Decreto Zona Economica Especial-09-03-2011 PDF
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ARTIGO 4.º
(Regime jurídico) 1. A ZEE Luanda-Bengo constitui propriedade do Estado.
A ZEE Luanda-Bengo, bem como as entidades referidas 2. A organização da ZEE Luanda-Bengo, bem como a sua
no artigo 3.º, regem-se pelo presente diploma e, em tudo o rentabilização económica e comercial, compete à Entidade
que for omisso, pela legislação em vigor, na medida em que Gestora enquanto titular do direito exclusivo de adminis-
não contrarie o disposto neste Decreto Presidencial. tração e gestão de todo o património do Estado ali existente.
1322 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. Para efeitos do disposto no número anterior, considera- b) Contratação de terceiros para execução, total ou
-se património do Estado os terrenos compreendidos dentro parcial, das actividades inerentes à administração
dos limites geográficos da ZEE Luanda-Bengo, aprovados e gestão da ZEE Luanda-Bengo;
pelo Executivo, bem como as Infra-estruturas. c) Acesso às Unidades Industriais com vista à verifi-
cação do cumprimento das obrigações assumidas
SECÇÃO II pelas Empresas de Exploração.
Administração e Gestão
CAPÍTULO III
3. A extinção da ZEE, ao abrigo do disposto na alínea e)
Implementação de Unidades Industriais
do número anterior, implica a extinção da Entidade Gestora
nos termos da legislação aplicável, não implicando, no entanto, SECÇÃO I
a extinção das Unidades Industriais, passando as Empresas de Acesso à ZEE Luanda-Bengo
Exploração a operá-las nos termos gerais da lei.
ARTIGO 10.º
(Elegibilidade e requisitos)
ARTIGO 9.º
(Direitos e deveres da Entidade Gestora)
1. São elegíveis para aceder à ZEE Luanda-Bengo e aí
1. Sem prejuízo de outros previstos no presente diploma, implementar Unidades Industriais, nos termos previstos no
no âmbito do exercício do direito de administração e gestão presente diploma, as seguintes entidades independentemente
da ZEE Luanda-Bengo, a Entidade Gestora goza dos seguintes do seu domicílio:
direitos:
a) Pessoas colectivas públicas;
a) Exploração da ZEE Luanda-Bengo em todas as ver- b) Sociedades comerciais;
tentes de administração e gestão; c) Consórcios.
I SÉRIE — N.º 45 — DE 9 DE MARÇO DE 2011 1323
2. Fica vedado o acesso à ZEE Luanda-Bengo às enti- ção dos índices de poluição e ao uso racional de
dades referidas no número anterior que se dediquem ao: água e de energia.
a) Fabrico de explosivos, fogos de artifício e material 3. Para efeitos do previsto na alínea c) do n.º 1 do presente
bélico; artigo, a determinação do mérito da proposta empresarial e da
b) Exercício de actividades susceptíveis de provocar criação de mais-valias é feita em função dos seguintes factores:
riscos consideráveis ao meio ambiente ou à
segurança de pessoas e bens. a) A solidez e consistência da proposta empresarial;
b) A dimensão do projecto em causa em termos de níveis
3. As entidades referidas no n.º 1 deste artigo devem de produção e criação de postos de trabalho;
preencher os seguintes requisitos: c) Acréscimo de valor do produto final na alavan-
cagem de outros sectores da economia nacional;
a) Estar, legal e regularmente, estabelecidas e habili-
d) Outros elementos discricionariamente determi-
tadas para o exercício da sua actividade, nos
nados pela entidade competente para aprovar a
termos das leis vigentes no País do respectivo
proposta empresarial.
domicílio;
b) Não serem devedoras do Estado e Segurança Social;
ARTIGO 12.º
c) Não terem dívidas em mora junto ao sistema finan- (Direito de preferência)
ceiro;
d) Disporem de contabilidade organizada de modo a 1. As entidades angolanas gozam de direito de preferên-
permitir a apreciação das suas actividades opera- cia, na admissibilidade de acesso à ZEE Luanda-Bengo,
cionais e idoneidade financeira.
desde que, para além de observados os critérios previstos no
ARTIGO 11.º artigo anterior, se verifique a igualdade de mérito da respec-
(Critérios de admissibilidade) tiva proposta empresarial relativamente às propostas subme-
tidas por entidades estrangeiras.
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 10.º, a imple-
mentação de Unidades Industriais na ZEE Luanda-Bengo 2. Para efeitos do disposto no número antecedente,
está sujeita aos seguintes critérios de admissibilidade de entende-se por entidade angolana, as pessoas colectivas
acesso:
públicas e privadas desde que estas sejam detidas maiorita-
riamente por pessoas, singulares ou colectivas, nacionais.
a) Enquadramento da proposta empresarial nos sectores
correspondentes aos pólos de desenvolvimento
SECÇÃO II
previstos no n.º 2 do artigo 5.º; Processo de Admissão
b) Mérito da proposta empresarial e a criação de mais-
-valias para o desenvolvimento económico- ARTIGO 13.º
-social do País; (Princípio geral)
c) Reconhecida e comprovada capacidade empresa-
rial, técnica e financeira; A implementação de Unidades Industriais na ZEE Luanda-
d) Inclusão e capacitação de mão-de-obra nacional; -Bengo pressupõe a constituição de uma sociedade comer-
e) Utilização de matérias-primas, bens e outros mate- cial de direito angolano, nos termos previstos no presente
riais secundários de origem nacional.
diploma, a qual, uma vez constituída, assume o estatuto de
Empresa de Exploração.
2. Além dos critérios previstos no número antecedente, a
implementação de Unidades Industriais, nos sectores de
SUB-SECÇÃO I
indústria transformadora e agro-indústria, estão, ainda, sujeitos Proposta
aos seguintes critérios:
ARTIGO 14.º
a) Demonstrada viabilidade de canais de distribuição (Apresentação da proposta)
e de comercialização dos produtos fabricados;
b) Utilização de modernas e eficientes tecnologias e 1. O processo de implementação de Unidades Industriais
processos produtivos; na ZEE Luanda-Bengo inicia-se com a apresentação, pela
c) Adopção de práticas ecológicas com vista, nomea- Entidade Promotora à Entidade Gestora, de uma proposta
damente, à protecção do meio ambiente, à redu- empresarial acompanhada dos seguintes elementos:
1324 DIÁRIO DA REPÚBLICA
ARTIGO 25.º
1. Tratando-se de propostas empresariais apresentadas por (Contrato de exploração)
Entidades Promotoras estrangeiras, a Entidade Gestora deve
1. A implementação e exploração de Unidades Industriais
remeter o respectivo processo à ANIP, entidade competente
na ZEE Luanda-Bengo está sujeita à celebração de um
para apreciar e proferir decisão sobre a admissibilidade de
contrato de exploração entre a Empresa de Exploração e a
acesso da Entidade Promotora à ZEE Luanda-Bengo. Entidade Gestora, o qual regula os termos e condições da
execução da proposta empresarial aprovada.
2. No caso do disposto no número anterior, aplica-se o
regime jurídico previsto na Lei do Investimento Privado. 2. Sem prejuízo de outros que se venham a considerar
necessários, o contrato referido no número anterior deve con-
3. A ANIP e as demais entidades envolvidas no processo ter os seguintes elementos essenciais:
de aprovação de investimentos estrangeiros devem assegu-
rar a celeridade na apreciação e decisão sobre as propostas a) Definição de objectivos quantitativos e qualitativos
empresariais remetidas pela Entidade Gestora, bem como na de produção;
b) Prazos para a conclusão da construção da Unidade
emissão das licenças e pareceres necessários.
Industrial, para a instalação de máquinas e equi-
SUBSECÇÃO II
pamentos, bem como para o início de funciona-
Constituição das Empresas de Exploração mento da Unidade Industrial, em conformidade
com o cronograma submetido com a proposta
ARTIGO 23.º empresarial aprovada;
(Princípio geral) c) Direitos e deveres das Empresas de Exploração,
incluindo os previstos no presente diploma;
A constituição das Empresas de Exploração obedece aos d) Sanções aplicáveis em caso de incumprimento dos
requisitos e formalidades previstos na legislação aplicável, respectivos deveres, incluindo a possibilidade do
com as adaptações constantes na presente subsecção. pagamento de multas, perda de incentivos con-
cedidos ao abrigo do presente diploma e seques-
ARTIGO 24.º
tro da Unidade Industrial;
(Postos especiais de apoio empresarial) e) Pagamento, pelas Empresas de Exploração, de uma
taxa mensal em contrapartida pela utilização das
1. Com vista a assegurar a celeridade na tramitação do Infra-estruturas e serviços disponibilizados pela
Entidade Gestora;
processo de constituição das Empresas de Exploração, bem
f) Adesão aos regulamentos e demais instrumentos de
como o seu regular funcionamento, as formalidades de registo
funcionamento da ZEE Luanda-Bengo emitidos
e licenciamentos relacionados com o exercício da actividade
pela Entidade Gestora;
daquelas são efectuados nos seguintes postos especiais de
g) Aplicabilidade da legislação angolana;
apoio empresarial instalados na ZEE Luanda-Bengo: h) Possibilidade de recurso à arbitragem.
a) Guiché Único da Empresa (GUE) e respectivas 3. O contrato de exploração que trata o presente artigo
delegações; deve ser celebrado no prazo máximo de 30 dias após a cons-
b) Ministério do Comércio; tituição das Empresas de Exploração.
c) Ministério do Ambiente;
ARTIGO 26.º
d) Ministério da Geologia e Minas e da Indústria; (Direitos e deveres das Empresas de Exploração)
e) Ministério do Urbanismo e da Construção;
f) Ministério da Administração Pública, Emprego e 1. Sem prejuízo de outros previstos no presente diploma,
Segurança Social; as Empresas de Exploração gozam dos seguintes direitos:
g) Serviço de Migração e Estrangeiros.
a) Usufruir das Infra-estruturas e serviços disponibili-
2. A Entidade Gestora deve assegurar instalações ade- zados pela Entidade Gestora, em conformidade
quadas ao regular funcionamento dos postos referidos no com os regulamentos e outros instrumentos emi-
número anterior. tidos pela referida entidade;
1326 DIÁRIO DA REPÚBLICA
b) Expandir a sua actividade no âmbito da ZEE 2. A atribuição de Lotes está sujeita à aquisição, pela
Luanda-Bengo dentro dos limites estabelecidos Empresa de Exploração, de direitos de superfície nos termos
pela Entidade Gestora; da legislação aplicável, com as adaptações constantes dos
c) Ceder, total ou parcialmente, a respectiva Unidade números seguintes.
Industrial, nos termos previstos no presente
diploma. 3. O pedido de aquisição de direito de superfície, acom-
panhado dos elementos exigidos pela legislação aplicável, é
2. Sem prejuízo de outros previstos no presente diploma, instruído junto da Entidade Gestora, a qual deve remeter o
as Empresas de Exploração estão sujeitas aos seguintes mesmo à entidade competente para outorga da respectiva
deveres: concessão.
1. Com vista à implementação de Unidades Industriais, a Fica proibida a importação de matérias-primas e bens
Entidade Gestora atribui às Empresas de Exploração o número secundários a utilizar no processo de produção, desde que se
de Lotes que se afigure necessário para o efeito. encontrem disponíveis no mercado nacional.
I SÉRIE — N.º 45 — DE 9 DE MARÇO DE 2011 1327
1. As Empresas de Exploração podem transmitir, por acto Com as adaptações constantes do presente diploma, a
entre vivos, a respectiva propriedade sobre as Unidades Entidade Gestora e as Empresas de Exploração estão sujeitas
Industriais a terceiros, decorridos cinco anos da assinatura ao cumprimento da legislação fiscal e aduaneira em vigor.
do contrato de exploração, mediante prévia autorização da
ARTIGO 35.º
Entidade Gestora e desde que o transmissário preencha os (Incentivos)
requisitos e condições estabelecidos no presente diploma.
1. A Entidade Gestora e as Empresas de Exploração
2. A transmissão da Unidade Industrial importa a transfe- gozam de incentivos fiscais e aduaneiros, nos termos previstos
rência do direito de superfície sobre os respectivos Lotes, a na legislação em vigor e de acordo com os números seguintes.
qual deve ser autorizada pela entidade concedente nos termos
da legislação aplicável. 2. A Entidade Gestora deve negociar com as Empresas de
Exploração a concessão de incentivos fiscais e aduaneiros,
3. Para os efeitos do disposto no número anterior, o bem como de apoios financeiros, ao abrigo e nos termos da
pedido de autorização deve ser instruído junto da Entidade Lei n.º 14/03, de 18 de Julho.
Gestora e remetido por esta à entidade concedente.
3. Para os efeitos do número anterior, a Entidade Gestora
ARTIGO 33.º negoceia com o Estado o quadro de incentivos concedíveis às
(Força de trabalho) Empresas de Exploração.
1. As Empresas de Exploração são obrigadas a empregar 4. Os incentivos específicos, que venham a ser concedi-
trabalhadores angolanos, garantindo-lhes a necessária for- dos casuisticamente pela Entidade Gestora às Empresas de
mação profissional e prestando-lhes condições salariais e Exploração, com base no quadro de incentivos concedíveis
sociais compatíveis com a sua qualificação, sendo proibido negociados com o Estado, devem ser fixados no contrato de
qualquer tipo de discriminação. exploração.
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.