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1.

Assunto
Titrimetria de Neutralização.

2. Objetivo
Aferir um padrão secundário (Ácido Clorídrico), de concentração real
desconhecida, através de um padrão primário (Carbonato de Sódio), de
concentração real conhecida, pelo processo titulométrico quantitativo inverso
de neutralização.

3. Introdução

3.1 Volumetria por Neutralização


Os produtos ácidos ou alcalinos quer estejam no estado sólido ou líquido
podem ser determinados quantitativamente por soluções padrões ácidas ou
alcalinas, em presença de indicadores de neutralização adequados (indicador
de pH).

3.2 Substâncias e Soluções Padrões


Substâncias padrões de trabalho são aquelas que apresentam um grau de
pureza em torno de 100% com erro entre 0,05; são conhecidas pela sigla P.A.
que significa: para análise.

3.2.1 Substâncias padrão primário


São consideradas substâncias padrão primário somente aquelas que
satisfazem os seguintes requisitos:
 As substâncias devem ser de fácil obtenção, purificação, dessecação e
conservação.
 As impurezas devem ser facilmente identificáveis em ensaios
qualitativos conhecidos.
 O teor de impurezas não deve ser superior a 0,01 - 0,02%.
 A substância não deve ser higroscópica ou eflorescente.
 A substância deve possuir elevado Kps, de modo a formar uma solução
perfeita.
 A substância deve possuir elevado peso molecular.
 A substância deve ser sólida.

O número de substâncias padrão primário existente é relativamente


pequeno. As principais são: Na2CO3, Na2B4O7, NaCl, AgNO3, KSCN, Na2C2O4,
K2Cr2O7, ácido benzóico, ácido oxálico.
3.2.2 Substâncias padrão secundário
São consideradas padrão secundário aquelas cujo conteúdo de substância
ativa foi estabelecido por comparação com uma substância padrão primário.
Podem ser usadas para padronização.

3.3 Soluções padrões


São consideradas soluções padrão aquelas que possuem concentração
exatamente conhecido. É desejável que a concentração das soluções de
trabalho possa ser determinada com erro inferior a 0,1%.
A preparação de uma solução requer, direta ou indiretamente, o uso de um
reagente quimicamente puro e com composição perfeitamente definida.
Quando o reagente com que se tem de preparar a solução é uma substância
padrão primário, recorre-se à técnica direta, pesando uma fração definida ou
medindo seu volume para dissolução, normalmente em solvente universal. A
solução assim obtida é uma solução padrão primário.
Quando o reagente não é disponível em sua forma mais pura, como no
caso da maioria dos hidróxidos alcalinos, alguns ácidos inorgânicos e várias
substâncias deliquescentes; recorre-se à técnica indireta, que consiste em
preparar inicialmente uma solução com concentração próxima à desejada e
após, padronizá-la, isto é, determinar sua concentração exata em relação a um
padrão primário adequado. A solução assim obtida será então denominada
padrão secundário.
As soluções padrões devem ser conservadas de maneira a manterem-se
inalteradas suas concentrações, tanto quanto possível. Alas não devem ser
conservadas nos balões volumétricos usados na sua preparação. Os frascos
utilizados para conservar soluções padrões devem ter sidos perfeitamente
limpos e não devem ser expostos à luz direta. Em nenhum caso deve fazer-se
retornar ao frasco original sobras de soluções padrões utilizadas nas práticas
laboratoriais.

3.4 Ácido Clorídrico (HCl)


O Ácido clorídrico, HCl, é um ácido inorgânico forte, seu pKa é de -6,3. Isso
significa que, em solução, o H+ dele é facilmente ionizável ficando livre na
solução, fazendo com que o pH desta seja muito baixo. Sua aparência é de um
líquido incolor ou levemente amarelado. Altamente higroscópico, ou seja,
absorve água da atmosfera, por isso o frasco deve permanecer bem vedado
para não variar a sua concentração. Outro motivo pra que o frasco permaneça
fechado é que, em altas concentrações, o ácido exala vapores altamente
irritantes para os olhos e nariz.
Sua obtenção pode ser feita de duas maneias: aquecimento a altas
temperaturas do gás hidrogênio com o gás cloro, formando o HCl em sua forma
pura. Ou então com a mistura de ácido sulfúrico (H2SO4) com cloreto de sódio
(NaCl) formando o dito ácido e sulfato de sódio (Na2SO4).
Em indústrias e laboratórios, o ácido clorídrico pode ser utilizado para:
 Hidrólise ácida de madeiras;
 Limpeza de equipamentos, chamada também de decapagem, que é a
remoção das camadas de metal oxidado;
 Utilizado como catalisador em reações orgânicas que precisam ser
realizadas em pH baixo;
 Produção de cloretos metálicos;
 Acidificação de poços de petróleo.
 Regeneração de resina de troca iônica, ele retira os íons trocados
retidos na resina, deixando-a pronta para nova utilização;

3.5 Carbonato de Sódio (Na2CO3)


O Carbonato de sódio (Na2CO3) é um sal branco e translúcido. Ele endurece e
se agrega quando exposto ao ar devido à formação de hidratos, pode ser
produzido por cristalização adequada de seus depósitos naturais (trona; natro;
ranksita; pirsonita e gailussita).
O carbonato de sódio é usado em fotografia, em limpezas, no controle
do pH da água, no tratamento têxtil, como aditivo alimentar, na fabricação de
vidros, sabão, tintas, papel, corantes e no tratamento da água de piscinas.
Pode ser obtido na natureza ou artificialmente. No método Leblanc, a
reação do sal comum com o ácido sulfúrico é:

A reação do Na2SO4 com calcário e carvão:

Tal método foi substituído pelo método de Ernest Solvay que tornou o
sal mais barato e sem tantos problemas como o anterior.
O carbonato de sódio é também conhecido como barrilha ou soda, e sua
principal aplicação é na fabricação de vidro comum, veja o processo:

Os três componentes acima quando passam pelo processo de fusão


originam o vidro.

3.6 Hidróxido de Sódio (NaOH)


O hidróxido de sódio (NaOH), também conhecido como soda cáustica, é um
hidróxido cáustico usado na indústria (principalmente como uma base química)
na fabricação de papel, tecidos, detergentes, alimentos e biodiesel. Também
usado para desobstruir encanamentos e sumidouros pelo fato de ser corrosivo.
É produzido por eletrólise de uma solução aquosa de cloreto de sódio
(salmoura).
É utilizado em reações químicas por sua alta reatividade. Exemplos: em
degradações, onde é usado para preparar alcanos a fim de diminuir a
quantidade de carbono na cadeia. Usado também, juntamente com o óxido de
cálcio (CaO), para diminuir a reatividade e prevenir a corrosão dos tubos de
ensaio.

3.7 Aferição
Comparação entre os valores gerados por um padrão de referência e o
valor efetivamente medido pelo instrumento sob análise.
Para a análise química em questão a aferição consiste num processo de
determinação preciso do fator de correção.

3.8 Titulação
A titulação é um processo físico para determinação da concentração em
valores específicos de uma substância desconhecida podendo ser esta de
natureza ácida ou alcalino-básica. Quando a substancia de concentração
desconhecida é um ácido usamos uma base de concentração conhecida para
determinar a concentração do ácido e vice-versa.

3.8.1 Formas de titulação


Titulação ácido-base (acidimetria-alcalimetria): onde as hidroxilas da base
(concentração conhecida) se combinam com os hidrogênios ionizáveis do ácido
aumentando o valor do pH até o ponto de viragem ou neutro (em que a solução
passa a ser formada por água e sais).
Titulação de oxi-redução: onde ocorre a troca de elétrons entre os oxidantes e
redutores, onde oxidantes fortes ganham mais elétrons assim como os
redutores perdem.

3.8.2 Ponto de Viragem


Mudança visível no meio reacional (função do indicador).

3.8.3 Ponto de Equivalência


Quando toda a amostra reagir quantitativamente com a solução padrão.

3.8.4 Indicador
Substância adicionada (orgânico), um dos reagentes (natural) ou produto da
reação que acusa o ponto final da titulação, através de uma mudança de
coloração, aparecimento de precipitado ou turvação, outros. A indicação pode
ser:
 emprego de substâncias ditas indicadoras;
 indicação natural (sem utilizar indicadores externos);
 por meio de instrumentos.
3.8.5 Curva de titulação
O Ponto Final da Titulação também pode ser determinado através da
chamada Curva de Titulação ou Curva de Neutralização, uma representação
gráfica dos valores do pH em função do volume de titulante adicionado.

A representação gráfica de uma curva de titulação mostra-nos 3 zonas de


variação do pH:
 uma variação suave, quase horizontal, na zona ácida da escala de pH
(sobe pouco devido à capacidade de tampão da solução de ácido forte);
 uma variação brusca, quase vertical, passando da zona ácida para a
zona alcalina, e
 de novo, uma pequena variação na zona alcalina.

4. Materiais
 Béquer de Vidro com capacidade de 600 mL;
 Béquer de Vidro com capacidade de 50 mL;
 Bico de Bunsen;
 Tripé de Ferro com Tela com Amianto;
 Pinça Tenaz;
 Pissete Plástico de Polietileno;
 Bastão de Vidro;
 Espátula de porcelana;
 Vidro de Relógio;
 Pipeta Volumétrica com capacidade de 25,0 mL;
 Balão Volumétrico com capacidade de 100,0 mL;
 Proveta Graduada com capacidade de 25,00 mL;
 Erlenmeyer com capacidade de 250,0 mL;
 Garrafa plástica com capacidade de 510 mL.

4.1 Reagentes
 Sólido de carbonato de sódio - Na2CO3 99,5% m/m
 Solução concentrada de ácido clorídrico - HCl 37% m/m e d=1,18 kg/L
 Sólido de hidróxido de sódio - NaOH 97% m/m
 Indicador fenolftaleina
 Indicador vermelho de metila

5. Metodologia
Entrou-se no laboratório devidamente vestido com todos os EPIs, conferiu-
se o armário e preparou-se a bancada com as vidrarias necessárias para o
experimento. Lavou-se as vidrarias com água e logo após realizou-se a
rinsagem com água destilada, colocou-se as mesmas dobre o papel toalha
para o escorrimento do restante da água destilada e iniciou-se o experimento.

5.1 Preparo das soluções

5.1.1 Solução de Na2CO3 0,1 eq/L


Em um béquer de 50 mL pesou-se, em balança semi-analítica, 0,5329 g
(previamente calculado) do sólido de carbonato de sódio para o preparo de
uma solução de 0,1 eq/L. Posteriormente, dissolveu-se totalmente o sal pesado
com água destilada e o líquido transferido quantitativamente para um balão
volumétrico de 100,0 mL.

5.1.2 Solução de HCl 0,1 eq/L


Utilizando-se uma pipeta graduada de 10,00 mL e um béquer como
recipiente mediu-se um volume de HCl concentrado na capela e posteriormente
realizou-se a diluição adicionando o ácido sobre uma quantidade previamente
medida de água. Agitou-se para a total homogeneização da solução.

5.1.3 Solução de NaOH 0,1 eq/L


Em um béquer de 50 mL pesou-se, em balança semi-analítica, 2,0618 g
(previamente calculado) do sólido de hidróxido de sódio para o preparo de uma
solução de 0,1 eq/L. Posteriormente, dissolveu-se totalmente o sal pesado com
água destilada e com a ajuda de um bastão de vidro. O líquido resultante
transferido para um béquer de capacidade 600 mL e completado com água em
qsp 500 mL.

5.2 Aferições

5.2.1 Solução de HCI 0,1 eq/L


Após a rinsagem da pipeta volumétrica com a solução padrão, transferiu-se
quantitativamente 25,00 mL do padrão para um erlenmeyer de 250 mL. Em
seguida, adicionou-se ao mesmo recipiente 25 mL de água destilada e 4 gotas
do indicador vermelho de metila.
Após prévia lavagem e devida rinsagem da bureta (água destilada e
solução ácida), completou-se o volume com solução de HCl, iniciou-se a
titulação.
A titulação aconteceu com agitação constante até a mudança de coloração
de amarelo, passando pelo laranja, até o avermelhado. Em seguida aqueceu-
se a solução à ebulição por um minuto, e caso retornasse a coloração laranja o
recipiente era resfriado e o processo de titulação retomado. A titulação acabou
quando, após o aquecimento, não houve mudança de coloração na substância.

5.2.2 Aferição do Padrão Secundário de NaOH


A partir da solução preparada de NaOH mediu-se 25,00 mL com pipeta
volumétrica, após rinsagem com a solução, e transferiu-se para um erlenmeyer
de 250 mL. Em seguida, adicionou-se ao mesmo recipiente 25 mL de água
destilada -medida em uma proveta- e 4 gotas do indicador fenolftaleína.
Após o preenchimento e a rinsagem da bureta com a solução de HCl a
titulação se deu com agitação constante até a mudança de coloração da
substância no erlenmeyer, de róseo para incolor.

6. Resultados

6.1 Determinação da massa de carbonato de sódio (Na2CO3)

6.2 Determinação do volume de ácido clorídrico (HCI)


6.3 Determinação do fator e da Normalidade real da solução de HCl

Erro:

Precisão:

Fator de correção:
 Normalidade do carbonato de sódio (Na2CO3)

 Fator de correção

 Nreal
6.4 Determinação da massa de hidróxido de sódio (NaOH)

6.5 Determinação do fator da solução de NaOH

Erro:

Precisão:

Fator de correção:

 Nreal
6.6 Mecanismo de indicação

 Solução de HCI 0,1 eq/L

 Aferição do Padrão Secundário de NaOH

7. Discussões

7.1 Indicadores ácido- base


Indicadores ácido-base são substancias naturais ou sintéticas que ao
entrarem em contato com ácido ou base mudam de cor de acordo com o pH.
Os indicadores geralmente são ácidos ou bases fracas, que quando
adicionados a uma solução se ligam aos íons H+ ou OH- e mudam de cor,
devido uma alteração em sua configuração eletrônica.
A fenoftaleina é um indicador bastante utilizado em titulações, esta se
mantém incolor em soluções ácidas e torna-se cor-de-rosa em soluções
básicas. A sua cor muda a valores de pH entre pH 8,2 e pH 9,8.
O vermelho de metila é um corante indicador de pH que se torna vermelho
em soluções ácidas com pH abaixo de 4,4 , amarelo em pH acima de 6,2 e
laranja entre estes valores.
A escolha do melhor indicador para cada tipo de titulação deve ser feita com
base na faixa de pH em que a substancia muda de cor. No caso das titulações
realizadas experimentalmente foi escolhido o indicador vermelho de metila na
neutralização do padrão carbonato de sódio pelo ácido clorídrico, pois sendo
esse ácido um componente forte o equilíbrio reacional terá um pH baixo, e
portanto será necessário o uso do vermelho de metila para indicar com
precisão o fim da reação. Já para a determinação do fator do hidróxido de
sódio (base forte) com padrão secundário de HCl foi utilizado o indicador
fenolftaleína pois o pH do sistema ao fim da reação se encontra dentro da faixa
detectada por essa substancia.
7.2 Processo inverso na aferição do Ácido Clorídrico com o Carbonato
de Sódio
Durante o processo titulométrico haverá formação do composto
intermediário HCO3-, conhecido como ânion bicarbonato (de caráter anfótero).
Sendo assim, a titulação irá terminar quanto o CO2 for eliminado
quantitativamente.

A presença do íon intermediário faz com que o ponto final da titulação


seja prematuro, ocasionando um deslocamento de equilíbrio contrário à
formação de produtos.

7.3 Precisão
A aferição do Hidróxido de Sódio não foi precisa, este fato pode ser
atribuído a um possível erro na preparação da solução aferida, ou por
inexperiência do grupo levando ao erro durante o processo de titulação.

8. Conclusão
Conclui-se através deste que em analítica quantitativa todas as etapas em
laboratório são importantes e devem ser feitas com atenção, desde o preparo
das soluções até a titulação em si. É importante ressaltar também a
importância dos indicadores ácido-base nas titulações de neutralização, pois
são eles quem indicam seu ponto final. Além disso, faz-se necessário mostrar
que a precisão da titulação do Hidróxido de Sódio com HCl ficou fora do limite
estabelecido, sendo assim preciso o aperfeiçoamento por parte do grupo para
evitar erros analíticos.
9. Referências
 http://www.infoescola.com/quimica/substancias-e-solucoes-padroes/
 http://www.infoescola.com/quimica/acido-cloridrico/
 http://www.brasilescola.com/quimica/carbonato-de-sodio.htm
 http://www.brasilescola.com/quimica/hidroxido-de-sodio.htm
 http://www.infoescola.com/quimica/titulacao/
 http://quimica12mp.no.sapo.pt/pdf/Deqacbase4.pdf
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Fenolftale%C3%ADna
 http://www.infoescola.com/quimica/indicadores-de-ph/
 http://www.soq.com.br/conteudos/em/indicadores_acido_base/
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Vermelho_de_metila
Acessados do dia 17 ao 21 de março de 2014.

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