Uc 1.fundamentos de Refrigeração e Climatização

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SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS DE
REFRIGERAÇÃO E
CLIMATIZAÇÃO
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


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Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira


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Diretor de Operações
SÉRIE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

FUNDAMENTOS
DE REFRIGERAÇÃO
E CLIMATIZAÇÃO
© 2016. SENAI – Departamento Nacional

© 2016. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Educação e Tecnologia do SENAI
de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT

FICHA CATALOGRÁFICA

S491f

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional


Fundamentos de refrigeração e climatização / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. - Brasília :
SENAI/DN, 2015.
89 p. : il. ; 30 cm. - (Série refrigeração e climatização)

Inclui índice e bibliografia


ISBN 978-85-7519-625-0

1. Refrigeração. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.


Departamento Regional de Santa Catarina II. Título. III. Série.

CDU: 621.5

SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 - Manômetro de Bourdon ............................................................................................................................31
Figura 2 - Conjunto manifold .......................................................................................................................................31
Figura 3 - Vacuômetro ....................................................................................................................................................32
Figura 4 - Esquema do efeito Peltier..........................................................................................................................38
Figura 5 - Circuito de refrigeração por absorção ..................................................................................................39
Figura 6 - Exemplo de circuito de refrigeração .....................................................................................................41
Figura 7 - Fluxograma .....................................................................................................................................................42
Figura 8 - Chiller ................................................................................................................................................................48
Figura 9 - Torre de arrefecimento ...............................................................................................................................48
Figura 10 - Isolantes.........................................................................................................................................................68
Figura 11 - Conjunto de brasagem.............................................................................................................................69
Figura 12 - Maçarico com refil .....................................................................................................................................69
Figura 13 - União de dois tubos com porca.............................................................................................................75
Figura 14 - Alicate Lokring para união de tubos a frio ........................................................................................76
Figura 15 - Conexão do tipo Schrader ......................................................................................................................76
Figura 16 - Exemplo de teste de estanqueidade...................................................................................................78
Figura 17 - Exemplo de procedimento de evacuação ........................................................................................79
Figura 18 - Exemplo de procedimento de carga de fluido................................................................................80
Figura 19 - Relação Pressão x temperatura do fluido R22..................................................................................81
Figura 20 - Recolhimento do fluido refrigerante...................................................................................................82
Figura 21 - Reciclagem do fluido refrigerante........................................................................................................83
Figura 22 - Recarga do fluido refrigerante...............................................................................................................83
Figura 23 - Cilindro de recolhimento.........................................................................................................................84
Figura 24 - Amassamento e soldagem de um tubo.............................................................................................85

Quadro 1 - Grandezas fundamentais do SI ..............................................................................................................20


Quadro 2 - Múltiplos e submúltiplos de unidades.................................................................................................20
Quadro 3 - Leis relacionadas com sistemas de refrigeração ..............................................................................21
Quadro 4 - Normas relacionadas com sistemas de refrigeração ......................................................................22
Quadro 5 - Conversão de unidades de temperatura ............................................................................................24
Quadro 6 - Medidores de temperatura .....................................................................................................................25
Quadro 7 - Unidade de calor .........................................................................................................................................26
Quadro 8 - Classificação de compressores quanto à disposição do motor .................................................43
Quadro 9 - Classificação dos compressores quanto à forma de acionamento mecânico ......................45
Quadro 10 - Condensadores resfriados a ar ............................................................................................................46
Quadro 11 - Condensadores resfriados a água ......................................................................................................47
Quadro 12 - Dispositivos de expansão ......................................................................................................................51
Quadro 13 - Evaporadores .............................................................................................................................................52
Quadro 14 - Equipamentos complementares de sistemas de refrigeração..................................................58
Quadro 15 - Regra geral para nomenclatura de fluidos refrigerantes ...........................................................59
Quadro 16 - Identificação de cores de fluido refrigerantes................................................................................60
Quadro 17 - Fluidos refrigerantes mais utilizados .................................................................................................60
Quadro 18 - Tipos de chama na brasagem...............................................................................................................70
Quadro 19 - Elementos utilizados na brasagem de sistemas de refrigeração ............................................72
Quadro 20 - Ferramentas para interligação do sistema de refrigeração e climatização..........................74
Quadro 21 - Técnicas de verificação de vazamento ..............................................................................................77
Quadro 22 - Pilares da vida profissional ....................................................................................................................87

Tabela 1 - Conversão de unidade de calor ...............................................................................................................26


Tabela 2 - Conversão de unidade de potência térmica .......................................................................................26
Tabela 3 - Conversão de unidades de pressão.........................................................................................................29
Tabela 4 - Saturação do R-22..........................................................................................................................................34
Tabela 5 - Conversão de polegadas e milímetros para diâmetros comuns em refrigeração..................67
Sumário
1 Introdução........................................................................................................................................................................13

2 Conceitos básicos em refrigeração...........................................................................................................................17


2.1 Conforto térmico..........................................................................................................................................18
2.2 Medições e sistema de unidades...........................................................................................................20
2.3 Normalização para sistemas de refrigeração.....................................................................................21
2.4 Temperatura...................................................................................................................................................22
2.5 Calor..................................................................................................................................................................25
2.6 Pressão.............................................................................................................................................................29

3 Ciclos de Refrigeração e seus componentes........................................................................................................37


3.1 Refrigeração termoelétrica.......................................................................................................................38
3.2 Refrigeração por absorção.......................................................................................................................38
3.3 Refrigeração por compressão a vapor.................................................................................................40
3.4 Compressores................................................................................................................................................42
3.5 Condensadores.............................................................................................................................................45
3.6 Dispositivos de expansão.........................................................................................................................49
3.7 Evaporadores.................................................................................................................................................51
3.8 Outros elementos de sistemas de refrigeração................................................................................52
3.9.1 Classificação e identificação dos fluidos refrigerantes.................................................59
3.9.2 Fluidos refrigerantes mais utilizados..................................................................................60
3.9.3 Segurança no manuseio de fluidos refrigerantes..........................................................61
3.10 Lubrificantes de sistemas de refrigeração e climatização..........................................................61

4 Características básicas de instalação de equipamentos de refrigeração...................................................65


4.1 Equipamentos de segurança...................................................................................................................66
4.2 Instalação de tubulações..........................................................................................................................67
4.2.1 Isolantes térmicos......................................................................................................................68
4.2.2 Processos de brasagem...........................................................................................................69
4.2.3 Ferramentas para interligação do sistema de refrigeração e climatização...........73
4.2.4 Outros procedimentos para conexão dos tubos de interligação.............................75
4.3 Técnicas de reoperação do sistema.......................................................................................................77
4.3.1 Teste de vazamento..................................................................................................................77
4.3.2 Evacuação.....................................................................................................................................78
4.3.3 Carga de fluido refrigerante...................................................................................................79
4.3.4 Recuperação, reciclagem e recarga do fluido refrigerante.........................................82
4.3.5 Ajustes dos parâmetros de funcionamento do sistema de refrigeração e
climatização.................................................................................................................................84
4.3.6 Lacre da unidade selada..........................................................................................................85
4.4 Trabalho em equipe....................................................................................................................................85
4.4.1 Grupo, equipe e liderança......................................................................................................86
4.4.2 Responsabilidades.....................................................................................................................87
4.4.3 Cooperação entre pessoas e relacionamentos profissionais.....................................87

Referências...........................................................................................................................................................................93

Minicurrículo dos autores...............................................................................................................................................97

Índice......................................................................................................................................................................................99
Introdução

Seja bem-vindo à Unidade Curricular de Fundamentos de Refrigeração e Climatização.


Com estes fundamentos, você formará as bases dos conhecimentos necessários para que
possa atuar com sucesso no ramo de refrigeração e climatização comercial, sem ter dúvidas
ou cometer erros em seus serviços. Assim, é necessário ficar atento aos conceitos e técnicas
que serão abordados, pois eles serão muito importantes nas próximas etapas de conclusão do
presente curso.
Você será apresentado aos conceitos básicos envolvendo ciências térmicas, unidades de
medida, conforto térmico e medição de grandezas físicas mais relevantes para os profissionais
desse ramo. Aprenderá sobre os tipos construtivos dos sistemas de refrigeração e seu
funcionamento, podendo assim, distinguir as diferentes formas de esfriar um ambiente. Um foco
maior será dado na refrigeração por compressão de vapor, pois há um detalhe mais apurado
para cada um dos componentes desse tipo de processo, como por exemplo, o condensador, o
evaporador, os dispositivos de expansão, o compressor, as válvulas, os filtros etc. Você estudará
sobre fluidos refrigerantes e lubrificantes de sistemas de refrigeração, e entenderá como
identificá-los, bem como, as diferenças entre eles e as formas de trabalho relacionadas.
Há diferenças a serem consideradas quando se analisa a refrigeração e climatização
residencial e comercial. A residencial trabalha basicamente com temperaturas que variam
dentro dos limites de equipamentos como refrigeradores, freezers e condicionadores de ar,
enquanto que a comercial, tem uma gama maior de valores de temperaturas de trabalho, em
especial se pensar, por exemplo, na climatização de grandes shoppings centers e em câmaras
frigoríficas de açougues de supermercados.
Outro assunto que será estudado, são os fundamentos da instalação de sistemas de
refrigeração. Primeiramente, você conhecerá a importância de equipamentos de proteção
individual e o porquê de usá-los durante a execução de seus trabalhos, mesmo que não
sejam muito confortáveis. Veja que isso é importante para garantir a sua integridade física,
bem como a das pessoas a sua volta. Alguns pontos sobre a instalação de sistemas serão
abordados, como o processo de brasagem, ferramentas de interligação de sistemas e isolantes
térmicos. Na sequência, técnicas de reoperação de sistemas de refrigeração serão mostradas e
exemplificadas, como o teste de vazamento, a evacuação, a carga de fluido etc.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
14

Ao final dos seus estudos, você também aprenderá a importância do trabalho em grupo e como isso
afeta o seu futuro como profissional qualificado no ramo, vendo tópicos como grupo, equipe, liderança e
analisando o que é responsabilidade, cooperação entre pessoas e relacionamentos profissionais.
Com esta Unidade Curricular, você perceberá a importância de estar treinado para novas tecnologias e
saber lidar com os problemas que surgirão. Assim, estará capacitado para resolver os frequentes desafios
que aparecem no dia a dia.
Bons estudos!
Conceitos Básicos em Refrigeração

Você lembra o que quer dizer pressão? Sabe o que significa calor específico? A maioria das
pessoas que trabalha no ramo da refrigeração nunca se preocupou com os conceitos físicos
importantes que um profissional da área precisa saber. Contudo, para resolver os mais diversos
inconvenientes que podem acontecer nos sistemas de refrigeração e de climatização, é muito
importante ter uma base sólida de conhecimentos dos conceitos básicos dessa área.
Ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) transformar unidades de medida, utilizando o sistema internacional e o britânico;
b) verificar valores das grandezas físicas relacionadas à refrigeração e à climatização,
utilizando instrumentos de medição;
c) calcular grandezas físicas aplicadas à refrigeração e à climatização;
d) identificar algumas fontes geradoras de calor no ambiente a ser refrigerado;
e) identificar alguns instrumentos e ferramentas de sistemas de refrigeração e climatização
comercial;
f ) consultar normas técnicas.
A partir de agora, você terá a oportunidade de aprender diversos temas sobre o assunto,
portanto, aproveite esse material para aprimorar seus conhecimentos e bons estudos.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
18

HISTÓRIA DA REFRIGERAÇÃO
Desde a pré-história, os seres humanos apresentam a necessidade de buscar o resfriamento de
determinadas temperaturas, não apenas para obtenção do conforto térmico, mas também para conservar
alimentos ou especiarias. Os efeitos conhecidos por baixas temperaturas têm registros desde 2.000 a.C.,
quando os povos retiravam gelo das montanhas para sua utilização, auxiliando no resfriamento de seus
mantimentos (SILVA, 2003).
No século XVIII, blocos de gelo eram retirados de lugares muito frios e estocados em salas com forte
isolação térmica1 de modo a manter o seu estado físico, assim, tornando possível a comercialização para o
mundo todo. Por volta de 1750, um sistema de refrigeração primitivo já estava disponível através do uso de
um líquido como meio refrigerante chamado de éter. Após, em 1834, Jacob Perkins aprimorou o sistema
construindo uma máquina de refrigeração mecânica que era colocada em uso através de quatro elementos
fundamentais: compressor, condensador, dispositivo de expansão e evaporador. No ano de 1870, Cari
Von Linde introduziu no sistema a utilização da substância denominada amônia como meio circulante.
Sistemas de refrigeração passaram a dominar o mercado por volta de 1930, e após a segunda guerra
mundial, já se dispunha de compressores herméticos2 e de fluidos refrigerantes modernos, popularizando,
definitivamente, a refrigeração por compressão a vapor (SILVA, 2003). Já no Brasil, o primeiro registro de
uma instalação de um sistema de refrigeração foi no Frigorífico Renner, no município de Monte Negro no
estado do Rio Grande do Sul (RIENZO, 2006).
Sabendo um pouco da história da refrigeração, agora você lerá sobre o que é conforto térmico e como
ele pode ser determinado.

2.1 CONFORTO TÉRMICO

Cada pessoa tem uma noção diferente de conforto térmico.


Conforto térmico é a condição de temperatura e umidade ideal que os seres humanos precisam para
não sentir nem frio e nem calor. Todos têm uma temperatura do corpo diferente quando comparados,
podendo variar de 35°C a 39°C. A ISO 9241 recomenda que um ambiente de trabalho mantenha a umidade
relativa entre 40% e 80%, a temperatura entre 23°C a 26°C no inverno e 20°C a 24°C no verão e a velocidade
do ar de até 0,75 m/s (COSTA, 1982; ISO, 1999). Em geral, utiliza-se gráficos de conforto térmico para o
projeto e controle de temperatura de ambientes. Estes são compostos de informações correlacionadas
acerca da temperatura, pressão e umidade relativa do ar, parâmetros, estes, que influenciam em como as
pessoas se sentem no ambiente.

1 É uma barreira que impede a transferência de calor evitando a variação de temperatura (INCROPERA et al., 2014).
2 Inteiramente tapado, de maneira a impedir a passagem de ar; selado ou lacrado (FERREIRA, 2010).
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
19

Com as mudanças climáticas desfavoráveis ao conforto humano que têm acontecido, a climatização
passou a ser cada dia mais necessária. Ainda, não basta somente a própria temperatura do ar estar
agradável, há uma série de outros fatores que devem ser ajustados de acordo com o local do ambiente,
de modo a proporcionar o conforto térmico ideal. Segundo pesquisas da área, os fatores que devem ser
analisados para caracterizar o conforto térmico são os mostrados a seguir:
a) fatores climáticos (temperatura externa do ar, movimento externo do ar, umidade relativa do ar etc.);
b) isolamento térmico (tipo de material utilizado na construção da edificação etc.);
c) fontes de calor (equipamentos eletroeletrônicos, motores, máquinas etc.);
d) atividade física realizada no local (forte agitação, repouso etc.);
e) tipos de roupa;
f ) sexo;
g) idade;
h) fatores pessoais (estado de saúde, estado psicológico, fatores situacionais etc.);
i) qualidade do ar;
j) renovação do ar;
k) controle de temperatura.
A atenção nesses fatores pode influenciar significativamente a vida dos ocupantes do recinto em
questão (COSTA, 1982).
Muitas vezes, são consultados gráficos de conforto térmico, que são ferramentas que relacionam a
umidade relativa, a temperatura e outras condições relevantes, de forma a mostrar o conjunto de condições
que geram maior conforto para as pessoas que vivem em determinado ambiente (FROTA; SCHIFFER, 2007).

SAIBA Leia o livro: Manual de Conforto Térmico, de Frota e Schiffer, para saber mais sobre
MAIS conforto térmico.

Agora que você sabe sobre conforto térmico, estudará as unidades utilizadas para medir as grandezas
físicas que o determinam.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
20

2.2 MEDIÇÕES E SISTEMA DE UNIDADES

Para um profissional do ramo da refrigeração, é bastante necessário conhecer bem o emprego das
unidades de medida e suas escalas, pois os instrumentos utilizados para instalação e manutenção dos
equipamentos de climatização usam essas grandezas e assim, instalá-los com sucesso, depende desse
conhecimento.
O Sistema Internacional de Unidades, designado por SI, é aceito em todos os países do mundo. No
entanto, em muitos países, como os Estados Unidos, o sistema utilizado é o Sistema Inglês de Unidades.
Considerando que alguns dos polos de pesquisa mais fortes da área de refrigeração se encontram em
países que utilizam o Sistema Inglês, muitas unidades dos equipamentos desse ramo apresentam essas
unidades, de forma que é necessário que você conheça as unidades tanto de um sistema quanto do outro
(ALBERTAZZI; SOUZA, 2008; INMETRO, 2012).
O quadro que segue apresenta as grandezas fundamentais de importância para refrigeração.

GRANDEZAS FUNDAMENTAIS NO SI
GRANDEZA UNIDADE DE MEDIDA SÍMBOLO
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
Tempo Segundo s
Corrente elétrica Ampere A
Temperatura Kelvin K
Quadro 1 - Grandezas fundamentais do SI
Fonte: adaptado de Inmetro (2015)

Quanto às grandezas que possuem muitos algarismos, são expressos com múltiplos e submúltiplos, de
modo a facilitar a associação. Observe, no quadro, a seguir.

UNIDADES COM SEUS MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DECIMAIS


PREFIXO SÍMBOLO EQUIVALÊNCIA
Mega M 1 000 000 = 106
Kilo k 1 000 = 103
Hecto h 100 = 102
Deca da 10 = 101
Deci d 0,1 = 10-1
Centi c 0,01 = 10-2
Mili m 0,001 = 10-3
Micro µ 0,000 001 = 10-6
Quadro 2 - Múltiplos e submúltiplos de unidades
Fonte: adaptado de Inmetro (2015)
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
21

Depois de conhecer os múltiplos e submúltiplos de unidades e as grandezas fundamentais do SI, você


conhecerá a diferença das letras “K” e “k”, que serão explicadas no fique alerta.

A letra “K” maiúscula refere-se à escala de temperatura kelvin. Já a letra “k” minúscula
FIQUE quer dizer que está sendo multiplicado por mil. Assim, é necessário sempre, quando
ALERTA utilizar a letra “k”, pronunciar o k mais a grandeza desejada na situação (ALBERTAZZI;
SOUSA, 2008; INMETRO, 2015).

Agora que você aprendeu ou relembrou conceitos sobre unidades de medida, saberá um pouco sobre
as normas que regem o ramo de refrigeração e climatização.

2.3 NORMALIZAÇÃO PARA SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Normas são desenvolvidas para padronizar procedimentos, equipamentos, rotinas, entre outros, de
forma a permitir que, por exemplo, todos os profissionais de climatização realizem o mesmo procedimento
em qualquer lugar no Brasil. Além de ser importante no sentido de garantir resultado igual para o mesmo
procedimento, as normas são valiosas por salvaguardar a segurança do trabalhador. Portanto, esteja atento
a elas.
No quadro a seguir, serão apresentas as leis que um profissional da refrigeração precisa saber para
trabalhar de forma correta. Observe.

LEIS DESCRIÇÃO
Determina o registro no IBAMA de pessoas físicas e jurídicas que
Instrução Normativa N° 37 de 2004 do IBAMA lidem com substâncias controladas pelo Protocolo de Montreal –
Cadastro Técnico Federal (BRASIL, 2004).
Promulga a Convenção de Viena e o Protocolo de Montreal sobre
Decreto Lei 99280-90 de 1990
substâncias que destroem a Camada de Ozônio (BRASIL, 1990).
Proíbe o uso e a comercialização de várias substâncias utilizadas
Resolução do CONAMA 267 de 2000
no setor da refrigeração (BRASIL, 2000).
Proíbe o uso de alguns cilindros e dá orientações sobre reciclagem
Resolução do CONAMA 340 de 2003
de fluido refrigerante (BRASIL, 2003a).
Determina a publicação de Orientação Técnica elaborada por
Grupo Técnico Assessor, sobre Padrões Referenciais de Qualidade
Resolução RE Nº 9 de 2003
do Ar Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso
público e coletivo (BRASIL, 2003b).
Quadro 3 - Leis relacionadas com sistemas de refrigeração
Fonte: adaptado de Brasil (1990); Brasil (2000); Brasil (2003a); Brasil (2003b); Brasil (2004)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
22

No quadro a seguir, observe normas relevantes aos profissionais de refrigeração.

NORMAS DESCRIÇÃO
Bebedouros com refrigeração mecânica incorporada - Requisitos
ABNT NBR 16236:2013
de qualidade, desempenho e instalação (ABNT, 2013).
Redução das emissões de fluidos frigoríficos halogenados em
ABNT NBR 15976:2011 equipamentos e instalações estacionárias de refrigeração e ar-
condicionado. - Requisitos gerais e procedimentos (ABNT, 2011).
Sistemas de ar-condicionado e ventilação – Procedimentos
e requisitos relativos às atividades de construção, reformas,
ABNT NBR 15848:2010
operação e manutenção das instalações que afetam a qualidade
do ar interior (QAI) (ABNT, 2010).
Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários
ABNT NBR 16401-1:2008
Parte 1. Projetos das instalações (ABNT, 2008a).
Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários
ABNT NBR 16401-2:2008
Parte 2. Parâmetros de conforto térmico (ABNT, 2008b).
Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários
ABNT NBR 16401-3:2008
Parte 3. Qualidade do ar interior (ABNT, 2008c).
Tubo de cobre sem costura para refrigeração e ar-condicionado –
ABNT NBR 7541:2004
Requisitos (ABNT, 2004).
Equipamentos unitários de ar-condicionado e bomba de calor
ABNT NBR 11215:1990 - Determinação da capacidade de resfriamento e aquecimento -
Método de ensaio (ABNT, 1990).
Quadro 4 - Normas relacionadas com sistemas de refrigeração
Fonte: adaptado de ABNT (1990); ABNT (2004); ABNT (2008a); ABNT (2008b); ABNT (2008c); ABNT (2010); ABNT (2011); ABNT (2013)

Agora que você estudou as leis e normas que um profissional de refrigeração precisa dominar, estudará,
a seguir, o conceito de temperatura, suas escalas e conversões, além dos tipos de instrumentos para suas
aferições.

2.4 TEMPERATURA

Temperatura é uma grandeza física que mede o nível de agitação térmica das moléculas de um corpo.
Quanto maior a agitação, maior a temperatura e quanto menor ela for, menor a temperatura. Dependendo
dessa condição, uma substância pode se apresentar em diferentes estados físicos da matéria: líquidos,
sólidos ou gasosos. A variação desses estados é chamada transformação de estado físico (DOSSAT, 2007;
INCROPERA et al., 2014).
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
23

2.4.1 TRANSFORMAÇÕES DE ESTADOS FÍSICOS

Solidificação é a transformação do estado líquido para o estado sólido. Considere um copo com água
pura a uma temperatura de 23 °C, que está no seu estado líquido, a uma pressão atmosférica (ao nível do
mar). Se o colocar na geladeira, sua temperatura cai com seu resfriamento. Quando a temperatura chegar
a 0°C, essa água solidificará, se transformando em gelo. Já a fusão é a transformação no sentido contrário
da solidificação, ou seja, é a mudança do estado sólido para o estado líquido. Essa temperatura de 0°C é
chamada, portanto, de ponto de solidificação da água ou de fusão do gelo (DOSSAT, 2007; INCROPERA et
al., 2014).
Vaporização ou ebulição é a transformação do estado líquido para o estado de vapor. Para a água
pura, a temperatura em que isso ocorre é igual a 100°C e a mudança só ocorre se a pressão do vapor for
maior do que a pressão atmosférica. Condensação ou liquefação é a transformação do estado de vapor
para o estado líquido. A temperatura de 100°C é o ponto de ebulição da água ou o ponto de condensação
do vapor d’água (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
Ainda há as transformações diretas do estado sólido para o estado de vapor e vice-versa, chamadas de
sublimação e ressublimação, respectivamente. Esse fenômeno ocorre comumente com sprays tipo aerossol
e com a naftalina (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).

2.4.2 UNIDADES DE MEDIDA DE TEMPERATURA

Existem várias formas de medir a temperatura. Para tal finalidade foram criadas escalas termométricas
com padrões de unidades de medida, sendo as mais comuns o grau Celsius, o grau fahrenheit e o kelvin.
A escala de temperatura em graus Celsius (°C) é bastante comum nos países que usam o SI. Ela foi definida
usando o ponto 0°C como a temperatura de fusão da água e 100°C como a temperatura de ebulição da
água. A escala fahrenheit (°F) é mais usada em países que utilizam o Sistema Inglês de Unidades. O ponto
de fusão da água nela é o 32°F e o de ebulição é o 212°F, tendo entre eles 180 subdivisões. Por fim, a escala
kelvin (K) tem uma subdivisão com o mesmo tamanho da graduação da escala Celsius, mas os pontos de
referência são diferentes. Em kelvin, o ponto de fusão da água ocorre em 273,14 K e o de ebulição é 373,14
K, sendo o 0 K (zero kelvin) a menor temperatura que um corpo pode chegar (SILVA, 2003).
Vale ressaltar, que em muitos momentos você ouvirá pessoas usando o termo grau centrígrado quando
falar grau Celsius. Essa nomenclatura não existe mais desde 1948, ficando apenas grau Celsius como o
nome da unidade (INMETRO, 2015).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
24

Para realizar a conversão de valores de temperatura de uma escala para outra, utiliza-se as equações que
estão no quadro a seguir.

CONVERSÃO FÓRMULA
K para °C

°F para °C

Quadro 5 - Conversão de unidades de temperatura


Fonte: adaptado de Silva (2003); Bergman et al. (2014)

A seguir, serão apresentados os instrumentos de medição de temperatura, prossiga com seus estudos
para conhecê-los.

2.4.3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE TEMPERATURA

Existem vários tipos de medidores de temperatura, cada um com sua especialidade e melhor forma
de utilização. Os mais comuns, digitais e analógicos, são mostrados no quadro que segue (BALBINOT;
BRUSAMARELLO, 2010).

TERMÔMETRO DE BULBO

Consiste em um tubo de pequeno diâmetro e um bulbo fechado


a vácuo contendo geralmente mercúrio, o qual muda seu volume
conforme a temperatura a que está exposto, variando a altura em
Creatas ([20--?])

uma escala graduada na unidade desejada.

TERMÔMETRO DE PRESSÃO

É constituído de um bulbo que é interligado por um tubo capilar


sendo preenchido com um gás. O bulbo, ao sofrer variação na
temperatura, varia o volume do gás, aumentado ou diminuindo
Thinkstock ([20--?])

a sua pressão de forma a transmitir essa temperatura absorvida


para escala graduada de leitura.
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
25

TERMÔMETRO PENTA

Isadora Luisa Bertotto (2016)


É um equipamento muito utilizado na área de refrigeração e
climatização industrial. Ele contém cinco sensores e, dessa forma,
consegue medir simultaneamente a temperatura de cinco pontos
distintos, apresentando portanto grande versatilidade.

TERMOPARES

São um tipo de termômetro digital formado pela junção de


fios de metais distintos. Quando as uniões desses fios estão em

alexlmx ([20--?])
temperaturas diferentes, é gerada uma tensão proporcional a essa
diferença de temperatura, o chamado efeito Seeback.

TERMORRESISTORES E TERMISTORES
Termorresistores indicam a temperatura baseados na variação
de sua resistência elétrica, que oscila de acordo com a variação
da temperatura. Já os termistores são sensores de temperatura

Ryan McVay ([20--?])


feitos de material semicondutor, visualmente parecidos com os
termorresistores. Quando aplicados a circuitos eletrônicos, as
variações da temperatura implicam em variação da sua resistência
elétrica.
PIRÔMETRO

É um dispositivo que mede a temperatura sem precisar entrar


Nikita Sobolkov ([20--?])

em contato com o corpo em questão, através da radiação


infravermelha emitida.

Quadro 6 - Medidores de temperatura


Fonte: adaptado de Balbinot e Brusamarello (2010); Thinkstock (2015)

Agora que você relembrou os conceitos de temperatura, conhecerá o termo “calor”.

2.5 CALOR

Essa é uma palavra muito comum espacialmente nos dias muito quentes. Na verdade, calor é a energia
térmica em trânsito entre dois corpos com temperaturas diferentes, sendo assim, quanto maior essa
diferença, maior o fluxo de calor (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
26

Segundo Dossat (2007), calorimetria é o estudo que mede a quantidade da transferência de energia
térmica absorvida ou liberada entre dois corpos, com diferentes temperaturas entre si durante o processo
de um fenômeno físico ou químico.
A potência térmica é a quantidade de energia que transitou em um determinado período de tempo
(INMETRO, 2015; SILVA, 2003).

2.5.1 UNIDADES DE MEDIDA DE CALOR E POTÊNCIA TÉRMICA

O calor e a potência térmica são comumente medidos com as unidades mostradas no quadro a seguir.

UNIDADES DE CALOR UNIDADES DE POTÊNCIA TÉRMICA


Quilojoule (kJ) TR (Tonelada de Refrigeração)
Caloria (cal) BTU por hora (BTU/h)
Quilocaloria (kcal) Quilowatt
UNIDADES DE CALOR UNIDADES DE POTÊNCIA TÉRMICA
BTU (British Thermal Unit) Quilocaloria por hora (kcal/h)
Quadro 7 - Unidade de calor
Fonte: adaptado de Inmetro (2015)

Na refrigeração, é comum aparecer, em manuais técnicos, diferentes unidades de calor e potência


térmica. Na tabela seguinte, são mostradas as relações de conversão para energia térmica.

kJ kcal BTU kWh


kJ 1 0,239 0,948 0,000278
Para converter kcal 4,186 1 3,97 0,00116
Multiplicar por
de BTU 1,055 0,252 1 0,000293
kWh 0,0013 0,0013 0,0193 1
Tabela 1 - Conversão de unidade de calor
Fonte: adaptado de Silva (2003); Inmetro (2015); Dossat (2007)

Na tabela a seguir, são mostradas as conversões de unidades de potência térmica.

TR BTU/h kW kcal/h
TR 1 12000 3,52 3023,95
Para converter BTU/h 0,000083 1 0,00029 0,25
Multiplicar por
de kW 0,28 3412,14 1 859,85
kcal/h 0,00033 3,97 0,0012 1
Tabela 2 - Conversão de unidade de potência térmica
Fonte: adaptado de Silva (2003); Inmetro (2015); Dossat (2007)
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
27

FIQUE Quando se relaciona a energia térmica na unidade de quilowatt-hora (kWh) em


refrigeração, não se está referindo ao consumo de energia elétrica, mas sim, à
ALERTA quantidade de transferência de calor por hora.

Com o que foi visto até agora, já é possível, acertadamente, supor que, em um sistema de refrigeração
ou climatização, ocorrem inúmeros processos de troca de calor, tendo em vista o objetivo de retirar energia
de um ambiente para resfriá-lo. Antes, é necessário conhecer os tipos, os conceitos e as diferenças do calor
específico para o calor sensível e o calor latente. Acompanhe.

2.5.2 CALOR ESPECÍFICO, SENSÍVEL E LATENTE

Calor específico é a quantidade de energia necessária para variar em um grau Celsius, um quilograma
de uma substância. É uma propriedade que depende da temperatura, entretanto, no caso de gases e
vapores, o volume e a pressão em que eles se encontram também afetam essa propriedade (DOSSAT, 2007;
INCROPERA et al., 2014; SILVA, 2003).
Calor sensível é a energia trocada em um processo de transferência de calor que ocorra variando a
temperatura de um corpo sem que haja mudança em seu estado físico (DOSSAT, 2007). A equação para se
medir esse calor é dada pela expressão:

onde
Q é a quantidade de calor, em joules (J);
m é a massa, em quilogramas (kg);
c é o calor específico, em joule por quilograma grau Celsius (J/kg°C);
Δt é a variação de temperatura em (°C).
É importante ficar atento para as unidades das grandezas utilizadas em expressões algébricas, conforme
mostradas anteriormente. Usar grandezas com unidades inadequadas ou não compatíveis pode levar a
erros grosseiros nos resultados dos cálculos, por exemplo, à instalação de um sistema de refrigeração que
nunca funcionará de acordo com o especificado.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
28

Já o calor latente é a quantidade de energia movimentada em uma troca de calor em que ocorre a
mudança de estado físico da matéria, sem que haja mudança de temperatura (DOSSAT, 2007). A equação
para se calcular essa quantidade é a seguinte:

onde
Q é a quantidade de calor, em caloria (cal);
m é a massa, em gramas (g);
L é o calor latente, em caloria por gramas (cal/g).

2.5.3 TRANSMISSÃO DE CALOR E ISOLAMENTO TÉRMICO

Sendo o calor uma energia em transferência, destacam-se as formas em que essa movimentação
pode ocorrer, sendo elas: a condução, a convecção e a radiação. A troca de calor por condução ocorre
entre sólidos, líquidos parados e gases parados que estejam em contato e tenham temperatura diferente.
Já a convecção, ocorre toda a vez que um fluido, seja vapor, gás ou líquido, troca calor com objetos e
outros fluidos durante sua movimentação. Por fim, a transmissão de calor por radiação é um dos meios
mais importantes, este efeito é o único que ocorre através de ondas eletromagnéticas, podendo ocorrer
no vácuo, diferentemente da condução e da convecção que precisam de um meio físico para acontecer.
Qualquer corpo que tenha uma temperatura diferente de 0 K emite radiação, indicando que existe algum
grau de movimentação de seus átomos (DOSSAT, 2007; INCROPERA et al., 2014).
Para garantir um bom desempenho de um sistema de refrigeração qualquer, é importante que o
ambiente a ser refrigerado seja tão bem isolado quanto possível, isto é, que o ar com baixa temperatura se
mantenha dentro desse ambiente e que suas paredes evitem, da melhor maneira possível, a troca de calor
com a parte de fora. Um sistema dito de isolamento térmico, ou isolação térmica, é um sistema composto
por materiais que conduzem pouco calor. Em geral, é necessário utilizar materiais diferentes para se obter
um bom isolamento térmico, pois dificilmente um material consegue impedir a troca de calor de todas
as maneiras aqui descritas. Um exemplo disso são as garrafas térmicas, as quais são compostas de um
recipiente feito de uma superfície espelhada onde fica o líquido cuja temperatura deseja se preservar. Essa
superfície é responsável pela parte de isolamento de calor por radiação, e a parte da garrafa com vácuo em
volta dela é responsável pelo isolamento por condução e convecção.
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
29

Identificar as fontes de calor em um ambiente pode facilitar bastante o dimensionamento de um


sistema de refrigeração e climatização. A identificação de fontes geradoras de calor no ambiente, como
aparelhos eletrônicos, pessoas, fornos, entre outros, bem como um bom isolamento térmico fará com que
você consiga, por exemplo, entender o porquê de um determinado equipamento não estar conseguindo
esfriar o ambiente, como deveria.

Não é somente em aparelhos de refrigeração que usa-se isolantes térmicos para


CURIOSI melhorar o desempenho do sistema. Pode se constatar também o seu uso na
construção civil para isolar melhor ambientes comerciais. Um dos materiais usados
DADES nesse sentido é a lã de celulose, que é colocada em camadas dentro das paredes dos
estabelecimentos.

Vistos a temperatura e o calor, a última propriedade importante que será abordada é a pressão.

2.6 PRESSÃO

A pressão é definida como uma força exercida por uma unidade de área e a equação para descobrir a
distribuição média da força aplicada sobre uma determinada área é expressa na seguinte fórmula (DOSSAT,
2007):

Onde:
F é a força aplicada, em newtons (N);
A é a área de aplicação da força F, em metros quadrados (m²).
As unidades de medida mais comuns para pressão são as mostradas na tabela a seguir:

KGF/CM2 ATM PSI MMHG KPA BAR


kgf/cm2 1 0,9684 14,2 735,98 98,0665 0,98
atm 1,033 1 14,7 760 101,32 1,0133
Para psi Multiplique 0,0703 0,068 1 51,68 6,8943 0,0689
converter de mmHg por 0,0013 0,0013 0,0193 1 0,1329 0,00133
kPa 0,0102 0,0099 0,145 7,52 1 0,01
bar 1,02 0,9869 14,5 750,44 100 1
Tabela 3 - Conversão de unidades de pressão
Fonte: adaptado de Silva (2003); Dossat (2007); Inmetro (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
30

Pressão atmosférica é a força exercida pela camada de moléculas de ar sobre a superfície terrestre. Esta
pode variar de um lugar para outro, dependendo das condições meteorológicas (umidade e densidade do
ar), assim como modificação de altitude. A pressão atmosférica ao nível do mar é de 1 atm (DOSSAT, 2007).
A pressão é uma grandeza relevante para um profissional do ramo de refrigeração e climatização
comercial porque ela é um parâmetro de controle importante. Por exemplo, você pode verificar a pressão
em fluidos refrigerantes para identificar como o sistema está se comportando, ou correlacionar pressão
e temperatura para saber qual fluido refrigerante utilizar em caso de uma substituição (DOSSAT, 2007;
INCROPERA et al., 2014; MILLER; MILLER, 2014).

2.6.1 PRESSÃO RELATIVA (MANOMÉTRICA), ABSOLUTA E VÁCUO

Essa pressão é determinada tendo como referência a pressão atmosférica existente no próprio local.
Se utilizar um manômetro, que é um instrumento para medir pressões, e ajustá-lo para medir pressão
zero quando exposto somente à pressão atmosférica, qualquer pressão medida a partir daí é manométrica
(SILVA, 2003).
A pressão absoluta é o resultado medido em relação ao vácuo absoluto mais a soma de pressão relativa
e a pressão atmosférica (SILVA, 2003).
Sempre, ao medir a pressão absoluta, esta deve ser identificada de forma diferente da pressão relativa,
caso contrário, essa informação deve ser considerada como pressão relativa.
Exemplo:
(3 kgf/cm² ABS) logo, este valor refere-se à pressão absoluta.
(4 kgf/cm²) logo, este valor refere-se à pressão relativa.

2.6.2 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DE PRESSÃO

Para registrar ou atuar sobre diferentes níveis de pressão existem diversos tipos de instrumentos, sendo
que o mais empregado é o manômetro. Ele é um instrumento utilizado para medir a pressão relativa de
algum fluido contido em circuito fechado, de forma a auxiliar na indicação e monitoramento da pressão
do processo. Na área da refrigeração, o manômetro mais utilizado é do tipo de Bourdon, que pode ser
visualizado na figura seguinte.
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
31

Iren Moroz ([20--?])


Figura 1 - Manômetro de Bourdon
Fonte: Thinkstock (2015)

Nele, o fluido sob pressão entra pelo orifício da haste do tubo de Bourdon, o qual é formado por um
tubo curvado ligado a um par engrenado, sendo que uma das engrenagens tem um ponteiro indicador.
Conforme a pressão aumenta, esse tubo se dilata, de maneira semelhante à “língua de sogra” (brinquedo
de festas infantis) quando inflada, aciona as engrenagens movimentando o ponteiro proporcionalmente
à pressão aplicada. A faixa de valores que esse equipamento consegue indicar chama-se intervalo de
medição (DOSSAT, 2007; INMETRO, 2015).
Existem manômetros digitais, que utilizam parâmetros elétricos para determinar a pressão de um
duto, como por exemplo, a deformação sofrida por ele sob pressão. Ainda, usa-se manômetro em tubos
graduados, sendo esses consideravelmente mais simples (FIGLIOLA; BEASLEY, 2000).
No ramo da refrigeração, é muito comum também o uso de um instrumento chamado conjunto manifold
para medição de pressão. Ele é constituído por dois manômetros, sendo um para baixa pressão e o outro
para alta pressão, interligados por um barrilete, que tem registros para cada um dos lados (SILVA, 2003).
A figura a seguir exibe um conjunto manifold.
Andressa Vieira ([20--?])

Figura 2 - Conjunto manifold


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
32

Quando se aplica o conceito de vácuo na refrigeração, você sabe o que significa? Na sequência, esse
assunto será explicado.

2.6.3 VÁCUO

O conceito de vácuo refere-se à ausência de matéria em um determinado espaço. Quando se aplica


este conceito na refrigeração, significa que um sistema está com uma pressão negativa, ou seja, a pressão
está inferior à pressão relativa atmosférica. Para medir essas pressões menores que a pressão atmosférica,
utiliza-se um medidor chamado vacuômetro (FIGLIOLA; BEASLEY, 2000). Um instrumento desse tipo pode
ser visualizado na figura seguinte.

Andressa Vieira ([20--?])

Figura 3 - Vacuômetro
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

A seguir, será apresentado o casos e relatos, que destaca a importância da atenção na execução das
atividades.
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
33

CASOS E RELATOS

Atenção é tudo
Wagner fazia manutenções em sistemas de refrigeração de pequenos estabelecimentos comerciais
havia aproximadamente 10 anos. Sempre executava seus serviços de maneira rápida e eficiente,
em especial depois de tanto tempo destinado ao exercício dessa profissão.
Contudo, muita experiência costuma trazer também excesso de confiança. Em um de seus serviços,
ao verificar as pressões de um sistema em seus manômetros, não percebeu que as unidades utilizadas
naqueles eram inéditos e pensou que o sistema inteiro estava com defeito, por apresentar valores
diferentes dos que deveriam aparecer. Depois de desmontá-lo quase que por inteiro, demorando
três dias para tanto, descobriu o erro que havia cometido, mas acabou perdendo tempo com esse
equívoco. Agora, redobra a atenção em relação às unidades dos sistemas de medição que utiliza.

2.6.4 TEMPERATURA E PRESSÃO DE SATURAÇÃO

Apresentados os conceitos de temperatura e pressão, ainda é necessário que você conheça o termo
saturação. Saturação é a condição limite a qual um fluido refrigerante que está em uma determinada
pressão, por exemplo a pressão atmosférica, se for resfriado começa a condensar e se for aquecido garante-
- se que todo ele estará no estado de vapor, sem nenhuma fase líquida (STOECKER; JONES, 1985; STOECKER;
JABARDO, 2002).
Você precisa conhecer esse conceito porque, como verá no capítulo seguinte, em algumas partes dos
sistemas de refrigeração e climatização é bastante importante para sua eficiência e integridade que o fluido
refrigerante esteja somente na fase de vapor.
Cada fluido refrigerante tem pressões e temperaturas de transição próprias e que são correlacionadas.
Para saber quais são essas características de um fluido, é necessário utilizar uma tabela de saturação própria.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
34

A seguir, pode ser vista uma tabela de saturação para o fluido R-22.

PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DO REFRIGERANTE R-22 SATURADO


T p vl vv hl hlv hv sl sv
[ºC] [kPa] [l/kg] [l/kg] [kJ/kg] [kJ/kg] [kJ/kg] [kJ/kg K] [kJ/kg K]

-40 104,9 0,7093 205,7 155,4 233,2 388,6 0,8249 1,8251


-39 109,9 0,7108 197,0 156,5 232,6 389,1 0,8297 1,8227
-38 115,0 0,7123 188,8 157,5 232,0 389,5 0,8339 1,8205
-37 120,4 0,7138 180,9 158,6 231,4 390,0 0,8384 1,8182
-36 125,9 0,7153 173,5 159,7 230,8 390,4 0,8423 1,8160
-35 131,6 0,7168 166,4 160,7 230,2 390,9 0,8474 1,8138
-34 137,6 0,7183 159,7 161,8 229,5 391,4 0,8519 1,8117
-33 143,7 0,7198 153,3 162,9 228,9 391,8 0,8564 1,9065
-32 150,1 0,7214 147,2 164,0 228,3 392,3 0,8609 1,8074
-31 156,6 0,7229 141,4 165,1 227,6 392,7 0,8653 1,8054
-30 163,4 0,7245 135,8 166,1 227,0 393,1 0,8698 1,8033
-29 170,4 0,7261 130,6 167,2 226,4 393,6 0,8742 1,8013
-28 177,7 0,7277 125,6 168,3 225,7 394,0 0,8786 1,7993
-27 185,2 0,7293 120,8 169,4 225,1 394,5 0,8831 1,7973
-26 192,9 0,7309 116,2 170,5 224,4 394,9 0,8875 1,7954
-25 200,9 0,7325 111,9 171,6 223,7 395,3 0,8919 1,7934
-24 209,2 0,7342 107,7 172,7 223,1 395,8 0,8963 1,7915
-23 217,6 0,7358 103,7 173,8 222,4 396,2 0,9007 1,7897
-22 226,4 0,7375 99,93 174,9 221,7 396,6 0,9051 1,7878
-21 235,4 0,7392 96,31 176,0 221,0 397,0 0,9095 1,7860
-20 244,7 0,7409 92,84 177,1 220,3 397,5 0,9139 1,7842
-19 254,3 0,7426 89,53 178,3 219,6 397,9 0,9182 1,7824
-18 264,2 0,7443 86,35 179,4 218,9 398,3 0,9226 1,7806
-17 274,4 0,7461 83,32 180,5 218,2 398,7 0,9269 1,7789
-16 284,8 0,7478 80,41 181,6 217,5 399,1 0,9313 1,7771
-15 295,6 0,7496 77,62 182,7 216,8 399,5 0,9356 1,7754
-14 306,7 0,7514 74,96 183,9 216,1 400,0 0,9400 1,7737
-13 318,1 0,8432 72,40 185,0 215,3 400,4 0,9449 1,7721
-12 329,8 0,7550 69,95 186,1 214,6 400,8 0,9486 1,7704
-11 341,8 0,7569 67,60 187,3 213,9 401,2 0,9529 1,7688
-10 354,2 0,7587 65,34 188,4 213,1 401,6 0,9573 1,7671
-9 366,9 0,7606 63,17 189,6 212,4 402,0 0,9616 1,7655
-8 379,9 0,7625 61,09 190,7 211,6 402,3 0,9659 1,7640
-7 393,3 0,7644 59,10 191,9 210,9 402,7 0,9701 1,7624
-6 407,1 0,7663 57,18 193,0 210,1 403,1 0,9744 1,7608
-5 421,2 0,7683 55,34 194,2 209,3 403,5 0,9787 1,7593
Gabriela Adratt (2016)

-4 435,7 0,7703 53,57 195,3 208,5 403,9 0,9830 1,7578


-3 450,6 0,7722 51,86 196,5 207,8 404,3 0,9872 1,7563
-2 465,8 0,7743 50,23 197,7 207,0 404,6 0,9915 1,7548
-1 481,4 0,7763 48,65 198,8 206,2 405,0 0,9958 1,7533
Tabela 4 - Saturação do R-22
Fonte: adaptado de Stoecker e Saiz Jabardo (2002)
2 CONCEITOS BÁSICOS EM REFRIGERAÇÃO
35

Com a tabela, é possível saber, por exemplo, que o R-22 na temperatura de -10°C na saturação está em
uma pressão de 354,2 kPa.

RECAPITULANDO

Neste segundo capítulo, em virtude da importância dos principais temas conceituais informativos
utilizados na refrigeração e climatização comercial, você aprendeu os fundamentos sobre:
temperatura, calor, pressão e o conceito de conforto térmico. Com esses princípios, você estará
capacitado a distinguir as escalas termométricas e o procedimento para se converter grandezas
entre elas, de maneira similar com as unidades de pressão e suas conversões, assim como, entender
os tipos de energia térmica e as suas correlações, informações que foram baseadas nos principais
sistemas de medidas. Você também conheceu os sistemas de medição mais comuns no ramo de
refrigeração e climatização comerciais, como manômetros e termômetros.
É essencial o entendimento dos assuntos abordados neste capítulo, pois eles são a base para a
compreensão dos conteúdos seguintes, sendo indispensáveis para dar continuidade aos seus
estudos e para uso dentro do meio profissional da área.
Ciclos de Refrigeração e seus
Componentes

Você conhece os componentes do seu refrigerador? E do seu ar-condicionado? Esses


equipamentos são alguns dos tipos de sistemas de refrigeração que existem no mundo. Mas
existem ainda muitos outros, inclusive funcionando com princípios diferentes.
Neste capítulo, você aprenderá três diferentes tipos construtivos de sistemas de refrigeração:
refrigeração termoelétrica, refrigeração por compressão de vapor e refrigeração por absorção.
Contudo, será dada ênfase aos sistemas que trabalham com compressão de vapor mais
comuns para refrigeração e climatização comerciais. Seus estudos possibilitarão, dessa forma,
identificar características intrínsecas do seu funcionamento e manutenção, evitando que a
variabilidade dos equipamentos surpreenda.
Serão demonstrados o emprego e o posicionamento dos elementos necessários para o
funcionamento dos sistemas, abordando a função para cada caso.
Ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar os diferentes tipos de sistemas aplicados em refrigeração e climatização
comercial e seus componentes mecânicos;
b) identificar fluxogramas de sistemas de refrigeração comercial;
c) identificar a sequência de funcionamento de sistemas de refrigeração e climatização
comercial;
d) identificar fluidos refrigerantes dos sistemas de refrigeração e climatização comercial;
e) selecionar fluidos refrigerantes compatíveis com óleos lubrificantes utilizados em
diferentes sistemas de climatização;
f ) ter consciência ambiental.
Agora, prossiga com seus estudos para aprender diferentes temas que serão importantes
em suas atividades.
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
38

3.1 REFRIGERAÇÃO TERMOELÉTRICA

A essência de um equipamento de refrigeração que funciona por efeito termoelétrico consiste em dois
fios de materiais diferentes que estão interligados, de acordo com a figura a seguir.

Julio Cesar Borchers (2016)

Figura 4 - Esquema do efeito Peltier


Fonte: do Autor (2015)

Ligando uma fonte elétrica da forma como mostrada, gera-se em uma das uniões dos fios uma junção
quente e na outra, uma junção fria. De fato, ambas podem ser utilizadas dependendo do objetivo, se
usando esse tipo de sistema, pretende-se esfriar ou esquentar. Esse fenômeno chama-se Efeito Peltier e o
transdutor que funciona a partir desse princípio é chamado apenas de Peltier (BEASLEY; FIGLIOLA, 2000).
Na sequência, você estudará a refrigeração por absorção.

3.2 REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO

Esse processo de refrigeração pode atender desde sistemas de refrigeração residencial até sistemas de
grande porte comerciais e industriais.
Um exemplo de sistema que utiliza esse princípio pode ser visto na figura “Circuito de refrigeração por
absorção”, sendo comumente chamado de sistema de absorção contínua. Tudo se inicia com a presença de
uma fonte de calor, cuja função é comprimir e esquentar o fluido refrigerante. Essa fonte pode ser qualquer
dispositivo que gere calor, como uma caldeira ou um forno. Nesse local, uma solução aquosa de amônia
tem sua temperatura e pressão elevadas, o que resulta na movimentação dela juntamente com vapor de
amônia até o separador, onde o vapor de amônia se separa totalmente da solução devido à diferença de
densidade e à alta temperatura, retornando o líquido para o absorvedor e se destinando a amônia ao
condensador. Ao passar pelo condensador, ela perde calor, baixando sua temperatura e, posteriormente,
baixa sua pressão ao passar por um dispositivo de expansão, mudando de estado para líquido. Em todo o
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
39

ambiente do evaporador e do absorvedor, há vapor de hidrogênio, que induz a amônia a absorver calor
do meio que se deseja resfriar. Depois, o restante de amônia líquida e a mistura entre vapor de amônia e
de hidrogênio vão para o absorvedor e, posteriormente, para um tanque que contém uma solução aquosa
de amônia. O hidrogênio não se mistura com a água, ficando livre para preencher o ambiente, voltando,
inclusive, para o evaporador. O tanque tem comunicação com a fonte de calor, de forma que a solução é
para ele direcionada, permitindo que o ciclo se reinicie.
A seguir, observe a figura circuito de refrigeração por absorção.

Julio Cesar Borchers (2016)

Figura 5 - Circuito de refrigeração por absorção


Fonte: do Autor (2015)

Para ocorrer o funcionamento e a promoção do ciclo de refrigeração com os demais elementos é preciso
ter uma fonte de calor, podendo ser através de circulação de água quente, resistência elétrica, caldeira,
aquecimento com chama ou qualquer outra fonte geradora. O que faz com que esse tipo de sistema de
refrigeração tenha um apelo ecológico é justamente o fato de poder utilizar o calor de uma fonte, a qual, em
um primeiro momento, não seria utilizada para iniciar o ciclo térmico. Dessa forma, gera-se um ambiente
frio com uma energia que estaria sendo desperdiçada (COSTA, 1982).

A utilização desse sistema já passou por altos e baixos. Contudo, devido ao aumento
CURIOSI do uso de energias renováveis e da demanda por sistemas mais eficientes, sua
DADES utilização tem sido mais frequente, em especial, em locais que já dispõem de uma
fonte de calor.

Na seção seguinte, você poderá verificar as semelhanças entre o ciclo descrito e o ciclo por compressão
de vapor.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
40

3.3 REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO A VAPOR

O funcionamento desse sistema depende da compressão de um fluido gasoso que será o meio condutor
de energia, passando por transformações de estado, bem como mudanças na sua pressão e temperatura,
de maneira a manter um ambiente resfriado.
Esse ciclo funciona através da movimentação de um fluido, que percorre quatro elementos principais,
sendo eles: o compressor, o condensador, o dispositivo de expansão e o evaporador. A esse conjunto
de equipamentos, vão se somando outros elementos, variando de acordo com o projeto da instalação,
conforme a finalidade e o objetivo.
A seguir, será apresentado um exemplo de ciclo, sendo complementado com a figura “Exemplo de
circuito de refrigeração”. Esses elementos principais são encontrados, na figura em destaque, na cor laranja.
Quando acionado o compressor, o fluido refrigerante é enviado em alta pressão e temperatura no estado
de vapor superaquecido ao separador de óleo, que se destina a separá-lo do óleo lubrificante utilizado
para garantir o bom funcionamento dos equipamentos mecânicos pertencentes ao ciclo. Antes, porém,
a mistura escoa por um silenciador, que reduz o ruído devido à operação do compressor. O lubrificante
que foi separado retorna ao compressor pelo emprego de uma bomba que controla seu nível de óleo. O
fluido refrigerante, a outra parte da separação, segue para o condensador. Como já visto, o fluido, passando
pelo condensador, cede calor ao ambiente externo para reduzir sua temperatura, chegando a mudar de
fase para líquido, quando entra em um tanque onde é possível se compensar algum volume excedente
de refrigerante no sistema. Então, o fluido sai do tanque e passa por uma válvula de bloqueio, que é
fechada em ocasiões em que é necessária a manutenção do sistema. Neste momento, o fluido passa pelo
filtro secador que retém alguma partícula sólida e/ou umidade, e na sequência, entra no visor de líquido,
permitindo a análise da fase do fluido refrigerante. Segue, posteriormente, para a válvula de expansão,
onde sua pressão é reduzida, passando antes no filtro capilar, que retém partículas que possam entupir
o vaso fino deste elemento. No evaporador, o fluido absorve energia do ambiente a ser refrigerado. Em
seguida, ele passa no acumulador de sucção, cuja função é separar a fase líquida da fase de vapor do
fluido, permitindo somente a passagem do vapor. Por fim, o filtro de sucção serve para impedir que alguma
sujeira retorne ao compressor. Já o pressostato de alta e baixa e a válvula de bloqueio interrompem o fluxo,
caso ocorra algum defeito por falta ou excesso de pressão no funcionamento conjunto. O ciclo, então, é
reiniciado (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
41

Julio Cesar Borchers (2016)


Figura 6 - Exemplo de circuito de refrigeração
Fonte: do Autor (2015)

Um equipamento que funciona por refrigeração por compressão a vapor pode ser utilizado no modo
reverso, caracterizando uma bomba de calor ou apenas uma inversão de ciclo em um condicionador. Isso
acontece através da atuação em uma válvula de quatro vias, que é responsável pela alteração do fluxo do
fluido no evaporador e no condensador, esquentando o ambiente em que está o primeiro e esfriando o
ambiente em que está o segundo (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).

FIQUE A válvula de quatro vias também é utilizada para reverter o ciclo de refrigeradores,
ALERTA realizando o degelo da serpentina.

Muitas vezes, os sistemas de refrigeração e climatização são desenhados esquematicamente em


fluxogramas. Essa representação é muito importante em especial quando se trata de um sistema muito
grande ou complexo.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
42

A seguir, visualize o exemplo de um fluxograma, nele estão representados os componentes principais,


como compressores e condensadores, e também itens como válvulas (representado por dois triângulos
unidos por um vértice) e diâmetros das tubulações.

2”
REVA. 15 (17 kgf/cm²) (17 kgf/cm²)

1. 1/2”
1”

condensador condensador

Limite de Limite de

2”

2”
fornecimento fornecimento

1. 1/4”

1. 1/4”
1. 1/2”

1. 1/2”

3/4”
3/4”
(17 kgf/cm²)
3/4”
1/2”

1/2”

1. 1/4”

Andressa Vieira (2016)


Reservatório de 1. 1/4” Reservatório
líquido (novo) de líquido (existente)

Figura 7 - Fluxograma
Fonte: adaptado de Silva, Souza e Rocha (2014)

Na sequência, você conhecerá detalhes deste princípio, iniciando pelo compressor.

3.4 COMPRESSORES

Como visto anteriormente, o compressor é um elemento bastante importante dentro dos sistemas de
refrigeração por compressão de vapor. É a parte responsável pelo fluxo de fluido refrigerante no sistema,
permitindo, dessa forma, que ele remova a energia térmica do ambiente desejado.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
43

SAIBA Pesquise sites de empresas fabricantes de compressores, por exemplo, a Embraco, que
MAIS produz algumas das peças utilizadas pela fabricante de eletrodomésticos Whirlpool.

O compressor é selecionado para um circuito de refrigeração com base nos requisitos do local a ser
refrigerado, podendo variar seu tipo construtivo de acordo com as temperaturas envolvidas, a potência
requerida, o fluido refrigerante e o óleo lubrificante utilizados, e ainda, com questões relacionadas ao local
de instalação. De acordo com Dossat (2007) e Miller e Miller (2014), os compressores são divididos quanto
à disposição do motor. Observe.

QUANTO À DISPOSIÇÃO DO MOTOR


HERMÉTICO

Tem suas partes mecânicas e elétricas dentro de uma carcaça


soldada. Para realizar manutenção, é necessária a remoção da
solda ou o corte da carcaça, o que, em geral, leva à substituição
da peça por inteiro. É bastante compacto, ideal para aplicações

Baloncici ([20--?])
residenciais.

SEMI - HERMÉTICO

Tem partes mecânicas e elétricas juntas, mas permite algum


acesso para manutenção. Devido, especialmente, à dimensão
Antonio Mees (2016)

maior de seu tamanho, é mais usado em aplicações de maior


porte.

ABERTO

Permite acesso facilitado ao motor, viabilizando manutenções.


A transmissão de potência costuma ocorrer por elementos de
Antonio Mees (2016)

máquinas como correias. Mais comum em refrigeração industrial.

Quadro 8 - Classificação de compressores quanto à disposição do motor


Fonte: adaptado de Dossat (2007); Miller e Miller (2014); Thinkstock (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
44

Os compressores ainda são classificados quanto à forma de acionamento mecânico, como apresentado
no quadro a seguir (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).

QUANTO À FORMA DE ACIONAMENTO MECÂNICO


O movimento alternativo do pistão succiona e comprime o fluido. É um dos mais utilizados, pois pode
ser fabricado com as disposições hermética, semi-hermética e aberta, com um ou mais pistões para
compressão.

Alternativo

Julio Cesar Borchers (2016)


Funciona pela rotação excêntrica de um cilindro dentro de uma câmara. Tem excelente eficiência, mas
atende, no máximo, 3 TR. Assim, é mais usado em equipamentos de climatização.

Rotativo (de palhetas)


Julio Cesar Borchers (2016)

Duas peças em forma de caracol, uma fixa e outra móvel, são encaixadas e a móvel rotaciona-se de
maneira a conduzir o fluido para a descarga no centro da parte fixa, em alta temperatura e pressão. Sua
principal aplicação ocorre em sistemas de climatização de pequeno a médio porte com capacidades até
30HP. Possui alta eficiência.

Scroll (caracol)
Julio Cesar Borchers (2016)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
45

QUANTO À FORMA DE ACIONAMENTO MECÂNICO


Existem diferentes disposições. Dois parafusos acoplados com uma pequena folga giram, succionando
o fluido e o comprimindo até a descarga. É muito eficiente por ter poucas peças móveis. Atende
capacidades de 20 TR até 750 TR. Diferente dos outros tipos, permite grandes volumes de fluido na fase
líquida dentro do compressor.

GÁS DE SOLUÇÃO GÁS APRISIONADO DESCARGA DO


COMPRESSOR

Parafuso

Julio Cesar Borchers (2016)


ADMISSÃO GÁS
DO COMPRESSOR COMPRIMIDO GÁS SENDO
DESCARREGADO

A rotação aplicada ao fluido na sucção faz com que ele seja direcionado à cavidades menores,
aumentando sua pressão. É direcionado à aplicações de grande porte, podendo chegar a -100°C em
múltiplos estágios, com capacidade de 100 TR a 10000 TR.

Centrífugo

Julio Cesar Borchers (2016)

Quadro 9 - Classificação dos compressores quanto à forma de acionamento mecânico


Fonte: adaptado de Brown (2005); Costa (1982); Dossat (2007); Miller e Miller (2014)

O compressor é uma das peças principais de um sistema de refrigeração por condensação de vapor,
mas não é o único. O condensador é outro produto que é vital, e o porquê, será visto na seção seguinte.

3.5 CONDENSADORES

É o elemento do ciclo de refrigeração responsável por diminuir a temperatura do fluido refrigerante


logo após a sua saída do compressor. Essa mudança de temperatura é feita pela troca de calor com um
ambiente externo, que está a uma temperatura inferior à do fluido, nessa etapa do processo.
Cada aplicação de um sistema de refrigeração vai precisar de um determinado condensador, com
características convenientes para a situação. Inclusive fatores como o clima do local de instalação podem
levar à mudanças na escolha desse elemento (MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
46

Os condensadores podem ser resfriados a ar ou a água. Os que funcionam com ar são classificados
como resfriados a ar por convecção natural ou por convecção forçada.
Já os que funcionam com água, são diferenciados como duplo tubo, carcaça e serpentina ou carcaça e
tubo.
No quadro a seguir, são apresentados os tipos de condensadores resfriados a ar. Observe.

CONDENSADORES RESFRIADOS A AR POR CONVECÇÃO NATURAL

É um dos tipos de condensadores mais aplicados em sistemas


de refrigeração comercial de pequeno porte. Nele, o fluido
escoa pelo tubo em um sentido, trocando calor com o ambiente
externo, o que diminui sua temperatura. Costuma ter um feixe
de arames cilíndricos soldados sobre os tubos que ajudam na
dissipação de calor.

Andressa Vieira (2016)


CONDENSADORES RESFRIADOS A AR POR CONVECÇÃO FORÇADA

Funciona de forma parecida com a anterior, mas a convecção


é forçada por um ventilador, aumentando a eficiência da troca
de calor. Pode ser aplicado em sistemas de refrigeração e
climatização residencial, comercial e industrial com potências de
Andressa Vieira (2016)

0.5 TR até mais 500 TR. Usualmente, a montagem precisa ser em


ambientes externos e arejados, longe de fontes de calor para que
haja grande capacidade de troca térmica.

Quadro 10 - Condensadores resfriados a ar


Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014); Silva (2013)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
47

No quadro a seguir, são mostrados os condensadores resfriados a água.

CONDENSADORES DUPLO TUBO

FLUIDO REFRIGERANTE

Consiste em dois tubos montados um dentro do outro. Em um

Rosimeri Likes (2016)


E E
circula o fluido refrigerante, e no outro, a água, geralmente em

T
T

AN
AN

ER
ER
ÁGUA

RIG
RIG

REF
REF
sentido reverso. Utilizado em sistemas de refrigeração comercial.

DO
DO
ÁGUA

FLUI
FLUI
CONDENSADORES CARCAÇA E SERPENTINA
ENTRADA DE
VAPOR DE FLUIDO
SERPENTINAS REFRIGERANTE
CASCO

Similar ao anterior, consiste em tubos enrolados em espiral


SAÍDA DE ÁGUA
montados dentro de uma carcaça hermética. Nos tubos circula
a água, e dentro da carcaça, o fluido. Utilizado em sistemas de ENTRADA DE ÁGUA
refrigeração comercial.

Rosimeri Likes (2016)


SAÍDA DE FUNDO
REFRIGERANTE
LÍQUIDO

CONDENSADORES CARCAÇA E TUBO

Saída
Entrada
dos tubos
do casco Chicanas

É constituído de uma carcaça cilíndrica com uma série de tubos


dentro. O fluido circula na carcaça em volta do tubos, por onde
passa a água. Usado em sistemas comerciais e industriais.
Rosimeri Likes (2016)

Saída Entrada
do casco dos tubos

Quadro 11 - Condensadores resfriados a água


Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014); Silva (2013)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
48

A água utilizada na refrigeração de fluidos refrigerantes no condensador pode ser jogada no sistema
de esgoto, dependendo de fatores como a localização do sistema de refrigeração e a legislação vigente.
Quando não é possível fazê-lo, utiliza-se sistemas de recirculação de água. Há duas maneiras mais comuns
de fazer essa operação: por chiller e por torre de arrefecimento. Chillers são empregados para resfriar
soluções de salmoura que são utilizadas em um condensador para resfriar o fluido. São usados para
resfriamento de processos industriais, por exemplo, de usinas nucleares, e também, para climatização de
ambientes comerciais de grande porte, costuma ser montado juntamente ao condensador. Já as torres de
arrefecimento fazem o resfriamento da água através da evaporação controlada em seu interior, podendo
ficar distantes do restante do sistema, desde que a água que resfria o fluido seja bombeada até ela.
Quando se utiliza uma torre de arrefecimento, chama-se o conjunto torre e condensador de condensador
evaporativo (MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
A seguir, visualize as imagens de um chiller e de uma torre de arrefecimento.

Andressa Vieira (2016)

Figura 8 - Chiller
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
Andressa Vieira (2016)

Figura 9 - Torre de arrefecimento


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
49

Outro componente muito importante é o dispositivo de expansão, que será visto a seguir.

3.6 DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO

A função destes dispositivos é regular a pressão, garantindo que a mesma no condensador seja alta
e no evaporador, baixa, o que é bastante importante para garantir a eficiência do sistema. O fluido no
evaporador com a temperatura e pressão de acordo com o especificado pelo projeto é essencial para
conseguir remover a quantidade de energia prevista (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014;
SILVA, 2013).
O quadro, a seguir, exibe os dispositivos mais comuns. Observe.

VÁLVULA DE EXPANSÃO POR BOIA

Controla a vazão de fluido dependendo do nível dentro do


evaporador. Quando o fluido evapora mais, indicando que está

Andressa Vieira (2016)


trocando muito calor, o nível baixa, permitindo a entrada, e
vice-versa. Utilizado em sistemas de grande porte de refrigeração
comercial e industrial.

VÁLVULA DE EXPANSÃO TERMOSTÁTICA (VET)

Controla a vazão de fluido no evaporador monitorando a pressão


de um bulbo remoto na saída do equipamento. A variação de
pressão abre e fecha a entrada do evaporador, controlando
a vazão de fluido refrigerante. Utilizado em todos os tipos de
equipamentos desde pequeno a grande porte em refrigeração e
Andressa Vieira (2016)

climatização comercial e industrial.


FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
50

VÁLVULA DE EXPANSÃO ELETRÔNICA

Controla a vazão de fluido no evaporador monitorando a


temperatura de saída desse fluido, através de um circuito
eletrônico que abre e fecha a entrada. É um dos dispositivos mais
eficientes.

Andressa Vieira (2016)


TUBO CAPILAR E DISPOSITIVO TIPO PISTÂO
O tubo capilar reduz a pressão através da diminuição da seção transversal do tubo por onde passa o fluido refrigerante. É o dispositivo
mais empregado em sistemas residenciais e comerciais de pequeno porte. Facilmente utilizável em ciclo reverso.

ACUMULADOR
PLACA ÚMIDA
TERMOSTATO DE DEGELO

PONTO DE
CONTATO DO
CONTROLE

TROCADOR
DE CALOR

SERPENTINA DO
FREEZER LINHA DE SUCÇÃO

COMPRESSOR

TUBO CAPILAR RESFRIADOR DE ÓLEO LINHA DE DESCARGA


(SE UTILIZADO)

CONDENSADOR
Andressa Vieira (2016)

FILTRO SECADOR
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
51

PISTÃO

Já o dispositivo tipo pistão tem funcionamento similar ao tubo

Rosimeri Likes (2016)


capilar, sendo usado costumeiramente em equipamento de
climatização Split, de até 10 kW.

Quadro 12 - Dispositivos de expansão


Fonte: adaptado de Costa (1982); Miller e Miller (2014); Silva (2013)

Na próxima seção, será apresentado o último equipamento básico que compõe os sistemas de
refrigeração por compressão de vapor: os evaporadores.

3.7 EVAPORADORES

Esse é um dos elementos mais importantes de um ciclo de refrigeração, pois é responsável pela remoção
de calor do ambiente em que se deseja controlar a temperatura. É essencial que seja dimensionado
coerentemente com os outros componentes, de forma a garantir a troca de calor eficiente, vaporizando
todo o fluido até a sua saída (COSTA, 1982; MILLER; MILLER, 2014; SILVA, 2013).
Visualize no quadro que segue, os modelos de evaporadores.

EVAPORADOR DE PLACA

Consiste em duas chapas de alumínio prensadas com canais


internos de circulação do fluido. Utilizado em sistemas de
refrigeração comercial de pequeno porte.
Andressa Vieira (2016)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
52

EVAPORADOR DE SERPENTINA ALETADA

O ar do ambiente a ser refrigerado é ventilado através do

Andressa Vieira (2016)


evaporador. É o mais usado em sistemas de refrigeração e
climatização de grandes áreas.

Quadro 13 - Evaporadores
Fonte: adaptado de Costa (1982); Miller e Miller (2014); Silva (2013)

Devido ao fato dos evaporadores serem trocadores de calor da mesma maneira que os condensadores,
os princípios construtivos carcaça e tubo e carcaça e serpentina também podem ser utilizados como
evaporadores, dependendo das necessidades do sistema projetado. Utiliza-se, inclusive, chillers com
evaporadores em sistemas de refrigeração comerciais de grande porte e industriais (MILLER; MILLER, 2014).
Existem outros que não são vitais para o funcionamento do sistema, mas são úteis para melhorá-lo.
Alguns deles serão estudados a seguir.

3.8 OUTROS ELEMENTOS DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Como visto nos princípios de funcionamento de sistemas de refrigeração, comumente é necessário


adicionar mais elementos aos circuitos para melhorar a eficiência e garantir que o sistema funcione
bem, sem ficar defeituoso ou com frequência incômoda. O funcionamento dos sistemas não depende
diretamente da presença dos equipamentos, cujas funções estão descritas no quadro a seguir, contudo,
eles são importantes para proteger os componentes vitais durante a operação (COSTA, 1982; MILLER;
MILLER, 2014; SILVA, 2013).
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
53

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Evitar o retorno do fluido refrigerante, na


fase líquida, para o compressor.
Acumulador de sucção
Mais comum em sistemas de médio porte

Andressa Vieira (2016)


e maiores.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Reter partículas que possam chegar ao
tubo capilar.
Filtro capilar
Utilizado em sistemas que usam tubos
capilares.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Reter partículas sólidas, ácidos e umidade.
Filtro de óleo
Aplicado em sistemas de grande porte.

Reter partículas sólidas antes da entrada


do fluido no compressor.
Absorver resíduos do fluido antigo após
Andressa Vieira (2016)

Filtro de sucção troca do mesmo.


Absorver umidade.
Reter componentes ácidos resultantes da
queima do compressor.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
54

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Andressa Vieira (2016)


Reter partículas sólidas e umidade que Filtro
Filtro secante (linha de líquido). secante
possam atrapalhar a expansão do sistema.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Usado em sistemas em que a carga térmica
no evaporador varia muito, garantindo a
Intercambiador de calor
evaporação total do fluido. Aplicado em
sistemas de grande porte.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)

Proteger o circuito contra pressões fora do


Pressostato
especificado.
Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)

Proteger o compressor de variações de


Pressostato de óleo
pressão e volume de óleo no sistema.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
55

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


É usado para garantir que a diferença de
volume de fluido não cause problemas ao
Reservatório de líquido sistema. Ainda, é utilizado para recolher
fluido para fins de manutenção, para
sistemas comerciais e industriais.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Manter o óleo do compressor aquecido, na
Resistência de cárter
viscosidade correta.

Separar o óleo lubrificante do fluido,


fazendo-o retornar mais rapidamente para
Separador de óleo
Andressa Vieira (2016)

o compressor. Aplicado em sistemas de


grande porte.
Andressa Vieira (2016)

Silenciador Reduzir ruído na linha de descarga.


FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
56

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Mola de regulagem

Permitir o fluxo, de acordo com uma Diafragma

Válvula By-pass Equalizador externo


variação de pressão ou temperatura.

Sede

Andressa Vieira (2016)


Conjunto
do pistão

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Válvula de fechamento Impedir fluxo.

Permitir o fluxo do fluido refrigerante


Válvula de retenção
Andressa Vieira (2016)

apenas em um único sentido.


3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
57

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Acionar o ciclo reverso em aparelhos de
climatização de ciclos frio e quente.
Válvula de reversão
Descongelar a serpentina de refrigeradores
em processos de degelo.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Proteger o sistema contra elevação
Válvula de segurança excessiva de pressão liberando fluido para
atmosfera.

Bloquear o fluxo com possibilidade de


Válvula de serviço
medir a pressão nos tubos.
Andressa Vieira (2016)

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)

Válvula reguladora de pressão Regular a pressão do sistema.


FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
58

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Válvula solenoide Impedir fluxo com atuação eletrônica.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Analisar o estado físico do fluido, se há
Visor de líquido
vazão e se há umidade.

Quadro 14 - Equipamentos complementares de sistemas de refrigeração


Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014); QE Quality (2015); Wika (2015); Danfoss (2015); Mebrafe (2015); Elbac (2015); Elgin (2015); Emerson Climate (2015); Mabore;
(2015); Thermo Engine (2015); Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

A maioria dos filtros em refrigeração são de sentido único, isto é, só podem ser
FIQUE usados de forma que a vazão que passa por eles o faça em sentido específico. Caso
ALERTA seja instalado ao contrário, perderá sua função. Todavia, existem filtros bidirecionais,
que funcionam com qualquer sentido de passagem do fluido.

Uma informação relevante é que quando ocorre vazamento de fluido refrigerante, vaza juntamente,
um pouco de óleo do compressor. Assim, é necessário repô-lo para que o pressostato de óleo não seja
acionado.
Além desses componentes, é necessário atentar para os fluidos que fazem, de fato, com que todos esses
equipamentos cumpram sua função. São eles: o fluido refrigerante e o óleo de lubrificação. Primeiramente,
você verá o fluido refrigerante.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
59

3.9 FLUIDOS REFRIGERANTES

Para atuar no mercado profissional da refrigeração, é muito importante conhecer sobre os fluidos
refrigerantes que são veículos de troca térmica responsáveis pelo trânsito de energia do ambiente a ser
refrigerado para o ambiente externo (COSTA, 1982, DOSSAT, 2007, MILLER; MILLER, 2014).
Os fluidos mais utilizados são os compostos de dióxido de carbono, de amônia, de dióxido de enxofre,
de cloreto de metila e de hidrocarbonetos. São realizadas pesquisas no mundo todo em busca de outros
fluidos, que sejam menos inflamáveis, tóxicos, corrosivos, mais inertes quimicamente, inodoros e que
agridam menos ao meio ambiente (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).
Não há um fluido universal que reúna todas as qualidades necessárias e funcione em todos os inúmeros
tipos de formatos de sistemas de refrigeração existentes. Dessa forma, os fluidos refrigerantes são divididos
em várias classes, como você estudará a seguir (COSTA, 1982; DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014).

3.9.1 CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS FLUIDOS REFRIGERANTES

Os fluidos refrigerantes são classificados em primários e secundários, sendo (DOSSAT, 2007; MILLER;
MILLER, 2014):
a) primários são os que mudam de fase no do ciclo de refrigeração;
b) secundários são os que não mudam, sendo usados como um fluido intermediário, geralmente em
sistemas de refrigeração industriais e comerciais.
Observe a nomenclatura utilizada para identificá-los, no exemplo mostrado no quadro a seguir (DOSSAT,
2007; MILLER; MILLER, 2014).

REGRA GERAL PARA NOMENCLATURA DE FLUIDOS REFRIGERANTES


XXXX R–YYY
XXXX é relacionado à composição química dos componentes do
YYY é relacionado à origem dos componentes do gás
gás
CFC Cloro, flúor e carbono. Causa danos à camada de ozônio. 00 Derivados de metano
Hidrogênio, cloro, flúor e carbono. Menos danoso à
HCFC 100 Derivados de etano
camada de ozônio que o CFC.
Hidrogênio, flúor e carbono. Inofensivo à camada de
HFC 200 Derivados de propano
ozônio.
HC Hidrogênio e carbono. Inofensivo à camada de ozônio. 300 Derivados de butano
400 Misturas não azeotrópicas1
500 Misturas azeotrópicas
600 Compostos orgânicos
Quadro 15 - Regra geral para nomenclatura de fluidos refrigerantes
Fonte: adaptado de Dossat (2007); Miller e Miller (2014)1

1 É a mistura de dois ou mais elementos que não se combinam e que evaporam em temperaturas e pressões distintas um do outro.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
60

Além do nome, muitos fluidos refrigerantes também podem ser identificados por cores na pintura
externa do cilindro em que estão contidos, podendo variar conforme o fabricante. Acompanhe, no quadro,
alguns exemplos do fabricante Dupont.

ISCEON ISCEON

Gabriela Adratt (2016)


R134a 49 R22 R407C R410A R404A 69L R717
R413A R03B
Quadro 16 - Identificação de cores de fluido refrigerantes
Fonte: DuPont (2013)

3.9.2 FLUIDOS REFRIGERANTES MAIS UTILIZADOS

No quadro, a seguir, são mostrados alguns dos fluidos refrigerantes mais usados.

CFC R-12 HCFC R-22


Fluido bastante utilizado, mas vem sendo substituído por Fluido bastante utilizado, mas vem sendo substituído por
alternativos por conter cloro. Tem restrições de uso. alternativos por conter cloro.
HCFC R-141B HFC R-134A
Usado para remoção de umidade, resquícios de óleo e partículas Usado em refrigeração automotiva, residencial e comercial, e
sólidas. ainda como retrofit.
HCFC R-401A HCFC R-401B
Retrofit2 para o CFC R-12. Usado em refrigeração residencial e Retrofit para o CFC R-500. Usado em freezers de alta capacidade e
comercial. transporte refrigerado.
HFC R-404A HFC R-410A
Usado em refrigeração residencial, comercial e industrial. Retrofit Retrofit para o CFC R-22. Usado em refrigeração residencial e
para o CFC R-502. comercial.
HFC R-422A HFC R-422D
Retrofit para o CFC R-22. Usado em câmaras de congelados, Retrofit para o CFC R-22. Usado em sistemas tipo chiller,
refrigeração comercial e industrial. refrigeração comercial e industrial.
HFC R-437A HCFC R-502
Usado em condicionadores de ar automotivo, refrigeração Retrofit para o CFC R-22 e R-125. Usado em balcões e caminhões
doméstica, comercial e industrial frigoríficos.
Quadro 17 - Fluidos refrigerantes mais utilizados
Fonte: adaptado de Dossat (2007); Miller e Miller (2014)2

2 Termo utilizado quando se faz a conversão de um sistema de refrigeração para uso de gases menos nocivos à natureza.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
61

O fluido refrigerante não deve ser liberado na atmosfera já que, mesmo que não
FIQUE tenha cloro em sua composição, a sua emissão contribui para o aumento do efeito
ALERTA estufa.

3.9.3 SEGURANÇA NO MANUSEIO DE FLUIDOS REFRIGERANTES

Existem quatro pontos importantes na hora de avaliar se um fluido refrigerante é seguro para ser utilizado
e manuseado: a toxicidade, o potencial carcinogênico, o potencial mutagênico e a inflamabilidade. Vários
órgãos que estudam os efeitos de fluidos no ser humano têm recomendações a respeito de níveis máximos
desses parâmetros que, todavia, nem sempre são iguais. Um exemplo de classificação é a da norma ASHRAE
34-92, que diferencia os fluidos em números e letras (DOSSAT; 2004; STOECKER; SAIZ JABARDO, 2002):
a) A, não tóxicos
b) B, tóxicos
c) 1, pouco ou não inflamável
d) 2, inflamabilidade média
e) 3, inflamabilidade elevada
Fluidos como o R-134a e o R-22, bastante utilizados, têm classificação A1.
Agora que você obteve informações sobre os fluidos, chegou a hora de estudar sobre os óleos
lubrificantes dos sistemas de refrigeração.

3.10 LUBRIFICANTES DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

Os lubrificantes em sistemas de refrigeração são usados para garantir o bom funcionamento dos
componentes mecânicos, em especial o compressor. Uma questão importante a ser considerada, é que os
lubrificantes utilizados devem ser compatíveis com o fluido refrigerante, tendo em vista que eles estarão
em contato na maior parte do tempo de trabalho (DOSSAT, 2007).
De acordo com Dossat (2007) e Miller e Miller (2014), as características importantes para um óleo
lubrificante de um sistema de refrigeração são vários. Observe.
a) Viscosidade: é a resistência ao escoamento apresentada pelo lubrificante. A viscosidade correta é
importante para que ele entre em todos os locais que precisam ser lubrificados.
b) Lubricidade: se refere à capacidade do óleo de proteger as superfícies metálicas do desgaste.
c) Estabilidade química: é a habilidade do lubrificante de manter suas propriedades ao longo do tempo
de trabalho, evitando reações químicas danosas ao sistema.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
62

d) Resistência dielétrica: é a resistência que o lubrificante oferece ao fluxo de corrente elétrica, evitando
formação de curto, especialmente em compressores herméticos.
e) Ponto de fluidez: é a temperatura abaixo da qual o óleo impede significativamente o fluxo do fluido
refrigerante. Deve ser bem abaixo da menor temperatura que é alcançada pelo sistema no evapora-
dor.
f ) Miscibilidade: é a propriedade que define o intervalo de temperaturas em que há separação e mistu-
ra do óleo com o fluido.
Sempre consulte manuais, site do fabricante do fluido ou entre em contato por telefone para saber so-
bre a compatibilidade de óleos lubrificantes com esse fluido, em especial, porque essa é uma característica
que pode variar significativamente de fabricante para fabricante.
Não se recomenda a mistura de fluidos dentro de um sistema de refrigeração ou no cilindro. Mesmo
que sejam compatíveis com o lubrificante. Propriedades distintas entre eles, em especial, em relação ao
lubrificante utilizado, podem causar problemas graves no funcionamento do sistema.
Outra recomendação relevante é que, quando a parte elétrica de um compressor queimar, não basta
apenas realizar a troca desse elemento. É necessário, primeiramente, realizar uma limpeza interna de
todo o sistema para eliminar resquícios do óleo contaminado e não prejudicar o funcionamento do novo
componente.

CASOS E RELATOS

Limpeza da torre de arrefecimento


Alexandre é operador de máquina em sistemas de refrigeração. Certo dia, em uma das suas
inspeções de rotina, observou que o fluxo de água, que pingava em cima das colmeias para fazer
a troca térmica com o meio externo, estava com uma baixa vazão. Ele acionou uma prestadora de
serviços para verificar o que estava acontecendo.
Quando o suporte técnico chegou ao local, inspecionou uma série de parâmetros como: rotação
e funcionamento das bombas hidráulicas, nível da água de condensação, estado dos filtros que
retêm sujeira, ângulo correto de abertura dos registros, estado de limpeza das colmeias e base
da torre. Por fim, encontrou o problema nos esguichos de pulverização da água quente na parte
superior, alguns estavam completamente obstruídos, bloqueando cerca de 70% da vazão de água
que era derramada nas colmeias para troca térmica.
3 CICLOS DE REFRIGERAÇÃO E SEUS COMPONENTES
63

Foi feita a limpeza e o desentupimento dos esguichos, que foram recolocados em suas posições. As
bombas centrífugas foram acionadas e voltaram a manter uma vazão correta de água, solucionando
o defeito.

Revise os conteúdos estudados neste capítulo lendo o recapitulando a seguir.

RECAPITULANDO

Você chegou ao fim de mais um capítulo. Nele, foram estudados alguns sistemas de refrigeração
e climatização, especificamente refrigeração por compressão a vapor. Os funcionamentos e os
componentes de cada um foram abordados. Assim, você pôde saber o que é um compressor, um
condensador, os dispositivos de expansão e os evaporadores. Agora você é capaz de analisar um
circuito de refrigeração a vapor, identificar suas partes e entender o modo de operação de cada
elemento presente nos sistemas.
Ainda, você estudou sobre fluidos refrigerantes e lubrificantes, elementos também essenciais
para que o sistema de refrigeração cumpra sua função. Com esse estudo, você entendeu como se
determina o nome de um fluido refrigerante, qual sua composição, como identificá-lo olhando para
seu invólucro o que fazer para relacionar um fluido com o lubrificante do sistema a ser utilizado. E
ainda há muito mais para aprender. Prossiga.
Características Básicas de Instalação de
Equipamentos de Refrigeração

Nesse capítulo, será abordado o conteúdo técnico sobre tubulações de circuitos de


refrigeração e sua união com os componentes já estudados no capítulo anterior, completando
assim, a relação de conhecimentos necessários sobre o funcionamento dos equipamentos de
refrigeração e climatização. Será abordado também a importância do uso de equipamentos de
proteção individual, fortalecendo a necessidade de se ter consciência preventiva.
Será estudada a importância do trabalho em equipe durante o planejamento e execução
das atividades relacionadas, pois para que um profissional qualificado na área de refrigeração
e climatização consiga crescer profissionalmente e desenvolver suas atividades no mercado de
trabalho, com excelência, é necessário adotar certas posturas em relação às competências, pois
estas duas ferramentas fazem parte do seu marketing pessoal, questão que é muito avaliada
pelas empresas e no ramo dos negócios.
Ao final deste capítulo, você estará apto a:
a) identificar a sequência de funcionamento dos diferentes componentes da instalação de
sistemas de refrigeração e climatização comercial;
b) identificar instrumentos e ferramentas de sistemas de refrigeração e climatização
comercial;
c) utilizar alguns equipamentos, ferramentas e instrumentos necessários à instalação de
sistemas de refrigeração e climatização comercial;
d) identificar os tipos de varetas de brasagem a serem utilizados nos sistemas de refrigeração
e climatização;
e) identificar os tipos de junção a serem utilizados nos sistemas de refrigeração e
climatização;
f ) realizar a brasagem em sistemas de refrigeração e climatização;
g) montar sistemas de refrigeração;
h) utilizar equipamentos de proteção individual;
i) trabalhar em equipe;
j) ter capacidade analítica;
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
66

k) argumentar tecnicamente;
l) demonstrar capacidade de organização do próprio trabalho;
m) demonstrar versatilidade e criatividade;
n) ter capacidade de se relacionar em diversos níveis hierárquicos.
Siga em frente e bons estudos.

4.1 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

A segurança do trabalho é o conjunto de medidas adotadas para prever e evitar acidentes que
envolvam o trabalhador e as pessoas que estão a sua volta, preservando a integridade física e psicológica
dos envolvidos. Para tanto, além de uma série de medidas e práticas, é bastante importante o uso de
equipamentos de proteção individual (EPI) e de equipamentos de proteção coletiva (EPC) (SEGURANÇA,
2006).
Cada área de trabalho possui suas características próprias e formas de proteção que devem ser seguidas
para evitar problemas. Obviamente, o mesmo acontece com a refrigeração e a climatização. No Brasil, as
normas que preveem disposições acerca da segurança do trabalho são chamadas normas regulamentadoras
(NR), geridas pelo Ministério do Trabalho (SEGURANÇA, 2006).
A NR 6, norma responsável pela descrição de EPIs, lista os equipamentos necessários para cada atividade
de uma maneira genérica. Para profissionais do ramo de refrigeração, é importante atentar para cada uma
das atividades desempenhadas e, com base na norma, deve-se utilizar os equipamentos corretos, de
modo a salvaguardar sua saúde e integridade. Vale lembrar que, por mais que seja de responsabilidade
do empregador cobrar o uso de EPIs pelos seus funcionários, você é o maior interessado em proteger sua
saúde contra fatores como a radiação emitida pela brasagem de tubos, a toxicidade dos gases refrigerantes
e outros produtos químicos.
Deve-se buscar a máxima segurança nos trabalhos em altura, no momento de instalar a máquina
externa de um climatizador em um edifício, por exemplo. Nunca se deve deixar de utilizar o EPI, mesmo
que o serviço a ser feito seja rápido e simples. O menor descuido é uma oportunidade para que ocorra um
acidente (SEGURANÇA, 2006).

SAIBA Para realizar manutenção, de modo geral, em sistemas de refrigeração, procure saber
mais sobre as normas regulamentadoras (NR), preferencialmente as NR 06, NR10,
MAIS NR13, NR19, NR23 e NR35.

A seguir, você verá a instalação de tubulações.


4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
67

4.2 INSTALAÇÃO DE TUBULAÇÕES

A maioria dos tubos empregados em sistemas de refrigeração são feitos de cobre. Há, porém, ocasiões
em que, para diminuir os custos, utilizam-se tubos de ferro ou alumínio, dependendo do tipo de fluido e
pressão de trabalho (MILLER; MILLER, 2014).
Os tubos servem para conduzir o fluido refrigerante de um elemento a outro. Seus diâmetros costumam
depender de fatores como o comprimento, a potência do compressor, o número de curvas que a tubulação
fará, o tipo de fluido refrigerante, a pressão e a vazão. Essa dependência vem da necessidade de controlar
a perda de carga, que é a diminuição da pressão no fluido, conforme ele avança na tubulação, devido a
perdas de energia por atrito e mudança de direção do fluxo. Isso faz com que o compressor gaste mais
energia para realizar o mesmo trabalho, perdendo eficiência (COSTA, 1982; INCROPERA et al., 2014).
A variação do diâmetro dos tubos afeta a velocidade e, dessa forma, o atrito que age no sistema. Os
valores de velocidade do fluido no sistema são os seguintes (DOSSAT, 2007; MILLER; MILLER, 2014):
a) velocidade máxima de 20 m/s, qualquer que seja a direção do escoamento;
b) velocidade mínima de 2,5 m/s em linhas horizontais;
c) velocidade mínima em linhas verticais de 5,0 m/s.
Para se encontrar o comprimento equivalente de uma instalação, o comprimento real é calculado,
levando em conta a quantidade de desnível entre unidades e o número de curvas, obtendo a correção das
distâncias dos tubos de interligação entre unidades interna e externa (COSTA, 1982; MILLER, MILLER, 2014).
Os tubos de cobre são encontrados em dois tipos: rígidos e flexíveis. Os flexíveis costumam ser mais
baratos e os rígidos, mais utilizados em instalações que exigem maior qualidade, tendo em vista sua
característica de maior espessura de parede (COSTA, 1982, DOSSAT, 2007).
A tabela, a seguir, mostra a conversão de diâmetros comuns entre milímetro e polegada de tubos de
cobre usados em sistemas de refrigeração.

DIÂMETRO DE TUBOS
Polegadas Milímetros
1/8” 3,175
¼” 6,35
5/16” 7,9375
3/8” 9,525
½” 12,7
5/8” 15,875
¾” 19,125
Tabela 5 - Conversão de polegadas e milímetros para diâmetros comuns em refrigeração
Fonte: adaptado de Inmetro (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
68

A recomendação dos fabricantes dos sistemas de refrigeração e climatização é de que, quando


aumentado o diâmetro ou o comprimento dos tubos que interligam o sistema de refrigeração, é necessário
realizar uma carga adicional de fluido refrigerante e óleo lubrificante, de acordo com a nova medida, através
de cálculos e orientações dos fabricantes.

4.2.1 ISOLANTES TÉRMICOS

O uso de materiais isolantes térmicos é essencial para garantir a eficiência do sistema. Basicamente,
enrola-se a partes da tubulação com o material recomendado pelos fabricantes dos sistemas, assim
garantindo um certo controle sobre as perdas de calor do fluido conforme ele circula no sistema. A ideia
é, basicamente, a mesma de se usar um cobertor em dias frios: evitar que se perca calor (COSTA, 1982;
INCROPERA et al., 2014).
Em sistemas de refrigeração, costuma-se utilizar materiais como isopor, lã de vidro, poliuretano
e polietileno como isolantes. A escolha de um desses leva em conta fatores como o custo/benefício, a
praticidade na instalação e a flexibilidade. Suas dimensões variam de acordo com o tipo de fluido aplicado
e temperatura de trabalho, e é recomendável que o diâmetro interno do isolante seja o mais próximo
possível do diâmetro da própria tubulação. De qualquer maneira, o uso ou não deles pode ser previsto em
projeto ou analisando o próprio sistema, que indica a necessidade de utilização de um isolante quando o
líquido condensa na superfície da tubulação (COSTA, 1982; INCROPERA et al., 2014).
Na figura a seguir, observe exemplos de isolantes usados no setor de refrigeração para isolar tubulações
de cobre.
Andressa Vieira (2016)

Figura 10 - Isolantes
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
69

4.2.2 PROCESSOS DE BRASAGEM

A brasagem é um processo de união de elementos de um sistema de refrigeração ou de vedação da


tubulação desse sistema, através da fusão com o material de adição e do material dos elementos a serem
unidos, usando chama proveniente da combustão de um gás chamado acetileno. Deve-se garantir a
estanqueidade da junção sem permitir qualquer tipo de obstrução ao fluxo de fluido refrigerante (MILLER;
MILLER, 2014).
Comumente, usa-se como fonte de calor para a brasagem um conjunto de solda de oxigênio e acetileno
composto de: dois cilindros de 1 m³ cada, um contendo oxigênio e o outro acetileno; reguladores de vazão
de saída de gás; mangueiras; uma válvula de retenção; um maçarico e um bico.
O acetileno é um gás combustível, e em geral, opera com uma pressão de 0,5 kgf/cm². Já o oxigênio é
um comburente, apresentado em pressões próximas a 4 kgf/cm² (MILLER; MILLER, 2014). A seguir, observe
a figura de um conjunto de brasagem.

Andressa Vieira (2016)

Figura 11 - Conjunto de brasagem


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Muitas vezes, quando as condições de trabalho dificultam a utilização do conjunto convencional, são
usados maçaricos portáveis com refis, como o mostrado na figura a seguir.
Andressa Vieira (2016)

Figura 12 - Maçarico com refil


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
70

A chama é composta por um dardo e um penacho. No maçarico, é possível controlar a vazão de cada
componente de forma a gerar chamas com características diferentes, conhecidas como chama neutra,
chama oxidante e chama redutora, conforme pode ser observado no quadro a seguir (DOSSAT, 2007;
MILLER; MILLER, 2014).

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

A vazão de saída dos gases é igual e


mantém formação equilibrada de óxidos
Chama neutra

Andressa Vieira (2015)


na união. É indicada para brasagem de
tubos de cobre.

Bastante utilizada na brasagem em latão


Chama oxidante
ou cobre com outra liga.

Andressa Vieira (2015)


Maior concentração de acetileno. Usada na
Chama redutora Andressa Vieira (2015)

brasagem de ligas de alumínio e cobre.

Quadro 18 - Tipos de chama na brasagem


Fonte: adaptado de Embraco (2015); Miller e Miller (2014)

O ajuste do dardo da chama é dado de acordo com a distância. Assim, quanto maior for a distância
entre a ponta do bico e a superfície da peça, menor será a temperatura da chama. Obviamente, o inverso
acontece quando se aproxima o bico da peça, gerando uma chama mais quente (EMBRACO, 2015).
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
71

No processo de brasagem é recomendado sempre utilizar o nitrogênio passante


FIQUE pelos tubos, com uma pressão em torno de 5 a 10 PSI. Isso ajuda a não deixar óxidos
ALERTA da solda e fuligem que prejudicarão o funcionamento do equipamento.

De maneira simples, o procedimento de brasagem é a fusão do material de adição na região onde se


deseja unir ou deixar estanque.
O aquecimento deve ocorrer da forma mais uniforme e rápida possível, evitando a contaminação dos
metais fundidos. Outra recomendação importante é nunca direcionar a chama para as varetas de material
de adição. Sempre direcioná-la para os tubos e deixar que as varetas se fundam conforme o calor passa
para elas, por condução.
Existem ainda dois pontos importantes: o tempo de aquecimento dos tubos pela chama não pode ser
muito longo e a forma do preenchimento na união de dois tubos, caso bastante comum em sistemas de
refrigeração, precisa ficar no formato cônico (EMBRACO, 2015; MILLER; MILLER, 2014).

A EMBRACO e outros fabricantes de compressores para refrigeração disponibiliza


SAIBA em seu site materiais que instruem sobre a forma de fazer a brasagem em seus
MAIS equipamentos. Procure pelo link da referência Embraco (2015), presente no final do
livro, para mais informações.

Materiais de adição são ligas metálicas próprias para proporcionar a união de elementos de sistemas de
refrigeração e climatização, que combinam uma série de fatores como: resistência do material, temperatura
de fusão, resistência à corrosão e oxidação, resistência ao calor, ao frio e à abrasão. Costumam vir na forma
de varetas, o que favorece a ergonomia ao realizar o processo de brasagem (MILLER; MILLER, 2014).
Observe, no quadro a seguir, exemplos de algumas varetas de material mencionado e outros elementos
utilizados na brasagem de sistemas de refrigeração e climatização.

NOME FUNÇÃO

Utilizado em vários tipos de brasagem. Em


forma de pó químico ou pasta. Serve para
Fluxo para brasagem
evitar a formação de óxidos, em especial,
na junção de duas ligas diferentes.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
72

NOME FUNÇÃO

Aplicadas em bronze, cobre, metal


duro, aço e latão. Comum na indústria
Vareta de alto teor de cobre
automotiva e em trocadores de calor em
geral.

Brasagem em uniões entre ligas ferrosas e


Vareta de prata não ferrosas, com exceção do alumínio e
do magnésio.

As mais utilizadas em uniões de cobre,


Vareta fosforosa (foscoper)
dispensando o uso de fluxo.

Possui fluxo na sua composição. Aplicada


Vareta de alumínio em condensadores automotivos e em
evaporadores de refrigerador.

Quadro 19 - Elementos utilizados na brasagem de sistemas de refrigeração


Fonte: adaptado de Harris Brastak (2015); Miller e Miller (2014)

Para o processo de brasagem, além de usar EPIs, alguns procedimentos de segurança devem ser
executados para evitar qualquer tipo de acidente (MILLER; MILLER, 2014):
a) não realize soldas em local com atmosfera explosiva ou espaços confinados;
b) não utilize os cilindros do conjunto de brasagem com oxigênio e acetileno na posição deitada;
c) utilize reguladores de pressão na saída dos cilindros;
d) utilize reguladores de pressão na saída dos cilindros e válvula de retenção nas mangueiras;
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
73

e) utilize cilindros testados e identificados pelo fornecedor;


f ) não realize brasagem em locais ou próximo a locais explosivos;
g) não realize brasagem em sistemas com pressões positivas.

4.2.3 FERRAMENTAS PARA INTERLIGAÇÃO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO

Para a realização de bons serviços, é necessário utilizar as ferramentas adequadas. Os tubos a serem
utilizados devem ser de boa qualidade, não apresentando irregularidades ou empenamentos.
No quadro a seguir, são mostradas as principais ferramentas para executar o processo de corte, bolsa,
flange e curva de tubos, que são uma constante no dia a dia do profissional de refrigeração.

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Permite corte perpendicular e uniforme ao
Cortador de tubos eixo do tubo. Muito comum no corte de
tubos de cobre e alumínio.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)

Remove possíveis rebarbas e outras sujei-


Escareador de tubos ras que possam ter ficado dentro do tubo
no processo do corte.
Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)

Fixa o tubo durante procedimentos como


Mordente
o flangeamento e o alargamento.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
74

NOME FUNÇÃO EXEMPLO

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Prepara a extremidade de um tubo para a
Flangeador
união com outro através de uma conexão.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Alarga a extremidade de um tubo para
Alargador de tubos encaixá-lo e uni-lo, posteriormente, com
brasagem.

Bernardo Cassimiro Fonsceca de Oliveira (2016)


Dobra tubos flexíveis para dar a forma
Curvador de tubos necessária à tubulação de um circuito de
refrigeração.

Quadro 20 - Ferramentas para interligação do sistema de refrigeração e climatização


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Jamais se deve cortar tubos com alguma outra ferramenta, como algum tipo de serra ou outro material.
Outras ferramentas costumam deixar muitas rebarbas que o escareador não consegue remover por
completo. Rebarbas deixadas no corte de tubos podem deixar que sujeiras afetem o funcionamento do
ciclo de refrigeração.
Outra questão relevante é que algumas vezes os tubos de cobre a serem utilizados podem estar
empenados ou sem alinhamento. Nesses casos, dependendo da severidade desse defeito, algumas
atitudes podem ser tomadas. Para pequenos desalinhamentos, pode-se realinhar com as mãos, utilizando
um plano como referência, como uma mesa. Quando o empenamento ou desalinhamento for maior, pode-
-se usar o curvador ou um martelo de borracha em conjunto com uma morsa.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
75

4.2.4 OUTROS PROCEDIMENTOS PARA CONEXÃO DOS TUBOS DE INTERLIGAÇÃO

A seguir, alguns procedimentos para a conexão dos tubos do circuito de refrigeração serão apresentados.

CONEXÃO DE TUBOS E VÁLVULAS


É um procedimento bastante comum. Basicamente, é a adaptação da forma entre tubos com porcas
para adequá-los bem e de forma estanque, evitando o vazamento de fluido refrigerante. Acompanhe:
a) corte o tubo na medida necessária para atender à conexão;
b) remova as rebarbas da ponta do tubo com o escareador;
c) insira a porca-flange no tubo;
d) prenda a ponta do tubo no mordente;
e) utilize o flangeador na ponta do tubo até que a área flangeada seja suficiente para se ajustar na
peça que encaixa na porca-flange e encaixe os componentes a serem unidos, realizando o aperto
necessário da porca com chaves inglesas.
Na figura a seguir, observe a união de dois tubos já preparados para tal.
Andressa Vieira (2016)

Figura 13 - União de dois tubos com porca


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

UNIÃO, A FRIO, DE TUBOS


É uma alternativa de união de tubos, usando cola. Após a aplicação da cola, pressiona-se a junta, com um
alicate próprio para essa função, durante alguns segundos. Dependendo do produto utilizado, é indicado o
uso de luvas para realizar o procedimento. Caso essa união precise ser desfeita, basta aquecer a junta com
um maçarico.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
76

Observe, na imagem a seguir, o alicate utilizado na união, a frio, de tubos.

Andressa Vieira (2016)


Figura 14 - Alicate Lokring para união de tubos a frio
Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

CONEXÃO TIPO SCHRADER


Esta conexão serve para acessar sistema frigorígeno que não possui válvulas de serviço. São utilizadas
para carregar e descarregar o fluido refrigerante em outros tipos de sistemas, como bebedouros,
refrigeradores, freezers e condicionadores de ar.
As conexões tipo Schrader, apresentadas na figura a seguir, são utilizadas onde se necessita realizar
aferição ou manutenção do sistema hermético. Sua instalação ocorre da mesma maneira que a conexão
entre tubos e porcas.
Andressa Vieira (2016)

Figura 15 - Conexão do tipo Schrader


Fonte: do Autor (2016)
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
77

Agora que você estudou os principais procedimentos com tubulações de sistemas de refrigeração e
climatização, veja a seguir, algumas técnicas para colocar esses sistemas em operação.

4.3 TÉCNICAS DE REOPERAÇÃO DO SISTEMA

Toda a vez que é necessário fazer algum tipo de manutenção em um sistema de refrigeração, para
colocá-lo novamente em operação, é necessário realizar uma série de procedimentos, que serão descritos
a seguir.

4.3.1 TESTE DE VAZAMENTO

O teste de vazamento é feito com o objetivo de se evitar perdas de fluido refrigerante, o que pode levar
a mau funcionamento, falhas ou problemas com infiltração de umidade, dependendo do sistema utilizado.
Acompanhe.

TÉCNICA DESCRIÇÃO
Pressuriza-se o sistema com o fluido refrigerante já usado no
sistema e, utilizando água e sabão, produz-se espuma que é
colocada de forma a envolver as juntas, soldas, conexões, visores,
Espuma
válvulas e outros pontos suspeitos de vazamentos. Se houver a
formação de bolhas em um desses pontos, isso indica a presença
de um vazamento.
São detectores que, ao entrar em contato com o fluido
refrigerante que está sendo inspecionado, emitem um alerta
Detector eletrônico
sonoro e luminoso, que vai aumentando de intensidade conforme
a concentração do fluido aumenta.
Utilizando uma bomba de vácuo, evacua-se o circuito até uma
pressão próxima de 1 mmHg. Essa pressão deve ser mantida por
Teste de estanqueidade (sob vácuo) cinco horas, e após esse período, faz-se uma nova medição da
pressão, verificando alterações. O teste não é capaz de indicar o
local do vazamento.
Quadro 21 - Técnicas de verificação de vazamento
Fonte: adaptado de Silva (2013)

Uma observação importante é que o teste com espuma não pode ser realizado dentro de quadros
elétricos, e outra, é que o teste com detector eletrônico não pode ser realizado em ambientes com atmosfera
contendo componentes explosivos, devido ao risco de que algum item elétrico produza faísca. Ainda, com
relação ao teste de estanqueidade, as pressões utilizadas devem estar de acordo com as propostas pelo
fabricante dos equipamentos.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
78

Observe, na figura a seguir, um exemplo de ligação do teste de estanqueidade.

UNIDADE INTERNA UNIDADE EXTERNA

Manifold
Cilindro
1 kgf/cm² 14,7 PSI nitrogênio

1 kgf/cm² 98066,5 Pa

Válvula
de serviço
(sucção)

EVAPORADORA

Andressa Vieira (2016)


COMPRESSOR

Válvula Válvula
de serviço de expansão CONDENSADORA
(líquido) (capilar)
Figura 16 - Exemplo de teste de estanqueidade
Fonte: adaptado de Komeco (2013)

4.3.2 EVACUAÇÃO

A evacuação é uma das técnicas de reoperação mais importantes para sistemas de refrigeração. Trata-se
da remoção de ar e umidade do sistema antes de uma carga de fluido refrigerante.
Um circuito que não tenha sido completamente evacuado pode apresentar problemas de alta pressão
por líquidos não vaporizáveis no sistema, de reações químicas com partes metálicas do circuito e de
decomposição do óleo lubrificante. Normalmente, os fabricantes dos equipamentos de refrigeração e
climatização, recomendam evacuar o sistema mantendo uma pressão inferior a 0,5 mmHg no vacuômetro
(SILVA, 2013).

As bombas de vácuo operam utilizando um óleo lubrificante que pode ser usado
SAIBA por um período máximo determinado pelo fabricante e depois precisa ser trocado.
MAIS A manutenção evita problemas de eficiência desse equipamento. Para saber mais,
procure o livro Ar-condicionado e refrigeração, de Miller e Miller.

Acompanhe a descrição dos procedimentos para executar a evacuação de maneira correta:


a) substitua os filtros do sistema, com atenção especial para o da linha de líquido;
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
79

b) instale o conjunto manifold;


c) instale a mangueira de pressão baixa (mangueira e manifold azul) do conjunto manifold na válvula
de serviço do equipamento;
d) acople a mangueira de serviço do conjunto manifold à bomba de vácuo;
e) instale o vacuômetro na bomba de vácuo ou no local indicado pelo fabricante;
f ) ligue a bomba de vácuo e abra o registro do conjunto manifold;
g) espere a pressão lida no vacuômetro atingir a recomendada pelo fabricante do equipamento, ou
abaixo de 0,5 mmHg, caso ele não dê essa informação;
h) feche os registros do conjunto manifold e desligue a bomba de vácuo.
Na figura a seguir, observe um exemplo que ilustra o processo descrito.

UNIDADE INTERNA UNIDADE EXTERNA

Vacuômetro
Manifold

Válvula
de serviço
(sucção)
Bomba de vácuo
EVAPORADORA
Andressa Vieira (2016)

COMPRESSOR

Válvula Válvula
de serviço de expansão CONDENSADORA
(líquido) (capilar)
Figura 17 - Exemplo de procedimento de evacuação
Fonte: adaptado de Komeco (2013)

4.3.3 CARGA DE FLUIDO REFRIGERANTE

É o processo de adicionar fluido refrigerante ao circuito de refrigeração. As primeiras informações sobre


a carga que deve ser adicionada no sistema podem ser obtidas no manual do fabricante ou em placas
de identificação presentes na superfície dos aparelhos. Ainda, em sistemas em que as unidades ficam
separadas, a distância entre elas precisa ser considerada para calcular a massa de fluido inserida (SILVA,
2013; KOMECO, 2013).
Na imagem a seguir, observe um exemplo de procedimento de carga de fluido em um sistema.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
80

REGISTRO E MANÔMETRO DE BAIXA PRESSÃO


REGISTRO E MANÔMETRO DE ALTA PRESSÃO
(NÃO UTILIZADO NESTE CASO)
REGISTRO DE SAÍDA DE GÁS
DO CILINDRO
MANGUEIRA DE
PROCESSO
(AMARELA)
MANGUEIRA (AZUL) DE “BAIXA”

VÁLVULA DE SERVIÇO
UNIDADE

DE CARGA
CILINDRO
CONDENSADORA

3,469 kg

BALANÇA

Andressa Vieira (2016)


VÁLVULA DE SERVIÇO
DE SUCÇÃO VÁLVULA DE SERVIÇO
DE EXPANSÃO
(Quando tiver ventil Schrader)
Figura 18 - Exemplo de procedimento de carga de fluido
Fonte: adaptado de Springer (2013)

Em uma primeira instalação, geralmente, o equipamento vem com uma quantidade de fluido refrigerante
para uma tubulação de cinco metros ou mais, dependendo da potência da máquina e do fabricante. Caso
essa dimensão seja maior ou menor do que esse valor, é necessário ajustar a massa de fluido presente, o
que é feito utilizando o teste de superaquecimento (KOMECO, 2015).
O teste de superaquecimento de um sistema que opera com fluido refrigerante R-22 é realizado da
seguinte forma:
a) instale o manômetro de baixa pressão na conexão da válvula de serviço do tubo de sucção;
b) coloque o termômetro em contato com o tubo de sucção, sob o isolamento térmico, a
aproximadamente 15 cm antes do compressor;
c) isole o termômetro para que a temperatura ambiente não afete a medição;
d) após cinco minutos, verifique a pressão de baixa no manômetro e a temperatura no termômetro,
que é a temperatura de sucção;
e) verifique a relação de pressão do refrigerante R-22, mostrada a seguir, e converta a pressão em
temperatura, encontrando assim, a temperatura de evaporação (por exemplo, para uma pressão de
0,52 Mpa, a temperatura é de 7°C);
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
81

TABELA DE PRESSÃO X TEMPERATURA DO R22


Temperatura Pressão Temperatura Pressão Temperatura Pressão Temperatura Pressão
[ºC] MPa PSI [ºC] MPa PSI [ºC] MPa PSI [ºC] MPa PSI
- 6,9 0,29 42,6 23,5 0,9 132,2 42,1 1,51 221,8 55,9 2,12 311,4
- 6,2 0,3 44,1 23,9 0,91 133,7 42,3 1,52 223,3 56,1 2,13 312,9
- 5,4 0,31 45,5 24,2 0,92 135,1 42,6 1,53 224,8 56,3 2,14 314,4
- 4,8 0,32 47,0 24,6 0,93 136,6 42,8 1,54 226,2 56,5 2,15 315,8
- 4,1 0,33 48,5 25 0,94 138,1 43 1,55 227,7 56,7 2,16 317,3
- 3,4 0,34 49,9 25,3 0,95 139,6 43,3 1,56 229,2 56,9 2,17 318,8
- 2,8 0,35 51,4 25,6 0,96 141,0 43,5 1,57 230,6 57,1 2,18 320,2
- 2,1 0,36 52,9 26 0,97 142,5 43,8 1,58 232,1 57,3 2,19 321,7
- 1,5 0,37 54,4 26,3 0,98 144,0 44 1,59 233,6 57,5 2,2 323,2
- 0,9 0,38 55,8 26,6 0,99 145,4 4,2 1,6 235,0 57,7 2,21 324,6
- 0,2 0,39 57,3 27 1 146,9 44,5 1,61 236,5 57,9 2,22 326,1
0,3 0,4 58,8 27,4 1,01 148,4 44,7 1,62 238,0 58 2,23 327,6
0,9 0,41 60,2 27,4 1,02 149,8 45 1,63 239,4 58,2 2,24 329,0
1,5 0,42 61,7 28 1,03 151,3 45,2 1,64 240,9 58,4 2,25 330,5
2,1 0,43 63,2 28,3 1,04 152,8 45,5 1,65 242,4 58,6 2,26 332,0
2,6 0,44 64,6 28,6 1,05 154,2 45,7 1,66 243,8 58,8 2,27 333,5
3,2 0,45 66,1 29 1,06 155,7 45,9 1,67 245,3 59 2,28 334,9
3,8 0,46 67,6 29,3 1,07 157,2 46,2 1,68 246,8 59,2 2,28 334,9
4,3 0,47 69,0 29,6 1,08 158,6 46,4 1,69 248,3 59,4 2,29 336,4
4,9 0,48 70,5 29,9 1,09 160,1 46,6 1,7 249,7 59,6 2,3 337,9
5,4 0,49 72,0 30,2 1,1 161,6 46,9 1,71 251,2 59,8 2,31 339,3
5,9 0,5 73,4 30,6 1,11 163,1 47,1 1,72 252,7 59,9 2,32 340,8
6,5 0,51 74,9 30,9 1,12 164,5 47,4 1,73 254,1 60,1 2,33 342,3
7 0,52 74,4 31,2 1,13 166,0 47,6 1,74 255,6 60,3 2,34 343,7
7,4 0,53 77,9 31,5 1,14 167,5 47,8 1,75 257,1 60,5 2,35 345,2
8 0,54 79,3 31,8 1,15 168,9 48 1,76 258,5 60,7 2,36 346,7
8,5 0,55 80,8 32,1 1,16 170,4 48,2 1,77 260,0 60,9 2,37 348,1
9,1 0,56 82,3 32,4 1,17 141,9 48,5 1,77 260,0 61,1 2,38 349,6
9,4 0,57 83,7 32,7 1,18 173,3 48,7 1,78 261,5 61,2 2,39 351,1
9,9 0,58 85,2 33 1,19 174,8 48,9 1,79 262,9 61,4 2,4 352,6
10,4 0,59 86,7 33,3 1,2 176,3 49,1 1,8 264,4 61,6 2,41 354,0
10,9 0,6 88,1 33,6 1,21 177,7 49,4 1,81 265,9 61,8 2,42 355,5
11,4 0,61 89,6 33,9 1,22 179,2 49,6 1,82 267,4 62 2,43 357,0
11,8 0,62 91,1 34,2 1,23 180,7 49,8 1,83 268,8 62,2 2,44 358,4
12,2 0,63 92,5 34,5 1,24 182,2 50 1,84 270,3 62,3 2,45 359,9
12,7 0,64 94,0 34,7 1,25 183,6 50,2 1,85 271,8 62,5 2,46 361,4
13,2 0,65 95,5 35 1,26 185,1 50,5 1,86 273,2 62,7 2,47 362,8
13,6 0,66 97,0 35,3 1,27 186,6 50,7 1,87 274,7 62,9 2,48 364,3
14,1 0,67 98,4 35,6 1,27 186,6 50,9 1,88 276,2 63 2,49 365,8
14,5 0,68 99,9 35,9 1,28 188,0 51,1 1,89 277,3 63,2 2,5 367,2
15 0,69 101,4 36,2 1,29 189,5 51,4 1,9 279,1 63,4 2,51 368,7
15,4 0,7 102,8 36,5 1,3 191,0 51,6 1,91 280,6 63,6 2,52 370,2
15,8 0,71 104,3 36,7 1,31 192,4 52 1,92 282,0 63,8 2,53 371,6
16,2 0,72 105,8 37 1,32 193,9 52,2 1,93 283,5 63,9 2,54 373,1
16,6 0,73 107,2 37,3 1,33 195,4 52,4 1,94 285,0 64,1 2,55 374,6
17 0,74 108,7 37,6 1,34 196,8 52,6 1,95 286,4 64,3 2,56 376,1
14,4 0,75 110,2 37,8 1,35 198,3 52,6 1,96 287,9 64,4 2,57 377,5
17,8 0,76 111,6 38,1 1,36 199,8 52,8 1,97 289,4 64,6 2,58 379,0
18,2 0,76 111,6 38,4 1,37 201,2 53 1,98 290,9 64,8 2,59 390,5
18,6 0,77 113,1 38,6 1,38 202,7 53,2 1,99 292,3 65 2,6 381,9
19 0,78 114,6 38,9 1,39 204,2 53,4 2 293,8 65,1 2,61 383,4
19,4 0,79 116,0 39,0 1,4 205,7 53,7 2,01 295,3 65,3 2,62 384,9
19,8 0,8 117,5 39,4 1,41 207,1 53,9 2,02 296,7 65,5 2,63 386,3
Gabriela Adratt (2016)

20,2 0,81 119,0 39,7 1,42 208,6 54,1 2,03 298,2 65,6 2,64 387,8
20,6 0,82 120,5 40 1,43 210,1 54,3 2,04 299,7 65,8 2,65 389,3
21 0,83 121,9 40,2 1,44 211,5 54,5 2,05 301,1 66 2,66 390,7
21,4 0,84 123,4 40,5 1,45 213,0 54,7 2,06 302,6 66,2 2,67 392,2
21,7 0,85 124,9 40,7 1,46 214,5 54,9 2,07 304,1 66,3 2,68 393,7
Figura 19 - Relação Pressão x temperatura do fluido R22
Fonte: adaptado de Komeco (2013)
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
82

f ) encontre a temperatura de superaquecimento utilizando a seguinte expressão (atenção às unidades):

Geralmente, a temperatura de superaquecimento precisa estar entre 5°C e 7°C. Contudo, é interessante
verificar o manual do fabricante para garantir que não há variações (KOMECO, 2015; SILVA, 2013; SPRINGER,
2015).

4.3.4 RECUPERAÇÃO, RECICLAGEM E RECARGA DO FLUIDO REFRIGERANTE

A recuperação é o processo de extrair o fluido refrigerante do sistema de refrigeração. Já o processo de


reciclagem é a remoção de contaminantes do fluido que foi recolhido. Por fim, recarga é o retorno desse
fluido para a tubulação do sistema em questão. Para evitar desperdícios e não liberar fluido refrigerante
para a atmosfera, comumente utiliza-se uma unidade de tratamento, que contém uma bomba recolhedora,
filtros, uma estação de separação de óleo, e um cilindro de armazenamento e transporte (MILLER; MILLER,
2014).
Nas figuras a seguir, observe esquemas desses procedimentos.

Manifold

Andressa Vieira (2016)

Cilindro de
Unidade armanezamento
Figura 20 - Recolhimento do fluido refrigerante
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014)
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
83

Manifold

Andressa Vieira (2016)


Cilindro de
Unidade armanezamento
Figura 21 - Reciclagem do fluido refrigerante
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014)

Manifold

Andressa Vieira (2016)


Cilindro de
Unidade armanezamento
Figura 22 - Recarga do fluido refrigerante
Fonte: adaptado de Miller e Miller (2014)

O cilindro utilizado para estocar o fluido tem de ser específico para recolhimento, não podendo ser do
tipo descartável. Durante o procedimento, a válvula de serviço de líquido do cilindro de armazenamento
é a que deve ser utilizada. Os cilindros geralmente permitem recolher e armazenar uma capacidade de
80% do seu peso máximo a uma temperatura de 38°C. Utilize sempre uma balança e um termômetro para
controlar o limite máximo cumulativo (MILLER; MILLER, 2014).

Nunca se mistura diferentes tipos de fluido refrigerante dentro do mesmo cilindro


FIQUE de armazenamento. Sempre se deve utilizar um cilindro para cada tipo. O mesmo
ALERTA ocorre quando o fluido estiver contaminado, não se pode misturar com o que não
estiver.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
84

A seguir, visualize na figura um cilindro de recolhimento e suas válvulas, sendo que a vermelha é mais
comumente atribuída à parte líquida.

Andressa Vieira (2016)

Figura 23 - Cilindro de recolhimento


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

4.3.5 AJUSTES DOS PARÂMETROS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO E


CLIMATIZAÇÃO

Nos sistemas de refrigeração e/ou climatização, toda vez que necessário, deve-se realizar a manutenção
do sistema ou colocá-lo em reoperação. É preciso ter em mãos informações de funcionamento e compará-
-las com as especificadas pelo fabricante, por exemplo o tipo de fluido refrigerante, a pressão de trabalho,
as temperaturas no condensador e no evaporador, as massas de fluido refrigerante e do óleo lubrificante,
a corrente e a resistência elétrica de cada componente. Esses dados são levantados através dos testes e
servem para permitir algum tipo de ajuste do sistema para uma condição de trabalho adequada, garantindo
o bom rendimento do conjunto.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
85

4.3.6 LACRE DA UNIDADE SELADA

O procedimento de lacrar o equipamento tem como finalidade impedir que haja uma fuga de fluido
refrigerante do sistema para a atmosfera. Lacra-se o tubo de serviço amassando a sua extremidade e
aplicando um ponto de solda para garantir a estanqueidade do sistema. Alguns equipamentos utilizam
válvulas, o que torna dispensável o amassamento. Observe um exemplo de um tubo lacrado.

Andressa Vieira (2016)

Figura 24 - Amassamento e soldagem de um tubo


Fonte: Banco de imagens SENAI/SC – São José/Palhoça (2015)

Você já conheceu vários procedimentos e ferramentas para a instalação de sistemas de refrigeração e


climatização. Contudo, verá na seção a seguir, que não é só o conhecimento técnico que é importante para
obter sucesso na profissão.

4.4 TRABALHO EM EQUIPE

O trabalho em equipe é a maneira de reunir pessoas de forma que essas trabalhem em conjunto, com o
objetivo de ter mais ideias e gerar um número maior de alternativas para se alcançar uma meta. Tipicamente,
cada decisão é tomada em conjunto e as metas são alcançadas pela união dos esforços (LACOMBE, 2012).
É importante demonstrar versatilidade e criatividade, de maneira a poder gerar mais ideias, aumentando a
possibilidade de sucesso de sua equipe.
Pensando dessa maneira, alguns conceitos precisam ser lembrados, visando estimular a reflexão acerca
desse tema. Esses termos são: grupo, equipe e liderança.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
86

4.4.1 GRUPO, EQUIPE E LIDERANÇA

Grupo é qualquer conjunto de pessoas com um objetivo comum. Equipe é um grupo em que as
pessoas, além de terem uma meta comum, atuam de forma a colocar os objetivos do grupo acima dos
interesses individuais. Pessoas que atuam em equipe não ficam presas à burocracia e às formalidades,
cooperando com as demais no que for necessário e agindo de forma consciente em prol dos objetivos a
serem atingidos. Define-se equipe também, alternativamente, como um pequeno número de pessoas com
conhecimentos complementares, compromissadas com propósitos, metas de desempenho e abordagens
comuns (LACOMBE, 2012; LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).
Ainda dentro do conceito de equipe, o relacionamento entre colegas deve ocorrer de forma fluida e os
conflitos existentes devem ser trazidos às pessoas envolvidas e resolvidos o quanto antes, garantindo um
ambiente de confiança e cordialidade vital para se alcançar objetivos. Esses precisam ser claros e estar bem
estabelecidos para todos. Todos dependem de todos, por isso, deve ficar claro que não se pode sustentar
uma equipe que delegue todo o trabalho a apenas alguns membros (LACOMBE, 2012).
É fato que uma equipe necessita ser orientada por um líder, capaz de guiar para atingir um objetivo
de satisfação dos interesses desses membros. É preciso que esse líder tenha uma série de qualidades
relacionadas à consciência, atitudes e experiência. Um líder é um indivíduo que, graças a sua personalidade,
consegue influenciar o grupo a participar espontaneamente, entusiasmando-os e estimulando-os,
estimulando e entusiasmando seus colegas.
Os líderes de equipe devem colocar como seu primeiro objetivo a construção de um senso de
compromisso e confiança em cada participante.
Grupos que não possuem responsabilidades mútuas de desempenho não são capazes de desenvolver
propósitos e abordagem comuns, necessários para sustentá-los como equipe. Em suma, muitas vezes se
cria um grupo sem ter uma equipe, e a ineficiência gera falta de coesão e de motivação (LACOMBE, 2012;
LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).
E nisso se vê a diferença entre um chefe e um líder. Um grupo coordenado por um chefe tem menos
desempenho que um por um líder, já que o último procura concentrar toda a sua atenção em atitudes e
interesses dos subordinados, não os tratando como simples empregados mas como grandes colaboradores.
Vale lembrar que as pessoas podem fazer muito se forem motivadas e reconhecidas (GUBMAN, 1999;
LACOMBE, 2012; TEIXEIRA, 2008).

SAIBA Leia o livro Liderança segundo Barack Obama para mais informações sobre
MAIS liderança.
4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
87

4.4.2 RESPONSABILIDADES

Responsabilidade é, de uma maneira simples, ter a consciência de que cada atitude gera uma
consequência. Além disso, cada indivíduo tem a obrigação de responder por suas atitudes. Na vida
profissional, a responsabilidade é baseada em alguns pilares, conforme mostrado no quadro a seguir.

PILARES DA VIDA PROFISSIONAL


Responsabilidade específica da profissão.
É a necessidade de obedecer o código de ética e atribuições inerentes do registro profissional de um trabalho, que habilita e certifica o
profissional a ter responsabilidade técnica sobre um produto ou serviço.
Responsabilidade técnica.
É a assunção da responsabilidade pelo serviço prestado, regulamentado por leis trabalhistas e direitos do consumidor.
Conhecimento, habilidade e atitude.
São as características necessárias para qualquer profissional ter a possibilidade de se manter dentro de uma empresa.
Quadro 22 - Pilares da vida profissional
Fonte: adaptado de Gubman (1999); Lapolli e Lapolli (2011)

Ainda sobre responsabilidade, existe a necessidade do discernimento entre responsabilidade individual


e coletiva. A primeira é basicamente o que foi falado nos parágrafos anteriores, enquanto que a segunda tem
bastante relação com o conceito de equipe. A partir do momento em que há decisões tomadas em grupo,
gera-se uma responsabilidade coletiva, que obriga a todos a responder pelos atos da equipe. Ambas são
complementares e visam à ética para o cumprimento eficiente dos objetivos traçados. A responsabilidade
coletiva, portanto, vem à prática na forma de uma divisão de papéis, onde para cada um é atribuída uma
responsabilidade, um compromisso, uma parte de um todo que é a meta a ser alcançada (GUBMAN, 1999;
TEIXEIRA, 2008).

4.4.3 COOPERAÇÃO ENTRE PESSOAS E RELACIONAMENTOS PROFISSIONAIS

Quando indivíduos se reúnem em prol de uma determinada causa, realizando ações que se
complementam, tem-se um exemplo de cooperação. Essa soma de colaborações, em especial, se cada
um contribui naquilo que é especializado, aumenta as chances de que os resultados alcançados sejam os
melhores possíveis. Assim, a colaboração é a melhor atitude na vida profissional em equipe (LACOMBE,
2012, LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).

Existem diversas ferramentas organizacionais para auxiliar na condução e gestão


do trabalho em equipe. Muitos pesquisadores pelo mundo estudam formas de
CURIOSI melhorar a interação entre pessoas no trabalho de forma a alcançar melhores
DADES resultados. Pode-se citar como exemplo, o grupo NEDIP da Universidade Federal de
Santa Catarina, que faz estudos acerca de metodologias para projetos de produtos,
sistematizando procedimentos, tarefas e a própria organização do trabalho em
equipe no desenvolvimento de novos produtos e serviços.
FUNDAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO E CLIMATIZAÇÃO
88

Através da aceitação incondicional das qualidades das pessoas é que se consegue formar relacionamentos
profissionais fortes e efetivos. Manter a boa comunicação, ouvir as pessoas e saber a hora de se expressar
também são ações que caminham nesta mesma direção. Ainda, é necessário fazer uma seleção das
palavras que se deseja utilizar, pois uma mesma informação pode ser interpretada de formas diferentes
dependendo da maneira como é falada.
Um exercício interessante é a prática da autoavaliação, no sentido de rever conceitos próprios e posições,
visando trabalhar a flexibilidade, exercitando-a em diferentes situações (LAPOLLI; LAPOLLI, 2011).

CASOS E RELATOS

Má gestão
Juércio é dono de uma empresa que emprega profissionais para serviços de manutenção e
instalação de equipamentos de refrigeração e climatização. Sempre se achou esperto no trato com
os funcionários, impondo suas vontades sem haver qualquer tipo de discussão ou conversa com os
mesmos. Fazia isso porque considerava que os funcionários, em geral pessoas mais simples, eram
menos alertas e, com isso, se sentia no direito de passá-los para trás.
Esse seu comportamento gerava eventuais demissões de funcionários que chegavam no limite
com a falta de respeito de Juércio e iam embora da empresa prometendo que iam processá-lo
devido sua falta de respeito às leis trabalhistas. Juércio nunca havia visto isso acontecer de fato, até
o dia em que recebeu uma intimação de um juiz.
Ele acabou tendo que pagar uma multa pesada devido às suas negligências. Com a multa e os
outros funcionários percebendo que poderiam reaver seus direitos, Juércio acabou tendo que
fechar sua empresa um pouco antes que ela chegasse à falência.
Hoje, Juércio trabalha, ele mesmo, na instalação de sistemas de refrigeração em uma empresa que
era sua concorrente, sentindo na pele a sensação de ter um chefe e, pior, um que também não
respeita seus direitos.

Revise os conhecimentos adquiridos neste capítulo, lendo o recapitulando a seguir.


4 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE REFRIGERAÇÃO
89

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre os tubos de interligação
dos sistemas de refrigeração e climatização e seus isolantes térmicos. Foi demonstrado também as
ferramentas para aplicação do procedimento de corte, escareamento, alargamento, flangeamento,
curvatura assim como manuseio e tipos de materiais utilizados para brasagem em qualquer
equipamento de refrigeração.
Foram apresentadas também técnicas de reoperação do sistema de refrigeração e climatização
como: pressurização, evacuação, carga, teste de superaquecimento e recolhimento do fluído
refrigerante.
Ainda, você conheceu os procedimentos técnicos do trabalho em equipe, desenvolvendo a
capacidade de analisar, argumentar sobre decisões que necessitam ser tomadas no dia a dia de
trabalho, mantendo sempre uma consciência de preservação ambiental, de forma organizada.
Estas visões de prever consequências apresentando sempre boa flexibilidade, versatilidade e
criatividade sempre gera ótimos resultados quando acompanhadas da ética profissional entre
colegas de trabalho.
REFERÊNCIAS

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MINICURRÍCULO DO AUTOR

BERNARDO CASSIMIRO FONSECA DE OLIVEIRA

Doutorando em Metrologia e Instrumentação no Departamento de Engenharia Mecânica (CAPES


Conceito 7) pela Universidade Federal de Santa Catarina, com projeto envolvendo inspeção de
materiais compósitos. Mestre em Metrologia e Instrumentação no Departamento de Engenharia
Mecânica, também pela Universidade Federal de Santa Catarina, com tema inspeção e medição
de estatores de compressores herméticos utilizando visão computacional, em 2015. Graduado
em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (2013). Atualmente,
tem atividades em projetos envolvendo processamento de imagem para medição e inspeção,
metrologia óptica, metrologia de produção, bioengenharia e tomografia computadorizada. Tem
em currículo, a publicação de um livro de auxílio ao ensino de desenho técnico em software CAD.
ÍNDICE

A
Acumulador de sucção 40, 53
Ajustes dos parâmetros de funcionamento do sistema de refrigeração e climatização 84
Alargador de tubos 74

B
Brasagem 13, 65, 66, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 89, 94

C
Calor 17, 18, 19, 22, 25, 26, 27, 28, 29, 35, 38, 39, 40, 41, 45, 46, 49, 51, 52, 54, 68, 69, 71, 72, 93, 95
Calor específico 17, 27
Calor sensível 27
Carga de fluido refrigerante 78, 79
Cilindro de recolhimento 84
Compressor 13, 18, 40, 42, 43, 44, 45, 53, 54, 55, 58, 61, 62, 63, 67, 71, 80, 94, 95, 97
Condensador 13, 18, 38, 40, 41, 45, 48, 49, 63, 84
Condensadores 42, 45, 46, 47, 52, 72
Condução 28, 71, 87
Conexão de tubos 75
Conexão tipo Schrader 76
Conforto térmico 13, 18, 19, 22, 35, 93, 94
Conjunto manifold 31
Convecção 28, 46
Cortador de tubos 73
Curvador de tubos 74

D
Detector eletrônico 77
Dispositivo de expansão 13, 18, 38, 40, 49, 63

E
Efeito Peltier 38
Equipamentos de segurança 66
Equipe 14, 65, 85, 86, 87, 89
Escareador de tubos 73
Espuma 77
Evacuação 13, 78, 79, 89
Evaporador 13, 18, 39, 40, 41, 49, 50, 52, 54, 62, 84
Evaporador de placa 51
Evaporadores 51, 52, 63, 72

F
Filtro capilar 40, 53
Filtro de sucção 40, 53
Filtro secante 54
Flangeador 74, 75
Fluidos refrigerantes 13, 18, 30, 37, 48, 59, 60, 61, 63, 94

G
Grau fahrenheit 23
Grupo 14, 21, 85, 86, 87

H
História da refrigeração 18

I
Instalação de tubulações 66, 67
Instrumentos de medição 17, 24, 30
Isolantes térmicos 13, 29, 68, 89

K
kelvin 20, 21, 23

L
Lacre da unidade selada 85
Leis 21, 22, 87, 88
Liderança 14, 85, 86
Lubrificantes de sistemas de refrigeração 13, 61

M
Maçarico com refil 69
Manômetro 30, 31, 80
Mordente 73, 75
N
Nomenclatura de fluidos refrigerantes 59
Normas 17, 21, 22, 66, 93

P
Pirômetro 25
Pressão 17, 18, 23, 24, 27, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 38, 40, 44, 45, 49, 50, 54, 56, 57, 67, 69, 71, 72, 77,
78, 79, 80, 84
Pressão absoluta 30
Pressão atmosférica 23, 30, 32, 33
Pressão relativa 30, 32
Pressostato 40, 54, 58, 94, 95
Pressostato de óleo 54, 58, 94

R
Radiação 25, 28, 66
Reciclagem 21, 82
Recuperação 82
Refrigeração por absorção 37, 38, 39
Refrigeração por compressão a vapor 18, 40, 41, 63
Refrigeração termoelétrica 37, 38
Relacionamentos profissionais 14, 87, 88
Resistência de cárter 55, 94
Responsabilidade 14, 66, 87

S
Segurança do trabalho 66
Silenciador 40, 55
Sistema Inglês de Unidades 20, 23
Solidificação 23

T
Técnicas de reoperação do sistema 77, 89
Temperatura 18, 19, 21, 22, 23, 24, 25, 27, 28, 29, 30, 33, 35, 38, 40, 44, 45, 46, 49, 50, 51, 56, 62,
68, 70, 71, 80, 82, 83
Termômetro de bulbo 24
Termômetro de pressão 24
Teste de estanqueidade 77, 78
Teste de vazamento 13, 77
Trabalho em equipe 65, 85, 87, 89

U
Unidades de medida 13, 17, 20, 21, 23, 29

V
Vacuômetro 32, 78, 79
Válvula By-pass 56
Válvula de expansão eletrônica 50
Válvula de fechamento 56
Válvula de retenção 56, 69, 72
Válvula de reversão 57
Válvula de segurança 57, 95
válvula de serviço 57, 79, 80, 83
Válvula reguladora de pressão 57
Válvula solenoide 58
Vaporização 23
Vareta 70, 72
Visor de líquido 40, 58
SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Mauricio Cappra Pauletti


Diretor Técnico

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Bernardo Cassimiro Fonseca de Oliveira


Elaboração

Adair Teixeira
Revisão Técnica

Daiani Machado
Morgana Machado Tezza
Coordenação do Projeto

Adriana Giovanela
Design Educacional

Vera Márcia Pinheiro da Conceição


Revisão Ortográfica e Gramatical

Andressa Vieira
Bernardo Cassimiro Fonseca de Oliveira
Fotografia e Tratamento de Imagens

SENAI/SC – São José/Palhoça


Thinkstock
Banco de Imagens
Joaquim Venâncio Lourenço Ribeiro
Paulo Djalma de Souza
Robson Ventura de Oliveira
Wertson da Silva Resende
Comitê Técnico de Avaliação

Ana Cristina de Borba


Ellen Cristina Ferreira
Diagramação

Vera Márcia Pinheiro da Conceição


Normalização

Patricia Correa Ciciliano


CRB – 14.1230
Ficha Catalográfica

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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