Relação Entre Direito e Economia

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1.

Relao entre Direito e Economia


As relaes entre o direito e a economia podero ser definidas por uma interdependncia, embora
possuindo uma autonomia prpria com funes e valores prprios, o que legitima o seu estudo
segundo pticas e metodologias distintas.
Entretanto, na interaco entre o Direito e a Economia h um verdadeiro encontro
interdisciplinar, uma relao estreita que d lugar ao ramo do Direito que se designa Direito
Econmico.
O Direito Econmico uma disciplina jurdica autnoma e tem como funo enquadrar,
reger e normalizar a economia.
2.AS RELAES ENTRE O DIREITO ECONMICO E OUTROS RAMOS DO
DIREITO
Direito Constitucional:
Tem uma relao de subordinao em Constituio estrutura, por meio de seus princpios, as
regras que iro nortear as relaes entre o Estado e as actividades econmicas, bem assim o
enquadramento geral e o contedo das actividades econmicas fundamentais, a serem seguidas
pelo Governo e pelos cidados, considerada em termos de direitos e obrigaes.
O Direito Constitucional traa o quadro de princpios a que a economia se deve subordinar,
e tambm fixa a organizao econmica, os direitos e deveres das pessoas no mbito da
actividade econmica.
Direito Civil:
O Direito Civil o direito privado comum, e tem por objecto disciplinar os interesses entre
particulares.
O direito civil patrimonial funciona como regra subsidiariamente aplicvel nas relaes jurdicoeconmicas.
As normas do Direito Civil apresentam contedo econmico quando abrangem a parte
correspondente aos bens, patrimnio e aos actos e factos econmicos. O instituto jurdicocivil do contrato constitui um elemento fundamental das relaes econmicas.
Direito de trabalho:
A interligao entre esses ramos reside no facto do Direito Administrativo tambm regular a
interveno do Estado no domnio econmico quando edita normas atinentes ao servio pblico
(Servios Administrativos do Estado e servem os cidados e agentes econmicos que acorrem ao
mesmos), bem assim quando o Estado intervm na economia como agente econmico

(praticando actividades econmicas sob a sua prpria gesto ex: atravs de Empresas Estatais1),
a intervm as normas de Direito Administrativo a regular tais processos.
3.Fenmeno da globalizao do dto econmico
O Direito Econmico no escapa ao fenmeno da Globalizao inclusivo porque visa o
relacionamento com entre Estados, no mbito econmico, culutural, poltico e social, tendo como
fim ltimo o bem estar mundial.
Para a sua implementao ou concretizao intervm o Direito Econmico que disciplina o
modo como as relaes poltico-econmicas entre os Estados iro processar-se, atravs de
tratados, convenes e acordos de natureza econmica.
As vantagens da globalizao inferem-se no mbito dos objectivos que o processo suscita e
pretende atingir, os quais se traduzem no bem estar social. As economias adormecidas ou aquelas
que, por qualquer razo no se mostram capazes de, sozinhas, poderem competir no mercado,
encontram, na globalizao, o meio de se relanarem partilhando as facilidades que o processo
lhes concede.
4.O contexto do surgimento do Direito Econmico.
O dto econmico surge num cenrio depois da 2 guerra mundial, pela necessidade eminente do
Estado de regular as relaes de consumo com vista a proteger o mercado que tentava se
restaurar perante as sequelas graves deixadas com o fim da guerra e evitar abusos de poder por
parte dos agentes econmicos a quando da fixao de preos e qualidades dos bens e servios
postos a disposio da sociedade.
6.O direito autnomo porque tem:
a) Objecto prprio
o nico ramo de direito que disciplina a actividade econmica no seu conjunto. (estuda o
enquadramento jurdico do circuito econmico, os sujeitos do processo econmico e os aspectos
de produo e distribuio).
b) Funo prpria
Ordenar e regular a actividade econmica no seu conjunto.
c) Fim prprio
Garantir a satisfao do interesse econmico geral.
d) Contedo prprio
Conjunto de normas especficas s reas a ser reguladas.
1

e) Autonomia funcional-pedaggica
O Direito Econmico uma disciplina que se lecciona separadamente das outras.
7.CARACTERSTICAS DO DIREITO ECONMICO
Carcter recente: o Direito Econmico jovem em relao ao Direito Pblico em geral.
Diversidade: o Direito Econmico depende da estrutura econmica dominante em cada
pas.
um direito quadro: enquadra a actividade econmica, atravs de normas que ao serem
cumpridas, se realizam, deixando depois um espao jurdico para outros ramos de direito.
Exige uma interdisciplinaridade interna e externa: necessidade de grande conhecimento
dos outros ramos de direito e de outros conhecimentos que de Direito.
Mobilidade ou mutabilidade das normas jurdicas, Disperso e heterogeneidade,
Permeabilidade poltica, Carcter concreto das normas, um direito quadro, Exige uma
interdisciplinaridade interna e externa,
a) Permeabilidade poltica: o Direito Econmico particularmente sensvel aos valores e
orientaes polticas do poder legislativo e da Administrao, e assenta em princpios
valorativos que deixam uma ampla esfera de liberdade regulamentar que ser preenchida
chamando colao critrios polticos ao sabor das maiorias Parlamentares ou das opes
do Governo do dia.
A vontade poltica dos rgos do Poder , deste modo, um componente essencial e evidente
do Direito Econmico, porque a vontade poltica do legislador essencial.
b) Declnio da imperatividade e coercibilidade das normas: com recurso crescente a
incentivos, em detrimento das medidas de represso.
Se o legislador pretender assegurar o cumprimento de metas econmicas pela imposio de
sanes penais corre o risco do incumprimento e da impunidade.
8.No Direito Econmico, a Clssica diviso dos ramos do Direito em Pblico e Privado abre
fissuras.
Entretanto, o Direito Privado continua a ter um papel muito importante na configurao
jurdica da interveno econmica. O Direito Econmico aplicado em combinao com
elementos de Direito Privado, pressupostos da execuo das normas de Direito Pblico. Trata-se
do fenmeno da interpenetrao do Direito Pblico e do Direito Privado, que ocorre
intensamente no campo da actividade econmica. Por exemplo, o facto do Estado privatizar as
suas unidades econmicas e actividades, permite o surgimento do direito do sector privado.

NATUREZA JURIDICA E OBJECTO DO DIREITO ECONMICO


Natureza jurdica: o Direito Econmico afirma-se fundamentalmente como o Direito Pblico
que tem por objectivo o estudo das relaes entre os entes pblicos e os sujeitos privados na
perspectiva da interveno do Estado na vida econmica.
Objecto: o Direito Econmico tem por objecto as regras jurdicas que disciplinam a interveno
do Estado na economia
SUJEITOS DO DIREITO ECONMICO
So os estados, os indivduos, as empresas, a colectividade, Os rgos, Organismos
Internacionais ou Comunitrios, As Associaes, Comunidades, Massas, Entes Genricos.
Os Indivduos: so agentes econmicos em razo do seu trabalho (realizam a actividade
econmica) e so consumidores de bens e servios.
As Empresas: so agentes econmicos enquanto unidades de produo de bens e prestao de
servios e tambm enquanto consumidores.
Hierarquia das Fontes
Constituio da Repblica, Convenes Internacionais, Leis e Resolues da Assembleia da
Repblica, Decretos-Leis Decretos e Resolues do Conselho de Ministros (artigo 203, n 1
da CRM)), Regulamentos do Governo e do poder local e outras instituies pblicas.
Constituio da Repblica
O n 4, do artigo 2 da CRM de 2004. na Constituio onde se encontra o conjunto de preceitos
basilares atinentes economia. o que constitui a essncia da Constituio Econmica, que se
refere aos princpios, normas ou institutos jurdicos constituintes da ordem econmica.
O Estado Liberal
O liberalismo uma teoria econmica e uma teoria poltica que tem propiciado a
compreenso do Estado liberal enquanto Estado mnimo, Estado limitado, Estado polcia
ou Estado guarda nocturno, em suma, um Estado mnimo que se restringe s funes de
proteco contra a violncia, o roubo e a fraude, bem como s funes que permitam o
cumprimento de contratos.
O Estado Liberal tinha que garantir o direito propriedade privada e assegurar as liberdades para
que todos pudessem desenvolver as actividades econmicas.
Os seus elementos caracterizadores so:
Liberdadede empresa, de iniciativa, de trabalho, de consumo.
Propriedade privada como princpio e instituio fundamentais;

Mercado como instituio instrumental de regulao espontnea;


Absteno do Estado com eventual admisso de interveno coerentes com a lgica do
mercado ou ligeiramente correctivas.
14. NOO DE CONSTITUIO ECONMICA
A Constituio Econmica (CE) o conjunto de normas e princpios constitucionais
relativos economia, ou seja, a ordem constitucional da economia.
Pode ainda definir-se Constituio Econmica como o conjunto de princpios fundamentais
que determinam as relaes entre o poder poltico e a economia ou, mais amplamente, o conjunto
de princpios que regulam a relao entre a economia, o Estado e os cidados.
Formalmente, a parte econmica da Constituio do Estado onde est contido o
ordenamento essencial da actividade econmica desenvolvida pelos indivduos, pelas
pessoas colectivas ou pelo Estado. Esse ordenamento basicamente constitudo pelas
liberdades, direitos, deveres e responsabilidades destas entidades ao exercerem a actividade
econmica, e conformador das normas infraconstitucionais da ordem jurdica da economia.
a) Instituto da Produo
A produo a criao de novas utilidades.
O Instituto da Produo em Direito Econmico aplica-se a disciplinar a Poltica Econmica
referente ao acto e ao facto econmico da produo.
Na decomposio do facto produo encontramos os elementos denominados factores de
produo os quais constituem o processo produtivo, que so: os Recursos Naturais (matriaprima); Trabalho; Capital (bens de produo, tecnologia e dinheiro) e Organizao ou Empresa.

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