Sistemas de Organização Administrativa
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Requisitos do acto de delegao: Para que o acto de delegao seja vlido e eficaz,
a lei estabelece um certo nmero de requisitos especiais, para alm dos requisitos gerais
exigveis a todos os actos da Administrao, a saber:
Quanto ao contedo, art. 37/1 CPA. atravs desta especificao dos poderes
delegados que se fica a saber se a delegao ampla ou restrita, e genrica ou
especfica;
Quanto publicao, art. 37/2 CPA;
Falta de algum requisito exigido por lei: os requisitos quanto ao contedo so
requisitos de validade, pelo que a falta de qualquer deles torna o acto de delegao
invlido; os requisitos quanto publicao so requisitos de eficcia, donde se segue
que a falta de qualquer deles torna o acto de delegao ineficaz.
b)
Poderes do delegante: Uma vez conferida a delegao de poderes pelo delegante ao
delegado, este adquire a possibilidade de exercer esses poderes para a prossecuo do
interesse pblico. O que o delegante tem a faculdade de avocao de casos concretos
compreendidos no mbito da delegao conferida (art. 39/2 CPA): se avocar, e apenas
quando o fizer, o delegado deixa de poder resolver esses casos, que passam de novo
para a competncia do delegante. Mas em cada momento h um nico rgo competente.
Alm do poder de avocao, o delegante tem ainda o poder de dar ordens, directivas ou
instrues ao delegado, sobre o modo como devero ser exercidos os poderes delegados
(art. 39/1 CPA). O delegante pode revogar qualquer acto praticado pelo delegado ao
abrigo da delegao quer por o considerar ilegal, quer sobretudo por o considerar
inconveniente (art. 39/2 CPA). Algumas leis especiais do ao delegante o direito de ser
informado dos actos que o delegado for praticando ao abrigo da delegao.
c)
Requisitos dos actos praticados por delegao: sob pena de ilegalidade, os actos
administrativos praticados pelo delegado ao abrigo da delegao devem obedincia
estrita aos requisitos de validade fixados na lei. Para alm disso, a sua legalidade
depende ainda da existncia, validade e eficcia do acto de delegao, ficando
irremediavelmente inquinados pelo vcio de incompetncia se a delegao ao abrigo da
qual forem praticados for inexistente, invlida ou ineficaz. Os actos do delegado devem
conter a meno expressa de que so praticados por delegao, identificando-se o rgo
delegante (art. 38 CPA).
d)
Natureza dos actos do delegado: dois problemas so particularmente importantes:
Os actos do delegado sero definitivos? Entre ns, a regra geral de que os actos
do delegado so definitivos e executrios nos mesmos termos em que o seriam se
tivessem sido praticados pelo delegante. Esta regra decorre, para a administrao
central, do disposto no art. 15/1 LOSTA; e para a administrao local do art. 52/7 LAL,
bem como dos arts. 83, 1 e 4, 105, 1, 2 e 3, e 404, 2 CA, entre outros.
Caber recurso hierrquico dos actos do delegado para o delegante? A reposta a
esta pergunta varia, conforme estejamos perante uma delegao hierrquica ou uma
delegao no hierrquica. Se se tratar de uma delegao hierrquica, dos actos
praticados pelo subalterno delegado cabe sempre recurso hierrquico para o
superior-delegante: se os actos do delegado forem definitivos ser facultativo; se no
forem, ser necessrio. Tratando-se de uma delegao no hierrquica, uma vez que
no h hierarquia no pode haver recurso hierrquico; mas a lei pode admitir um
recurso hierrquico imprprio. Se a lei for omissa, entendemos que, nos casos em
que o delegante puder revogar os actos do delegado, o particular pode sempre interpor
recurso hierrquico imprprio; mas tal recurso ser meramente facultativo quando os
actos sejam definitivos.
e)
Extino da delegao: evidente que se a delegao for conferida apenas para a
prtica de um, nico acto, ou para ser usada durante certo perodo, praticado, aquele acto
ou decorrido este perodo a delegao caduca. H, porm, dois outros motivos de
extino que merecem referncia:
Por um lado, a delegao pode ser extinta por revogao: o delegante pode, em
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CENTRALIZAO E DESCENTRALIZAO
90. Conceito
A concentrao e a desconcentrao so figuras que se reportam organizao interna de
cada pessoa colectiva pblica, ao passo que a centralizao e a descentralizao pem em
causa vrias pessoas colectivas pblicas ao mesmo tempo.
No plano jurdico, diz-se centralizado, o sistema em que todas as atribuies
administrativas de um dado pas so por lei conferidas ao Estado, no existindo, portanto,
quaisquer outras pessoas colectivas pblicas incumbidas do exerccio da funo administrativa.
Chamar-se-, pelo contrrio, descentralizado, o sistema em que a funo administrativa
no esteja apenas confiada ao Estado, mas tambm a outras pessoas colectivas territoriais.
Dir-se- que h centralizao, sob o ponto de vista poltico-administrativo, quando os rgos
das autarquias locais sejam livremente nomeados ou demitidos pelos rgos do Estado,
quando devam obedincia ao Governo ou ao partido nico, ou quando se encontrem sujeitos a
formas particularmente intensas de tutela administrativa, designadamente a uma ampla tutela
de mrito.
Pelo contrrio, diz-se que h descentralizao em sentido poltico-administrativo quando os
rgos das autarquias locais so livremente eleitos pelas respectivas populaes, quando a lei
os considera independentes na rbita das suas atribuies e competncias, e quando estiverem
sujeitos a formas atenuadas de tutela administrativa, em regra restritas ao controle da
legalidade.
91. Vantagens e Inconvenientes
A centralizao tem, teoricamente, algumas vantagens: assegura melhor que qualquer outro
sistema a unidade do Estado; garante a homogeneidade da aco poltica e administrativa
desenvolvida no pas; e permite uma melhor coordenao do exerccio da funo
administrativa.
Pelo contrrio, a centralizao tem numerosos inconvenientes. Gera a hipertrofia do Estado,
provocando o gigantismo do poder central; fonte de ineficcia da aco administrativa, porque
quer confiar tudo ao Estado; causa de elevados custos financeiros relativamente ao exerccio
da aco administrativa; abafa a vida local autnoma, eliminando ou reduzindo a muito pouco a
actividade prpria das comunidades tradicionais; no respeita as liberdades locais; e faz
depender todo o sistema administrativo da insensibilidade do poder central, ou dos seus
delegados, maioria dos problemas locais.
As vantagens da descentralizao: primeiro, a descentralizao garante as liberdades
locais, servindo de base a um sistema pluralista de Administrao Pblica, que por sua vez
uma forma de limitao ao poder poltico; segundo, a descentralizao proporciona a
participao dos cidados na tomada das decises pblicas em matrias que concernem aos
interesses, e a participao um dos grandes objectivos do Estado moderno (art. 2 CRP);
depois, a descentralizao permite aproveitar para a realizao do bem comum a sensibilidade
das populaes locais relativamente aos seus problemas, e facilita a mobilizao das iniciativas
e das energias locais para as tarefas de administrao pblica; a descentralizao tem a
vantagem de proporcionar, em princpio, solues mais vantajosas do que a centralizao, em
termos de custo-eficcia.
Mas a descentralizao tambm oferece alguns inconvenientes: o primeiro o de gerar
alguma descoordenao no exerccio da funo administrativa; e o segundo o de abrir a porta
ao mau uso dos poderes discricionrios da Administrao por parte de pessoas nem sempre
bem preparadas para os exercer.
Em Portugal, o art. 6/1 CRP, estabelece que o Estado unitrio e que respeita na sua
organizao os princpios da autonomia das autarquias locas e da descentralizao
democrtica da administrao pblica. E no mesmo sentido vai o art. 267/2 CRP. Por
consequncia, constitucionalmente, o sistema administrativo portugus tem de ser um sistema
descentralizado: toda a questo est em saber qual o grau, maior ou menor, da
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hierrquicos enfraquecidos.
c)
A tese do poder de controle: a que actualmente se nos afigura mais adequada.
Vistas as coisas a esta luz, a tutela administrativa no tem analogia relevante com a tutela
civil, nem com a hierarquia enfraquecida, e constitui uma figura sui generis, com o Direito
de cidade no conjunto dos conceitos e categorias do mundo jurdico, correspondendo
ideia de um poder de controle exercido por um rgo da administrao sobre certas
pessoas colectivas sujeitas sua interveno, para assegurar o respeito de determinados
valores considerados essenciais.
Os poderes da tutela administrativa no se presumem, e por isso s existem quando a lei
explicitamente os estabelece, ao contrrio dos poderes hierrquicos que os presume existirem,
portanto, a lei no surge para limitar poderes que sem ela seriam mais fortes, mas para conferir
poderes que sem ela no existiriam de todo em todo. Os poderes tutelares no so poderes
hierrquicos enfraquecidos ou quebrados pela autonomia.
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poderes de controle.
A superintendncia um poder mais forte do que a tutela administrativa, porque o poder
de definir a orientao da conduta alheia, enquanto a tutela administrativa apenas o poder de
controlar a regularidade ou a adequao do funcionamento de certa entidade: a tutela controla,
a superintendncia orienta.
A superintendncia difere tambm do poder de direco, tpico da hierarquia, e menos
forte do que ele, porque o poder de direco do superior hierrquico consiste na faculdade de
dar ordens ou instrues, a que corresponde o dever de obedincia a uma e a outras, enquanto
a superintendncia se traduz apenas numa faculdade de emitir directivas ou recomendaes.
Qual ento, do ponto de vista jurdico, entre ordens, directivas e recomendaes? A
diferena a seguinte:
As ordens so comandos concretos, especficos e determinados, que impem a
necessidade de adoptar imediata e completamente uma certa conduta;
As directivas so orientaes genricas, que definem imperativamente os objectivos a
cumprir pelos seus destinatrios, mas que lhes deixam liberdade de deciso quanto aos
meios a utilizar e s formas a adoptar para atingir esses objectivos;
As recomendaes so conselhos emitidos sem a fora de qualquer sano para a
hiptese do no cumprimento.
103.
Natureza Jurdica da Superintendncia
Trs orientaes so possveis:
a)
A superintendncia como tutela reforada: a concepo mais generalizada entre
os juristas. Corresponde ideia de que sobre os institutos pblicos e as empresas
pblicas os poderes da autoridade responsvel so poderes de tutela. S que, como
comportam mais uma faculdade do que as normalmente compreendidas na tutela, isto ,
o poder de orientao, entende-se que a superintendncia uma tutela mais forte, ou
melhor, a modalidade mais forte da tutela administrativa.
b)
A superintendncia como hierarquia enfraquecida: a concepo que mais
influencia na prtica a nossa Administrao. Considera nomeadamente que o poder de
orientao, a faculdade de emanar directivas e recomendaes, no seno um certo
enfraquecimento do poder de direco, ou a faculdade de dar ordens e instrues;
c)
A superintendncia como poder de orientao: a concepo que preconizamos.
Consiste fundamentalmente em considerar que a superintendncia no uma espcie de
tutela nem uma espcie de hierarquia, mas um tipo autnomo, sui generis, situado a meio
caminho entre uma e outra, e com uma natureza prpria.
A superintendncia tambm no se presume: os poderes em que ela se consubstancia so,
em cada caso, aqueles que a lei conferir, e mais nenhum. A lei poder aqui ou acol
estabelecer formas de interveno exagerada; a Administrao Pblica que no pode
ultrapassar, com os seus excessos burocrticos, os limites legais.
A superintendncia tem natureza de um poder de orientao. Nem mais, nem menos: no
um poder de direco, nem um poder de controle.
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