Gergelim

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4º Grupo

Aurora Maria Cassimo

Hermenegildo Francisco Amur

José Cipriano Mourão

Júlia Wambize Chancomo

Rodrigues Sitoi Domingos

Tito António Real

Valdemiro Veloso

Culturas Industriais: Gergelim

Licenciatura em Agro-pecuária, 2º Ano

Universidade Pedagógica

Quelimane

2018
1

4º Grupo

Aurora Maria Cassimo

Hermenegildo Francisco Amur

José Cipriano Mourão

Júlia Wambize Chancomo

Rodrigues Sitoi Domingos

Tito António Real

Valdemiro Veloso

Culturas Industriais: Gergelim

Trabalho de Carácter Avaliativo a


Ser Apresentado na Cadeira de
Culturas Alimentares e Industriais,
Recomendado pela Engª. Neusa

Universidade Pedagógica

Quelimane

2018
2

Índice pág.
I CAPÍTULO: QUESTÕES INTRODUCIONAIS..........................................................................4

1. Introdução.....................................................................................................................................4

1. Objectivos.....................................................................................................................................5

1.1. Geral..........................................................................................................................................5

1.2. Específicos.................................................................................................................................5

1.3. Metodologias.............................................................................................................................5

II CAPÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO......................................................................................6

2. Cultura de Gergelim.....................................................................................................................6

2.1. Origens e Características...........................................................................................................6

2.2. Maneio do Solo e Cultural.........................................................................................................7

2.2.1. Preparo do solo.......................................................................................................................7

2.2.2. Época de Sementeira de Gergelim.........................................................................................8

2.2.3. Espaçamento de Sementeira...................................................................................................9

2.2.4. Densidade de Plantio..............................................................................................................9

2.2.5. Desbaste................................................................................................................................10

2.2.6. Rotação de Cultura...............................................................................................................10

2.3. Pragas Associadas à Cultura Do Gergelim..............................................................................10

2.3.1. Lagarta-enroladora (Antigastra catalaunalis)......................................................................11

2.3.1.1. Danos.................................................................................................................................11

2.3.1.2. Controle e Manejo da Praga..............................................................................................11

2.3.2. Pulgão (Aphis sp.).................................................................................................................11

2.3.2.1. Descrição do Insecto..........................................................................................................11

2.3.2.2. Danos.................................................................................................................................11

3.3.2.3. Controle e Maneio da Praga..............................................................................................12

2.3.3. Cigarrinha-verde (Empoasca sp.).........................................................................................12


3

2.3.3.1. Descrição do insecto..........................................................................................................12

2.3.3.2. Danos.................................................................................................................................12

2.3.3.3. Controle e Maneio da Praga..............................................................................................13

2.4. Principais Doenças..................................................................................................................13

2.5. Distribuição Mundial...............................................................................................................14

3. Conclusão...................................................................................................................................19

4. Referências Bibliográficas..........................................................................................................20
4

I CAPÍTULO: QUESTÕES INTRODUCIONAIS


Introdução

O gergelim (Sesamum indicum L. ) é uma das primeiras espécies domesticadas pelo homem,
sendo na actualidade uma das dez principais oleaginosas do mundo, ocupando área plantada
superior a oito milhões de hectares e produz um dos melhores óleos para a alimentação humana,
tendo na sua constituição substâncias antioxidantes como as sesamina e sesamolina e cerca de
40% de seus ácidos-graxas é o oleico, monoinsaturado, sendo assim um óleo recomendado para
alimentação do homem, além de ser medicinal. (Queiroga, Arriel & Silva; 2010).

No presente trabalho será descrito a origem desta cultura, tendo em conta a história que ela
carrega a nível das civilizações, será explicado o seu processo de produção deste, o preparo do
solo até ao processamento industrial e não deixando de lado a sua aplicabilidade actual na vida do
homem.
5

Objectivos

Geral

Adquirir conhecimentos sobre a cultura de gergelim, de acordo com o levantamento bibliográfico


realizado.

Específicos

Explicar o seu processo de produção e industrialização

Identificar os potenciais produtores e compradores mundiais

Metodologias

No que diz respeito aos aspectos metodológicos, a pesquisa compreendeu, como método de
abordagem, o método hipotético-dedutivo: onde na documentação indirecta, abrangeu a pesquisa
bibliográfica (LAKATOS e MARCONI, 2001).

Como técnica de documentação indirecta, utilizamos a revisão bibliográfica que é um método de


pesquisa desenvolvido a partir de materiais já elaborados e constituídos principalmente nos livros
de leitura corrente, livros de referência informativa, relatórios (dicionários, enciclopédias) e
artigos científicos entre outros artigos de carácter científico.

II CAPÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO
Cultura de Gergelim

Origens e Características
6

O gergelim (Sesamum indicum L.) tem sua origem no continente africano e asiático, mas
considera-se a África o continente de origem básico, haja vista contar com a maioria das espécies
silvestres do género Sesamum, porém é na Ásia que se encontra uma riqueza de variedades das
espécies cultivadas (KOBAYSHI, 1981).

Pertencente à família das pedaliáceas, com propriedades medicinais, de flores alvas, róseas ou
vermelhas, hermafroditas, malcheirosas, dispostas nas axilas das folhas, e cujo fruto, é uma
cápsula oblonga, pubescente, com sementes oleaginosas, pequenas, amarelas, alvas ou pretas,
arredondadas e levemente comprimidas.

O gergelim é entre as oleaginosas, uma das culturas mais antigas, apresentando bom nível de
resistência à seca e de fácil cultivo, sendo adaptada às condições semiáridas em diversos países. É
uma cultura bastante antiga, sendo considerada uma das principais oleaginosas cultivadas em
todo o mundo (QUEIROGA et al., 2008).

O gergelim é uma planta de elevada complexidade morfofisiológica, apresentando grande


variabilidade no hábito de crescimento, com tipos ramificados e tipos sem ramificações, ciclo
bastante variável, de acordo com a cultivar e o ambiente, com amplitude de 70 a 180 dias
podendo chegar, dependendo da cultivar, à altura de mais de 3 m; é uma planta que tem
pronunciada heterofilia, com os macrofilos basais lobulados e grandes, e os da parte superior
lanceolados, o que lhes confere uma boa condição na captura da radiação solar, bem diferente,
por exemplo da planta do algodoeiro, que tem estrutura fortemente plano filar, com coeficiente de
extensão da luz maior que a humidade (BELTRÃO et al., 2001).

Segundo Arriel et al. (2007) o gergelim é uma planta anual ou perene, de altura variável (0,5 a 3
m), caule erecto, com ou sem ramificações, com ou sem pelo, e apresenta sistema radicular
pivotante, suas folhas apresentam-se alternadas ou opostas, sendo as da parte inferior da planta
adulta mais largas, irregularmente dentadas ou lobadas, enquanto as da parte superior são
lanceoladas; as flores são completas e axilares, em número de 1 a 3 por axila foliar; o fruto é uma
cápsula alongada, pilosa, deiscente ou indeiscente, de tamanho variando de 2 a 8 cm, dependendo
da variedade; as sementes são pequenas, onde as cores variam de branca a preta. O gergelim é
considerado uma espécie predominantemente autogâmica, porém alguns autores relatam
diferentes taxas de alogamia que podem variar com a região, cultivares, condições climáticas e
7

populações de insectos, com probabilidade para a polinização cruzada natural aumentando nas
manhãs de dias nublados, frios e chuvosos, quando a liberação do pólen é frequentemente
retardada até uma a duas horas depois da abertura da flor (ARRIEL et al., 2001). Além disso,
gergelim é considerado uma planta esgotante do solo, apresenta baixa produtividade média,
muitas vezes inferior a 400 kg.ha-1 de sementes (BELTRÃO et al., 1994).

Maneio do Solo e Cultural

De acordo com Beltrão et al. (2006) para se aumentar o rendimento da cultura do gergelim deve-
se levar em consideração alguns aspectos como potencial genético da cultivar, clima, solo,
espaçamento, adubação bem como factores fitossanitários. Em termos médios num plantio bem
conduzido, um rendimento de até 1500 kg de sementes por hectare em condições de sequeiro.
Arriel (2000) afirma que na exploração racional da cultura do gergelim, faz-se necessário uma
organização no sistema de produção, ou seja, deve-se ter um planeamento, bem como um maneio
cultural adequado das áreas de produção.

A cultura do gergelim se desenvolve bem em solos moderadamente férteis, bem drenados e de


textura leve, solos muito argilosos e compactados devem ser evitados, pois podem acarretar na
morte da planta, devido à paralisação total do crescimento, à intoxicação pelos produtos oriundos
da respiração anaeróbica e à redução na absorção de nutrientes (COPERBIO, 2011).

Preparo do solo

O preparo do solo consiste em estabelecer as condições ideais para o crescimento radicular, e


consequentemente, proporcionar condições favoráveis para o desenvolvimento da cultura,
contudo para estabelecer as condições ideais faz-se necessário o uso de diferentes tipos de
implementos no manejo do solo (FURLANI et al., 2005).

De acordo com Lima et al. (2008) os solos, mas indicados para a cultura do gergelim são aqueles
arejados franco-argilosos, ricos em matériaorgânica, bem drenados e como capacidade de
retenção de umidade; além disso, o gergelim é extremamente sensível a sais portanto deve-se ter
algumas precauções em áreas irrigadas na região nordeste uma vez que várias áreas do perímetro
irrigado apresentam problema de salinização.
8

Para Queiroga et al. (2011) na cultura do gergelim, pode-se utilizar tanto o método
convencionalmente, ou mesmo a técnicas de preparo mínimo. O importante nas técnicas adotadas
é que no preparo do solo sejam utilizadas máquinas, implementos agrícolas adequados para cada
tipo de solo e que as operações sejam feitas no momento oportuno

A COPERBIO (2011) ressalta que devido à semente de gergelim ser muito pequena e apresentar
crescimento lento, é essencial o controle das plantas invasoras uma vez que estas se estabelecem
primeiro que o gergelim, e consequentemente, competem por água, nutrientes e luz; outro fator a
considerar formações de torrões no preparo do solo, o que deve ser evitado, pois podem reduzir a
germinação. Todavia Arriel (2007) destaca que o preparo do solo inicia-se com a limpeza da área,
a trituração, assim como a pré-incorporação dos resíduos vegetais com grade leve ou niveladora
(Figura 1). Depois de 7, 15 dias da incorporação, faz-se uma aração profunda dependendo do tipo
e da profundidade do solo, com arado de aiveca, e, posteriormente, gradeia-o com grade simples
(COPERBIO, 2011; citado por Beltrão et. al, 2013).

Época de Sementeira de Gergelim

A época de plantio adequada é definida pelo conhecimento do ambiente, e envolve o início da


estação chuvosa, no caso de plantios de sequeiro, bem como a sincronia do ciclo da cultivar a ser
plantada (COPERBIO, 2011).

Segundo Beltrão et al. (2010) estudando época de plantio no consórcio mamona e gergelim,
concluiu que a época de plantio é um factor que deve-se levar em consideração. Em sistemas
consorciados deve-se efectuar o plantio do gergelim entre 15 a 20 dias após o semeio da mamona.
Por sua vez, Lima et al. (2008) estudando a época relativa de plantio e adubação introdução do
gergelim consorciado com algodão verificou que na época relativa em que o algodão foi plantado
15 dias antes do gergelim, houve a menor relação de competição entre as espécies, enquanto na
época relativa onde o algodão foi plantado 15 dias depois verificou-se maior relação de
competição, ou seja, o gergelim foi mais agressivo no sistema em que foi plantado 15 dias antes
do algodão. Enfim a época de plantio do gergelim no sistema consorciado vai depender da cultura
que está em consórcio.

Espaçamento de Sementeira
9

As informações disponíveis sobre o espaçamento e a densidade de plantio do gergelim, são


bastante variáveis devida, provavelmente, aos aspectos morfológicos e fenológicos distintos entre
suas cultivares. Na Venezuela, Mazzani e Cobo (1956) estudando diversos espaçamentos e
densidades de plantio, verificaram que tais factores tinham pouco efeito no rendimento de
sementes, com o uso de cultivares ramificada. Nos Estados Unidos da América do Norte, Estado
da Califórnia, com o uso de uma cultivar ramificada, Delgado e Yemanos (1975) verificaram que
os maiores rendimentos foram obtidos com uma densidade de uma planta a cada 0,075 m
centímetros na fileira, com fileiras espaçadas de 0,60 m entre si.

O cultivar de pequeno porte deve ser semeado com distância de 0,05 m a 0,15 m entre plantas, de
acordo com a fertilidade do solo. Em função do seu hábito de ramificação e grande diversidade
entre as cultivares, recomenda-se a distância de 0,40 m a 0,90 m entre fileiras para o plantio
manual, e de 0,60 m para o plantio mecanizado, dependendo do solo e da cultivar. Foi verificado,
na Venezuela, que em cultivares não ramificadas, as maiores densidades de semeadura
forneceram as maiores produtividades, fato que também foi constatado no Nordeste brasileiro,
com a cultivar IAC Ouro, que foi mais produtiva no espaçamento de 0,5 m e população de 100
mil plantas.ha-1 (BELTRÃO e VIEIRA, 2001).

Densidade de Plantio

A quantidade de sementes por hectare varia entre de 1,5 kg a 3,5 kg, de acordo com o
espaçamento e da densidade de plantio (ARIEL et al., 2006). A população de plantas é um dos
principais componentes da produção do gergelim, ao lado do número de frutos/planta e de
sementes/fruto e do peso de 1.000 sementes. Para se obter altos rendimentos se utilizam elevadas
densidades de plantio. Nas variedades não ramificadas utilizam as populações entre 250.000-
350.000 plantas.ha-1 (entre fileiras 0,3 a 0,40 m e entre plantas 0,075 cm). Já nas variedades
ramificadas, a população poderá ficar entre 150.000-200.000 plantas.ha-1 entre fileiras 0,50 a
0,60 m e entre plantas 0,10 a 0,15 m (MAZZANI, 1999, citado por Beltrão et. al, 2013).

Desbaste
10

Esta prática deverá ser feita com o solo húmido e em duas etapas. Beltrão et al. (1994) recomenda
que o primeiro desbaste seja realizado quando as plantas estiverem com quatro folhas, deixando-
se quatro ou cinco plantas por unidade de espaçamento, e o segundo, quando as plantas atingirem
12 a 15 cm de altura; ou seja, entre 18 a 30 dias após a emergência das plantas. Se ultrapassar os
30 dias, pode ocasionar significativa queda na produção. (Beltrão et al, 1994; citado por
Queiroga, 2010).

De acordo com EMBRAPA (2000) tanto na semeadura manual, como na utilização de máquina
simples, onde a precisão do fluxo de sementes é baixa, é necessário fazer o desbaste para deixar a
população de plantas na faixa recomendada, assim deve-se fazer um pré-desbaste que deve ser
feito quando as plantas tiverem quatro folhas e deixa-se de quatro a cinco por unidade de
espaçamento e o segundo, quando as plantas estiverem com 12,0 a 15,0 cm de altura.

Rotação de Cultura

A rotação de culturas é uma técnica que consiste em alternar espécies vegetais, no correr do
tempo, numa mesma área agrícola. Um bom planeamento da rotação ocasionará uma máxima
eficiência produtiva, assim alguns aspectos devem ser considerados como espécies escolhidas,
uma vez que deve procurar espécies com propósitos comerciais, bem como que promovam a
manutenção e/ou recuperação do meio-ambiente (EMBRAPA, 2004).

Beltrão et al. (1994) ressalta que o gergelim pode ser utilizado na rotação de cultura uma vez que
promove a redução de pragas, tanto as do gergelim como das demais culturas que entram no
sistema de rotação. De igual forma afirma Queiroga et al. (2008), dizendo que é necessário que o
produtor esteja sempre atento, fazendo anualmente a rotação da área do gergelim com outras
culturas, pois promoverá o menor custo de produção e ausência de pragas na lavoura.

Pragas Associadas à Cultura Do Gergelim

A cultura do gergelim apresenta inúmeros artrópodes associados, onde uma grande parcela causa
danos económicos, e, por isso, merecem especial atenção. Assim, a correta identificação e
quantificação desses artrópodes é imprescindível para o seu controle.

Lagarta-enroladora (Antigastra catalaunalis)


11

A lagarta-enroladora é considerada a principal praga da cultura do gergelim, sendo que o ataque é


ocasionado na fase jovem. Dentro das folhas as lagartas tecem teias, provocando o enrolamento
das folhas terminais, alimentam-se dos brotos, flores e cápsulas imaturas e também das sementes
(SOARES e ARRIEL, 2009). Ao alimentar-se das flores causam infertilidade reduzindo,
consequentemente, a produção final (ATWAL, 1976).

Danos

No estágio inicial do ataque ocorre o atrofiamento de ramos e folhas. O ataque desta praga é
geralmente observado a partir do 15º dia de emergência das plantas até o amadurecimento das
cápsulas (ARRIEL et al., 2007).

Controle e Manejo da Praga

Seu controle é feito pela eliminação das ervas daninhas e com o uso dos insecticidas
Deltamethrin ou Carbaryl antes da frutificação (ARRIEL et al., 2007). O controlo através de
insecticidas biológicos que provoca doenças na praga, também vem sendo utilizado. Produtos
biológicos a base de Bacillus thuringiensis (Bt), baculovírus ou fungos são boas alternativas para
o maneio das lagartas (SOARES e ARRIEL, 2009).

Pulgão (Aphis sp.)

Dentre os fitófagos, o pulgão causa danos significativos na cultura do gergelim, principalmente


quando a cultura é irrigada (ARRIEL et al., 2007).

Descrição do Insecto

Os pulgões reproduzem-se rapidamente, e em geral seu ciclo biológico é de 48 dias. O período de


pré-oviposição dura três dias; a incubação dos ovos quatro dias; o estádio larval 21 dias e o
período de pupa leva12 dias; o adulto vive em média nove dias (BARROS et al., 2000).

Danos

Seu ataque tem início primeiramente em rebolearas e, depois infesta toda a plantação (SOARES e
ARRIEL, 2009). Estes afídios são importantes transmissores de vírus, e além disso, liberam uma
substância açucarada que propicia o aparecimento do fungo Capnodium sp., conhecido como
fumagina, que dificulta as trocas gasosas, interferido assim, no processo de fotossíntese
(VENDRAMIN e MARCHINI, 1992).
12

Controle e Maneio da Praga

Uma das formas de maneio da praga é eliminando plantas daninhas hospedeiras desta, o uso de
barreiras físicas, como por exemplo, armadilhas adesivas amarelas que são atractivas aos pulgões,
também são recomendadas (GUIMARÃES et al., 2005). O controlo biológico desta praga é
realizado por parasitóides como a microvespa Lysiphlebus testaceipes (responsável pelo aspecto
de múmia em Aphis sp), e as Aphidius spp. No grupo dos predadores estão as joaninhas,
Cycloneda sanguinea e Scymnus sp., as crespidões da espécie Chrysoperla externa e o percevejo
Orius sp. Os fungos do gênero Verticillium, também são apontados como importantes agentes
controladores da praga (SOARES e ARRIEL, 2009).

Cigarrinha-verde (Empoasca sp.)

São insectos sugadores de seiva e o seu ataque compromete o desenvolvimento da planta e,


consequentemente a produção. A cigarrinha-verde inocula toxinas na planta durante a sucção,
além disso, é transmissora de viroses e da filoidia, geralmente ocasionada quando associados a
presença de áreas próximas de feijão macassar e malváceas (guaxumas e vassourinhas),
infectadas com viroses (ARIEL et al., 2007).

Descrição do insecto

Os ovos são colocados dentro do tecido da planta (endofítico). Suas ninfas são amareladas e
locomovem-se lateralmente quando perturbadas. São encontradas geralmente na face ventral das
folhas e passam por cinco instares. Na fase adulta é verde e muito ágil, podendo viver até 60 dias.
Seu ciclo biológico dura em torno de 25 dias (ZUCCHI et al., 1993).

Danos

Tanto os adultos quanto as ninfas sugam a seiva e injectam toxinas na planta (ZUCCHI et al.,
1993). Quando atacadas as plantas apresentam folhas com coloração verde-amarelado,
encarquilhadas e estiolamento dos ramos tenros (ARAUJO e SOARES, 2001).

Controle e Maneio da Praga

O controlo químico é feito com insecticidas sistémicos à base de Demeton-metílico, Thiometon


ou Pirimicarb (ARRIEL et al., 2007). A racionalização de insecticidas químicos é cada vez mais
almejada nos sistemas de cultivos actuais, assim, sempre que possível deve-se fazer uso de
13

controlos alternativos, de menor impacto ambiental. Nas fases iniciais da praga os insecticidas a
base de extractos de plantas, como, por exemplo, extracto de neen (Azadiracta indica) são
bastante eficientes, pois nas fases de ninfas e larvas esta praga é mais vulnerável a acção dos
insecticidas naturais (QUEIROGA et al., 2008).

Dentre as medidas preventivas que se pode adoptar, uma fundamental é evitar o plantio de
gergelim próximo a outras culturas que constantemente são atacadas por este insecto, como a soja
e o feijão. Existem cultivares que apresentam caules e frutos cobertos por uma cera que
demonstram ser menos atraentes para a cigarrinha-verde (Empoasca sp), mantendo a população
em baixos níveis e consequente diminuição dos danos provocados pela praga (SOARES e
ARRIEL, 2009).

Principais Doenças

O Gergelim, dependendo da cultivar, das condições do cultivo, bem como do maneio cultural
fornecido, pode ser acometido por diversos agentes (bactérias, fungos, vírus, etc.), que causam
doenças, destacando-se a mancha angular que afecta em geral as folhas, produzindo lesões
angulares, cujo controle deve ser feito com o uso de cultivares resistentes ou tolerantes, como as
CNPA G3 e CNPA G4, a mancha de cercos-porá que ataca folhas e frutos, promovendo manchas
arredondadas e mais ou menos regulares, sendo o agente transmitido pela semente e o controle
deve ser feito com fungicida à base de sulfato de cobre ou tratamento da semente ou tiofanato
metílico; a podridão negra do caule, também causada por fungo é perigosa e deve-se ser tratada
com rotação cultural e uso de fungicida à base de propino, no tratamento de sementes, na
concentração de 1%. Outras doenças são: murcha de fusarium, murcha bacteriana, mancha de
alternaria e filoidia (anomalia) (Embrapa, 2000).

Distribuição Mundial

O gergelim é uma planta oleaginosa de ampla adaptabilidade, seu cultivo se estende de 25º S e
25º N, porém pode ser encontrado também até 40º N na China, Rússia e USA a 30º S na Austrália
e a 35º S na América do Sul. O cultivo desta oleaginosa prospera em regiões de alta temperatura,
14

baixa altitude e iluminação solar abundante. Em geral, é resistente à seca e apto para o cultivo em
zonas áridas e semiáridas e em épocas de escassa precipitação.

O gergelim é cultivado em numerosos países, especialmente naqueles que dispõem de mão-de-


obra abundante; é explorado em 65 países, dos quais 24 localizam-se na Ásia, 21 na África, 15 na
América Central e do Sul e 5 na Europa. É a nona oleaginosa mais cultivada no mundo. A
produção mundial actual está estimada em 2.378.000 toneladas, obtidas em 6 milhões de
hectares, com uma produtividade de 390 kg/ha. A Ásia e a África detêm cerca de 90% da área
plantada. Os principais países produtores são Índia e China, com 50% da produção mundial,
seguidos de Myanmar, Sudão, Uganda, Bangladesh, Venezuela e Etiópia. O Brasil é um pequeno
produtor com apenas 13.000 toneladas produzidas em 20.000 hectares, e rendimento em torno de
650 kg/há.

Tabela1. Principais produtores de gergelim no mundo

País Produção (Ton.) Produtividade (Kg/ha)


Myanmar 380.000 308
Índia 800.000 400
China 650.000 998
Sudão 325.000 382
Etiópia 390.00 661
Uganda 110.000 521
Paquistão 135.000 504
Brasil 15.000 600
Fonte: (FAO, 2005).

A posição do gergelim no cômputo geral das oleaginosas comestíveis de origem vegetal, não é
das mais vantajosas, tanto no que se refere às quantidades produzidas quanto as transaccionadas
no comércio mundial. De 1985 a 1995 a produção obtida de sementes de gergelim, praticamente
não sofreu alterações, ocorre que apesar de haver incremento na produção de alguns países, há
sempre diminuição de safras em outros. As exportações mundiais de gergelim foram, durante o
período 1990-2001, lideradas pela Índia, pelo Sudão e pela China, países que no ano 2001
contribuíram com 62% do total do mercado.

Tabela 2. Principais países exportadores de sementes de gergelim


15

País Quantidade exportada Participação na % Exportado em relação à


(t) exportação (%) produção obtida
Sudão 54.000 10,44 39,13
Uganda 12.600 2,43 16,43
Guatemala 30.000 5,80 96,77
México 21.500 4,16 61,42
Venezuela 10.100 1,95 21,95
Myanmar 72.900 14,10 33,90
China 105.000 20,30 21,87
Índia 57.000 11,02 7,30
Paquistão 23.500 4,54 65,27
Tailândia 15.500 2,99 46,87
Vietname 15.700 3,03 54,13
Etiópia 9.000 1,74 23,07
Outros 90.200 17,44
Total 517.000 21,74
exportado
Fonte: Mielke, 1995 adaptado por ARRIEL,VIEIRA & FIRMINO

Tabela 3. Principais países importadores de gergelim

País Quantidade importada % Em relação ao total Deficit em relação a própria


(t) importado produção (%)
Neerlandês 11.200 2,16 100,00
EU-12 44.600 8,61 100,00
Egipto 17.000 3,28 36,17
U.S.A. 41.000 7,91 100,00
Israel 19.200 3,70 100,00
Japão 145.000 27,99 100,00
Jordânia 11.900 2,29 100,00
Coreia do Sul 47.000 9,07 64,38
Arábia 14.400 2,78
Saudita
16

Singapura 23.000 4,44


Taiwan -- 33.000 6,37
Turquia 36.000 6,95 51,43
Outros 74.600 14,40
Total 517.000
importado
Fonte: Mielke, 1995 adaptado por ARRIEL,VIEIRA & FIRMINO

1.1.
Importância do Gergelim

O cultivo do gergelim, produzido em escala comercial por pequenos, médios e grandes


produtores, depende, portanto, das modificações dos costumes culturais e sociais da população.
Tendo em vista as boas perspectivas dos mercados nacionais e internacionais, as sementes de
gergelim que contém, em média 50% de óleo de elevada qualidade com aplicações diversas
encontram-se em plena ascensão, devido ao aumento da quantidade de produtos industrializáveis
para o consumo, que tem crescido em torno de 15% ao ano, gerando demanda do produto "in
natura" e mercado potencial capaz de absorver quantidades superiores à actual oferta
(BELTRÃO; VIEIRA, 2001). Mais de 70% da produção de gergelim são utilizados na elaboração
de azeite comestível.

Segundo levantamento estatístico feito pelo IICA (2004), a maior demanda de gergelim vai para
a indústria alimentícia, sendo que 70% da produção, na maioria dos países importadores, são
utilizadas para a elaboração de óleo e farinha. Cerca de 88% do comércio mundial deste produto
é de sementes, seguido da torta com 8% e de óleo com 4% (BELTRÃO et al., 1994). Segundo
levantamento estatístico feito pelo IICA (2004), a maior demanda de gergelim vai para a indústria
alimentícia, sendo que 70% da produção, na maioria dos países importadores, são utilizadas para
a elaboração de óleo e farinha. Cerca de 88% do comércio mundial deste produto é de sementes,
seguido da torta com 8% e de óleo com 4% (BELTRÃO et al., 1994).

Actualmente, pesquisas revelam que o hábito de comer gergelim habitualmente pode trazer
benefícios para a saúde humana, auxiliando na prevenção de várias doenças: depressão,
osteoporose (por ser rico em cálcio), colesterol (lecitina) e arteriosclerose. (Queiroga, Arriel &
Silva; 2010).
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1.1.1. Culinária

O processamento de óleo de gergelim para consumo humano tem longa história e depende da
região e costumes dos povos que fazem essa extracção, a utilização das sementes de gergelim em
escala industrial envolve a fabricação de vários produtos para fins alimentares, como as
confecções de farinhas, farelos, tortas e produtos de confeitaria (GODOY et al., 1985; SAVY
FILHO e BANZATTO, 1988). Os autores comentam que as sementes de gergelim podem ser
usadas como tempero em saladas e arroz, ou ingerido diariamente e quando torrada e moída
(farinha) é utilizada como massa para biscoitos, bolachas, bolos, doces, sopas, mingaus, pães e
pastas, que também pode ser empregada no enriquecimento de alimentos.

1.1.2. Acção farmacêutica

As preparações caseiras de uso interno e externo são recomendadas pela medicina popular. O chá
das folhas de gergelim é adstringente para diarreia; o óleo das sementes é usado em emplastros
contra queimaduras; é considerado um galactagogo (estimula a liberação de leite materno), bem
como é conhecido por ter acção anti-reumática e anti-inflamatória; tradicionalmente, o gergelim é
usado em países asiáticos no tratamento de feridas, especialmente as causadas por queimaduras,
também há relatos de sua eficiência em condições dérmicas como eczema, seborreia, psoríase e
queimaduras de sol (ALVAREZ; RODRÍGUEZ, 2000; KIRAN; ASAD, 2008).

1.1.3. Produção de cosméticos

O óleo de gergelim é conhecido por sua habilidade de penetrar facilmente na pele, nutrindo e
detoxificando as camadas mais profundas do tecido (MORRISON e FOERSTER LLP, 2008). Foi
elaborada uma composição para aumento da elasticidade da pele, baseada em um fermentado de
sementes de gergelim e de soja recém-geminadas, que pode ser usada em emulsão, creme, gel,
espuma ou outras formulações (AMOREPACIFIC CORP, 2009).

1.1.4. Óleo de gergelim no combate de pragas

O uso de óleos vegetais directamente sobre as plantas tem sido pouco estudado. A forma de acção
dos óleos também foi comentada por Villas-Boas et al. (1997), segundo os quais o provável
modo de acção dos óleos é o dano causado à película de cera sobre a cutícula que interfere no
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metabolismo e na respiração do insecto, além de provocar mudanças na estrutura da folha e


causar repelência.

2. Conclusão

A cultura do gergelim (Sesamum indicum L.) constitui-se em alternativa de grande importância


económica e social para as diversas regiões produtoras, por ser de fácil cultivo, apresentar
tolerância a estiagem e, principalmente, por gerar renda e trabalho e por ser fonte de alimento
para pequenos e médios produtores.

De acordo as suas varias propriedades, o gergelim é importante na indústria alimentar,


farmacêutica para o comércio e principalmente para a agricultura, a medida que o seu óleo
apresenta uma função de activador de certas substâncias insecticidas, como a rotenona e a
piretrina, entre outras, cujos efeitos tóxicos são aumentados em presença do óleo de gergelim.
Esta propriedade não foi encontrada em nenhum outro óleo e é atribuída principalmente, à
sesamina; já a sesamolina, quando submetida à hidrólise ácida, produz sesamol e sesamina.
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3. Referências Bibliográficas
1) ARRIEL, N. H. C.; FREIRE, E. C.; ANDRADE, F. P. Melhoramento genético. In.:
BELTRÃO, N. E. de M.; VIEIRA, D. J.(Ed.). O agronegócio do gergelim no Brasil.
Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Campina Grande: Embrapa Algodão, 2001,
p. 247-284.
2) ARRIEL, N.H.C.; FIRMINO, P.T.; BELTRÃO, N.E.M.; SOARES, J.J.; ARAÚJO, A.E.;
SILVA, A.C.; FERREIRA, G.B. A cultura do gergelim. EMBRAPA, Brasília.
Informação Tecnológica, 2007. 72p.
3) BELTRÃO, N. E. de M.; FREIRE, E. C.; LIMA, E. F. Gergelim cultura no trópico
semiárido nordestino. Campina Grande: EMBRAPA - CNPA, 1994. 52 p. (EMBRAPA -
CNPA. Circular Técnica, 18).
4) BELTRÃO, N. E. M; SOUZA, J. G. de; PEREIRA, J. R.. Fitologia. In: BELTRÃO, N. E.
de M.; VIEIRA, D. J.(Ed.). O agronegócio do gergelim no Brasil. Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica;Campina Grande: Embrapa Algodão, 2001, p. 37-57.
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5) BELTRÃO, Napoleão Esberard de Macêdo (in memoriam), et al.. O Gergelim E Seu


Cultivo No Semiárido Brasileiro; Natal: IFRN, 2013. 225.p
6) Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária, Centro Nacional de Pesquisa de Algodão.
Gergelim, Recomendações Técnicas; Embrapa, 2000. Disponível em
‘https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPA200909/22604/1/Folder_gergelim
_recomendacoes_tecnicas.pdf’ Acesso 16/10/2018
7) FAO (Food and Agriculture Organization Of The United Nations). 2005. Economics and
Statistics.
8) MAZZANI, B. Investigación y Tecnología de Cultivo del Ajonjolí en Venezuela.
Caracas: Conicit, 1999. 115p. (Edición Del Consejo Nacional de Investigaciones
Científicas y Tecnológicas).
9) QUEIROGA, V.P; ARRIEL, N.C. & SILVA, O.R.F; Tecnologias Para O Agronegócio
Do Gergelim/ Embrapa Algodão (Campina Grande, PB). 1º ed. 2010. 264p.
10) QUEIROGA, V.P.; GONDIM, T.M.S.; VALE, D.G.; PE. GEREON, H.G.M.; MOURA,
J.A.; SILVA, P.J.; SOUZA FILHO, J.F. Produção de Gergelim Orgânico nas
Comunidades de Produtores Familiares de São Francisco De Assis Do Piauí.
EMBRAPA-CNPA, Campina Grande, 2008. 127p

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