Desenvolvimento Socioeconômico
Desenvolvimento Socioeconômico
Desenvolvimento Socioeconômico
Data: 21/04/17
Professora: Vanessa Cristina dos Santos
Aluno: Ricardo Almeida Marques
Ciências Econômicas
Origens teóricas
Diversos economistas, por volta das décadas de 1940 e 1950, começaram a fazer
estudos sobre as situações dos países subdesenvolvidos, visando propostas de intervenções
pelas economias mais fortes. Na América Latina, a CEPAL visava propor algo como o
Plano Marshall, um empréstimo para investimento em áreas cruciais nos países do
continente.
Crescimento e desenvolvimento
Entretanto existem uma série de entraves para tal desenvolvimento, sendo que um
deles está relacionado com a mudança de mentalidade e conduta dos agentes econômicos,
que mediante a mudança da projeção econômica a que são submetidos, resistem e
permanecem com objetivos diferentes, como a obtenção de um nível fixo de renda ou a
manutenção do consumo famílias, ao invés da busca pelo lucro e seu eventual
reinvestimento.
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Por fim, em se tratando da renda, de acordo com Souza (2009, p. 7), “a questão é
saber como ela se distribui entre as pessoas e se as razões de seu crescimento se devem à
construção de habitações populares ou equipamentos militares, ao aumento das horas de
trabalho ou à maior produtividade”.
São episódios como a Conferência de 1992, no Rio de Janeiro, onde foi criada a
Agenda 21, com uma série de pontos que os países assinantes se comprometiam a sanar.
Também foi constatada a necessidade de envolver a sociedade nessa causa, visto que
apenas governos e empresas não seriam o suficiente para reverter o quadro. Em 1997
houve uma convenção em Kyoto, onde foi criado o Protocolo de Kyoto, um documento no
qual os países se comprometeriam a reduzir a emissão de gases-estufa em níveis
diferenciados dependendo do país. Vale lembrar que os EUA não assinaram o protocolo,
alegando que seria prejudicial para a economia norte-americana. Houve também uma
reunião em Johannesburgo na África do Sul em 2002, em que houve um enfoque maior
nos aspectos de justiça social.
Há uma série de questionamentos que surge com esse assunto, sendo um dos
principais a questão de como aumentar a taxa de crescimento econômico e melhorar tais
indicadores. Entretanto, já é de consenso que “cabe ao Estado o papel essencial na
organização do esforço de desenvolvimento: regulação do crédito; implantação da
infraestrutura básica; oferta dos serviços sociais básicos, como saúde, educação e
segurança” (SOUZA, 2009, p. 10). Por fim, vale lembrar que o grau de pobreza brasileiro
é comparativamente maior analisando países com a renda per capita semelhante.
Subdesenvolvimento
Em geral, a partir dos anos 1980 houve uma melhora nos níveis de expectativa de
vida em geral. A taxa de mortalidade infantil, por exemplo, caiu consideravelmente,
levando em consideração fatores como “vacinação infantil (sarampo, poliomielite),
difusão de água tratada, saneamento básico e melhorias no sistema de higiene” (SOUZA,
2009, p. 15), bem como o combate à fome. No geral, tem-se aumentado a expectativa de
vida ao nascer.
Por conta do crescimento demográfico acelerado dos últimos anos, os países têm
de aumentar a produção de alimentos. Para países ricos há uma grande facilidade em se
importar gêneros alimentícios, dado seu baixo valor agregado. No entanto países pobres,
com economias voltadas para o setor agrícola, terão problemas sérios que comprometerão
toda a estrutura econômica interna caso tal setor tenha um desempenho insatisfatório. Para
tal melhora são utilizados insumos modernos, a fim de se elevar a produtividade da terra e
do trabalho.
Por fim, vale mencionar o Índice de Gini, que mede a distribuição de renda entre
as diferentes classes sociais. “Serra Leoa possui a pior distribuição de renda do mundo
(Gini igual a 62,9), seguido pelo Brasil (60,0) e África do Sul (59,3)” (SOUZA, 2009, p.
17).
Isso ocorre até o ponto em que o dinamismo da economia deixa de depender dos
fatores externos e passa a ser determinado pelas variáveis inerentes ao mercado interno.
Dessa forma, pode-se resumir que “a base exportadora aparece como a causa do
crescimento econômico das regiões subdesenvolvidas, principalmente nos seus primeiros
estágios, e como elemento dinâmico de aumento de eficiência e competitividade em
economias industrializadas” (SOUZA, 2009, p. 23), e o fator industrialização ocorre em
seguida, e como um resultado positivo do desenvolvimento da base exportadora.
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Estrangulamentos do desenvolvimento
Vale lembrar que a tendência atual é que o Estado se torne cada vez menos
intervencionista, atuando apenas no sentido de orientar a economia em geral. Isso pode
acontecer através do estabelecimento de um órgão responsável pela criação de projetos
estratégicos e pela busca de agentes privados interessados no investimento em tais áreas.
Dessa forma, os recursos públicos seriam destinados exclusivamente a áreas de interesse
social, como educação e saúde.
A história dos países europeus é marcada, em seu início, por uma série de
conflitos. Entretanto, surge um ponto de inflexão com a emergência do Mercantilismo e
do Renascimento, o que permitiu aos países a realização de mudanças internas em âmbito
social e produtivo.
Houve uma expansão da renda per capita inglesa, que era de fato a manifestação
em números do considerável desenvolvimento econômico possibilitado pelos fatores até
então observados. Além disso, as estratégias de iniciativa estatal foram de suma
importância para tal processo. Dessa forma, pode-se dizer que:
Muitas outras inovações também foram contribuindo, ao longo dos anos, com o
aumento da produtividade norte-americana, como o arado de ferro fundido e
posteriormente de aço, a ceifadeira, o ancinho de tração animal e os secadores de cereais.
Tais itens também foram beneficiados pela introdução de métodos científicos para o
cultivo e criação de animais, e a importação de animais e outras tecnologias. O homestead
act de 1862 também contribuiu com tal área, uma vez que democratizou o acesso a terras
cultiváveis.
A Grande Depressão
O acelerado ritmo de crescimento, somado com uma série de outros fatores, veio
a causar a Crise de 1929, que basicamente teve por seu primeiro sintoma a queda
vertiginosa das ações na Bolsa de Nova York. Com isso, aumentou o risco de
investimentos em geral, o que causou demissões em massa por não haver estímulo à
produção. Diversas empresas, bancos e indivíduos decretaram falência.
Tal fato foi agravado, como antes dito, por conta do excedente de produção
gerado pelo acelerado ritmo de crescimento industrial, excedente este que não encontrava
comprador externo, dado o ritmo de recessão geral na situação internacional da época,
nem interno, uma vez que o poder aquisitivo da população não acompanhou o ritmo de
crescimento produtivo em escala equivalente. Há de se considerar ainda que tal quebra
atingiu o mundo praticamente por inteiro, dada a influência internacional dos EUA.
Desenvolvimento do Japão
Com a expansão dos EUA, um primeiro tratado com o Japão foi firmado em
1854, juntamente com a abertura dos portos do país. Assim, isso representou uma brecha
para que outros países também conseguissem firmar tratados comerciais com o Japão, de
modo que em um tempo relativamente curto começaram a acontecer iniciativas
reformistas internas, ao perceberem a possibilidade de desenvolvimento. Assim, com o
fim do xogunato e a chamada Restauração Meiji, as estruturas sociais anteriores foram
derrubadas, pondo fim principalmente ao imobilismo entre as classes.
Estratégias da restauração
Imperialismo japonês
Com o advento dos diversos conflitos nos quais o país se envolveu, por ocasião
do fim da Segunda Guerra Mundial o Japão terminou desmilitarizado, desarmado e com
seu território restrito às suas ilhas principais, bem como tendo uma constituição vigente
redigida por estrangeiros. Isso, apesar de ter sido um fato negativo em primeira instância,
favoreceu a recuperação posterior da economia japonesa.
ser remediada e superada, dado que nos anos posteriores a produção industrial do país
seria triplicada, dando ênfase para os bens duráveis e não duráveis de consumo. Por fim, o
país também se tornou especializado na produção de seda, fios e tecidos finos de algodão
e sintéticos.
Com os anos 1990 o Japão sofre uma queda ainda mais expressiva nos níveis de
desenvolvimento. Tal fato pode ser explicado pela bolha especulativa em seu setor
imobiliário, cujos níveis altos de valorização forçaram a adoção de uma política restritiva
de crédito em 1989. No entanto os agentes econômicos e instituições demoraram para
responder positivamente a tal política, o que resultou na limitação de empréstimos para
aquisição de imóveis, ordenada pelo Ministro das Finanças. Isso provocou o estouro da
bolha, queda no consumo e consequentemente uma grave recessão econômica.
Houve ainda aumento nas exportações, indicando que o problema está de fato na
falta de dinamismo no mercado interno, o que de fato acaba por retroalimentar a recessão
gerada. Apesar disso, o Japão continuou sendo uma das mais fortes e confiáveis
economias do mundo, tendo índices econômicos invejáveis. Por fim, apesar dos níveis de
crescimento melhores alcançados a partir dos anos 2000, não é de se esperar que o país
alcance níveis semelhantes aos anteriores, dado que se trata de um país já bem
desenvolvido. Isso não significa no entanto que ele deixará de se desenvolver ou perderá a
confiabilidade no mercado, já que existem diversos outros fatores que conferem bastante
credibilidade à economia japonesa, desde o histórico processo de desenvolvimento e
investimento em educação até fatores da própria cultura do Japão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS