmente (mesmo eixo) ao condutor interno - encontramos o
condutor externo, formando uma trança espalhada por toda a superfície. Recobrindo as três
camadas interiores temos uma capa plástica, o isolador externo.
A diferença de diâmetros diz respeito apenas à potência do sinal que pode ser
transmitido no cabo; além do mais, cabos mais grossos tem atenuação pouco menor do
sinal. O coaxial de diâmetro fino (RG-174/U ou AU) é mais usado em instrumentação. Para
Rádio e TV recomenda-se RG-58 (U ou AU) ou RG-59 (U ou AU).
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ANTENAS E PROPAGAÇÃO PROF. REGIS M ARQUES
CEFET-CE
BALUNS
75Ω
Desbalanceado
75Ω
Desbalanceado
75Ω 300Ω
Balanceado Balanceado
(a) (b)
Figura 5.5. Transformador (a) 1:1 e (b) 4:1.
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LINHAS DE TRANSMISSÃO
de adaptar um cabo coaxial (75 Ohms desbalanceado) para a entrada de um televisor (300
Ohms balanceado).
Em geral os padrões adotados para Rádio e TV são: (1:1; 75 Ohms) ou (4:1; 300
Ohms / 75 Ohms). Entretanto outros valores podem ser encontrados (e projetados),
principalmente para 50 Ohms.
Exercícios
i. Um sistema composto por uma LT de 300 Ohms que alimenta uma carga de 100
Ohms apresenta qual coeficiente de onda estacionária e qual o rendimento do
sistema com relação a absorção de potência?
ii. Qual a função de um BALUN?
iii. Determine a impedância característica de uma LT que tem uma capacitância de 35
pF/m e uma idutância de 0,5 H/m.
iv. São feitas leituras de voltagem e corrente em diferentes pontos de uma LT. O valor
máximo de voltagem lido é 80 Vrms max e o menor valor 20 Vrms min.
a) Calcule o VSWR da linha
b) Se a máxima corrente lida na linha é 2 A, qual seria a menor corrente lida?
v. Uma carga de 300 Ohms está sendo alimentada a partir de uma linha de transmissão
de 72 Ohms.
a) Qual a relação de onda estacionária deste acoplamento?
b) Qual o coeficiente de reflexão resultante?
c) Que porcentagem da potência incidente é refletida?
d) Que porcentagem da potência incidente é absorvida pela carga?
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6 Casamento de Impedância
Sabe-se que, para a transferência de toda potência de um gerador para uma carga é
necessário que ambos tenham a mesma impedância. Caso o gerador possua elementos
reativos não-cancelados, a impedância da carga deve ser o conjugado da impedância do
gerador e vice-versa. Isto é válido em sistemas de transmissão operando em qualquer faixa
de freqüência, sendo que o estudo realizado neste capítulo é direcionado à sistemas RF e às
formas como corrigir os efeitos causados pelo descasamento.
1. Casamento Com LT de
Quarto-de-Onda
Uma seção quarto de onda de impedância Zc, quando ligada num extremo a
uma carga de impedância ZL e noutro extremo à linha de transmissão de impedância Zo,
obedece à seguinte equação:
Zc = Z L Zo (6.1)
LINHAS DE TRANSMISSÃO
Exemplo 6.1
Se temos uma carga com ZL = 35 Ohms e uma linha de transmissão de Zo = 300 Ohms ,
a seção quarto de onda deverá ter
R. 100 Ohms
c
L= VF (6.2)
4f
em que c = 3 x 108 m/s, f a freqüência do sinal transmitido na linha (em Hz) e VF o
fator de velocidade da linha.
(a) (b)
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CEFET-CE
A colocação da seção faz com que a fonte veja uma linha puramente resistiva
na freqüência de projeto, e pode ser simplificada utilizando-se gráficos como este, onde
conhecida a razão de onda estacionária são determinados o comprimento da seção e sua
distância de um ponto de maior tensão na linha.
Exemplo 6.2
Em uma linha com SWR de 4 e operando a 200 MHz, qual o comprimento
do enxerto (L) e sua posição na linha de transmissão (D) para que seja feito o
casamento de impedâncias ?
R. L = 0,135 m e D = 0,271 m
Deve ser observado que D é aposição a partir de qualquer ponto da linha onde
V = Vmax.
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LINHAS DE TRANSMISSÃO
Exercícios
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Terceira Parte:
Antenas
LINHAS DE TRANSMISSÃO
Exercícios
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CEFET-CE
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