10 Obras Modernistas de Tarsila Do Amaral
10 Obras Modernistas de Tarsila Do Amaral
10 Obras Modernistas de Tarsila Do Amaral
Amaral
O modernismo brasileiro foi um período em que os artistas estavam bastante
interessados em trazer uma renovação para a arte do país.
Buscando inspiração nas vanguardas européias, eles produziram obras que dialogavam
com a cultura nacional e quebravam os padrões estéticos até então vigentes.
Um dos grandes nomes do período foi Tarsila do Amaral, uma figura decisiva na
consolidação dessa vertente artística no Brasil.
A seguir, confira dez importantes obras modernistas de Tarsila que apresentamos por
ordem cronológica.
1. A Negra, 1923
A Negra (1923)
No trabalho A Negra, Tarsila expõe a figura de uma mulher com traços bem marcados,
mãos e pés grandes e cabeça pequena. Além disso, a artista explora elementos cubistas
ao fundo.
Nessa obra, podemos perceber a representação da mulher negra como um ser que
carrega uma pesada carga social, o que se pode notar pelo olhar melancólico e pelo seio
caído à mostra.
A mama que pende do corpo faz referência à prática das amas de leite na época da
escravatura, na qual as escravizadas amamentavam e cuidavam dos filhos das mulheres
brancas da elite.
O quadro é um óleo sobre tela feito em 1923 - um ano depois da Semana de Arte
Moderna - e mede 100 x 80 cm. Pertence à Coleção Museu de Arte Contemporânea da
Universidade de São Paulo, em São Paulo.
2. A Cuca, 1924
A Cuca (1924)
Pintado em cores vibrantes e tropicais, a tela remete à infância; exibe alguns animais e
uma natureza viva. Pertence à fase modernista Pau-Brasil, que antecede o movimento
antropofágico.
Essa é uma criação de 1924, tem 73 x 100 cm, foi feita usando tinta a óleo e encontra-se
no Museu de Grénoble, na França.
3. São Paulo (Gazo), 1924
A obra São Paulo (Gazo) também integra a fase Pau-Brasil de Tarsila, sendo um dos
marcos do período.
Em trabalhos como esse, Tarsila situa a percepção do Brasil a partir da ótica aberta pela
industrialização.
Morro da Favela pertence ao período Pau-Brasil. Retrata uma favela com casinhas
coloridas, árvores e pessoas.
É um obra de denúncia social, pois nessa época a população pobre foi obrigada a ceder
espaço nos grandes centros e se deslocar para zonas periféricas. Foi nesse momento que
houve um grande aumento das favelas no país.
Apesar da crítica, Tarsila consegue retratar essa realidade de maneira leve, sugerindo
harmonia uma idealização do morro como um lugar idílico. A composição data de 1924,
tem 64 x 76 cm e pertence a uma coleção particular.
5. Abaporu, 1928
Abaporu (1928)
Uma das obras mais conhecidas de Tarsila é, sem dúvida, Abaporu. O nome é uma
junção das palavras tupis aba (homem), pora (gente) e ú (comer), significando portanto
homem que come gente, ou antropófago.
Foi idealizada pensando na cultura brasileira e exibe uma pessoa sentada em posição
reflexiva. A figura apresenta grandes distorções e está inserida em uma paisagem
tipicamente brasileira, mais especificamente nordestina. Expõe intensamente as cores da
bandeira do Brasil.
Esse quadro foi o impulso para uma nova fase no modernismo brasileiro: o movimento
antropofágico.
Abaporu foi produzida em 1928 com a técnica óleo sobre tela e mede 85 x 72 cm.
Encontra-se atualmente no Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires
(MALBA).
6. Urutu (O ovo), 1928
A tela foi feita em 1928. Pintada em tinta a óleo, mede 60 x 72 cm e integra o acervo da
Coleção Gilberto Chateaubriand, no Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de
Janeiro.
7. A Lua, 1928
A Lua (1928)
No quadro A Lua, a artista apresenta uma paisagem noturna com cores saturadas e
formas sinuosas. A lua e o cacto aparecem de maneira bastante estilizada.
Em 2019 foi adquirida pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa) pelo valor
exorbitante de 20 milhões de dólares (cerca de 74 milhões de reais).
A famosa galeria emitiu uma nota demonstrando satisfação com a aquisição e expressou
apreço pelo trabalho da pintora dizendo:
Tarsila é uma figura de fundação para a arte moderna no Brasil e uma protagonista
central nos intercâmbios transatlânticos e culturais deste movimento.
8. Antropofagia, 1929
Antropofagia (1929)
Aqui a imagem da negra é apresentada com a cabeça diminuída, fazendo par com a
cabeça de Abaporu. Os seres encontram-se emaranhados como se fossem um só e
integram-se à natureza.
Em Antropofagia as coisas não se transformam. Elas apenas são; subsistem, com uma
terrível e sólida permanência que as ancora no chão.
O quadro foi pintado em 1929, é um óleo sobre tela com dimensão de 126 x 142 cm e
pertence à Fundação José e Paulina Nemirovsky, em São Paulo.
9. Operários, 1933
Operários (1933)
Nessa época, Tarsila inicia sua última fase modernista, chamada de Fase Social, na qual
explora temas de cunho coletivo e social. Aqui ela questiona as adversidades vindas da
industrialização, a concentração de riquezas nas mãos de poucos e a exploração a que
muitos estão sujeitos.
A pintora realiza então a tela Operários, na qual exibe o rosto de diferentes pessoas, de
várias etnias, mas que possuem em comum uma expressão de exaustão. Nessa
composição, a massa de gente aparece como o retrato dos trabalhadores fabris da época.
Esse é um trabalho de 1933, com 150 x 205 cm e que está localizado no Palácio Boa
Vista, em Campos do Jordão.
10. Segunda Classe, 1933
Aqui, Tarsila retrata pessoas em uma estação de trem. Ao fundo, há a figura de uma
mulher com uma criança de colo e um homem idoso. Do lado de fora do vagão, quatro
mulheres, três homens e cinco crianças apresentam feições cansadas e sem esperanças.
A cena retrata uma realidade muito comum no período, o êxodo rural, que é a migração
do campo para as cidades de indivíduos que partem em busca de melhores condições de
vida e oportunidades.
Essa é uma obra produzida com a técnica de óleo sobre tela, possui 110 x 151 cm e faz
parte do acervo de uma coleção particular.
Modernismo no Brasil
O modernismo no Brasil teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, em
1922, momento marcado pela efervescência de novas ideias e modelos.
Contexto Histórico
O Modernismo surge num momento de insatisfação política no Brasil. Isso, em
decorrência do aumento da inflação que fazia aumentar a crise e propulsionava greves e
protestos.
Assim, numa tentativa de reestruturar o país politicamente, também o campo das artes -
estimulado pelas Vanguardas Europeias - encontra-se a motivação para romper com o
tradicionalismo.
Características do Modernismo
Libertação estética;
Ruptura com o tradicionalismo;
Experimentações artísticas;
Liberdade formal (versos livres, abandono
das formas fixas, ausência de pontuação);
Linguagem com humor;
Valorização do cotidiano.
Principais Autores
Oswald de Andrade (1890-1954)
Mário de Andrade (1893-1945)
Manuel Bandeira (1886-1968)
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Rachel de Queiroz (1902-2003)
Jorge Amado (1912-2001)
Érico Veríssimo (1905-1975)
Graciliano Ramos (1892-1953)
Vinícius de Moraes (1913-1980)
Cecília Meireles (1901-1964)
João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
Clarice Lispector (1920-1977)
Guimarães Rosa (1908-1967)
Fases do Modernismo
Primeira Fase do Modernismo
(1922-1930)
Nesta fase, conhecida como a "Fase Heróica", os artistas buscam a renovação estética
inspirada nas vanguardas européias (cubismo, futurismo, surrealismo).
Portanto, este período caracterizou-se por ser o mais radical e também, pela publicação
de revistas e de manifestos, bem como pela formação de grupos modernistas.
Revistas
Klaxon (1922), Estética (1924), A Revista (1925), Terra Roxa e Outras Terras (1927) e
Revista de Antropofagia (1928).
Manifestos
Grupos
Movimento Pau-Brasil
Movimento Antropofágico
Grupo modernista-regionalista de Recife
Movimento Verde-Amarelo e a Escola da Anta
Isso porque muitos estudiosos afirmam que essa fase termina em 1960, enquanto outros,
definem o fim dessa fase nos anos 80.
Há ainda os que consideram que a terceira fase modernista prolonga-se até os dias
atuais.
Além disso, surge um grupo de escritores denominado “Geração de 45”, muitas vezes
chamados de neoparnasianos, pois eles buscavam uma poesia mais equilibrada.