Consciencia Fonologica Na Educacao Infantil

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CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

1
Patrícia Pires De Oliveira
2
Jordana Vidal Santos Borges

RESUMO

A Consciência Fonológica é a capacidade de se refletir sobre a estrutura


sonora da fala. É uma habilidade considerada importante para a aquisição da leitura
e da escrita, pois a reflexão explícita do aspecto sonoro e segmentar da linguagem
oral promove melhor compreensão da relação fonema-grafema. Isso justifica a
necessidade da criança em adquirir um nível de Consciência Fonológica
anteriormente ao processo formal de alfabetização, o que pode ser feito por meio de
situações lúdicas, principalmente nas séries da Educação Infantil. O
desconhecimento por parte dos educadores do que é Consciência Fonológica e de
sua relação com a alfabetização pode comprometer o desenvolvimento e a evolução
dessa habilidade na criança.
Palavras-chave: Consciência Fonológica, Alfabetização, Leitura, Escrita

ABSTRACT

The Phonological Consciousness is the ability to reflect on the sound


structure of speech. It is a skill considered important for the acquisition of reading
and writing, since the explicit reflection of the sound and segmental aspect of oral
language promotes a better understanding of the phoneme-grapheme relation. This
justifies the child's need to acquire a level of phonological awareness prior to the
formal literacy process, which can be done through playful situations, especially in
the Early Childhood series. The ignorance on the part of educators of what is
Phonological Awareness and its relation to literacy can compromise the development
and evolution of this ability in the child.
1
Acadêmica do curso de Pedadogia – UniAtenas
2
Docente do curso de Pedadogia – UniAtenas
2

Keywords: Phonological Awareness, Literacy, Reading, Writing.

INTRODUÇÃO

Para Capovilla e Capovilla (1998) a consciência fonológica é definida


como um conjunto de habilidades explicitas e conscientes de identificar, manipular e
segmentar sons da fala até o nível dos fonemas.
É fundamental explicar o porquê de a consciência fonológica ser
considerada uma habilidade que favorece o aprendizado da leitura e da escrita.
A consciência fonológica é um instrumento muito importante para a
aprendizagem da leitura e da escrita. É necessário que os professores tenham a
relevância da consciência fonológica das crianças e que utilizem métodos eficientes
para a construção da consciência fonológica.
Segundo Adams (2006), a fonologia é o estudo das regras inconscientes
que comandam a produção dos sons da fala. A fonética, por sua vez, é o estudo da
forma com os sons da fala são articulados, e a fônica é o sistema pelo qual os
símbolos representam sons em um sistema de escrita alfabético.
De acordo com Adams (2006), pág. 27

Pesquisas revelam que uma consciência fonológica mal desenvolvida


acarreta sérias dificuldades para um grande contingente de crianças na
aprendizagem da leitura e da escrita; por tanto o desenvolvimento
metalinguístico e meta fonológica pode comprometer o desenvolvimento e a
evolução dessas habilidades na criança.

De acordo com De Paula (2008), pág. 45

A consciência da estrutura sonora da fala pode e deve ser estimulada


através de atividades específicas, principalmente nas séries da Educação
Infantil, como o objetivo de proporcionar situações em que a criança “pense”
e “reflita” sobre os sons da fala para posteriormente poder relacioná-los com
as letras e representá-los de forma gráfica.

Para Gough (1995) a consciência fonológica poderia ser avaliada de


muitas maneiras diferentes, utilizando metodologias distintas para identificar o nível
da consciência fonológica que cada criança apresenta. Embora existam inúmeras
3

tarefas diferentes umas das outras, elas ainda mediariam a mesma coisa e
obviamente que tarefas diferentes não apresentariam o mesmo nível da dificuldade,
necessariamente.

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E SEUS PRESSUSPOSTOS

Definido como sendo a consciência de que as palavras são constituídas


por diversos sons ou grupos de sons e que elas podem ser segmentadas em
unidades menores. As habilidades metalinguísticas de tomada de consciência das
características formais da linguagem são compreendidas em dois níveis, sendo eles:
a consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, a
frase pode ser segmentada em palavras, as palavras em sílabas e as sílabas em
fonemas e que as palavras são constituídas por sequências de sons e fonemas
representados por grafemas. Assim, a criança só conseguirá estabelecer a relação
grafo-fonêmica se tiver desenvolvido a Consciência Fonológica.
Para Lopes (2004) a consciência fonológica pode ser entendida como um
conjunto de habilidades que vão desde a simples percepção global do tamanho da
palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras até a segmentação e
manipulação de sílabas e fonemas.
Com a capacidade de refletir sobre os sons da fala e identificar seus
correspondentes gráficos é extremamente necessária no período inicial do
desenvolvimento da leitura e da escrita, ou seja, a consciência fonológica pode ser
encarada como um facilitador para a aquisição da escrita e precisa ser contemplada
em diferentes atividades (jogos, leitura e exploração de textos rimados, etc.) desde a
Educação Infantil a sua vida.

Assim, Cielo (2000) ressalta que as consciências fonológicas está


englobadas as habilidades em reconhecimento e produção de rimas, análise,
síntese, reversões e outras manipulações silábicas e fonêmicas, além de habilidades
em realizar a correspondência entre fonema e grafema e vice-versa. A consciência
fonológica contribuem para o desenvolvimento dos estágios iniciais do processo de
leitura e estes, por sua vez, contribuem para o desenvolvimento de habilidades de
consciência fonológica mais complexas.
4

Atividades como dizer quais ou quantos fonemas formam uma palavra; descobrir
qual a palavra está sendo dita por outra pessoa unindo os fonemas para completar a
junção das letras.
De acordo com Ferreiro (2003) a Consciência Fonológica associada ao
conhecimento das regras de correspondência entre grafemas e fonemas permite à
criança uma aquisição da escrita com maior facilidade, uma vez que possibilita a
generalização e memorização destas relações som- letra.
Ferreiro (2003) ressalta como a consciência fonológica é adquirida:

Desde pequenos, participamos naturalmente de jogos em que cada sílaba


corresponde a uma palma, por exemplo. A única divisão que não surge
naturalmente no desenvolvimento é em unidades menores que uma sílaba,
ou seja, em fonemas. Um adulto analfabeto e uma criança analfabeta não
conseguem fazer isso de maneira espontânea. Quando eu adquiro a
linguagem oral, tenho uma certa capacidade de distinção fônica, senão não
distinguiria pata de bata (FERREIRO, 2003, 28).

O autor acima, ressalta o desenvolvimento das habilidades fonológicas


ocorre normalmente ao longo dos primeiros anos da infância, desde pequeno que
entendemos que cada batida da mão corresponde uma sílaba.
Através do ensinamento das palavras e do próprio nome da criança eles
veem a grande diferença quando são soletradas, a partir desse momento tudo eles
usam as palmas para melhor compreensão.
O autor ressalta ainda que a Consciência Fonológica poderia ser avaliada de
muitas maneiras diferentes. Embora existam inúmeras tarefas diferentes umas das
outras, elas ainda mediariam à mesma coisa e obviamente tarefas diferentes não
apresentariam o mesmo nível de dificuldade, necessariamente.
Para o autor que a Consciência Fonológica é fundamental para a
alfabetização, já que os sons associados às letras são os mesmos sons da fala e é
através do treino dessa habilidade que as crianças ganham essa sensibilidade.
A capacidade de pensar conscientemente sobre os sons da fala e suas
combinações assumem especial relevo para a aprendizagem da leitura e escrita,
que é a aquisição mais importante nos primeiros anos de escolaridade da criança.
Podendo dizer que esta complexa tarefa resulta da relação entre a escrita das
palavras e a oralidade, o que implica a capacidade de identificar os sons da fala
(fonemas) e manipulá-los, de forma a estabelecer a relação necessária entre eles e
a sua representação ortográfica.
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O mesmo diz que neste sentido, as crianças em início de escolaridade


adquirem conhecimento adicional sobre a estrutura linguística à medida que decorre
a aprendizagem da leitura o que favorece o desenvolvimento da consciência
fonológica. É essencial que as crianças recebam instruções formais que explicitem
as regras de manipulação dos sons da fala na escrita alfabética (relações fonema –
grafema), para promover maior desenvolvimento da consciência fonêmica.
Assim permitindo analisar e refletir, de forma consciente, sobre a estrutura
fonológica da linguagem oral. A consciência fonológica envolve a capacidade de
identificar, isolar, manipular, combinar e segmentar mentalmente, e de forma
deliberada, os segmentos fonológicos da língua.

A RELEVÂNCIA DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

Para Capovilla e Capovilla (1998) a Consciência Fonológica é uma


habilidade importante na aquisição da escrita de uma língua alfabética, como o
português. A fonologia tem função de auxiliar a criança a aprender a reconhecer as
palavras. Por meio da decodificação fonológica, a criança desenvolve a habilidade
de traduzir sons em letras, quando lê, e fazer o inverso, quando escreve. São
habilidades desenvolvidas pela consciência fonológica: rimas, aliterações,
consciência sintática, silábica e fonêmica.
Os autores ainda ressaltam que uma intervenção pedagógica favorecer a
aquisição da linguagem escrita devendo promover também o desenvolvimento da
Consciência Fonológica, isto é, habilidade da criança para perceber as palavras
enquanto sequência sonora, por meio de atividades que possibilitem a análise e
síntese dos sons que compõem a fala.
A capacidade de refletir sobre os sons da fala e identificar seus
correspondentes gráficos é necessário no desenvolvimento da leitura e da escrita.
Alguns níveis de consciência fonológica, inclusive, procedem a aquisição da
linguagem escrita. Assim, a consciência fonológica pode ser encarada como
facilitadora na aquisição da escrita. Por isso, deve ser contemplada em diversas
atividades no processo de aprendizagem.
Para Adams (2006) é importante que o alfabetizando possa perceber a
dimensão sonora das palavras, que são formadas por sílabas e fonemas, e esta
6

habilidade pode ser desenvolvidos em atividades que facilitem a consciência


fonológica.
Para as crianças devem ser bem clara o entendimento, o professor não pode
deixar dúvidas na cabeça dos mesmo, sempre repeti várias vezes como dizer as
palavras.
De Paula (2008) disse que a consciência fonológica se insere no fato de
preparar a criança para o processo de decodificação da língua por meio do estudo
de grafemas, sons, sílabas e palavras, a partir de uma concepção mais dialógica e
aberta sempre a novas descobertas e reflexões. Neste sentido, o sucesso dos
primeiros passos da leitura e da escrita, depende inclusive, de um determinado nível
de consciência fonológica adquirido anteriormente pela criança, seja de maneira
formal ou informal e que inicia com a oralidade.
Nesse sentido, Soares (2001, p.53) salienta que:

A criança aprende a escrever agindo e interagindo com a língua,


experimentando escrever, ousando escrever, fazendo uso de seus
conhecimentos prévios sobre a escrita, levantando e testando hipóteses
sobre as correspondências entre o oral e os escritos, independentemente
de uma sequência e progressão dessas correspondências que até então
eram impostas a ela, como controle do que ela podia escrever, porque só
podia escrever depois de já ter "aprendido"

Para Capovilla e Capovilla (1998) a habilidade, quando desenvolvida desde


cedo, pode facilitar o processo da escrita. Permitindo fazer da língua um objeto de
pensamento, e assim possibilitando a reflexão sobre os sons da fala, o julgamento e
a manipulação da estrutura sonora das palavras.
As crianças possui uma capacidade muito grande de manipular o brincar
com os sons, com as palavras onde vão desenvolvendo, cabe ao professor
compreender a importância de atividades que envolvam a Consciência Fonológica,
deixando as crianças à vontade com atividades lúdicas que contribuirão para
aprendizagens explícitas ao aluno, que vão além do brincar.
O desconhecimento por parte dos educadores do que é Consciência
Fonológica e de sua relação com a alfabetização pode comprometer o
desenvolvimento e a evolução dessa habilidade na criança.
Mazeiro (2013) ressalta ainda que existem diferentes maneiras de se
trabalhar o som. Podem ser utilizados, na Educação Infantil, jogos, brincadeiras e
7

exercícios que envolvam as habilidades da criança de identificar, comparar e


manipular os sons.
Devem usar dados com letras para que possam dizer qual foi a letra
que caiu naquele momento, porque assim estarão memorizando, introduzir cantigas
no decorrer das aulas, usar a chamada para que cada um coloque no seu devido
lugar.
Para Capovilla e Capovilla (1998) é fundamental que o professor tenha esse
conhecimento para poder dividi-lo com os alunos, incentivando-os, por exemplo, a
prestar atenção aos sons a sua volta.
O professor deve mostra os movimentos que a boca, língua faz e quais os
sons para melhor entendimento.
De acordo com Capovilla e Capovilla (1998, p. 119)

Devemos trabalhar com as crianças a sonoridade das palavras, assim


estamos, sim, abrindo portas para que a aquisição da escrita seja um
processo mais fácil, a grande maioria dos estudos sobre consciência
fonológica relacionam o desenvolvimento de habilidades para aquisição da
escrita.

O autor assim ressalta, o objetivo maior é facilitar o aprendizado dos alunos,


buscando dizer que é necessário trabalhar a Consciência Fonológica. Quando
desenvolvemos no aluno desde a Educação Infantil, estaremos sensibilizando-os a
utilizar habilidades que poderão auxiliá-los nos processos cognitivos mais difíceis,
como na aquisição da escrita.
De acordo com Lamprecht, (2004 p.192)

Sugere-se o trabalho com sons em sala de aula não como um método, mas
como um auxílio para a aquisição da escrita. Através de atividades que
acessem a consciência fonológica, as crianças poderão demonstrar suas
habilidades em manipular os sons sendo incentivadas a refletir sobre os
sons das palavras e a correspondência com o registro escrito.

Adams (2006) ressalta que a consciência fonológica é um dos fatores


fundamentais para a aprendizagem da leitura e da escrita alfabética, é necessário
que os professores deem lugar a sua instrução. Portanto, é de fundamental
importância que os professores conheçam um pouco da estrutura da língua.
O autor destaca que, uma consciência fonológica mal desenvolvida acarreta
sérias dificuldades para o professor futuro dessas crianças na aprendizagem da
leitura e da escrita.
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De acordo com Adams (2006, pág. 89)

O desempenho das crianças em Consciência Fonológica aumenta de


acordo com o nível de escolaridade da criança, e essa habilidade é
desenvolvida gradativamente conforme ela experimenta situações lúdicas
como cantigas de roda, jogos de rima, identificação de sons iniciais de
palavras e também quando é instruída formalmente em atividades grafo-
fonêmicas, porém o nível de Consciência Fonológica adquirido
anteriormente a esse processo de instrução formal pode desempenhar um
papel facilitador para o processo de alfabetização.

Moraes (2011) ressalta que, a criança nasce em um mundo onde estão


presentes sistemas simbólicos diversos socialmente elaborado, particularmente o
sistema linguístico, perpassa as atividades produzidas no ambiente humano em que
a criança se desenvolve e permite-lhe apropria-se da experiência das gerações
precedentes.
O mesmo autor ressalta ainda que, as crianças engajam-se, desde o primeiro
momento em um processo de comunicação no qual são estimuladas a desenvolver
procedimentos que lhes permitem questionar o mundo e apropriar-se dele, com isso
o desenvolvimento da capacidade de perceber e reproduzir sons da fala é o
percursor mais direto da linguagem. Nesse trabalho formativo se prolongará por toda
a vida, especialmente por meio da educação escolar, e garantirá a aquisição,
reprodução e transformação das significação sociais culturalmente construídas.
É normal as crianças trocarem algumas letras durante a aprendizagem, o
professor tem que notar essa troca para que eles não fiquem prejudicados durante a
jornada da vida, quando acontece essas mudanças todas as vezes são trocadas na
escrita também.
Para o mesmo autor, o sistema linguístico é operável em torno dos 4 a 5
anos, época em que a criança domina o essencial do sistema fonológico, assim
conhece o sentido e as condições de uso de muitas palavras em sua cultura e utiliza
corretamente a maior parte das formas morfológicas e sintáticas da língua.

A METODOLOGIA PARA SER CRIAR A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA DA


EDUCAÇÃO INFANTIL

Gough (1995) cita que é importante a criança estimular a falar e a se


expressar, desenvolvendo satisfatoriamente a sua linguagem. O desenvolvimento da
9

linguagem dependerá da estimulação e da prática proporcionadas à criança através


do convívio com outras pessoas, como também pela vontade que ela tem de se
comunicar.
O autor ainda argumenta sobre a Consciência Fonológica é a capacidade de
refletir e manipular a estrutura sonora das palavras e da fala, identificando seus
correspondentes (figuras, imagens). Esse conhecimento linguístico é necessário
desde o início da alfabetização no desenvolvimento da leitura e escrita, na Educação
Infantil, deve ser explorado e trabalhado, através do brincar.

A consciência fonológica se refere à representação consciente das


propriedades fonológicas e das unidades constituintes da fala. Ela é
consciência dos sons que compõem as palavras que ouvimos e falamos
(CARDOSO-MARTINS, 1991, p. 103)

Assim permite a identificação de rimas, de palavras que começam ou


terminam com os mesmos sons e de fonemas que podem ser manipulados para a
criação de novas palavras.

De acordo com Mazeiro (2013) é muito importante desenvolver essa


competência no ambiente escolar, proporcionando e estimulando jogos e atividades
com os sons, para que as crianças desenvolvam a linguagem. Através do brincar, a
criança, naturalmente, está desenvolvendo a sua linguagem. Desse modo, a
linguagem será aprimorada conforme o interesse e vontade da criança em
comunicar-se com outras pessoas e também dependerá da estimulação e do treino
oportunizado a ela.
Essa aprendizagem devem ter uma ligação entre os professores e os pais,
para que a criança tenha uma boa interpretação. Por exemplo: na escola a
professora conversar naturalmente com o aluno e chegando em casa os pais
usarem outra linguagem vai dificulta o entendimento dos mesmo.
O autor ressalta que, a Consciência Fonológica é uma competência
importante para o início da alfabetização. O professor será responsável em
desenvolver essa competência no ambiente escolar, proporcionando e estimulando
jogos e atividades com os sons, para que as crianças desenvolvam a linguagem.
Através do brincar, a criança, naturalmente, está desenvolvendo a sua
linguagem. Desse modo, a linguagem será aprimorada conforme o interesse e
vontade da criança em comunicar-se com outras pessoas e também dependerá da
estimulação e do treino oportunizado a ela.
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Mazeiro (2013) ressalta que os jogos de linguagem são atividades que


apresentam a forma e a estrutura das palavras para as crianças, ludicamente. Na
escola, o professor tem a tarefa de proporcionar desafios e brincadeiras na rotina
diária, desenvolvendo pouco a pouco a relação entre sons e grafemas até chegar à
Consciência Fonológica. Portanto, antes de a criança conhecer as letras e o
alfabeto, ela deve construir a relação entre os sons e grafemas e entender como se
dá essa relação e combinação, partindo dos jogos de linguagem.
É de sub importância essa participação de cada criança nas atividades
lúdicas assim, estarão desenvolvendo o aprendizado.
De acordo com De Paula (2008) as crianças demonstram facilidade com as
rimas e sons iniciais, pois, desde cedo, fazem parte da sua vida: estão presentes
nas músicas, livros com poesias e histórias rimadas e em algumas brincadeiras.
Assim, os jogos de rimas e os jogos de escuta direcionam a atenção das
crianças para a sonoridade das palavras (os sons da fala) e devem fazer parte de
atividades cotidianas.
Durante esses jogos o professor devem ter muita atenção com as crianças,
neste momento que consegui observar a dificuldade de cada um.
Para Mazeiro (2013) a utilização dos jogos, podem desenvolver principais
atividades dentro da consciência fonológica, fazendo com que os alunos participam
e interagi com os jogos os quais possuem esse objetivo como, por exemplo: o bingo
dos sons iniciais. O lúdico propõe a estimulação de várias habilidades de
aprendizagem, de maneira prazerosa.
No lúdico o professor tem que ser bem capacitado para mostra as
crianças a grande importância do aprendizado, que não será apenas para
brincadeira e sim para compreender os sons e sinais.
O autor ressalta, jogo proporciona uma reflexão fonológica, analisando a
reflexão sobre a língua, processos de leitura e possibilita avanços na escrita ao
observar quais letras são utilizadas para registrar os sons iniciais, visto que eles
estão destacados do restante da palavra. As crianças desde muito cedo já tem
acesso à leitura e a escrita, pois é muito comum hoje em dia depararmos com
crianças explorando objetos como celulares, computadores e diversas embalagens.
Isso é resultado da cultura atual, pois esses objetos estão em toda parte
estimulando as crianças a se interessarem e apropriarem da leitura e escrita cada
vez mais cedo.
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Segundo De Paula (2008), pensando em ambientes letrados, implicam a


evolução da escrita das crianças os Parâmetros Curriculares Nacional para
Educação Infantil, (1998) aponta que:

[...] A educação infantil, ao promover experiências significativas de


aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e
escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de
comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças.
Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das
capacidades às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler
e escrever” (BRASIL,1998, p.127).

É fundamental trabalhar a consciência fonológica com as crianças a partir


da hipótese de escrita pré-silábica, para que elas tenham consciência de que a
escrita surge da fala.

[...] os estímulos para a identificação dos sons desde a infância são muito
importantes para o processo de alfabetização, pois eles serão facilitadores
para as demais etapas que as crianças terão que percorrer na construção
da leitura e da escrita. Sendo assim, a criança que recebe estímulos para
esse objetivo na escola e também na família poderá ter mais facilidade para
alfabetizar-se. Após esse período de reconhecimento dos sons do cotidiano,
a criança poderá participar de brincadeiras com rimas e separação de
palavras (MARTINS; GUIDOTTI, 2016, p. 47).

Devemos fazer uso de atividades lúdicas no processo de leitura e escrita,


pois elas despertam o interesse das crianças na realização de atividades.
É pelo brincar e repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória da
aquisição de um novo saber. Identificamos, um discurso generalizado sobre a
importância do brincar, presente na mídia e nas propostas e práticas educativas.

MÉTODO FÔNICO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

O professor é um profissional que precisa conhecer vários métodos de


alfabetização para poder desenvolver as habilidades alfabéticas de um aluno, pois
para cada enfoque, pode haver um método que se adeque melhor ao aprendizado,
trazendo mais contribuições para assimilação do sujeito. O método fônico é um
deles, e vem sendo bastante utilizado por apresentar respostas satisfatórias no
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processo de alfabetização.
De acordo com CAPOVILLA; CAPOVILLA ( 2003), Sabe-se que a escrita
nada mais é do que uma representação dos sons da fala por meio de
símbolos/letras. O método fônico então, permite que aluno tenha uma compreensão
do som das letras, sílabas, palavras, levando a uma escrita com uma melhor
consciência fonológica. A metodologia se tornou referência para aprendizagem de
alunos com dificuldades de leitura, sendo muito utilizado na alfabetização.
Durante o processo de alfabetização devemos criar oportunidades para
que o aluno tenha consciência do som das palavras, frases, sílabas e fonemas como
unidades separadas e saiba reconhecê-las. Há um rol de atividades que auxiliam
nesse desenvolvimento como exercícios que envolvem de rima, segmentação
fonêmica e discriminação de sons, que ensinam as relações entre as letras e os
sons. Ao desenvolver tais habilidades os alunos começam a pronunciar com
bastante precisão nos momentos de leitura em voz alta, ditado e compreensão de
textos. É importante reforçar que, apesar da importância da consciência fonológica,
é necessário o treino das demais habilidades envolvidas no processo de
alfabetização
Para ADAMS (2006), é importante notar que o radical “fono”, de origem
grega, significa “sons”. Assim sendo, a consciência fonológica refere-se à
capacidade mental (consciência) de refletir sobre a estrutura sonora (fonológica) da
fala.
De acordo com Cagliari (1999) surgiam assim, as primeiras formas de alfabetização,
pois:
Quem inventou a escrita inventou ao mesmo tempo as regras da
alfabetização, ou seja, as regras que permitem ao leitor decifrar o que está
escrito, entender como o sistema da escrita funciona e saber como usá-lo
apropriadamente. A alfabetização é, pois, tão antiga quanto os sistemas de
escrita. De certo modo, é a atividade escolar mais antiga da humanidade.
(CAGLIARI, 1999, p. 12)
Para Cagliari (1999), observa-se, portanto, que desde a antiguidade
havia uma preocupação em relação ao significado dos desenhos e escritos da
época. Os homens estudavam um meio de decifrar aquelas imagens, a fim de
melhorarem seus relacionamentos sociais, ensinando assim as outras gerações a
utilizar aquele sistema.
Logo, percebeu-se que primeiro veio à necessidade e depois a invenção
da escrita, pois de acordo com fatos historicamente comprovados, a escrita surgiu
13

do sistema de contagem feito com marcas em cajados e ossos, feitos provavelmente


para contar o gado em uma época que já os domesticava, sendo esses registros
utilizados na troca e venda, representando a quantidade de animais e outros
produtos negociados.
Assim foi necessário criar outros meios, como os símbolos, além dos
números para a comunicação e negociação entre eles.

Nessa época de escrita primitiva, ser alfabetizado significava saber ler o que
aqueles símbolos significavam e ser capaz de escrevê-los, respeitando um
modelo mais ou menos padronizado, mesmo porque o que se escrevia era
apenas um tipo de documento ou texto. Com a expansão do sistema de
escrita, a quantidade de informações necessárias para que alguém
soubesse ler e escrever aumentou consideravelmente, o que obrigou as
pessoas a abandonar o sistema se símbolos para representar coisas e a
usar cada vez mais símbolos que representassem sons da fala, como, por
exemplo, as silabas (CAGLIARI, 1999, p. 14).

A maioria das escolas brasileiras não privilegia o ensino da relação


ao som (fonema) e a letra (grafema). As crianças aprendem o nome das letras e na
tentativa da escrita acabam realizando espontaneamente a correspondência entre o
nome das letras e os sons.

CONCLUSÃO

Através da presente pesquisa foi possível constatar que:


Existir uma relação causal entre a consciência fonológica e desempenho em
leitura e escrita na fase de alfabetização. Assim é de extrema importância o
desenvolvimento da consciência fonológica no ensino formal, pois as crianças
podem desenvolver a habilidade de leitura e escrita de forma mais eficiente.
Com isso existem diferentes níveis de consciência fonológica, primeiro
desenvolve-se a consciência da sílaba e em seguida a consciência do fonema. A
Educação Infantil pode ser o espaço para o desenvolvimento de habilidades que
favoreceriam a aquisição e o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita.
A Educação Infantil necessitam de cursos de formação continuada para
compreenderem e aplicar procedimentos que favoreçam a aquisição e o
desenvolvimento dessas habilidades em seus alunos, pois, estudos atuais
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demonstram que o desempenho em consciência fonológica parece ser um bom


indicador de sinais de risco para Distúrbio de Leitura e Escrita.
Tendo em vista o estudo elaborado, pode-se afirmar que o problema
apresentado foi resolvido e a partir dos estudos realizados pode-se afirmar que
trabalhar com a criança a consciência fonológica desde Educação Infantil é
extremamente importante para que a criança reconheça as letras e também o som
que elas possuem.
Consequentemente esse processo de consciência fonológica desde a
Educação Infantil influenciará no Ensino Fundamental quando o aluno será
alfabetizado.
É preciso que o professor considere a leitura e a escrita como parte do
currículo da Educação Infantil, mas não de forma isolada e sim integrada em
atividades culturais, rotineiras do ambiente que a criança está inserida. Assim
proporcionando brincadeiras com as palavras em tarefas lúdicas que exploram,
rimas, jogos, cantigas, parlendas e outras que promovam o desenvolvimento das
habilidades da consciência fonológica. Estas práticas levam as crianças refletirem
sobre os segmentos sonoros das palavras.
Os objetivos expressos neste trabalho foram alcançados e resolvidos.
Portanto, este estudo servirá para auxiliar acadêmicos do curso de Pedagogia,
Letras, professores, gestores e supervisores escolares.
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Alegre. 2006.

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