02 EBD Como Espaco Da Evangelizacao
02 EBD Como Espaco Da Evangelizacao
02 EBD Como Espaco Da Evangelizacao
Rev. Jos Pontes Sobrinho I - Introduo impossvel refletir sobre a Escola Dominical sem que fiquem claras duas funes por ela exercidas: ensino e evangelizao. Isto , querigma (pregao) e didaqu (ensino). Desde os tempos bblicos, a preocupao com o ensino e a evangelizao muito forte. No Antigo Testamento, Israel chamado a educar as geraes vindouras sobre a lei de Deus. No Novo Testamento, Jesus d instrues a seus discpulos, na grande comisso de Mateus 28.18-20 enfatizando a pregao e o ensino. Desde os primrdios, a Igreja Crist permaneceu, enquanto pde, aprendendo nas sinagogas e recebendo os ensinos. Quando foi expulsa das sinagogas, passou a reunir-se nas casas (Atos 2.42)
V - O que evangelizao ? A evangelizao, como parte da misso, encarnar o amor divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador e Reconciliador. A evangelizao sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade, atravs da adorao, proclamao, testemunho e servio. (PVM) VI - Reflexo Sobre a Escola Dominical Hoje No livro Vencendo os Inimigos da Escola Dominical, Lcio Dornas, em sua avaliao da Escola Dominical, detecta os seguintes problemas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Mesmice pedaggica Superficialidade hermenutica (biblicismo sem Bblia e interpretao sem contexto) Insuficincia na didtica (s vezes tem contedo, mas no preparou para ensinar) Viso equivocada do ato de ensinar (falta vocao) Acomodao Presuno (pessoa que sabe tudo) Falta de material didtico adequado
Considerando que, no mbito da Escola Dominical, o visitante tambm o aluno para evangelizao e ensino, precisamos repensar nossa proposta de Escola Dominical = ensino x evangelismo. Lendo o livro Se voc finge que ensina eu finjo que aprendo, vemos o seguinte: a aula versa sobre qualquer coisa menos sobre o assunto do livro (lio). Professores/as pensando ter ensinado e alunos/as convictos/as de que sabem alguma coisa. Penso que a Escola Dominical, em muitos
momentos, tem se tornado uma escola de alunos/as sem vida, uma escola da teoria do fingimento. George Barna, em seu livro Evangelizao Eficaz analisa a vida e o conhecimento da gerao evanglica em meio s mudanas atuais. Ele conclui o seguinte: Muitos alunos so capazes de citar com preciso os programas de televiso do horrio nobre e no so capazes de afirmar com preciso os temas bsicos da f crist.
1. Princpio de Processo
Este princpio afirma que o crescimento um processo e no um evento. Ele requer: Planejamento Estabelecer alvos Gerenciar recursos Avaliao regular dos resultados e eficincia
2. Princpios da Pirmide
Este princpio nos mostra que, para aumentar a pirmide, preciso alargar a sua base. A base a organizao para o crescimento. Ela pode ser a estrutura dos grupos pequenos (classes) na qual ocorrem os relacionamentos, discipulado, etc.
3. Princpios da Receptividade
A Igreja deve investir seus recursos e priorizar onde ela pode obter frutos. Receber bem, acolher as pessoas e integr-las, discipular so fatores fundamentais na Escola Dominical.
2. nfase no compromisso
Muitos tm relegado a Escola Dominical a um segundo plano. preciso apoio pastoral a esse ministrio, bem como da liderana da Igreja.
4. Propsito definido
Uma vez que a Escola Dominical perde sua nfase na evangelizao, os seus programas comeam a fracassar. A Escola Dominical precisa redefinir seu propsito seno ela permanecer mutilada. Se ela for adequadamente plantada, organizada, ela se tornar uma ferramenta para alcanar o ser humano para Cristo. XI- Razes para acreditar na Escola Dominical hoje Ela oferece uma estratgia simplificada e centralizada. A Escola Dominical familiar. Ela fundamento slido para inovao. A inovao sempre construda sobre o alicerce de princpios fundamentais. A Escola Dominical envolve as pessoas no servio. Ela oferece a experincia de grupos pequenos. A Escola Dominical tem um registro provado em toda a histria. No filme A Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, o ator principal, Robin Willians, mostra uma escola tradicional de Vermont nos Estados Unidos: a academia de Welton. Keating (Willians), o novo professor de literatura, pede aos alunos que arranquem todas as pginas da Introduo do livro que ensina como fazer poesia. Ele estava propondo aos alunos para no basear-se no que os outros pensaram, mas para procurar a poesia dentro de si mesmos. Ele ensina os alunos a ser apaixonados pela vida, pela poesia e pela liberdade. Ensina tambm que, quando abrimos mos de um sonho, morrendo por dentro, sempre um pouco de ns passa a estar morto e enterrado juntamente com o nosso sonho. Ao final do filme, um velho professor tenta trazer aos alunos o texto que reduz a poesia a um conjunto de frmulas matemticas. Ao contrrio, o professor de Welton a verdadeira encarnao do educador. Ele se preocupa com o ser humano mais do que com estruturas rgidas, s vezes obsoletas e sem sentido. O professor Keating o educador que um poeta imaginou ao escrever: Mestre, Teu verbo deve ser revelao E em teu ensinamento Deve viver o perfume de Teu esprito.
Se no podes dar a teu discpulo Tuas prprias asas, D-lhe o anseio de voar E contentaste em ser A mais humilde pedra Que sustentar a sua galgada. Tu tens que caminhar com ele, Lado a lado, Na estrada do Saber. Se tens mensagem, Tuas palavras jamais se perdero no tempo E as sementes do teu verbo Germinaro na terra dos coraes E tu sers eterno... Mas, ah! Se no conheces o sentido da vida E se em ti no existe f; Se no foste fermentado pela dor, Se te preocupas com coisas, e ests cristalizado em tuas verdades, Melhor seria se no tivesses nascido... Pois, de que vale a flor Que no d seu nctar E nem se torna fruto?!.. (Maria Luiza Silveira Telles) Seria a Escola Dominical A Escola dos Alunos Mortos? Sem vida, sem base, sem profundidade, sem emoo, etc. Creio que no! Nela existem valores na formao de vidas, lderes, igrejas e transformao da sociedade que podem ser despertados e produzir frutos ao longo da histria. No livro Ensinando para Transformar Vidas, Howard Hendricks afirma que os comunicadores aplicam os princpios abaixo citados com xito em suas atividades pedaggicas. Creio que hoje nossos/as professores/as e pastores/as necessitam aplicar na Escola Dominical:
A Lei do Professor
Buscar o ensino numa rica experincia de vida. A Lei do Ensino Dominar a matria e conhecer muito bem as pessoas a quem se ensina. A Lei da Atividade Envolver os alunos numa experincia altamente educativa. Ouo e esqueo; vejo e guardo na memria; fao e compreendo. A Lei da Comunicao Construir pontes de comunicao entre o comunicador e o receptor. A Lei do Corao Atingir a personalidade como um todo, intelecto, sentimento e vontade. A Lei da Motivao Descobrir e cultivar as motivaes intrnsecas
A Lei da Preparao Prvia Preparar o professor para ensinar e o aluno para aprender.
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10. A Escola Dominical necessita se alicerar pelo relacionamento, ensino e evangelismo, gerando vida e crescimento na Igreja. XIII - Princpios para reflexo sobre Educao Crist na Escola Dominical 1. Na Septuaginta, a educao entendida como um ensinamento vivencial (como por exemplo, Dt 11.9), cujo objeto a vontade de Deus. Uma vez aprendidos os direitos, eles exigem obedincia, compromisso e responsabilidade perante a deciso. (Bblia e catequese, p.6, J. E. M. Terra, vol.1) No Rabinismo, a educao a transmisso da vontade de Deus conhecida atravs da explicao da Lei e necessria para a relao do homem com Deus e com os irmos. So ensinamentos concretos para a vida de cada um. (Idem, p.7) Educao religiosa crista a atividade poltica com peregrinos no tempo, que com eles serve, deliberada e intencionalmente, atividade de Deus em nosso presente, histria da comunidade de f crist corporificada nesse presente, e futura viso do reino de Deus, cujas sementes j se encontram entre ns. (Groome, H. Thomas, Educao religiosa crist, p. 211) A Educao Crist o processo pelo qual a experincia, isto , a prpria vida da pessoa, se transforma, desenvolve, enriquece e aperfeioa mediante sua relao com Deus em Jesus Cristo. (Baez Camargo, Gonalo, Princpios e mtodos da educao crist, p.38) A catequese Jesus Cristo, sua vida, suas respostas, sua Pscoa, seu amor, sua morte por doao, a vida comunidade que formou pelo testemunho, tudo isto vivido e testemunhado pelo cristo de hoje. (Cansi, Bernardo, Curso de catequese renovada, p.94) Educar cristmente transformar a histria de denominao em uma histria de libertao; de uma histria de escravido e morte para uma histria de liberdade e vida. A est o tema central da Bblia: a VIDA. A vida compreende a luta pela posse da terra, ter um trabalho, saciar a fome, apaziguar a sede, o frio (Celadec, Educao crist e educao popular, p.23) (Apud SANTOS, Zlia Constantino. A Educao Crist Na Igreja Metodista, 1997)
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IX - Concluso
Queremos uma Escola Dominical mais criativa e mais bblica. Uma Escola que ensina, discipula, evangeliza e seus alunos tenham fundamento doutrinrio e histrico. Creio que este Congresso trar uma revitalizao Escola Dominical, na Vida e Misso da Igreja no Brasil. Como Igreja e Escola Dominical, precisamos entender o que Joo Wesley disse: Deus nos misturou com os outros homens para que a graa que Dele recebemos possa ser comunicada a estes, nossas palavras, santos impulsos devem ter influncia sobre eles. Diante da caminhada histrica, pensando no Futuro da Escola Dominical, vendo as coisas como esto, eu pergunto: Por que no? Eu acredito que cada metodista pode se tornar um aluno da Escola Dominical, chegando assim a 150 mil alunos/as. Acredito que a Escola Dominical o eixo bsico para formao e crescimento da Igreja. Citando Elizabeth Accioly Vieira, na apresentao do livro Se voc finge que ensina, eu finjo que aprendo: alunos so anjos nascidos sem asas; e o que h de mais bonito em nascer sem asas faz-las crescer. Esta uma tarefa da Escola Dominical: levar nossos/as alunos/as maturidade e gerar crescimento em todas as dimenses. Na tarefa da evangelizao, precisamos retornar a Escola Dominical sua gnese, como escola bblica, pois nela se ensina que a semente a Palavra e o professor o que revolve a terra e planta a semente. Texto elaborado pelo Rev. Jos Pontes Sobrinho Coordenador Nacional de Expanso Missionria 1 Congresso Nacional de Escola Dominical
XV - Bibliografia
BARNA, George. Evangelizao eficaz. So Paulo: United Press, 1998. COLGIO EPISCOPAL. Plano Para Vida e Misso da Igreja Metodista. So Paulo: Imprensa Metodista, 1981. DORNAS, Lcio. Vencendo os inimigos da Escola Dominical. So Paulo: Eclsia, 1998. HEMPHILL, Ken. Redescobrindo a alegria das manhs de domingo. So Paulo: Eclsia, 1997. HENDRICKS Howard. Ensinando para transformar vidas. Belo Horizonte: Betnia, 1991. MARTIM, William. Primeiros passos para professores. So Paulo: Vida, 1995 SANTOS, Zlia Constantino. A educao crist na Igreja Metodista. Rio de Janeiro: Bennett, 1997.
TELLES, Maria Luiza Silveira. Educao: a revoluo necessria. Petrpolis: Vozes, 1992.
WERNECK, Hamilton. Se voc finge que ensina, eu finjo que aprendo. Petrpolis: Vozes, 1995. WESLEY, John. Sermes (traduo de Nicodemus Nunes).v.2, So Paulo: Imprensa Extrado do site www.metodista.org