Trabalho de Final de Curso Mafumissa PDF
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MAPUTO
2016
MAPUTO
2016
Trabalho de fim de curso apresentado em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para
obtenção do grau de Licenciatura Administração Pública, na Faculdade de Letras e Ciências
Sociais da Universidade Eduardo Mondlane.
Mesa de Júri
Presidente ---------------------------------------------
Supervisor --------------------------------------------
Oponente ---------------------------------------------
DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu Carlos Luís Mafumissa declaro que este trabalho de final de curso nunca foi apresentado,
na sua essência, para obtenção de qualquer grau ou em qualquer outro fórum, e que ela
constitui o resultado de uma investigação árdua e perene em busca da verdade científica, feita
exclusivamente por mim, estando devidamente indicadas no texto e na bibliografia as fontes
que utilizei.
O Licenciando
----------------------------------------------
Carlos Luís Mafumissa
DEDICATÓRIA
E minha irmãzinha
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar gostaria de agradecer à Deus, que sempre acompanhou e guio o meu
caminho na longa estrada da vida e mi deu forças para continuar em frente
independentemente dos obstáculos da vida.
Ao meu supervisor, Dr. Teodoro de Abreu, pela orientação, dedicação e paciência durante a
elaboração do trabalho, e também pela naturalidade, simplicidade e abertura que demonstrou
na aceitação do meu convite para ser supervisor.
A Tia Maria peço muito obrigado, por sempre acreditar em mi e incentivar nos meus estudos,
terá a minha gratidão eterna.
EPÍGRAFE
“A imagem é resultado das nossas acções. Se a imagem é falsa e o desempenho é mau, culpa
é nossa por sermos maus comunicadores. Se a imagem é verdadeira e reflecte o nosso bom
desempenho, a culpa é nossa por sermos bons gestores”.
ABREVIATURAS E SIGLAS
ECI Estratégia de Comunicação e Informação
E.S.JM Escola Secundária Josina Machel
E.S.FM Escola Secundária Francisco Manyanga
E.S.QM Escola Secundária Quisse Mavota
MINEDH Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano
Tabela 8: Percepção dos Usuários sobre Conteúdo do Website do MINEDH por Escola...... 54
Tabela 9: Percepção dos Usuários sobre Higiene e Segurança no MINEDH por Escola ....... 62
Tabela 10: Percepção dos Usuários sobre a Liderança do MINEDH por Escola ................... 65
Gráfico 1: Nível de Conhecimento dos Serviços Prestados pelo MINEDH por Escolas ....... 49
Gráfico 3: Percepção dos Usuários Sobre Slogam e Nome actual do MINED ..................... 55
RESUMO
No debate sobre comunicação, a temática de identidade, imagem e reputação organizacional
têm sido discutido intensamente no plano académico, e no contexto das organizações públicas
moçambicana essa discussão vem despertando gradualmente seu interesse, pois acredita-se
que boa gestão da identidade, imagem e reputação constitui um instrumento de fortalecimento
da relação entre os funcionários e a organização, ao mesmo tempo de melhoria da
comunicação com os seus usuários, e como forma da instituição ter o domínio das mentes e
confiança do seu público externo. Neste contexto, o presente estudo analisou a identidade,
imagem e reputação do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, com base nas
percepções colhidas dos seus usuários (alunos e professores) em três unidades escolares do
ensino secundário na Cidade de Maputo. O pano de fundo da pesquisa foi a discussão em
torno da identidade, imagem e reputação, onde reflectiu-se por um lado, sobre como é
construída o sentimento de pertença nos funcionários com a instituição que representam, o
Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano, onde avançou-se de forma antecipada,
que é através do quadro legal e as condições de trabalho oferecido, e por outro lado, discutiu-
se sobre a percepção e avaliação que os usuários possuem do Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano, tendo em conta as quatros (4) dimensões: emocional, serviços
prestados, condições de trabalho e governação oferecido pelo modelo de análise.
Finalmente, através dum inquérito aplicado aos usuários em três (3) unidades escolares
seleccionadas criteriosamente e dados colhidos, constatou-se primeiro, que o sentimento de
pertença dos funcionários não é assegurada estritamente pelo quadro legal e as condições de
trabalho, também é feita através dos discursos oficiais e as relações informais no trabalho;
segundo, a pesquisa acabou concluindo que a imagem e reputação do Ministério Educação e
Desenvolvimento Humano é baixa perante seus usuários (alunos e professores), pois não
conhecem o nome actual e seu slogan, enderenço electrónico da instituição e sobretudo pelo
facto de não terem plena confiança na instituição, considerar que a instituição tem baixo nível
de transparência, os serviços têm qualidade indesejada e não satisfaz de forma cabal os seus
usuários.
ABSTRACT
In the debate on communication, the theme of identity, image and organizational reputation
have been discussed extensively in the academic plan, and in the context of public
organizations this discussion has gradually awakening interest to the Mozambicans because it
is believed to good management of identity, image and reputation is an instrument for
strengthening the relationship between employees and the organization at the same time
improving communication with its users, and as a way the institution has the mastery of mind
and confidence of your external audience. In this context, the present study analyzed the
identity, image and reputation of the Ministry of Education and Human Development, based
on insights gathered from its users (students and teachers) in three secondary schools in
Maputo City; the research background was the discussion of identity, image and reputation,
which is reflected on one hand, how is built a sense of belonging officials with the institution
they represent, the Ministry of Education and Human Development, where progress was made
in advance through the legal framework and the working conditions offered, and on the other
hand, we discuss about the perception and evaluation of users on the Ministry of Education
and Human Development, taking into account the four dimensions: emotional, services,
working conditions and governance offered by the analysis model.
Finally, through a survey conducted in three (3) schools selected carefully, there was first the
sense of belonging of the employees is not guaranteed strictly by the legal framework and
working conditions, it is also done through official speeches and informal relationships at
work; Second, the research eventually concluded that the image and reputation of the
Education and Development Ministry is low before your users (students and teachers) because
they do not know the electronic Address of the institution, present name and its political
slogan, and above all by the fact of not having full confidence in the institution, considering
lack of transparency, the services have undesired quality and does not meet adequately
enough to its users.
Keywords: Identity - Image - Reputation
SUMÁRIO
DECLARAÇÃO DE HONRA ................................................................................................. I
DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... II
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... III
EPÍGRAFE ............................................................................................................................ IV
ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................................................ V
LISTAS DE FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS ............................................................. V
RESUMO............................................................................................................................... VII
ABSTRACT .......................................................................................................................... VII
CAPITULO I ............................................................................................................................ 1
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1 Breve Contextualização do MINEDH .............................................................................. 2
1.2 Problema de Pesquisa ....................................................................................................... 4
1.3 Hipóteses ........................................................................................................................... 9
1.4 Objecto de Estudo e Sua Incidência.................................................................................. 9
1.5 Objectivos da Pesquisa ................................................................................................... 10
1.5.1 Geral ......................................................................................................................... 10
1.5.2 Específicos ............................................................................................................... 10
1.6 Justificativa da Pesquisa ................................................................................................. 10
CAPITULO II ......................................................................................................................... 12
2. QUADRO TEÓRICO - CONCEPTUAL ......................................................................... 12
2.1 Quadro Teórico ............................................................................................................... 12
2.2 Definição de Conceitos Básicos ..................................................................................... 14
2.2.1 Identidade Institucional ............................................................................................ 14
2.2.2 Imagem Institucional ................................................................................................ 15
2.2.3 Satisfação dos Usuários ............................................................................................ 16
2.2.4 Reputação ................................................................................................................. 17
2.3 Modelo de Análise .......................................................................................................... 20
CAPITULO III ....................................................................................................................... 22
3. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 22
3.1 Imagem na Perspectiva de Marketing Organizacional ................................................... 22
3.1.2 Tipologias de Imagem .............................................................................................. 22
3.1.3 Formação da Identidade e Imagem Organizacional ................................................. 23
3.1.4 Determinantes da Imagem Organizacional .............................................................. 23
3.1.5 Classificação da Imagem Organizacional ................................................................ 26
Trabalho de Final de Curso para Obtenção do Grau de Licenciatura IX
Análise de Identidade, Imagem e Reputação do Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano (2012-2014)
CAPITULO I
1. INTRODUÇÃO
A comunicação interna e externa desenvolvida pelas organizações públicas, permitem que
tenham um conhecimento maior e mais específico sobre o que afecta directa ou
indirectamente as percepções de seus públicos prioritários, e podem contribuir para que as
organizações sejam mais eficazes em suas estratégias de relacionamento com público, e
consequentemente sustentem uma boa imagem e reputação1.
Sendo assim, na actualidade o valor de uma organização pública depende em grande medida
da identidade que construi, imagem e o conjunto de significados atribuídos pelos usuários dos
seus serviços, o que influência na escolha da fidelização e continuidade dos usuários na
organização e sua satisfação. Com base neste pressuposto, que é executado está pesquisa
intitulada “Análise da Identidade, Imagem e Reputação do Ministério da Educação e
Desenvolvimento Humano (2012-2014) ”, com a finalidade de analisar as implicações dos três
(3) elementos acima na satisfação dos cidadãos que utilizam os serviços prestados, bem como
na criação de maior notoriedade na mente do público-alvo.
1
Ver. Almeida (2005: 17).
O MINEDH exerce um papel importante no sector da educação no país, neste âmbito compete
a este órgão prestar os seguintes serviços públicos (MINED, Op cit: 2):
grande desafio desta informação está relacionado com abrangência e detalhamento para o
público-alvo, ou seja, os stakeholders2 do MINEDH possuem dificuldades para ter
informação sobre o ministério e seus serviços ofertados por mecanismos formais, o que
permitem que estes formem as suas percepções, com base nas informações produzidas por
outras entidades, como Mídias (rádios, jornais, televisão) e mecanismos informais.
A luz do relatório da MARP (Ibidem: 7) o sector público moçambicano, particularmente a
área de educação deveria melhorar a maneira como a informação é disponibilizada e
divulgada, de modo a construir uma maior projecção na mente e pensamento do público no
geral. Neste sentido, o desenho da imagem e reputação do MINEDH implicaria uma
actualização regular do website do Ministério, tornando-o mais simples o seu acesso aos
usuários. Também implicaria a necessidade do ministério introduzir mecanismos
democráticos de difusão de informação, tais como porta-vozes, departamento de informação e
comunicação, etc., bem como garantir bom relacionamento com os meios de comunicação
social e a prestação dos serviços do ministério de forma eficiente e eficaz, eliminando assim a
prática existente de dependência da boa vontade dos funcionários da MINEDH para ter acesso
à informação de utilidade pública, tornando a situação actual é cara e pouco eficiente, tal
como refere MARP (Op cit: 3).
Portanto, a questão de acesso e divulgação da informação de utilidade pública e outras
práticas na provisão dos serviços na administração pública moçambicana têm reflexo na
forma como os usuários percepcionam o MINEDH e avaliam a satisfação dos serviços
prestados por esta instituição.
2
Freeman apud Cornelissen (2004: 57) apresenta a definição padrão de stakeholders (partes interessadas) como qualquer
grupo ou indivíduo que pode afectar ou é afectado pela conquista do propósito da organização e objectivos.
No entanto, existem dois (2) tipos de partes interessadas: grupos primários e secundários das partes interessadas. Neste
sentido, stakeholder primário são aqueles indivíduos ou grupos, cuja participação é contínua na organização, e não pode
sobreviver sem responder as suas preocupações constantes; stakeholders secundários são definidos como aqueles que
geralmente influência ou afecta, ou são influenciados ou afectados por uma organização, mas não são envolvidos em
transacções financeiras com a organização e não são essenciais para a sua sobrevivência em termos económicos.
Actualmente, as organizações públicas são forçadas a estarem voltados aos cidadãos3, dai que
impõem-se aos gestores e funcionários em geral que criem um ambiente institucional
saudável que assegurem o enquadramento de todos nas mesmas, e prestem serviços públicos
com qualidade e satisfazem os usuários.
Deste modo, o valor de uma organização depende em grande medida da sua imagem, e do
conjunto de associações (opiniões, atributos, atitudes, etc.) que esta é atribuída pelos usuários
e que expressa o seu significado, Aaker apud VILAR (2008: 11). No entanto, a construção de
uma imagem e reputação forte e positiva nos usuários depende de diversos factores como a
publicidade efectuado pela organização, a propaganda nos Mídias, as acções de
responsabilidade social junto à comunidade, e sobretudo a comunicação interna e externa da
organização, tal como refere Forman apud VANCE & ANGELO (2007: 96), ilustrado pela
figura abaixo (ver figura 1).
Na óptica de Serra (2007: 70), a comunicação no sector público é encarado em duas (2)
perspectivas, nomeadamente (i) como transmissão, no sentido de que as organizações
públicas estão obrigadas à fornecer, transmitir e enviar informações a todos os interessados
pelos seus serviços. O centro desta ideia de comunicação é garantir a transmissão de sinais e
mensagens que permite controlar as necessidades dos cidadãos; (ii) como ritual, está
associado com a partilha, participação, associação, camaradagem e a posse de uma fé comum.
Sendo assim, as organizações públicas não devem preocupar-se simplesmente com o acto de
fornecer informação, mas sim com a representação de crenças partilhadas com todas as partes
interessadas (funcionários, usuários, investidores, fornecedores, etc.).
3
Esta expressão foi usada pela “New Public Managment”, no início na década 80, nos EUA, com Ronald Reagan e Reino
Unido com Margaret Tchatcher, que preconizava essencialmente a adopção de técnicas, práticas e processo da administração
privada para administração pública, sem perder as características do sector público, onde a prioridade está em atender às
demandas do cidadão, tal como refere Rocha (2011: 52).
funcionários da instituição sentem-se como parte integrante da mesma (identidade), por outro
lado, construa uma representação mental forte dos serviços prestados (imagem) perante os
seus clientes4, para seu próprio bem e da sociedade, bem como evitar que estes levantem
questões potencialmente prejudiciais a sua reputação.
É neste ponto onde reside o problema central da pesquisa, que encontra-se subdividido em
dois (2) momentos principais: o primeiro momento é relativo à Construção da Identidade
Institucional no MINEDH e segundo relativo a sua Imagem e Reputação. Partindo do
pressuposto que a identidade ilustra aquilo que a organização diz que é na sua essência ou
distingue uma organização da outra. No caso específico do MINEDH, a identidade do
ministério é transmitido por um lado, através do quadro legal, como por exemplo o Diploma
Ministerial nᵒ 1/2011, de 12 de Abril, que fixa onde a instituição pretende atingir ou alcançar
no futuro (Visão), a função ou competência central do ministério (Missão) e alguns preceitos
morais defendidos pelo ministério no seu funcionamento (valores); e também através de
outras normas que regem o sector público geral, como o caso da Lei nᵒ 14/2009, de 17 de
Março, que clarifica os deveres e direitos dos funcionários no seu exercício das suas
competências no ministério, garantindo deste modo o sentimento de pertença dos seus
funcionários. Entretanto, a prática mostra que quadro legal do MINEDH, por si só não
assegura que funcionários sejam colocados no centro da organização para fortalecer seu
desempenho e assegurar a aceitação contínua de serviços prestados aos usuários, tal como
refere CORNELISSEN (2004: 59), gerando deste modo falta de ligação entre os funcionários
e o MINEDH, como membro da instituição. Como resultado disso, os dados estatísticos sobre
funcionários, em particular os professores que abandonarem o sector da educação para os
4
O termo “Cliente” é definido em diversas perspectivas e geralmente utilizando uma Abordagem Empresarial, e não na
perspectiva do Sector Público. Neste âmbito, Kotler (2000: 47), avança que “Cliente” designa uma pessoa ou unidade
organizacional que desempenha um papel no processo de troca ou transacção com uma empresa.
Por sua vez, Clinton e Gore (1995) apresenta uma definição generalista de “Cliente”, como todas as pessoas que usam algo
que é produzido pela Administração Pública, ou melhor, as entidades ou indivíduos que são directamente servidos por um
departamento ou agência do Governo.
Entretanto, as novas abordagens e autores consideram que é um erro considerar um cidadão como cliente no sector público,
pois sua finalidade e meios de actuação é totalmente distinto do sector empresarial ou privado.
Como forma de solucionar esta questão, utiliza-se actualmente as expressões “foco no cidadão ou cidadão em primeiro.
Portanto, nesta pesquisa utiliza-se a expressão “usuário”, em substituição do termo “cliente”, para significar todos aqueles
que se beneficiam directa ou indirectamente por um serviço público.
outros sectores estão à crescer, com uma média de 100 professores anualmente, MACAU
(2010: 1). Essa ausência de ligação entre os funcionários e MINEDH é também revelada pela
constante reclamação de baixos salários, liderança e desmotivação dos próprios funcionários
do sector da educação, fazendo com que os seus objectivos, missão, visão e valores não sejam
partilhados de igual forma por todos os funcionários.
Neste sentido, exige-se que os funcionários na execução das tarefas sejam influenciados pelas
ideias estabelecidas pelo MINEDH, ou seja, a identidade quando comunicada de forma
consistente, cria consciência, desencadeia o reconhecimento, e pode incutir confiança nos
usuários porque esses grupos terão um conhecimento mais claro da organização, bem como
pode ajudar aumentar a motivação e moral entre os funcionários, estabelecendo sentimento de
“nós” e permitindo os usuários identifique-se com o MINEDH, o que têm reflexo na imagem
e reputação do MINEDH, pois o público avalia ministério, através da acção e a prática
institucional do funcionário que representa o ministério.
Por outro lado, a identidade no MINEDH é tida como resultado das condições de trabalho que
o ministério oferece aos funcionários. Entretanto, essa abordagem negligencia-se
completamente outros elementos da identidade no MINEDH, tais como a tradição ministério,
que é transmitida pelos funcionários mais antigos, sobretudo o papel das produções
simbólicas, tal como refere ZEMOR (1995: 12), nomeadamente os discursos oficiais,
particularmente dos altos funcionários, como o Ministro, Directores, as reuniões de
actividades do ministério, bem como as relações informais entre os funcionários na
instituição.
Imagem Organizacional
Deste modo, torna-se relevante perceber o impacto desta falta de articulação ou ligação na
satisfação dos usuários dos serviços ofertados pelo ministério. Embora no dia-a-dia, o
MINEDH através do Website e campanhas publicitárias5 levado acabo pela instituição para a
divulgação dos serviços prestados através dos meios de comunicação (Rádios e Televisão), a
informação do MINEDH transmitida aos usuários, ainda gera pouca confiança dos seus
serviços e não garante uma posição privilegiados na mente dos usuários, pois apenas 40,7%
dos usuários utilizaram os serviços de educação nos últimos dois anos, e os restantes 59, 3%
não ou nunca pensou usar os seus serviços, o que tem repercussões na percepção e avaliação
dos usuários diante do MINEDH, tal como refere CEEI/ISRI (2010: 12).
Aliado a isso, o sector da educação é um dos serviços mais utilizados pelos agregados
familiares e com maior abrangência no territorial nacional, tal como refere CEEI/ISRI
5
A título de exemplo das campanhas publicitárias do MINEDH, pode-se avançar sobre a preservação de material escolar,
difundida na Soico Televisão (STV) e Televisão de Moçambique (TVM), que constitui um dos seus serviços.
(Ibidem: 9), a construção de uma imagem e reputação positiva do ministério que actua no
sector é crucial não só para garantir maior notoriedade dos seus serviços nos usuários, mas
também garantir a satisfação dos mesmos.
Pergunta de Partida:
Para servirem como fio condutor desta pesquisa, são levantadas as seguintes questões:
1.3 Hipóteses
Como respostas provisórias, que serviram de base da pesquisa, estabelece-se as seguintes:
1.5.1 Geral:
Esta pesquisa procura analisar a identidade, imagem e reputação do Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano, no período compreendido entre 2012 à 2014.
1.5.2 Específicos:
Para efectivar o objectivo geral desta pesquisa, é necessário:
Do ponto de vista teórico, primeiro, a pesquisa é útil pelo facto de abordar um problema
fundamental na área de comunicação nas organizações públicas, a questão da identidade,
imagem e reputação, que é geralmente tido como conceitos que possuem uma relação linear.
Sendo assim, torna-se oportuno mostrar o enquadramento desta relação linear no sector
público, particularmente no MINEDH, tomando em consideração as características
especificas do sector público. Por fim, a pesquisa é importante pelo facto de tentar colmatar o
problema de falta de obras, estudos, dissertações que aborda sobre a problemática da
identidade, imagem e reputação, na área da administração pública moçambicana como caso
MINEDH, fazendo com que muitos estudantes não se interessem por esse campo de
conhecimento científico.
A escolha da área de estudo (MINEDH) justifica-se pelo facto do sector da educação ser um
dos serviços mais consumido pelos agregados familiares no país 6, por isso torna-se pertinente
estudar como o público-alvo (estritamente na Cidade de Maputo), observa a instituição que
tutela o sector e a sua satisfação em relação aos serviços administrados pelo ministério.
Também pelo facto de educação ser uma das áreas importantes para o desenvolvimento
económico, social do país, dai a relevância de perceber como as partes interessadas,
especificamente alunos e professores pensam e avaliam o ministério que responde pela área.
Finalmente, a escolha deve-se pelo facto do investigador encontrar-se na Cidade de Maputo e
o MINEDH também estar localizado na mesma cidade, o que permitiram procurar as
informações e documentos como maior brevidade e facilidade.
6
CEEI/ISRI, Pesquisa Nacional sobre Governação e Corrupção, Maputo, 2010: 9.
Trabalho de Final de Curso para Obtenção do Grau de Licenciatura 11
Análise de Identidade, Imagem e Reputação do Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano (2012-2014)
CAPITULO II
O Modelo de Dependência teve origem em 1976, nos estudos dos investigadores americanos
Sandra Ball-Rokeach e Melvin de Fleur, onde procuram medir a previsibilidade dos efeitos da
comunicação ao longo prazo, DOS SANTOS (1992: 101). Este modelo parte do pressuposto
de que os meios de comunicação das massas apenas podem funcionar em ligação com a
sociedade e a sua audiência, e são os termos dessa relação que determinam o impacto das suas
mensagens.
Na óptica dos autores, a verdadeira influência das mensagens das organizações radica
naturalmente das interdependências entre os meios de comunicação usado para disseminação
da informação e outros sistemas sociais, SANTOS (Ibidem).
Para este modelo, a imagem e reputação institucional resulta da combinação de três elementos
fundamentais: Audiência (usuários dos serviços) – Organização (MINEDH) - Meios de
Comunicação (jornais, rádios, televisão) que determina os efeitos ou resposta (Satisfação dos
usuários).
De Fleur e Ball-Rokeach concluíram haver três (3) tipos de efeitos a tomar em consideração:
Cognitivo está relacionado com a percepção da mensagem do receptor; Afectivo refere-se as
emoções suscitadas pelos meios de comunicação junto ao público; e comportamental está
relacionado com “activação”, que ocorrem quando as pessoas decidem actuar após terem
recebido a mensagem divulgada pelas organizações, produzindo efeitos afectivos e cognitivos
tão profundos que obrigam alterações de comportamentais.
são característicos do sector público, como caso de MINEDH contribuíram para construção da
identidade organizacional., isto é, o sentimento de pertença nos funcionários com a
organização que representam.
Na opinião de Fombrun apud VILAR (2006: 27), Identidade Institucional consiste naquilo
que é central (sua essência), distinto (o que a diferencia das outras) e permanente (que exibe
uniformidade ao longo do tempo). Ou seja, sintetiza como a organização se vê a si própria e
como gostaria de ser vista no exterior, resultante da experiência acumulada desde a sua
formação (da sucessão dos sucessos e fracassos).
Ainda na tentativa de definir este conceito, Van Riel & Berensen apud WATSON &
KITCHEN (S/d: 382) diz que Identidade institucional pode ser definido como a auto-
apresentação da organização, isto é, os sinais gerenciados ou sinais que uma organização
oferece a cerca de si mesma para as partes interessadas. Por último, DOWLING, et al, (2002:
95) definem Identidade Institucional como o conjunto de nomes, marcas, símbolos,
patrocínios da organização, visão, outras manifestações visuais e concretas da realidade de
uma organização. Numa perspectiva diferente, os autores DAVIES, et al. (2001: 11)
consideram que Identidade institucional resulta de uma visão interna da organização, ou
seja, da percepção dos funcionários sobre está.
Contudo, a definição de Identidade Institucional que melhor se adequa e será
operacionalizado na pesquisa é como um o conjunto de práticas, símbolos, normas, valores
nomenclaturas, slogan, que permite o funcionário se ligue como sua organização, bem como
distingue a organização das demais.
Na óptica de Machado apud VILAR (2006: 17), é importante referir que a imagem
institucional pode significar impressão que o público tem de um produto, marca ou uma
organização. No entanto, independentemente da acepção que se pretende adoptar, a imagem
constitui uma representação.
Por fim, TAJADA (1994: 3) define Imagem Institucional como um conjunto das
representações mentais que um indivíduo tem de uma organização. Porém, deve-se distinguir
a imagem de uma organização, com simples notoriedade organizacional7.
De acordo com KOTLER & AMNSTRONG (2008: 23), a Satisfação pode ser definida como
o julgamento comparativo de uma pessoa do desempenho (ou resultado) percebido de um
produto em relação as expectativas. No entender deste autores, se o desempenho fica aquém
das expectativas, o usuário fica insatisfeito e desapontado, e se acontece ao contrário, o
desempenho superar as expectativas, o usuário fica altamente satisfeito.
Na mesma linha de pensamento KOTLER (2008: 10) na obra “Princípios de Marketing”
avança que Satisfação resulta da forma em que o usuário percebe o desempenho do produto
em comparação com as suas expectativas. Nesta definição, o autor considera que o
desempenho do produto é resultado, ou seja, é atingido com a compra ou consumo de um
produto ou de um serviço.
Na óptica de VILARES & COELHO (2011: 27) têm sido adoptados duas (2) definições gerais
de Satisfação dos usuários, nomeadamente: (i) Satisfação como uma Transacção Especifica;
Nesta perspectiva, Satisfação do usuário é vista como um juízo avaliativo pós escolha
relativo à uma compra ou transacção específica de um bem ou serviço. (ii) Satisfação como
7
A expressão “Notoriedade” é comumente utilizada como sinónimo de “Imagem organizacional”, mas na sua essência são
distintos. Em relação à Notoriedade, Kotler (2007: 45) define como o grau na qual uma determinada marca ou organização
possui a partilha ou domínio das mentes dos consumidores no mercado. Por sua vez, Keller apud Duarte (2008: 11) acredita
que a Notoriedade significa a capacidade de reconhecer e de se lembrar de uma marca ou organização. Ou seja, refere-se
Top-of-mind (primeira referência ou menção no mercado); ou ainda trata-se marcas ou serviços que se pode indicar de forma
espontânea pelo consumidor.
Neste sentido, KOTLER (2000: 70) descreve o perfil do usuário altamente satisfeito
atribuindo as seguintes características:
Permanece fiel por mais tempo;
Compra mais à medida que a organização lança novos produtos ou aperfeiçoa
produtos existentes;
Fala favoravelmente da organização e de seus produtos;
Dá menos atenção a marcas e propaganda concorrentes e é menos sensível a preço;
Oferece ideias sobre produtos ou serviços à organização; e
Custa menos para ser atendido do que novos usuários, uma vez que as transacções são
rotinizadas.
A definição que melhor adequa-se com a pesquisa é Satisfação como sendo a avaliação
positiva feita pelos usuários após o consumo ou utilização de um bem ou serviço provido
pelas organizações públicas, em função das suas necessidades e expectativas.
2.2.4 Reputação
Na literatura e para os profissionais de comunicação não existem um consenso sobre a
possibilidade de existência de uma definição universal do termo reputação, mas sim existe
uma diversidade de definições.
Segundo WATSON & KITCHEN (S/d: 380), inicialmente todas definições do dicionário de
reputação, estavam focados nos indivíduos. Sendo assim, a Reputação é entendida como
aquilo que geralmente é dito ou acredita-se sobre uma pessoa ou coisa; ou ainda, o estado de
ser bem pensado.
No mundo organizacional, o estudo da reputação começou na década 70, nos EUA, e nos anos
de 1990 intensificou o interesse por essa área, desde então têm sido atribuídos várias
A definição mais frequentemente utilizada é atribuída a FOMBRUN apud VANCE (2007: 97)
que define Reputação organizacional como uma representação perceptual das acções
passadas e das perspectivas futuras de uma organização que descrevem a atractividade da
firma para todos os seus públicos-público em comparação com os principais concorrentes.
Ainda na tentativa de definir a reputação, VANCE (Ibidem: 99) afirma que o debate é torno a
definição é realizada em três (3) grupos de autores. O primeiro grupo defendido por Brown
and Cox (1997), Brown & Dacin (1997), Grunig (1993), O’Sullivan (1983) procuram
distinguir a imagem e reputação, para eles a Reputação é vista como a maneira pela qual as
firmas tomam acções substanciais e responsáveis para conquistar a confiança do público. O
segundo foi apresentado por Barich e Kotler (1991), a Reputação corresponde um atributo
da conduta da organização, que por sua vez representa um dos factores que compõem a
imagem da organização. Por fim, O terceiro grupo reúne estudos que analisam a relação
entre reputação e imagem como sendo bilateral. Ou seja, tanto a reputação influência a
imagem, conforme argumentado por Barich e Kotler (1991), como a imagem influência a
reputação. Neste sentido, estes autores definem a Reputação como a visibilidade de uma
organização, serviços e produto na mente dos usuários. Estes autores resumem a reputação no
gráfico, apresentado abaixo (ver gráfico 2).
Na óptica de WHEELER apud WATSON & KITCHEN (S/d: 381) propõem seis (6)
componentes na qual as organizações públicas ou privadas podem utilizarem para garantir a
boa reputação junto ao seu público, nomeadamente:
Ser obcecado com seu produto ou serviço: Deve garantir que as qualidades do
produto influenciem a forma como as pessoas se sentem sobre a sua organização;
Merece confiança: procura gerar uma confiança dos funcionários e usuários;
Estar disponível: estar apto para dar informação e construir relacionamentos com
usuários, funcionários, fornecedores, etc.
Admitir erros: se os erros são cometidos, admiti-los e responde rapidamente;
Portanto, ao longo da pesquisa a Reputação será definido como a avaliação dos atributos ou
qualidades que a organização e serviços têm na mente dos cidadãos-usuários, feito com base
nas experiências do próprio usuário, as informações fornecidas pela organização e
comparação das acções de outras entidades que provem os mesmos serviços.
Identidade Corporativa
Reputação da organização
Fonte: elaborado pelo autor com base na obra de Argenti e Forman (2002).
Mais em diante, aplicara-se o Modelo de Quociente de Reputação e Imagem, para saber qual é
a reputação do MINEDH, resultante da percepção e avaliação feita pelo público-alvo (alunos
e professores), através do inquérito, tendo em consideração estas dimensões.
CAPITULO III
3. REVISÃO DA LITERATURA
Nesta parte da pesquisa será feita uma discussão teórica em torno da identidade, imagem e
reputação, bem como, nas características dominantes do sector público moçambicano,
aplicáveis ao MINEDH, que podem influenciar na percepção e avaliação do público-alvo.
No entanto, a adopção da imagem no debate sobre o marketing foi bastante decisivo, pelo
facto das organizações passarem a preocupar-se com a imagem que os usuários têm dos seus
serviços ou produtos, pois se acredita que através da imagem podem-se influenciar os seus
comportamentos, NELSON (1962: 1).
ligação entre está instituição do sector público e os usuários dos serviços prestados pela
mesma.
GRACIOSO (1995: 16). No entanto, a propaganda deve ser vista como um instrumento que
pertence a qualquer organização, independentemente ser de fins lucrativos ou não, pelo facto
de ela ser o meio de comunicação mais eficaz, rápido e económico que atinge, ao mesmo
tempo, grande parte do público, e sendo assim é utilizada como componente promocional das
organizações.
A função clássica da propaganda segundo TORQUATO (2002: 73) é estimular as demandas
potenciais de um determinado mercado e obter do consumidor a motivação tomar decisão de
compra sobre o produto ou usar um determinado serviço está sendo redimensionada.
Hoje em dia, a função da propaganda não é somente vender, mas sim promover a identidade
da organização e dos seus serviços. Ela deve apresentar todas vantagens, benefícios e
atributos da organização ou produto ou ainda dos serviços, servindo assim como uma das
principais actividades de comunicação na construção da imagem e reputação positiva.
organização. Pois as informações publicadas não podem causar prejuízo aos interesses da
organização e de seus membros.
De acordo com MACIE (2012: 127), a Administração Pública Moçambicana conheceu três
(3) grandes fases, primeiro período que vai de 1975 à 1983; a segunda de 1983 à 1990; e a
última de 1990 até a actualidade. Em cada uma destas fases, a Administração Pública
moçambicana foi atribuída diferentes atributos, que pode ser útil na análise da imagem e
reputação institucional.
135), este atributo da Administração Pública resultava desta estar subordinada directamente
ao partido Frelimo, dai que tinha obrigação de perpetuar a vontade do partido no poder.
Finalmente, a Administração Pública moçambicana era caracterizada por uma lógica
centralizadora, assente no modelo socialista baseado em princípios de concentração de
poderes ao nível central. Ou seja, a provisão dos serviços públicos e outras actividades eram
administrados e controlados directamente pelos órgãos centrais.
b) A Segunda fase (1983- 1990)
De acordo com CoPALOP (s/d: 10), a Constituição da República de 1990 veio consagrar
muitas das mudanças políticas e económicas até aí experimentadas, nomeadamente o
abandono do sistema de economia centralmente planificado e a introdução do pluralismo
político e da economia do mercado em Moçambique, que teve repercussões na forma de
organização e funcionamento da Administração Pública. É importante referir que estas
alterações resultam do IV Congresso da Frelimo de 1983, onde reconheceu-se publicamente
que o poder estava excessivamente centralizado, tornando o nível local (províncias, distritos e
cidades) bastante fraco.
Nesta fase começa a implementação de uma lógica burocrática na administração pública
moçambicana, introduzindo na cultura organizacional conceitos de profissionalização,
hierarquia funcional, impessoalidade, formalismo, entre outros, muito embora nunca tenha
sido plenamente instaurada.
No entanto, a noção de burocracia nos dias de hoje está associado “demora” da
Administração Pública, pois encontra-se em desfoque das necessidades dos usuários e
preocupado simplesmente com os processos de trabalho. A centralização do processo de
tomada de decisão resultante da excessiva hierarquia nas organizações públicas faz como
que a prestação dos serviços públicos pela Administração Pública seja morosa.
A impessoalidade, princípio que obriga a Administração Pública a actuação com igualdade
perante os usuários, contrapõem-se com o próprio de funcionamento da Administração
Pública da moçambicana, onde verifica-se na prática uma descriminação social, económica e
política no acesso aos serviços públicos, ou seja, este princípio não é implementada nas
organizações públicas moçambicanas.
Outra característica que estaria relacionada a morosidade do serviço público é o formalismo,
conceito que determina a valorização de regras e procedimentos, ao invés de um serviço mais
A impessoalidade
transforma-se na
informalidade na relação
entre Administração e o
cidadão.
3ª Fase: 1990 até nossos dias
Serviços Pouca eficiência na
Construção de públicos não provisão dos serviços MACIE (2012);
um Modelo eficiente; públicos; COPALOP
Gerencial. Descentralização Processo decisório (s/d);
não efectivada moroso e centralizado,
em todos os com influência do poder
serviços político.
públicos.
Aumento da Exigência de Contas públicas e actos
preocupação com maior controle; administrativos publicado MACUANE
a transparência, Maior percepção aos cidadãos em geral; (2009);
mas como pouco da corrupção; Atitude de descrença e
nível de comodismo dos usuários;
responsabilização. Perda da legitimidade por
parte dos usuários.
CAPITULO IV
4. METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo, faz-se referência aos elementos ou aspectos metodológicos que orientará a
pesquisa, servindo como caminho para alcançar o fim da presente pesquisa.
fundo anónimo que ai está e ai se visualiza como protagonista nesse mundo de vida,
isto é, desvenda-se não os factos em sim mesmo, mas os seus significados, com base
nos relatos descritivos das características do fenómeno em estudo, como diz COLTRO
(2000: 39).
Consistiu na interpretação e na busca do significado das opiniões e percepções dos
entrevistados sobre a identidade, imagem e reputação do MINEDH, com bases nas
cincos (5) dimensões sugerida pelo modelo de Quociente de Reputação e Imagem, de
modo apurar os aspectos qualitativos do inquérito realizado, analisando as opiniões
com base em três momentos distintos (ver fig. 3):
Descrição
Compreensão Interpretação
A Descrição: faz-se a reunião dos dados vividos, fixados em sucessivos registros e relatos das
pessoas. Também refere ao que é percebido do que se mostra (o fenómeno), não si limitando a
enumeração dos fenómenos, mas pressupõe alcançar a essência do fenómeno. Nesta etapa,
vai-se organizar e sistematizar todos os dados brutos recolhidos no inquérito efectuado ao
grupo-alvo (alunos e professores) referente a identidade, imagem e reputação do MINEDH.
A Interpretação: refere-se ao trabalho intelectual que consiste em decifrar o sentido aparente,
em desdobrar os sinais de significação implicados na significação literal…há interpretação
onde houver sentido múltiplo e a pluralidade dos sentidos se torna manifesta, ou seja, efectua-
se análise desses relatos do vivido.
Aqui os resultados brutos colhidos através da entrevista efectuada aos 210 usuários (alunos e
professores) nas escolas secundárias da Cidade de Maputo são tratados em paralelo com as
informações obtidas no MINEDH, de modo a terem significados válidos.
A compreensão: é aqui onde estrutura-se a significação das informações devidamente tratados
em um sentido direito. Sendo assim, a informação recolhida e tratada, serão sintetizadas em
gráficos, quadros, tabelas, de modo a facilitar a compreensão e entendimento das percepções
dos usuários sobre a identidade, imagem e reputação do MINEDH.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Usuários a entrevistar
Fonte: adaptado pelo autor
todo o universo ou mesmo de uma parte substancial dele para se atingir uma precisão
satisfatória, basta que para tal seja aplicado um procedimento de amostragem adequado. Neste
sentido, 210 usuários (alunos e professores) entrevistados em todas as três (3) unidades
escolares, pode-se considerar como um número aceitável para uma pesquisa desta magnitude.
É extrema importância clarificar que somente fizeram parte da amostra, exclusivamente os
alunos e professores que fazem parte das três unidades escolares referenciadas (Escola
Secundária Francisco Manyanga, Josina Machel e Quisse Mavota), pertencente ao segundo
ciclo do nível secundário (11ª-12ª classe) naquelas unidades de ensino, com idade mínima de
16 anos, constitui a média de idade dos alunos que frequentam esse nível, segundo os dados
do Anuário Estatístico 2013, INE (2013: 27), excluindo naturalmente os professores.
Para a recolha de dados do inquérito, é pertinente compreender porque é que dentre as várias
unidades escolares do nível secundário existentes na Cidade de Maputo, a escolha recaiu
sobre Escola Secundária Josina Machel; Escola Secundária Francisco Manyanga; e Escola
Secundária Quisse Mavota.
Portanto, a escolha duas (2) primeiras justifica-se, de forma genérica pelo facto, dos alunos e
professores frequentar as escolas situadas na zona “cimento ou urbana” da Cidade de Maputo,
onde a comunicação pública9, efectuado através dos meios de comunicação (jornais, rádios,
televisão, internet, publicidade em painéis, etc.) é consideravelmente alta, permitindo que
estes tenham maior informação sobre os serviços públicos (educação, saúde, comércio, etc.), o
funcionamento das instituições, bem como a formação da sua opinião ou percepção em
relação estas instituições, MISA (2010: 4). Em relação à Escola Secundária Quisse Mavota,
encontra-se localizada na zona periurbana da Cidade de Maputo, “Zimpeto” onde o nível de
acesso à informação de utilidade pública é relativamente reduzida equiparado com o centro da
cidade. Deste modo, permitirá efectuar a comparação da percepção e satisfação dos usuários
do MINEDH neste local, como os usuários das escolas situada no centro da cidade.
9
Ver. Pierre Zemor, La Communication Publique, 1995, pp. 1. Onde conceptualiza a comunicação pública como a
comunicação formal que diz respeito à troca e a partilha de informações de utilidade pública, assim como à manutenção do
liame social cuja responsabilidade é incumbência das instituições públicas. Neste sentido, possui três (3) funções,
nomeadamente: (i) informar (levar ao conhecimento, prestar conta e valorizar); (ii) de ouvir as demandas, as expectativas, as
interrogações e o debate público; (iii) de contribuir para assegurar a relação social (sentimento de pertencer ao colectivo,
tomada de consciência do cidadão enquanto actor); e de (iv) acompanhar as mudanças, tanto as comportamentais quanto as
da organização social.
Portanto, em matérias de análise de dados foram usados (2) dois pacotes estatísticos,
nomeadamente: o Microsoft Office Excel 2010 e o SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences Version 20).
CAPITULO V
É pertinente está altura relembrar que a pesquisa possui dois (2) níveis de análise,
nomeadamente: A primeira diz respeito a Identidade Institucional, para tal será utilizado o
modelo teórico de Institucionalismo Sociológico; o segundo está relacionado com o Imagem e
Reputação Institucional será adoptado o Modelo de Dependência de Rokeach e Fleur, de
modo a interpretar os dados colectados junto aos usuários (alunos e professores) dos serviços
prestados pelo MINEDH, nas unidades escolares na Cidade de Maputo.
10
Embora o Estudo versa sobre o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), o decreto que aprova o
Estatuto Orgânico do Ministério, os órgãos que constitui o Ministério, os serviços prestados, as competências e atribuições do
mesmo, bem como a missão, visão, valores ou princípios são referentes ao então Ministério da Educação. No entanto, na
presente pesquisa estas informações serão utilizadas sem nenhuma descriminação ou indiferença, devido a indisponibilidade
dessa informação.
Cultura de bem-vir;
Meritocracia;
Imparcialidade;
Profissionalismo;
Continuidade;
Unicidade;
Modernização;
Desenvolvimento sustentável e responsabilização.
Em relação à missão, visão e valores do MINEDH, que são aspectos que quando
implementado devidamente garante a integração dos funcionários com a organização, a sua
incorporação nas actividades dos funcionários é feita através da observação do quadro-legal.
Entretanto, alguns funcionários questionados, não sabem qual é a missão, visão e valores do
ministério na qual exercem a sua actividade laboral, apesar estar plasmado no estatuto
orgânico do MINEDH.
11
O Anúncio da Reunião Geral do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano compõe informações que possui uma
eficácia interna. Sendo assim não foi permitido o uso para domínio público, por isso não constaram como um anexo.
12
O Discurso da sua Excelência Ministro da Educação e Desenvolvimento foi publicado em forma de opinião, debruça sobre
a evolução da qualidade do Ensino no país, está disponível também no website www.Soldoindico.com.mz
Sendo assim, ao longo da recolha de dados no MINEDH, foi possível constatar que os
funcionários formam as suas opiniões sobre o Ministério nas conversas informais que decorre
sobretudo no horário do almoço, bem como no percurso do elevador. Trata-se então de um
espaço de convívio entre os colegas, momentos onde as pessoas se podem conhecer melhor,
pois no MINEDH, com a pressão do trabalho, as pessoas mal se comunicam na hora de
trabalho.
13
Não obstante destas acções, não existem uma campanha ou acção específica para promoção da imagem e reputação ao seu
público-alvo, uma vez que tais acções são utilizadas também para outras actividades no MINEDH.
Por fim, no âmbito da democratização das instituições públicas no seu relacionamento com os
usuários, assumem formas democráticas de disseminação de informação que ajudam os
usuários a formar as suas opiniões sobre as organizações públicas, como o caso de
14
Assessor do Gabinete do Ministro, responsável pela Coordenação da Estratégia de Comunicação e Informação
do MINEDH.
Relativamente aos professores das três unidades escolares, a idade variam entre os 21 e 55
anos, sendo que a maior percentagem situa-se na faixa etária entre os 35 e 45 anos. No que diz
às habilitações literárias maior parte dos professores, correspondeste 85,2% possui o nível
licenciatura, o que permite ter informações e conhecimento relevante sobre a identidade,
imagem e reputação do MINEDH.
5.4.1.2 Nível de Conhecimento dos Serviços Prestados pelo MINEDH por Unidade
Escolar
Gráfico 1: Conhecimento dos Serviços Prestados pelo MINEDH por Unidades Escolar
NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS SERVIÇOS DO MINEDH
60 56.7%
50
40 37.6%
30
20
10
5.7%
0
E.S.JM E.S.FM E.S.QM Total dos
Entrevistados
Conhece Não Conhece Não Sabe se Conhecem
percentagem reduzida de 5,7% afirmaram que não sabem se conhece ou não os serviços
ofertados.
Efectuando uma análise comparativa da percepção dos usuários (alunos e professores) por
cada unidade escolar abrangida, relativamente ao conhecimento dos serviços públicos do
MINEDH, verifica-se um ligeiro equilíbrio em termos de conhecimentos dos serviços, onde
pode-se referir que nas três unidades escolares, E.S.JM; E.S.FM e E.S.QM existem maior
número de usuários (alunos e professores) que conhecem os serviços, com valor percentual de
56%; 36% e 25% respectivamente. Entretanto, essa diferença não é muito significativa,
comparativamente com os usuários que não conhecem, onde pode-se destacar a E.S.JM
apresenta 40%; E.S.FM possui 26%; e E.S.QM com 13% dos usuários que não conhece os
serviços prestados.
Para além disso, o maior conhecimento dos serviços do MINEDH por parte dos alunos e
professores nas unidades escolares abrangidas, pode ser explicada também pelas campanhas
de educação cívica sobre o uso das tecnologias de comunicação e informação (Tic’s) realizada
pelo MINEDH nas unidades escolares localizadas no Distrito Municipal Ka Mpfumo (E.S.
Josina Machel e Francisco Manyanga, etc.), onde abordavam essencialmente sobre como usar
80
69.0%
70
60
50
40
30 28.1%
20
10
2.9%
0
E.S.JM E.S.FM E.S.QM Total dos
Entrevistados
Conhece Não Conhece Não Sabe se Conhece
A partir do gráfico acima referenciado, verifica-se que na totalidade das unidades escolares
seleccionadas, a maior parte dos usuários (alunos e professores) mostraram que não conhecem
15
Estas informações foram obtidas durante a recolha de dados no MINEDH, no dia 20/11/2015.
Analisando de forma isolada cada unidade escolar, podemos constatar que os usuários (alunos
e professores) pertencente as escolas localizada na “zona cimento”, nomeadamente a E.S.JM
(68%) e E.J.FM (50%), onde o nível de comunicação pública ou circulação de informação
sobre as instituições públicas é elevada, possuem maior desconhecimento sobre a existência
do Website do MINEDH, quando comparado com a escola que se encontra situado na “zona
periurbana”, onde o nível de comunicação pública é relativamente reduzida, concretamente à
E.S.QM com uma percentagem de 27% dos usuários.
Perante este cenário, suscita-nos levantar uma questão: Que factores influenciam para o não
conhecimento do Website do MINEDH pelo público-alvo? Tendo em conta que os usuários
(alunos e professores) encontram situado na Cidade de Maputo, onde existem maior número
de meio de comunicação social (rádios, jornais, televisão, etc.) comparativamente as restantes
regiões do país.
De acordo com NHARRELUGA (2006: 179), existem duas (2) respostas lógicas dadas a
questão do desconhecimento dos endereços electrónicos ou website das instituições públicas
por parte do seu público-alvo, como caso do website do MINEDH, nomeadamente: (i) falta
de divulgação e incentivo do uso da internet e dos endereços electrónicos para obter
informações por parte das organizações públicas; (ii) a insuficiência ou falta de instrumentos
de comunicação (computadores e celulares) para poder aceder a Internet e os endereços
electrónicos, para usufruir da informação disponibilizada, como mostramos a seguir (ver
tabela 4).
Portanto, de forma global a tabela ilustra que maior parte dos cidadãos residentes na Cidade
de Maputo, incluindo os usuários (alunos e professores) dos serviços do MINEDH,
concretamente das três (3) unidades escolares seleccionadas não utilizam frequentemente à
rede de internet (17,2%), comparativamente aos outros meios de comunicação como celular
(55,9%) e computador (26%) respectivamente. Isto significa que os serviços e informações do
MINEDH prestados com base em plataforma electrónica como Website continua a ter pouca
abrangência nos usuários e relevância na satisfação das necessidades do seu público-alvo, pois
apenas uma pequena minoria pode ter acesso.
5.4.1.5 Percepção dos Usuários (alunos e professores) Sobre Slogam e Nome actual do
MINED
Gráfico 3: Percepção dos Usuários Sobre Slogam e Nome actual do então MINED
NIVEL DE CONHECIMENTO DO SLOGAM E NOME ACTUAL DO ANTIGO
MINED
60
49.9%
50
39.6%
40
30
20
10.5%
10
0
E.S.JM E.S.FM E.S.QM Total dos
Entrevistados
Conhece Não Conhece Não Sabe se Conhece
De acordo com os dados acima apresentados, apontam que em termos globais existem um
ligeiro equilíbrio entre os usuários (alunos e professores) que conhecem (49.9%) e não
conhecem (39,6%) o slogam e nome actual do antigo MINED16, mas com ligeira
superioridade nos usuários que desconhecem o slogam e nome do então MINED. Isto
significa que a marca “MINEDH” não tem um domínio total das mentes ou preferências dos
seus usuários, deste modo a sua notoriedade perante o seu público-alvo não é significativo, o
que pode não gerar confiança total dos usuários dos serviços de educação na instituição.
16
O Acrónimo “MINED” significa Ministério de Educação, foi substituído no ano 2015 pelo MINEDH.
Em outras palavras, uma parte significativa dos usuários (alunos e professores) não
consideram MINEDH como a organização pública que está no topo da sua mente em relação
outras organizações públicas existentes.
É com base nas quatros (4) dimensões do modelo, que efectua-se subsequentemente uma
análise da reputação do MINEDH, onde procura-se responder as seguintes questões: Que
sentimentos os usuários (alunos e professores) têm do MINEDH? Os serviços do MINEDH
respondem as expectativas dos usuários (alunos e professores) em termos de qualidade e
necessidade? Será que o MINEDH oferece condições de higiene e segurança boa para o seu
público-alvo? Será que o MINEDH é gerido de forma transparente e aberta ao público-alvo?
60
56.2%
50
40
30
23.3%
20.5%
20
10
0
E.S.JM E.S.FM E.S.QM Total dos
Entrevistados
Confiança Falta de confiança Outro sentimento
Equiparando os dados globais, o gráfico ilustra que um número significativo e superior dos
usuários (alunos e professores) possuem outro sentimento (56,2%) perante o MINEDH, que
não é necessariamente de confiança ou falta de confiança na instituição. No entanto, isto
significa que o MINEDH no seu funcionamento e relacionamento com seu público externo
não consegue desenhar estratégias de comunicação e informação, que faça com que os
usuários confiem na instituição e nos serviços que presta. Porém, alguns usuários (alunos e
professores) sugeriram que MINEDH, sendo órgão governamental que tutela a área da
educação desenvolveram perante ela um sentimento emocional de admiração e respeito, não
significando necessariamente que confiam na instituição.
Os dados ainda revelam que 23,3% dos usuários (alunos e professores) não possuem
confiança na instituição que rege a educação no país, o MINEDH apresentando como
justificação deste sentimento perante está organização pública, os seguintes motivos:
52,2% Dos usuários, porque os serviços do MINEDH não têm qualidade desejada;
38,6% Dos usuários, porque os serviços do MINEDH não são acessíveis há todos os
cidadãos;
9,2% Dos usuários, porque existe actos de corrupção no MINEDH, e nas instituições
sobre sua tutela.
Por último, o gráfico mostra que a inferioridade dos usuários (alunos e professores),
correspondeste à 20,5% possuem um sentimento de confiança em relação ao MINEDH, onde
alegam como causa deste sentimento emocional, as seguintes razões:
falta de confiança, com valor de 26% e 16% respectivamente. Por sua vez, na E.S.QM (10%)
fica evidente que o segundo sentimento dos usuários diante do MINEDH é de confiança na
instituição que zela a educação.
Num que diz respeito aos Serviços do MINEDH, a Resolução nᵒ1/2010, de 14 de Abril,
confere ao MINEDH atribuições e competências para prestar serviços no âmbito da educação,
que pode ser sintetizado em: (i) Formação e qualificação dos cidadãos; (ii) Ensino básico e
secundário; (iii) Expansão do acesso à educação e formação técnico profissional; (iv)
Formação de professores e outros técnicos da educação; (iv) Garantir a gestão, distribuição,
inventário e conservação do livro escolar de distribuição gratuita e outros materiais escolares;
(vi) Emissão de Licenças para funcionamento de escolas; entre outros serviços afins.
Diante destes serviços ofertados pelo MINEDH, urge-nos questionar qual é percepção e
avaliação dos usuários (alunos e professores) da qualidade dos serviços providos pelo
MINEDH? Essa questão será respondida pelo gráfico abaixo, (ver gráfico 5).
60
56.2%
50
40
30
23.3%
20.5%
20
10
0
E.S.JM E.S.FM E.S.QM Total dos
Entrevistados
Tem qualidade Não tem qualidade Não sabem
Como se pode constatar a partir deste gráfico, em termos gerais maior parte dos usuários
(alunos e professores) questionados nas três unidades escolares, com um valor percentual de
56,2% consideram que os serviços públicos ofertados pelo MINEDH não possuem qualidade
necessária, que assegura a satisfação das necessidades de educação dos cidadãos em geral.
Entretanto, uma certa categoria de usuários afirmou que não sabem se os serviços prestados
pelo MINEDH (23%) têm ou não qualidade exigido pelos próprios usuários e a sociedade em
geral. Os restantes usuários responderam que os serviços do MINEDH administrados aos
cidadãos possuem uma qualidade aceitável (20,5%) e estão em consonância com as
necessidades dos cidadãos em termos de educação.
Trabalho de Final de Curso para Obtenção do Grau de Licenciatura 60
Análise de Identidade, Imagem e Reputação do Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano (2012-2014)
Diante de facto, naturalmente levanta-se a seguinte questão: Quais são motivos que levam os
usuários afirmarem maioritariamente que os serviços prestados pelo MINEDH não têm
qualidade desejada?
Com base nas informações colhidas, os usuários (alunos e professores) justificam a sua
percepção de falta de qualidade dos serviços providos pelo MINEDH, pelos seguintes
motivos:
53% Dos usuários, porque existe um elevado índice de reprovação dos alunos, que
frequentam o ensino secundário público, que é um dos serviços providos pelo
MINEDH;
43% Dos usuários, porque há insuficiência de quadros qualificados para prover os
serviços de educação no geral com qualidade esperada, particularmente os professores,
onde o rácio entre um professor e aluno no nível secundário na Cidade de Maputo é de
43/1 em 2011, contra os 67/1 ao nível nacional (INE, 2012: 34), que é bastante
elevado para garantirem qualidade.
4% Dos usuários, pelo facto de considerarem que os serviços do MINEDH ainda não
possuem abrangência em todos os cidadãos.
Num que concerne às Condições de Trabalho do MINEDH, a atenção é dada nas condições
de higiene e segurança que MINEDH oferece aos usuários dos seus serviços. Para ilustrar a
percepção feita pelos usuários (alunos e professores) relativamente as condições de trabalho
na qual são providos serviços, elaborou-se a tabela subsequente (ver tabela 9):
Tabela 9: Percepção dos Usuários sobre Higiene e Segurança nos Locais onde presta-se
serviços do MINEDH por Unidades Escolares
Há Higiene e Segurança no Local onde Presta-se os Serviços
Unidades Escolares de MINEDH?
Sim Não Não sabe se tem
E.S.JM 37% 39% 24%
E.S.FM 20% 29% 21%
E.S.QM 14% 14% 12%
Total dos Entrevistados 33.8% 39.0% 27.2%
Fonte: elaborado por autor
A luz desta tabela, em termos gerais existem uma superioridade de usuários (alunos e
professores) que responderam que não há higiene e segurança nos locais onde presta-se os
serviços de MINEDH com uma percentagem 39,0%. Embora que essa superioridade não seja
bastante significativo comparativamente com os usuários (alunos e professores) que
afirmaram que há higiene e segurança nos locais onde são providos os serviços de MINEDH
(33,8%). Entretanto, é importante referir que uma parte significativa dos usuários mostrara-se
indiferente ou indeciso relativamente a higiene e segurança disponibilizado pelo MINEDH
aos seus usuários, e responderam que não sabem se os serviços do MINEDH (27,2%) são
providos com condições de higiene e segurança desejada.
Analisando os dados de forma separada em cada unidade escolar, as respostas dos usuários
relativamente à questão são similares, mas com ligeira diferença numa das unidades escolares.
Nas E.S.JM (37%) e E.S.FM (39%) os usuários maioritariamente disseram que não existem
condições de higiene e segurança necessário oferecido pelo MINEDH durante a prestação dos
seus serviços. Existem uma pequena diferença na E.S.QM, onde a percentagem de usuários
que responderam que existem condições de higiene e segurança (14%) é igual que disseram
não tem condições exigidas.
Portanto, a percepção dos usuários de ausência de higiene e segurança nos locais onde são
providos os serviços do MINEDH, afectam negativamente na reputação do MINEDH, bem
como na satisfação dos usuários, pois a existência de segurança e garantia dos serviços
prestados constitui um dos requisitos para plena satisfação dos usuários e confiança na
instituição que a presta, bem como na maior utilização destes serviços por parte dos usuários.
60 55.2%
50
40
30
23.4%
21.4%
20
10
0
E.S.JM E.J.FM E.J.QM Total dos
Entrevistados
É transparente Não é transparente Não Sabem
Num que diz respeito à transparência do MINEDH, os dados globais indicam que a maior
parte dos usuários (alunos e professore) consideram que MINEDH não constitui uma
organização pública transparente no exercício das suas atribuições e competências, com uma
percentagem estimado em 55,2%. Pois embora, uma parte significante dos usuários optou por
afirmarem que não sabem se o MINEDH constitui ou não uma instituição pública transparente
aos seus usuários, com uma percentagem de 23,4%. Em contraste disso, uma certa categoria
dos usuários inquiridores defenderam que MINEDH é transparente no exercício das
actividades e provisão de serviços públicos ao público-alvo, com valor percentual de 21,4%, o
que pode ser evidenciado pela política do MINEDH, de actualizar constantemente a
informação solicitada, através das três (3) redes de telefonias móveis existente no país.
Por conseguiste disso, levanta-se uma interrogação: Quais são as razões para percepção dos
usuários que MINEDH não é uma organização pública é transparente?
Tabela 10: Percepção dos Usuários sobre a Liderança do MINEDH por Unidade Escolar
Acha que Actual Ministro do MINEDH é Bom Líder?
Unidade Escolar
Sim Não Não sabe
E.S.JM 38% 32% 30%
E.S.FM 27% 19% 24%
E.S.QM 20% 11% 9%
Total dos Entrevistados 40.5% 29.5% 30.0%
Fonte: elaborado pelo autor
A luz da tabela acima referenciada, em termos gerais os dados apresenta um ligeiro equilíbrio
na percepção dos usuários (alunos e professores) relativamente à liderança do MINEDH, mas
com uma pequena superioridade nos usuários que acham que actual ministro do MINEDH é
um bom líder, com valor percentual de 40,5%. Em contrapartida, um grupo dos usuários
inqueridos consideram que o ministro do MINEDH em exercício das suas funções não é bom
líder, com valor percentual de 29,5%. Salientar que relativamente a percepção dos usuários
em relação a liderança do MINEDH, uma parte significativa dos usuários inqueridos
responderam que não sabem se o actual ministro do MINEDE é bom ou mau líder, com valor
percentual de 30,0%.
Observando por cada unidade escolar, os dados apontam para mesmo cenário, onde os
usuários das E.S.FM; E.S.FM e E.S.QM afirmaram maioritariamente que o actual ministro do
MINEDH é um bom líder, com um valor percentual de 38%; 27% e 20% respectivamente.
Por sua vez, uma parte inferior de usuários possuem uma percepção de que o ministro do
MINEDH não é bom líder, nas três unidades escolares nomeadamente E.S.JM (32%); E.S.FM
(19%) e E.S.QM (20%) sucessivamente.
Para reflectir em torno desta questão, utilizaremos as premissas dada pelo Modelo de
Dependência de De Fleur e Ball-Rokeach, que procura compreender três (3) tipos de
problemas comunicacionais, a saber: Nível A (Problemas Cognitivos) está relacionado com
a percepção da mensagem do emissor, e seu efeito na satisfação do receptor; Nível B
(Problemas Afectivo), diz respeito as emoções suscitadas pelos meios de comunicação junto
ao público; Nível C (Problemas comportamentais) está relacionado com “activação”, que
ocorrem quando as pessoas decidem actuar após terem recebido a divulgadas pelas
organizações produzindo efeitos afectivos e cognitivos tão profundos que obrigaram
alterações de comportamentais, DOS SANTOS (1992: 101).
A atenção desta análise estará virada para o primeiro nível: Problemas Cognitivos. Onde
pretende-se analisar a influência das informações divulgadas pelo MINEDH nos usuários
(alunos e professores) e seu efeito na satisfação.
Neste âmbito, levanta-se a seguinte questão: Como que a imagem e reputação do MINEDH
podem afectar negativamente ou positivamente na satisfação dos alunos e professores?
Para responder essa inquietação, foi elaborado a tabela (ver tabela 7) subsequente sobre o
Atendimento dos Serviços do MINEDH, partindo da ideia que a instituição divulga
constantemente informações ao seu público-alvo, que seus serviços são caracterizados pelos
seguintes valores: (i) imparcialidade; (ii) Cultura de bem-vir; (iii) Meritocracia; (iv)
Com base na tabela acima apresentado, os dados totais indicam que a maioria dos usuários
(alunos e professores) considera que o atendimento dos serviços do MINEDH é “Má”, com
um valor percentual de 45,7%. Isto significa que a informação divulgada aos usuários (alunos
e professores) sobre os valores do MINEDH através do website e outros meios de
comunicação social, não é percebida na prática pelos usuários durante a utilização dos
serviços prestados, o que gera insatisfação nos usuários, pois o atendimento do MINEDH não
espelha aquilo que a instituição divulga ao público. Em outras palavras, REICHHELD (2001:
129) afirma que um dos princípios que contribuem para uma elevada satisfação e lealdade
entre os usuários e organização é simplesmente o facto de a organização praticar tudo que diz
ao seu público-alvo, ou seja, o MINEDH durante a provisão dos seus serviços deve praticar
tudo diz sobre a instituição.
Portanto, essa percepção dos usuários de mau atendimento na provisão dos serviços no
MINEDH gera insatisfação nos usuários, apesar do MINEDH publicitar constantemente um
conjunto de valores que deveria caracterizar a instituição durante a provisão dos serviços aos
usuários.
Ainda para responder à questão levantada acima, apresentamos a seguir o gráfico referente ao
Nível de Satisfação dos Usuários nas três (3) unidades escolares.
70
58.1%
60
50
40
30
21.0% 21.0%
20
10
0
E.S.JM E.S.FM E.S.QM Total Entrevistados
Satisfaz Não satisfaz Não sabe
Isto significa que, apesar dos usuários consumirem ou utilizarem os serviços ofertados pelo
MINEDH, o consumo destes serviços por si próprio, não asseguram que os usuários após a
utilização dos serviços estejam satisfeitos. Porém, existem aspectos ligados a imagem e
reputação do MINEDH tais como a percepção dos usuários de demora no atendimento dos
serviços, falta de transparência no MINEDH, insuficiência de condições de higiene e
segurança nos locais onde são providos os serviços do MINEDH e de cobrança de
gratificações para acelerar o atendimento ao público, impedem a satisfação plena dos
usuários, mesmo após de aceder os serviços do MINEDH.
CAPÍTULO VI
6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
6.1 Conclusão
De forma a estabelecer as considerações finais e tirar as principais ilações da presente
pesquisa é pertinente recordar o problema de pesquisa e o principal foco de análise da
pesquisa, que residia essencialmente em dois (2) níveis importante: o primeiro nível está
relacionado com à construção da identidade institucional do MINEDH, onde avança-se
como hipóteses que o sentimento de pertença dos funcionários com MINEDH, assegurada
pelo quadro legal do MINEDH, pois define as normas, objectivos, missão e visão que os
funcionários devem interiorizar na prestação dos serviços públicos aos usuários, bem como
pelas condições de trabalho oferecido pelo MINEDH.
No que concerne a identidade visual e imagem do MINEDH, aquilo que distingue está
organização das demais organizações públicas, nomeadamente: os serviços prestados,
website, nome da instituição e slogam. Os usuários (alunos e professores) têm pleno
conhecimento dos serviços públicos que são ofertados e estão sob responsabilidade do
MINEDH. Este conhecimento dos usuários é resultante, sobretudo das campanhas
publicitárias efectuado nos meios de comunicação social (rádio e televisão), seu
enderenço electrónico, bem como nas informações fornecida na secretária da
instituição.
Em contrapartida, maior parte dos usuários (alunos e professores) não conhecem o
enderenço electrónico do MINEDH, que constitui uma ferramenta moderna
Trabalho de Final de Curso para Obtenção do Grau de Licenciatura 70
Análise de Identidade, Imagem e Reputação do Ministério de Educação e
Desenvolvimento Humano (2012-2014)
6.2 Recomendações
No decurso da pesquisa, constatou-se um conjunto de aspectos que fragilizam ou minam a
gestão da identidade, imagem e reputação do MINEDH, dentre eles destacam-se: (i) Pouca
valorização dos funcionários mais antigos do MINEDH, que constitui uma fonte de criação da
identidade do MINEDH; (ii) A inexistência na estratégia de comunicação e informação
(2010-2016), acções concreto e directa para a promoção da identidade, imagem e reputação
do MINEDH; e (iii) Falta de incentivo e divulgação do website do MINEDH, com
instrumento moderno de divulgação de informação sobre a instituição e seus serviços.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, J. Carvalho, at all (2003). Manual de Psicossociologia das
Organizações. Lisboa: MCGraw-Hill.
FOMBRUN, C. Survey (2000). Mastering Management. Nova Iorque: Financial
Times.
Documentos oficiais
Legislação
ANEXOS
Chamo-me Carlos Luís Mafumissa, estudante do curso de Administração Pública na UEM, este
é meu cartão de estudante. Vim para cá, porque estou levando a cabo um estudo que visa
analisar a Identidade, Imagem e Reputação deste Ministério no período de 2012- 2014. Gostaria
de saber o seu nome e a função que desempenha na organização se permite-me.
Escola……………………………………………………………………………………………
Data de Preenchimento do questionário……………/……………………………………./2015
NOTA IMPORTANTE!!!
Caro Inquiridor (a) é necessário perguntar a Idade, Nível de Escolaridade ou Classe Que Lecciona o
entrevistado. Caso exista algum receio incentive o entrevistado a responder, lembrando que a
entrevista será mantida em anonimato e é confidencial, por isso não precisa dizer o seu nome.
1 2 3
Q 3: Qual é o seu sexo (não questionar)?
Masculino 1
Feminino 2
Na zona cimento 1
Na zona periurbana 2
Outros………………. 3
Q 6: (se sim) Quais dos serviços ofertados pelo Ministério já usou? Formação de 1
professores
Distribuição de 2
Materiais escolares
Licenciamento de 3
escolas privadas
Outros………………….. 4
Q 7: Como têm acesso as informações sobre o Ministério e seus serviços prestados?
Através do Website 1
Publicidade na Rádio e 2
Televisão
Secretaria do MINEDH 3
Outros…………………………… 4
Q 8: Conhece o Website do Ministério de Educação e Desenvolvimento Humanos?
ATENÇÃO INQUIRIDOR: não indicar as opções e assinalar todas as Sim 1
respostas do entrevistado!
Não 2
Não sabe 3
Q 9: (se sim) o que achou dos conteúdos que então no Website do Ministério?
Têm conteúdo 1
actualizado e
organizado
Têm fraco conteúdo e 2
não organizado.
Não sabe 3
Q 10: Conhece a missão, visão e valores do Ministério de Educação e Desenvolvimento humano?
Sim 1
Não 2
Não Sabe 3
Q 11: Sabe qual é o Slogan, logótipo ou nome actual do antigo Ministério da Sim 1
Educação?
ATENÇÃO INQUIRIDOR: não indicar as opções e assinalar todas as respostas do Não 2
entrevistado!
Não sabe 3
Q 20: Dos meios usados pelo MINEDH para responder os pedidos dos cidadãos?
Muito Boa 1 Boa 2 Muito Má 3 Má 4 Não sabe 5
Não sabe 3
Não sabe 3
Não sabe 3
Q 26: Há segurança e higiene no local onde presta-se os serviços de educação para os cidadãos?
Sim 1
Não 2
Não sabe 3
Não 2
Q 27: As pessoas são tratadas de forma igual na prestação dos serviços no
MINEDH? Não Sabe 3
Não 2
Não Sabe 3
Não Sabe 3
Guião do Inquiridor
1. Pessoas excluídas do inquérito
Não podem ser entrevistadas:
Alunos e professores que não fazem parte das escolas escolhidas;
Alunos e professores que não estão no nível pré-universitário;
Alunos (as) menores de 16 anos;
Professores estagiários;
2. Pessoas a entrevistar
Caro inquiridor (a) para o êxito desta pesquisa são permitidas entrevistar:
Alunos e professores do nível pré-universitários do curso diurno e nocturno;
Alunos com idade superior há 16 anos;
Os entrevistados podem ser homens e mulheres;