Caderno Mapa 3° Ano - 1° Bimestre

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA

REFERÊNCIA
2024

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e
fontes de natureza científica.
Competência 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel
geopolítico dos Estados-nações.
Competência 3: Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e sociedades
com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômicos e socioambientais,
com vistas à proposição de alternativas que respeitem e promovam a consciência, a ética
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

A Proclamação da República (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


no Brasil. argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
A Primeira República no ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
Brasil. dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos
filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos,
A Primeira Guerra Mundial.
mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
A Revolução Mexicana.
(EM13CHS306) Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de
A Revolução Russa. diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na
promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta
(como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por
diferentes comunidades, entre outros).
(EM13CHS202) Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na
estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades
contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de
informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas
interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e
culturais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A Primeira República Brasileira: desdobramentos internos e externos.

A) APRESENTAÇÃO:
Prezado professor (a)!
Começamos mais um ano letivo. Esperamos que o presente planejamento para o 1º bimestre lhe auxilie
no desenvolvimento do seu trabalho na sala de aula, utilizando as competências e habilidades propostas

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no CRMG e no Plano de Curso elaborado para o ano de 2024.
Você tem autonomia para reorganizar os conteúdos/atividades no seu planejamento conforme a
realidade e especificidade da sua turma tendo como objetivo a aprendizagem dos seus estudantes.
Este planejamento de História será dividido em 4 momentos. Nele desenvolvemos as habilidades
(EM13CHS103), (EM13CHS306) e (EM13CHS202), trazendo o tema: A Primeira República
Brasileira e seus desdobramentos internos e externos.
O tema será desdobrado nos seguintes objetos de conhecimento/conteúdos: A Proclamação e a
Primeira República no Brasil; A Primeira Guerra Mundial; A Revolução Mexicana e a Revolução Russa.
Ressalto que o trabalho com os conteúdos propostos poderá ser feito com a parceria dos professores
dos quatro componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, em conjunto ou
individualmente, de forma que os estudantes alcancem as aprendizagens esperadas e desejadas para
consolidá-las de forma prazerosa e que tenham sentido lógico com a sua vivência na atualidade. O
trabalho poderá ser feito também interdisciplinarmente com as outras áreas do conhecimento numa
busca de maiores informações e perspectivas de conhecer o novo.
Ao trabalhar a habilidade (EM13CHS103), espera-se que os estudantes consigam selecionar evidências
e compor argumentos relativos a processos políticos, com base na sistematização de dados e
informações como descrever as principais características do regime republicano implantado no Brasil em
1889, analisando as permanências e rupturas do período.
O desenvolvimento da habilidade (EM13CHS306), permite que os estudantes contextualizem,
comparem e avaliem os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais
e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do mundo e do Brasil em diferentes
tempos e espaços. Sendo assim, é preciso que eles compreendam a importância do setor cafeeiro para
a economia do Brasil durante a Primeira República e que eles identifiquem os mecanismos de
sustentação das oligarquias rurais no comando do país e seus impactos econômicos, sociais e
ambientais. É importante que se caracterize o processo de modernização das grandes cidades no
período e também os movimentos messiânicos, sociais e políticos ocorridos no período, refletindo sobre
o sentido do indivíduo na sociedade, a importância da coletividade e a solidariedade como prática da
vida humana.
Para desenvolver e consolidar os conteúdos relacionados à Primeira Guerra Mundial, a Revolução
Mexicana e Russa, trabalharemos com as habilidades (EM13CHS103) e a (EM13CHS202). Para a
consolidação destas habilidades os estudantes deverão ser capazes de compreender o contexto político
europeu que levou à eclosão da Primeira Guerra Mundial, contextualizando a relação entre o
desenvolvimento tecnológico e a guerra, as mudanças que ela promoveu no cenário europeu, além de
serem capazes de refletir sobre o significado dessa guerra e as suas consequências para a Europa e
para o mundo.
Os estudantes deverão reconhecer que o campesinato foi a base social da Revolução Mexicana e quais
foram as principais lideranças das Revoluções Mexicana e Russa e quais propostas eram defendidas por
cada uma delas. Deverão também descrever as razões que levaram à queda do czarismo na Rússia,
caracterizando as revoluções de Fevereiro e de Outubro. É importante que eles façam a comparação
entre a Revolução Mexicana e a Revolução Russa, estabelecendo suas semelhanças e diferenças.
Para a consolidação das habilidades propostas neste planejamento e os objetivos de aprendizagens
sejam alcançados, os estudantes deverão ser capazes de selecionar, comparar, contextualizar, elaborar
hipóteses e analisar de forma crítica e criativa os conteúdos/objetos de conhecimento e atividades
desenvolvidas ao longo deste planejamento de forma que as aprendizagens com essas habilidades
sejam aprendidas e consolidadas.

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Os objetos de conhecimento, ”Primeira Guerra Mundial”, “Revolução Mexicana” e “Revolução Russa”,
serão abordados no 2º, 3º e 4º momentos deste planejamento.
Destaco também que, este planejamento pode ser desmembrado em quantas aulas forem necessárias,
de acordo com as especificidades, expectativas e objetivos de aprendizagem das turmas atendidas,
conforme o seu planejamento de ensino ou outras conveniências pedagógicas.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO: A PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA EM SEUS ASPECTOS INTERNOS

Organização da turma A escolha do professor.

Lousa, dicionários, livros didáticos de história ou outros, textos


Recursos e providências impressos, imagens, computadores, celular, projetor Multimídia,
acesso à internet.

Após a acolhida dos estudantes, apresente o tema geral, os objetos de conhecimento a serem
trabalhados neste planejamento e os seus objetivos de aprendizagens. Em seguida faça um momento de
sensibilização para diagnosticar sobre o conhecimento prévio do tema proposto.
Sugiro que faça uma tempestade de ideias com a frase:

“Quais os principais fatos internos e externos que marcaram a República Velha?”

Espera-se que os estudantes respondam alguns dos fatos sugeridos abaixo e você deverá
complementar para enriquecer o momento.

Fatos internos Fatos externos

▪ 1ª Constituição do Brasil. ▪ Primeira Guerra Mundial.


▪ Coronelismo. ▪ Revolução Mexicana.
▪ Política do Café com Leite. ▪ Revolução Russa.
▪ Voto de Cabresto.
▪ Guerra de Canudos (1893).
▪ Movimento do Cangaço.
▪ Revolta da Vacina (1904).
▪ Revolta da Chibata (1910).
▪ Guerra do Contestado.
▪ Revolta do Forte de Copacabana.
▪ Movimento operário (1917).
▪ Semana de Arte Moderna
▪ Revolta Paulista de 1924.
▪ Coluna Prestes, entre outros.

Retome as causas que levaram ao fim da Monarquia no Brasil, citando os fatores e fragilidades da crise
do Império, como a Questão Militar, Questão Republicana, Questão Religiosa e Questão Escravocrata.
Fale sobre a propaganda republicana citando a fundação do Partido Republicano e o Manifesto
Republicano e suas influências para o fim da Monarquia, o golpe militar de 1889 e a instauração da
República.

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Final do século XIX

O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o
Estado e suas bases de apoio:
▪ Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;
▪ Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;
▪ Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;
▪ Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de
escravos.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009

A oposição dos vários setores da sociedade à Monarquia, tornou possível fazer o golpe militar que
instaurou a República no Brasil.

Os anos de consolidação da República

República da Espada
▪ Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República.
▪ Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar
na primeira fase da República.
República das Oligarquias
▪ A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na
presidência.

Peça aos estudantes que pesquisem sobre os conceitos de República e Oligarquia.

República: é um regime de governo onde o Chefe de Estado e o Chefe de Governo são escolhidos
através de eleições diretas ou indiretas.
A República surgiu na Grécia Antiga como uma forma de governo para administrar a polis grega.

Oligarquia: Governo em que o poder é exercido por um grupo restrito de pessoas, geralmente do
mesmo partido, família, classe etc.

É importante ressaltar que a Constituição de 1891 instituiu o federalismo, dando autonomia política e
econômica aos estados. Dessa forma, eles poderiam, por exemplo, arrecadar impostos de exportação e
contrair empréstimos para atender aos seus interesses próprios. Esse fator, reforçou um desequilíbrio
político no Brasil nas esferas estaduais, já que o poder se concentrou nas mãos dos grandes
proprietários rurais, que eram minoria e também na esfera federal, já que as diretrizes políticas
nacionais eram determinadas pelos interesses dos grandes estados brasileiros, que naquele momento
era Minas Gerais e São Paulo.

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Esse desequilíbrio determinou as principais características políticas do Brasil, no período de 1891 a
1930, dentre as quais podemos citar:
● Domínio político nacional dos estados de São Paulo e Minas Gerais (“Política do Café com
leite”) que perdurou até 1930.
● Domínio político das oligarquias agrárias, na esfera estadual.
● Domínio político dos coronéis na esfera municipal.
● Ausência de justiça eleitoral, o que facilitava as fraudes nas eleições.
● A população rural, os grupos urbanos, assim como os estados periféricos do Norte, Nordeste
e Centro Oeste, não tinham representatividade política.
Texto adaptado: Silva, 2023.

Explique para os estudantes que a questão social pela qual o Brasil passava naquela época favoreceu o
estabelecimento da política Oligárquica. Cite a questão do interior nordestino como a superexploração
da mão de obra, a miséria e a fome que eram a realidade do sertanejo. Havia absoluta obediência ao
chefe local, materializado na política pela figura do coronel.

Trabalhe os conceitos de coronelismo, clientelismo e voto de cabresto.

Imagem 1: Voto de cabresto

Com a capacidade de exercer grande comando sobre os trabalhadores de suas terras, os


coronéis formavam regimes e tributos em suas regiões, estabelecendo impostos cobrados sobre
a população. Era também a partir de tal meio de controle que se formavam os traços pelos quais
se desenhava toda a realidade da política nacional. Os coronéis, em acordo com os
governadores, determinavam em quem seus comandados iriam votar. Como naquela época o
voto não era secreto, os trabalhadores tinham medo de desobedecer às ordens dos coronéis com
receio de sofrerem punições físicas ou perderem suas fontes de sobrevivência, era o
chamado Voto de Cabresto. Desta forma, se dava a exclusão política e o controle dos espaços
de representação da sociedade, período marcado por práticas autoritárias e violentas.
Fonte: Silva, 2023.

Peça aos estudantes que façam uma pesquisa sobre os aspectos econômicos, sociais e políticos da
Primeira República no Brasil.
Depois de concluída a pesquisa faça uma roda de conversa em sala de aula sobre os temas
pesquisados. Coordene a discussão de forma que os estudantes façam uma comparação com os
aspectos na Primeira República e com os momentos atuais.

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Faça perguntas como:

• Quais as mudanças e permanências nos três aspectos pesquisados?


• Houve avanços ou retrocessos em alguns dos aspectos?
• O que os governos atuais precisam fazer para melhorar a qualidade de vida das pessoas?
• Quais políticas públicas vocês atuais que vocês conhecem?
• Quais deram certo? Quais deram errado?
• O que vocês sugerem de políticas públicas para melhorar a saúde e a educação no Brasil, em
Minas Gerais e na sua localidade?

Depois de encerrado o diálogo na roda de conversa, projete ou dê cópias para a turma da síntese
sugerida abaixo. Faça uma leitura compartilhada e se necessário explique as dúvidas que surgirem ao
longo da leitura. Se você achar pertinente, peça aos estudantes que pesquisem sobre os movimentos
sociais ocorridos na Primeira República para um maior aprofundamento e consolidação dos conteúdos.

Aspectos econômicos

▪ Um país majoritariamente rural;


▪ Latifúndio;
▪ Café como principal produto da pauta de exportação;
▪ Outros produtos: açúcar, algodão, cacau, borracha;
▪ Incremento da industrialização (Capitais oriundos do café - 1ª Guerra Mundial – 1914 a
1918);
▪ Indústria têxtil e alimentícia;
▪ Principais polos urbanos – Rio de Janeiro e São Paulo.

Aspectos sociais

▪ Uma pequena elite formada, majoritariamente, de grandes proprietários;


▪ População majoritariamente rural;
▪ A população negra, seja no campo, seja na cidade, excluída dos princípios básicos da
cidadania (trabalho, educação, voto, etc);
▪ Uma população indígena extremamente marginalizada. Ausência da ideia da diversidade.
Política de absorção à cultura dominante – Criação do Serviço de Proteção ao Índio - SPI
1910;
▪ Imigração em massa, principalmente, italianos. Crise europeia. Teorias racistas. Tentativa de
branqueamento;
▪ Incipiente classe média – profissionais liberais. População urbana;
▪ Ausência de direitos – tanto de trabalhadores urbanos quanto rurais. “A questão social é uma
questão de polícia” – Frase símbolo da Primeira República, atribuída ao Presidente
Washington Luís.

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Aspectos políticos

▪ Baixa participação política – não há o voto feminino, analfabetos não votavam.


▪ Prevalência dos mandatários locais – Coronéis;
▪ Clientelismo, voto aberto e fraudes.
▪ Política dos Governadores;
▪ Política do café com leite;
▪ Autonomia estadual – federalismo;
▪ Semana de Arte Moderna: a busca por uma estética nacional; Antropofagia.
Imagem 2: Abaporu (Obra de Tarsila do Amaral – 1928)

Fonte: (Wikipedia, [2023])

Movimentos sociais: reação a uma sociedade excludente

Movimentos Rurais
▪ Canudos.
▪ Contestado.
Movimentos Tenentistas
▪ 1922: 18 do Forte de Copacabana.
▪ 1924: Revolta Paulista.
▪ Coluna Prestes.
Movimentos Urbanos
▪ Revolta da Vacina.
▪ Revolta da Chibata.
▪ Movimento sindical: Anarcosindicalismo.
▪ Greve Geral de 1917.
▪ Fundação do Partido Comunista em 1922.

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O fim da Primeira República - 1930

▪ Mudanças estruturais: crescimento urbano e industrialização.


▪ Contestações sociais: greves e movimentos sociais.
▪ Novos atores na sociedade brasileira– surgimento da classe média e imigrantes.
▪ Crise de 1929.
▪ Ruptura da política do Café com Leite: formação da Aliança Liberal (Minas Gerais, Rio Grande
do Sul e Paraíba (Getúlio Vargas e João Pessoa) X São Paulo (Júlio Prestes).

Para finalizar e consolidar o tema deste 1º momento, construa junto com a turma um mapa mental.
Deixo como exemplo o mapa abaixo.
Imagem 3: Mapa Mental

Fonte: (Brasil Escola Uol, [2023])

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2º MOMENTO: A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914-1918)

Organização da turma A escolha do professor.

Texto impresso.
Recursos e providências Imagens.
Computador, projetor e internet.

Prezado professor (a)!


Comece a aula falando dos objetivos propostos para desenvolver o tema, como: analisar a 1ª Guerra
Mundial e sua importância para a História contemporânea, além de conhecer os principais fatos e
características desse acontecimento histórico. Analisar suas consequências para o mundo, especialmente
para o Brasil e refletir sobre o novo papel da mulher no pós-guerra.
Questione os estudantes sobre como as populações são afetadas pelas guerras. Fale sobre as guerras
atuais como a da Rússia contra a Ucrânia e a de Israel contra o Hamas.
Para que os estudantes entendam melhor o conflito entre Israel e o Hamas e suas consequências para o
Brasil, leia a reportagem abaixo:
 O conflito entre Israel e Palestina pode ter impacto nas exportações brasileiras?
Disponível em: https://www.prismajr.org/rela%C3%A7%C3%A3o-israel-e-palestina-e-as-
exporta%C3%A7%C3%B5es-brasileiras?gclid=CjwKCAiApuCrBhAuEiwA8VJ6JtYkM-
EkKUP_GghyGptZw2Tt6idjLCKmKWo_wW4rKjj6vhgnhHkQ2hoCPLsQAvD_BwE.
Apresente também o podcast do professor Reginaldo Nasser “O conflito Israel- Palestina até aqui”, sobre
origens e desdobramentos do conflito na Faixa de Gaza.
Ressalte para a turma o quanto esses conflitos são desgastantes para os povos envolvidos devido a
fatores como os racionamentos de comida, água, mortes de milhares de pessoas e destruição de
campos e cidades.
Mostre para os estudantes que a Primeira Guerra Mundial foi o primeiro combate no qual não bastou
apenas a luta dos soldados, assim como acontece nos conflitos atuais, onde pessoas civis são
convocadas e mortas nos confrontos.
Fale que a tecnologia bélica disponível no início do século XX apresentava um enorme potencial de
destruição. Os armamentos eram produzidos em uma escala industrial sem precedentes. Um conflito de
proporções globais, como foi a Primeira Guerra, não poderia ter um resultado diferente e trágico, a não
ser a devastação, a morte e ferimentos em milhões de pessoas. Apesar do seu fim, o sentimento de paz
continuou distante.
Para compreender toda a problemática da Primeira Guerra Mundial, vamos começar a estudar os
antecedentes que levaram ao conflito.
Dê cópias ou projete para os estudantes o texto abaixo. Depois faça a leitura e explique os antecedentes
da guerra. Sugiro que busque imagens para ilustrar o período.

 TEXTO: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES ( ícone clicável)

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3º MOMENTO: A REVOLUÇÃO MEXICANA – 1910

Organização da turma A escolha do professor.

Textos impressos, caderno, livros didáticos, imagens.


Recursos e providências
Computador, projetor, internet, celular, entre outros.

Professor (a), explique para os estudantes os objetivos deste 3º momento, que consiste na
compreensão do contexto histórico, político, cultural e social da Revolução Mexicana de 1910. É
importante que eles compreendam o caráter indígena e rural envolvidos na revolução, tendo como
líderes Emiliano Zapata e Pancho Villa. Ressalte para a turma as diferentes estratégias empreendidas no
movimento e o lema da revolução: Terra e Liberdade.
Peça aos estudantes que leiam individualmente o texto:
 A Revolução Mexicana de 1910.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-mexicana-
1910.htm.
Entregue cópias para os estudantes do texto e peça que façam a leitura.
Durante a leitura, é importante que os estudantes anotem no caderno as informações relevantes e os
conceitos básicos encontrados no texto.

 TEXTO: REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910 ( ícone clicável)

Depois da leitura e anotações, divida a turma em grupos, e oriente-os a fazer uma segunda leitura do
texto, compartilhando entre eles as anotações feitas e os conceitos levantados por cada um, para que
elejam coletivamente as informações mais importantes, assim como os conceitos estruturantes para se
compreender a Revolução Mexicana. Em seguida, solicite aos estudantes que montem um quadro com
os tópicos abaixo e que pesquisem as informações e conteúdos sugeridos:

 QUADRO: A REVOLUÇÃO MEXICANA ( ícone clicável)

Depois da pesquisa e do quadro preenchido, faça uma roda de conversa e proponha uma discussão
com a turma sobre o tema da Revolução Mexicana, levantando possíveis curiosidades ou dúvidas dos
estudantes. Aproveite o momento para proporcionar um espaço coletivo de ensino e de
aprendizagem e consolidar o conteúdo.
Para encerrar este 3º momento, proponha uma atividade para casa. Os estudantes deverão fazer a
produção de um texto, do gênero Carta, intitulada “carta de um revolucionário”. Oriente a turma que
o autor deverá se colocar no papel de um combatente que escreve uma carta em que relata
pensamentos, projetos e o cotidiano de luta.
Na aula seguinte, peça que cada estudante leia a sua carta para os colegas. Faça as ponderações que
achar pertinentes.

PARA SABER MAIS...


 Filme “Que viva o México!” – Sergei Eisenstein – (1931).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0s0nTY9xrvs.
 Vídeo “O Zapatismo em 15 questões”
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RvfPdIHoYYc.

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4º MOMENTO: A REVOLUÇÃO RUSSA - 1917

Organização da turma A escolha do professor.

Lousa, livros didáticos, textos impressos, caderno, projetor, imagens de


Recursos e providências mapas, computador, tablet ou celular com acesso à internet, entre
outros.

Professor(a), trataremos neste 4º momento da Revolução Russa. O desenvolvimento deste objeto de


conhecimento poderá ser feito interdisciplinarmente com a Filosofia e a Sociologia. Vamos desenvolver o
tema, dividindo-o em etapas para melhor aproveitamento das aulas. Você poderá desenvolver da forma
que melhor lhe convier e que melhor atenda as especificidades das suas turmas.

ETAPA 1
Comece retomando com a turma o contexto da eclosão da Primeira Guerra Mundial. Peça aos
estudantes que apresentem as características daquele período. Se necessário, consulte em livros ou na
internet. Em seguida, inicie a discussão deste momento, estabelecendo o contexto político e social da
Rússia czarista.
Pergunte aos estudantes qual foi o papel da Rússia na Primeira Guerra Mundial. Lembre-os das razões
pelas quais a Rússia saiu da guerra antes de seu término.
Espera-se que os estudantes respondam que a saída da Rússia da Guerra se deu por causa do início da
Revolução. Se necessário retome o conteúdo com a turma.
Faça uma pequena introdução falando para os estudantes sobre a teoria político econômica criada por
Karl Marx, no século XIX, o comunismo. Essa teoria prometia uma melhor divisão das riquezas entre as
pessoas e que nesse novo modelo de sociedade, todos deveriam ser tratados como iguais. Ressalte que,
se o comunismo embalava o sonho de intelectuais e de pessoas desfavorecidas, ele era considerado
meramente utópico pelos seus críticos e pelos grandes capitalistas, que temiam perder os seus
privilégios.
Os sonhos dos comunistas de todo o mundo pareciam estar próximos de se tornar realidade na Rússia
do início do século XX, onde os russos deixaram o comodismo de lado e tomaram as ruas do país para
questionar a forma de governo autoritária (Czarismo) marcada pelo atraso tecnológico e pela presença
de resquícios do feudalismo.
Entregue cópias para os estudantes do texto adaptado “Revolução Russa” e peça que façam a leitura em
casa e marquem os tópicos que acharem mais importantes do texto.

 TEXTO: REVOLUÇÃO RUSSA ( ícone clicável)

ETAPA 2
Comece essa etapa pedindo aos estudantes que apresentem os pontos de destaque da leitura que
fizeram em casa. Partindo das argumentações deles, apresente as razões da queda do regime czarista e
a formação do governo provisório baseado em ideais democrático-liberais. Destaca-se o fato de que a
manutenção da Rússia na guerra enfraqueceu o novo governo. Comente com a turma que a resposta
bolchevique, presente em grande parte nas Teses de Abril, de Lênin, denunciava principalmente a
manutenção da Rússia na guerra e a desigualdade fundiária, e propunha a entrega do poder aos
sovietes. Essas demandas aproximaram o povo dos bolcheviques.

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Pergunte aos estudantes qual foi o resultado desse processo. De acordo com as considerações deles,
confirme que ocorreu um aumento do poder político dos bolcheviques, enquanto o governo provisório se
enfraquecia, apoiado pelos mencheviques. Essa circunstância possibilitou a chamada Revolução de
Outubro de 1917, liderada pelos bolcheviques com apoio de grupos sovietes.
Apresente as medidas políticas adotadas pelo novo governo, como o confisco de terras da nobreza e da
Igreja, a estatização de vários bancos e instituições industriais e o fim dos títulos e privilégios da
nobreza.
Em seguida, explique que a revolução bolchevique se consolidou, de fato, com a vitória na Guerra Civil
Russa, entre 1918 e 1921. Fale da importância da vitória do chamado Exército Vermelho para a
instalação do governo socialista na Rússia, nesses primeiros tempos sob liderança de Lênin.
Para concluir essa etapa, apresente a conjuntura política da Rússia após a revolução e a formação da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922.
Explique o que foi a Nova Política Econômica (NEP) e a estratégia leninista de reorganizar a economia
do país, enquanto o Partido Comunista atuava como única liderança política.
Peça aos estudantes que façam uma rápida pesquisa na internet, utilizando computadores da escola ou
aparelhos celulares com acesso à rede, sobre a noção de “centralismo democrático” e a ideia de
“unipartidarismo político”.
Se possível, dependendo do tempo, cite exemplos de países que, no contexto contemporâneo, são
governados por partido único, como a China, Coreia, Cuba e República Popular Democrática do Laos
Para finalizar, projete ou forneça aos estudantes um mapa da Rússia pré-revolucionária e outro da União
Soviética para que eles os comparem e possam verificar as mudanças territoriais provocadas pela
revolução.

Imagem 8: Mapa da Rússia pré-revolucionária Imagem 9: Mapa da União Soviética

Fonte: (A história presente, 2010) Fonte: (Toda Matéria, 2023)

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Monte com os estudantes as etapas do processo revolucionário na lousa, como no exemplo.

▪ Revolução de Fevereiro de 1917:


− pobreza e fome por conta da participação do país na Primeira Guerra Mundial;
− protestos da população;
− alianças dos grupos opositores ao czar;
− instalação de um governo provisório;
− manutenção da Rússia na guerra;
− aliança entre bolcheviques e sovietes a partir das Teses de Abril, de Lênin.

▪ Revolução de Outubro de 1917:


− derrubada do governo soviético pelos bolcheviques, com apoio dos sovietes, e instalação de
um regime socialista;
− estatização dos meios de produção;
− afastamento da Igreja do poder;
− fim dos privilégios da nobreza.

▪ Guerra Civil (1918-1921):


− vitória do Exército Vermelho e consolidação da Revolução Bolchevique.

▪ Formação da URSS (1922):


− reorganização econômica do país (NEP) e liderança política única (Partido Comunista);
− configuração territorial da URSS.

ETAPA 3
Para finalizar o 4º momento, apresente rapidamente o cenário político na União Soviética imediatamente
após a morte de Lênin, especialmente tratando da disputa entre o projeto internacionalista trotskista e o
projeto localista stalinista, com vitória política deste.
Destaque para os estudantes o fato de que, apesar da vitória do projeto localista, grande parte da
mobilização internacional de trabalhadores e dos comunistas passou a ter como objetivo instaurar uma
revolução seguindo o modelo russo e implantar um sistema de governo com base no soviético. Esse
ideário também afetou governos contrários à ideologia socialista a radicalizar suas políticas para “evitar”
que ocorresse em seus países o que tinha se passado na Rússia.
Em seguida, organize os estudantes em três grupos. Cada grupo deverá produzir um relatório em
tópicos, de acordo com o modelo apresentado na lousa nas aulas anteriores, sobre um dos temas a
seguir, associados ao governo de Stálin:

▪ crise geral da NEP na virada para a década de 1930;


▪ coletivização de terras e planos quinquenais;
▪ grande expurgo aos opositores de Stalin.

Oriente os estudantes na realização do trabalho. Fale que eles poderão utilizar o material didático
disponível na escola e realizar pesquisas na internet. Se achar necessário, apresente a eles os
referenciais para a realização de pesquisa na internet.
Cada grupo terá 5 minutos para ler os tópicos de seu relatório. Anote na lousa cada um deles e, ao final,

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debata com os estudantes questões relativas à ideia de “culto de personalidade” e à utilização pelo
governo stalinista da propaganda como instrumento de dominação política, uma vez que Stálin tentou
reconstruir a história da Revolução Russa para atender a seus interesses políticos e conseguiu controlar
a narrativa oficial sobre os acontecimentos pesquisados pelos estudantes e apresentados em seus
relatórios.
Peça para a turma que, no debate/socialização, discutam a utilização da história como ferramenta de
interesse político e a necessidade de conhecer diversas versões sobre os fatos para não ser manipulado.
Ao produzir os relatórios sobre o período stalinista e debater aspectos como relações de poder,
mudanças e manutenções de estruturas políticas e sociais, questionando e argumentando sobre
documentos, interpretações e contextos históricos específicos, a atividade final contribui para que os
alunos desenvolvam as Competências Específicas de História no 1 e no 3.

PARA SABER MAIS...

 Teste-quiz: O que você sabe sobre a Primeira República do Brasil?


Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues.
Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/teste-quiz-republica-velha/.

 Dicas de filmes:
“Sobreviventes: filhos da Guerra de Canudos”
Direção: Paulo Fontenelle.
País: Brasil.
Ano: 2004.
Duração: 78 minutos.
O documentário reconstrói, por meio de depoimentos dos filhos de alguns sobreviventes da
Guerra, a história do Arraial de Canudos. Entre os muitos relatos recolhidos, há uma
interessante entrevista com Antônio de Isabel, único homem vivo que conheceu Antônio
Conselheiro. Além da narrativa envolvente, o documentário conta ainda com uma excelente
pesquisa histórica.
 Sugestão de 23 filmes sobre a Primeira República.
Disponível em:https://ensinarhistoria.com.br/23-filmes-sobre-a-republica-velha-1889-a-1930/.

67
ANEXO
TEXTO: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES

Primeira Guerra Mundial: antecedentes

▪ Belle Époque: período marcado, na Europa e EUA, pelo otimismo, pela intensificação da vida
urbana, por inovações nas artes e nas ciências, no transporte e nas comunicações.
▪ Imperialismo: busca por mercados e matérias primas; discurso sobre superioridade
branca/ocidental; disputas por territórios.
Mapa Domínios europeus no continente africano entre os séculos XIX e XX

Fonte: (Curso Enem Gratuito, 2023)


▪ Política de Alianças: as disputas e tensões no continente europeu fizeram com que buscasse
alianças para se protegerem frente aos seus possíveis adversários.
No decorrer da Guerra vão ocorrer alterações nessas alianças
▪ Paz Armada: À medida que as tensões cresciam, as nações investiram mais na produção e no
aperfeiçoamento de armas cada vez mais letais.

Países que compuseram a Tríplice Aliança e Tríplice Entente na primeira Guerra


Fonte: (Infoenem, 2017)

As tensões nos Balcãs e o estopim da I Guerra


▪ A região dos Balcãs combinava uma série de tensões nacionalistas, associada a interesses do
Império Austro-Húngaro, Russo e Turco-Otomano.

▪ O assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, foi o estopim


para a I Guerra Mundial.

68
1ª Guerra Mundial: o conflito
▪ A Política de Alianças transformou um conflito local em uma Guerra Continental (Julho e
Agosto/1914);
▪ Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
▪ Rússia declara guerra ao Império Austro-Húngaro;
▪ A Alemanha declara guerra à Rússia e à França;
▪ Para atacar a França, a Alemanha invade a Bélgica;
▪ A Inglaterra declara guerra à Alemanha.
▪ 1ª Fase da Guerra: chamada de Guerra de Movimento – Invasão da França e batalhas na
frente oriental;
▪ Patriotismo e otimismo: a crença em um conflito rápido.

Guerra de trincheiras (1915-1917)


▪ Equilíbrio de forças na frente ocidental;
▪ Guerra de trincheiras: poucos avanços e muitas mortes;
▪ Derrotas russas na frente oriental;
▪ Uma guerra disputada nos campos de batalha e na economia;
▪ O otimismo dá lugar à tragédia.
Primeira Guerra Mundial

Fonte: (Wikipedia, 2023)

De cima para baixo, da esquerda para a direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-planador
Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma trincheira, metralhadora comandada por um
soldado usando máscara contra gases e o fundamento do navio de guerra HMS Irresistible após bater
em mina.

69
O conflito em 1917 e 1918
▪ 1917 – Entrada dos EUA na Guerra – rompimento do equilíbrio;
▪ 1917 – Revolução Russa;
▪ 1918 - Rússia sai da Guerra;
▪ 1918 – Rendição Alemã.

Algumas consequências do conflito


▪ Perdas humanas em uma escala inédita (+ de 20 milhões de perdas);
▪ Alemanha é declarada culpada pela Guerra (Tratado de Versalhes);
▪ Reconfiguração do mapa europeu: Fim dos Impérios Centrais;
▪ A Revolução Russa;
▪ O fortalecimento dos EUA;
▪ Crise econômica na Europa, especialmente na Alemanha;
▪ Nova inserção das mulheres no mercado de trabalho e a reivindicação por direitos (O
movimento sufragista).

Os tratados do pós-Primeira Guerra


"A rendição alemã e a assinatura do Tratado dos “Catorze Pontos para a Paz” ou os 14 pontos de
Wilson não selaram definitivamente as questões abertas com o conflito da Primeira Guerra. Algumas
potências ainda buscavam um tratamento mais rigoroso às nações derrotadas na guerra,
principalmente a Alemanha. Por isso, em 28 de junho de 1919, as principais nações vencedoras do
conflito reuniram-se no Palácio de Versalhes, em Paris, para novas negociações de paz.
Preocupados com a possibilidade de outra desgastante guerra, os Estados Unidos pleitearam a criação
da Sociedade das Nações. Esse órgão teria caráter internacional e deveria julgar as tensões militares
na esfera internacional. Por outro lado, França e Inglaterra queriam proteger seus interesses
econômicos à custa dos povos vencidos. Os ingleses exigiam o controle sobre as colônias e rotas
marítimas alemãs. Já a França pleiteava a reconquista da região da Alsácia-Lorena e o pagamento de
indenização pela Alemanha."

"Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos
lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior
domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África
foram divididas entre ingleses, belgas e franceses. As colônias alemãs no Pacífico foram entregues ao
domínio do Japão e da Inglaterra."
(Veja mais sobre "Os tratados do pós-Primeira Guerra" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos-
primeira-guerra.htm).

Os reflexos da Guerra
A Primeira Guerra Mundial provocou alterações significativas no panorama político-social mundial, e
seus reflexos extrapolaram os prejuízos e mortes causados pelas batalhas.
Os países europeus perderam o domínio sobre a economia mundial, dando espaço para os Estados
Unidos, surgindo, portanto, uma nova potência.
A influência cultural europeia sobre o resto do mundo também foi reduzida e os valores do
eurocentrismo passaram a ser questionados. Razão, progresso e valorização da ciência foram
colocados em dúvida depois de terem colaborado para uma Guerra tão destrutiva.

70
No campo social, uma mudança importante também ocorreu. A Guerra matou aproximadamente 10
milhões de pessoas, a maioria homens entre 19 e 40 anos de idade. Esse fato fez com que se tornasse
necessária ainda durante o conflito, a substituição da mão de obra masculina nas frentes de trabalho.
As mulheres entraram de vez no mundo das fábricas, e, com o fim da Guerra, essa situação não se
alterou. O papel feminino deixou de ser o de dona de casa e, com isso, novas necessidades
surgiram. O movimento feminista também ganhou força na busca por direitos. Nos Estados Unidos, na
Inglaterra e em outros países, surgiram as sufragistas, que lutavam, pelo direito ao voto da mulher.
(Texto adaptado do Sistema de Ensino Bernoulli-Livro 2-Volume 1- História-9º ano-pág.22)

E o Brasil? Como ficou durante e depois da 1ª Guerra?


▪ O Brasil declara guerra à Alemanha, mas não chega a participar diretamente do conflito;
▪ A Guerra incentiva a substituição de importações (industrialização);
▪ Fortalecimento das lutas sindicais (greve de 1917 e fundação do Partido Comunista em 1922);
▪ As mulheres lutam nas fábricas por melhores condições de trabalho e na política pelo direito de
voto 1932/1934 – A conquista do direito ao voto.

Mulheres: exclusão, lutas e conquistas


▪ As condições das mulheres no Brasil das primeiras décadas do Século XX: negação da
cidadania;
▪ Lutas por direitos sociais e políticos: redução da jornada; igualdade na remuneração e direito
ao voto;
▪ Década de 30: a conquista do voto e a longa batalha pelo reconhecimento.

Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da Assembleia Constituinte de 1934


Fonte: (Wikipedia, 2023)

71
TEXTO: REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910

Revolução Mexicana de 1910


No ano de 1910, o México se encontrava sob a liderança política de Porfírio Díaz, que havia implantado
a ditadura no México no ano de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911, permanecendo mais de trinta anos no
poder.
Durante a ditadura porfirista, prevaleceram as grandes propriedades de terra e a ausência de
liberdades democráticas. Porfírio Díaz conduziu a classe latifundiária a assumir as ideias da burguesia
norte-americana e europeia, negando todas as tradições indígenas mexicanas. A política de José
Porfírio visou valorizar a entrada de capital estrangeiro para explorar os recursos minerais e vegetais e
para fabricar produtos de exportação.
A Revolução Mexicana teve como luta emblemática a busca pela revalorização da cultura indígena e a
reforma agrária, ou seja, a distribuição de terras entre os camponeses. Essa necessidade de terras
gerou o início da revolução que tinha como lema “Tierra y Libertad”.
A desapropriação das terras camponesas se iniciou no período colonial (pelos colonos espanhóis) e
continuou no século XIX (com os latifundiários). A situação se agravou na ditadura de Porfírio,
culminando no ódio dos camponeses que viviam explorados. As pressões da população, da igreja e de
uma elite que fazia oposição aumentaram. Não tendo mais saída, Porfírio Díaz renunciou.
Após a renúncia de Porfírio, Francisco Madero, que era integrante de uma elite que fazia oposição ao
governo anterior, assumiu o poder no México. Madero conquistou a população mexicana com
promessas de reformas sociais que iriam diminuir a exclusão social – cerca de aproximadamente 70%
da população mexicana era analfabeta.
Com o passar do tempo, o novo governo não cumpriu com suas promessas, o que foi gerando
insatisfação entre os camponeses que reivindicavam a posse da terra por meio da reforma agrária.
Dois camponeses se destacaram na oposição ao governo de Madero: Emiliano Zapata e Francisco
‘Pancho Villa’ (líderes revolucionários camponeses).
Emiliano Zapata se opôs a vários governos sucessivos no México: primeiro, o governo de Madero;
depois, o governo de Victoriano Huerta; e, por último, o governo de Venustiano Carranza. Zapata
acusou Carranza de não cumprimento da reforma agrária, tão reivindicada pelos camponeses. No ano
de 1911, lançou o Plano de Ayala, que reivindicava a reforma agrária mexicana. O documento se
tornou um referencial para a luta pela terra na América Latina.
Villa e principalmente Zapata, além da reforma agrária, tinham como meta o retorno às origens (uma
revalorização da identidade indígena mexicana). Eles contestavam a transformação dos latifúndios em
fazendas modernas (agroindústrias) e queriam a volta do antigo sistema indígena de comunidades
coletivas (ejidos).
No ano de 1913, Francisco Madero foi assassinado a mando de Victoriano Huerta, que instalou
novamente a ditadura no México. O retorno à ditadura levou Villa ao norte, e Zapata ao sul, visando a
organização de novos movimentos revolucionários contra as tropas federais. Com o aumento das
pressões populares, Huerta renunciou em 1914, assumindo o poder em seu lugar, por indicação,
Venustiano Carranza, apoiado pelos Estados Unidos.
Uma nova Constituição foi promulgada no México no ano de 1917, o que levou Carranza às eleições
presidenciais, sendo eleito presidente. Esse fato desagradou bastante as camadas populares e os
camponeses, que continuaram os conflitos contra o governo central. Entretanto, depois da morte de
Zapata, em 1919, e de Villa, em 1923, o movimento revolucionário perdeu força, abrindo as portas
para a entrada do liberalismo com o apoio da elite proprietária de terras.

Fonte: Carvalho, 2023. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-


mexicana-1910.htm.

72
QUADRO: A REVOLUÇÃO MEXICANA

A REVOLUÇÃO MEXICANA

1. Contexto político, econômico e


social do México e do mundo entre
finais do século XIX e início do XX.

2. Descrição da ditadura porfirista


(Porfírio Díaz).

3. Descrição da dicotomia: prospe-


ridade econômica X miséria; cres-
cimento econômico e insatisfação
social.

4. Descrição das diferentes estra-


tégias revolucionárias: no norte e
no sul.

5. Descrição dos princípios da revo-


lução: terra e liberdade.

6. Descrição e síntese da Revolu-


ção Mexicana.

7. Curiosidades e imagens das per-


sonalidades erevolução.

73
TEXTO: REVOLUÇÃO RUSSA

Revolução Russa

No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, França, Alemanha e a Áustria, era uma das
maiores potências europeias. Porém, enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se
industrializavam, a Rússia não se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na
agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de
modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam
submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra
da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão, vendeu terras aos camponeses e mandou ocupar novas áreas agrícolas.
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter
favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas consequências graves, como por
exemplo, a dificuldade de encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e
revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. O programa permitiu
que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas entre os anos de
1880/1900 e com isso a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento
entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia
piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o
czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado
ao Imperador pedindo melhorias nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar
respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento
(Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranquilidade, pois houve uma alta
no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl Marx. Eles acreditavam que
todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse
implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força e eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas.
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar,
porém o combate trouxe algumas consequências como: desorganização da economia; fome, pobreza

74
e racionamento; saques, passeatas e protestos contra o czar e enfim, a renúncia do czar em 1917
diante da pressão popular.
A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se
dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses
da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como: anistia para
presos políticos; liberdade de imprensa e a redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam
melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e
representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de
camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo
provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo
provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo
poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde
todos fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses;
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos, entre outros).
A ideia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem
propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais
autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e
iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser
estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas
estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados
satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os
comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o
aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos, o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os
demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.

Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o
poder. Stálin saiu vencedor.

75
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não
podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram
obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas
fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de
emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um
processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stalin na URSS
mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Texto adaptado: Gomes. 2023. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/.

76
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos
e fontes de natureza científica.
Competência 6: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e
fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Crise de 1929 e a (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


ascensão do totalitarismo. argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos
filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos,
mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
(EM13CHS602) Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do
autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas
brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos,
relacionando-os com as formas de organização e de articulação das
sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da
promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na
sociedade atual.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A Crise de 1929 e a ascensão dos Regimes Totalitários.
A) APRESENTAÇÃO:
Professor (a), este planejamento tem o objetivo de auxiliar o estudante a compreender e analisar o
impacto da crise econômica de 1929 sobre a economia e o agravamento dos problemas sociais, como o
aumento da pobreza entre os norte-americanos. O estudante conhecerá os motivos para o surgimento
da crise, as soluções encontradas pelo governo estadunidense para recuperar a economia do país e a
importância desse evento para o fortalecimento dos regimes totalitários na Itália e na Alemanha. Ao final
eles deverão compreender as causas e consequências da crise econômica de 1929, além de relacionar
as dinâmicas e crises do capitalismo com as duas grandes guerras mundiais.
A consolidação da habilidade (EM13CHS103) prevê que o estudante seja capaz de selecionar
evidências para elaborar hipóteses e compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos,
sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de
diversas naturezas. No que se refere especificamente ao contexto da crise de 1929, eles precisam ser
capazes de relacionar o contexto econômico e político do início do século XX com a eclosão da crise,
além de caracterizar o cenário sociopolítico que deu origem aos Estados totalitários na Itália e na
Alemanha no início do século XX.
Eles deverão compreender criticamente a transformação do capitalismo a partir das transformações da
sociedade urbano-industrial selecionando evidências para elaborar hipóteses e argumentos relativos aos
problemas sociais como desigualdade de renda e outras questões sociais da contemporaneidade. É
necessário também que eles saibam diferenciar opinião e senso comum para reconhecer o que é e o

77
que não é uma fake News.
A proposta do trabalho com a habilidade (EM13CHS602) é que o estudante identifique e caracterize o
paternalismo, o autoritarismo e o populismo na política, na sociedade e na cultura brasileira em períodos
ditatoriais e democráticos.
O objetivo é que os estudantes possam compreender os efeitos (consequências) políticos, econômicos e
sociais sofridos pelo Brasil a partir do desencadeamento da crise econômica de 1929, especialmente no
que concerne aos problemas enfrentados pelo setor cafeeiro, principal base da economia brasileira até
aquele momento. Neste sentido, você professor (a), deve se colocar como um intermediário do processo
de aprendizagem, mediando a construção do conhecimento histórico em sala de aula, fornecendo os
subsídios necessários, para que os estudantes consigam refletir criticamente com base nas fontes
históricas e seu conhecimento prévio sobre o assunto (consciência histórica), de modo que consigam
compreender de que modo a economia brasileira foi afetada nas esferas política e social, especialmente
porque a base econômica da sociedade era movida pelo processo produtivo e comercial do café.
Ressalto que as habilidades aqui trabalhadas deverão ser desenvolvidas ao longo de todo o ano, pois
nestes planejamentos elas não serão contempladas em sua totalidade.
Este planejamento será dividido em dois momentos.
Bom trabalho!

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO: A CRISE DE 1929 E A ASCENSÃO DO TOTALITARISMO

Organização da turma A escolha do professor.

Texto impresso, livro(s), caderno, projetor, computador, tablet ou


Recursos e providências
celular com acesso à internet, imagens.

Professor(a), para um melhor desenvolvimento e compreensão dos objetos de conhecimento, este 1º


momento deste planejamento será dividido em quatro etapas. Ressalto que as etapas poderão ser
aplicadas na totalidade ou modificadas/ajustadas conforme o seu planejamento ou conveniência
pedagógica das suas turmas, utilizando o número de aulas necessárias para o desenvolvimento do
objeto de conhecimento.
O objetivo deste 1º momento é abordar o funcionamento geral dos Estados totalitários do século
passado, assim como os mecanismos de abuso de poder que seus líderes utilizavam para suprimir
dissidentes e se manter no poder. Durante o seu desenvolvimento vamos estabelecer diálogo com a
realidade contemporânea, em vista da crescente emergência de movimentos que se associam com a
ideologia fascista.

ETAPA 1
Inicie esta etapa pedindo aos estudantes que procurem no dicionário ou na internet o significado da
palavra “intolerância”.
Em seguida, faça uma discussão com a turma sobre o conceito de intolerância, relacionando-o aos
chamados Estados totalitários.
Organize os estudantes em grupos de até quatro integrantes e solicite a eles que pesquisem notícias e
relatos sobre casos de preconceito e violência dirigidos a grupos historicamente marginalizados, como os

78
negros, indígenas, mulheres, pessoas LGBTQIAP+ e imigrantes.
Cada grupo deve debater as notícias e relatos encontrados, pensando em ações importantes para
diminuir ou impedir essas ações violentas e/ou preconceituosas. É provável que a maioria dos
estudantes traga casos ocorridos no Brasil para a discussão. Se for o caso, apresente reportagens que
exemplifiquem a xenofobia e a islamofobia na Europa e no Ocidente como um todo. Ressalte que na
última década, três crises migratórias foram sobressalentes: a dos haitianos a partir de 2010; a dos
sírios a partir de 2015; a dos venezuelanos a partir de 2018.
Após o debate, os grupos devem apresentar suas conclusões para os demais colegas, ouvindo e
discutindo o que os outros grupos produziram. Faça a mediação do debate, servindo como ponto de
apoio para as discussões.
Paralelamente, procure resgatar os conhecimentos prévios dos estudantes, especialmente sobre o
contexto da virada do século XIX para o XX e o panorama político e econômico do Ocidente: a Primeira
Guerra Mundial, a Revolução Russa e os problemas políticos, econômicos e sociais nesse período.
É importante que os estudantes estejam cientes do intenso impacto causado pela Primeira Guerra
Mundial, que deixou a maior parte da economia europeia fragilizada, mas alçou os Estados Unidos como
grande potência industrial.
Feche a discussão mostrando que esse contexto criou um cenário no qual grupos políticos que
defendiam um nacionalismo radical e a eliminação de grupos rivais ganharam força, especialmente nos
países derrotados na Primeira Guerra Mundial ou fragilizados após o conflito, iniciando-se uma onda de
intolerância e perseguição nos anos seguintes.
Depois da sua explanação, pergunte para a turma:

• Como evitar acontecimentos como esses no contexto atual, onde presenciamos duas guerras que
afetam milhares de pessoas na Europa e no Oriente Médio?
• Podemos lutar contra a intolerância e o desrespeito às diferenças? Cite exemplos de ações que
podemos tomar para combater a intolerância e o desrespeito entre as pessoas, nações e cidades.
• De que forma, nós cidadãos podemos atuar neste momento de tensões e guerras para
ajudarmos o próximo, mesmo estando distante?

Não há respostas prontas para essas perguntas.


O objetivo é promover nos estudantes a reflexão e exercitar, como sugerido no CRMG e na BNCC, a
empatia, o diálogo e o respeito às diferenças, com a intenção de torná-los sujeitos autônomos, críticos e
capazes de dialogar sobre os temas presentes na contemporaneidade à luz dos acontecimentos
passados.

Como tarefa de casa, solicite a leitura dos textos abaixo que serão utilizados nas atividades propostas
para os estudantes.

 TEXTO: AMERICAN WAY OF LIFE ( ícone clicável)

 CRISE DE 1929 ( ícone clicável)

 TEXTO: O QUE FOI O NEW DEAL ( ícone clicável)

79
ETAPA 2
Comece essa etapa fazendo uma contextualização dos anos 1920. Ressalte para a turma a questão do
crescimento econômico acelerado nos Estados Unidos e a impressão generalizada de prosperidade
financeira para o povo americano. (o período ficou conhecido como “loucos anos 20”).
Explique que o resultado da rápida industrialização foi um boom de superprodução e a consequente
desvalorização dos manufaturados, causando uma crise deflacionária. Esse fator, associado à
especulação no mercado de ações, que supervalorizava papéis de indústrias que não tinham lucro ou
estavam à beira da falência, causou a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929.
Para a consolidação do tema, peça para a turma que cite os tópicos que mais chamaram a atenção deles
na leitura dos textos que fizeram em casa.
Se achar necessário, anote na lousa os tópicos citados e vá fazendo a contextualização dos mesmos.
Segue alguns exemplos:

− otimismo econômico após a Primeira Guerra Mundial nos Estados Unidos (“loucos anos 20”);
− superprodução industrial;
− desvalorização generalizada de produtos;
− crise deflacionária;
− quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
− salários estagnados;
− desemprego;
− New Deal, entre outros.

Explique que a depressão generalizada não afetou somente os Estados Unidos, mas também a América
Latina e grande parte da Europa Ocidental, que tinham o país da América do Norte como principal
credor e parceiro comercial. Com isso, a década de 1930 se iniciou com uma recessão econômica
generalizada.
Em seguida, ressalte o fato de que após esses acontecimentos houve uma importante mudança de
paradigma na interpretação econômica do capitalismo, e a intervenção estatal passou a ser considerada
uma resposta válida para cenários de crise. Nesse sentido, explique aos estudantes o advento do
chamado keynesianismo e da aplicação das ideias do economista britânico John Maynard Keynes na
política do New Deal durante o governo de Franklin Roosevelt, nos Estados Unidos.
Ressalte também o fato de que a participação do Estado na economia possibilitou a correção necessária
para a recuperação econômica após a crise de 1929.

ETAPA 3
Comece essa etapa pedindo aos estudantes que pesquisem em dicionário ou na internet o significado de
“totalitarismo e de autoritarismo”. Anote na lousa os seus significados.

▪ Totalitarismo – condicionamento e controle dos indivíduos por parte do Estado, destituindo-os de


direitos. Exemplos: stalinismo soviético, fascismo italiano, nazismo alemão.
▪ Autoritarismo – Estado forte e ditatorial, mas que não impõe uma ideologia nem o controle total
sobre o indivíduo. Exemplos: salazarismo português, franquismo espanhol.

80
Em seguida, peça a turma para caracterizar um Estado totalitário.
Explique que o Estado totalitário “condiciona e coisifica” o indivíduo, destituindo-o de autonomia e
direitos, e subordinando-o aos ditames do governo. Em seguida, discuta com os estudantes o contexto
geral do pós-guerra, marcado pelo sacrifício de muitas vidas e pela destruição da economia europeia,
que favoreceu a formação de movimentos políticos de caráter autoritário e antidemocrático.
Exemplifique, então, o cenário do desenvolvimento do fascismo italiano. Explique para os estudantes
que o ingresso tardio da Itália na Entente impediu a compensação territorial desejada pelo país.
Comente, ainda, a crescente crise econômica que assolou a península no contexto do pós-guerra (vale
lembrar aos estudantes a natureza tardia da unificação do Estado italiano e como isso afetou o
desenvolvimento econômico do país).
Relacione esse cenário com a organização do Partido Nacional Fascista e sua eventual consolidação na
Marcha sobre Roma, assim como a deposição do rei Vítor Emanuel III e a ascensão de Benito Mussolini
ao poder, conhecido pelo epíteto de Il Duce.
Descreva a natureza conservadora e nacionalista da gestão de Mussolini, que se associava à burguesia
tradicional italiana e à Igreja para tentar assegurar o poder do partido. É importante também ressaltar o
corporativismo do Estado fascista italiano, que favorecia membros do partido em questões executivas
e/ou sindicais.

ETAPA 4
Nesta etapa falaremos sobre a emergência do nazismo na Alemanha.
Faça uma tempestade de ideias para que a turma possa expor seus conhecimentos prévios acerca do
tema. Encoraje a utilização de exemplos de manifestações contemporâneas do nacional-socialismo,
como as dos grupos xenófobos de extrema direita no Leste Europeu e as manifestações de
Charlottesville, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, ocorridas em 2017.

Se achar viável, projete os textos abaixo:


 Xenofobia na Europa
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/xenofobia-na-europa.htm.
 Manifestação em Charlottesville e a questão racial nos Estados Unidos.
Disponível em:https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/atualidades/manifestacao-charlottesville-
questao-racial-nos-estados-unidos.htm.

Discuta com a turma o impacto do paradigma do nazismo na contemporaneidade e o fato de que o


entendimento histórico acerca de sua natureza é importante para combatê-lo.
Retome com os estudantes o tema da Alemanha nas etapas finais da Primeira Guerra Mundial. Fale que
a França e a Grã-Bretanha responsabilizaram o Estado alemão quase integralmente pelo conflito,
segundo as cláusulas do Tratado de Versalhes, em 1919.
Dessa forma, o recém-estabelecido governo da República de Weimar encontrava muita dificuldade para
reconstruir o país no cenário do pós-guerra, e o sentimento de revanchismo entre a população se
tornava cada vez mais intenso, incentivado pela crise política e econômica do início do século,
conjuntura que contribuiu para a ascensão do Partido Nazista na Alemanha.

81
Diferenças entre fascismo e nazismo

Fascismo como sistema de governo


O fascismo foi um movimento político que nasceu na Itália, após a crise deixada na Europa pela
Primeira Guerra Mundial. Em 1922, Benito Mussolini fundou o Partido Nacional Fascista, cujos
princípios eram fundamentalmente autoritários, imperialistas, antiliberal e antidemocrático.
Com raízes totalitárias, o movimento fascista acreditava no poder centralizado, em que apenas uma
pessoa poderia tomar decisões, sendo colocada em uma posição de idolatria por toda a população
sem sofrer julgamentos ou críticas.
Neste regime, os líderes poderiam controlar e fiscalizar toda a comunicação de massa, disseminando
ideologias e impedindo que fossem divulgadas críticas ao seu governo. A oposição e os inimigos do
regime eram brutalmente ameaçados e perseguidos por meio de violência, prisão, tortura e até a
morte.
Além dessas características, o governo fascista visava a expansão de seu poder por meio de conflitos
internacionais. Entre seus objetivos estavam conquistar novos territórios, ampliar sua força e investir
em força bélica, armas e equipamentos de guerra.

O que é nazismo?
Regime nazista surgiu na Alemanha com a ascensão de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães ao poder, de 1933 a 1945. Sua corrente de pensamento baseava-se no
totalitarismo e antissemitismo, o que daria início a Segunda Guerra Mundial e geraria o maior
extermínio étnico da história, o Holocausto.
Diferente do fascismo, as principais raízes do nazismo era sua corrente de pensamento que acreditava
no racismo científico: crença que defendia a existência de raças de seres humanos superiores a
outras, levando em consideração fatores étnicos, raciais e socioculturais.
Durante o regime nazista, Hitler e seus seguidores pregavam que a “raça ariana” e alemã, era
superior as outras, e portanto, todas as outras nações deveriam se curvar. Crendo nisso, o regime
alemão procurava se expandir por outros territórios da Europa e combater o que eles acreditavam ser
o seu maior inimigo: os judeus.
Mesmo com o termo “Socialista” utilizado no nome do partido nazista, o conceito empregado por
Hitler se diferenciava do de Karl Marx, que era judeu. O “socialismo” de Hitler tratava-se da exaltação
do nacionalismo e do Estado alemão.
A luta de classes defendida pelo socialismo de Marx, era uma corrente de pensamento contrária ao
que os nazistas acreditavam. Os nazistas defendiam força e controle do Estado, acima de tudo e
todos, mas ainda assim defendendo unidades privadas.
Fonte: Gonçalves, 2021. Fundação 1º de Maio. Disponível em: https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre-
fascismo-e-nazismo/.

Em seguida, fale da nomeação de Hitler ao cargo de chanceler, após a vitória dos nazistas na eleição
para o Reichstag em 1932. Explique a ideologia hitlerista sobre superioridade racial ariana e a
lebensraum, a necessidade de um “espaço vital” para o desenvolvimento do Reich alemão.
Caracterize o Estado nazista como o exemplo mais típico do totalitarismo, conforme discutido
anteriormente, com intensa perseguição política, controle da polícia e da burocracia e funcionamento de
um aparato de propaganda preparado para ser o sustentáculo ideológico do regime.
Por fim, num exercício de história comparada, trate com a turma as questões relativas ao autoritarismo
na Península Ibérica: o salazarismo português e o franquismo espanhol.

82
Salazarismo português Franquismo espanhol

Fale sobre as questões relativas à Ressalte o contexto espanhol, abordando principalmente a


emergência do movimento republicano Guerra Civil Espanhola, que militarmente serviu como uma
em Portugal, a participação dos grupos espécie de “campo de treinamento” para a Luftwaffe.
nacionalistas católicos e a questão da Comente que a participação nazifascista foi instrumental
manutenção dos domínios coloniais para a ascensão dos grupos nacionalistas ao poder,
africanos, que levaram à ascensão de representados pelo general Francisco Franco. Caracterize o
Antônio de Oliveira Salazar ao poder. regime franquista como nacionalista e conservador,
atrelado a grupos religiosos e tradicionais, marcado pelo
anticomunismo e pela intensa perseguição a opositores do
regime.

Para aprofundar sobre o tema, acesse o endereço Para aprofundar sobre o tema, acesse o endereço disponível em:
disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/franquismo.htm#:~:text=Fran
quismo%20foi%20um%20regime%20totalit%C3%A1rio%20de%20car
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/salazaris
%C3%A1ter%20nazifascista%20fundado%20pelo,anos%20de%20193
mo.htm.
4%20e%201935.

Por fim, retome com a turma os mecanismos gerais utilizados pelos Estados totalitários e a importância
de conhecer seu funcionamento para identificá-los e impedir seu desenvolvimento.
Proponha, então, aos estudantes a realização de atividades de aprofundamento desse conteúdo, com
análise de imagens (como cartazes de propaganda que ressaltavam a figura do líder) e de textos, que
podem ser fontes primárias (como um trecho do livro Minha luta, de Hitler) ou de especialistas sobre o
assunto. De acordo com o tempo disponível, essa atividade pode ser realizada em sala de aula, com
correção coletiva, ou em casa, com posterior correção individual.
Peça, ainda, aos estudantes que produzam individualmente uma dissertação utilizando os referenciais
propostos nas “atividades recorrentes” do “Plano de Desenvolvimento” sobre a relação entre as crises
econômicas e políticas e o aumento da intolerância e da xenofobia em uma sociedade.
Espera-se que, além de basear suas opiniões e comentários em dados de fonte confiável, eles concluam
que não se justificam ações violentas como resposta a qualquer tipo de crise, propondo ações que levem
ao entendimento comum e à tolerância.

2º MOMENTO: A CRISE DE 1929 E SEUS EFEITOS NO BRASIL

Organização da turma A escolha do professor.

Texto impresso, Projetor, computador, internet, celular, imagens,


Recursos e providências
entre outros.

Professor (a)!
Neste 2º momento, trataremos da Crise de 1929 e seus efeitos políticos, econômicos e sociais no Brasil.
A sugestão é que você estimule os estudantes a serem protagonistas durante o desenvolvimento do
conteúdo e das atividades, levando-os à reflexão crítica e autônoma, de forma que estejam sempre no
centro do processo de aprendizagem, exercendo assim o seu protagonismo e sua atitude pesquisadora e
historiadora.

83
O objetivo central da(s) aula(s) é que os estudantes possam compreender os efeitos (consequências)
políticos, econômicos e sociais sofridos pelo Brasil a partir do desencadeamento da crise econômica de
1929, especialmente no que concerne aos problemas enfrentados pelo setor cafeeiro, principal base da
economia brasileira até aquele momento. E, para tanto, será utilizada a imprensa como fonte de análise
privilegiada da representação destes efeitos.

ETAPA 1

Dê uma cópia do texto “Crise de 1929: impactos no Brasil”, para os estudantes. Peça que façam
individualmente a leitura e marquem os pontos que acharem mais importantes. Em seguida, faça uma
discussão sobre o tema do texto. Incentive a participação de toda a turma.

 TEXTO: CRISE DE 1929: IMPACTOS NO BRASIL ( ícone clicável)

ETAPA 2

Nesta etapa, vamos trabalhar com charges e imagens.

Apresente ou projete imagens de charges sobre os impactos da Crise de 1929 no Brasil para a turma.
Peça que analisem as mesmas. Durante a análise dos estudantes, faça as interferências que se fizerem
necessárias para melhor consolidação do conteúdo estudado. Procure abordar os aspectos políticos,
econômicos e sociais.

 CHARGES ( ícone clicável)

ETAPA 3
Nesta etapa vamos trabalhar uma notícia de jornal retratando a Crise de 1929, para aprofundar e
consolidar o conteúdo.
Separe a turma em grupos de quatro alunos, de forma que possam se ajudar mutuamente.
Oriente-os a fazer a leitura da notícia e em seguida a discutirem sobre o tema buscando o diálogo, o
compartilhamento de conhecimento e, claro, respeitando as ideias e opiniões dos colegas, mesmo que
elas sejam divergentes.

Entregue cópias ao grupo ou projete em data show, trechos da notícia “Crise de 1929 atingiu
economia e mudou a ordem política no Brasil”, disponível no endereço eletrônico
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-
ordem-politica-no-brasil.shtml?loggedpaywall#_.

 TEXTO: CRISE DE 1929 ATINGIU ECONOMIA E MUDOU A ORDEM POLÍTICA NO


BRASIL ( ícone clicável)

Quando os grupos terminarem a análise e discussão da notícia, projete ou escreva na lousa a pergunta
abaixo e peça que respondam no caderno. Ressalte para a turma que eles podem e devem responder
utilizando o conhecimento adquirido anteriormente na análise das charges. Se achar necessário,
determine um tempo para essa atividade.

84
Quais as consequências que o Brasil sofreu após a Crise de 1929?

Espera-se que os estudantes consigam relacionar as consequências (efeitos) políticos, econômicos e


sociais que o Brasil sofreu com a crise econômica de 1929 que abalou o mundo todo.
Eles devem perceber que um dos principais efeitos sofridos pelo país naquele momento foi em relação
ao mercado do café, que era o principal produto da pauta de exportação do país, e que, em virtude da
queda de seu preço no mercado internacional, bem como na demanda pelo produto, o Brasil foi
fortemente afetado. Esta seria uma das principais consequências na esfera econômica.
Já no campo político, os estudantes devem apontar para o fato de que, com a crise, haverá o
enfraquecimento da oligarquia cafeeira de São Paulo, que dentre outros fatores irá perder o poder com
a Revolução de 1930, sofrendo grande perda de sua hegemonia política, tendo em vista a diminuição de
seu poder econômico.
Neste sentido, é preciso que os estudantes consigam enxergar as consequências econômicas, políticas e
sociais geradas pela grande Depressão de 1929 que afetou o Brasil, mas, sobretudo, estabelecer a
relação entre o que o problema econômico conseguiu interferir na esfera política.
Para finalizar a etapa, peça aos grupos que escrevam uma breve notícia retratando os efeitos políticos,
econômicos e sociais sofridos pelo Brasil com a Crise de 1929, dando destaque especial para as
consequências que atingiram a economia cafeeira e ao fim da República Velha.
Em seguida faça a socialização das notícias entre os grupos. Faça interferências sempre que achar
necessário, inclusive fazendo rememoração das etapas anteriores.

ETAPA 4
Professor (a), se for conveniente pedagogicamente e você achar pertinente, faça um trabalho
interdisciplinar com a área de Linguagens, no que tange às regras da escrita de manchetes/reportagens
sobre a Crise de 1929 e seus impactos no Brasil. Numa parceria com os professores de Língua
portuguesa peçam que façam a correção e que os orientem sobre as normas específicas desse tipo
textual. Depois de corrigidas, a sugestão é que as notícias possam ser fixadas em um mural no pátio da
escola para que todas as turmas tenham acesso à exposição e possam compartilhar da criação dos
grupos.

PARA VOCÊ SABER MAIS...


Sobre a Crise de 1929, consulte:
 HOBSBAWM, Eric. Rumo ao abismo econômico. In:___. A era dos extremos - o breve século XX
(1914-1991). 2ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.p. 90-112.
 SANT’ANNA, Ivan. 1929 Quebra da Bolsa de Nova York: a história real dos que viveram um dos
eventos mais impactantes do mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
 SILVA, Daniel Neves. Crise de 1929.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.
Sobre os efeitos da Crise de 1929 no Brasil, consulte:
 FURTADO, Celso. Os mecanismos de defesa e a crise de 1929. Formação econômica do Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 263-273.

85
ANEXO
TEXTO: AMERICAN WAY OF LIFE

American Way of Life

● O American Way of Life surgiu no período entre guerras (1918-1939), com base no vertiginoso
aumento da produção industrial estadunidense, no grande sentimento de euforia pelo término da
Primeira Guerra mundial (1914-1918) e na promoção do incentivo ao consumismo no país.
● Com base nas ideias de trabalho, liberdade, consumo, privacidade e nas promessas de progresso
e felicidade, o modelo estabeleceu os valores e ideais do cidadão norte-americano, tentando
homogeneizar a população e criando um sentimento de pertencimento.
● É importante lembrar que a população afro-americana não usufruiu do American Way of Life, na
medida em que ainda lutava pelos direitos civis.
● Apesar do estilo de vida ter surgido no período entre guerras, ele foi retomado durante a Guerra
Fria e amplamente divulgado pelo rádio, TV e cinema, a fim de exportar o ideal capitalista,
fazendo dos EUA uma vitrine de sucesso.
● Entre as suas características, encontram-se o liberalismo, o nacionalismo, o capitalismo, a busca
pela felicidade e o consumismo midiático.
● Teve forte influência no Brasil durante o governo populista de Getúlio Vargas, que estabeleceu
acordos comerciais para a importação de produtos estadunidenses, entre eles, eletrodomésticos e
carros.
● Gerou o endividamento de grande parcela da população estadunidense, o que, associado à euforia
e à especulação da Bolsa de Valores, desencadeou a Crise de 1929, culminando na Grande
Depressão.
● O cenário de industrialização e a ampliação do acesso aos meios de comunicação, tais como TV,
rádio e cinema, possibilitaram a difusão do American Way of Life para o mundo.

Texto adaptado: Cardoso, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-


america/american-way-of-life.htm.

86
TEXTO: CRISE DE 1929

Crise de 1929

A Crise de 1929, ou Grande Depressão, foi o colapso do capitalismo e também do liberalismo


econômico. Ficou conhecida como uma crise de superprodução.

▪ "A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica
que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do
liberalismo econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação
financeira.
▪ Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do
mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que
comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência
econômica internacional dos Estados Unidos.
▪ Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um
período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido
para o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado
principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o
estilo de vida americano.
▪ O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as
mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava
vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a
Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40%
das matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.
▪ Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as
pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo
ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de
regulação ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no
financiamento de diferentes atividades econômicas.
▪ Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento
industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%,
a produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país
aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.
▪ Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira
intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os
investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos
consideráveis.
▪ O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na
bolsa, esperando que elas se valorizassem, para logo em seguida revendê-las. Esse processo fazia
com que os valores das ações aumentassem — pois havia muitos compradores — e criava uma
falsa sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a
superprodução resultaram na quebra da economia americana."
▪ Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e
o crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à
beira do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer.
Esse processo foi explicado pelo historiador Hobsbawm da seguinte maneira: o que acontecia, como

87
muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os
lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo
nacional. Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido
crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e
especulação. Isso, por sua vez, provocou o colapso.
▪ A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma
das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos
expandiu-se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto,
não foi acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o
mercado não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o
mercado americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a
esperança de rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.
▪ Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou
conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à
venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia
28, mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações
despencou, e bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.

Consequências da Crise de 1929


▪ Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país
como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise
foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o
New Deal (Novo Acordo).
▪ Separamos abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados
Unidos:
▪ PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%; O desemprego disparou e alcançou
27% (era 4% antes da crise); Importações caíram 70%; Exportações caíram 50%; Diminuíram em
90% os empréstimos internacionais; Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3; Produção de
automóveis foi reduzida em 50%; Salário médio na indústria caiu 50%; Falência de milhares de
empresas e bancos; Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez
que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da
bolsa.
▪ Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em
recessão, e o desemprego disparou mundo afora.
▪ A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países: (Grã-
Bretanha: 23%), (Bélgica: 23%), (Suécia: 24%), (Áustria: 29%), (Noruega: 31%), (Dinamarca:
32%),
(Alemanha: 44%).
▪ A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer
também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-
direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930.
▪ Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3."

Fonte: Adaptado. Silva, 2023. Brasil Escola. Disponível em: em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.

88
TEXTO: O QUE FOI O NEW DEAL

O que foi o New Deal

▪ Após longos períodos de prosperidade, a economia norte-americana foi impactada pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. A crise faliu empresas e desempregou milhões de
pessoas, causando vários problemas sociais. Os republicanos perderam as eleições presidenciais de
1932, e o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito para a Casa Branca, propondo um
programa econômico que recuperaria as finanças dos Estados Unidos e retomaria o seu pleno
desenvolvimento.
▪ O New Deal, como foi intitulado o programa do governo Roosevelt, aplicou as ideias econômicas de
John Keynes de maior intervenção estatal na economia. Até 1929, o liberalismo econômico fez com
que os órgãos governamentais não fiscalizassem as transações econômicas e as movimentações
financeiras feitas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo capitalista.
▪ A proposta de Roosevelt para recuperar a economia norte-americana era: aumentar a presença do
Estado na economia ao fiscalizar as movimentações financeiras, controlar a produção para que as
mercadorias estocadas pudessem ser comercializadas, e executar obras públicas para acelerar a
criação de empregos.
▪ A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, afundou a economia norte-americana em
uma grave crise, gerando desemprego e pobreza. Outros países também foram afetados pela
quebra da bolsa, e suas economias também colapsaram. Enquanto o mundo capitalista estava em
crise, a União Soviética não sentiu diretamente os efeitos e pôde se posicionar como uma
alternativa ao modelo econômico predominante no Ocidente.
Texto adaptado: Higa, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-
deal.htm.

89
TEXTO: CRISE DE 1929: IMPACTOS NO BRASIL

Crise de 1929: Impactos no Brasil

Nessa época, o Brasil tinha o café como principal e maior produto de agroexportação. Os
Estados Unidos da América era o maior comprador do nosso grão. Com a Grande Depressão, os EUA e
diversos importadores diminuíram o consumo do café brasileiro – o que diminuiu drasticamente o
preço do produto. Então, o governo brasileiro optou por fazer a compra e queima dos
excedentes das colheitas, com isso, o estoque era diminuído e o grão valorizado.
Internacionalmente, os países que estavam atrelados ao sistema de crédito norte-americano também
foram atingidos e sofreram uma grande recessão. No caso do Brasil, a redução da exportação de café
foi um dos principais efeitos, a qual resultou na limitação da entrada de dividendos e reduziu a
capacidade de importações do país.
Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações
políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas
como presidente provisório.
Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro, com Getúlio Vargas na presidência (1930-
1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores,
adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção
agrária a esses interesses.
Além da compra e queima de café, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café (CNC) para
proteger o principal produto do país.
Assim, foi necessário diversificar a indústria nacional para abastecer o mercado interno, causando
assim uma inflexão no modelo importador até então vigente para uma nova matriz nacional de
produção e consumo, além de aumentar a entrada de capital nas indústrias do país. Tais ações
fizeram a indústria brasileira crescer 11,2% entre 1933-1939 dissipando, assim, os efeitos da crise no
país.
Textos compilados e modificados.
Silva, 2023. Brasil Escola. Disponíveis em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.
Elias, 31 out. 2022. Estratégia Vestibulares. Disponível em:
https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/historia/crise-de-1929/.
Info Enem, 23 abr. 2021. Disponível em: https://infoenem.com.br/como-a-crise-de-1929-afetou-o-brasil/.

90
CHARGES

Crise de superprodução
Política do Café com Leite

Fonte: (Juntos pela História, 2013) Fonte: (Pinterest [2023])

91
Queima de café.
Revolução de 1930

Fonte: (Valor café, 2019) Fonte: (História livre -ilustrador Mollica- [s/d])
TEXTO: CRISE DE 1929 ATINGIU ECONOMIA E MUDOU A ORDEM POLÍTICA NO BRASIL

Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem política no Brasil

A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, muito dependente das exportações de um
único produto, o café. Mas, mais do que gerar dificuldades econômicas, o crash que completa 80
anos em 2009 provocou uma mudança no foco de poder no país, acabando com um pacto político
interno que já durava mais de trinta anos.
Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos paulistas barões do café
num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a chamada política do café com leite,
viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira paulista na época e que garantiu a formação de
uma economia agrícola praticamente monoexportadora no país.
Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte queda nos preços
internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente das exportações de café, e
tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas", afirma o professor
de História Econômica da FEA-USP, Renato Colistete.
Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no mundo todo,
prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do produto, que chegaram a US$ 445
milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca no mercado
internacional, caiu quase 90% em um ano.
Fogueira
Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos estoques dos
produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. "A ideia era queimar para diminuir a oferta e
aumentar o preço internacional, porque o Brasil era o maior país exportador", segundo Marcos
Fernandes, coordenador do Centro de Estudos dos Processos de Decisão da FGV-SP.
"A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos
urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil",
explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de
1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão".
Poder
O que aconteceu, então, foi que o foco do poder no país foi deslocado para o gaúcho Getúlio Vargas,
que se tornou presidente da República após a Revolução de 1930. "Do ponto de vista político, a crise
foi importante porque desviou o foco do poder para Getúlio Vargas e para um projeto de
industrialização", diz Fernandes.
O novo presidente, porém, sabia que, mesmo com o fim da oligarquia paulista, o café não podia ser
deixado de lado. Assumiu, então, uma nova política de defesa da cafeicultura, na tentativa de
equilibrar os preços e evitar a superprodução.
"Não podemos esquecer que Getúlio era o pai dos pobres e a mãe dos ricos", diz Fernandes. "Ele
tratou de não romper tão radicalmente com a oligarquia agrícola, e o café continuou sendo
importante no Brasil. Isso começa a mudar mesmo a partir de Juscelino Kubitschek e, principalmente,
a partir do Golpe de 1964."
A Grande Depressão, porém, dificultou os esforços do governo para ajudar o café e "somente no final
da década de 1930 o café começou a recuperar os bons preços nos mercados internacionais",
segundo Pereira.

Texto. Disponível em: Fonte: Vallone, 24 out. 2009. Folha de São Paulo. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-
brasil.shtml?loggedpaywall#_.

92
REFERÊNCIAS
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referência: versão 1.0. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira; Diretoria
de Avaliação da Educação Básica, Brasília, 2018. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_referencia
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Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo
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MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2024. Disponível em:
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93
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Acesso em 01 nov.de 2023
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QUEIMA DE CAFÉ. Disponível em:https://www.valorcafe.com.br/novidades/ha-90-anos-em-busca-de-
salvacao-o-brasil-queimou-bilhoes-de-quilos-de-cafe/2019.acesso em 01 nov.de 2023.
QUESTÃO-SOCIAL-NA-REPUBLICA-VELHA.Mundo Vestibular (2023).Disponível em:<
http://www.mundovestibular.com.br/articles/6501/1/A-Questao-Social-na-Republica-
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REPÚBLICA: Disponível
em:https://www.todamateria.com.br/republica/#:~:text=Rep%C3%BAblica%20%C3%A9%20um%20re
gime%20de,para%20administrar%20a%20polis%20grega. Acesso em 16 out. 2023.
REVOLUÇÃO DE 1930. Charge do ilustrador Mollica. Disponível em:<
https://vestibulares.estrategia.com/public/questoes/Observe-charge-que488e566d2c/>. Acesso em
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REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910. disponível em:<. https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/revolucao-mexicana-1910.htm>. Acesso em 17 out.2023.
SCHWARCZ, Lilia M. e STARLING, Heloísa M. Brasil: Uma biografia. Companhia das Letras. SP, 2015.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA ADAPTADA. Disponível em:https://plurall-
content.s3.amazonaws.com/oeds/NV_ORG/PNLD/PNLD20/Historiar/9ano/02_BIMESTRE/08_VERSAO_
FINAL/03_PDFS/12_HISTORIAR_9ANO_2BIM_Sequencia_didatica_2_TRTA.pdf. acesso em 07 nov. de
2023.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA ADAPTADA. Disponível em:https://pnld.moderna.com.br/. acesso em 19
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SILVA, Bruno Izaías. Coronelismo. Info Escola. [S. l.], 2023.
https://www.infoescola.com/historia/coronelismo/. Acesso em: 19 out. 2023.
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WIKIMEDIA. Voto de Cabresto. In: Commons,2008. disponível em:
https://www.infoescola.com/historia/coronelismo/. Acesso em 16 out. 2023.
WIKIPEDIA. Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da assembleia constituinte de 1934. 10 out.
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WIKIPEDIA.Abaporu.3 abril 2019. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Abaporu>. Acesso em 16
out.2023.
.

94
139
A PRIMEIRA REPÚBLICA BRASILEIRA E SEUS DESDOBRAMENTOS INTERNOS E
EXTERNOS

Caro estudante!

Vamos trabalhar a Primeira República Brasileira e seus desdobramentos internos e externos. Para
facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, serão quatro blocos de atividades:

- A Primeira República brasileira em seus aspectos internos.


- A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
- A Revolução Mexicana – 1910.
- A Revolução Russa – 1917.

Que os textos e atividades propostas neste caderno, acrescente os conhecimentos que vocês
precisam para alcançar o aprendizado necessário para o seu futuro dentro das dimensões políticas,
sociais, econômicas e culturais.

Bons estudos!

ATIVIDADES
A Primeira República brasileira em seus aspectos internos.

Para responder as questões e atividades abaixo, leia o texto que se segue e sempre que necessário
procure outras fontes de pesquisa como o livro didático, a internet e a ajuda do seu professor (a).

Final do século XIX

O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o
Estado e suas bases de apoio:
▪ Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;
▪ Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;
▪ Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;
▪ Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de
escravos.
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009

169
Os anos de consolidação da República

República da Espada
▪ Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos de República.
▪ Marechal Deodoro da Fonseca e Marechal Floriano Peixoto representaram o governo militar
na primeira fase da República.
República das Oligarquias
▪ A política do país era dirigida por oligarquias agrárias e por representantes civis na
presidência.

Aspectos econômicos

▪ Um país majoritariamente rural;


▪ Latifúndio;
▪ Café como principal produto da pauta de exportação;
▪ Outros produtos: açúcar, algodão, cacau, borracha;
▪ Incremento da industrialização (Capitais oriundos do café - 1ª Guerra Mundial – 1914 a 1918);
▪ Indústria têxtil e alimentícia;
▪ Principais polos urbanos – Rio de Janeiro e São Paulo.

Aspectos sociais

▪ Uma pequena elite formada, majoritariamente, de grandes proprietários;


▪ População majoritariamente rural;
▪ A população negra, seja no campo, seja na cidade, excluída dos princípios básicos da cidadania
(trabalho, educação, voto, etc);
▪ Uma população indígena extremamente marginalizada. Ausência da ideia da diversidade. Política
de absorção à cultura dominante – Criação do Serviço de Proteção ao Índio - SPI 1910;
▪ Imigração em massa, principalmente, italianos. Crise europeia. Teorias racistas. Tentativa de
branqueamento;
▪ Incipiente classe média – profissionais liberais. População urbana;
▪ Ausência de direitos – tanto de trabalhadores urbanos quanto rurais. “A questão social é uma
questão de polícia” – Frase símbolo da Primeira República, atribuída ao Presidente Washington
Luís.

Aspectos políticos
▪ Baixa participação política – não há o voto feminino, analfabetos não votavam.
▪ Prevalência dos mandatários locais – Coronéis;
▪ Clientelismo, voto aberto e fraudes.
▪ Política dos Governadores;
▪ Política do café com leite;
▪ Autonomia estadual – federalismo;
▪ Semana de Arte Moderna: a busca por uma estética nacional; Antropofagia.

Movimentos sociais: reação a uma sociedade excludente


Movimentos Rurais: Canudos e Contestado.
Movimentos Tenentistas: 18 do Forte de Copacabana (1922), Revolta Paulista (1924) e Coluna
Prestes.

170
Movimentos Urbanos: Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.

Movimento sindical: Anarcosindicalismo, Greve Geral de 1917 e fundação do Partido Comunista em


1922.

O fim da Primeira República - 1930


▪ Mudanças estruturais: crescimento urbano e industrialização.
▪ Contestações sociais: greves e movimentos sociais.
▪ Novos atores na sociedade brasileira– surgimento da classe média e imigrantes.
▪ Crise de 1929.
▪ Ruptura da política do Café com Leite: formação da Aliança Liberal (Minas Gerais, Rio Grande do
Sul e Paraíba (Getúlio Vargas e João Pessoa) X São Paulo (Júlio Prestes).

Texto adaptado. Bezerra, 2023. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/primeira-republica/.

1 – Leia o texto a seguir:

A pergunta, “Quem é você?” recebia invariavelmente a resposta: “Sou gente do coronel fulano”. Esta
maneira de redarquir dava imediatamente a quem ouvia as coordenadas necessárias para conhecer o
lugar socioeconômico do interlocutor, além de sua posição política. O termo “gente” indicava
primeiramente que não se tratava de alguém do mesmo nível que o “coronel“ ou sua família; caso
contrário, o parentesco seria invocado logo no início para situar o indivíduo dentro do grupo (diria por
exemplo “sou primo do coronel fulano”).
QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. O coronelismo numa interpretação sociológica. In: FAUSTO,Boris. (Org). História geral
da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985.v.8.p.185.

A) Com base no texto acima, caracterize o coronelismo.


B) Explique a importância do coronelismo para o funcionamento da República Oligárquica.

2 – Observe a charge abaixo que representa de modo irônico a prática do voto durante a Primeira
República no Brasil (1889-1930).
Às próximas Eleições – “De Cabresto”
Fonte:(Ensinar História, 2022)

Com base nessa crítica, descreva esse processo.

171
3 – (Adaptada) A historiadora Maria Efigênia Lage de Resende aponta que a Constituição Brasileira de
1891 inspirou-se no modelo norte-americano e implantou o federalismo no Brasil em substituição ao
centralismo típico do período monárquico.

RESENDE, Maria Efigênia Lage. O processo político na Primeira República. In.: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucília de Almeida
Neves (orgs.). O tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2018, p.83.

Com base em seus conhecimentos sobre a primeira Constituição do Brasil de 1891, marque a opção
correta:
A) homens e mulheres poderiam votar.
B) todos os cidadãos, incluindo analfabetos, ex-escravizados, etc, poderiam votar.
C) somente os homens com critério censitário poderiam votar.
D) somente homens com mais de 21 anos poderiam votar.
E) a Constituição não discorria sobre a questão do voto.

4 – (UFMG) A Política dos Governadores, inaugurada por Campos Sales, é considerada o exemplo mais
notório da política de conciliação na história do Brasil, porque:

A) consiste numa troca de favores institucionalizada entre os poderes municipal, estadual e


federal, que fortalece as oligarquias.
B) significa o apaziguamento das tensões no relacionamento entre civis e militares, difícil desde a
Revolução da Armada.
C) põe fim ao chamado Encilhamento, reforma econômico-financeira promovida por Rui Barbosa,
a qual tumultuou a vida do país.
D) representa a solução final para os problemas com a Igreja, enfrentados desde o período de
desagregação da Monarquia.
E) resolve dissensões internas, como as de Canudos e a luta do Contestado, ambas marcadas
por um caráter messiânico.

5 − Analise a charge a seguir e responda o que se pede:

Política dos Governadores (adaptada)


Fonte: (Todo Estudo, 2023)

A) Identifique a política a que a charge faz referência.


B) Conceitue a política retratada na charge.
C) Justifique a força de São Paulo e Minas Gerais na política nacional da Primeira República.

6 – (MPE-GO – adaptada) Durante a Primeira República (1889-1930), houve, na sociedade brasileira,


revoltas que, a despeito das diferenças, expressaram a insatisfação e a crítica de grupos populares
quanto aos mecanismos de exclusão social e política e às estratégias de expansão dos interesses

172
oligárquicos, então vigentes.
Assinale a alternativa que identifica CORRETAMENTE revoltas dessa natureza:
A) Guerra de Canudos e Revolta da Vacina.
B) Revolta Federalista e Guerra do Contestado.
C) Revolta da Vacina e Revolta da Armada.
D) Revolta da Chibata e Revolta Federalista.
E) Revolta Federalista e Revolta da Armada

7 – (FUVEST 2009 - adaptada) Em um balanço sobre a Primeira República no Brasil, Júlio de Mesquita
Filho escreveu:
“... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um
número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas
assembleias estaduais e federais”. (A crise nacional, 1925.)
De acordo com o texto, o autor:
A) critica a autonomia excessiva do poder legislativo.
B) critica o poder oligárquico.
C) defende o regime parlamentarista
D) defende a supremacia política do sul do país.
E) propõe limites ao federalismo.

8 – (adaptada) As revoltas de Canudo e Contestado, durante a República Velha, apesar de acontecerem


em pontos distantes da geografia nacional, são semelhantes em suas causas. Assinale a alternativa
correta que expressa esta coincidência:

A) tanto canudos, na Bahia, quanto contestado, no sul, lutavam pela derrubada no regime
republicano.
B) notaram melhorias em suas condições de vida.
C) tratou-se de um levante organizado por ex-escravizados que pediam equiparação de direitos
civis com os brancos.
D) os dois acontecimentos foram capitaneados por militares que insuflaram a população pobre
contra a república recém-instaurada.
E) Antônio conselheiro, importante figura da guerra do contestado, era visto por seus seguidores
como um indivíduo com poderes sobrenaturais, tal como o monge joão maria, do arraial de
canudos.

9 – (ACAFE- adaptada) “No dia seguinte, centenas deles se entregaram, atendendo a um apelo do
governo. Um grupo se dispôs, porém, a resistir. O forte voltou a ser bombardeado por mar e por aviões.
Dezessete militares, com a adesão ocasional de um civil, decidiram sair pela praia de Copacabana, ao
encontro das forças governamentais. Na troca de tiros, morreram dezesseis, ficando feridos os tenentes
Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Os Dezoito do Forte começaram a criar a legenda do tenentismo.”
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 5ª edição. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997. Página 308.

O texto evidencia uma revolta do movimento tenentista brasileiro. Acerca desse movimento, assinale a
alternativa correta.

173
A) a Revolta do Forte de Copacabana foi uma tentativa de impedir a posse de Humberto Castelo
Branco após a efetivação do regime militar no Brasil.
B) ocorreu na chamada República Velha ou Oligárquica. Buscavam mudanças no cenário político,
administrativo e eleitoral do Brasil.
C) combateram principalmente o governo provisório de Getúlio Vargas e exigiam a criação de
uma nova constituição.
D) repelia posições comunistas e anarquistas e suas proposições giravam em torno da
substituição do Estado burguês pela ditadura do proletariado como via de se chegar ao
socialismo.
E) as principais revoltas tenentistas ocorreram após a implantação do Estado Novo por Getúlio
Vargas, com o apoio de militares de alta patente.

10 – (UEMG- adaptada) Nos anos vinte a sociedade brasileira viveu um período de grande efervescência
e profundas transformações. Mergulhado numa crise cujos sintomas se manifestaram nos mais variados
planos o país experimentou uma fase de transição cujas rupturas mais drásticas se concretizariam a
partir do movimento de 1930.
FERREIRA, Marieta de Moraes; PINTO, Surama Conde Sá. A Crise dos anos 20 e a Revolução de Trinta . Rio de Janeiro: CPDOC,
2006. 26f.

Dentre as diversas manifestações que compõem a crise da República Velha brasileira, nos anos 20 do
século XX, encontra-se o movimento tenentista.

É CORRETO identificar o Tenentismo como

A) movimento liderado pelos membros do exército filiados ao recém fundado PCB e que visava
fazer no Brasil uma revolução socialista nos moldes da Revolução Russa, que havia eclodido
alguns anos antes.
B) motim acontecido no seio do exército e que objetivava a imediata destituição do ministro civil
da guerra, que havia impedido os militares brasileiros de participarem da Primeira Grande
Guerra.
C) foi uma manifestação dos antigos grupos dominantes afastados do poder devido à
proclamação da República.
D) revolta de militares de patentes baixas e intermediárias, representantes das camadas médias
da população, que questionavam a estrutura política vigente no país e desejavam reformas
que levassem à moralização da política brasileira.
E) movimento de militares de alta patente que, insatisfeitos com sua exclusão política, entraram
em confronto com o exército legalista, derrubando o presidente Washington Luís e pondo fim
à República Velha.

174
Vamos investigar e comparar o século XX com o século XXI na atualidade?

Procure imaginar e compreender como 1- A atual conjuntura do surto de COVID 19, está sob
era sua cidade ou seu lugar de controle por causa da vacinação em massa. Você
moradia no início do Século XX. acha que é possível fazer paralelos entre a Revolta
da Vacina do início da República e a atual
1- Quantos habitantes tinham na sua conjuntura marcada pelo COVID -19?
cidade ou município naquela época? 2- Você acha que guerra entre Israel e o Hamas,
2- Quem ou quais famílias faziam parte que começou no dia 7 de outubro de 2023, após
da elite? ataques do grupo terrorista ao território israelense,
3- Como eram as relações sociais? tem ressonância no Brasil? Quais?
4- Quais as formas de lazer que
existiam. 3- A questão dos povos indígenas ou povos
5- Quais eram as principais atividades originários está presente em nossa realidade atual?
econômicas. Justifique.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).


Prezado estudante!
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito de grandes proporções e que, de uma forma ou outra, afetou
grande parte dos países pelo mundo afora.
Faça a leitura minuciosa do texto abaixo. Depois da leitura faça as atividades propostas para melhor
fixação e consolidação do tema. Para aprofundar pesquise também na internet, nos livros didáticos
disponíveis na sua escola e consulte o seu professor (a), sempre que tiver dúvidas.

Primeira Guerra Mundial: antecedentes

▪ Belle Époque: período marcado, na Europa e EUA, pelo otimismo, pela intensificação da vida
urbana, por inovações nas artes e nas ciências, no transporte e nas comunicações.
▪ Imperialismo: busca por mercados e matérias primas; discurso sobre superioridade
branca/ocidental; disputas por territórios.
Mapa Domínios europeus no continente africano entre os séculos XIX e XX
Fonte: (Curso Enem Gratuito, 2023)

175
▪ Política de Alianças: as disputas e tensões no continente europeu fizeram com que buscasse
alianças para se protegerem frente aos seus possíveis adversários.
No decorrer da Guerra vão ocorrer alterações nessas alianças
▪ Paz Armada: À medida que as tensões cresciam, as nações investiram mais na produção e no
aperfeiçoamento de armas cada vez mais letais.

Países que compuseram a Tríplice Aliança e Tríplice Entente na primeira Guerra

Fonte: (Infoenem, 2017)


As tensões nos Balcãs e o estopim da I Guerra
▪ A região dos Balcãs combinava uma série de tensões nacionalistas, associada a interesses do
Império Austro-Húngaro, Russo e Turco-Otomano.

▪ O assassinato do herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando, foi o estopim


para a I Guerra Mundial.

1ª Guerra Mundial: o conflito


▪ A Política de Alianças transformou um conflito local em uma Guerra Continental (Julho e
Agosto/1914);
▪ Império Austro-Húngaro declara guerra à Sérvia;
▪ Rússia declara guerra ao Império Austro-Húngaro;
▪ A Alemanha declara guerra à Rússia e à França;
▪ Para atacar a França, a Alemanha invade a Bélgica;
▪ A Inglaterra declara guerra à Alemanha.
▪ 1ª Fase da Guerra: chamada de Guerra de Movimento – Invasão da França e batalhas na
frente oriental;
▪ Patriotismo e otimismo: a crença em um conflito rápido.

Guerra de trincheiras (1915-1917)


▪ Equilíbrio de forças na frente ocidental;
▪ Guerra de trincheiras: poucos avanços e muitas mortes;
▪ Derrotas russas na frente oriental;
▪ Uma guerra disputada nos campos de batalha e na economia;
▪ O otimismo dá lugar à tragédia.

176
Primeira Guerra Mundial

Fonte: (Wikipedia, 2023)


De cima para baixo, da esquerda para a direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-planador
Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma trincheira, metralhadora comandada por um
soldado usando máscara contra gases e o fundamento do navio de guerra HMS Irresistible após bater
em mina.

O conflito em 1917 e 1918


▪ 1917 – Entrada dos EUA na Guerra – rompimento do equilíbrio;
▪ 1917 – Revolução Russa;
▪ 1918 - Rússia sai da Guerra;
▪ 1918 – Rendição Alemã.

Algumas consequências do conflito


▪ Perdas humanas em uma escala inédita (+ de 20 milhões de perdas);
▪ Alemanha é declarada culpada pela Guerra (Tratado de Versalhes);
▪ Reconfiguração do mapa europeu: Fim dos Impérios Centrais;
▪ A Revolução Russa;
▪ O fortalecimento dos EUA;
▪ Crise econômica na Europa, especialmente na Alemanha;
▪ Nova inserção das mulheres no mercado de trabalho e a reivindicação por direitos (O
movimento sufragista).

Os tratados do pós-Primeira Guerra


"A rendição alemã e a assinatura do Tratado dos “Catorze Pontos para a Paz” ou os 14 pontos de
Wilson não selaram definitivamente as questões abertas com o conflito da Primeira Guerra. Algumas
potências ainda buscavam um tratamento mais rigoroso às nações derrotadas na guerra,
principalmente a Alemanha. Por isso, em 28 de junho de 1919, as principais nações vencedoras do
conflito reuniram-se no Palácio de Versalhes, em Paris, para novas negociações de paz.

177
Preocupados com a possibilidade de outra desgastante guerra, os Estados Unidos pleitearam a criação
da Sociedade das Nações. Esse órgão teria caráter internacional e deveria julgar as tensões militares
na esfera internacional. Por outro lado, França e Inglaterra queriam proteger seus interesses
econômicos à custa dos povos vencidos. Os ingleses exigiam o controle sobre as colônias e rotas
marítimas alemãs. Já a França pleiteava a reconquista da região da Alsácia-Lorena e o pagamento de
indenização pela Alemanha."

"Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos
lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior
domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África
foram divididas entre ingleses, belgas e franceses. As colônias alemãs no Pacífico foram entregues ao
domínio do Japão e da Inglaterra."
(Veja mais sobre "Os tratados do pós-Primeira Guerra" em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos-
primeira-guerra.htm).

Os reflexos da Guerra
A Primeira Guerra Mundial provocou alterações significativas no panorama político-social mundial, e
seus reflexos extrapolaram os prejuízos e mortes causados pelas batalhas.
Os países europeus perderam o domínio sobre a economia mundial, dando espaço para os Estados
Unidos, surgindo, portanto, uma nova potência.
A influência cultural europeia sobre o resto do mundo também foi reduzida e os valores do
eurocentrismo passaram a ser questionados. Razão, progresso e valorização da ciência foram
colocados em dúvida depois de terem colaborado para uma Guerra tão destrutiva.
No campo social, uma mudança importante também ocorreu. A Guerra matou aproximadamente 10
milhões de pessoas, a maioria homens entre 19 e 40 anos de idade. Esse fato fez com que se tornasse
necessária ainda durante o conflito, a substituição da mão de obra masculina nas frentes de trabalho.
As mulheres entraram de vez no mundo das fábricas, e, com o fim da Guerra, essa situação não se
alterou. O papel feminino deixou de ser o de dona de casa e, com isso, novas necessidades
surgiram. O movimento feminista também ganhou força na busca por direitos. Nos Estados Unidos, na
Inglaterra e em outros países, surgiram as sufragistas, que lutavam, pelo direito ao voto da mulher.
(Texto adaptado do Sistema de Ensino Bernoulli-Livro 2-Volume 1- História-9º ano-pág.22)

E o Brasil? Como ficou durante e depois da 1ª Guerra?


▪ O Brasil declara guerra à Alemanha, mas não chega a participar diretamente do conflito;
▪ A Guerra incentiva a substituição de importações (industrialização);
▪ Fortalecimento das lutas sindicais (greve de 1917 e fundação do Partido Comunista em 1922);
▪ As mulheres lutam nas fábricas por melhores condições de trabalho e na política pelo direito de
voto 1932/1934 – A conquista do direito ao voto.

Mulheres: exclusão, lutas e conquistas


▪ As condições das mulheres no Brasil das primeiras décadas do Século XX: negação da
cidadania;
▪ Lutas por direitos sociais e políticos: redução da jornada; igualdade na remuneração e direito
ao voto;
▪ Década de 30: a conquista do voto e a longa batalha pelo reconhecimento.

178
Carlota Pereira de Queiroz, a única mulher da Assembleia Constituinte de 1934

Fonte: (Wikipedia, 2023)


1 − Faça uma linha do tempo que represente os principais acontecimentos da I Guerra Mundial. Em
seguida,
A) Elabore um quadro com os principais protagonistas da Guerra e suas perdas humanas no
conflito.
B) Aponte as principais consequências da 1ª Guerra Mundial.

2 − (UNIFOR CE/2017) A Primeira Grande Guerra Mundial foi um conflito de largas proporções e
consequências desastrosas para a Europa e para o mundo, tanto do ponto de vista humano quanto do
ponto de vista material. Pode-se afirmar sobre este acontecimento histórico que:

A) a Inglaterra e a França estavam mais avançadas tecnologicamente do que a Alemanha.


B) após a guerra, o centro dinâmico do capitalismo continuou sendo a Europa, com os Estados
Unidos em segundo plano.
C) as colônias não contribuíram para o esforço de guerra dos países beligerantes.
D) a Alemanha assumiu o pagamento pelos danos causados pela guerra, em termos razoáveis e
recíprocos.
E) as causas econômicas fundamentais da Primeira Guerra foram a busca agressiva por novos
mercados e o crescimento da Alemanha.

3 − (Enem-2014 adaptada) Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que terminou
com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação
nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do
Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.

O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida em que

A) difundiu as teorias socialistas.


B) multiplicou os conflitos religiosos.
C) superou as crises econômicas.
D) acirrou as disputas territoriais.
E) conteve os sentimentos xenófobos.

179
4 – (Enem-2009-adaptada) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a
inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana.
Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade
do século XX estão:
A) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
B) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
C) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
D) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
E) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

5 – Fale sobre a participação do Brasil durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).

6 – (PUC-Campinas-adaptada) Em relação às causas da Primeira Guerra Mundial é correto afirmar que:

A) A incapacidade dos Estados liberais em solucionar a crise econômica do século XIX colocou em
xeque toda a estrutura do sistema capitalista. A instabilidade política e social das nações
europeias impulsionou as disputas colonialistas e o conflito entre as potências.
B) O sucesso da política de apaziguamento e do sistema de aliança equilibrou o sistema de forças
entre as nações europeias, acirrando as lutas de conquista das colônias da África e da Ásia.
C) O expansionismo na Áustria, a invasão da Polônia pelas tropas alemãs assustaram a Inglaterra
e a França, que reagiram contra a agressão declarando guerra ao inimigo.
D) O desequilíbrio entre a produção e consumo incentivou a conquista de novos mercados
produtores de matérias-primas e consumidores de bens de produção reativando as rivalidades
entre os países europeus e os da América do Norte.
E) A desigualdade de desenvolvimento das nações capitalistas europeias acentuou a rivalidade
imperialista. A disputa colonial marcada por um nacionalismo agressivo e pela corrida
armamentista expandiu os pontos de atrito entre as potências.

7 – (UFR/adaptado)
"A mesma velha trincheira, o mesmo paisagem,
Os mesmos ratos, crescendo como mato,
Os mesmos abrigos, nada de novo,
Os mesmos e velhos cheiros, tudo na mesma.
Os mesmos cadáveres no front,
A mesmo metralha, das duas às quatro,
Como sempre cavando, como sempre caçando,
A mesma velha guerra dos diabos."
(soldado inglês)
"Estamos tão exaustos que dormimos, mesmo sob intenso barulho. A melhor coisa que poderia
acontecer seria os ingleses avançarem e nos fazerem prisioneiros. Ninguém se importa conosco. Não
seremos substituídos. Os aviões lançam projéteis sobre nós. Ninguém mais consegue pensar. As rações
estão esgotadas - pão, conservas, biscoitos, tudo terminou! Não há uma única gota de água. É o próprio
inferno.
(soldado alemão)
MARQUES. Adhemar Martins. (Org.) et al. História Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2000. p. 118 e 120.

Os fragmentos apresentam o depoimento de dois soldados, um inglês e o outro alemão, durante a


Primeira Guerra Mundial (1914 -1918).

180
A) Identifique características que estejam presentes em ambos os textos e expressem os
sentimentos dos combatentes nessa fase da Primeira Guerra.
B) Explique a razão para a Primeira Guerra ter frustrado as esperanças de que seria somente
um curto conflito.

8 – O conflito de 1914-1918 deixou em campos opostos os seguintes países:

A) Alemanha, Império Austro-Húngaro (Tríplice Entente) e França contra Inglaterra, Rússia e


Estados Unidos (Tríplice Aliança).
B) Alemanha, Império Russo e Itália (Tríplice Entente) contra Inglaterra, Império Austro-Húngaro
e Estados Unidos (Tríplice Aliança).
C) Alemanha, Itália e Império Austro-Húngaro (Tríplice Aliança) contra Inglaterra, Rússia e
França (Tríplice Entente).
D) Alemanha, Itália e Império Turco-Otomano (Tríplice Entente) contra Inglaterra, Rússia e
Império Austro-Húngaro (Tríplice Aliança).
E) Alemanha, Itália, Estados Unidos (Tríplice Aliança) e Rússia, Inglaterra e Império Austro-
Húngaro (Tríplice Entente).

9 – (UERJ/ Adaptado) Observe as gravuras referentes ao período da Primeira Guerra Mundial.

1916, mulheres trabalham em fábrica de munição em Londres. Mulheres na Primeira Guerra Mundial.
Fonte: (Archive of Modern Conflict London/Reuters-UOL, 2015)

Fonte: (Mulheres de luta, 2022)

Considerando os acontecimentos desse período, DESCREVA uma transformação social que, decorrente
da Primeira Guerra, está diretamente relacionada às gravuras.

10 – Leia o texto abaixo e responda o que se pede.

Estamos num contexto mundial de duas guerras em diferentes regiões que nos deixam apreensivos,
apesar da distância territorial que nos separam. Uma é a Guerra entre a Rússia e a Croácia, que já passa
de um ano de luta. E a outra é a Guerra entre Israel e o Hamas que está perto de completar um mês. A
palavra “guerra”, suscita nos seres humanos pensamentos desagradáveis como morte, perdas
econômicas, destruição, fugas, fome, entre outros.

Você acha que faz sentido comparar a guerra na Ucrânia com a Primeira Guerra Mundial?

181
A Revolução Mexicana – 1910.

Leia o texto abaixo que faz uma síntese sobre essa Revolução e responda o que se pede. Sempre que
precisar consulte seu livro didático, internet ou peça ajuda para o seu professor (a).

Revolução Mexicana de 1910

No ano de 1910, o México se encontrava sob a liderança política de Porfírio Díaz, que havia implantado a
ditadura no México no ano de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911, permanecendo mais de trinta anos no
poder.
Durante a ditadura porfirista, prevaleceram as grandes propriedades da terra e a ausência de liberdades
democráticas. Porfírio Díaz conduziu a classe latifundiária a assumir as ideias da burguesia norte-
americana e europeia, negando todas as tradições indígenas mexicanas. A política de José Porfírio visou
valorizar a entrada de capital estrangeiro para explorar os recursos minerais e vegetais e para fabricar
produtos de exportação.
A Revolução Mexicana teve como luta emblemática a busca pela revalorização da cultura indígena e a
reforma agrária, ou seja, a distribuição de terras entre os camponeses. Essa necessidade de terras
gerou o início da revolução que tinha como lema “Tierra y Libertad”.
A desapropriação das terras camponesas se iniciou no período colonial (pelos colonos espanhóis) e
continuou no século XIX (com os latifundiários). A situação se agravou na ditadura de Porfírio,
culminando no ódio dos camponeses que viviam explorados. As pressões da população, da igreja e de
uma elite que fazia oposição aumentaram. Não tendo mais saída, Porfírio Díaz renunciou.
Após a renúncia de Porfírio, Francisco Madero, que era integrante de uma elite que fazia oposição ao
governo anterior, assumiu o poder no México. Madero conquistou a população mexicana com promessas
de reformas sociais que iriam diminuir a exclusão social – cerca de aproximadamente 70% da população
mexicana era analfabeta.
Com o passar do tempo, o novo governo não cumpriu com suas promessas, o que foi gerando
insatisfação entre os camponeses que reivindicavam a posse da terra por meio da reforma agrária. Dois
camponeses se destacaram na oposição ao governo de Madero: Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho
Villa’ (líderes revolucionários camponeses).
Emiliano Zapata se opôs a vários governos sucessivos no México: primeiro, o governo de Madero;
depois, o governo de Victoriano Huerta; e, por último, o governo de Venustiano Carranza. Zapata
acusou Carranza de não cumprimento da reforma agrária, tão reivindicada pelos camponeses. No ano de
1911, lançou o Plano de Ayala, que reivindicava a reforma agrária mexicana. O documento se tornou um
referencial para a luta pela terra na América Latina.
Villa e principalmente Zapata, além da reforma agrária, tinham como meta o retorno às origens (uma
revalorização da identidade indígena mexicana). Eles contestavam a transformação dos latifúndios em
fazendas modernas (agroindústrias) e queriam a volta do antigo sistema indígena de comunidades
coletivas (ejidos).
No ano de 1913, Francisco Madero foi assassinado a mando de Victoriano Huerta, que instalou
novamente a ditadura no México. O retorno à ditadura levou Villa ao norte, e Zapata ao sul, visando a
organização de novos movimentos revolucionários contra as tropas federais. Com o aumento das
pressões populares, Huerta renunciou em 1914, assumindo o poder em seu lugar, por indicação,
Venustiano Carranza, apoiado pelos Estados Unidos.
Uma nova Constituição foi promulgada no México no ano de 1917, o que levou Carranza às eleições
presidenciais, sendo eleito presidente. Esse fato desagradou bastante as camadas populares e os

182
camponeses, que continuaram os conflitos contra o governo central. Entretanto, depois da morte de
Zapata, em 1919, e de Villa, em 1923, o movimento revolucionário perdeu força, abrindo as portas para
a entrada do liberalismo com o apoio da elite proprietária de terras.
Fonte: Carvalho, 2023. Mundo Educação. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/revolucao-
mexicana-1910.htm.

1 − (UM-SP-Adaptada) Recentes acontecimentos neste país, tais como a revolta dos zapatistas e o
assassinato de um candidato a presidente, provocaram reflexões sobre a maior revolução de massas da
história latino-americana, que teve entre seus líderes Pancho Villa, Emiliano Zapata e o liberal Francisco
Madero. Apoiado na legitimidade revolucionária, o Estado bloqueou o avanço da democracia política, não
solucionando também as desigualdades sociais; um único partido controla o poder há décadas.

O texto lembra qual revolução?

A) Revolução Cubana.
B) Revolução Nicaraguense.
C) Revolução Dominicana.
D) Revolução Peruana.
E) Revolução Mexicana.

2 – (adaptada) O Exército Zapatista de Libertação Nacional, como o nome indica, inspira-se na luta
comandada por Emiliano Zapata, no sul do México, durante a Revolução Mexicana de 1910. Nesse
sentido, o movimento tem como principal reivindicação:

A) a expropriação das indústrias mexicanas em favor de seus trabalhadores.


B) a saída do México do NAFTA.
C) a ampliação da Aliança Bolivariana para as Américas (ALBA)
D) a reforma agrária.
E) atuar em escala global visando impor uma nova ordem econômica que reforce o papel dos
Estados-Nações.

3 – (ENEM - adaptada) Ao longo do século XX, diversos movimentos sociais eclodiram na América
Latina. Dentre eles, destacamos a Revolução Mexicana, iniciada em 1910, que se caracterizou, em suas
origens, como um movimento:

A) operário pela implantação de um governo socialista no México.


B) camponês de luta por uma reforma agrária.
C) burguês em defesa da industrialização do país.
D) nacionalista contrário à dominação política espanhola.
E) liberal em prol de uma aliança econômica com os Estados Unidos.

4 – (UNESP - adaptada) “O descontentamento com a desigualdade social crescia em todos os setores


populares (…) Uma situação francamente revolucionária só se criou quando a este descontentamento
generalizado se somaram dois fatos novos. Primeiro, uma grave dissensão no patriciado político
motivada pelo continuísmo de Porfírio Dias (…) Segundo, e principalmente, o surgimento de duas
lideranças camponesas autênticas: a de Emiliano Zapata (…) e a de Francisco Villa (…)”

(Darcy Ribeiro, AS AMÉRICAS E A CIVILIZAÇÃO).

183
O texto refere-se a:
A) Revolução Sandinista.
B) Revolução Cubana.
C) Revolução Mexicana.
D) Guerra do Chaco.
E) Guerra do Pacífico.

5 – (FUVEST - adaptada) A Revolução Mexicana de 1910, do ponto de vista social, caracterizou-se


A) pela forte presença de combatentes estrangeiros.
B) pela aliança entre operários e camponeses.
C) pela liderança de grupos socialistas.
D) pelo apoio da Igreja aos sublevados.
E) pela intensa participação camponesa.

6 – (UNESP, 2017 - adaptada) A Nação terá em qualquer tempo o direito de impor à propriedade
privada as modalidades ditadas pelo interesse público […]. Com esse objetivo serão determinadas as
medidas necessárias ao fracionamento dos latifúndios […]. Os povoados, vilarejos e comunidades que
careçam de terras e águas ou não as tenham em quantidades suficientes para as necessidades de sua
população terão direito a elas, tomando-as das propriedades vizinhas, porém respeitando, sempre, a
pequena propriedade.
(Artigo 27 da Constituição mexicana de 1917. Apud Héctor H. Bruit. Revoluções na América Latina, 1988).

O artigo 27 da Constituição elaborada ao final da Revolução Mexicana dispõe sobre a propriedade de


terra e:
A) corresponde aos interesses dos grandes conglomerados norte-americanos, que se instalaram
no país durante o período do porfirismo.
B) representa a vitória dos projetos defendidos pelos setores operários e camponeses vinculados
a grupos socialistas e anarquistas.
C) expõe o avanço do projeto liberal burguês e de sua concepção de desenvolvimento de uma
agricultura integralmente voltada à exportação.
D) restabelece a hegemonia sociopolítica dos grandes proprietários rurais e da Igreja católica,
que havia sido abalada nos anos de luta.
E) contempla parcialmente as reivindicações dos movimentos camponeses e indígenas, por
distribuição de

184
A REVOLUÇÃO RUSSA – 1917

Leia o texto abaixo e em seguida responda o que se pede nas atividades propostas.

Revolução Russa
No século XIX, a Rússia juntamente com a Inglaterra, França, Alemanha e a Áustria, era uma das
maiores potências europeias. Porém, enquanto os outros países cresciam, faziam reformas e se
industrializavam, a Rússia não se modernizava.
A Rússia era considerada um país atrasado em relação aos demais. Sua economia baseava-se na
agricultura. Os servos trabalhavam, mas os senhores feudais não tinham o menor interesse de
modernizar as plantações.
O país era governado pelo Czar (Imperador), que tinha poder absoluto, ou seja, todos estavam
submetidos a ele, inclusive a Igreja Católica Ortodoxa.
Entre os anos de 1854 e 1856, a Rússia entrou em guerra com a Inglaterra, França e Turquia (Guerra
da Criméia), mas foi derrotada justamente por causa do atraso em que se encontrava o país.
Então, o czar Alexandre II tomou algumas providências:
- Aboliu a servidão, vendeu terras aos camponeses e mandou ocupar novas áreas agrícolas.
Tudo isso trouxe benefícios para o país que cresceu e se tornou exportador de grãos, além de ter
favorecido o aumento da população. Esse aumento trouxe algumas consequências graves, como por
exemplo, a dificuldade de se encontrar emprego e a baixa produtividade agrícola gerando fome e
revolta.
A saída encontrada pelo governo foi estimular um programa de industrialização. O programa permitiu
que muitos estrangeiros fossem para a Rússia e várias fábricas foram implantadas entre os anos de
1880/1900 e com isso a Rússia apresentou as maiores taxas de crescimento industrial.
Enquanto o país se modernizava o absolutismo continuava intacto e isso causava descontentamento
entre a população que se unia cada vez mais.
Em 1904 a Rússia se envolveu em uma guerra contra o Japão. Este conflito desorganizou a economia
piorando a situação dos operários e camponeses. A humilhação da derrota acirrou os ânimos contra o
czar. No ano seguinte, os habitantes saíram em uma passeata a fim de entregar um abaixo-assinado
ao Imperador pedindo melhoras nas condições de vida e a instalação de um parlamento. O czar
respondeu com um massacre promovido por suas tropas, aumentando ainda mais a revolta do povo.
Apesar de tudo, ele fez algumas concessões e dentre elas estava a instalação do parlamento
(Duma).
Entre os anos de 1907 e 1914, a Rússia voltou a ter uma aparente tranquilidade, pois houve uma alta
no crescimento industrial e os camponeses ganharam terras.
Grande parte da oposição era socialista e se baseava nas ideias de Karl Marx. Eles acreditavam que
todos os problemas do país só acabariam se o capitalismo fosse abolido e o comunismo fosse
implantado.
Os comunistas se dividiam em dois grupos: Bolcheviques e Mencheviques.
- Bolcheviques: queriam derrubar o czarismo pela força e eram liderados por Lênin.
- Mencheviques: propunham a implantação do socialismo através de reformas moderadas.

185
Com o advento da Primeira Grande Guerra (1914) o povo russo se sentiu na obrigação de lutar,
porém o combate trouxe algumas consequências como: desorganização da economia; fome, pobreza
e racionamento; saques, passeatas e protestos contra o czar e enfim, a renúncia do czar em 1917
diante da pressão popular.
A deposição do Imperador não trouxe tranquilidade aos russos, pelo contrário, o conflito passou a se
dar entre os elementos da oposição.
Com a derrubada do czar, o governo provisório (cujos membros se identificavam com os interesses
da burguesia russa) assumiu o poder. Esse governo adotou algumas medidas, como: anistia para
presos políticos; liberdade de imprensa e a redução da jornada de trabalho para 8h.
Estas medidas agradaram à burguesia, mas os camponeses (queriam terras) e operários (queriam
melhores salários) não gostaram.
Os bolcheviques, aos poucos, se tornaram os porta-vozes de todas essas reivindicações.
Os sovietes eram organizações políticas que nasceram no seio das camadas populares e
representavam os interesses dos trabalhadores. Assim, havia os sovietes de operários, de
camponeses e de soldados. Expressavam uma forma de poder popular em oposição ao governo
provisório e se tornaram decisivos nos rumos políticos do país.
Alguns grupos viam nos bolcheviques a solução pra diversos problemas.
Lênin apoiado pelos sovietes e por uma milícia popular conquista a capital obrigando o governo
provisório a renunciar e assumindo o governo em 1917. Eles acreditavam que só o comunismo
poderia trazer felicidade para os russos. No poder, eles tentaram realizar e criar uma sociedade onde
todos fossem iguais e livres.
Para realizar esse sonho, foram tomadas várias medidas:
- As terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e distribuídas aos camponeses;
- Quase tudo se tornou propriedade do estado (fábricas, lojas, diversões, bancos, entre outros).
A ideia dessas medidas era criar igualdade entre os homens, pois, segundo o Marxismo, sem
propriedade não haveria exploradores e explorados.
Várias foram as dificuldades que surgiram durante o governo e o novo regime se tornava mais
autoritário, distanciando cada vez mais o sonho de criar uma sociedade onde todos fossem livres e
iguais.
Em 1921, foi permitido ao povo a abertura de pequenos negócios, pois a sociedade precisava ser
estimulada. Os camponeses voltaram a produzir para vender no mercado e as grandes empresas
estatais passaram a considerar as necessidades de consumo do povo.
Esta série de medidas ficou conhecida como Nova Política Econômica (NEP) e teve resultados
satisfatórios no campo econômico, porém no campo social não foi tão bom assim.
No campo, surgiram camponeses ricos que pagavam um salário para outros camponeses. Para os
comunistas essa atitude representava a volta da exploração capitalista.
Nas cidades, os grandes empresários lucravam com essa nova economia e isso fortaleceu o
aumento das desigualdades sociais.
Em termos políticos o poder ficou nas mãos do Partido Comunista. Outros partidos (inclusive os
demais partidos comunistas) e os sindicatos foram proibidos de funcionar.
Após a morte de Lênin, Trotsky (chefe do exército) e Stálin foram os dois líderes que disputaram o

186
poder. Stálin saiu vencedor.
Decidido a industrializar o país, ele só podia contar com dinheiro que vinha da agricultura, já que não
podia fazer empréstimos internacionais por causa da pobreza em que o país se encontrava.
Para aumentar a produtividade, foram criadas as fazendas coletivas e muitos camponeses foram
obrigados a entregar o gado e as terras ao estado para trabalharem (contra a vontade) nestas
fazendas.
Nas fábricas, os operários foram proibidos, sob ameaça de morte, de fazer greve ou mudar de
emprego. Apesar disso, as metas de Stálin foram alcançadas e a União Soviética passou por um
processo de modernização e industrialização. Porém, o totalitarismo implantado por Stálin na URSS
mantinha um rígido controle sobre a imprensa e a cultura em geral.
Texto adaptado: Gomes. 2023. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/.

Caro estudante!

Sabemos que a Revolução Russa de 1917 foi um acontecimento muito importante na história mundial,
pois pela primeira vez, as ideias socialistas chegaram ao poder num país. Abaixo segue as atividades
que te ajudarão a consolidar e aprofundar o conteúdo de forma prática e prazerosa.

Ressalto que sempre que necessário volte ao texto acima e pesquise também na internet e nos
materiais didáticos disponíveis. Qualquer dúvida recorra também ao seu professor(a) para te auxiliá-lo
nas suas dúvidas.

1 − Quais foram as principais razões da eclosão da Revolução Russa?

2 − (F. M. Santa Casa/SP - adaptada) A revolução de fevereiro de 1917, na Rússia, pode ser
caracterizada como:
A) uma luta encabeçada por Lenin para estabelecer um estado soviético.
B) um movimento de caráter burguês com o objetivo de depor o czar Nicolau II.
C) um conflito de inspiração rural a fim de apoiar os mujiques.
D) uma reação da Igreja Ortodoxa contra a prepotência de Rasputin.
E) um esforço de intelectuais, comprometidos com as ideias anarquistas de Bakunin.

3 − (UFMG - adaptada) Com relação ao processo revolucionário russo que culminou com a tomada do
poder pelos bolcheviques em 1917, pode-se afirmar que:

A) Na guerra civil entre brancos e vermelhos, os brancos receberam auxílio de mercenários de


toda a Europa, recrutados por países capitalistas.
B) O governo provisório liderado por Kerensky, tão logo assumiu o poder retirou a Rússia da
Guerra através do Tratado de Brest-Litovsky
C) O lema “Paz, Terra e Pão” adotado por Stalin, foi fundamental para a mobilização do
campesinato e seu engajamento na luta ao lado dos mencheviques.
D) Na fase denominada Comunismo de Guerra, uma das primeiras medidas tomadas por Lenin foi
a nacionalização dos bancos e das principais indústrias.
E) Na fase da NEP (Nova Política Econômica) houve estatização definitiva de todas as indústrias
bem como a proibição da entrada de técnicos estrangeiros.

187
4 − Relacione a ascensão dos bolcheviques ao poder com a Primeira Guerra Mundial.

5 − (UEFS - adaptada) Uma política foi sendo aos poucos colocada em prática, desde 1919, pelos países
vencedores na Primeira Guerra Mundial: não intervir, porém conter o bolchevismo. Formar uma
“barragem contínua”, apoiando-se no exército polonês e no exército romeno. Era o primeiro esboço do
mais tarde chamado “cordão sanitário”.
(Jean-Jacques Becker. O Tratado de Versalhes, 2011. Adaptado).

O historiador alude, implicitamente,

A) à irrelevância da revolução russa nas relações internacionais.


B) à ausência de plano no combate dos capitalistas ao socialismo soviético.
C) à aliança entre nações capitalistas e forças czaristas no combate ao socialismo.
D) à defesa pelo Ocidente das liberdades democráticas nos estados socialistas.
E) à consolidação da revolução socialista na Rússia soviética.

6 − (UESPI - adaptada) A Primeira Guerra Mundial e a Revolução Bolchevique de 1917 são parte do
mesmo contexto de conflagração militar e política. Portanto, é correto afirmar que:

A) O comunismo germânico acabou por se disseminar pela Rússia invadida, triunfando depois
como movimento revolucionário local.
B) O desfecho da revolução guarda estreita relação com o desenrolar da guerra, notadamente os
fracassos militares do exército do czar, que permitiu a morte de milhões de russos.
C) A revolução de outubro de 1917 foi induzida de fora para dentro da Rússia, sendo apoiada
sobretudo por generais cansados da guerra estrangeira contra a Alemanha.
D) A Proclamação da República de Weimar, nas fronteiras russas, desperta o sentimento
republicano, e também socialista, no povo russo, que proclamou a república soviética.
E) O czar da Rússia aliou-se aos inimigos externos da Tríplice Aliança, e, internamente, entregou
“todo o poder aos sovietes”.

7 − (UNISA/SP - adaptada)

1. Fica abolida a propriedade privada da terra, sem qualquer indenização.


2. Todas as grandes propriedades territoriais, todas as terras pertencentes à Coroa, às ordens
religiosas, à Igreja, compreendendo o gado, o material agrícola e os edifícios com todas as suas
dependências, ficam à disposição dos comitês distritais agrários e de camponeses até a reunião da
Assembleia Constituinte.
(John Reed. Dez dias que abalaram o mundo, 2002)

O texto faz referência

A) às medidas adotadas pelo partido bolchevique após a tomada do poder na Rússia em 1917.
B) às propostas do presidente Roosevelt para combater a Grande Depressão causada pela crise
de 1929.
C) aos decretos nazistas de expropriação dos bens da população judaico-alemã no final da
década de 1930.
D) à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão elaborada durante a Revolução Francesa
de 1789.
E) às Reformas de Base propostas pelo presidente João Goulart em seu comício realizado em
março de 1964.

188
8 − (FMJ/SP - adaptada) A Revolução Russa de outubro/novembro de 1917 implantou no país um
regime socialista baseado nas ideias marxistas de Estado proletário. No entanto, além da classe
operária, outro grupo social participou ativamente da luta pela queda do governo czarista. Foi

A) a burguesia, buscando desatrelar seu desenvolvimento da ajuda francesa.


B) a intelectualidade, partidária da implantação do liberalismo econômico na Rússia.
C) a nobreza, contrariada com a interferência das potências estrangeiras no país.
D) o clero, descontente com a influência do monge Rasputin nas decisões políticas.
E) o campesinato, explorado e sofrendo os efeitos da 1ª Grande Guerra.

9 − Por que podemos dizer que essa Revolução Russa mudou a história do Ocidente?

189
A CRISE DE 1929 E A ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS

Caro estudante, seja bem-vindo à segunda parte dos nossos estudos de História do 1º bimestre de
2024!
Dando sequência ao que vimos anteriormente, vamos estudar os desdobramentos, ou seja, fatos que
aconteceram no mundo e que afetaram de alguma forma a política, a economia, a cultura e a questão
social no Brasil da Primeira República.
É importante ressaltar que os conteúdos e atividades postadas neste caderno, podem ser
complementadas por seu professor (a) e por você, através de pesquisas e estudos, sempre que surgir
alguma dúvida ou dificuldade.
Bons estudos!
Segue abaixo textos que deverão ser lidos e interpretados para depois fazer as atividades propostas.

American Way of Life

● O American Way of Life surgiu no período entre guerras (1918-1939), com base no vertiginoso
aumento da produção industrial estadunidense, no grande sentimento de euforia pelo término da
Primeira Guerra mundial (1914-1918) e na promoção do incentivo ao consumismo no país.

● Com base nas ideias de trabalho, liberdade, consumo, privacidade e nas promessas de progresso
e felicidade, o modelo estabeleceu os valores e ideais do cidadão norte-americano, tentando
homogeneizar a população e criando um sentimento de pertencimento.

● É importante lembrar que a população afro-americana não usufruiu do American Way of Life, na
medida em que ainda lutava pelos direitos civis.

● Apesar do estilo de vida ter surgido no período entre guerras, ele foi retomado durante a Guerra
Fria e amplamente divulgado pelo rádio, TV e cinema, a fim de exportar o ideal capitalista,
fazendo dos EUA uma vitrine de sucesso.

● Entre as suas características, encontram-se o liberalismo, o nacionalismo, o capitalismo, a busca


pela felicidade e o consumismo midiático.

● Teve forte influência no Brasil durante o governo populista de Getúlio Vargas, que estabeleceu
acordos comerciais para a importação de produtos estadunidenses, entre eles, eletrodomésticos e
carros.

● Gerou o endividamento de grande parcela da população estadunidense, o que, associado à euforia


e à especulação da Bolsa de Valores, desencadeou a Crise de 1929, culminando na Grande
Depressão.

● O cenário de industrialização e a ampliação do acesso aos meios de comunicação, tais como TV,
rádio e cinema, possibilitaram a difusão do American Way of Life para o mundo.
Texto adaptado: Cardoso, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/american-way-of-life.htm.

190
Crise de 1929

A Crise de 1929, ou Grande Depressão, foi o colapso do capitalismo e também do liberalismo


econômico. Ficou conhecida como uma crise de superprodução.
"A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, foi uma forte recessão econômica que
atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Marcou a decadência do liberalismo
econômico, naquele momento, e teve como causas a superprodução e especulação financeira.
Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto de maior economia do
mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial, a economia americana já possuía índices que
comprovavam essa supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência
econômica internacional dos Estados Unidos.
Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra, a década de 1920 foi um
período de grande euforia econômica, o qual ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para
o português como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou marcado
principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias, consolidando o American way of life, o
estilo de vida americano.
O avanço da economia americana tornou o país responsável pela produção de 42% de todas as
mercadorias feitas no mundo. A nação também era a maior credora do mundo e emprestava
vultuosas somas de dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a Primeira
Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram responsáveis por comprar 40% das
matérias-primas vendidas pelas quinze nações mais comerciais do mundo.
Essa euforia econômica refletia-se na população a partir de um consumismo acelerado, levando as
pessoas a comprarem carros e artigos eletrodomésticos de maneira desenfreada. Esse consumismo
ancorava-se, em parte, na expansão do crédito que acontecia no país sem nenhum tipo de regulação
ou intervenção estatal. A expansão do crédito também cumpria importante papel no financiamento
de diferentes atividades econômicas.
Com esse quadro, os Estados Unidos viviam um momento de pleno emprego e rápido crescimento
industrial. Entre 1923 e 1929, os Estados Unidos possuíam uma taxa média de desemprego de 4%, a
produção de automóveis no país aumentou 33%, o número de indústrias instaladas no país
aumentou por volta de 10% e o faturamento do comércio quintuplicou.
Por causa do boom econômico e da onda de euforia, as pessoas passaram a investir de maneira
intensa no mercado financeiro, disparando a especulação monetária. Durante a década de 1920, os
investimentos nas ações das empresas na bolsa de valores de Nova Iorque tiveram saltos
consideráveis.
O sentido de especulação financeira aqui está relacionado com pessoas que compravam ações na
bolsa, esperando que elas se valorizassem, para logo em seguida revendê-las. Esse processo fazia
com que os valores das ações aumentassem — pois havia muitos compradores — e criava uma falsa
sensação de prosperidade. A continuidade desse falso cenário de prosperidade financeira e a
superprodução resultaram na quebra da economia americana."
Toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. O crédito desregulado e o
crescimento da especulação financeira criaram uma bolha de falsa prosperidade que estava à beira
do precipício. A sociedade tornou-se incapaz de perceber o que estava prestes a acontecer. Esse
processo foi explicado pelo historiador Hobsbawm da seguinte maneira: o que acontecia, como
muitas vezes acontece nos booms de mercados livres, era que, com os salários ficando para trás, os

191
lucros cresceram desproporcionalmente, e os prósperos obtiveram uma fatia maior do bolo nacional.
Mas como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do
sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação.
Isso, por sua vez, provocou o colapso.
A questão salarial que foi mencionada no trecho acima é muito importante para entendermos uma
das facetas da crise: a superprodução. Na década de 1920, a indústria dos Estados Unidos expandiu-
se e a produtividade do trabalhador aumentou. Esse aumento na produção, no entanto, não foi
acompanhado de aumentos salariais, pois os salários permaneceram estagnados. Assim, o mercado
não teve condições de absorver a quantidade de mercadorias que eram produzidas (nem o mercado
americano nem outros países conseguiam absorver essas mercadorias). Isso abalou a esperança de
rápida prosperidade de muitos que tinham ações de empresas americanas.
Milhares de pessoas resolveram vender as suas ações no dia 24 de outubro de 1929, no que ficou
conhecido como Quinta-feira Negra. Nesse dia, mais de 12 milhões de ações foram colocadas à
venda, o que deixou o mercado em pânico. Essa situação se estendeu por dias e na segunda, dia 28,
mais 33 milhões de ações foram colocadas à venda. Imediatamente o valor das ações despencou, e
bilhões de dólares desapareceram. A economia americana quebrou.

Consequências da Crise de 1929


Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país
como um efeito dominó. O período mais crítico foi de 1929 a 1933; logo após, os efeitos da crise
foram enfraquecendo-se, principalmente por causa da intervenção do Estado na economia com o
New Deal (Novo Acordo).
Separamos abaixo alguns dados que evidenciam o impacto da crise na economia dos Estados
Unidos:
PIB nominal dos Estados Unidos caiu aproximadamente 50%; O desemprego disparou e alcançou
27% (era 4% antes da crise); Importações caíram 70%; Exportações caíram 50%; Diminuíram em
90% os empréstimos internacionais; Produção industrial caiu, no mínimo, 1/3; Produção de
automóveis foi reduzida em 50%; Salário médio na indústria caiu 50%; Falência de milhares de
empresas e bancos; Milhares de pessoas perderam instantaneamente todo seu patrimônio, uma vez
que ele estava investido em valores da especulação que haviam desaparecido com a quebra da
bolsa.
Os efeitos da crise espalharam-se pelo mundo, por isso, a economia de diversos países entrou em
recessão, e o desemprego disparou mundo afora.
A situação era tão crítica que o desemprego alcançou níveis altíssimos nos seguintes países: (Grã-
Bretanha: 23%), (Bélgica: 23%), (Suécia: 24%), (Áustria: 29%), (Noruega: 31%), (Dinamarca:
32%),
(Alemanha: 44%).
A maioria desses países teve dificuldade em reduzir esses índices mesmo após 1933. Vale dizer
também que esses dados nos dão uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-
direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930.
Ao todo, o comércio internacional foi reduzido em aproximadamente 1/3."
Fonte: Adaptado. Silva, 2023. Brasil Escola. Disponível em: em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.

192
O que foi o New Deal

▪ Após longos períodos de prosperidade, a economia norte-americana foi impactada pela quebra da
Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. A crise faliu empresas e desempregou milhões de
pessoas, causando vários problemas sociais. Os republicanos perderam as eleições presidenciais de
1932, e o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito para a Casa Branca, propondo um
programa econômico que recuperaria as finanças dos Estados Unidos e retomaria o seu pleno
desenvolvimento.
▪ O New Deal, como foi intitulado o programa do governo Roosevelt, aplicou as ideias econômicas de
John Keynes de maior intervenção estatal na economia. Até 1929, o liberalismo econômico fez com
que os órgãos governamentais não fiscalizassem as transações econômicas e as movimentações
financeiras feitas pela Bolsa de Valores de Nova Iorque, a principal do mundo capitalista.
▪ A proposta de Roosevelt para recuperar a economia norte-americana era: aumentar a presença do
Estado na economia ao fiscalizar as movimentações financeiras, controlar a produção para que as
mercadorias estocadas pudessem ser comercializadas, e executar obras públicas para acelerar a
criação de empregos.
▪ A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, afundou a economia norte-americana em
uma grave crise, gerando desemprego e pobreza. Outros países também foram afetados pela
quebra da bolsa, e suas economias também colapsaram. Enquanto o mundo capitalista estava em
crise, a União Soviética não sentiu diretamente os efeitos e pôde se posicionar como uma
alternativa ao modelo econômico predominante no Ocidente.
Texto adaptado: Higa, 2023. Mundo Educação. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/new-
deal.htm.

Pesquisem em dicionário ou na internet o significado de “totalitarismo e de autoritarismo”. Depois


que eles conceituarem, coloque na lousa os seus significados.
•Totalitarismo – condicionamento e controle dos indivíduos por parte do Estado, destituindo-os de
direitos. Exemplos: stalinismo soviético, fascismo italiano, nazismo alemão.
•Autoritarismo – Estado forte e ditatorial, mas que não impõe uma ideologia nem o controle total
sobre o indivíduo. Exemplos: salazarismo português, franquismo espanhol.
Em seguida caracterize um ‘Estado totalitário’.

Diferenças entre fascismo e nazismo

Fascismo como sistema de governo


O fascismo foi um movimento político que nasceu na Itália, após a crise deixada na Europa pela
Primeira Guerra Mundial. Em 1922, Benito Mussolini fundou o Partido Nacional Facista, cujos
princípios eram fundamentalmente autoritários, imperialistas, antiliberal e antidemocrático.
Com raízes totalitárias, o movimento fascista acreditava no poder centralizado, em que apenas uma
pessoa poderia tomar decisões, sendo colocada em uma posição de idolatria por toda a população
sem sofrer julgamentos ou críticas.
Neste regime, os líderes poderiam controlar e fiscalizar toda a comunicação de massa, disseminando
ideologias e impedindo que fossem divulgadas críticas ao seu governo. A oposição e os inimigos do

193
regime eram brutalmente ameaçados e perseguidos por meio de violencia, prisão, tortura e até a
morte.
Além dessas características, o governo fascista visava a expansão de seu poder por meio de conflitos
internacionais. Entre seus objetivos estavam conquistar novos territórios, ampliar sua força e investir
em força bélica, armas e equipamentos de guerra.

O que é nazismo?
Regime nazista surgiu na Alemanha com a ascensão de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos
Trabalhadores Alemães ao poder, de 1933 a 1945. Sua corrente de pensamento baseava-se no
totalitarismo e antissemitismo, o que daria início a Segunda Guerra Mundial e geraria o maior
extermínio étnico da história, o Holocausto.
Diferente do fascismo, as principais raízes do nazismo era sua corrente de pensamento que
acreditava no racismo científico: crença que defendia a existência de raças de seres humanos
superiores a outras, levando em consideração fatores étnicos, raciais e socioculturais.
Durante o regime nazista, Hitler e seus seguidores pregavam que a “raça ariana” e alemã, era
superior as outras, e portanto, todas as outras nações deveriam se curvar. Crendo nisso, o regime
alemão procurava se expandir por outros territórios da Europa e combater o que eles acreditavam ser
o seu maior inimigo: os judeus.
Mesmo com o termo “Socialista” utilizado no nome do partido nazista, o conceito empregado por
Hitler se diferenciava do de Karl Marx, que era judeu. O “socialismo” de Hitler tratava-se da
exaltação do nacionalismo e do Estado alemão.
A luta de classes defendida pelo socialismo de Marx, era uma corrente de pensamento contrária ao
que os nazistas acreditavam. Os nazistas defendiam força e controle do Estado, acima de tudo e
todos, mas ainda assim defendendo unidades privadas.
Fonte: Fundação 1º de Maio, 9 nov. 2022. Disponível em:https://www.fundacao1demaio.org.br/diferencas-entre-fascismo-
e-nazismo/.

Caro estudante, leia e analise os textos abaixo. Se tiver alguma dúvida peça ajuda ao seu (a)
professor(a).

Crise de 1929: Impactos no Brasil

Nessa época, o Brasil tinha o café como principal e maior produto de agroexportação. Os
Estados Unidos da América era o maior comprador do nosso grão. Com a Grande Depressão, os EUA e
diversos importadores diminuíram o consumo do café brasileiro – o que diminuiu drasticamente o
preço do produto. Então, o governo brasileiro optou por fazer a compra e queima dos
excedentes das colheitas, com isso, o estoque era diminuído e o grão valorizado.
Internacionalmente, os países que estavam atrelados ao sistema de crédito norte-americano também
foram atingidos e sofreram uma grande recessão. No caso do Brasil, a redução da exportação de café
foi um dos principais efeitos, a qual resultou na limitação da entrada de dividendos e reduziu a
capacidade de importações do país.
Os cafeicultores tiveram prejuízos gigantescos. No auge dessa crise, o país enfrentou transformações
políticas profundas com o acontecimento da Revolução de 1930. O novo governo teve Getúlio Vargas
como presidente provisório.

194
Para superar esse cenário negativo, o governo brasileiro, com Getúlio Vargas na presidência (1930-
1945) – além de realizar a famosa compra e queima do café excedente para ajudar os produtores,
adotou medidas protecionistas com o intuito de incentivar a indústria nacional e alinhar a produção
agrária a esses interesses.
Além da compra e queima de café, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café (CNC) para
proteger o principal produto do país.
Assim, foi necessário diversificar a indústria nacional para abastecer o mercado interno, causando
assim uma inflexão no modelo importador até então vigente para uma nova matriz nacional de
produção e consumo, além de aumentar a entrada de capital nas indústrias do país. Tais ações
fizeram a indústria brasileira crescer 11,2% entre 1933-1939 dissipando, assim, os efeitos da crise no
país.

Textos compilados e modificados.


Silva, 2023. Brasil Escola. Disponíveis em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/crise29.htm.
Elias, 31 out. 2022. Estratégia Vestibulares. Disponível em:
https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/historia/crise-de-1929/.
Info Enem, 23 abr. 2021. Disponível em: https://infoenem.com.br/como-a-crise-de-1929-afetou-o-brasil/.

Crise de 1929 atingiu economia e mudou a ordem política no Brasil

A Crise de 1929 atingiu em cheio a economia do Brasil, muito dependente das exportações de um
único produto, o café. Mas, mais do que gerar dificuldades econômicas, o crash que completa 80
anos em 2009 provocou uma mudança no foco de poder no país, acabando com um pacto político
interno que já durava mais de trinta anos.
Entre os anos de 1894 e 1930, o presidente da República foi eleito pelos paulistas barões do café
num mandato, e no outro pelos pecuaristas mineiros. Era a chamada política do café com leite,
viabilizada pela hegemonia da oligarquia cafeeira paulista na época e que garantiu a formação de
uma economia agrícola praticamente monoexportadora no país.
Em 1929, a quebra nos mercados acionários do mundo provocou uma forte queda nos preços
internacionais das commodities. "O Brasil era fortemente dependente das exportações de café, e
tinha uma enorme dívida externa, que precisava ser financiada com essas vendas", afirma o professor
de História Econômica da FEA-USP, Renato Colistete.
Além da queda nos preços, a crise provocou uma diminuição na renda e no consumo no mundo todo,
prejudicando ainda mais as vendas de café. As exportações do produto, que chegaram a US$ 445
milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. A cotação da saca no mercado
internacional, caiu quase 90% em um ano.

Fogueira
Na tentativa de conter a queda, o governo federal comprou grande parte dos estoques dos
produtores, e queimou 80 milhões de sacas do produto. "A ideia era queimar para diminuir a oferta e
aumentar o preço internacional, porque o Brasil era o maior país exportador", segundo Marcos
Fernandes, coordenador do Centro de Estudos dos Processos de Decisão da FGV-SP.
"A crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos
urbanos e das oligarquias dissidentes de outros Estados, que almejavam o controle político do Brasil",

195
explica Wagner Pinheiro Pereira, doutor em História pela USP e autor do livro "24 de Outubro de
1929: A Quebra da Bolsa de Nova York e a Grande Depressão".

Poder
O que aconteceu, então, foi que o foco do poder no país foi deslocado para o gaúcho Getúlio Vargas,
que se tornou presidente da República após a Revolução de 1930. "Do ponto de vista político, a crise
foi importante porque desviou o foco do poder para Getúlio Vargas e para um projeto de
industrialização", diz Fernandes.
O novo presidente, porém, sabia que, mesmo com o fim da oligarquia paulista, o café não podia ser
deixado de lado. Assumiu, então, uma nova política de defesa da cafeicultura, na tentativa de
equilibrar os preços e evitar a superprodução.
"Não podemos esquecer que Getúlio era o pai dos pobres e a mãe dos ricos", diz Fernandes. "Ele
tratou de não romper tão radicalmente com a oligarquia agrícola, e o café continuou sendo
importante no Brasil. Isso começa a mudar mesmo a partir de Juscelino Kubitschek e, principalmente,
a partir do Golpe de 1964."
A Grande Depressão, porém, dificultou os esforços do governo para ajudar o café e "somente no final
da década de 1930 o café começou a recuperar os bons preços nos mercados internacionais",
segundo Pereira.
Texto. Disponível em: Fonte: Vallone, 24 out. 2009. Folha de São Paulo. Disponível em:
https://m.folha.uol.com.br/mercado/2009/10/642391-crise-de-1929-atingiu-economia-e-mudou-a-ordem-politica-no-
brasil.shtml?loggedpaywall#_

Depois da leitura e análise do texto, responda à pergunta abaixo no caderno:

Quais as consequências que o Brasil sofreu após a Crise de 1929?

Para finalizar e aprofundar ainda mais o tema estudado, elabore um texto sobre a crise de 1929,
abordando os antecedentes, causas e consequências. Para melhor embasamento na escrita do texto,
consulte o Mapa Mental da Crise de 1929, que se encontra-se disponível em:
https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-mapa-mental/. Blog: Ensinar História - Joelza Ester
Domingues.

196
Fonte: (Domingues, 2015)

ATIVIDADES
1 – (Estratégia Vestibulares-modificada) "A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de
Pittsburgo, o plantador de café brasileiro, o artesão de Paris e o banqueiro de Londres, todos foram
atingidos". (Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T. I. Flamarion).
O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados Unidos, da qual resultou:

A) a imediata valorização dos preços da produção industrial e fim da acumulação de estoques.


B) o aumento do número das sociedades acionárias e da especulação financeira.
C) a expansão do sistema de crédito e do financiamento ao consumidor
D) o abalo do liberalismo econômico e a tendência para a prática da intervenção do Estado na
economia.
E) o crescimento acelerado das atividades de empresas industriais e comerciais, e o pleno
emprego.

197
2 − (UFRGS) No período chamado de Entre-Guerras, um acontecimento norte-americano alcançou
repercussão mundial. Trata-se da Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em outubro de 1929.
Foram causas dessa Crise econômica a (o):
A) intervenção do Estado na economia, contrariando o ideal do liberalismo, profundamente
arraigado na cultura norte-americana.
B) retomada da produção europeia, o aumento do preço do petróleo no mercado internacional e
a redução do consumo interno.
C) explosão do consumo, o aumento das taxas de juros e uma sequência de nacionalizações de
empresas estrangeiras.
D) aumento das exportações e dos preços dos produtos, sem que houvesse um aumento de
produção de matérias-primas.
E) superprodução agrícola e industrial, a diminuição nos níveis de exportação e a queda nos
preços no mercado interno.

3 − (Mackenzie-SP-adaptada) A partir do ano de 1932, o presidente norte-americano F. D. Roosevelt


adotou um conjunto de medidas, o New Deal, com o objetivo de resgatar o crescimento econômico
interrompido pelo Crack de 1929.
Entre essas medidas, destacam-se:
A) Privatização da previdência social, aumento da jornada de trabalho e proibição da construção
de obras públicas.
B) Venda de empresas estatais e incentivo ao aumento da produção de produtos agrícolas.
C) Incentivo à construção de obras públicas, intervenção estatal na economia e controle da
produção visando à manutenção dos preços dos produtos.
D) Redução dos salários dos empregados e fim do seguro-desemprego.
E) Desenvolvimento da previdência social e fim da intervenção estatal na economia.

4 − (UFPE) Após a Primeira Guerra Mundial, a febre de negócios baseada na especulação provocou a
Crise de 1929. Identifique, nas alternativas a seguir, os principais fatos que a produziram.
A) Aparecimento de ideologias como o fascismo e o nazismo.
B) Superprodução de mercadorias e saturação dos mercados consumidores.
C) Retraimento do crédito e proibição das exportações.
D) Equilíbrio entre a agricultura e o comércio.
E) Má colheita e demanda ilimitada da indústria.

5 − (Enem–2009) A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no presidente americano
Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) um dos seus vencedores. New Deal foi o nome dado à série de
projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da intensificação da
prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com outros programas de
ajuda social, o New Deal ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de 1933. Esses projetos
federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte da força de trabalho norte-
americana continuasse desempregada em 1940. A entrada do país na Segunda Guerra Mundial, no
entanto, provocou a queda das taxas de desemprego e fez crescer radicalmente a produção industrial.
No final da Guerra, o desemprego tinha sido drasticamente reduzido.
EDSFORD, R. Americas’s response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 (Adaptação).

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A partir do texto, conclui-se que:
A) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou
uma corrida armamentista.
B) a Crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
C) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
D) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala,
na economia.
E) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da Segunda Guerra Mundial e foi bem-
sucedida, apoiando-se em suas necessidades.

6 − (Nova Iorque, 29 (UP) A Bolsa de Títulos abriu com uma baixa de proporções sem precedentes.
Porém, logo a seguir, manifestaram-se os efeitos do mais poderoso apoio bancário que jamais fora
prestado ao mercado. As cotações estabilizaram-se e chegou-se mesmo a verificarem-se algumas altas.
Mais de 3.250.000 ações foram vendidas nas primeiras horas de funcionamento do mercado. A firma
corretora John J. Bell, não conseguindo enfrentar os compromissos assumidos, suspendeu as suas
transações. É esta a primeira falência (…)
Folha da Manhã, 30 outubro, 1929.
Sobre a crise citada no texto, é correto afirmar que:
A) nasceu do violento intervencionismo estatal, característico das economias capitalistas após a
Primeira Guerra Mundial.
B) foi precipitada pela inadimplência dos países emergentes, produtores de matérias-primas.
C) foi reflexo da expansão do movimento socialista no mundo todo, ameaçando a economia
capitalista.
D) refletiu a destruição material e de capitais provocada pela Segunda Guerra Mundial.
E) surgiu da violenta especulação da Bolsa de Valores, em decorrência da expansão econômica
norte-americana após a Primeira Guerra Mundial.

7 − (UFJF-MG- adaptada) Leia atentamente o texto abaixo:

Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe de serem um porto seguro das convulsões de continentes
menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que foi o maior terremoto global medido na escala
Richter dos historiadores econômicos (…). Em suma: entre as guerras, a economia mundial capitalista
pareceu desmoronar. Ninguém sabia exatamente como se poderia recuperá-la.

HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 91.

Assinale a alternativa correta:

A) Uma das principais alterações na ordem capitalista, após 1930, foi o aumento da intervenção
do Estado na economia.
B) Enquanto a crise da economia capitalista acentuava-se no entre-guerras, fortaleciam-se os
regimes democráticos.
C) A Europa, principal credor dos Estados Unidos nos entreguerras, não foi afetada pela crise de
1929.
D) Após a crise de 1929, fortaleceu-se o liberalismo econômico.
E) Atingindo fundamentalmente o sistema bancário, a crise de 1929 não alcançou a produção
industrial, estimulada pelo crescimento do consumo.

199
8 − (Ensinar História-adaptada) A riqueza de uns e a pobreza de outros:
Observe as duas imagens do Natal de 1928, nos Estados Unidos e responda o que se pede:

“O senhor acha que estará trabalhando o ano que vem, papai?”

Caricatura norte-americana de 1928, que ironiza a sociedade de consumo e o desemprego nos Estados Unidos.
fonte: https://ensinarhistoria.com.br/a-crise-de-1929-mapa-mental/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester
Domingues.

A) O que essas imagens revelam sobre a economia e a sociedade norte-americana da época?


B) Como explicar duas situações tão opostas existindo na mesma época?

9 − Que condições políticas e econômicas favorecem a emergência dos regimes totalitários?

10 − Quais eram as principais características de regimes totalitários, como o fascismo italiano e o


nazismo alemão?

11 − Explique por que em regimes como o nazista utilizava-se a propaganda como meio de
comunicação.

12 − Marque a alternativa que traz uma ação do governo brasileiro em resposta à Crise de 1929:

A) criação de uma bolsa para o grande número de desempregados.


B) promoveu grandes reformas no Rio de Janeiro para garantir emprego à população.
C) comprou dólar, aproveitando-se do câmbio favorável.
D) retirou o lastro da moeda nacional do dólar.
E) promoveu a compra de sacas de café para evitar a queda do produto.

200
REFERÊNCIAS
1916, MULHERES TRABALHAM EM FÁBRICA DE MUNIÇÃO EM LONDRES. Disponível
em:<https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/05/08/guerra-destruiu-figura-do-
homem-heroi-e-consagrou-mulher-no-trabalho.htm>. acesso em 24 out. de 2023.
A REVOLUÇÃO MEXICANA DE 1910. Disponível em:https://mundoeducacao.uol.com.br/historia-
america/revolucao-mexicana-1910.htm. acesso em 24 out. de 2023.
A REVOLUÇÃO RUSSA.(adaptado) adaptado: disponível em: <.
https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa/>. Acesso em 20 out.2024.
AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES – “De Cabresto”. Disponível emhttps://ensinarhistoria.com.br/eleicoes-na-
primeira-republica-um-outro-olhar-sobre-o-voto-de-cabresto/. Acesso em 23 out. 2023.
ATIVIDADES ADAPTADAS. Disponível em:<https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia-
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