Mà Dulo 4 - Modos Esquemáticos I - Ricardo Rodriguez

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Modos Esquemáticos I

Ricardo Asensio Rodriguez


Terapia do Esquema

Modos Esquemáticos I
Ponte com os módulos anteriores… Conceitos Básicos

• Principais conceitos de intervenção


 Repaternalização Limitada
 Confrontação Empática

• Esquemas Iniciais Desadaptativos

• Processos Esquemáticos

• Estilos de Enfrentamento
Terapia do Esquema: principais
conceitos de intervenção

Repaternalização Limitada

Confrontação Empática
Principais Conceitos de Intervenção
Repaternalização Limitada

Preenchimento das necessidades emocionais não


atendidas do paciente, dentro do limite da relação
terapêutica.

1. Vínculos Seguros (segurança, estabilidade, cuidado e aceitação;


2. Autonomia, competência e sentido de identidade;
3. Liberdade de expressão, Necessidades e emoções válidas;
4. Espontaneidade e lazer;
5. Limites realistas e autocontrole.
Principais Conceitos de Intervenção

Confrontação Empática

Compreensão e Necessidade de Mudança


Esquemas Iniciais Desadaptativos

 São temas ou padrões amplos, difusos;


 A maior parte são crenças incondicionais;
 Formados por memórias, emoções e sensações
corporais;
 Desenvolvidos durante a infância ou adolescência;
 Elaborados ao longo da vida do indivíduo;
 Disfuncionais em nível significativo e recorrente.
Esquemas Iniciais Desadaptativos
 Estão ligados a níveis elevados de afetos
perturbadores (disruptivos)
 São auto-perpetuadores – muito resistentes à
mudança, pois:

• Se desenvolvem muito cedo e formam o núcleo do auto-


conceito do indivíduo;
• São familiares e confortáveis;
• Se desafiados, a informação será distorcida para manter a
validade do esquema
Esquemas Iniciais Desadaptativos
• Abandono • Autocontrole Insuficiente
• Abuso / Desconfiança • Grandiosidade / Merecimento
• Privação Emocional • Subjulgação
• Defeito / Vergonha • Autosacrifício
• Isolamento Social / Alienação • Inibição Emocional
• Indesejabilidade Social • Padrões Inflexíveis
• Fracasso • Caráter Punitivo
• Vulnerabilidade • Negativismo / Pessimismo
• Dependência / Incompetência • Busca de Aprovação /
• Emaranhamento Reconhecimento
Ponte com os módulos anteriores… Conceitos Básicos
• Processos Esquemáticos
 De Manutenção
 Cognitiva
 Interpessoal
 De Evitação
 Comportamental
 Cognitivo
 Emocional
 De Compensação
 Estratégias Compensatórias (comportamentos)
 Estilos Cognitivos Compensatórios – esquemas opostos aos
esquemas nucleares
Estilos de Enfrentamento

 Resignação

 Evitação

 Hipercompensação
Origem do Conceito de Modos
Esquemáticos

• Trabalho com pacientes Borderlines e Narcisistas:

 Número de esquemas e respostas de enfrentamento


elevado…

 Necessidade de outra “unidade de análise”.


Modos Esquemáticos

Conjunto de esquemas ou operações de


esquemas (adaptativos ou desadaptativos)
que estão ativados no indivíduo em um
determinado momento.
Conceito de Modos Esquemáticos

Conjunto de Esquemas
+
Estados Emocionais
+
Respostas de Enfrentamento

Ativados Simultaneamente
Conceito de Modos Esquemáticos
”As emoções, as cognições e os
comportamentos específicos que são ativados
no momento”

O modo é o estado predominante em um


determinado momento.

Existem Modos Funcionais.


Conceito de Modos Esquemáticos

Modos incluem sentimentos, enfrentamentos,


cognições e reações saudáveis que
experimentamos no momento.

São estados transitórios.


Conceito de Modos Esquemáticos

• Associados a emoções negativas e formas de


lidar com essas emoções.

• Ativados por nossos ”botões” – mudamos


para modos desadaptativos quando
necessidades primordiais não são supridas e
nossos esquemas são acionados.
Desenvolvimento dos Modos

• Os modos esquemáticos são desenvolvidos como um


padrão para lidar com as contingências ambientais,
onde busca-se atender com estes suas necessidades
emocionais básicas
Vantagem do Trabalho com Modos

• Maior facilidade com a terminologia (menos termos


para compreensão do paciente), facilitando assim a
automonitoração;

• Compreensão dos objetivos terapêuticos em relação


a cada modo a ser ”vencido”
EIDs x Modos

• EIDs são TRAÇOS da personalidade (temas de uma


dimensão emocional);

• Modos são “ESTADOS” ativados em determinadas


situações (amontoado de EIDs e de estilos de
enfrentamento).
• Exercício 1:
 Exercício “fenomenológico” com vídeos
Quando se Utiliza o Trabalho com Modos?

• Quando há grande número de EIDs ativados;

• Quando há forte resistência do paciente;

• Quanto mais grave ou refratário for o caso, mais útil é o


trabalho com modos e suas estratégias;

• Nos pacientes com funcionamento intermediário mesca-


se as duas abordagens.
Quando se Utiliza o Trabalho com Modos?

• Quanto mais autopunitivo e autocrítico for o paciente


(indica um pai ou mãe disfuncional internalizado)

• Quando o terapeuta se percebe estagnado na psicoterapia


(quando não conseguimos transpor a evitação ou a
hipercompensação)

• Quando o paciente apresenta um conflito aparentemente


insolúvel

• Com pacientes com intensas oscilações de afeto


Modos Esquemáticos
São agrupados em:

Modos Inatos da Criança


Modos Desadaptativos de Enfrentamento
Modos Internalizados de Pais Disfuncionais
Modo Adulto Saudável
Modos Inatos da Criança

o Criança Vulnerável
o Criança Zangada
o Criança Impulsiva
o Criança Indisciplinada
o Criança Feliz
Criança Vulnerável
Apresentação Esquemas Associados
• Vivencia sentimentos disfóricos  Abandono
ou ansiosos, como medo, tristeza  Desconfiança/Abuso
e desamparo quando em contato  Privação Emocional
com esquemas associados
 Defectividade
• Crenças de que ninguém suprirá
suas necessidades emocionais e  Isolamento Social
desconfia das intenções dos  Dependência/Incompetência
outros  Vulnerábilidade ao dano/doença
• Sente-se excluída e rejeitada  Emaranhamento
• Demonstra estar em situação de  Negatividade/Pessimismo
perigo e que o ambiente é
perigoso
Criança Zangada
Apresentação Esquemas Associados
• Quando suas necessidades
fundamentais não são satisfeitas
reage com raiva intensa,  Abandono
hostilidade  Desconfiança/Abuso
• Expressão física e verbal de raiva  Privação Emocional
e solicitação hostil de seus
direitos  Subjulgação
• Pode se apresentar como uma
criança birrenta (explosões de
raiva)
• Suas percepções podem incluir
traição, abandono e
rebaixamento
Criança Impulsiva
Apresentação Esquemas Associados
• Atua de forma impulsiva,
buscando satisfazer desejos de
forma egoísta e descontrolada  Arrogo
• Não considera os limites,  Autocontrole
necessidades e sentimentos dos (autodisciplina) Insuficiente
outros
• Baixo controle de suas emoções e
 Os desejos que busca satisfazer não
impulsos
estão ligados às necessidades
• Apresentação de raiva se não se fundamentais
sentir realizada
• Pode se comportar como criança
mimada (baixa tolerância
frustração)
Criança Indisciplinada
Apresentação Esquemas Associados

• Demonstração importante de  Arrogo


falta de tolerância à frustração
 Autocontrole
• Não suporta desconforto com (autodisciplina) Insuficiente
tarefas de sua rotina ou
atividades que considere
enfadonhas
• Dificuldade de persistir nas
tarefas
• Nenhuma tolerância frente a
dor, conflito ou persistência
Criança Feliz
Apresentação Esquemas Associados

• Sente-se amada, conectada,  Nenhum


contente, satisfeita,
compreendida e validade

• Autoconfiante a agir de
forma autônoma e
competente

• Espontaneidade no contato
• Exercício 2:
 Identificando Modos Criança
 Vídeos: criança enfurecida
criança vulnerável (esquema de abandono/instabilidade)
Modos Pais Disfuncionais Internalizados

• Pai/Mãe Punitivos
• Pai/Mãe Exigentes

 São internalizações dos pais no início da vida do paciente;


 Tratam-se como eram tratados em sua infância;
 Pensa, sente e se comporta da mesma forma que seus pais
atuavam com eles mesmos
Modo Pai/Mãe Punitivo-Crítico
Apresentação Esquemas Associados
• É uma reprodução dos pais
internalizados  Subjulgação
• Agressivo, crítico e intolerante  Postura Punitiva
consigo mesmo e com os outros
 Defectividade
• Está sempre se criticando e se
culpando  Desconfiança/Abuso (como
abusador)
• Intolerância com os erros e
considera que os mesmos
devem ser punitos
• Automutilação,
autodepreciação e suicídio
podem ocorrer neste modo
Modo Pai/Mãe Exigente
Apresentação Esquemas Associados
• Sente que precisa agir de
acordo com regras e padrões • Padrões Inflexíveis
rígidos e elevados
• Autosacrifício
• Estabelece expectativas e níveis
de responsabilidade altos em
relação aos outros e a si mesmo
• Busca pela excelência –
insatisfação constate com seu
desempenho, bem como com o
dos outros
• Foca-se em suas falhas
• Exercício 3:
 Identificando os Modos Pais Disfuncionais Internalizados
 Vídeos: Pai/Mãe Punitivo
Pai/Mãe Exigente
Modos de Enfrentamento Desadaptativos

• Capitulador Complacente
• Protetor Desligado
• Protetor Autoavaliador
• Hipercompensador

 Tentativa da criança se adaptar à vida a partir da não


satisfação de suas necessidades básicas;
 Adaptativos na infância … desadaptativos na vida adulta.
Capitulador Complacente
Estilos de Enfrentamento Apresentação
• Adota um estilo de
• Enfrentamento: Resignação enfrentamento baseado em
obediência, dependência e
e Submissão
passividade
• Para evitar agressões ou
• Sua função é fugir de maus- consequências desagradáveis o
tratos indivíduo se submete aos
desejos dos outros,
desconsiderando os seus
• Suprime suas necessidades e
emoções com medo de
represálias
Protetor Desligado
Estilos de Enfrentamento Apresentação
• Estilo de retraimento
• Enfrentamento: Evitação e emocional e desconexão
Distanciamento Psicológico • Evitação e isolamento
comportamental
• Desligamento dos sentimentos
• Sua função é fugir de e da realidade
emoções (despersonalização e
negativas/desagradáveis desrealização)
ocasionadas pelo • Pode se sentir vazio, desatento
aparecimento dos • Atitudes cínicas e pessimistas
esquemas uma forma de para manter os outros
resistência ao processo afastados
terapêutico
Protetor Autoavaliador
Estilos de Enfrentamento Apresentação
• Busca distrações para evitar
• Enfrentamento: Evitação sentimentos negativos:
 Dormir, abuso de substâncias,
trabalhar em excesso e
• Sua função é fugir de compulsão por esportes, sexo,
emoções jogos
negativas/desagradáveis • Parecido com o protetor
ocasionadas pelo desligado, mas consegue se
aparecimento dos vincular mais no contato
esquemas • Justifica racionalmente suas
fugas
Hipercompensador
Estilos de Enfrentamento Apresentação
• Conjunto de maneiras onde
• Estilo de enfrentamento: busca aliviar o desconforto da
hipercompensação ativação dos EIDs através de
exageros
• Caracterizado por contra-
• Sua função é fugir de emoções
ataque, controle e
negativas/desagradáveis
autoengrandecimento
ocasionadas pelo
aparecimento dos esquemas • Agem como o oposto do
esquema fosse verdade
Defectividade  se mostram
perfeitos
Hipercompensadores

• Autoengrandecedor
• Provocativo e Ataque
• Obsessivo supercontrolador
• Paranóide
• Enganador e manipulador
• Predador
Hipercompensador
Autoengrandecedor

•Acredita que é superior, diferente dos demais e que


tem direitos especiais
•Postura arrogante, egoísta e abusiva
•Comum agir de forma agressiva ou com ironia e
humilhar outras pessoas
Hipercompensador
Provocativo e Ataque

•Busca controlar o comportamento do outro através de ameaças,


intimidações e todos os tipos de agressões
•Ataca antes de ser atacado, pois teme ser ferido ou controlado
pelos outros
•Sadismo em machucar o outro
•Relação terapêutica difícil quando este modo é ativado
Hipercompensador
Obsessivo Supercontrolador

•Busca controlar supostas ameaças do ambiente


•Presença de muitos rituais que são justificados
racionalmente
•Uso de repetições e verificações
Hipercompensador
Paranóide

•Tenta proteger-se de possíveis ameaças através de


verificação recorrente das intenções que estão por
detrás do comportamento do outro
•A desconfiança é presente invariavelmente nas
relações
•Dificuldade de falar acerca de aspectos íntimos de sua
vida
Hipercompensador
Enganador e Manipulador

•Evita punições e responsabilizações por meio de


mentiras, intrigas e manipulações
•Comportamento exageradamente sedutor, onde busca
enganar e vitimizar o outro na relação
Hipercompensador
Predador

•Eliminação de ameaças, obstáculos, inimigos e rivais


•Se apresenta de forma fria e calculada
•Não demonstra remorso e arrependimento
• Exercício 4:
 Identificando Modos de Enfrentamento Desadaptativos
 Vídeos: Evitação (Modo Protetor Desligado)
Resignação (Capitulador Complacente)
Hipercompensação (Supercontrolador Perfeccionista)
Hipercompensação (Provocativo e Ataque – assédio e ameaças)
Modo Adulto Saudável
Estilos de Enfrentamento Apresentação

• Consegue identificar suas


necessidades
• Enfrentamento: assertivo, • Envolve-se em atividades e
positivo, sadio relações sadias e positivas
que preenchem suas
necessidades
• Apresenta tolerância a
frustração, assertividade e
capacidade de planejamento
• Exercício 5:
 Identificando o Adulto Saudável
 Vídeo: Adulto Saudável
Relação Terapêutica

Trabalhar com Modos é trabalhar com cargas


emocionais ainda mais intensas do que com
EID’s.
Que tipo de paciente me incomoda?

• O queixoso • O competidor
• O evitativo • O agressivo
• O crítico • O insatisfeito
• O zangado • O rígido
• O intrometido • O preguiçoso
• O arrogante • O exibicionista
Nossos “botões”

• Inadequação / Fracasso
• Ressentimento / Culpa
• Abuso / Manipulação
• Controle
• Perfeccionismo
• Rejeição
• Sufocado / Desamparado
• Incompreendido
Esquemas mais comuns dos terapeutas
• Defectividade / Vergonha
• Fracasso
• Incompetência
• Auto-sacrifício
• Subjulgação
• Desconfiança / Abuso
• Padrões Inflexíveis
• Abandono
• Emaranhamento
• Privação Emocional
Como me transformo quando o gatilho é
acionado…

• Distanciado
• Raivoso
• Passivo Agressivo
• Exageradamente Responsável
• Exageradamente Desculposo
• Culpado
• Superior / Crítico
• Defensivo
 Exercício 7:
• Identifique:
 Seus esquemas (quando e como aparecem?)
 Seus modos esquemáticos
 Seus gatilhos
Cuidados na Relação Terapêutica
Estabelecendo Limites

• Limites baseados na segurança do paciente e nos direitos


pessoais do terapeuta:
 O paciente estará seguro?
 Vou me sentir desconfortável com isto ?

• Não devemos começar a fazer algo para o paciente que não


consigamos continuar, salvo se informarmos ao paciente que
o faremos por um período determinado
Estabelecendo Limites

• Limitar contato externo


(Criança Abandonada)

• Limitar comportamentos autodestrutivos e impulsivos


(Criança Zangada & Impulsiva)

• Limitar ausências e desligamentos


(Protetor Desligado)
Estabelecendo Limites
• Contatar o terapeuta quando em crise suicida e cumprir as
regras durante a crise
(todos os modos)

• A regra é estabelecida assim que o paciente a viola – não


exponho meus limites antecipadamente (muito rígido no
contexto da reparação parental limitada)
Estabelecendo Limites

• Estabelecer limites de forma pessoal, não de maneira rígida


ou punitiva (terapeuta fala sobre suas intenções e seus
sentimentos)

• Estabelecer conseqüencias naturais para a violação de limites

• Como último recurso, terminar o tratamento


Estabelecendo Limites

• Quanto mais forte o vínculo com o terapeuta, maior é a


motivação do paciente para respeitar os limites estabelecidos
por este.
Ciladas para o Terapeuta

• Subjulgação: não impor limites, evitar confrontação e


passividade

• Auto-sacrifício: permitir excessivo contato externo

• Padrões Inflexíveis e Fracasso: sentimento de inadequação

• Hipercompensação: ficar irritado, ressentido


Ciladas para o Terapeuta

• Evitação: provocar a interrupção prematura da terapia

• Evitação: desestimular o paciente a expressar necessidades e


emoções intensas

• Inibição Emocional: distanciamento, rigidez e impessoalidade


Considerações Finais

• É imprescindível que o terapeuta conheça seus EID’s e Modos


Esquemáticos, somente assim conseguirá manter uma relação
terapêutica adequada para trabalhar com as típicas
resistências de cada Modo Esquemático.
Ricardo Asensio Rodriguez

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