Biografia de Constantino

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Cronologia[editar código-fonte]

Ver artigo principal: Roma Antiga

Cronologia dos principais eventos históricos.[1]


Antes de Cristo[editar código-fonte]

 753 a.C.:Diz a lenda que a cidade foi fundada por Rómulo e Remo, filhos de Reia
Sílvia com o deus Marte. Usando um arado, ele desenhou os limites de Roma. No
começo, a cidade era governada por um rei.
 509 a.C.: A cidade se dividia entre os patrícios e plebeus. Uma revolta
patrícia depôs o rei Tarquínio, o Soberbo, último rei de origem etrusca) e a monarquia
acabou. Início da República Romana. Os etruscos começam a entrar em declínio.
 471 a.C.: Criação do cargo de Tribuno da Plebe.
 450 a.C.: Promulgação da Lei das XII Tábuas.
 367 a.C.: Lex Licinia Sextia - Os plebeus conseguem acesso ao cargo de cônsul.
 326 a.C.:Surgiram as primeiras grandes obras: o Circo Máximo; o primeiro
aqueduto, que distribuía água para toda a cidade, e a Via Ápia, uma grande estrada
que permitia a movimentação de tropas.
 275 a.C.:Começou o período de conquistas. Roma dominou as cidades gregas do
sul da península Itálica, dominando-a por inteiro.
 218 a.C.:O maior inimigo de Roma, a cidade de Cartago, do norte da África,
invadiu a península Itálica. O comandante Aníbal venceu três grandes batalhas.
 149 a.C.:Depois de ocupar a Península Ibérica e derrotar Aníbal, Roma destruiu
Cartago. A cidade ficou em ruínas. No mesmo ano, as tropas romanas conquistaram
aGrécia. Em 133 a.C., assumiu o controle total do mar Mediterrâneo.
 104 a.C.: Consulado de Caio Mário.
 81 a.C.: Ditadura de Sila
 73 a.C.: O gladiador Espártaco liderou uma rebelião de escravos, que construíram
uma vila aos pés do monte Vesúvio. Ele venceu o exército romano sete vezes, antes
de ser derrotado.
 63 a.C.: Roma passou a controlar Jerusalém, ao anexar a Palestina, conhecida a
partir de então como a província da Judeia.
 59 a.C.:Dois generais inimigos Júlio César e Pompeu se uniram ao rico
comerciante Marco Licínio Crasso e passaram a chefiar o governo - Primeiro
Triunvirato.
 49 a.C.:Quando Crasso morreu, os dois generais entraram em guerra. César
venceu e se declarou ditador.
 47 a.C.: César invadiu o Egipto e proclamou Cleópatra como rainha.
 45 a.C.:O ditador contratou o astrônomo egípcio Sosígenes para criar um novo
calendário de 12 meses (calendário Juliano).
 44 a.C.: César foi assassinado por um complô do senado, liderado por seu
sobrinho e filho adotivo Bruto. Ao descobrir a conspiração, ele teria dito ao traidor a
famosa frase: "Até tu, Bruto, meu filho?"
 43 a.C.: Segundo Triunvirato
 31 a.C.: Eleito seu sucessor, Otaviano lutou contra os generais romanos para
assumir o poder.
 30 a.C.: Derrotada em seu complô ao lado de Marco Antônio para derrotar
Otaviano. Cleópatra cometeu suicídio e o Egipto foi anexado ao Império Romano.
 27 a.C.: Em 27 a.C., Otaviano recebeu o título de Augusto. Nos 41 anos de seu
reinado, Otaviano acabou com um século de conflitos e iniciou um período de 200
anos de paz e prosperidade, a chamada Pax Romana. Data convencionada pelos
historiadores como início do Império Romano.
 Ano 1: Jesus nasceu em Belém, na Judéia. Nesta época, o império tinha cinco
milhões de habitantes.
Depois de Cristo[editar código-fonte]

 33: Morre Jesus Cristo em Jerusalém, crucificado;


 37: Com a morte do imperador Tibério, assumiu em seu lugar Calígula. Ele
nomeou seu cavalo Incitatus senador do império e mandou esculpir sua própria
cabeça em todas as estátuas de deuses de Roma. Foi assassinado quatro anos
depois.
 64: Incêndio de Roma. Uma das versões sobre as causas do incêndio aponta o
próprio imperador Nero, que culpou os cristãos.
 70: O imperador Tito destruiu Jerusalém. Os judeus fugiram e se espalharam para
a Armênia, o Iraque, o Irã, o Egito, a península Itálica, a Grécia e a península Ibérica.
OSegundo Templo foi destruído.
 24/8/79: O vulcão Vesúvio entrou em erupção e soterrou as cidades
de Pompeia e Herculano durante o reinado de Tito.
 117: Sob o governo de Trajano, Roma conquistou a Britânia e alcançou sua maior
extensão territorial, englobando o sul da Europa, o Mediterrâneo, o Egito, o Norte da
África, a Gália, parte da Germânia, Mesopotâmia e
atuais Bulgária, Romênia, Grécia e Turquia. Ver província romana.
 126: Sob o governo de Adriano foi concluída a muralha, entre a Britânia e o
território dos pictos, um pouco ao sul da atual fronteira entre Inglaterra e Escócia.
 193-285: Crise do século terceiro.
 212: O imperador Caracala fez a Constitutio Antoniniana (também conhecida
como Édito de Caracalla, ou Édito de 212, na qual concedia a cidadania romana a
todos os habitantes livres do império.
 303:Com o número de cristãos atingindo 15 milhões dos 60 milhões de habitantes
de império: 25% da população escrava, plebeia e até parte da elite sobretudo em
Roma, partes da África e da Ásia, Diocleciano (último imperador pagão) promoveu
uma nova grande perseguição.
 313: Com o Édito de Milão, o imperador Constantino I acabou com a perseguição
aos cristãos e declarou que o império não tem mais uma religião oficial.
 330: O imperador Constantino I reconstruiu a cidade grega de Bizâncio
(atual Istambul), como uma "Nova Roma". A cidade passou a ser conhecida
como Constantinopla.
 337: Depois da morte de Constantino, seus três filhos governaram o império a
partir de Constantinopla, Augusta dos Tréveros (atual Tréveris)
e Mediolano (atual Milão).
 395: Morte do imperador Teodósio I, último a governar o império unificado. Seus
filhos Flávio Augusto Honório e Arcádio, governaram respectivamente o Império
Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.
 410: Saque de Roma pelos visigodos.
 452: Liderado por Átila, os hunos invadiram a península Itálica, mas não chegaram
a Roma.
 455: Os vândalos, germanos que migraram para o sul, instalados no norte da
África (actuais Líbia, Marrocos e Tunísia), saquearam Roma.
 476: Odoacro, líder dos bárbaros germânicos Hérulos derrubou Rômulo Augusto, o
último imperador romano, então com 15 anos de idade. Os historiadores em geral
consideram este evento como o fim do Império Romano do Ocidente e o início
da Idade Média. O Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla, ainda
duraria quase mil anos, até 1453.
 846: No auge da decadência, a cidade de Roma ficou com apenas 30 mil
habitantes. Hoje tem 2,5 milhões de pessoas.
 1453: Os turcos otomanos (povos de origem nómade da Ásia Central)
invadiram Constantinopla (actual Istambul) e derrubaram o Império Romano do
Oriente ou Império Bizantino.

DIOCLECIANO IMPERADOR ROMANO

Ascensão ao poder[editar código-fonte]


A ascensão de Diocleciano ao poder se tornou possível com a morte de Caro e dos
possíveis herdeiros do trono, principalmente os filhos
desse imperador, Carino eNumeriano.[12] Entre a morte de Caro, no verão de 283,[1] e a
proclamação de Diocleciano, o qual era comandante da escolta imperial (domesticos
regens) até então,[1] comoimperador, diversos eventos relativos à detenção do poder
imperial se desenrolaram.

A morte de Caro ocorre depois da captura de Ctesifonte, numa incursão em território


persa, e o relatório oficial alega que ele tenha sido morto por um relâmpago, mas acredita-
se que isso seja uma tentativa de esconder uma morte comum, por doença ou pela mão
de rivais, por exemplo.[13] O assassinato de Numeriano, que já havia sido
nomeadoCésar por seu pai,[13] ocorre no início de novembro de 284 pelas mãos de Aper,
[1]
 seu sogro e prefeito pretoriano, o qual era responsável, junto com seu genro e a corte
imperial, pela administração do leste do império,[13] eliminando o primeiro dos possíveis
sucessores de Caro. Foi com a descoberta desse assassinato que o oficial da guarda
Diocleciano foi escolhido para conduzir o exército romano.[3] Já no início de 285, há o
assassinato de outro pretendente ao trono: Juliano, morto por Carino em Verona.[8] O
último, Carino, foi morto antes mesmo de maio por suas próprias tropas na batalha do rio
Margus, na Moésia, contra Diocleciano.[8]

Reformas administrativas[editar código-fonte]


O imperador empreendeu diversas reformas administrativas, as quais devem ser
entendidas no seu contexto histórico, que tem sido reconstruído sob diversas perspectivas
pelos diferentes pesquisadores da área.
Crise do século III[editar código-fonte]
Por longo tempo muitos estudiosos do Alto Império Romano costumeiramente
identificaram a dinastia dos Antoninos como o ápice do sistema político imperial. [14] Essa
proposição levou a interpretação de que os governos que se seguiram contribuíram
fortemente para a instauração de uma crise ou período de decadência do Império. Nesse
sentido, a dinastia dos Severos, por terem sucedido os Antoninos, foi reiteradas vezes tida
como responsável pelas várias crises que ocorreram na passagem do Século II para
oSéculo III. O fim da dinastia severiana levou a historiografia a classificar como “Anarquia
Militar”, “Crise do terceiro século” ou “Período dos Imperadores – Soldados” o período em
que vários governos após a dinastia severiana entre 235 e 284 d.C. [14]

A dinastia severiana, devido a sua ligação com elementos militares para a manutenção de
seu poder, é muitas vezes vista pela historiografia  como os responsáveis pela criação de
uma “Monarquia Militar” na passagem do século III para o IV d.C. Esse seria o momento
em que a crise, que marcaria os governos do Século VI d.C., teria tido início. Nesse
sentido, os Severos, por se preocuparem apenas com o apoio dos soldados, teriam se
afastado da positiva forma de governo adotada pelos Antoninos, que preocupavam-se em
conseguir apoio junto a outras camadas da sociedade. Dessa forma, os governos
posteriores ao assassinato de Caracala, último imperador da dinastia severiana, são
apresentados como governos marcados por sérias dificuldades, como o aumento da
inflação, a impossibilidade de manutenção da segurança nas fronteiras e
descontentamento das legiões. Em 235 d.C., Maximino, ao proclamar-se imperador após
assassinar Severo Alexandre e sua mãe, inicia o período conhecido como  Crise do Século
III , que se estendeu até 284 d.C., quando Diocleciano chegou ao poder. [15]

Essa imagem de crise e decadência instaurada no século III vem sendo reiteradas vezes
contestada pelos estudos mais recentes sobre o período. Os historiadores que defendem a
tese da não crise apresentam dois motivos principais para a não existência dela o primeiro
deles é que, apesar das mudanças estruturais ocorridas ao longo desse período, manteve-
se um sistema político-econômico estável ao longo de todo o Império e, depois, a ideia de
crise não era um consenso entre os habitantes das diferentes regiões do vasto império.

Existem evidências que entre os séculos II e IV fatores como poder imperial, cultura
literária da elite e os modos de vida no interno das cidades e áreas rurais, permanecerem
inabaláveis.  O sistema imperial como um todo não foi perturbado, apesar das turbulências
político-militares.[16] Por outro lado, os problemas com exército, inflação, política e até
mesmo a substituição da mão de obra escrava também ocorreram nos séculos II e IV,
[17]
 por isso a ideia de crise não poderia ser restrita apenas ao século III, ela foi
característica de um longo período.

A ideia de crise também não era um consenso na época, visto que a maior parte da
população não tinha essa noção, sendo algo mais restrito aos políticos, soldados e
pessoas que vivam nas áreas de fronteiras, onde ocorreram diversas invasões. [18] Um
modelo histórico tão geral não tem como dar conta de explicar toda a complexidade e as
situações individuais que marcaram um Império tão vasto como o romano [19]. Outro ponto
que corrobora esse argumento é o fato de que algumas regiões do Império, como a
província do Egito e outras regiões do norte da África, apresentaram crescimento
econômico e não teriam sido afetadas pelas ameaças militares. [20]
Dominato[editar código-fonte]
Ver artigo principal: Dominato

O Dominato ou o Baixo Império Romano é uma forma de governo que se inicia, grosso
modo, com a ascensão de Diocleciano, em 284 d.C, se estendendo até a deposição
deRômulo Augusto, em 476. É caracterizado como responsável pelo restabelecimento da
ordem, na qual o Estado romano com a intenção de manter a unidade imperial realizou
uma série de medidas, empreendendo amplas reformas no setor público, como as
instituídas por Diocleciano e Constantino, criadores dessa forma de governo.[21]

Diocleciano reorganizou a administração imperial com a criação da Tetrarquia, sistema de


governo baseado na divisão administrativa entre quatro titulares, melhorando a gestão e a
defesa do território romano a fim de manter a unidade imperial. Na administração pública,
a institucionalização do Dominato levou a uma forte burocratização do aparato
administrativo, devido a hierarquização e especialização de funções e cargos pela
separação de tarefas e delimitação de competências dos funcionários públicos.
Ideologicamente, o Dominato é marcado pela aproximação mítico-religiosa feita pelos
imperadores, de forma que tudo que os cercava era tido como sagrado, afirmando o direito
divino dos soberanos e reforçando a influência oriental, helenística e persa,
principalmente. Diocleciano e Maximiano, por exemplo, eram investidos, respectivamente,
pelos Jóvio, ou Júpiter, e Hercúlio, remetendo-os a uma origem divina.[22]

Para restaurar a ordem, os imperadores tiveram que se valer de discursos que realçavam
seus atributos heroicos que, quando inseridos no contexto pós Anarquia Militar e aliados
ao ritual de divinização do imperador, encontravam na justificativa teológica, ou seja, na
pressuposição de que o imperador governa por um direito dado pelos deuses, a explicação
para constituição do poder em torno Dominus, ou senhor.[23]
O Dominato e as teorias sobre o fim do Império Romano[editar código-fonte]

O Dominato foi marcado pelo estigma do declínio, da queda, da ruína ou do esgotamento


do Império Romano. Com isso, é bastante comum a interpretação de que o Império
Romano, nessa época, encontrava sérios problemas para a manutenção política,
econômica e cultural com o avanço da inflação, invasões e a constante rotatividade de
Imperadores. A dificuldade de análise do Dominato levou a formação de três propostas
principais para o entendimento do período. [24]

A primeira proposta aborda uma explicação de caráter político, que atribui valor negativo
ao Estado no Baixo Império, utilizando como base o argumento de que o poder imperial
não teria entrado em sintonia com os anseios da sociedade do seu tempo. Dentro dessa
perspectiva, muitos autores afirmam que o aumento da fiscalização, da burocracia e do
exército, a fim de manter a unidade imperial, culminou na derrocada do Império. Dessa
forma, o Estado Romano teria se afastado de características tidas como essenciais, como
o ideal de cidadania, a centralidade do Senado e as tradições pagãs. [25]

A segunda proposta insere-se nas explicações de caráter materialista, que usam como
base o argumento de que as transformações na estrutura político-ideológica do Baixo
Império estão ligadas ao modo de produção escravista, que entrou em declínio após o
encerramento das fronteiras imperiais depois de Trajano, impossibilitando a manutenção
do sistema econômico devido a escassez de mão-de-obra. [26]

Por fim, dentro da terceira proposta estão os autores que adotam uma interpretação de
caráter culturalista do final do Mundo Antigo, enfatizando o conceito de Antiguidade Tardia.
O conceito é a reinterpretação sob uma nova perspectiva daquilo que convencionalmente
chamou-se de “decadência” do Império Romano, evidenciando acontecimentos e/ou
aspectos da sociedade romana que, até então, eram tratados como secundários ou não
relevantes, como por exemplo, as vestimentas e as transformações arquitetônicas,
manifestações que contribuíram com as mudanças políticas e econômicas do império. [27]
Diarquia[editar código-fonte]
Ver artigo principal: Diarquia

A Diarquia é um sistema de governo pautado na divisão administrativa entre dois titulares.


No governo de Diocleciano, a Diarquia se inicia no momento da nomeação
deMaximiano ao posto de César.[28]

Entre os anos de 285 e 286, Diocleciano inicia uma série de reformas que visam
restauração da ordem no Império Romano. Ocorre, inicialmente, a instalação da Diarquia e
posteriormente, Diocleciano adota algumas medidas como a reformulação da anona
(imposto sobre a produção agrícola); fortalecimento dos curiales; e fixação dos agricultores
às suas terras, sem que tivessem o direito de se retirar delas, apenas podendo transmiti-
las aos seus descendentes. Essas medidas acabaram por levantar questões sobre o
excesso de arbitrariedade de Diocleciano, pois instituíam um sistema de classes
viabilizando o imobilismo da estrutura econômica do Império. Não demorou muito para que
aDiarquia fosse ampliada para a Tetrarquia, a partir da nomeação
de Maximiano a Augusto e a eleição de Galério e Constâncio Cloro como Césares.[28]
Tetrarquia[editar código-fonte]
Ver artigo principal: Tetrarquia

As 12 dioceses na nova divisão tetrárquica do Império Romano implantada por Diocleciano por volta


de 300 d.C.

A Tetrarquia foi um sistema de governo baseado na divisão administrativa imperial entre


quatro titulares, marcado pela adoção de amplas reformas no setor público as quais,
visavam a restauração e reorganização do Estado e a manutenção do exército, não
obstante, dentro da Tetrarquia ocorre a aproximação mítico-religiosa com o sistema
imperial, consagrando a autoridade do Augusto sênior.[29]

A vitória militar de Maximiano sobre os rebeldes bagaudas levou, Diocleciano a investi-lo


com o título deAugusto a fim de evitar que Maximiano se tornasse um usurpador em
potencial. Galério e Constâncio Cloro foram eleitos a César após se casarem com as filhas
de Diocleciano e Maximiano, respectivamente. Dessa forma, era constituída uma aliança
política através da aliança familiar, composta por dois Augustos e dois Césares, num
sistema que se convencionou chamar de Tetrarquia. Dentro desse sistema a defesa e a
administração do império foi dividida entre cada um dos quatro membros, de forma que
cada membro possuía sua própria capital. Diocleciano ficou responsável pelo Oriente e o
Egito, Galério ficou responsável pela Grécia e as pelas províncias
danubianas, Maximianopela Itália e a África e Constâncio pelas províncias ocidentais e
Alpes Gálicos, sendo que a unidade do colégio imperial era mantida por Diocleciano,
enquanto Augusto sênior que se intitulou de Jóvio, ouJúpter, comparando-se às próprias
divindades, legitimando seu poder a partir da justificativa teológica que consistia segundo
os pagãos, a uma assistência prestada pelos deuses aos imperadores, garantindo na terra
a reprodução da ordem divina.[30]

A criação da Tetrarquia em conjunto com outras medidas adotadas no período levou a um


processo de burocratização da administração pública, pela separação e especialização
dos cargos e tarefas administrativas, se estendendo também às reformas realizadas no
exército como a separação das carreiras civil e militar e o crescente aumento do seu
efetivo.[31]

Reformas econômicas[editar código-fonte]

Édito Máximo

Quando Diocleciano assumiu o poder como imperador, junto ele assumiu todos os


problemas econômicos do império, então durante seu governo ele tomou várias medidas
para estabilizar a economia. Dentre estas medidas estão à reforma feita na cobrança de
impostos e a maneira como eles seriam cobrados, que contava com um censo para saber
com quanto cada cidadão poderia contribuir. Também fez uma mudança
na cunhagem das moedas, organizou a sua produção para tentar resolver a instabilidade
da economia e dar novamente valor para as moedas do império. Além destas, houve
também a emissão do Edito de Preço Máximo, que estabelecia um preço máximo e fixo
para todos os produtos, na intenção de estabilizar a inflação.[32][33]
Reformas fiscais[editar código-fonte]
O Império Romano vinha de uma falta de organização na taxação dos produtos e cobrança
dos impostos, além de receber o império já com uma inflação muito alta e com a
sua moeda valendo muito pouco. Pensando nisso, Diocleciano decidiu fazer algumas
alterações no sistema de impostos, que nesta época eram necessários não somente para
o uso geral do império, como também para cobrir os custos e gastos com o contingente
militar de Diocleciano [34]

Ele enviou então agentes para analisar todos os produtos e a quantidade que
cada cidadão produzia, para com isso fazer um recenseamento e assim saber quanto cada
um produzia e com quanto cada um poderia ajudar. Esta avaliação era feita através de
uma análise de bens (caput) e da terra (iuga), no qual o preço a ser pago dependeria do
tamanho da terra, dos animais, da quantidade de trabalhadores que ali exerciam sua
função.[33] Mas mais um problema precisava ser solucionado para que este novo método
de impostos funcionasse, o modo de pagamento. Como a moeda romana vinha passando
por uma grande desvalorização, Diocleciano decidiu a forma de pagamento dos impostos,
que não seriam mais feitos com dinheiro, mas com produtos. Uma lista das necessidades
era gerada e cada cidadão pagaria com o que poderia e com a quantia que lhe cabia,
dependendo do resultado do recenseamento. [35]

Outra reforma de Diocleciano dizia respeito à proibição de abandono por parte dos colonos
agricultores e arrendatários das terras que cultivavam. Os trabalhadores urbanos também
deveriam passar seus ensinamentos para seus filhos, mantendo assim uma estabilização
na demanda e produção.[5]
Reforma na cunhagem[editar código-fonte]
As moedas do império chegaram ao comando de Diocleciano valendo muito pouco. Então
Diocleciano fez uma reforma nas moedas e suas formas de cunhagem. Em 294, ele
reorganizou as casas de cunhagens romanas, que na época eram muitas e espalhadas
por várias províncias, o que dificultava ainda mais o processo de fiscalização. Criou então
algumas casas principais, nas principais cidades do império para que se tivesse um
padrão de qualidade nas moedas. Ele inseriu então três moedas as de ouro (áureo),
serviam para realizar apenas os pagamentos militares, as moedas de prata (argento) e as
moedas de bronze (denário) que seriam usadas para as transações menores e
corriqueiras.[5][36][37]

Essas moedas foram implantadas não somente para revigorar a economia romana, mas
também traziam em seu corpo desenhos que representavam a riqueza do império e
também ajudavam na construção da imagem de legitimidade do imperador. Muitas dessas
moedas cunhadas possuíam imagens de Diocleciano de um lado e de Júpiter do outro ou
então Maximiano e Hércules. Essas associações divinas representavam a
aprovação divina e além de legitimar o poder tanto de Diocleciano quanto
de Maximiano contribuiu para que durante grande parte da Tetrarquia fossem
considerados filhos desses deuses.[38]
Moedas com a efígie de Diocleciano[editar código-fonte]
Alguns exemplos de moedas com a efígie do imperador Diocleciano:

 

Edito Máximo - 301 d.C.[editar código-fonte]


O Império Romano passava por uma grande inflação devido a total desvalorização
das moedas locais, para isso junto com a reorganização das casas de cunhagem,
Diocleciano lançou um Edito para tentar contornar esta situação. Um edito era a maneira
com a qual o imperador fazia para se comunicar com todo o resto da população, dando
avisos e ditando leis, estas ficavam geralmente expostas em lojas e centros de mercados,
onde a maioria das pessoas teria acesso para ler. [39]

O Edito Máximo tinha como premissa fixar o preço máximo que um produto poderia ser
vendido. Se algum comerciante, vendedor ou produtor quisesse vender seus produtos por
um preço menor, nada o impediria disso, ele estava apenas não poderia vender seus
produtos por preços maiores que os ditados pelo edito. Caso alguém vendesse por preços
maiores que os propostos, seria condenado a pena capital, a mesma atribuída para crimes
como o estupro de uma Vestal e traição. Um dos produtos incluídos dentro do edito foi
a seda de cor púrpura. A única pessoa capaz de obter esse tipo de mercadoria seria o
próprio imperador. Com base nisso muitos estudiosos tendem a acreditar que esse ato
serviria para mostrar para a população que o imperador seguiria os mesmos padrões dos
demais habitantes do império.[40]

Porém, sua única função não foi estabilizar a economia romana, mas também para
confirmar o poder e controle de Diocleciano sobre a economia. Se o édito conseguisse
estabilizar a economia, Diocleciano continuaria no comando do império. Para isso, na
introdução escrita por ele mesmo para o edito alega que muitas outras vezes na história do
império, outros imperadores já haviam usado editos para tentar resolver questões
pertinentes. Além disso, Diocleciano alega ao povo que a culpa estava nos mercadores
que por causa da ganância, causaram este grande problema. [41]

Existem dúvidas acerca da abrangência geográfica do edito. Pelo fato de não se ter


encontrado evidências sobre o edito no lado Ocidental do Império, muitos pesquisadores
acreditam que ele tenha sido promulgado somente para o Império Oriental. Mas é
necessário levar em conta que as cartas, editos e/ou mensagens demoravam muito tempo
para chegarem de um lado do império até o outro. Outro fator que deve ser considerado é
o fato que em 303 d.C., dois anos após a emissão do Edito Máximo, Diocleciano
promulgou também o Edito Contra os Cristãos, que fez com que Diocleciano tivesse sua
atenção voltada muito mais para os cristãos, dando assim muito mais importância para a
perseguição a eles.[42]

A Grande Perseguição[editar código-fonte]


Ver artigo principal: Perseguição de Diocleciano

Desde o século I, os cristãos praticavam sua religião no território romano, mas não
reconheciam a divindade do imperador, logo, foram considerados praticantes de uma
religião transgressora, que desconsiderava a moralidade. [43] O cristianismo estava
disseminado pelo Império Romano, exercendo sua religião ilícita e tomando espaço entre
os romanos, implicando nas medidas persecutórias (éditos) de Diocleciano para restaurar
a pureza moral do Império Romano, o respeito às leis romanas que promoveriam a
indulgência divina[44] e a credibilidade na divindade do Imperador. [45]

Os primeiros éditos persecutórios - promulgados em 303 - removeram cristãos de cargos


públicos e destruíram igrejas[44],  mas o que mais temiam os cristãos era o dies traditionis,
que consistia no dia da entrega das escrituras bíblicas ao império, para que estas fossem
queimadas. O medo se caracterizava, pois acreditava-se na perda do poder sacramental
que esses elementos continham.[46] Os próximos éditos lançados até 304, tornavam a vida
e o culto cristãos cada vez mais árduos, pois estabeleciam medidas como detenção de
líderes eclesiásticos e a obrigatoriedade do sacrifício aos deuses pagãos sob pena de
execução.[46] Diferindo do tetrarca Galério, Diocleciano não era favorável ao assassínio,
porém houve esse apelo no quarto édito.[47]

A diligência era liderada geralmente por um curador, um delegado da autoridade imperial,


que durante o governo de Diocleciano ganhou o poder para administrar a finança e a
polícia da cidade. Estes curadores eram auxiliados pelos officium publicum (secretários,
escrivães, arquivistas) para cumprir as demandas fiscais contra os cristãos, e para isso,
acredita-se que usavam de trabalhadores braçais para o transporte dos bens adquiridos
das igrejas.[48]

Após a abdicação de Diocleciano e Maximiano, em 305, a perseguição não se manteve no


império ocidental. No oriente, em 311 d.C, Galério, enfermo, promulgou sua retratação,
permitindo os cristãos a retomarem sua religião e seus lugares de culto. Galério ainda
pediu que rezassem pela saúde dos imperadores e da res publica.[47]

O Edito de Galério, em 311, cessou oficialmente a perseguição, tornou o Deus dos cristãos
umas da divindades patrona do Império e ajudou na consolidação das relações do
cristianismo com o poder imperial. Entretanto, a perseguição no oriente se manteve sob a
jurisdição de Maximino Daia, um César sobrinho de Galério.[47]
Desde meados dos século III, as ações persecutórias financiadas pelo poderio imperial
romano podem ser compreendidas como globais. Por meio de éditos imperiais, buscava-
se a legislação sobre uma unidade normativa de culto que tinha por objetivo manter a pax
deorum (“paz dos deuses”).[49]

Batalhas travadas durante seu governo[editar código-fonte]


Além da vitória contra Carino na batalha do rio Margo no início de 285,[8] outras batalhas
foram travadas antecedendo formação da diarquia. Dentre essas, destacam-se as ações
de Maximiano na Gália contra os bagaudas, bandoleiros rurais descontentes com a
tributação pesada, em 285[50] e as ações contra as invasões feitas por coalizões tribais
(incluindo burgúndios/alamanos e caibões/hérulos) através do Reno entre 287 e 288.[51] A
visão de Eutrópio, segundo a qual Maximiano não teve problemas em controlar as revoltas
desse campesinato, é questionada pelos pesquisadores. [50] Há também a incursão
de Maximiano atravessando o Reno em direção a Alemanha após a inauguração de
seu consulado na cidade de Tréveris ser interrompida por ataques bárbaros em 287, essa
já posterior a sua nomeação,[52] e as campanhas de Diocleciano contra os Sármatasem
285.[53]

Ao auxiliar, em 287, o rei persa Vararanes II, neto de Sapor I, o qual passava por


problemas internos causados pela revolta de seu irmão Hormisda, Diocleciano foi capaz
de restaurar o trono da Armênia ao cliente romano Tirídates III e, possivelmente,
a Mesopotâmia, que havia sido cedida por Roma. Isso faz com que, em 290, Diocleciano
reclame o título de Pérsico Máximo para si. É possível que ele tenha fortificado Circésio
nessa ocasião para fortalecer as defesas de Roma contra o perigo persa na Síria.
Fortificações também foram feitas em 288 no Egito, em Hieracômpolis. Ainda em 288,
Diocleciano retorna ao Ocidente e protagoniza uma campanha na Récia, após a qual se
encontrou comMaximiano, que parte para a fronteira do Danúbio para lutar contra
os Sármatas em 289. As últimas campanhas de Diocleciano antes da formação
da tetrarquia ocorrem em 290 contra os Sarracenos na Síria.[53]

Após a nomeação dos Césares e a formação da tetrarquia em 293, Diocleciano


e Galério partem para Bizâncio ainda no começo do ano, durante a primavera. Entre o final
de 293 e o começo de 294, o imperador retorna a Sirmio e obtém uma vitória contra
os Sármatas nas planícies húngaras, obtendo o título de Sarmático Máximo. Enquanto
isso,Galério se encontra no Egito devido a uma revolta na região de Coptos, conflito
resolvido com sucesso por ele. Diocleciano, em 295 ou 296, desce o Danúbio numa
importante campanha contra os Carpos, resultando numa grande migração de tribais para
dentro da Panônia.[11]
Combate à Revolta Carausiana[editar código-fonte]
Ver artigo principal: Revolta de Caráusio

Ao deixar a Gália no inverno de 285 e se dirigir a Milão, Maximiano delegou a um de seus


oficiais, Caráusio, um comando naval baseado em Bolonha para que lidasse com
piratas francos e saxões na costa gaulesa, mas desconfiando do enriquecimento suspeito
dele, ordenou sua execução, provocando uma reação maior ainda. Em
286, Britânia eGália declaram seu apoio a ele, dando início à Revolta Carausiana.[51]

Maximiano provavelmente já tinha começado a construção de uma frota para lidar a


revolta em 287 e delegado a seus subordinados que lidassem com os francos no estuário
doReno, o que levou à restauração do reinado do franco Genobudes na região
de Tréveris. Entre esses subordinados, a principal figura era Flávio Constâncio, que havia
servido como tribuno militar e governador da Dalmácia. Ele seria, posteriormente, um
dos tetrarcas responsável pelo Império Romano.[51]

Caráusio passa a se denominar cônsul a partir de 287 e investe na cunhagem como


instrumento de legitimação, reclamando a lealdade dos legionários britânicos e
eventualmente afirmando colegialidade com os imperadores legítimos, reivindicação essa
que nunca foi reconhecida. Em 280 ou 290, há uma tentativa falha de Maximiano em pôr
fim à Revolta de Caráusio, mas Constâncio deu início, em 293, a ações para resolver esse
problema. Seu primeiro passo foi sitiar Bolonha, a qual Caráusio ainda controlava,
construindo um porto que impedisse os sitiados de fugir pelo mar e também de receber
auxílio da frota de Caráusio. Bolonha caiu facilmente perante Constâncio, que começou a
construção de uma frota para invadir a Britânia.[54]

O segundo comandante de Caráusio, Aleto, possivelmente após Constâncio tentar invadir


a Britânia pela primeira vez, tira sua vida e segue com o controle da Britânia até as ser
surpreendido por duas ofensivas frentes navais, sendo a que partiu
de Bolonha comandada por Constâncio e a que partiu da foz do Sena comandada
por Júlio Asclepiodoto, o prefeito pretoriano.  A morte de Aleto marcou o fim da revolta e
teve ação decisiva de Asclepiodoto. É possível que Constâncio tenha sido forçado a voltar
à Gália por uma tempestade temporariamente e só tenha alcançado a Britânia quando a
principal batalha já estivesse terminada. [55]
Conflito com a Pérsia[editar código-fonte]
Ver artigo principal: Guerras romano-persas

O conflito persa, iniciado em 296 com a ascensão do rei persa Narses em 294, será o
principal evento na parte oriental do Império Romano no período. Essa guerra, apesar da
falta de detalhes conhecidos pelos historiadores, foi empreendida, segundo narra Eutrópio,
em duas campanhas, das quais a primeira foi perdida por Galério nas proximidades de
Calínico, obrigando-o a se retirar para a Antioquia. Enquanto isso, Maximiano, após uma
esperada vitória na Britânia, saía em campanha pela Espanha em seu caminho para
a África, onde era necessário para conter a rebelião das tribos mouras Quinquegentianos.
A guerra contra os persas é retomada com a chegada de Diocleciano e reforços em 297 /
298. Galério estabeleceu uma base em Satala, na Armênia, e foi capaz de
derrotar Narses. O César avançou para a Média e Adiabena, dominou Nísibis e seguiu
paraCtesifonte, que foi capturado. Em 299, um tratado de paz com os persas foi concluído.
A Armênia foi anexada ao território romano e Roma tomou o direito de indicar o rei da
Ibéria, além de deter o controle sobre territórios entre o Tigre e a Armênia.[56]
Combate à Revolta no Egito[editar código-fonte]
Diocleciano cessa seu envolvimento no conflito com os persas no início de 298 e se dirige
ao Egito para lidar com uma revolta que estourou em 297 liderada por um usurpador
nomeado Domício Domiciano, a qual durou oito meses e fez parecer com que a província
já não estivesse mais sob o controle romano. A situação é resolvida com o cerco e captura
de Alexandria. Então, Diocleciano se afasta do litoral, visitando a fronteira sul do Egito e
fortificando a ilha de Filas. Ainda em 298, ele retorna a Nísibis e, posteriormente,
à Antioquia, em 299. Ao retornar à Alexandria, em 302, o imperador ordena a execução de
líderes maniqueístas, a queima de seus livros, a execução de seus fiéis e a
desapropriação de suas terras. As últimas campanhas durante governo de Diocleciano
foram aquelas de Galério contra os Sármatas (302), Carpos (303) e Pictos (305).[57]

Abdicação e morte[editar código-fonte]


No que se refere a abdicação de Diocleciano, os registros dos meses restantes
da Tetrarquia vêm sendo questionados devido a inclusão de um diálogo literal
entre Galério e Diocleciano, feito por Lactâncio, no qual o César Galério coloca pressão
para que Diocleciano se retire do poder. Segundo Lactâncio, cujos registros são a principal
fonte, Diocleciano foi do Oeste para Roma, em 20 de Novembro de 303, para comemorar
o aniversário de vinte anos de governo (vicenália). Na mesma ocasião foi comemorado o
vigésimo ano (decenália) de reunião dos Césares, na qual Maximiano também esteve
presente. É incerto o local de presenteamento dos Césares Maximiano e Galério,
poisLactâncio em um de seus registros alegou que Galério não havia ido para Roma antes
de 307, mas ao que parece, deve ter existido alguma discussão acerca dos planos futuros
tanto entre os imperadores Diocleciano e Maximiano quanto entre os quatro comandantes.
Porém, tudo indica que a abdicação de Diocleciano e Maximiano teria sido premeditada,
pois segundo a tradição, Diocleciano teria projetado seu plano em Maximiano, fazendo - o
jurar, durante a visita em Roma, seu compromisso no templo de Júpiter Capitolino.[58]

Após o seu aniversário de vinte anos de governo (vicenália), Diocleciano deixa Roma e
assume o consulado em 1º de 304, em Ravena. Ele passou o verão na fronteira
doDanúbio no ano de 304, e sua saúde apresentava sinais de que estava ainda pior
quando chegou em Nicomédia, no dia 20 de novembro, data do seu vigésimo primeiro
aniversário de ascensão. Sua chegada em Nicomédia implicou numa série de boatos que
acabaram por contribuir para a crença de que havia morrido, tendo sido declarado luto
público, porém, foi suspendido devido à existência de outro boato que dizia o contrário.
Diocleciano só apareceu em público novamente até o dia 1º de março de 305, com os
efeitos de sua doença ainda mais aparentes.[59]

No dia 1º de maio de 305, Diocleciano convocou uma assembleia de oficiais e soldados


para se encontrar a alguns quilômetros de Nicomédia, no qual ele entregou uma carta em
que se dizia velho e doente para comandar o império e que deveriam confiar este cargo
para alguém mais jovem. Após esse ato, Maximiano se afastou do seu cargo, e
Diocleciano foi para o palácio que havia construído em Split na costa de Dalmácia, local
onde mantinha uma vida fora dos problemas relacionados ao império como mostra uma
conferência em Carnuntum em 308, em que ele se recusou a tomar qualquer decisão em
relação a políticas imperiais futuras. Diocleciano morreu de uma maneira incerta, suicídio
ou doenças podem ter sido as causas, os anos estipulados são 311 e 312. [4]

307 a 22 Constanti GAIVS FLAVIVS IMPERATOR CAESAR 307: Germanicus


de VALERIVSCONSTAN FLAVIVS CONSTANTIN Maximus; 312:
Maio de  no TINVS VSPIVS FELIX INVICTVS Maximus; 323:
337 Naisso, M AVGVSTVS PONTIFEX Sarmaticus
MAXIMVS PATER Maximus; 324:
ésia PATRIAE PROCONSVL Victor substituindoInvict
Superior us; 328: Gothicus
Maximus; 336:Dacicus
Maximus

Constantino e o Cristianismo

Constantino I ou Constantino, o
Grande (272-337), entrou para a história romana como o primeiro imperador
romano a se converter ao Cristianismo. Contudo fica em aberto a seguinte
questão, será que ele teria feito isso por pura devoção ou fora uma jogada política?
Constantino antes de se tornar cristão, era um homem devoto inicialmente ao culto
dos deuses romanos, ele próprio se comparava como sendo descendente do
herói Héracles (Hércules), posteriormente em suas campanhas militares no
Oriente tiveracontato com o culto do Deus Sol Invictus, ligado
aoMitraísmo. Contudo sua aparente devoção ao deus dos cristãos só viria no ano
de 312, quando este estava prestes a travar uma dura batalha contra o
imperador Maxêncio. Nesta época o império romano estava dividido em porção
Ocidental e Oriental, assim havia um governo com dois imperadores e dois césares
(seus sucessores), no final eram quatro líderes que comandavam o império, algo
que não se mostrou tão viável assim. O projeto de uma tetrarquia havia sido
concebido poucos anos antes, pelo imperador Diocleciano o qual havia governado
de 284 a 305. Diocleciano fora o responsável por reestruturar o império o qual se
encontrava em crise e uma de suas medidas fora sua redivisão territorial em duas
metades, a criação de novas províncias, dioceses (aqui diocese refere-se a uma
organização administrava a qual fora adotada pela Igreja Católica posteriormente),
etc.

Assim, após ter abicado do trono em 305 juntamente com Maximiano, imperador


do Ocidente, Diocleciano deixou como sucessor Constâncio Cloro (250-306), pai
de Constantino. Constâncio tinha como césar, Galério e no Oriente o sucessor de
Maximiano fora Maxêncio e o seu césar Lícinio. Constâncio morrera em campanha
militar na Bretanha, então seu filho, Constantino fora eleito pelo seu próprio
exército sucessor direto de seu pai, indo de encontro ao direito de sucessão deixado
para Galério, fato este que o imperador do Oriente Maxêncio não reconheceu
Constantino como novo augusto (nome dado ao imperador nessa época) do
Ocidente, assim uma guerra entre os quatro monarcas se iniciou.

Oficialmente Galério era o imperador do Ocidente, mas tivera que disputar seu
poder com Constantino. Em 311, Galério morrereu e Constantino assumiu o cargo
de imperador, contudo Maxêncio ainda não o aceitava como novo monarca. No ano
de 312 na noite anterior a Batalha da Ponte Milvio contra as forças de Maxêncio,
Constantino tivera um sonho no qual aparecia uma cruz, e nesta estava grafado a
seguinte frase: In hoc signo vinces (sob este signo vencerás), com isso antes da
batalha começar Constantino ordenou que os seus soldados pintassem o tal símbolo
cristão, o lábaro em seus escudos, e de certa forma isso acabou lhe trazendo
sorte, e eles venceram a batalha. Outras versões dizem que não fora um sonho,
mas sim uma visão. Constantino andando pelo acampamento teria visto uma cruz
no céu. Alguns historiadores sugerem que ele teria visto um meteoro ou estrela
cadente e considerado como um presságio divino.

O lábaro ou cristograma de Constantino. Símbolo no qual o imperador teria visto em um sonho. Existem
outros tipos de cristograma.
Depois desta vitória, Constantino mostrou interesse em se converter ao
Cristianismo. Vendo deste ponto pode se dizer que fora um ato de devoção, o qual
viria a se reafirmar e a se fortificar quando em 313, Constantino juntamente com
Lícinio o novo imperador do Oriente, assinaram o Édito de Milão, no qual proibia-
se a perseguição aos cristãos, e legaliza o culto do Cristianismo pelos povos do
império. Contudo, tanto Lícinio como outros membros da elite romana ainda se
mantiveram ligados as antigas tradições e não enxergaram com bons olhos tal lei.

De qualquer forma, Constantino passou a ser bem quisto pelos cristãos, isso não
terminaria por aí, ele ainda era um homem que possuía outras ambições. Nos anos
seguintes Constantino governou conjuntamente com Lícinio até ordenar a morte
deste em 324, e finalmente passar a ser regente único. Nesse meio tempo, Lícinio
havia se tornado cunhado de Constantino, por ter se casado com uma de suas
irmãs, mesmo assim isso não impediu que ele ordenasse a morte do cunhado. Além
deste crime, Constantino também é acusado de ter ordenado a morte de um dos
filhos e de uma das esposas, sobre o acusações de traição e conspiração, de toda
forma, mesmo com as mãos sujas de sangue, ele se mantivera como um líder
importante.

Em 325 ocorreu sob a organização e convocação do imperador o Concílio


de Niceia, o qual fora oPrimeiro Encontro Ecumênico da História. Neste
concílio, o imperador reuniu os altos bispos do império a fim de reformular a
doutrina cristã.

"Esse primeiro concílio em Niceia foi importante não apenas para a formulação da


doutrina cristã, mas como o primeiro exemplo de cesaro-papismo. Constantino
pretendia que a Igreja Cristã fosse estatal, tendo como chefe o imperador. Em sua
gratidão, os cristãos não lhe fizeram objeção". (RUNCIMAN, 1977, p. 21).

"Assim, parecia chegar ao fim o velho antagonismo entre a Igreja Cristã. Não lhe
era mais necessário atribuir-se descendência de Hércules ou Apolo: tinha uma nova
santidade que redimiria todos os seus pecados. O sangue de seus rivais, de seu
filho e até de sua mulher, manchava-lhe as mãos, mas para o mundo ele era
o Isapostolos, o igual aos Apóstolos, o Décimo-Terceiro deles". (RUNCIMAN, 1977,
p. 21).

No concílio questões de ordem doutrinária e política foram tratadas. Não me reterei


a falar acerca destes devido a extensão do assunto, de qualquer forma alguns dos
fatos tratados diziam respeito, a questão do arianismo, o qual punha em debate a
essência de Jesus Cristo, se ele fora homem ou deus; a questão sobre o batismo
dos heréticos, a perseguição aos cristãos realizadas pelo imperador Diocleciano que
levou ao Cisma do bispo Milécio de Licópolis; perseguição aos prisioneiros de
Lícinio; definição da data da Páscoa, estatuto sobre questões administrativas e
clericais; a organização dos livros que iriam compor a Bíblia, etc.

Alguns fatos como a questão da Páscoa oscilar a cada ano, e preceder um período
de quarenta dias desde a quarta-feira de cinzas, a chamada quaresma fora
debatida nessa época. Além disso, a organização da Bíblia que hoje temos é
basicamente igual a daquela época, onde fora se retirado os
chamados evangelhos apócrifos e outros textos.

Outro fato, é que posteriormente também fora decidido, fora a data do Natal, já
que no Novo Testamento não se menciona a data de nascimento de Jesus Cristo,
assim Constantino decidiu que essa data deveria ser celebrada no dia 25 de
dezembro, dia que corresponde ao nascimento do deusMitra, lembrem-se que
o mitraísmo era uma religião influente entre o exército romano, e o próprio
imperador fora adepto desta. Além disso, a data 25 de dezembro marca entre
alguns povos pagãos a comemoração do solstício de inverno, período em que
começa-se a celebrar a espera da vinda da primavera e com esta o início das
plantações. Assim, tal data não fora escolhida por mero acaso, os próprios romanos
comemoravam a Saturnália no mês de dezembro, festas realizadas ao
deusSaturno, deus da agricultura, justiça e do tempo. Embora a Saturnália
termina-se antes de 25 de dezembro, alguns aspectos dessa celebração
embasaram os primeiros ritos natalinos daquele tempo.

Enfim, Constantino fora o responsável por apaziguar a perseguição aos cristãos por
um tempo, essas ainda voltaram a ocorrer anos depois. Ele também fora o primeiro
imperador romano a se declarar cristão, organizou um concílio que estruturou
questões da doutrina cristã, de sua organização secular, e do livro mais importante
da cristandade, a Bíblia. Constantino teve suas contribuições, mesmo assim isso
não o tornara um santo, devido a seus atos traiçoeiros. Mas suas iniciativas foram
importantes pois deram o ponta-pé para que a Igreja Católica se firma-se de fato
em Roma, embora já se encontra-se ali desde o século I, a Igreja nestes primeiros
séculos devido a perseguição fora duramente combatida.

NOTA: Fora o imperador Teodósio I que decretou o Cristianismo como religião


oficial do Império Romano. Teodósio governou de 378-395.
NOTA 2: A mãe de Constantino, Helena era uma cristã devota, ela chegou a
realizar uma peregrinação a Jerusalém e trouxe desta algumas relíquias sagradas.
Após a morte desta e de seu filho, ambos ainda eram figuras bem queridas entre
alguns cristãos daquela época.
NOTA 3: Em 330, Constantino fundou a cidade de Constantinopla a qual se
tornaria a futura capital do Império Bizantino, império que herdaria o legado
cristão do Concílio de Niceia, originando oCisma do Oriente em 1054, o qual
separou a Igreja Católica, formando a Igreja Católica Romana e a Igreja
Católica Ortodoxa.
NOTA 4: O cesaropapismo tivera origem com Constantino e posteriormente
outros imperadores cristãos chegaram ao ponto de deter o poder imperial
e pontifico.  Negando a autoridade suprema do papa a frente da Igreja.
NOTA 5: Constantino pode ter sugerido a data para o Natal, mas a prova mais
antiga que se tem de que o Natal passou a ser celebrado no dia 25 de dezembro,
data do governo do imperador bizantinoJustiniano, o Grande (483-565). 
NOTA 6: Embora se disse-se cristão, Constantino apenas se batizou no final da
vida, quando sentia que iria morrer. Por tal fato, alguns historiadores questionam
se realmente ele tinha fé nesta religião, assim como sua mãe possuía. 
NOTA 7: Constantino chegou a ser chamado por alguns de o "Décimo Terceiro
Apóstolo". 

Referências Bibliográficas:
MENDES, Norma Musca (Organizadora), Repensando o Império Romano:
perspectivasocioecônomica, politica e cultural. Rio de Janeiro, Mauad, 2006.
BALDSON, J. P. V. D. O Mundo Romano. Rio de Janeiro, Zahar, 1968.
GRIMAL, Pierre. A Civilização Romana. Lisboa, Ed. 70, 1988.
RUNCIMAN, Steven. A Civilização Bizantina. 2a edição. Rio de Janeiro, Zahar
Editores, 1977.

Quem foi

Constantino I, também conhecido como Constantino Magno, foi um imperador romano que
nasceu na cidade de Naissus (na atual Sérvia) em 26 de fevereiro de 272. Seu nome
completo era  Flávio Valério Aurélio Constantino (em latim: Flavius Valerius Aurelius
Constantinus).  Foi o primeiro imperador romano cristão da História.
 
Período de Governo

Constantino foi imperador do Império Romano entre os anos de 306 a 337. No ano de 312
foi aclamado como Augusto no Ocidente.
 
Principais momentos da vida e realizações:

- Viveu boa parte de sua infância e juventude na corte do imperador Diocleciano.


 
- Aos 33 anos participou das campanhas militares romanas na região da Britânia (atual
Grã-Bretanha).
 
- Com a morte do pai (Constâncio Cloro) em 306 foi aclamado imperador romano.
 
- Passou grande parte do seu reinado combatendo militarmente povos germânicos
(francos, alamanos e visigodos) que pretendiam ultrapassar as fronteiras do império
romano.
 
- Através do Edito de Milão (ano de 313) acabou com a perseguição romana aos cristãos.
Constantino se converteu ao cristianismo, porém não transformou a religião em oficial do
Império. Se aproveitou do crescimento do cristianismo, em quase todas as regiões do
império, para aumentar sua força política.
 
- Em 7 de março de 321 foi promulgado o Edito de Constantino, legislação que defendeu o
descanso aos domingos em homenagem ao deus-Sol (Sol Invictus).
 
- Convocou o I Concílio de Niceia em 325. Participaram cerca de 300 bispos cristãos. Sob a
influência de Constantino, o concílio definiu a natureza divina de Jesus, a fixação da data
da Páscoa (passou a ser diferente da Páscoa judaica) e a promulgação da lei canônica.
Ficou definido também que o domingo seria o dia de descanso dos cristãos.
 
- Construiu a cidade de Constantinopla (atual Istambul, capital da Turquia) a partir de
Bizâncio, de 326 a 330. Transferiu a capital do império para Constantinopla de onde
governou.
 
- Constantino faleceu em 22 de maio de 337 na cidade de Nicomédia (atual Izmit,
Turquia).

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