SC - Olhar Panorâmico Do Contexto Histórico e Eclesial

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UM OLHAR PANORÂMICO DO

CONTEXTO HISTÓRICO E
ECLESIAL

DA SACROSANCTUM CONCILIUM
E DA REFORMA LITÚRGICA
Importância do assunto:

Leva-nos a perceber:

1 . O por quê da reforma litúrgica do Vaticano II

2 . O por quê das dificuldades da implantação da reforma

3 . Motiva-nos a levar a sério o sonho do Concílio


Fatos históricos - relevantes Séc. I a V

•Jesus Cristo
•313- Constantino deu aos cristãos do Império
Romano liberdade de culto através do Edito de
Milão.
. 380- O imperador Teodósio proclama oficialmente
o Cristianismo a única “Religião de Estado”.
•395- O Império Romano foi dividido em Império
Romano do Oriente (Capital Constantinopla) e
Império Romano do Ocidente (capital Roma)
A liturgia no primeiro milênio:
algumas características
Liturgia: principal
fonte de Centralidade
espiritualidade da Palavra
cristã

Centralidade do
Mistério Pascal (MP)

Sacramentos: Mistério celebrado:


celebração/atualização principal fonte
do MP de inspiração teológica
Caráter comunitário e ministerial da liturgia
(participação de todos, ministérios etc.)

Adaptação às culturas
(Famílias litúrgicas)

Liturgia romana:
simplicidade, praticidade, literariamente elegante,
garantia do essencial
Deslocamento de eixo

As crises medievais
Alta Idade Média, que decorre do século V ao X;
Baixa Idade Média, se estende do século XI ao XV.

Recordando brevemente a história...


Fatos históricos - relevantes Séc. V a XV

• 476 – queda do império romano no


Ocidente
• Expansão dos reinos bárbaros
• Tomada de Jerusalém pelos Árabes
• Cristandade, aliança Igreja-Estado
• Cruzadas, inquisição
• Feudalismo
• Cisma (Igreja do Ocidente e Igreja do
Oriente)
A Idade Média europeia divide-se em
duas etapas bem distintas:
– a alta Idade Média, que vai da
formação dos reinos germânicos, a
partir do século V, até a consolidação
do feudalismo, entre os séculos IX e
XII;
– e a baixa Idade Média, que vai até o
século XV, caracterizada pelo
crescimento das cidades, a expansão
territorial e o florescimento do
comércio.
Já na idade de ouro do rito romano
(metade séc. IV até final do séc. VII)
- começa-se a introduzir nas celebrações
elementos que a distanciam da sobriedade
original.
- os ritos provenientes do cerimonial da
corte imperial (anel, genuflexão e beijo no
pé, uso do trono, luzes e incenso – para os
bispos) foram adotados nas celebrações
litúrgicas.
- Liturgia com tom hierárquico e rígido.
Influência franco-germânica:

a) O calor afetivo – mais sentimento do


que a sobriedade romana – intensidade
da ação dramática;
b) Multiplicação das orações privadas
durante a celebração litúrgica;
c) Acentuação do pecado e da culpa.
CARLOS MAGNO
séc. 8
Coroado pelo papa Leão III
Natal de 800

foi o rei dos francos entre 768 e imperador


do ocidente (Imperatur Romanorum) entre
800 até a sua morte em 814. Ele expandiu o
Reino Franco até que ele se tornasse o
Império Carolíngio, que incorporou a maior
parte da Europa Ocidental e Central.
Durante o seu reinado, ele conquistou o
Reino da Itália e foi coroado Imperator
Augustus pelo papa Leão III em 25 de
dezembro de 800.
A liturgia destes povos era uma liturgia
“dramática”
Carlos Magno pede ao Papa Adriano I
um livro litúrgico romano
Carlos Magno impõe a liturgia
romana
para as Igreja do Império
Resultado:
Uma mistura
da liturgia sóbria romana com
elementos dramáticos
da liturgia galicana
Essa liturgia “romano-franco-germânica”
é adotada depois por Roma
no século 10
Por influência dos imperadores otões

Otão I - Governo Reinado 2 de julho de 936—7 de maio de 973


Entra na Igreja romana a
dramaticidade e individualismo
da índole franco-germânica

Por exemplo:
• Forte individualismo religioso;
• Religião do medo;
• O povo não comunga mais;
• Pedidos de clemência dentro da liturgia;
• Decadência do clero, fazendo das missas uma bela fonte
de renda; não rezam mais com devoção...;
A liturgia se distancia da comunidade cristã
• O latim é a língua sagrada que envolve o
mistério litúrgico, tornando-o cada vez mais
distante do povo.
• Cresce o batismo de crianças e a iniciação
cristã de adultos passa a ser aos poucos um
assunto individual e familiar.
• Esvazia-se a penitência de toda a dimensão
comunitária – de processo penitencial à
confissão.
• Missa privada
(surge nos séculos VI-VII e se generaliza no VIII)
- o celebrante recita sozinho, todas as leituras,
cantos e preces;
- multiplicação de altares nas igrejas;
- Perda do sentido de unidade do mistério
cristão e da assembleia ou comunidade. Missa
deixa de ser ato comunitário e torna-se
devoção privada. Perde-se o sentido pascal.
Não mais ação salvadora de Deus e sim
esforço humano (aspectos sentimentais da
paixão de Cristo).
- ruptura entre eucaristia e comunidade.
• Liturgia se clericaliza.

• Os ritos se complicam.

• O povo se converte em sujeito passivo -


Liturgia sem base popular.

• Ofício exclusivo dos monges e do clero (se


complica – se converte em uma obrigação
individual para eles).
Papa Gregório VII (1073-1085)
tenta uma reforma...

• Moralização do clero
• Resultado: Missa, “coisa do padre”, reza
do padre
• Permanece estilo romano-franco-
germânico
• Perda do caráter ministerial e comunitário
da missa
• Centralismo romano: estilo romano-franco-
germânico se espalha pelo mundo afora...
A reforma de Gregório VII
(1073-1085)
• Promove ampla e profunda reforma na
Igreja.
• Tenta uma liturgia com dignidade, santidade
e coerência de vida de quem preside – com
isto acentua a clericalização.
• Mas, ele não recupera o caráter comunitário
da liturgia.
• Com o reforço da autoridade do papa –
acentua-se a centralização romana.
Também o papa Inocêncio III
(1198-1216) tentou uma
reforma...
• Dedicou-se à reforma dos livros litúrgicos
• Codificou os livros em uso na cúria romana...
• Mas se conservou ainda muitos resquícios da herança
franco-germânica..
• Os padres rezavam a missa sozinho...
• Para ser prático, juntam todos os livros dos vários
ministérios (Sacramentário, Evangeliário, Epistolário,
Antifonário...) num só livro, que chamam de Missal...
• O mesmo aconteceu com o livro do Oficio Divino: Abreviado
para ser rezado sozinho, recebeu o nome de Breviário.
• Portanto, não conseguiu também resgatar a liturgia romana
pura...
Mesmo com as reformas
propostas por Gregório VII
e Inocêncio III, a liturgia
continua como um fato
clerical, distante do povo,
sem sua dimensão
comunitária.
• A invenção da imprensa (1436-1440) é um fator
determinante para a fixação da liturgia.
• No final do século XII – nova piedade eucarística -
Simples contemplação e adoração da hóstia no
momento da elevação.
• Introdução de novas expressões de reverência no
momento da “consagração”: toque da campainha,
vela acesa, inclinações, genuflexão.
• A adoração toma lugar da ação de graças.
• A festa de Corpus Christi torna-se a mais
importante do ano litúrgico. Desenvolvimento da
piedade eucarística.
• Costume “devocional” das missas privadas
pelos defuntos, em honra dos santos e por
diferentes intenções particulares.
• Apologias na missa; dramatização.
• Confirmação separada do batismo,
destaca-se mais a unção do que a
imposição das mãos.
• Ritos de ordenação – valorizam-se mais
nos ornamentos, nas unções e na entrega
dos instrumentos próprios do ministério.
• O matrimônio passa a ser celebrado na
porta da Igreja – investigação prévia e
pedido expresso de consentimento.
• Sacramentos como remédio...
Em oposição à liturgia clericalizada

e incompreensível surge outra, em

que o povo é protagonista com o

apoio dos religiosos.


Nestas práticas são desviados os acentos
celebrativos:
• O Cristo Kyrios, centro do ano litúrgico, cede ao
Cristo homem e paciente; nascem as devoções
realçando a humanidade de Cristo;
• a virgem Maria mãe de Cristo associada a seu
mistério dá lugar à “mediadora” de graças,
surgem então os ‘ofícios’ e as antífonas de
Nossa Senhora;
• os santos, de amigos de Deus e cristãos
qualificados, tornam-se protetores,
intercessores, defensores e agentes de prodígios.
• surgem o rosário, a via-sacra, o angelus, as novenas,
os tríduos. Estas novas formas cultuais, chamadas de
formas de devoções, inspiradas no mistério cristão,
nasceram contudo fora da liturgia e em parte para
substituí-la ou como adaptação dela, tornando-se
mais compreensível a nível popular.
“Assim, as 150 ‘ave marias’ do rosário são a
reprodução dos 150 salmos do saltério litúrgico dos
clérigos e a tríplice oração diária do Angelus Domini
repete também na forma, substituindo os salmos
pelas ‘ave marias’, a oração da manhã, do meio-dia e
da noite”.
As devoções vão aumentando, a liturgia
vai desaparecendo de cena, os exercícios de
piedade tornam-se fonte de espiritualidade
por terem mais capacidade de unir os fieis a
Deus.
Os meses devocionais: maio, outubro,
novembro, dedicados à Maria, ao rosário e aos
defuntos substituem os ciclos do ano litúrgico.
A devoção moderna
Corrente espiritual iniciada no final do séc. XIV.
Para a sua popularidade contribuíram
nomeadamente a Imitação de Cristo de Tomás
Kempis (1471).
Propunha “que para ter uma nova vida
espiritual era preciso voltar-se para uma
profunda vida interior, orientada para a
imitação de Cristo e que se deve alcançar
através da meditação e da oração particular”.
Fatos históricos - relevantes - Séc. XV - XVIII
Idade Moderna

Período entre a queda do Império Romano do


Oriente e a Revolução Francesa, em 1789.
Principais marcos: o fortalecimento dos Estados
nacionais monárquicos, a expansão marítima e
colonial, o fortalecimento e expansão do
capitalismo - que se torna a forma de produção
predominante -, o renascimento cultural e
científico, a fermentação revolucionária do
iluminismo e a independência norte-americana
Do
Concílio de Trento
ao
Movimento Litúrgico
A obra de Trento (1545-1563)
Séc. XVI – liturgia lamentável.
• Vozes de protesto – Lutero exige: uso da
língua do povo, participação efetiva da
assembleia, cânon em voz alta,
simplificação de ritos.
• Protestantes queriam: língua vernácula,
comunhão sob duas espécies, superação
dos excessos privados, comunhão durante
a missa, eliminação dos abusos...
Resposta do Concílio de Trento
• Trento: manteve o latim; manteve o rito; afirmou o
caráter sacrificial da missa e presença real de Cristo;
• Realidades separadas: altar, mesa da comunhão e o
sacrário.
• Reservou ao papa toda decisão em matéria litúrgica.
• Novos livros litúrgicos – tais como: Pio V (Breviarium
romanus (1568), Missale romanun (1570);
• Uniformidade e fixação das fórmulas e dos ritos a toda a
igreja latina.
• A reforma litúrgica tridentina, ainda que
muito importante e benéfica sob certos
aspectos, não levou a nova visão da
liturgia, através da teologia da mesma.
• Acentuou um apego firme às formas
medievais, um engrossar-se da
mentalidade jurídica e rubrical e
esplendor (novas realizações musicais,
técnicas arquitetônicas. – ambiente cada
vez mais faustoso e triunfalista.
O papa S. Pio V, em 1570
promulgou um novo Missal
cheio de resquícios franco-germânicos...

O missal vigorou até 1970, após o Concílio


Vaticano II. Fomos “evangelizados” sob este
missal...
Missa segundo o Missal de Pio V
Era das rubricas
Influência da
mentalidade barroca.
Era das rubricas
Influência da mentalidade barroca.
• Acentua-se sempre mais a presença real;
• Se insiste na iminente dignidade do sacerdócio dos ordenados,
contra o sacerdócio comum dos fieis.
• Altares laterais, imagens dos santos e de Maria se multiplicam. A
comunhão separa-se da missa (devoção privada) Homilia =
“sermão” (no púlpito).
• Reserva eucarística não mais na sacristia ou na parede e sim no
sacrário (sempre mais monumentosos e faustuosos) em cima do
altar.
• Música – apogeu da polifonia (concerto, desligada da
celebração) Igrejas viram palcos. Coros altos.
• Riquezas nos elementos artísticos – retábulos barrocos. Altar
simples suporte.
• Múltiplas devoções eucarísticas (quarenta horas, procissões,
exposições), superam a missa.
• Sisto V cria-se a Sagrada Congregação dos
Ritos – velar pelo cumprimento das normas
estabelecidas (era das rubricas).
A preocupação do clero se centrará mais no
cumprimento rigoroso das normas litúrgicas
do que na celebração do mistério pascal.
• A comunhão se separa da missa; a homilia
vira sermão...
A liturgia permanece, ainda depois
de Trento, aquela que era: um culto
externo e um fato “clerical”, do qual
o povo deverá manter-se distante.
Não deverá conhecer diretamente
os seus textos.
Princípios de
mudanças

(séc. XVIII
iluminismo)
Princípios de mudanças
(séc. XVIII – iluminismo)

• Combate à ignorância, ao preconceito, à


superstição – racionalismo
Influência na liturgia:
- Destaque à dimensão comunitária
- Tentativa de simplicidade e racionalidade
- Busca da essência lógica da liturgia
- Tentativas de reformas
(período de gestação do Movimento Litúrgico)
Princípios de mudanças
(séc. XVIII – iluminismo)
• Conhecimento, meditação e vivência da
liturgia; cantos populares na missa, sobretudo
na Alemanha. Primeiros estudos da ciência
litúrgica (pais da Igreja).
• Mais simplicidade. Liturgia fonte primordial
da vida cristã.
• Sínodo de Pistóia (Toscana) 1786: único altar,
participação ativa, redução das procissões,
música simples, ornamentação simples,
reforma do breviário e do missal, novo ritual,
redução das festas, leitura ao longo de um
ano da Bíblia no Ofício Divino, etc.
Fatos históricos - relevantes - Séc. XVIII ...
Idade Contemporânea
Cobre o período do final do século XVIII, a partir da
Revolução Francesa, até a atualidade.
Principais marcos: o período napoleônico (1799 a 1815),
a restauração monárquica e as revoluções liberais (1800
a 1848), a revolução industrial e expansão do capitalismo
(de 1790 em diante), a disseminação das nacionalidades
e das doutrinas sociais (a partir de 1789), o surgimento
do imperialismo, a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), as
revoluções socialistas, a expansão da democracia, o
surgimento do fascismo e do nazismo (1917-1938), a 2ª
Guerra Mundial (1939-1945), a Guerra Fria (1948-1990)
e a desagregação da União Soviética (1991).
A restauração
católica
do séc. XIX

Primórdios do
movimento litúrgico
A restauração católica do séc. XIX
• Combate ao Iluminismo – surgimento do
romantismo.
• Desejo de cultivar a liturgia em sua suposta
forma original romana - uma liturgia mais
compreensiva para o povo.
Primórdios do movimento litúrgico
O retorno à liturgia
Gueránger – (1805-1877) – precursor do movimento
litúrgico). Abade de Solesme (França) – faz da liturgia a
grande missão da sua vida. Escreveu a obra “O ano litúrgico”.
e Institutions liturgiques
Com ele tem inicio o retorno à liturgia romana (mais
racional), devido as descobertas das riquezas espirituais e
teológicas da mesma.
Valoriza a liturgia, a igreja e a bíblia.
A Igreja é o corpo e esposa de Cristo, o contrário da piedade
individualista pós-tridentina.
A bíblia é chave de compreensão da liturgia da igreja.
Para Guéranger - a liturgia é a oração da
Igreja, oração que nasce toda do Espírito
Santo, verdadeiro inspirador do canto do
salmista e dos profetas, dos cânticos da Nova
Aliança e, enfim, do “cântico novo” entoado
na Igreja. A liturgia é a oração do Espírito na
Igreja é a voz do corpo de Cristo, da esposa
que ora no Espírito. Desta tríplice fonte,
aberta pelo Espírito, brota o elemento divino
chamado Liturgia.
O movimento
Litúrgico
do século XX
0 movimento Litúrgico do século XX
(A reforma do Vaticano II foi um fruto colhido do movimento
litúrgico, preparado pela obra de dom Gueránger)

ação de teólogos e pastores e do magistério

Retorno à liturgia; a pastoral litúrgica; a


ciência litúrgica; o magistério da Igreja
sobre a liturgia.
Beauduin (monge beneditino de Monte César –
1873-1953)
• Em 1909, precisamente em torno ao mosteiro
belga de Mont César, dá início o «movimento
litúrgico», pelas mãos de Lamberto Beauduin,
que, por ser padre dedicado ao mundo do
trabalho, havia passado a ser monge beneditino
no referido mosteiro.
• Define a liturgia como “o culto da Igreja”.
liturgia: catequese fundamental da doutrina
cristã e meio mais eficaz para estimular a vida
espiritual. Ele afirma “a incontestável
superioridade da oração litúrgica sobre a
individual”.
• Defende a renovação da liturgia.
• Defende a participação do povo na liturgia.
• Publica um missal popular e organiza cursos e
conferências para presbíteros.
Odo Casel (1886-1948) – beneditino alemão.
Influenciou de modo definitivo a teologia do
movimento litúrgico.
- a liturgia é presença de Jesus Cristo, portador
da salvação – “a ação ritual da obra salvífica
de Cristo, ou seja, presença, sob o véu de
símbolos, da obra divina da redenção”.
- A liturgia não é apenas uma “instituição”
que nos veio de Cristo, mas é a “continuação
ritual do mistério de Cristo”.
• Romano Guardini (1885-1968) – “O
espírito da liturgia”
• Pius Parsch (1884-1954) – dimensão
paroquial-pastoral

• Muitos nomes se dedicaram à pesquisa


da liturgia (ciência litúrgica)
• Os mosteiros beneditinos foram centros de
irradiação espiritual e portanto litúrgica;
pensemos em Solesmes (França), Beuron e
Maria Laach (Alemanha), Montserrat e Silos
(Espanha), Montecasino e Subiaco (Itália),
Maredsous e o já citado de Mont César
(Bélgica), etc.
• Também contribuíram para a expansão do
movimento litúrgico: O Centro de Pastoral
Litúrgica de Paris; o Instituto de Liturgia de
Tréveris; os Congressos Internacionais de
Liturgia.
O magistério da Igreja
Pio X – início da fase pastoral do Movimento
litúrgico.
- Tra le sollecitudini (1903) – sobre a renovação da
música e a restauração do gregoriano;
- Sacra tridentina synodus (1905) – fomenta a
comunhão frequente;
- Quam singulari (1910) – sobre a admissão das
crianças à comunhão;
- Divino afflanti (1911) – reforma do breviário e a
valorização da liturgia dominical;
- Abhinc duos annos (1913) – reforma do ano litúrgico
no breviário.
Pio XII
• Impulsiona a renovação litúrgica com uma série
de iniciativas.
• A Encíclica Mediator Dei (1947).
• Em 1951 restaura a vigilia pascal e em 1955, toda
a semana santa.
• Em 1953, simplifica as normas sobre o jejum
eucarístico.
• 1955, simplificou rubricas e textos da liturgia das
horas.
• A partir de 1947 rituais e em 1958 lecionários
bilíngues.
Movimento litúrgico no Brasil...

Iniciou com Dom Abade Martinho Michler,


do Mosteiro S. Bento, no Rio, em 1933

Com a colaboração do Mosteiro São Bento da


Bahia,através de Dom Beda Keckhein e outros
Documentos latino-americanos
de Medellín e Puebla

Medellín (1968)

Puebla (1978)
CNBB

Dom Helder Câmara,


fundador da CNBB

Dom Clemente Isnard,


promotor especial da
reforma da liturgia no Brasil
A
REFORMA
LITÚRGICA
NO
BRASIL
Dificuldades:
• Cristãos reacionários (década de 60) liderados pelo
bispo de Campo – RJ D. Antônio de Castro Mayer,
que não aceitaram a reforma, continuando com a
liturgia de Pio V (1570) do Concílio de Trento.
• Os apressados que cometeram alguns abusos e
desvios (desrespeito para com a religiosidade do
povo).
• Falta de pessoas especializadas para ajudar na
formação litúrgica.
• O imaginário litúrgico do povo brasileiro,
estruturado em moldes medievais.
• O uso de folhetos nas celebrações (pois podem
bloquear a criatividade...)
Realizações:
• Tradução dos livros litúrgicos.
• A criação da Comissão Nacional de Liturgia
(1964)
• Secretariado Nacional de Liturgia (presidente
D. Clemente Isnard)
• Livros traduzidos:
- Missal Romano: (sobretudo a 2ª edição
típica que recebeu acréscimos: de introduções
ao ato penitencial, à oração sobre as
oferendas, ao Pai Nosso, ao abraço da paz e
também fórmulas de envio no fim da missa).
Também aclamações para as orações
eucarísticas. Está sendo traduzida a 3ª ed.
- Liturgia da Horas
- Ritual do matrimônio (rito adaptado)
- Ritual do batismo de crianças –
tradução adaptada à índole do povo
brasileiro
- Ritual de Iniciação Cristã dos adultos.
- Ritual de Exéquias
- Ritual de Bênçãos
• Outros subsídios e ritos:
- Ofício Divino – importante no processo de
inculturação.
- Hinários Litúrgicos (1-4) (livros e
CD/partituras)
- Publicação de documentos (sobre os
sacramentos) – década de 70.
- partitura (liturgia das horas – projeto de
gravar em CD)
- Documentos da CNBB, (43, 52 e outros).
• A Revista de Liturgia.
• As inúmeras publicações feitas pelo Brasil
afora.
• Vários encontros nacionais de liturgias a
partir da década de 60.
• Encontros de música sacra.
• O ISPAL (Instituto Superior de Pastoral
Litúrgica no Rio de Janeiro.
• A Campanha da Fraternidade (a partir de
1964).
• Encontros Nacionais de Professores de
Liturgia, mais tarde a ASLI a partir da
década de 80.
• A partir de 1984 o curso de pós-graduação
em Liturgia, na Faculdade de Teologia N.S.
da Assunção (mestrado, doutorado,
especialização, atualização) (Destacar a
metodologia)
• CENTRO DE LITURGIA D. CLEMENTE
ISNARD
• Cursos de verão, semanas de liturgia, cursos
pelo Brasil afora.
• A Rede Celebra, com núcleos em várias
regiões.
• As Conferências latino-americanas.
• As CEB´s.
• Os negros (inculturação)
• A liturgia nos meios indígenas.
• A atenção ao espaço celebrativo (Os
encontros Nacionais de Arte Sacra).
Perspectivas e desafios

• A formação (prática-celebrativa) e histórico-


teológico-litúrgico.
• A inculturação.
• A liturgia nos Movimentos...
• Resgatar e garantir o essencial...
Em sintese

Vaticano II:
Resgate do
essencial “perdido”
Primeiro Segundo
milênio SC
milênio

Centralidade
Mais importante: do MP -
Centralidade Santos Revalorização
do MP / Santíssimo da ação
– Mártires Sacramento do Espírito
à luz do MP (presença real) - Santos à luz
-(devocionismo) do MP
Fonte principal
de
espiritualidade
Fonte principal Liturgia:
cristã:
de fonte principal
Devoção aos
espiritualidade de
Santos e ao
cristã: espiritualidade
Santíssimo
a Liturgia cristã
Sacramento
(presença real)
Sacramentos:
Sacramentos:
celebração/ Sacramentos celebração/
atualização como remédio atualização
do MP
do MP

Vida dos santos /


lendas em torno
Centralidade dos santos Centralidade
da Palavra e do da Palavra
Smo.
Sacramento
Especulação
Mistério racional
celebrado: Liturgia,
sobre os
principal fonte lugar primeiro
mistérios
de inspiração de teologia
de Deus
teológica (Escolástica)

Caráter
comunitário Caráter
da liturgia Individualismo comunitário
(Participação de religioso e ministerial
todos, da Liturgia
ministérios, etc
Adaptação
Centralismo Caráter
às diferentes
Romano: comunitário e
culturas
Uniformidade ministerial
– Famílias
Romana da Liturgia
litúrgicas
Liturgia
Cerimonial “Nobre
romana:
complicadíssimo simplicidade”
simplicidade,
- auge com a (SC 34)
praticidade,
pompa barroca. – Garantir o
literariamente
Valorização essencial:
elegante:
dos elementos Palavra /
Garantir
exteriores Mistério
o essencial,
do culto. pascal!
isto é, o MP!

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