Programa Geografia Política 2020.1
Programa Geografia Política 2020.1
Programa Geografia Política 2020.1
Ementa:
Estudo das teorias da Geografia Política e da Geopolítica no final do século XIX até meados do
século XX. As transformaçõ es do mundo no período pó s-guerra. O período da guerra fria. O
poder hegemô nico dos Estados Unidos da América no panorama internacional. A queda do
império soviético e a nova ordem mundial. A ascensã o do neoliberalismo. As grandes á reas de
conflitos do Globo e suas características espaciais. As novas identidades no mundo
globalizado.
Descrição:
As relaçõ es entre espaço e política marcaram a evoluçã o do pensamento geográ fico mesmo
antes da sua institucionalizaçã o, em meados do século XIX. Ao longo da histó ria do
pensamento social, nã o raro, as condiçõ es das interaçõ es políticas foram explicadas pelas
características do local onde ocorrem. As condiçõ es de mú tua influência entre estes dois
aspectos das relaçõ es humanas, o espaço (tanto em uma dimensã o de localizaçã o e extensã o
sobre a superfície terrestre, quanto como o suporte para as interaçõ es sociais) e a política
(controle das paixõ es para o convívio entre os diferentes [Arendt, 1998]) geraram explicaçõ es
calcados em um determinismo que nã o perdeu os seus adeptos até os dias de hoje. Ao mesmo
tempo, a geografia política e um dos seus desdobramentos, a geopolítica, sã o comumente
atreladas ao pensamento e à açã o do Estado-naçã o moderno. Por este motivo, muitas vezes, a
geografia política e a geopolítica foram taxadas de conhecimentos voltados ao poder e ao
controle dos povos.
Neste arcabouço e histó ria intelectual podemos vislumbrar que, pelo menos, desde meados do
século XX as condiçõ es para a produçã o de um conhecimento ligando espaço e política têm
mudado substancialmente. A intensificaçã o dos fluxos econô micos, de pessoas e de dados
refuncionalizam espaços ligados ao exercício do poder. As relaçõ es entre sociedade e natureza
trazem novos desafios para o futuro em termos da pró pria sobrevivência e/ou adaptaçã o da
nossa espécie sobre a superfície terrestre e as suas relaçõ es sociais. As comunicaçõ es
permitem a emergência de novos atores políticos e novas estratégias de exercício e busca de
poder. Estas, e outras questõ es, mostram a atualidade da geografia política, nã o somente
enquanto subcampo da geografia, mas também para a interpretaçã o da nossa pró pria
realidade.
Sendo assim, o curso de geografia política procurará traçar as linhas gerais do
desenvolvimento intelectual da disciplina, analisando as trajetó rias dos seus principais
conceitos e temas. Ao mesmo tempo, o desafio é desenvolver interpretaçõ es dos fenô menos
contemporâ neos que tem se desdobrado na relaçã o entre espaço e política. Assim, a leitura
dos textos indicados na bibliografia e outros por ventura indicados, é de grande importâ ncia
para a evoluçã o dos debates em sala de aula e para a formaçã o profissional e acadêmica. A
discussã o e o debate franco de argumentos é um ponto fundamental para a troca de diferentes
visõ es e experiências que possuímos sobre este campo de estudo em constante evoluçã o.
Avaliação:
A avaliaçã o da disciplina será composta de 3 elementos:
Prova escrita (35%): individual e sem consulta, a prova está prevista para o dia 13/04.
O conteú do avaliado será o das aulas e o dos textos previstos no programa até o dia da
prova. Segunda chamada só será aplicada com justificativa comprovada e será marcada
para a semana seguinte a prova.
Seminá rio sobre temas contemporâ neos na geografia política (30%): Dada a
complexidade das mudanças que ocorrem na política, em diversas escalas, a
apresentaçã o e a discussã o de abordagens contemporâ neas na disciplina é necessá ria.
Neste sentido, os alunos, em duplas, sã o instigados a apresentar um seminá rio de até
30 minutos, a partir dos conceitos estudados na disciplina e aprofundar em algum
tema contemporâ neo. A avaliaçã o da apresentaçã o será feita a partir dos seguintes
critérios: distribuiçã o adequada entre aná lise teó rica e empírica; relevâ ncia da
discussã o do tema na geografia política contemporâ nea, tanto em termos teó ricos
quanto empíricos; qualidade do material e fontes apresentadas; adequaçã o ao tempo
de apresentaçã o.
Artigo sobre o tema da apresentaçã o do seminá rio (35%): A mesma dupla responsável
pela organizaçã o do seminá rio deverá redigir um artigo com a aná lise apresentada
anteriormente. A data para entrega é o dia 06/07. O artigo deve conter capa;
introduçã o; referências bibliográ ficas (discutindo o conceito abordado pelo grupo);
aná lise do caso empírico (descriçã o em qual contexto foi aplicado o conceito);
discussã o (a discussã o apresenta de que forma o conceito teó rico adotado ajuda a
entender melhor o caso empírico descrito); conclusõ es e referências bibliográ ficas
(segundo as normas da ABNT vigentes e apresentadas no Manuel de Estilos
Acadêmicos da UFBA).
O corpo do artigo (introduçã o até as referências bibliográ ficas) deve ter entre 10 e 15
pá ginas, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1.5, justificado.
A avaliaçã o do artigo será baseada em: pertinência do referencial teó rico utilizado para
o caso empírico, diversidade e pertinência das fontes consultadas, coesã o e coerência
textual, adequaçã o à norma culta e formataçã o.
Cronograma de aulas (sujeito a alterações):
MELLO, Leonel Itaussu A. Quem tem medo da geopolítica? Sã o Paulo: HUCITEC, pp. 11-91.
SOUZA, Marcelo L. Territó rio. In: Souza, M. L. (Org.) Os conceitos fundamentais da pesquisa
socio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013, pg. 77-110.
FOUCHER, M. A obsessão por fronteiras. Sã o Paulo: Radical Livros, 2009, pg. 9-28.
ZANFOLIN, Doraci, E. Geografia eleitoral: reforma política e uso do territó rio brasileiro.
Dissertaçã o de mestrado. Programa de pó s-graduaçã o em geografia humana, Universidade de
Sã o Paulo, p. 10 – 42, 2006.
RIBEIRO, Wagner, C. Geografia política e gestã o internacional dos recursos naturais, Estudos
Avançados, V.24, Nº. 68, 2010.
FERRÃ O, Joã o. A luta pela “verdadeira democracia” na produçã o do espaço: por outro projeto
de sociedade. In: Ferreira, A.; Rua, J.; Mattos, R. C. (orgs.) Produção do espaço: emancipação
social, o comum e a “verdadeira democracia”. Rio de Janeiro: Consequência, 2019, pg.55-72.