Workshop para Líderes e Professores Da EBD

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 12

Workshop para Líderes e Professores da EBD

TEMA

TRABALHANDO COM AMOR


Ec.9:10

REFLEXÕES SOBRE A VIDA ESPIRITUAL


DOS PROFESSORES
DA
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


1
Workshop para Líderes e Professores da EBD

ASSUNTO PÁGINA

Introdução 03

O Crescimento Espiritual do Professor 04

O Exercício da Vida Disciplinar e do Preparo do Professor 06

O Exercício do Amor Cristão na vida do Professor 10

Conclusão 12

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


2
Workshop para Líderes e Professores da EBD

Introdução

Para muitos o ato de ensinar é um DOM e também uma ARTE. Nos


nossos dias a arte de ensinar tem sofrido muitos ataques, tanto do Estado e de
seus órgãos reguladores de educação, quanto também dos próprios alunos e pais.
Nesse sentido podemos dizer que achar um professor, educador, facilitador ou
mestre está cada vez mais difícil. Os que são encontrados fazem uso dessa arte
como quem realmente recebeu um dom; uma capacitação especial.
Na realidade das Igrejas Cristãs encontramos muitos que também
entendem que ensinar é um DOM DE DEUS e uma arte. É uma arte, pois se
apresenta como uma capacidade pessoal destacada por um talento peculiar e
individual, e, Dom de Deus por ser uma capacitação do Espírito Santo para
ensinar a Palavra de Deus.
Estaremos trabalhando neste workshop com o olhar para o ensino na
Escola Bíblica Dominical, realizando assim uma reflexão sobre a vida espiritual
dos professores, educadores, facilitadores ou mestres.
Destacamos duas passagens das Sagradas Escrituras que caracterizam
com clareza o perfil de conduta do professor, educador, facilitador ou mestre da
Escola Bíblica Dominical: (Ed 7.10 e II Tm 2.15).
No texto de Ed.7:10, o exemplo a ser seguido é Esdras. Esdras
tinha preparado o seu coração para buscar a Lei do Senhor. Alguns estudiosos
classificam essa postura de Esdras como sendo uma conduta espiritual. Mas o
texto também apresenta uma postura de Esdras em cumprir a Lei, trabalhando
assim não apenas uma recepção e transmissão de informações, mas uma vivencia
da Lei, o que alguns estudiosos têm classificado como uma conduta disciplinar.
Mas ainda vamos encontrar no texto uma postura em ensinar a Lei, o que já é
chamado por outros de conduta pedagógica.
No segundo texto bíblico o exemplo é Timóteo. Paulo o recomendou ao
jovem pastor dizendo “procura apresentar-te a Deus aprovado - conduta
espiritual -, como obreiro que não tem de que se envergonhar,  - conduta
disciplinar - que maneja bem a Palavra da verdade - conduta pedagógica.
Com base nesses dois exemplos queremos propor uma reflexão sobre os
principais aspectos que envolvem a nossa conduta como professores, educadores,
facilitadores ou mestres da Escola Bíblica Dominical.

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


3
Workshop para Líderes e Professores da EBD

PRIMEIRA REFLEXÃO
O CRESCIMENTO ESPIRITUAL DO PROFESSOR

É indiscutível que os professores da Escola Bíblica Dominical busquem


ser cheios do Espírito Santo! A possibilidade de que um professor que ensina a
Palavra de Deus não esteja em perfeita sintonia com o Seu Autor é um indicativo
de sérios problemas para a EBD e para os alunos cristãos.
Quando se fala de crescimento espiritual muitos têm apresentado
diversas técnicas ou fórmulas. Mas o que se pode ver claramente na vida
daqueles que são reconhecidos como cristãos mais maduros e crescidos
espiritualmente é um fator muito mais simples do que todas as fórmulas e
técnicas apresentadas:

“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e andai em amor


como também Cristo vos amou... portanto, vede prudentemente como andais,
não como insensatos, mas como sábios... pelo que não sejais insensatos, mas
entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, que
leva a libertinagem, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e
hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso
coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”.
Ef.5:1,2,15,17-21.

Embora alguns procurem desenvolver técnicas ou fórmulas a partir desse


texto, poderíamos resumir a essência de todo o capitulo 5, que culmina nos
versos 18 a 21, como sendo uma vida diária e constante na presença do Senhor.
Crescimento espiritual não é o aumento de certas práticas, mas da vida
de Deus em cada um de nós a partir daquilo que é colocado em nossos corações
pelo Espírito de Deus. Se não vivermos falando entre nós com salmos, e hinos, e
cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor em nossos corações,
sendo totalmente agradecidos por tudo e sujeitando-nos uns aos outros, nenhuma
prática, por mais licita que seja, proporcionará crescimento espiritual.
A partir da realidade maior e primeira de que em nossos corações temos
buscado verdadeiramente uma vida de intimidade com o Senhor em resposta ao
agir de Deus em nós, o próprio Espírito Santo nos orienta as práticas que
trabalham a manutenção dessa disposição. Assim podemos destacar as práticas
da oração, o estudo da Bíblia, a comunhão e outros.
Uma questão que vale destacar no texto de Ef.5:18 é que a Bíblia, nos
textos do Novo Testamento, foi escrito na língua grega. E no versículo 18 a idéia
é ser cheio do Espírito através da ação do Espírito em nós. É ser cheio do
Espírito, pelo Espírito! É o próprio Espírito que nos torna cheios Dele. Ou seja,
ser cheio do Espírito não é uma ação humana apenas. Não é você que “se enche
do Espírito”, mas Deus, em Cristo Jesus, coloca no seu coração o Espírito Santo,
e Ele vai te ensinar a ser cheio da vida de Deus.

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


4
Workshop para Líderes e Professores da EBD

Com esse entendimento as práticas direcionadas pelo Espírito Santo


realmente produzem crescimento espiritual.

REFLEXÃO E DEBATE:

Você conhece alguns cristãos, até professores, que oram muito, estudam
a Bíblia, estão todos os dias na igreja, mas que não aprendem nada da vida cristã?
Ou seja, “de vez em sempre” são flagrados em condutas semelhantes aos que
estão começando a aprender os aspectos da vida cristã?
Será que o problema são as práticas? Ou quem está conduzindo a
realização das práticas?

Se as práticas cristãs devocionais, que são reconhecidas como


proporcionadoras de crescimento espiritual não estão gerando o crescimento
esperado, tudo indica que estão sendo realizadas pelo direcionamento de cada
pessoa; mas quando realizadas pelo direcionamento do Espírito Santo produzem
o crescimento espiritual.
Não podemos cair no erro de iniciar e desenvolver essas práticas sem o
governo do Espírito Santo em nossos corações, pois o máximo que vamos
conseguir com isso é tornarmo-nos semelhantes aos fariseus, ficando vazios,
decepcionados, frustrados ou meramente religiosos.
Essa questão se torna muito relevante quando somos chamados para o
ensino. Pois podemos formar cristãos, desde a sua meninice, apenas cristãos
nominais, formais, ou simplesmente conhecedores de histórias.
Podemos correr o risco de ensinar uma criança, adolescente, jovem ou
até mesmo adulto, que na luta entre Davi e Golias que venceu foi Davi! E não
ensinarmos que quem venceu a luta foi Deus através de Davi. Davi venceu na
força de Deus! Não foi a habilidade de Davi que o fez vencedor, mas Deus que o
havia preparado para enfrentar os desafios da vida com fé em Deus e na força do
Senhor, pois ele seria um dia o rei do povo de Deus. E os alunos não aprendem a
viver em suas práticas cotidianas, que são usadas por Deus para nos preparar para
os desafios da vida, vivendo de glória em glória e de fé em fé; e quando se
apresentam os desafios da vida eles acham que vão ser vitoriosos só pela força ou
capacidade ou até religiosidade que possuem. Ficarão frustrados, decepcionados,
vazios e poderão ser tornar até inimigos do Evangelho.

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


5
Workshop para Líderes e Professores da EBD

SEGUNDA REFLEXÃO
O EXERCÍCIO DA VIDA DISCIPLINAR E DO PREPARO DO
PROFESSOR

Entendemos que um padrão muito importante no Evangelho de Jesus


Cristo e no agir do Espírito Santo é o exemplo de vida!
O testemunho pessoal é tão importante que muitas lições trabalhadas no
interior das salas das EBDs têm sido anuladas pelo testemunho de vida de muitos
professores.
Assim, aplicaremos o exercício da vida disciplinar do professor no
sentido de disciplinar sua vida a semelhança da vida do Mestre Jesus!
O apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses, afirmando: “O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei;...” Fp. 4. 9.
Como Professores da Escola Dominical, somos espelho para os nossos
alunos, quer queiramos ou não.  Paulo os desafiou a imitá-lo, sendo ele mesmo
um imitador de Cristo (I Coríntios 11. 1).
Desta forma, precisamos nos conscientizar de que todas as nossas
atitudes são vistas por nossos alunos com muita seriedade e como lições.
Nossas boas palavras como professores têm como base e força maior
o bom exemplo que vivemos. Quando o aluno vê o Evangelho vivido em nós,
isso lhe traz grandes benefícios. É uma confirmação do que ele está aprendendo.
Como professores devemos refletir a vontade divina sendo executada em
nossa vida, e não a nossa própria vontade. Para tanto, convém perguntar-nos a
nós mesmos:

REFLEXÃO:
“Que Tipo de Pessoa Eu Sou?”.
Depois de responder a essa pergunta, há uma segunda:
“Como Posso Melhorar a Minha Vida?”.

Em 1 Timóteo 4. 12 o Senhor nos recomenda através do apóstolo Paulo:


“Sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na
pureza.”; Da mesma forma, em Tito 2.7: “Em tudo te dá, por exemplo.”
Como professores, querendo ou não, influenciamos. E não podemos fugir
disso. E essa influência contagia com naturalidade toda a classe. Se não somos
disciplinados, a influência que transmitiremos à nossa classe será negativa, e
as conseqüências disso serão, seguramente, desastrosas.
São muitos os aspectos que devemos observar em relação à nossa
conduta, como professores, principalmente perante os nossos alunos, dentre os
quais podemos destacar: A Pontualidade; A Assiduidade; A Colaboração, que
significa laborar em conjunto, buscando o mesmo objetivo o que também
pressupõe integração; e, A Lealdade.
O professor disciplinado é um colaborador, em todos os aspectos, junto
ao seu Superintendente e demais Colegas. Ele está sempre à disposição para
ajudar, para ser útil em alguma coisa que porventura possa estar ao seu alcance.

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


6
Workshop para Líderes e Professores da EBD

 Em relação à nossa conduta disciplinar podemos destacar três qualidades


que precisam ser encontradas em cada um de nós:

a) O Desenvolvimento de Relacionamentos!

Como está o nosso trato com os alunos? E com os outros professores? E


com a direção da igreja? E com a direção da Escola Dominical? E com os não
crentes?
Entendemos que nos nossos dias há um desafio maior em desenvolver
uma vida disciplinar de relacionamentos do que qualquer outro aspecto
disciplinar. É mais fácil, e até mais aceitável, ou ainda, mais cômodo, para
muitos, o desenvolvimento de disciplinas práticas como estudar, orar e jejuar, do
que disciplinar sua vida para estar ao lado de outros irmãos ou pessoas. Estamos
vivendo tempos de uma difícil manutenção da comunhão. É uma disciplina muito
difícil para muitas pessoas.
Mas o relacionamento ainda é a didática do Reino de Deus! Deus usa
pessoas! Deus unge pessoas! Deus se revela a pessoas, por meio de pessoas, para
salvar pessoas.
Jesus declarou: “Vinde a Mim...”, e ainda, “Eu Sou o Caminho, e a
Verdade, e a Vida...”. Jesus chamou pessoas para o relacionamento com Ele.
(Mt.11:28; Jo.14:6)

b) A Disposição para Aprender!

Como as demais pessoas, somos imperfeitos. Estamos reconhecendo


nossas limitações? Os melhores professores são aqueles que têm a disposição de
aprender. O professor deve procurar sempre oportunidades para aprender mais.
Todo professor pode ser um professor melhor!  É triste quando um professor está
satisfeito em ficar onde está e em ensinar sempre como ensina agora, sem querer
progredir.
Não tenha medo do conhecimento! Ainda que muitos utilizem a
sentença: “A letra mata!”, mas “O Espírito vivifica!”. É só uma questão de
administrar todo o conhecimento pelo direcionamento do Espírito Santo!
Como professores, precisamos estar conscientes da necessidade de nos
abastecermos da graça de Deus durante o preparo das nossas aulas, assim como
durante o nosso ensino e, principalmente, após cada aula ministrada. Não
devemos nos preocupar só com o alimento que devemos dar aos nossos alunos,
mas primeiramente com o nosso próprio alimento. Precisamos olhar para o nosso
interior e fazer-nos algumas perguntas:
 a) Quantas horas orei nesta semana pela minha firmeza espiritual?
 b) Quantas vezes jejuei neste mês por mim, para servir melhor a meus
alunos?
 c) Quantas horas nesta semana dediquei-me ao estudo da Bíblia

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


7
Workshop para Líderes e Professores da EBD

Em II Timóteo 2. 2 a Bíblia apresenta uma qualidade imprescindíveis ao


professor da Escola Bíblica Dominical: A idoneidade para o ensino. 
Isso significa estar capacitado, estar apto, estar preparado, ser
competente. O nosso preparo só será alcançado e aperfeiçoado se levarmos a
sério a recomendação bíblica atribuída com exclusividade a quem
ensina: dedicação plena (Romanos 12. 7).
A dedicação no preparo adequado das lições e na organização das aulas.
Não se pode esperar praticamente nada de um professor que não se dedica ao
preparo das lições que ministrará. É imprescindível que gaste e se deixe gastar,
com boa vontade, para o bem da vida espiritual dos alunos (II Coríntios 12. 15).
Eis algumas reflexões neste sentido:
a) Quantas vezes por semana estudamos o texto da lição?
 b) Quantas horas gasto por semana, procurando reunir o melhor que posso, para
apresentar à nossa classe na aula de domingo?
c) Temos feito uso adequado de todo o material de pesquisa que for necessário ao
preparo da nossa lição?
d) Temos estabelecido adequadamente os objetivos da lição, considerando as
necessidades da classe, e as características pessoais dos nossos alunos?
e) Que método ou métodos de ensino adotaremos para ministrarmos com sucesso
a nossa aula de domingo?

c) O Zelo pela Missão!

Estamos conscientes de que Deus tem para nós um trabalho especial?


Sabemos que esse trabalho é a nossa classe de Escola Bíblica Dominical?
Estamos cientes da importância de aplicarmos os nossos conhecimentos e
experiências, visando à transformação de vida dos nossos alunos? (Efésios 4.11)
Algumas considerações:

 a)  Temos nos preocupado com o crescimento da nossa classe fazendo uso de


recursos para motivar o seu progresso, sabendo que isso refletirá no crescimento
da EBD?

b) Temos procurado nos enquadrar nos objetivos gerais da EBD de nossa igreja,
sendo fiéis colaboradores do Superintendente e do pastor?

c) Temos feito discípulos (novos professores) em nossa própria classe, para


colocarmos à disposição do Superintendente e do Pastor novos talentos, até então
no anonimato?

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


8
Workshop para Líderes e Professores da EBD

Ainda nesta reflexão sobre a vida disciplinar e do preparo do professor


podemos destacar três empecilhos ao nosso sucesso, os quais devem ser evitados
a todo custo:

a) Falta de Experiência!
Não é recomendável ao professor conduzir uma aula sem que tenha
adquirido vivência suficiente para isso, tanto pedagógica quanto espiritual. Ele
precisa estar seguro do que irá ensinar de maneira a esclarecer as dúvidas de seus
alunos.

b) Má Administração do Tempo!
A diferença entre as pessoas está na maneira como usam o tempo e como
definem suas prioridades. O que é mais importante para uma pessoa recebe maior
parcela de seu tempo. Quanto tempo temos dedicado à nossa classe de Escola
Dominical?

c) Visão Turva!
Isso pode estar ligado à questão de tempo, e até a falta de recursos, mas
pode ser por outra causa: A falta de visão do que queremos para os nossos
alunos. Quando nos falta visão de crescimento para os nossos alunos, não nos
incomoda o fato de darmos uma aula de qualquer maneira. Mas a Bíblia nos
adverte quanto ao ensino (Romanos 12. 7).

Naturalmente, buscando desenvolvimento de relacionamentos, mantendo


a disposição para o aprendizado pessoal e o zelo pela missão que nos foi confiada
como professores desenvolveremos como Esdras e Timóteo desenvolveram uma
postura no sentido de buscar e procurar; de conhecer e prosseguir em conhecer.
Não é tarefa fácil, porém imprescindível. Requer sacrifício de nossa
parte, e a consciência de que, acima de tudo, somos instrumentos de Deus para a
transformação de vidas, e para isso precisamos estar com a nossa vida espiritual
plenamente regular.
Como poderemos contar com operação do Espírito Santo em nosso
ensino para transformar vidas se não estivermos em plena comunhão com Ele?
Como e o que iremos ensinar se estivermos vazios?

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


9
Workshop para Líderes e Professores da EBD

TERCEIRA REFLEXÃO
O EXERCÍCIO DO AMOR CRISTÃO NA VIDA DO PROFESSOR

E o amor é o agente regulador de nossas atividades!


Jesus nos deixou um exemplo maravilhoso de amor ao lavar os pés dos
discípulos, os quais dentre eles havia os que iam traí-lo, negá-lo, não acreditar na
sua ressurreição, entre outras coisas. Mas a frase de Jesus ecoa até os nossos dias
em busca de discípulos que queiram aprender com o Mestre a arte de amar e
ensinar a amar: “Compreendeis o que vos fiz? ... Dei-vos um exemplo para que
como Eu vos fiz, também vós o façais.” Jo.13:12,15
E falar de amor cristão em qualquer área da vida, até mesmo na área do
ensino, nos faz recorrer aos sentidos do termo amor.
A palavra amor em nosso vocabulário pode ser entendida como um
sentimento abstrato; uma demonstração de carinho e afeto entre duas ou mais
pessoas. Mas sempre será enriquecedor se nos lembrarmos que aprendemos o
verdadeiro sentido do amor cristão com o próprio Cristo.
E Jesus nos trouxe a consciência de algumas diferenças naquilo que era
chamado de amor em Seus dias.
Nos dias de Jesus era comum o uso de pelo menos quatro palavras para
se desenvolver uma definição do termo amor:

1ª Palavra: EROS!
Trata do que é físico; sexual. Eros é um amor que toma; arrebatador (paixão).
Esse tipo de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é,
basicamente, atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal.
O eros apresenta-se como amor pelo outro mas é amor por si próprio.

2ª Palavra: STORGE!
É o amor mais relacionado à família – Rm 12.10 – Amai-vos cordialmente
uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. O
desaparecimento desse amor é mencionado em Rm 1.31 – insensatos, pérfidos,
sem afeição natural e sem misericórdia e 2 Tm 3.3 – sem afeto natural,
irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons. 

3ª Palavra: PHILOS!
Philos é um amor que troca. Relaciona-se com a alma, mais do que com o
corpo. Lida com a personalidade humana – o intelecto, as emoções e a vontade.
Envolve compartilhamento mútuo. Em português, a palavra mais próxima é
amizade. A forma nominal é usada apenas uma vez no Novo Testamento (Tg
4.4), mas o verbo “amar”, no sentido de “gostar”, e o adjetivo “amável” são
usados muitas vezes. Este é o grau de afeição que Pedro disse ter por Jesus
quando este lhe perguntou, “Simão, filho de João, tu me amas?”. O pescador
respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que te amo”. No original grego, o sentido é:
“Sim, Senhor, tu sabes que gosto de ti, que sou teu amigo” (Jo 21. 15,16). 

4ª Palavra: ÁGAPE!
Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]
10
Workshop para Líderes e Professores da EBD
Esse tipo de amor não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada,
mas por Deus. Ágape ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não
tem muito valor, não corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria
felicidade, mas a do outro, a qualquer preço.
A ilustração clássica desse tipo de amor encontra-se na história do bom
samaritano (Lucas 10:29–37), que é contada para ilustrar o amor (ágape) ao
próximo (v. 27). Quando o samaritano olhou para o homem ferido e sangrando,
não houve atração física (eros). O homem que havia sido açoitado não era um
ente ou conhecido querido; os judeus e os samaritanos se odiavam (não tinham
amor storge). O homem deixado à beira da estrada não era um amigo; ele não
tinha nada para oferecer; não havia possibilidade de ação recíproca (philos). Qual
seria a única motivação possível para o viajante ajudá-lo? Ele era um semelhante;
um ser humano; e o bom samaritano disse, em outras palavras: “Por isso eu vou
ajudá-lo”. Isto é amor ágape.

Tendo o exemplo de Jesus Cristo como base para o desenvolvimento de


nosso ministério de educadores, precisamos estar cientes da luta que é a
manutenção do amor no ensino. Vivemos hoje em uma dura realidade que foi
revelada a nós pela Palavra de Deus:
“E por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará”.
Mt.24:12
O exercício do amor cristão na vida do professor é uma necessidade
urgente, uma vez que estamos mergulhados em um século de iniqüidades.
E o amor cristão pode ser entendido e visto também em ações conjuntas.
Como estamos inseridos em um século que ensina, vive e defende princípios
contrários ao amor cristão precisamos harmonizar nossas ações no
desenvolvimento de um ensino eficaz.
Nossas ações podem durar realmente toda uma vida de aprendizagem,
como acontece na educação dos filhos.
E educar uma criança, por exemplo, é trabalhar num projeto de vida, e,
os pais são os responsáveis diante de Deus. Vemos que biblicamente isso é
possível tendo a Palavra de Deus como fundamento e Cristo como modelo!
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. 2 Tm
3:16-17
“Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto,
o qual é Jesus Cristo.”. 1 Co 3:11

Há na Bíblia três instituições reconhecidas com autoridade outorgadas


por Deus: a família, a igreja e o governo civil. Porém, só aos dois primeiros cabe
prover educação (Ef 6:4; Mt 28:18-20), uma vez que o governo civil jamais
poderia atuar em nome da família, representando seus valores e objetivos
próprios. O Estado traduz o pensamento da coletividade, partindo do princípio
que a maioria está certa.

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


11
Workshop para Líderes e Professores da EBD
O que vemos nas escolas de hoje em geral é: desrespeito as autoridades
falta de disciplina, desinteresse pelo aprendizado, irresponsabilidade, influência
da Nova Era nos temas e nos livros, baixa qualidade do ensino, imoralidade,
corrupção, etc.
E essa triste realidade tem se desenvolvido em muitas Igrejas Cristãs. Há
um número muito grande de Escolas Bíblicas Dominicais que sofrem pela
influência desses fatores, o que muitas vezes é reflexo do dia a dia de muitos
lares cristãos.
A educação nos tempos de Jesus era realizada prioritariamente no lar e
depois com o apoio da sinagoga para o aprendizado da lei, do tabernáculo, e de
outras disciplinas. Depois apareceram os tutores, que podem ter dado lugar às
academias particulares (Gl 4:1-2).
Portanto, biblicamente, a escola só tem sentido como uma extensão da
família, para com ela cooperar em aliança de princípios e propósitos, e sob a
cobertura espiritual da igreja.
E em relação à Escola Bíblica Dominical todos nós precisamos entender
que ela também só vai ter uma maior eficiência na realidade de vida dos alunos
cristãos quando estiver, também, em plena comunhão com as famílias cristãs.
A visão é de famílias unidas em Cristo Jesus, contando com a
participação da Igreja, trabalhando na formação de uma geração consciente de
seus valores e responsabilidades, capacitada para exercer seu ministério na
sociedade e cumprir o propósito de Deus. Trata-se de uma aliança estratégica
para garantir a expansão do Reino mesmo no meio de uma geração perversa e
corrupta. Isso é manifestação de amor cristão!

REFLEXÃO E DEBATE:
Qual tem sido realmente o sentido de amor que tem me conduzido a
ensinar?
Até que ponto eu realmente estou disposto (a) a viver o amor ágape?

Conclusão

O que podemos concluir até esse momento é que a realidade envolvendo


a prática dos líderes e professores nas Escolas Bíblicas Dominicais, bem como
nas outras áreas da vida cristã exige o desenvolvimento do amor cristão.
Trabalhando com o amor cristão, nós podemos experimentar a
manifestação do Poder de Deus a cada lição e a cada relacionamento que o
Senhor nos conceder.
Que todos nós sejamos achados fiéis ao Senhor; vivendo o amor cristão
no nível que o Senhor Jesus nos determinou:

“Amai-vos uns aos outros!”.

Pr. Joel de A. Manhães Agosto/2015 [email protected]


12

Você também pode gostar