PI - 2 Relatório Final - G5

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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

ANDREIA FABIANA MORONE ZAMPOLO


CAMILA HELENA NASCIMENTO BURIN
CAROLINA THAYLISE DOS SANTOS CHEFER
CLARA MARIA CALIMAN GOMES
EDUARDA KAROLINE DE OLIVEIRA
MARIA CLARA IELO DE ARAÚJO BOIAGO

Estímulo da afetividade por meio da ludicidade

Apresentação do Projeto Integrador - vídeo:

https://youtu.be/aQ8ZsAgNgd0

Tambaú – SP
2019
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Estímulo da afetividade por meio da ludicidade

Relatório Técnico - Científico apresentado na


disciplina de Projeto Integrador para o curso de
Licenciatura em Pedagogia da Fundação
Universidade Virtual do Estado de São Paulo
(UNIVESP).

Tutora: Profa Leila Maria Souza Cavalcanti

Tambaú - SP
2019
BOIAGO, M. C. I. A.; BURIN, C. H. N.; CHEFER, C. T. S.; GOMES, C. M. C.;
OLIVEIRA, E. K.; ZAMPOLO, A. F. M. Estímulo da Afetividade por meio da
ludicidade. 00f. Relatório Técnico-Científico (Licenciatura em Pedagogia) –
Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Profa Leila Maria Souza
Cavalcanti. Polo Tambaú, 2019.

RESUMO

A afetividade é tão importante quanto a inteligência para o desenvolvimento


humano, ela está vinculada às sensibilidades internas, desenvolvida para o
mundo social e para a construção da pessoa. A notícia do Massacre na Escola
Estadual Professor Raul Brasil, ocorrido em 13 de março de 2019, no município
de Suzano, nos fez refletir sobre razões que levam a tal atitude, e decidimos que
precisávamos pensar em algo para plantar uma semente em nossas crianças de
amor ao próximo. A afetividade e a aprendizagem caminham juntas e tem
influência fundamental que garantem ao aluno um ensino de qualidade, além de
contribuir na formação da criticidade, solidariedade, criatividade e felicidade. A
escola tem um papel fundamental com relação a esse tema, pois na escola é
onde a criança complementa as formações cognitivas e afetivas. É brincando que
se aprende. Segundo Vygotsky (1991), os jogos e as brincadeiras têm como
objetivo desenvolver a aprendizagem pela compreensão do mundo e do saber.

PALAVRAS-CHAVE: Afetividade; Educação; Ludicidade.


BOIAGO, M. C. I. A.; BURIN, C. H. N.; CHEFER, C. T. S.; GOMES, C. M. C.;
OLIVEIRA, E. K.; ZAMPOLO, A. F. M. Stimulating Affectivity through
Playfulness. 00f.Technical-Scientific Report (Licenciatura em Pedagogia) –
Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Adviser Tutor: Teacher Leila Maria
Souza Cavalcanti. Polo Tambaú, 2019.

ABSTRACT

The affectivity is as important as the intelligence for human development, it is


linked to the internal sensibilities, developed for the social world and for the
construction of the person. The news of the Massacre at the State School
Professor Raul Brasil, held on March 13, 2019, in the municipality of Suzano,
made us reflect on reasons that lead to such an attitude, and we decided that we
needed to think of something to plant a seed in our children. love the next.
Affectivity and learning go hand in hand and have a fundamental influence that
guarantees the student a quality education, besides contributing to the formation
of criticality, solidarity, creativity and happiness. The school has a fundamental
role in relation to this theme, because in school it is where the child complements
the cognitive and affective formations. It is joking that you learn. According to
Vygotsky (1991), games and games aim to develop learning by understanding the
world and knowledge.

KEY WORDS: Affectivity; Education; Ludicidade.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................6
1.1 Problema e objetivos.............................................................................................6
1.2 Justificativa............................................................................................................7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................8
2.1 A Importância da Afetividade na Aprendizagem Escolar ......................................8
2.2 Afetividade em Wallon e sua trajetória.................................................................12
2.3 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador.................................17
3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS...........................................................20
4. PROTÓTIPO..........................................................................................................20
4.1 Avaliações e Resultados......................................................................................24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 24
REFERÊNCIAS..........................................................................................................26
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1. INTRODUÇÃO

O tema afetividade é relevante para a educação e para a sociedade. A


afetividade é tão importante quanto a inteligência para o desenvolvimento
humano, ela está vinculada às sensibilidades internas, desenvolvida para o mundo
social e para a construção da pessoa, e a inteligência está vinculada para o
mundo físico e para a construção do objeto. Portanto, afetividade e inteligência
são inseparáveis com o objetivo do desenvolvimento do indivíduo.
A educação afetiva é a construção de uma escola a partir do respeito,
compreensão, moral e autonomia de ideias. Uma vez que se pretende capacitar
sujeitos críticos, honestos e responsáveis, o desenvolvimento afetivo é
fundamental para qualquer indivíduo. Com isso, a afetividade contribui para o
desenvolvimento da aprendizagem de forma crítica e autônoma, pois a afetividade
não se resume só em manifestações de carinho físico, mas principalmente em
uma preparação de natureza cognitiva.
Nosso trabalho tem como objetivo estimular a afetividade nos alunos, em
sua primeira fase de desenvolvimento escolar com atividade lúdica, porque
acreditamos que o desenvolvimento da criança através da afetividade colabora
para a relação professor-aluno, para o processo ensino-aprendizagem, contribui
para a formação cognitiva e moral da criança.
O tema afetividade é um desafio para o educador que geralmente tem sua
formação profissional orientações voltadas, muitas vezes, para conceitos
cognitivos, desconsiderando dessa forma, os conceitos afetivos necessários para
a valorização do desenvolvimento da criança.

1.1 Problema e objetivos


O problema que motivou esse trabalho foi a percepção da necessidade de
incentivar nos alunos a expressão da afetividade. A notícia do Massacre na Escola
Estadual Professor Raul Brasil, ocorrido em 13 de março de 2019, no município de
Suzano, onde ex-alunos mataram 5 estudantes e 2 funcionárias, nos fez refletir
sobre razões que levam a tal atitude, e decidimos que precisávamos pensar em
algo para plantar uma semente em nossas crianças de amor ao próximo.
Primeiramente pensamos que deveríamos falar sobre o amor e suas múltiplas
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formas de expressão. Com o passar dos dias e ajuda de nossa tutora, vimos que
também tínhamos que incluir o amor próprio.
A escola que escolhemos é a CMEI Latifi Ristum Salum Ferreira, localizada
em um conjunto de casa populares, no município de Tambaú, com uma clientela
predominante de filhos de operários e operárias, em sua maioria com baixa
escolaridade e com variadas formações familiares, com situações de crianças que
carecem de vínculos afetivos.
Não podemos mais ver a escola como transmissora de conteúdo. A missão
da escola hoje, tem muito mais responsabilidade na formação de sujeitos críticos,
comprometidos com a realidade, com consciência do exercício da cidadania,
capazes de agir e decidir, de interagir com o meio em que vivem. Para que isso
ocorra, é necessária uma ação coletiva entre todas as partes interessadas, ou seja,
entre todos os segmentos da comunidade escolar. Portanto como futuros
educadores, temos que estar atentos a essa missão e nos preparar para ela.

1.2. Justificativa
Amor e carinho, segundo a escritora Ruth Rocha, “Crianças melhores são
crianças amadas e respeitadas, não é preciso mais nada”, resumiu a escritora, que
foi laureada como Personalidade Literária no Prêmio Jabuti pelo conjunto de sua
obra e por sua contribuição para a formação de leitores no Brasil. “Desde que a
criança nasce é importante estimulá-la de todas as formas: cantando para ela,
conversando, contando histórias, ¨corrigindo seus erros com carinho e com toda a
delicadeza¨.
“Um vínculo afetivo forte pode superar qualquer conflito, erro ou dificuldade
em qualquer fase da vida”, acredita Fernanda Lee, que é cofundadora da
organização Disciplina Positiva no Brasil. “Demonstre aos seus filhos que você está
ao lado deles ao assumir a sua parcela de responsabilidade do problema, ao praticar
a escuta ativa e ao passar um tempo especial semanalmente dedicado a cada um
deles. ¨Quando a criança se sente compreendida, ela é encorajada a ser ela
mesma¨.
Para o filósofo, escritor e doutor em educação Mario Sergio Cortella, “É
preciso uma dedicação maior do que aquela que se vem tendo, um esforço maior
em relação ao exercício da maternidade e da paternidade”, afirma. Ele também diz
que dois fatores são essenciais nesse exercício de criar os filhos: a humildade para
8

buscar aprender com os outros (“e não supor que criar filhos seja uma atividade
automática”) e a parceria entre as pessoas que formam as crianças, com reflexão e
consenso prévios nas conversas entre pai e mãe.
É importante também não confundir o carinho com a promessa de felicidade.
Para o doutor em psicanálise Rossandro Klinjey, que é mais conhecido como
palestrante e escritor, a última promessa que um pai ou mãe pode fazer ao seu filho
é a de que ele será feliz. “Em vez disso, prometa dar o máximo que você pode para
que seus filhos tenham competência de viver a vida da melhor forma possível”.
Não podemos interferir na educação das crianças em suas casas, mas
queremos e podemos plantar nessas crianças, essa semente do amor, e esperar
que os frutos sejam colhidos em suas casas e na sociedade. Entendemos que,
quando resgatamos esses valores, toda uma sociedade pode ser modificada.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Importância da Afetividade na Aprendizagem Escolar

Segundo Piaget (1996) a afetividade é a energia que move as ações


humanas, sem ela não há interesse e não há motivação para a aprendizagem.
A relação entre a afetividade e a aprendizagem tem influência fundamental
que garantem ao aluno um ensino de qualidade, além de contribuir na formação
da criticidade, solidariedade, criatividade e felicidade. A escola é o local onde a
criança complementa as formações cognitivas e afetivas.
Nesse caso, fica muito difícil ensinar quando uma criança não sente
segurança no local onde passa muito tempo de sua vida. Portanto, o papel da
escola é o de acolher e de transmitir afeto para seus alunos. Assim, uma criança
sociável, que busca novos caminhos, disposta e pronta para conhecer o novo
será formada. Nada para ela será dificuldade, sendo ela preparada para a vida,
podendo sentir que o educador é um amigo que tem e espera respeito.
A educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores,
porque é um elemento que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade
cognitiva da criança. E o amor não é contrário em relação ao conhecimento
podendo tornar-se lucidez, necessidade e alegria de aprender. Quando se ama o
mundo, esse amor ilumina e ajuda a revelá-lo e a descobri-lo (SNYDERS ,1986).
9

Entende-se que a escola é a continuação do lar, sendo que esta não pode
se limitar a fornecer somente conhecimentos conceituais, mas contribuir para o
desenvolvimento da personalidade de seus alunos em sua totalidade. A maior
influência no processo escolar é exercida pelo professor que precisa ter o
conhecimento de como se dá o desenvolvimento emocional e comportamental da
criança em todas as suas manifestações.
As diretrizes concernentes à formação dos professores (Brasil, 1999),
assinalam que uma educação de "qualidade" deve desenvolver, nos aprendizes,
diferentes capacidades "cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção
social e de relação interpessoal" (p.25). E ainda, os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) (Brasil,1997), constituem, também, uma referência ao currículo
do ensino fundamental. Esse currículo visa o desenvolvimento de capacidades de
relações interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas e estéticas, para que o aluno
possa dialogar de maneira adequada com a comunidade, aprenda a respeitar e a
ser respeitado, a escutar e ser escutado, a reivindicar seus direitos e a cumprir
seus deveres" (Brasil, 1997, p.46). Sendo então que a dimensão afetiva deve
estar inserida na aprendizagem escolar e nos seus relacionamentos.
O professor necessita ter habilidades e conhecimentos teóricos para
perceber e intervir em situações que envolvam conflitos e crises emocionais, deve
ter consciência do poder do contágio emocional entre as crianças e atuar nessas
situações, promovendo intervenções que possam ser administradas de forma
significativa e, possivelmente, benéfica para o grupo.
Há uma necessidade de renovação dos processos de ensino-
aprendizagem que devem levar em conta a renovação também das estruturas
organizacionais. Essa renovação deve ser pautada nos direitos humanos, e
contemplar temas como estilo de direção, comunicação, sistema de relações,
tratamento dos conflitos, avaliação institucional, normas disciplinares. É
necessário construir estratégias que gere, tanto na sala de aula como na escola,
um clima de segurança, confiança e respeito a individualidade de cada indivíduo
que, por consequência, trará liberdade de expressão emocional, física e criativa.
Deve ser questionada a separação entre racionalidade e afetividade, e
valorizado os sentimentos que estão presentes em todas as relações humanas. A
razão não nega a emoção. A educação escolar tem que estar preparada para
desenvolver a construção equilibrada da personalidade como um todo.
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Aprender a conviver em sociedade é um dos objetivos da educação


escolar. Para isso, é necessário ensinar a conciliar a relação igualdade e
diferença, paz e violência, aceitação e preconceito, sendo que esse processo
exigirá dos professores uma postura democrática e não autoritária onde trabalha
a criatividade e liberdade de expressão, que são contrários ao modelo atual onde
é esperado o mesmo comportamento para todos, como se fosse possível colocar
uniformes no interior dos alunos. Até mesmo o modelo de avaliação da
aprendizagem deve ser revisto, pois não aprendemos da mesma forma e não nos
comunicamos no mesmo nível de linguagem, o que não quer dizer que não
somos capazes de aprender, mas sim que todo ser humano é único.
A afetividade tem grande função no processo de desenvolvimento da
personalidade de uma criança, e é formada a partir da ação do meio social em
que se está inserida, pois assim como a inteligência ela é construída ao longo de
uma história, podendo se modificar de um período a outro.
É fundamental abordar que a relação pedagógica deve nortear a relação
afetiva, que terá influência no desenvolvimento do aluno, tendo em vista as
diferenças individuais e comportamentais inerentes ao ser humano.
“A afetividade e o desenvolvimento da inteligência estão dissociadas e
integradas, no desenvolvimento psicológico, não sendo possível ter duas
psicologias, uma da afetividade e outra da inteligência para explicar o
comportamento.” (Piaget apud Arantes, 2003, p.56).
Na Educação Infantil, conhecida como primeira infância, é uma etapa que
se caracteriza como o período de adaptação progressiva ao meio físico e social, e
nessa fase a afetividade contribui, sem dúvidas, para o desenvolvimento cognitivo
e moral da criança. Nesse momento, acontece um rompimento da vida familiar
para iniciar-se uma nova experiência.
Para que a criança tenha um desenvolvimento saudável em todos os
aspetos – cognitivo, biológico e sócio afetivo – é necessário que ela se sinta
segura e acolhida. Por isso, é de extrema importância que o ambiente no qual a
criança será submetida, seja ele qual for, proporcione relações interpessoais
positivas e com uma abordagem integrada, enxergando a criança em sua
totalidade.
A afetividade não se manifesta apenas em gestos de carinho físico, mas
também em uma preparação para o desenvolvimento cognitivo, capacitando o
11

indivíduo para que se torne um sujeito crítico, autônomo e responsável. Ela deve
permear todos os momentos do desenvolvimento da vida da criança, pois a
afetividade se manifesta pelos interesses, pela motivação, pelo grau de
dinamismo e pela energia.
É brincando que se aprende, os jogos e as brincadeiras têm como objetivo
desenvolver a aprendizagem pela compreensão do mundo e do saber. Segundo
Vygotsky (1991), “a brincadeira possui três características: a imaginação, a
imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de brincadeiras
infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-conta, como nas que exigem
regras.”
Por meio delas, o educando cria seu próprio mundo de fantasias, que os
levam ao encontro do “eu”. Como o brinquedo é o objeto que tem papel
fundamental na vida da criança, isso possibilita que o trabalho pedagógico
estimule a afetividade na criança, e é por meio desses brinquedos que o aluno vai
demonstrar seus sentimentos e as suas necessidades. A socialização e a
criatividade ganham destaques porque garantem um bom relacionamento entre
as pessoas que estão no jogo.
A compreensão de como as emoções interferem positiva ou negativamente
para a aprendizagem é um dos campos de estudo da Neuropsicopedagogia –
neurociência aplicada à educação. Afinal, estudos recentes de imagem do
cérebro apontam que há uma clara associação entre os dois.
A dialética da ontogênese põe em desafio, portanto, a emoção e a
cognição, uma é inseparável da outra, nenhuma delas se pode conceber
isoladamente, daí a importância das emoções na aprendizagem, sem emoção a
aprendizagem é debilitada e comprometida.
A maturação do cérebro humano e, consequentemente, todo o
neurodesenvolvimento da criança que suporta as suas aprendizagens
prospectivas, reforçam o papel da afetividade e da harmonia das interações
emocionais precoces.
A emoção dirige, conduz e guia a cognição, não se pode compreender a
aprendizagem sem reconhecer o papel dela em tão importante função adaptativa
humana. A interdependência da emoção e da cognição no cérebro é demonstrada
pelas novas tecnologias de imagiologia do nosso órgão de aprendizagem e de
12

interação social. Ao longo da evolução humana e ao longo da educação da criança,


ambas co-evoluíram e co-evoluem, elas são neurofuncionalmente inseparáveis.

2.2 Afetividade em Wallon e sua trajetória

A escolha de Wallon para o propósito deste estudo se deve à dedicação de


grande parte de seu trabalho ao estudo da afetividade, adotando também uma
abordagem do desenvolvimento humano. Em sua psicogênese, busca articular o
biológico e o social. Atribui às emoções de suma importância para o
desenvolvimento da vida psíquica, como um anel entre o social e o orgânico.
Antes de aprofundar em aspectos acima citados, faz-se necessário abordar a
trajetória da vida de Henri Wallon para uma compreensão de toda a pesquisa,
conhecendo assim quem foi ele e suas contribuições para a sociedade.
Do estudo científico da pedagoga Izabel Galvão (2008) sobre aspectos da
teoria de Henri Wallon, que nasceu na França, em 1879 e faleceu em 1962. Ele teve
sua vida marcada por intensa produção intelectual e ativa participação nos
acontecimentos que marcaram sua época. Antes de chegar à psicologia formou-se
em filosofia e medicina e, ao longo de sua carreira, foi cada vez mais explícita a
aproximação com a educação. A biografia de Wallon apresenta o perfil de um
homem que buscou integrar a atividade científica à ação social, ou seja, estudou
para colaborar com o desenvolvimento da sociedade, numa atitude de coerência e
engajamento.
Galvão (2008) afirma que no ano de 1902, aos vinte três anos, Wallon
formou-se em filosofia pela Escola Normal Superior. No ano posterior, lecionou
aulas da disciplina no ensino secundário e, como educador, não era a favor dos
métodos autoritários para controlar a disciplina dos educandos. Formou-se
também em medicina em 1908. Henri Wallon viveu num período marcado por
muita instabilidade social e turbulência política. As duas guerras mundiais (1914-
1918 e 1939-1945), o avanço do fascismo no período entre guerras, as revoluções
socialistas e as guerras para libertação das colônias na África atingiram boa parte
da Europa e, principalmente na França.
Provavelmente, se Wallon tivesse vivido numa época de estabilidade social,
não seria necessário ser tão claro nas suas posições, nem ficado tão visível a sua
teoria sobre a influência do meio social no desenvolvimento do ser humano. De
13

acordo com Galvão, no ano de 1914, Henri Wallon trabalhou como médico do
exército Francês e no exercício de sua função teve contato com lesões cerebrais
de ex-combatentes fazendo com que observasse posições neurológicas que havia
desenvolvido no trabalho com crianças deficientes. Até 1931, atuou como médico
de fundações psiquiátricas, época que consolida seu interesse pela psicologia da
criança.
Conforme Galvão (2008), a experiência clínica do pensador e os
conhecimentos, no campo da neurologia e da psicopatologia, possuíram uma
importante função para a constituição de sua teoria psicológica. De 1920 a 1937,
ele foi o responsável pelas conferências sobre a Psicologia da Criança na
Sorbonne e em outras instituições de ensino superior. Em 1925, funda um
laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças ditas deficientes.
Ainda em 1925, divulga sua tese de doutorado com o seguinte tema: A Criança
Turbulenta. Começa um período de intensa produção com todos os livros
direcionados para a Psicologia da Criança. Publica seu último livro Origens do
Pensamento na Criança, em 1945.
Galvão (2008) relata que em 1948, Henri Wallon desenvolve a revista
Enfance. Nesse periódico, que ainda nos tempos atuais tenta seguir a linha
editorial inicial, as publicações servem como objeto de pesquisa para os
pesquisadores em Psicologia e fonte de informação para os educadores. Ele
escreveu diversos artigos sobre temas direcionados à educação, como orientação
profissional, formação de educadores, interação entre educandos, adaptação
escolar, participando do Grupo Francês de Educação Nova. Fez parte do debate
educacional de sua época, deixando claro o interesse teórico por problemas da
educação.
Ao longo de sua vida, as atividades do psicólogo Henri Wallon se
aproximaram cada vez mais da educação. Demonstrou interesse por dois
aspectos: o estudo da criança como um recurso para conhecer o psiquismo
humano e pela infância como problema concreto, onde se dedicou com atenção e
engajamento. Percebe-se a partir da biografia de Wallon que entre psicologia e a
pedagogia deve haver uma relação de contribuição recíproca. Pois, a pedagogia
contribui com o campo de observação à psicologia, assim como questões para
investigação. A psicologia, ao formar conhecimentos sobre o processo de
14

desenvolvimento infantil, apresenta uma importante contribuição para o


aprimoramento da prática pedagógica.
A afetividade é um tema central na obra de Wallon, ele dedicou grande
parte de sua vida aos estudos das emoções e da afetividade. A posição de Wallon
a respeito da importância da afetividade para o desenvolvimento da criança é bem
definida. Conforme Almeida (2005), a afetividade para Wallon é imprescindível no
processo de desenvolvimento da personalidade e este, se constitui sob a
alternância dos domínios funcionais. Wallon faz referência a quatro domínios
funcionais: o ato motor, o conhecimento, a afetividade e a pessoa. São eles que
dão uma determinada direção ao desenvolvimento no decurso da vida humana.
Cada um desses domínios tem seu próprio campo de ação e organização.
Para Almeida (2005), o início do desenvolvimento da personalidade, ou
seja, desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo se dá através
da afetividade, portanto, é a partir dela que ocorre desenvolvimento do indivíduo.
Sendo afetividade de suma importância para o desenvolvimento da personalidade,
ela varia entre os movimentos afetivos e cognitivos, desta forma é considerada
como um domínio funcional, onde seu desenvolvimento divide-se em duas partes:
o orgânico e o social. A afetividade inicialmente é determinada basicamente pelo
fator orgânico e com o passar do tempo é fortemente influenciada pela ação do
meio social. Wallon defende uma evolução progressiva da afetividade, cujas
manifestações vão se distanciando da base orgânica, tornando-se cada vez mais
relacionadas ao social.
Segundo Wallon (1975), a afetividade evolui desde o nascimento do
indivíduo até a idade adulta. Na criança os estados afetivos estão vinculados à sua
disposição e manifestações orgânicas, relacionadas aos estados de bem-estar, ou
seja, conforto corporal e sensação de segurança, e de mal-estar, frio, fome, cólica,
ou seja, sensação de mau-humor. Nota-se que a partir da influência do meio, os
gestos da criança denominados orgânicos vão se transformando em expressões
diferenciadas, surgindo então o período emocional. Seus movimentos não são
mais de pura impulsividade, nem de necessidades primitivas, mas são reações
orientadas e resultantes do ambiente social, ou seja, a criança está assimilando as
orientações do meio ao qual está inserida, e isso colabora para o processo
pedagógico, pois a criança está desenvolvendo a maturidade.
15

Wallon acretidava (1975 p. 198) na importância do outro para o


desenvolvimento humano, e defende que a emoção é o primeiro e mais forte elo
entre os indivíduos:
Na visão do autor, as primeiras relações da criança são relações
emocionais e com o seu meio ambiente. A emoção é uma expressão anterior à
linguagem. As manifestações iniciais da criança assumem um caráter de
comunicação entre ele e o outro, sendo vistas como meio de sobrevivência da
espécie humana. As primeiras relações com o meio físico começam a partir do
contato com objetos lúdicos.
De acordo com Wallon (1975), o desenvolvimento da afetividade varia entre
os movimentos afetivos e cognitivos, e a emoção é uma forma de exteriorização
da afetividade que evolui como as demais manifestações, sob o impacto das
condições sociais. A afetividade constitui um domínio funcional tão importante
quanto à inteligência, são interdependentes para o desenvolvimento da criança, ou
seja, a afetividade e a inteligência se desenvolvem juntas, uma complementa a
outra. O educador precisa ter claro isso para elaborar e desenvolver atividades
estimulantes, que tenha como objetivo o desenvolvimento da criança nos dois
aspectos.
Galvão (2008) afirma que a afetividade para Wallon ocorre de acordo com
estágios que ele propõe para entender o desenvolvimento humano. Os estágios a
que se refere são de suma importância para a educação, por compreender o
desenvolvimento humano. O educador a partir dos estágios pode elaborar
atividades para o desenvolvimento do educando na aprendizagem, para colaborar
de acordo com a predominância do afetivo e cognitivo. O desenvolvimento da
pessoa é visto como uma construção progressiva em que fases se sucedem com
predominância alternadamente afetiva e cognitiva. Sendo dividida em cinco
estágios:
De acordo com Galvão (2008), no estágio impulsivo-emocional, até um ano
de idade, a criança é dada pela impulsividade motora e emocional, para sua
interação com o meio em que vive. O que predomina nesta fase é a afetividade
para as primeiras relações com o outro e o mundo físico, porém a criança está
voltada para a construção do eu. A criança neste período é dependente do
meio externo para sobreviver, e necessita do meio social para interpretar, dar
16

significado e trazer respostas a ela. Provoca nos adultos que o cercam reações de
cunho afetivo e de natureza emocional.
Conforme a autora, partir dos impulsos ou reações motoras, a criança
comunica seu desconforto ou suas necessidades e provoca uma reação
contagiante estabelecendo assim uma relação íntima, profunda. A relação afetiva
que o professor constrói com a criança permeia neste estágio, assim como em
todos os outros estágios.
Segundo Galvão (2008), o estágio sensório-motor e projetivo, até três anos
de idade, a criança se interessa pela exploração sensório-motora do mundo físico,
bem como pela aquisição da aptidão simbólica e pelo início da representação, ou
seja, é o momento da construção da realidade. Ao manipular um objeto ou
encantar-se com os movimentos do corpo, a criança tenta imitar os mesmos
gestos que foram provocados pelas sensações, na tentativa de obter o mesmo
efeito, o que permite ao educador apropriar-se desse progresso da apreensão, da
percepção e da linguagem para ajudar a criança a descobrir as qualidades dos
objetos, aguçar as sensibilidades e organizar seus gestos úteis.
A autora alega que a linguagem usada pelo educador para interagir com a
criança é um instrumento afetivo importantíssimo, uma vez que pode contribuir
com a expressividade da criança no mundo das imagens e dos símbolos. Aliado
às interpessoais e culturais, a linguagem é um fator constitutivo com as várias
funções que conduzem à expressão da emoção e atividade mental. Neste estágio
o que predomina são relações cognitivas com o meio.
Para Izabel Galvão (2008), o estágio do personalismo, dos três aos seis
anos de idade, tem como objetivo o processo de formação da personalidade,
ocorrendo à construção da consciência de si que se dá por meio das interações
com o meio social em que está inserido, predominando assim as relações afetivas.
A criança aprende a perceber o que é de si e o que é do outro. Existem neste
período três fases distintas, que são a oposição, sedução e imitação. Nesta fase é
interessante que o educador saiba mediar e compreender a criança com muita
percepção e paciência.
Segundo Galvão (2008), a criança é capaz de mentir para o que deseja, de
usar a força ou, recusa-se indignada a emprestar um brinquedo ao coleguinha, só
porque tem ciúme, mas o empresta com alegria a uma pessoa a quem admira. Ao
mesmo tempo, é capaz de compartilhar seus brinquedos e brincadeiras com
17

outros e até renunciar a um brinquedo seu a fim de deixar feliz outra criança. É
importante que o educador leve em consideração todas essas necessidades
infantis, a fim de fortalecer a função afetiva que será preponderante em todas as
etapas da vida da criança.
Para Izabel Galvão (2008), o estágio categorial, a partir dos seis anos de
idade, os interesses intelectuais da criança se volta para as coisas, para o
conhecimento e para conquista do mundo exterior, predominando a aspecto
cognitivo. Com o progresso da inteligência, a criança adquire maior independência
para manter as relações, começa a formular ideias e situações e a compreender
de maneira mais ampla o mundo que a cerca. Neste estágio, a criança começa a
desenvolver as capacidades de memória e atenção voluntárias. Formam-se
as categorias mentais: conceitos abstratos que abarcam vários conceitos
concretos. Neste estágio, o poder de abstração da criança é consideravelmente
amplificado. Provavelmente isto consolida o raciocínio simbólico como ferramenta
cognitiva.
Conforme a autora, o estágio da adolescência, a partir dos 11 anos de
idade, há uma necessidade de uma nova definição em torno da personalidade,
que fica abalada pelas modificações hormonais, predominando a afetividade. A
criança começa a passar pelas transformações físicas e psicológicas da
adolescência. É um estágio caracterizadamente afetivo, onde passa por uma série
de conflitos internos e externos. Os grandes marcos desse estágio são a busca de
autoafirmação e o desenvolvimento da sexualidade.
Cada um desses estágios possibilita novas experiências realizadas pela
etapa anterior, construindo-se reciprocamente num processo de integração e
diferenciação. A existência do predomínio do aspecto afetivo em determinado
estágio como, por exemplo, no impulsivo-emocional, não demonstra que aspectos
afetivos não estarão presentes no próximo estágio, ainda que não sejam os
predominantes. Enfim, no decorrer do desenvolvimento ocorrem sucessivas
diferenciações entre os campos funcionais.

2.3 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador

Certamente a disciplina de Fundamentos da Educação Infantil I, foi a que nos


trouxe o maior número de informações e inspirações para a elaboração do projeto.
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Primeiramente, sabermos a origem da educação Infantil, nos explica alguns


termos como “Jardim da Infância”, saber que no Brasil por volta da década de 1970,
com o aumento do número de fábricas, iniciaram-se os movimentos de mulheres e
os de luta por creche, resultando na necessidade de criar um lugar para os filhos da
massa operária, surgindo então as creches, com um foco totalmente assistencialista,
visando apenas o “cuidar”. Se os anos 70 voltaram-se para a mulher, nos anos 80,
essa mulher voltou-se para as crianças. Foram, em geral, as feministas
intelectualizadas de classe média, e que eram contra a ditadura, que passaram a
pesquisar sobre a infância e assessorar os governos progressistas que, atendendo
às reivindicações populares, prometeram creches nas suas campanhas eleitorais.
Mas somente em 1988 a educação infantil teve início ao seu reconhecimento,
quando pela primeira vez, foi colocada como parte integrante da Constituição, depois
em 1990, com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei federal 8069/90),
entre os direitos estava o de atendimento em creches e pré-escolas para as crianças
até os 6 anos de idade. Pela primeira vez na história, uma Constituição do Brasil faz
referência a direitos específicos das crianças, que não sejam aqueles circunscritos
ao âmbito do Direito da Família. Também pela primeira vez, um texto constitucional
define claramente como direito da criança de 0 a 6 anos de idade e dever do Estado,
o atendimento em creche e pré-escola. Posteriormente, entramos em um período de
debate em torno da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), período
que se estendeu até meados da década de 90. Nesse período, sem a aprovação da
LDB, a lei maior, o Ministério da Educação em conjunto com outros segmentos
define uma política nacional para educação infantil, propondo a criação de uma
Comissão Nacional de Educação Infantil (CNEI), que a visão de formular e
implementar políticas na área, atuando de 1993 a 1996. Em 1994, aconteceu a
Conferência Nacional de Educação para Todos, e um dos eventos preparatórios à
conferência foi o I Simpósio Nacional de Educação Infantil, que aprovou a Política
Nacional de educação Infantil, com o apoio da CNEI. A partir da Constituição de
1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 (ECA, Lei Federal 8069/90)
e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996, lei 9394/96 (BRASIL,
1996), a Educação Infantil foi colocada como a primeira etapa da Educação Básica
no Brasil, abrangendo as crianças de 0 a 6 anos, concedendo-lhes um olhar
completo, perdendo seu aspecto assistencialista e assumindo uma visão e um
caráter pedagógico. Nesse momento acontece a Municipalização, a Educação
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Infantil passa a ser responsabilidade dos Municípios, com certo vínculo de verba
com o Estado.
Depois das informações relacionadas a legislação, sem dúvidas, o módulo
que trata de: “O cuidar e o educar na Educação Infantil”, foi o mais inspirador.
Trabalhar com crianças pequenas, não é tarefa fácil, deve-se ter como princípio,
conhecer seus interesses e necessidades. Antigamente, a escola de educação
infantil tinha uma concepção assistencial, onde as crianças ali passavam o dia todo
para que seus pais pudessem trabalhar. Nesse período os papeis eram bem claros:
um cuidava e o outro educava. As monitoras passavam o dia olhando as crianças
brincarem e era o professor quem cuidava do desenvolvimento intelectual planejado.
Tal visão deve ser superada porque revela preconceito e sem fundamentação diante
da realidade em que se encontra, é preciso garantir espaço para que a criança
possa ter seus direitos respeitados. Cuidar e educar são propor uma ação
pedagógica consciente, fixando uma visão integrada do desenvolvimento da criança
com base em concepções que respeitem a diversidade, o momento e a realidade
peculiares à infância.
Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive
exige seu esforço particular e a mediação dos adultos como forma que estimulem a
curiosidade com consciência e responsabilidade. Cuidar e educar, de acordo com as
novas diretrizes, deve caminhar junto. Ação conjunta dos educadores e demais
membros da instituição é essencial para garantir que o cuidar e o educar aconteçam
de forma integrada.
O tema “O brinquedo e a brincadeira: ontem e hoje”, veio para fortalecer
nossa ideia do uso da brincadeira para estimular a afetividade, também importante
no processo de ensino-aprendizagem. Brincar é uma importante forma de
comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu dia a dia. O
ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a
construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma,
uma relação estreita entre jogo e aprendizagem. Para definir a brincadeira infantil,
ressaltamos a importância do brincar para o desenvolvimento integral do ser humano
nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Para tanto, se faz
necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral sobre à
ludicidade que deve estar sendo vivenciada na infância, ou seja, de que o brincar faz
parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato
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de aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a


criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração
do indivíduo na sociedade. Deste modo, à criança estará resolvendo conflitos e
hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de
compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua
opinião em relação aos outros.
Já o módulo “Profissionais da Educação Infantil”, nos fez refletir sobre, que
profissionais queremos ser, apenas transmissores de conteúdo ou formadores e
influenciadores de cidadãos melhores. Para Ana Helena Lopes (2019) “Um professor
que saiba transmitir o conteúdo é um bom profissional, mas um professor que
consiga transformar o conteúdo de cada aluno é um bom ser humano”.
Portanto, queremos ser bons seres humanos e acreditar que podemos
contribuir com a formação de futuros “bons seres humanos”.

3. MATERIAL E MÉTODOS EMPREGADOS

Escolhemos CMEI Latifi Ristum Salum Ferreira, localizada na Vila Padre


Donizetti, que atende a 5 bairros de casa populares, no município de Tambaú, com
uma clientela predominante de filhos de operários e operárias, em sua maioria com
baixa escolaridade e com variadas formações familiares. Primeiro solicitamos
autorização da Diretora da escola, Profa Luciana, para a elaboração do projeto, que
prontamente nos autorizou, depois falamos com a professora Naiara, da turma de
Educação Infantil Fase 1-A, com faixa etária de 4/5 anos. Após entrevista com a
professora, percebemos que havíamos escolhido uma clientela ideal para falar de
afetividade, uma vez que as crianças apresentam situações de carência de vínculos
afetivos
A pesquisa bibliográfica foi distribuída entre as integrantes do grupo,
baseadas nas aulas da matéria de Fundamentos da Educação Infantil I. Os dados
foram discutidos e inseridos no trabalho.

4. PROTÓTIPO
Atividade: Batata Quente

Estrutura Curricular
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Modalidade / Nível Componente curricular


Educação infantil Música, Educação Física,
Linguagem oral, Psicologia, Sociologia

Dados da Aula
O que o aluno pode aprender com esta aula:
- Expressar o afeto;
- Prática de canto;
- Atividade física.
Duração da Atividade
02 aulas em 02 dias consecutivos

Conhecimento prévio trabalhado pelo professor com os alunos


- Aprender a dinâmica da brincadeira;
- Aprender a letra da música.

Estratégia e recursos da aula


Objetivo da aula: Estimular a afetividade por meio do lúdico.

Material utilizado na aula: TV; DVD; clipe de música; bola; etiquetas


adesivas, Bilhete de tarefa, corações de papel color set, barbante, celular.

- Primeiro momento: Entregar a cada criança um coração com o seu nome,


para que possamos chamá-los pelo nome.
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- Segundo Momento: Apresentar o clipe da música: “Palavrinhas mágicas”.


Quantas vezes necessárias para que aprendam a letra e cantem junto com o clipe.

- Terceiro Momento: Colocar os alunos sentados em círculo. Roda de


Conversa – Perguntar:
O que vocês receberam no início da aula?
O que representa? (para cada um)
O que é o amor? (todos devem falar, sem pressa)
Quem podemos amar?

- Quarto Momento: Explicar como é a brincadeira da “Batata Quente”. Um


aluno ficará no centro da roda, a música vai tocar, quando ela parar, quem ficar com
a “batata quente” vai dar um abraço no colega do centro e dizer “Eu te amo”. Cuidar
para que todos brinquem.
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- Quinto Momento: Colocar novamente o clipe completo e dar um abraço


coletivo enquanto a música toca.

- Sexto Momento: Colar na agenda de cada aluno o seguinte bilhete:


Senhores Responsáveis, hoje estudamos na escola, o “Amor”, pedimos aos
senhores que deem um abraço forte no (a) ____________________, e diga-o “Eu te
amo”. Assim vocês estarão colaborando com continuidade da nossa atividade
escolar. Agradecemos o apoio.
“Nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando. – John
Lennon” (Equipe de PI-II Univesp)
CMEI Latifi Ristum Salum Ferreira

___________________________
Assinatura do Responsável

- Sétimo Momento: No dia seguinte, fazer novamente a roda de conversa e


ouvir os relatos das experiências.
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4.1 Avaliações e Resultados:


O professor deverá trabalhar a afetividade em todas as suas atividades, deve
ser um trabalho constante de formação afetiva. Deve estar sensível a mudança de
comportamento do aluno e estimular a afetividade entre os colegas.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após o choque em que tivemos devido ao massacre em Suzano-SP,


começamos a observar esse outro mundo que era fora da nossa realidade. Foi
onde paramos para analisar o comportamento frio, sem amor, sem respeito que
os meninos tiveram perante seus amigos e professores.
Com isso resolvemos aprofundar o tema, pesquisamos casos na internet,
casos na nossa cidade. E chegamos na conclusão que hoje em dia muitas
crianças não por culpa deles, mas devido a muitos fatores que ocorrem na sua
realidade como: pais que não tem tempo de se dedicar com seus filhos, crianças
que são criadas com vó (s) e tia (s), crianças com pais separados, não sabem o
que é a afetividade, não conseguem demonstrar um afeto a um amiguinho, dizer
um eu te amo para seus pais, pois eles não veem isso em casa.
Por isso tivemos a ideia da brincadeira da batata quente, que por meio da
ludicidade poderemos estimular o amor, carinho e o respeito dessas crianças com
o próximo.
Nossa experiência foi muito gratificante, percebemos que o educador pode
sim plantar sementes de amor nas crianças, e na melhor fase para a sua
formação intelectual e afetiva. As crianças e os responsáveis fizeram a atividade e
as demonstrações de carinho foram espontâneas e verdadeiras. A afetividade
aproxima o professor ao aluno, o aluno ao familiar, criando assim uma corrente de
bem estar, favorecendo não só as relações interpessoais, como no ensino-
aprendizagem.
Durante a atividade na CMEI Latifi Ristum Salum Ferreira, vimos que ainda
podemos ter esperança em nossas crianças. O resultado foi plenamente
satisfatório, os abraços e as demonstrações de carinhos que as crianças
apresentaram, nos deixou a certeza que, o caminho correto é trabalharmos a
base, para que no futuro tenhamos melhores “seres humanos”.
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O AMOR pode ser transformador e nós como futuros educadores temos o


DEVER de semeá-lo e ACREDITAR no seu poder de mudar a vida de nossas
crianças.
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REFERÊNCIAS

https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Suzano - Acesso em Março de 2019.

https://www.atividadesei.com/2019/03/ensinem-afeto-nas-escolas-os-
bons.html?fbclid=IwAR08RQAsiQtGoNFbipTxRQoFyXS9HMOIyH0vmGMw0TA0AxF
9xvc7kJLSwVM – Acesso em Abril 2019.

http://www.revistaeducacao.com.br/o-vinculo-do-afeto/ - Acesso em Abril de 2019.

https://disciplinapositiva.com.br/novosite/index.php/leitura/na-midia/item/315-como-
voce-pode-criar-filhos-melhores-para-o-mundo - Acesso em Março de 2019.

DE LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA de, Marta Kohl; DANTAS, Heloysa. Piaget,


Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus,
1992.

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento


infantil. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

WALLON, Henri. Psicologia e Educação da Infância. Lisboa: Editorial Estampa,


1975.

Wallon e afetividade. https://escolaeducacao.com.br/henri-wallon/. Acesso em


24/04/2019.

Biografia de Henri Wallon. https://pt.m.wikipedia.org . Acesso em 24/04/2019.

Emoções na Aprendizagem: https://blog.rhemaeducacao.com.br/emocoes-na-


aprendizagem/ Acesso em 26/03/2019.
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A importância da afetividade na educação infantil : https: //educacao .estadao .com.


br/blogs/blog-dos-colegios-bis/a-importancia-da-afetividade-na-educacao-infantil/
Acesso em 26/03/2019.
Afetividade na aprendizagem escolar: https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-
escolar/a-importancia-da-afetividade-na-aprendizagem-escolar-o-afeto-na-relacao-
aluno-professor Acesso em 26/03/2019.

https://www.youtube.com/watch?v=RQ6Ghcd5Iko – Acesso em Março de 2019.

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