SC - Olhar Panorâmico Do Contexto Histórico e Eclesial
SC - Olhar Panorâmico Do Contexto Histórico e Eclesial
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CONTEXTO HISTÓRICO E
ECLESIAL
DA SACROSANCTUM CONCILIUM
E DA REFORMA LITÚRGICA
Importância do assunto:
Leva-nos a perceber:
•Jesus Cristo
•313- Constantino deu aos cristãos do Império
Romano liberdade de culto através do Edito de
Milão.
. 380- O imperador Teodósio proclama oficialmente
o Cristianismo a única “Religião de Estado”.
•395- O Império Romano foi dividido em Império
Romano do Oriente (Capital Constantinopla) e
Império Romano do Ocidente (capital Roma)
A liturgia no primeiro milênio:
algumas características
Liturgia: principal
fonte de Centralidade
espiritualidade da Palavra
cristã
Centralidade do
Mistério Pascal (MP)
Adaptação às culturas
(Famílias litúrgicas)
Liturgia romana:
simplicidade, praticidade, literariamente elegante,
garantia do essencial
Deslocamento de eixo
As crises medievais
Alta Idade Média, que decorre do século V ao X;
Baixa Idade Média, se estende do século XI ao XV.
Por exemplo:
• Forte individualismo religioso;
• Religião do medo;
• O povo não comunga mais;
• Pedidos de clemência dentro da liturgia;
• Decadência do clero, fazendo das missas uma bela fonte
de renda; não rezam mais com devoção...;
A liturgia se distancia da comunidade cristã
• O latim é a língua sagrada que envolve o
mistério litúrgico, tornando-o cada vez mais
distante do povo.
• Cresce o batismo de crianças e a iniciação
cristã de adultos passa a ser aos poucos um
assunto individual e familiar.
• Esvazia-se a penitência de toda a dimensão
comunitária – de processo penitencial à
confissão.
• Missa privada
(surge nos séculos VI-VII e se generaliza no VIII)
- o celebrante recita sozinho, todas as leituras,
cantos e preces;
- multiplicação de altares nas igrejas;
- Perda do sentido de unidade do mistério
cristão e da assembleia ou comunidade. Missa
deixa de ser ato comunitário e torna-se
devoção privada. Perde-se o sentido pascal.
Não mais ação salvadora de Deus e sim
esforço humano (aspectos sentimentais da
paixão de Cristo).
- ruptura entre eucaristia e comunidade.
• Liturgia se clericaliza.
• Os ritos se complicam.
• Moralização do clero
• Resultado: Missa, “coisa do padre”, reza
do padre
• Permanece estilo romano-franco-
germânico
• Perda do caráter ministerial e comunitário
da missa
• Centralismo romano: estilo romano-franco-
germânico se espalha pelo mundo afora...
A reforma de Gregório VII
(1073-1085)
• Promove ampla e profunda reforma na
Igreja.
• Tenta uma liturgia com dignidade, santidade
e coerência de vida de quem preside – com
isto acentua a clericalização.
• Mas, ele não recupera o caráter comunitário
da liturgia.
• Com o reforço da autoridade do papa –
acentua-se a centralização romana.
Também o papa Inocêncio III
(1198-1216) tentou uma
reforma...
• Dedicou-se à reforma dos livros litúrgicos
• Codificou os livros em uso na cúria romana...
• Mas se conservou ainda muitos resquícios da herança
franco-germânica..
• Os padres rezavam a missa sozinho...
• Para ser prático, juntam todos os livros dos vários
ministérios (Sacramentário, Evangeliário, Epistolário,
Antifonário...) num só livro, que chamam de Missal...
• O mesmo aconteceu com o livro do Oficio Divino: Abreviado
para ser rezado sozinho, recebeu o nome de Breviário.
• Portanto, não conseguiu também resgatar a liturgia romana
pura...
Mesmo com as reformas
propostas por Gregório VII
e Inocêncio III, a liturgia
continua como um fato
clerical, distante do povo,
sem sua dimensão
comunitária.
• A invenção da imprensa (1436-1440) é um fator
determinante para a fixação da liturgia.
• No final do século XII – nova piedade eucarística -
Simples contemplação e adoração da hóstia no
momento da elevação.
• Introdução de novas expressões de reverência no
momento da “consagração”: toque da campainha,
vela acesa, inclinações, genuflexão.
• A adoração toma lugar da ação de graças.
• A festa de Corpus Christi torna-se a mais
importante do ano litúrgico. Desenvolvimento da
piedade eucarística.
• Costume “devocional” das missas privadas
pelos defuntos, em honra dos santos e por
diferentes intenções particulares.
• Apologias na missa; dramatização.
• Confirmação separada do batismo,
destaca-se mais a unção do que a
imposição das mãos.
• Ritos de ordenação – valorizam-se mais
nos ornamentos, nas unções e na entrega
dos instrumentos próprios do ministério.
• O matrimônio passa a ser celebrado na
porta da Igreja – investigação prévia e
pedido expresso de consentimento.
• Sacramentos como remédio...
Em oposição à liturgia clericalizada
(séc. XVIII
iluminismo)
Princípios de mudanças
(séc. XVIII – iluminismo)
Primórdios do
movimento litúrgico
A restauração católica do séc. XIX
• Combate ao Iluminismo – surgimento do
romantismo.
• Desejo de cultivar a liturgia em sua suposta
forma original romana - uma liturgia mais
compreensiva para o povo.
Primórdios do movimento litúrgico
O retorno à liturgia
Gueránger – (1805-1877) – precursor do movimento
litúrgico). Abade de Solesme (França) – faz da liturgia a
grande missão da sua vida. Escreveu a obra “O ano litúrgico”.
e Institutions liturgiques
Com ele tem inicio o retorno à liturgia romana (mais
racional), devido as descobertas das riquezas espirituais e
teológicas da mesma.
Valoriza a liturgia, a igreja e a bíblia.
A Igreja é o corpo e esposa de Cristo, o contrário da piedade
individualista pós-tridentina.
A bíblia é chave de compreensão da liturgia da igreja.
Para Guéranger - a liturgia é a oração da
Igreja, oração que nasce toda do Espírito
Santo, verdadeiro inspirador do canto do
salmista e dos profetas, dos cânticos da Nova
Aliança e, enfim, do “cântico novo” entoado
na Igreja. A liturgia é a oração do Espírito na
Igreja é a voz do corpo de Cristo, da esposa
que ora no Espírito. Desta tríplice fonte,
aberta pelo Espírito, brota o elemento divino
chamado Liturgia.
O movimento
Litúrgico
do século XX
0 movimento Litúrgico do século XX
(A reforma do Vaticano II foi um fruto colhido do movimento
litúrgico, preparado pela obra de dom Gueránger)
Medellín (1968)
Puebla (1978)
CNBB
Vaticano II:
Resgate do
essencial “perdido”
Primeiro Segundo
milênio SC
milênio
Centralidade
Mais importante: do MP -
Centralidade Santos Revalorização
do MP / Santíssimo da ação
– Mártires Sacramento do Espírito
à luz do MP (presença real) - Santos à luz
-(devocionismo) do MP
Fonte principal
de
espiritualidade
Fonte principal Liturgia:
cristã:
de fonte principal
Devoção aos
espiritualidade de
Santos e ao
cristã: espiritualidade
Santíssimo
a Liturgia cristã
Sacramento
(presença real)
Sacramentos:
Sacramentos:
celebração/ Sacramentos celebração/
atualização como remédio atualização
do MP
do MP
Caráter
comunitário Caráter
da liturgia Individualismo comunitário
(Participação de religioso e ministerial
todos, da Liturgia
ministérios, etc
Adaptação
Centralismo Caráter
às diferentes
Romano: comunitário e
culturas
Uniformidade ministerial
– Famílias
Romana da Liturgia
litúrgicas
Liturgia
Cerimonial “Nobre
romana:
complicadíssimo simplicidade”
simplicidade,
- auge com a (SC 34)
praticidade,
pompa barroca. – Garantir o
literariamente
Valorização essencial:
elegante:
dos elementos Palavra /
Garantir
exteriores Mistério
o essencial,
do culto. pascal!
isto é, o MP!