Apostila - Fevereiro de 2021 - 9o Ano Cancelada
Apostila - Fevereiro de 2021 - 9o Ano Cancelada
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Turma: 901
Aluno(a): _____________________________________________________________________________________________
Mês: fevereiro
Profª.: Thaís Sant’Anna Marcondes
Atividades de Português
A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação criadora do homem, as palavras
podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). Assim,
frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa
determinada frase. Observe os seguintes exemplos:
No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabeça, conforme consta nos
dicionários. Já no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma série de
associações, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivíduo".
Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretação. Veja:
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto.
Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos não se deu bem", tentou realizar
alguma coisa e não conseguiu.
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar mais de um significado,
ocorrendo, basicamente, duas possibilidades:
I) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como
aparece no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico.
II) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo
do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico.
Exercícios
1. Coloque nos parênteses D, se a frase estiver no sentido denotativo, ou C, se a frase estiver no sentido conotativo.
Exercícios
ORION
A primeira namorada,
tão alta que o beijo não alcançava,
o pescoço não alcançava,
nem mesmo a voz a alcançava.
Eram quilômetros de silêncio.
a) O adjetivo alta está empregado no sentido denotativo ou conotativo? Justifique sua resposta.
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b) No verso: “Eram quilômetros de silêncio” a linguagem é conotativa. O que esse verso sugere?
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c) A palavra Luzia possui dois sentidos no poema. Identifique esses sentidos. Se for preciso, use o dicionário para
encontrar um deles.
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2) Identifique o sentido denotativo ou conotativo de cada uma das seguintes frases, utilizando para tal o código
proposto: (A) DENOTATIVO ou (B) CONOTATIVO
Atividades de Português – Fevereiro/2021 Página 2
(___) O leão é um animal feroz. (___) O meu relógio de ouro foi roubado.
(___) Aquele homem é um leão. (___) Pedro nadava em ouro.
(___) O alpinista conseguiu escalar a montanha. (___) Não gosto nada de sapos.
(___) Ela disse uma montanha de absurdos. (___) Engolir sapos não é nada fácil.
a) O humor dessa tira baseia-se em dois sentidos de uma mesma palavra. Identifique-a e explique os sentidos que ela
adquire em suas duas ocorrências.
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Frase
A frase é qualquer elaboração de um enunciado com sentido completo que transmite determinada mensagem.
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por várias. Ela tem início na letra maiúscula e acaba no ponto final.
As frases podem ser verbais (possuem verbos/orações) ou nominais (não possuem verbos).
Oração
Quando há um verbo, as frases são chamadas de orações. Oração é, portanto, um enunciado com verbo.
É o enunciado formado por uma ou mais orações. O período pode ser simples ou composto.
Quando o enunciado é constituído de uma só oração. Quando o enunciado for constituído de duas ou mais
orações, ou seja, dois ou mais verbos.
Exemplos de período simples:
✘ A lua é o símbolo dos apaixonados. Exemplos de período composto:
✘ Vamos ao shopping? ✘ Vamos ao shopping para comprar um presente.
✘ Comprei um vestido novo. ✘ O aluno disse que perdeu o trabalho.
✘ Estudei, estudei, estudei e fui bem nas provas.
Exercícios:
1) Leia a tira:
A barata Fliti confundiu o nome de Níquel Náusea com o de Mickey Mouse, o famoso
camundongo das histórias em quadrinhos de Walt Disney.
Mais um Natal
Aviso num restaurante de Brighton, que o dono fez imprimir no cardápio, à revelia dos
garçons: “Somos seus amigos e lhe desejamos um Feliz Natal. Por favor, não nos ofenda dando-
nos gorjetas.”
Junto à porta de saída, entretanto, os garçons fizeram dependurar uma caixinha sob o
letreiro: “Ofensas”.
3) No trecho “Somos seus amigos e lhe desejamos um Feliz Natal”, encontramos um período
simples ou composto? Justifique.
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“No fim de semana, Seth Brunch se apresentou no salão da prefeitura, onde se desenrolava um
torneio de xadrez. Ali, de olhos fechados, jogou “às cegas” contra quinze adversários. Tudo estava
armazenado na sua memória. Ele ganhou as quinze partidas sem a menor dificuldade.”
2) Leia a tirinha:
— O senhor admite que levou o carro e nega que o tenha roubado. Pode me explicar isto?
— Eu não roubei, senhor juiz. O carro estava parado na porta do cemitério, e eu,
naturalmente, pensei que o dono tivesse morrido...
(Donaldo Buchweitz, org. Piadas para você morrer de rir. Belo Horizonte: Leitura, 2001. p.101.)
CRÔNICA
É um texto breve, ligado a vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom
humorístico ou um toque de crítica indireta, especialmente quando aparece em seção ou artigo de
jornal, revistas e programas da TV.
Exercícios
A ÚLTIMA CRÔNICA
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão.
Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar
inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano
de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano,
fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico.
Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança
ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais
nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na
lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço
então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de
mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e
palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça,
toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as
perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que
compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém,
que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do
bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo
sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a
aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-
lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali.
A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção
do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena
fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o
garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha,
obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe 9 remexe na bolsa de plástico preto e
brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda
também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo.
E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto
ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas.
Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais
se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas,
torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e
põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo
crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito,
como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo,
nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas
acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
2. Existe alguma relação entre a situação vivida pela família da crônica e a de nossos dias?
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3. Você seria capaz de buscar, num fato do seu dia-a-dia, momentos de fraternidade e
sensibilidade e nele descobrir suas belezas? Se sim, dê exemplos.
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4. O acontecimento da crônica ocorreu num cenário e envolveu pessoas? Em que cenário? Como
você descreveria o botequim?
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7. Que hipóteses poderíamos formular para o fato de a mãe ter guardado as velinhas?
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8. Há nas duas últimas orações do 2º parágrafo uma crítica a instituição família? Você concorda?
Explique.
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9. “Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual”. A que ritual
o autor se refere?
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10. O autor diz que o pai demonstra estar satisfeito com a celebração. E você, o que acha?
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1. Em sua opinião o constrangimento do pai, ao perceber que estava sendo notado, é normal?
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7. Defina crônica, com suas palavras, a partir da leitura do primeiro parágrafo do texto de
Fernando Sabino.
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