Material de Apoio - Aula 16

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Fundamentos em Terapia do Módulo 16:

Esquema de Jeffrey Young Terapia do Esquema com Casais

Ricardo Wainner
Especialista com Treinamento avançado em Terapia do Esquema
Supervisor credenciado pela ISST (Internacional Society of
Schema Therapy)

Terapia do Esquema com Casais Terapia do Esquema com Casais


• Proporciona ao terapeuta e ao cliente um mapa, claro • Porque TE foi desenvolvido para pacientes com
e fácil de entender, de onde o casal está e para onde difíceis Transtornos de Personalidade, a
precisam ir, ao invés de uma abordagem geral e vaga.
abordagem é flexível o suficiente para trabalhar
com o funcionamento do casal e com problemas
• Fornece uma maneira sistemática e estruturada de de personalidade mais graves (borderline,
vincular profundas questões emocionais e padrões de
vida com a dinâmica atual do casal. narcisista, etc.).

• TE combina sessões individuais e conjuntas, e


• Fornece novas estratégias efetivas para aliviar a fornece protocolos detalhados individual ou para
aflição e conflito sobre o conhecimento da
necessidade emocional do outro. ambos, baseados no mesmo modelo conceitual.

Características Fundamentais Características Fundamentais


• Integrativa: fornece mudança interpessoal, • O foco é maior na mudança de caráter e na quebra
cognitiva, emocional e comportamental. de ciclos repetitivos dentro do casal do que no
simples treinamento de habilidades, comunicação
• Combina a profundidade da Teoria do ou resolução de problemas.
Desenvolvimento ao longo prazo com os
tratamentos ativos, de abordagem orientada para
a mudança de curto prazo.

• Utiliza auto-monitoramento e tarefas de casa.

Fundamentos em Terapia do Esquema de


Jeffrey Young 1
Núcleo de Necessidades Emocionais Perguntas sobre Apego na Relação
• Vínculo seguro e “Base Estável” • Posso contar e acreditar em você?
• Proteção contra Danos e Abuso
• Está disponível para mim?
• Amor, Cuidado e Atenção
• Aceitação e Reconhecimento • Você vai ajudar quando eu precisar?

• Empatia • Eu importo para você?


• Autonomia
• Sou valorizado e aceito por você?
• Validação dos Sentimentos e Necessidades
• Limites realistas

Objetivos da Terapia Esquemas e


• Ajudar os parceiros a alcançar, nas suas relações,
Necessidades Básicas
as necessidades infantis e adultas.

• De forma adaptativa.
Esquemas Desadaptativos Remotos se
• Através da mudança de ciclos desadaptativos e desenvolvem na infância quando
cura de esquemas do relacionamento. necessidades primordiais específicas não são
atendidas

Definição de Esquema Inicial Desadaptativo 18 Esquemas Iniciais Desadaptativos


• Um tema ou padrão amplo, difuso.
 Abandono  Inibição Emocional
• Formado por memórias, emoções, cognições e reações
 Desconfiança/Abuso  Dependência
neurobiológicas.
 Privação Emocional • Fracasso
• Relacionado a si próprio ou aos relacionamentos com
 Defectibilidade • Negativismo
outras pessoas.
 Subjugação • Autocontrole insuficiente
• Desenvolvido durante a infância ou adolescência e
elaborado ao longo da vida do indivíduo.  Emaranhamento • Postura Punitiva
 Auto-sacrifício • Vulnerabilidade
• Disfuncional em nível significativo.
 Padrões Inflexíveis • Isolamento Social

 Grandiosidade • Busca de Aprovação

Fundamentos em Terapia do Esquema de


Jeffrey Young 2
O que são Modos Esquemáticos? Três Tipos de Modos em Casais
“As emoções, as cognições e os comportamentos
específicos que são ativados no momento” • Modo Infantil (emoções primordiais)
• O modo é o estado predominante em um
determinado momento
• Modo Enfrentamento Desadaptativo
• Modos incluem sentimentos, enfrentamentos, (comportamentos)
cognições e reações saudáveis que experimentamos
no momento.

• Mudamos para modos desadaptativos quando • Modo Adulto Saudável


necessidades primordiais não são cumpridas e os
esquemas são acionados.

Modos Infantis Primários Modo Desadaptativo de


Enfrentamento

• Criança Vulnerável Maneiras disfuncionais de adaptação a situações


(ansiosa, triste, sozinha)
emocionalmente angustiantes nas quais os
• Criança Zangada
esquemas são acionados
• Criança Feliz (comportamentos de enfrentamento).

Modos Desadaptativos de Enfrentamento em Modo Adulto Saudável em Casais


Casais Mais Comuns
• Protetor Desligado • Modo Cuidador
• Ajuda a obter as necessidades primordiais no
• Modo Isolado • Modo Parental
relacionamento.
• Modo Dependente
• Modo Agressor
• Modo Superior • Ajuda a curar os Modos Esquemáticos Criança.
• Modo Postura Crítica
• Modo Controlador
• Modo Pegajoso • Modo Manipulador • Ajuda a regular as emoções ativadas no
relacionamento pelos Esquemas.
• Modo Passivo • Exageradamente
racional
• Busca de Atenção

Fundamentos em Terapia do Esquema de


Jeffrey Young 3
Modo Adulto Saudável em Casais A Química dos Relacionamentos
• Ajuda a ter consciência quando os esquemas são Românticos
ativados e desta forma não interferir na relação
• Paixão x Compromisso amoroso.
com o parceiro.
• Química Saudável (incluindo atração sexual e
• Ajuda a gerenciar Modos Desadaptativos de emocional).
Enfrentamento na relação.
• Idealização do parceiro.
• Ajuda a curar Esquemas do parceiro e a conhecer
suas principais necessidades emocionais. • Indisponibilidade do parceiro desejado.

• “Química do Esquema”

Química do Esquema Ciclos Esquemáticos dos Casais


• A Química do Esquema é geralmente ativada por um ou mais • Padrões repetitivos e destrutivos do casal que
esquemas nucleares no relacionamento. Frequentemente, os envolvem ciclos complexos de respostas
clientes selecionam parceiros baseados na Química do
Esquema. cognitivas, comportamentais, emocionais e
biológicas.
• A Química do Esquema é tipicamente ativada em relações
por revivência de emoções, situações familiares ou
perturbações na infância ou adolescência.
• Ciclos do Esquema incluem eventos “gatilho”,
• A Química do Esquema , frequentemente, leva o cliente a ativação do Esquema e Modos de Enfrentamento
permanecer em um relacionamento, mesmo quando seria
mais saudável sair. A Química do Esquema é tão familiar,
que criam um ciclo destrutivo entre o casal.
quanto excitante. *

Fontes Esquemáticas de Problemas nos


Relacionamentos

• Parceiros não conseguem atender as necessidades


primordiais do outro. Abordagem de Tratamento
• Parceiros têm Esquemas que levam a
hipersensibilidade ou distorções nas interações para Casais
diárias.
• Parceiros não conseguem acessar emoções do Modo
Criança.
• Parceiros têm Esquemas e Modos de Enfrentamento
que se chocam e levam a ciclos esquemáticos
repetitivos e destrutivos.

Fundamentos em Terapia do Esquema de


Jeffrey Young 4
Relação Terapêutica (1) Relação Terapêutica (2)
• Terapia como uma relação real – calorosa, genuína, • “Confrontação Empática Equilibrada” – trabalhar
empática. igualmente com cada parceiro ao longo do tempo.
• Confrontar se algum parceiro negar responsabilidade
• “Repaternalização Limitada”: modelo reparador para ou tratar o outro de forma abusiva.
cada parceiro, sem diminuir a ligação entre eles ou
• No início do tratamento, para manter o controle,
“superar” o outro. fazer com que respondam direto ao terapeuta, não ao
parceiro; com o tempo, dar mais liberdade aos
• Importância de uma ligação independente entre os parceiros para que interajam livremente e se possa
parceiros – uso de humor e informalidade. observar os padrões esquemáticos.
• Observe como cada parceiro interage com você, isto
• Conter o conflito e garantir a segurança durante as serve de informação adicional sobre os padrões
sessões. esquemáticos.

Foco na Emoção Fases da Terapia do Esquema


• Observar a emoção que cada parceiro demonstra
e focalizar os comentários sobre o sentimento de
cada um.  Avaliação & Educação
• Nos estágios iniciais, não dedicar muito tempo da
terapia em problemas práticos, exceto como  Mudança
exemplos típicos de padrão de relacionamento.

Histórico & Problemas Atuais


• Obter a história do relacionamento: cada parceiro
descreve a progressão ao longo do tempo.
Fase de Avaliação & • Pedir para cada parceiro descrever aspectos positivos
e negativos da relação.
Educação • Identificar as principais queixas: o que precisa mudar?
• Discutir como cada necessidade primordial está sendo
atendida para cada parceiro.

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Possíveis Contraindicações Plano de Tratamento
• Padrão de violência no relacionamento que faz com • Discutir combinações sobre sessões individuais e conjuntas.
que a terapia não seja segura (consulte o programa
para “agressores”). • Regras de confidencialidade: não há segredos. Parceiros
devem expor qualquer segredo importante em um mês, do
• Um ou ambos os parceiros fazem uso de substância contrário a terapia é encerrada.
(eles devem concordar em entrar e permanecer em
programa de tratamento). • Terapeuta pode julgar o que deve ser dito ou não ao
parceiro.
• Existência de caso extraconjugal - emocional ou sexual
(deve concordar em encerrar e divulgar ao parceiro). • Permissão para falar livremente com terapeutas individuais.
• Explicar a abordagem: objetivos, necessidades primordiais,
• Os objetivos do parceiro não coincidem com os Esquemas e Modos.
princípios éticos do terapeuta.

“Questões Delicadas” & Nível de


Comprometimento (1)
• Pergunte sobre questões delicadas que podem
Compromisso & comprometer a confidencialidade.
Questões delicadas • Pergunte aos clientes sobre problemas que tendem a
ser evitados nas sessões em conjunto.
Sessões Preliminares Individuais
• Discutir detalhes de casos emocionais e românticos,
considerando as regras de confidencialidade.
• Avaliar o grau de “companheirismo”.
• Avaliar o grau de “paixão” (química).

“Questões Delicadas” & Nível de Esquemas Individuais em Terapia de


Comprometimento (2) Casal
• Pergunte a cada parceiro porque estão vindo a
terapia de casal.

• Avaliar a disponibilidade em se responsabilizar Identificar Origens dos Esquemas,


por problemas e em trabalhar para a mudança. Esquemas & Modos do Parceiro
• Avaliar o nível de comprometimento com a
terapia de casal e averiguar a possibilidade de
rompimento da relação.

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Jeffrey Young 6
Identificando Modos Esquemáticos
• Revisão detalhada dos conflitos específicos, com
exemplos verbalizados.
Identificando Ciclos • Cada parceiro explica, passo-a-passo, o que
Esquemáticos entre Parceiros aconteceu, a partir de sua própria perspectiva.

• Diagrama dos ciclos dos esquemas.

• Relacionar os ciclos esquemáticos às reclamações.

Exemplo de Ciclo Esquemático


(João e Maria)
João dá limites rígidos ao seu filho Pedro em um tom Fase de Mudança
zangado
Esposa Maria tem seu esquema de abuso ativado pelo
tom utilizado e ativa um modo hipercompensador
de ataque com o marido
A aliança que se forma entre Maria e o filho ativa o
esquema de abandono de João que ativa o modo
protetor desligado, se isolando e demonstrando
desprezo
Maria tem o esquema de abuso reativado com o
desprezo do marido, começando a gritar
violentamente, ameaçando pegar o filho e sair de
casa.

Estratégias de Mudança Repaternalização: Identificando as


• Usar técnicas cognitivas individualmente com os parceiros Necessidades Básicas do Parceiro
para curar esquemas.
• Ensinar os parceiros a satisfazer as necessidades primordiais • Discutir quais as necessidades primordiais que não
do outro (“repaternalização”). estão sendo atendidas na relação; o parceiro explica o
• Ensinar os parceiros sobre os “gatilhos” dos esquemas e tipo de “repaternalização” que precisa.
sobre como trabalhar com eles. • Para gerar empatia, discutir, com exemplos, como as
• Ensinar os parceiros a mudar dos Modos Desadaptativos necessidades primordiais de cada parceiro não foram
para Modos Saudáveis, principalmente da Criança Zangada e satisfeitas na infância.
Criança Vulnerável.
• Ensinar o casal a não agravar os confrontos esquemáticos.
• Usar a técnica do role-playing para satisfazer as
necessidades primordiais de cada parceiro.
• Ajudar os parceiros a aumentar os comportamentos
positivos. • A prática para identificar as necessidades primordiais
do parceiro ocorre durante as sessões e como tarefa
de casa.

Fundamentos em Terapia do Esquema de


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Gatilhos dos Esquemas (1) Gatilhos dos Esquemas (2)
• Explicar o esquema como uma forma de • Usar “cartões lembretes” contendo os gatilhos mais
vulnerabilidade a uma determinada situação (por comuns de cada um.
exemplo: quando controlado, abusado, privado).
• Quando um conflito surgir na sessão, apontar para o
parceiro o esquema que pode ter sido acionado.
• Revisar os principais esquemas de cada um e listar os
“gatilhos” aos quais o parceiro é vulnerável, usar • Identificar o gatilho e o esquema acionado, mostrar
exemplos. ao parceiro o “cartão lembrete” correspondente.
• Peça ao parceiro outra perspectiva sobre a situação
• Ajudar cada parceiro a se tornar mais “consciente” gatilho.
desses “gatilhos” para aumentar a percepção das
potenciais áreas de conflito. • Ajuda os parceiros a avaliarem as queixas válidas das
reações exageradas causadas pela ativação do
esquema.

Gatilhos dos Esquemas (3) Modificando Modos (1)


• Relacionar o conflito a exemplos ocorridos na infância e a • Identificar situações gatilho e esquemas que
situações similares presentes na relação atual. acionam o modo disfuncional do parceiro.
• Praticar maneiras de cada parceiro resolver a situação • Rotular os modos acionados pela situação gatilho.
gatilho no futuro; se for o caso, pedir desculpas pelo • Descrever os efeitos sentidos em cada parceiro.
comportamento insensível.
• Revisar o impacto dos modos ativados sobre a
• Combinar como tarefa de casa o registro de esquemas relação.
acionados durante a semana, para observar como cada
parceiro responde e praticar uma resposta mais assertiva.

Modificando Modos (2)


• Praticar com cada parceiro a expressão das necessidades
dos Modos Criança Zangada, Criança Vulnerável e Adulto
Saudável. Mudando do Modo Criança Zangada
• Repetir a situação gatilho com o casal, instruindo para
que respondam conforme os modos Criança Vulnerável para o Modo Criança Vulnerável
ou Adulto Saudável.

• Combinar como tarefa de casa a permanência nos modos


Criança Vulnerável ou Adulto Saudável por mais tempo.

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Diminuindo os Confrontos Esquemáticos(1) Diminuindo os Confrontos Esquemáticos(2)
• Educar sobre a importância de amenizar os conflitos para a • O casal consulta o “cartão lembrete” relacionado
prosperidade do relacionamento. ao esquema e ao modo ativados.
• Estabelecer “limites” sobre o que é inaceitável em qualquer • O casal tenta superar o esquema: reconhece as
conflito.
reações acionadas pelo esquema e ativa o modo
• Um dos parceiros sinaliza o conflito quando percebe que um Criança Vulnerável ou Adulto Saudável.
modo desadaptativo foi ativado, os dois concordam em “dar
um tempo”.
• Cada parceiro explica como o conflito se relaciona
a experiências da infância para que haja empatia
• Separadamente, os parceiros procuram identificar qual
pelo outro.
esquema foi ativado, o que estão sentindo e em qual modo
estão reagindo.

Diminuindo os Confrontos Esquemáticos(3) Aumentando Comportamentos Positivos


• Cada parceiro explica quais esquemas foram ativados, • Concordam em estabelecer horários regulares para
como o comportamento do outro o afetou e como conversas à dois e diversão.
gostaria que o parceiro reagisse para atender melhor
• Procuram melhorar a relação afetuosa e sexual.
suas necessidades.
• O casal procura atender as necessidades um do outro • Insistir na importância de aceitar as diferenças e as
através da repaternalização. necessidades primordiais.

• O casal tenta resolver o problema atual com • Estimular a prática de elogios entre o casal.
sensibilidade e compromisso. • Sugerir que surpreendam um ao outro com
• O casal discute formas de evitar conflitos similares no demonstrações de amor e carinho.
futuro.

Prognóstico & Resolução Tomada de Decisão


• Ajuda o casal a avaliar progressos; discutir o prognóstico • Sugerir que o casal “dê um tempo” se estiverem
para mudanças nos esquemas e no relacionamento; em dúvida quanto a permanecerem juntos,
identificar o que ainda precisa mudar. mesmo após o trabalho terapêutico.
• Se o parceiro estiver insatisfeito, avaliar prós e contras de • Combinar cuidadosamente os detalhes, as regras
uma separação temporária; definir prazo para tomar a e o “tempo”.
decisão de permanecer ou separar.
• Definir se o tratamento irá continuar durante o
• Se o casal decide se separar, discutir futuras relações em afastamento, seja individualmente ou como casal.
termos de escolhas mais saudáveis. • Definir um prazo para tomar a decisão final.

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Terapia de Separação ou Divórcio
• Combine sessões conjuntas e individuais, conforme
necessário; considerar dois terapeutas.
• Informar que as regras de confidencialidade mudam.
• O foco nas sessões individuais é na compreensão do que
aconteceu; medos do futuro; esquemas que são
ativados; tomada de decisões práticas; discutir a escolha
de um novo parceiro quando for apropriado.
• Ajudar o casal a resolver problemas práticos (acordos
financeiros, guarda dos filhos) bem como os conflitos
emocionais.

Fundamentos em Terapia do Esquema de


Jeffrey Young 10

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