Cartilha Hortaliças PDF
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Informações e contatos
Serviço de Apoio às Micro e Pequenos Empresas no Distrito Federal – Sebrae no DF
SIA Trecho 3, Lt. 1.580 – Brasília/DF – 71200-030
Tel.: (61) 3362-1600
www.df.sebrae.com.br
CONSELHO DELIBERATIVO
Banco de Brasília S/A – BRB; Banco do Brasil S/A – BB; Caixa Econômica Federal – CAIXA; Companhia de Planejamento do Distrito Federal – CODEPLAN;
Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal – FAPE/DF; Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Distrito Federal – FACIDF;
Federação das Indústrias do Distrito Federal – FIBRA; Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal – FECOMÉRCIO-DF; Fun-
dação Universidade de Brasília – FUB; Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal – SDE; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas – SEBRAE/NA
DIRETORIA EXECUTIVA
Diretor-Superintendente
Antônio Valdir Oliveira Filho
Diretor de Atendimento
Rodrigo de Oliveira Sá
Coordenação no DF
Gerente da Unidade de Agronegócios
Roberto Faria Santos Filho
Apoio
Brasil Central Agronegócios, projeto de integração entre unidades Sebrae nos estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
44 p. : il.
CDU
641.13
Sumário
Apresentação 7
Público-alvo 10
Mercado 10
Responsabilidade Social 12
Organização do Processo Produtivo - Ciclo de vida 13
Implantação de produção em horticultura sustentável 14
Alface 21
Tomate 24
30
Ecocert
30
Instituto Biodinâmico
31
Desenvolvimento do padrão de Modelo de Negócios Sus-
tentável
Plano e Viabilidade Financeira 40
Referências 42
6 Criando modelo de negócios sustentáveis: Hortaliças
Criando modelo de negócios
sustentáveis: Hortaliças
Apresentação
Mercado
Em virtude do crescimento populacional, um dos maiores desa-
fios de hoje é atender a demanda mundial de produção de ali-
mentos. Por causa disso, a palavra-chave é produtividade, a qual
deverá estar sintonizada com o tripé da sustentabilidade.
Alface
A alface é uma planta rica em nutrientes e clorofila e tem como
principal função desintoxicar o organismo. Constitui também
uma importante fonte de vitaminas (A, C e niacina) e de sais mi-
nerais (enxofre, fósforo, ferro e cálcio).
40 cm de
distância
entre
canteiros
1m a 1,2 cm de largura 25 a 30 cm
de distância
entre fileiras
0,4 a 0,5 cm de
distância
1,2 a 1,5 m
de distância entre as fileiras
Exigências Legais e
Normas Técnicas
Quando o produtor rural resolve produzir e comercializar horta-
liças utilizando métodos da produção orgânica, é recomendável
que entre em contato com uma agência certificadora, onde obte-
rá informações sobre as normas técnicas de produção. O Sebrae
pode apoiá-lo nesse processo.
Selo de identificação da
participação da agricultura
familiar (SIPAF)
O SIPAF foi instituído pelo Ministério de Desenvolvimento Agrá-
rio (MDA) para incentivar a política de sustentabilidade econô-
mica da agricultura familiar. É concedido a empresas, cooperati-
vas e agricultores para identificar produtos, tais como verduras,
polpas de frutas, entre outros, que tenham em sua composição a
participação majoritária desses agricultores, dando maior visibi-
lidade e promovendo a inclusão econômica e social dos envol-
vidos.
Rainforest Alliance
Certified (RAC)
O RAC certifica produtos agrícolas, como frutas, café, cacau e
chás. Trata-se de uma certificação socioambiental. Comprova
que os produtores respeitam a biodiversidade, bem como os tra-
balhadores rurais envolvidos no processo. Com grande aceitação
na Europa e nos EUA, é auditado no Brasil pelo Instituto de Ma-
nejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora).
Passo 1: primeiramente é importante definir a(s) hortaliça(s) a ser(em) cultivada(s), que será(serão)
trabalhada(s) no Modelo de Negócios Sustentável CANVAS (ex.: produção de tomate).
Passo 2: após a definição do passo 1, é importante pensar no seu diferencial perante os concorrentes.
O produtor deverá responder as seguintes perguntas: Quais são os fatores/requisitos que meu cliente
leva em consideração para decidir de quem irá comprar? Qual é a qualidade do produto? Qual é o
preço? Com que frequência ocorre a entrega? Qual é o volume? Qual é o diferencial do produto? Essas
variáveis são muito importantes, pois além de definirem o posicionamento do produtor no mercado,
vai ajudá-lo a definir melhor seu cliente-alvo.
Passo 3: este é o momento de definir seu cliente! Na definição desse bloco, é importante levar em
consideração três aspectos de sua produção: qual é o volume que consigo produzir? Com que frequ-
ência consigo produzir esse volume? E, por fim, mas não menos importante: eu consigo produzir esse
volume nessa frequência sempre no mesmo padrão de qualidade? Após responder a essas três pergun-
tas, que não são simples de serem respondidas, ficará mais claro em qual segmento de clientes você,
produtor, poderá focar. Para isso, é importante que a propriedade receba sempre assistência técnica
especializada.
Passo 5: definição das formas de Relacionamento com o Cliente. Nessa parte do Modelo de Negócios
Sustentável, o produtor vai pensar em dois aspectos importantes: a) a forma de relacionamento que
será usada para adquirir novos clientes (ex.: amostras grátis para aumentar a percepção da qualidade
do produto); b) a forma de relacionamento que será usada para manter os clientes existentes (ex.:
entrega gratuita para compras acima de R$ 300, descontos nas próximas compras de produtos em sua
propriedade, entre outras).
Passo 6: Fonte de Receitas – finalmente chegou a hora de saber quanto e como o dinheiro entra no
seu bolso, produtor. Aqui você pode definir diversas formas de recebimento. Lembre-se de que as for-
mas de cobrança pelo produto poderão ajudar a inovar seu modelo de negócios. Um exemplo disso é
o produtor que vende hortaliças sem agrotóxicos por meio de uma assinatura mensal, como se fosse
uma mensalidade. Outra observação é que você também poderá pensar nos ganhos sociais e ambien-
tais do seu produto. O que eu ganho além das receitas provenientes da venda dos meus produtos?
Por exemplo: ganha-se dinheiro com a venda de tomates sem agrotóxicos, ganha o meio ambiente,
principalmente as reservas de água da sua propriedade, que não ficam contaminadas com resíduos dos
agrotóxicos, e ganha também sua família/funcionários, que não ficarão contaminados com os compo-
nentes químicos nocivos à saúde.
Passo 7: Principais Recursos – em se tratando de hortaliças sustentáveis, você deve pensar quais são os
recursos necessários para que seu negócio, de fato, funcione. Por exemplo: para produzir tomates sem
agrotóxicos, vou precisar de uma área para o plantio, de sementes, de adubo, de pessoas para plantar e
fazer o manejo do cultivo, de pessoas ou máquinas para colheita, entre outros. Aqui também é impor-
tante levar em consideração quais recursos você utilizará para realizar seu negócio, considerando-se os
valores econômicos, ambientais e sociais. Lembre-se de que os Principais Recursos também devem ser
pensados para atender todos os blocos do Modelo de Negócios já desenhados até o presente momento.
Passo 8: Principais Atividades – quais são as atividades de produção e entrega que você precisa exe-
cutar? Nesse bloco do Modelo de Negócios Sustentável, você, produtor, deverá pensar em quais são
as atividades que precisa fazer para garantir a operacionalização da sua empresa. Lembre-se de que
você deverá executar as atividades que geram valores econômicos, sociais e ambientais. Tudo isso para
que seu modelo de negócios seja sustentável. Um exemplo disso é a incorporação de práticas e mane-
jo sustentáveis que irão envolver todo o processo desde o início da produção até a colheita: escolher
sementes; fazer plantio; planejar como será feito o controle de pragas e doenças; colheita; comercia-
lização e pós-venda.
Passo 9: Principais Parcerias – os parceiros podem ser classificados em três tipos básicos do ponto
de vista de um modelo de negócios: 1) aqueles que podem contribuir com recursos-chave (ex.: asso-
ciação que tem um trator, o qual pode ser utilizado para o plantio do tomate); 2) aqueles que podem
contribuir nas atividades-chave (ex.: empresa de transporte que vai fazer a entrega do seu produto
no supermercado); 3) aqueles que podem ajudar a minimizar os custos (ex.: compra de insumos para
propriedade de forma coletiva, unindo-se a outros produtores e aumentando o poder de barganha
junto aos fornecedores; familiares que trabalharão nos cuidados da lavoura e que não gerarão custos
operacionais). Lembre-se de que os parceiros são aqueles que podem contribuir estrategicamente para
o seu negócio em todos os aspectos (econômicos, sociais e ambientais).
Passo 10: Estrutura de Custos – nesse bloco, você, produtor, listará os principais custos do seu negócio.
Aqui devem ser incluídos tanto os custos da operação (ex.: custos das sementes) como também os cus-
tos de investimento (ex.: equipamentos, maquinários, etc.). Lembre-se de que os seus dois principais
custos serão os de produção/operação do negócio e os de aquisição de clientes, mais conhecido como
custo de venda! Por exemplo: em uma produção de tomate sem agrotóxico, além dos custos de cultivo
(pessoas, adubo, custos de colheita, entre outros), também precisamos estimar os custos de divulgação
Dica 1:
Realize seu fluxo de cai-
xas. Tenha um caderno no
qual você anotará todas as
despesas realizadas no dia.
Despesas
Com esse procedimento,
ao final do mês será possí-
vel calcular o custo do seu 01/10
negócio e também conhe- sementes R$ 30,00
cer os elementos que mais
02/10
consumiram recursos fi- compra de adubo R$ 50,00
nanceiros. Chamamos essa orgânico
prática de fluxo de caixa.
03/10
compra de embalagens R$ 45,00
para o tomate
Dica 3:
Toda propriedade rural deveria ter outros pequenos modelos de negócios para garantir a sus-
tentabilidade do seu negócio rural. Isto é, se você, produtor, tiver uma produção de tomate sem
agrotóxico, pense também em, por exemplo, criar frangos caipiras, pois, além de gerar adubo
para as hortaliças, você garante outra fonte de renda complementar enquanto o período de
colheita não está concluído.
Dica 4:
Para obter financiamento de sua cultura, é sempre importante procurar um técnico da Emater,
pois ele pode orientá-lo na elaboração de uma proposta de financiamento para produção. Esse
tipo de financiamento pode ser usado tanto para investimentos (compra de trator) quanto para
custeio da produção (compra de insumos).
Dica 5:
Análise com frequência sua capacidade produtiva. Você vai pre-
cisar manter uma boa produtividade para garantir que o dinheiro
obtido na venda dos produtos vai ser suficiente para cobrir as
despesas. Para evitar problemas futuros, acompanhe diariamente
sua plantação de hortaliças.
Dica 6:
Se você já faz o controle de suas despesas e receitas, o próximo
passo é conseguir enxergar o que acontecerá com suas despesas
e receitas futuras. Quanto irei receber nos próximos seis meses?
Quais são as despesas que preciso realizar na minha produção
nos próximos seis meses? O produtor que é capaz de enxergar
um horizonte de gastos e ganhos para o próximo semestre estará
mais preparado para lidar com problemas de sustentabilidade fi-
nanceira do seu negócio.
Dica 7:
Procure sempre o Sebrae para obter apoio nas questões financeiras, de negócio ou de produção.
Eles dispõem de materiais e consultores que podem lhe ajudar a melhorar o desempenho do
seu negócio rural. Mas lembre-se de que a formalização do produtor rural, por meio de CNPJ,
Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), Inscrição Estadual Rural ou Registro Geral da Pesca, é
fundamental para um atendimento mais aprofundado.