Espondiloterapia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 56

INTRODUÇÃO

ESPONDILOTERAPIA
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 3

1- NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 4

2- SISTEMA ESQUELÉTICO 12

3- MANOBRAS DE MASSAGEM 24

4- ESPONDILOTERAPIA 39

5- DIFERENÇAS ENTRE AS VÉRTEBRAS 42

6- METODOLOGIA 48

7- DISCUSSÃO 53

REFERÊNCIAS

2
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

INTRODUÇÃO

É terapia vertebral. Realizada por trações manuais na coluna vertebral. É uma


técnica de manipulação das articulações em geral, e especificadamente aplicada no
realinhamento estrutural da coluna feita através de manobras corporais
principalmente com as mãos. A técnica se baseia em um trabalho apurado de
relaxamento muscular, alongamento para ampliar o movimento articular e
tracionamento da coluna (de forma contínua de baixa velocidade).

Realizado por meios de movimentos delicados, ou mais firmes, porém, jamais de


maneira violenta e dolorosa, que visa aliviar as dores, reduzir os desvios, corrigir a
postura e proporcionar benefícios reflexos através das raízes nervosas.
Indicado para problemas como dores de cabeça, dores nas costas, má circulação
sanguínea, tonturas, problemas articulares, atrofias do derrame cerebral, artrite,
artrose, dores no nervo ciático (isquiático) , hérnia de disco, deslocamento de
vértebras, bico de papagaio (osteofitose), nódulos musculares, miosite, hiperlordose,
hipercifose, escoliose, torções, cansaço físico, AVC e outros.

3
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

1- NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

A Anatomia Humana é a ciência que estuda as estruturas corporais, como elas


se formam e como funcionam em conjunto no corpo (sistemas).
O que a Anatomia Estuda?
A anatomia analisa como as estruturas do corpo podem ser afetadas pela genética
(alterações cromossômicas que passam aos descendentes), pelo ambiente
(doenças) e pelo tempo (modificações da infância à velhice).

Além disso investiga os mecanismos evolutivos que provocam modificações e


alteram suas funções. Está relacionada com a Biologia, a Medicina, a Fisioterapia, a
Enfermagem e outras áreas biomédicas.

Termos Técnicos de Anatomia


Na anatomia há muitos nomes que podem assustar qualquer iniciante, mas são
fundamentais para a melhor compreensão do assunto. Além dos nomes dos órgãos
e estruturas, há termos e convenções que são essenciais, são eles: divisão do corpo
e posição anatômica, planos, eixos e movimentos anatômicos.

Divisão do Corpo
Como em outras áreas biológicas, na anatomia o estudo é feito por partes, que
pode ser ao nível macroscópico ou microscópico. Há especialistas para cada
área, por exemplo: miologista (músculos), osteologista (ossos), entre outros.
Por isso que os médicos se tornam especialistas em uma área do corpo que ele
estudou melhor, como o pneumologista, que trata dos pulmões.

O corpo humano é dividido em grandes grupos: cabeça, pescoço, tronco e


membros. Cada um desses é subdividido em partes específicas.

Por exemplo, na cabeça estão o crânio (onde se localiza o encéfalo e medula) e a


face (olhos, nariz, boca, orelhas).

O que é Posição Anatômica?

4
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

A posição anatômica é adotada cientificamente para o estudo do corpo humano.


Nessa posição a pessoa encontra-se de pé, com o rosto virado para a frente e olhar
direcionado para o horizonte. Os braços estendidos ao longo do corpo, com as
palmas das mãos viradas para frente. As pernas ficam juntas e os pés voltados para
frente.

Representação de mulher em posição anatômica


Planos Anatômicos
Para facilitar a correta localização espacial das partes do corpo são definidos os
planos anatômicos. Cada plano representa um corte do corpo, dividindo-o em
partes. Importante destacar que podem ser feitos vários cortes num plano, paralelos
uns aos outros.

5
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Planos Anatômicos
 Plano Frontal ou Coronal: corta o corpo verticalmente de um lado a outro,
passando pela sutura coronal do crânio, ou seja, próximo às orelhas. Todas as
estruturas localizadas à frente são chamadas anteriores e atrás
são posteriores;
 Plano Sagital: corta o corpo verticalmente em duas metades, direita e
esquerda, passando pela sutura sagital do crânio, ou seja, pela testa. Se o
corte for feito bem no meio do corpo, é chamado plano mediano. Todas as
estruturas localizadas próximo do plano mediano são chamadas mediais e as
que estão mais afastadas são laterais;
 Plano Transversal ou Horizontal: corta o corpo horizontalmente, quer dizer,
na transversal. Todas as estruturas acima do plano são
chamadas superiores e abaixo,inferiores.

Eixos e Movimentos Anatômicos


Os eixos são linhas imaginárias que "perfuram" os planos perpendicularmente.
Os movimentos anatômicos são relacionados aos eixos, ou seja, as articulações
se movimentam pelo ponto de ligação representado pelos eixos. Os principais
são listados abaixo :

6
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Eixos Anatômicos
 Eixo Ântero-posterior ou Sagital: passa pelo plano frontal indo da frente para
trás;
o Abdução: movimento no eixo ântero-posterior, como as articulações dos
ombros e quadris, afastando do plano mediano do corpo. Exemplos:
levantar o braço, se curvar à frente;
o Adução: movimento que aproxima do plano mediano do corpo. Exemplos:
abaixar o braço, voltar o tronco à posição ereta;
 Eixo Látero-lateral ou Horizontal: passa pelo plano sagital indo de um lado a
outro;
o Extensão: movimento no eixo horizontal, que provoca o aumento do
ângulo entre duas estruturas ósseas, afastando-as. Exemplo: esticar o
braço à frente;
7
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

o Flexão: Produz a diminuição do ângulo entre duas estrutura ósseas,


aproximando-as. Exemplo: dobrar o braço, trazendo a mão para perto do
ombro;
 Eixo Longitudinal: passa pelo plano transversal indo de cima para baixo, ou
vice-versa;
o Rotação Medial ou Interna: movimento no eixo longitudinal que gira o
membro de fora para dentro ( direção do plano mediano).
o Rotação Lateral ou Externa: movimento que gira o membro de dentro
para fora (direção do plano lateral).

Fisiologia Humana

A Fisiologia Humana é uma ciência que estuda todos os processos que ocorrem
dentro o organismo dos seres humanos. Fisiologia e Anatomia são conceitos que se
completam: enquanto a primeira estuda dos processos que ocorrem dentro do
organismo, a anatomia analisa e estuda as formas que o corpo possui e quais as
funções das estruturas do corpo. Ao estudar a fisiologia e anatomia humana, o
estudioso pode entender como o complexo sistema, que é o corpo humano,
funciona.

Entender a Fisiologia Humana é entender os processos que acontecem e como eles


influenciam no funcionamento dos demais sistemas e processos. Tudo precisa
acontecer de forma sincronizada e isso pode fazer a diferença para que a saúde
deste ser humano esteja em perfeitas condições. Para entender como cada sistema
funciona é preciso saber um pouco mais sobre suas estruturas. Saiba agora as
principais informações sobre cada função fisiológica do ser humano.

8
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Circulação

Antes de falar sobre a circulação é preciso esclarecer uma coisa: tudo está
interligado no corpo humano. Um sistema depende do outro e vice-versa. O sistema
circulatório, comandado pelo coração, é uma grande estrutura formada pelos vasos
sanguíneos e pelo sangue, que é o líquido que circula nestes vasos. O sangue é
responsável pelo transporte de oxigênio e centenas de outras substâncias
essenciais para que as células de outros sistemas consigam executar suas funções
corretamente. Estima-se que aproximadamente sete por cento do peso de um ser
humano médio seja constituído de sangue.

Respiração

Aqui temos o primeiro exemplo que interdependência entre os sistemas fisiológicos


do corpo humano. O sistema respiratório, comandado pelos pulmões, é responsável
por fazer a troca de gás carbônico por oxigênio em nosso organismo. O oxigênio
entra pelas narinas e percorre um longo caminho até os pulmões. O gás carbônico
gerado através de diversas reações químicas no organismo é liberado para o
ambiente pelas vias aéreas. É no pulmão que o sistema circulatório “coleta” o
oxigênio e leva até o restante do corpo.
9
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Excreção

O sistema excretor possui como principais órgãos os rins. Eles são responsáveis por
filtrar o sangue e reter substâncias que foram descartadas pelos outros sistemas. Ao
utilizar a água como principal meio solúvel, os rins “fabricam” a urina, que é um
líquido onde as substâncias renegadas estão para serem descartadas. A bexiga é o
órgão responsável por “estocar” a urina enquanto a pessoa não vai ao banheiro.
Este órgão possui uma estrutura forte e uma grande capacidade, o que permite que
um ser humano consiga ficar mais de 30 horas se segurando e sem urinar.

Digestão

A digestão é o complexo processo que faz com que nosso organismo consiga
absorver os nutrientes que ingerimos por meio de nossa alimentação. Neste sistema
os principais órgãos são: o estômago, os intestinos (grosso e delgado), o pâncreas e
a boca, que é o canal por onde os alimentos entram em nosso organismo. O sistema
digestivo é extremamente importante, pois sem ele não teríamos os nutrientes
essenciais para sobreviver. Este é também um dos sistemas mais suscetíveis a
infecções e complicações, pois os alimentos que ingerimos nem sempre são os
ideais.

Sistema nervoso

Ao falar sobre fisiologia humana é impossível não citar o sistema nervoso. Ele é
comandado pelo cérebro, que é o principal órgão do corpo humano. O cérebro
comanda todos os outros sistemas por meio de impulsos nervosos enviados através
da coluna vertebral e da espinha dorsal. Assim como qualquer outro músculo,
quanto mais o cérebro for exercitado, mais desenvolvido ele fica. Desta forma,
qualquer ser humano que deseje ter mais conhecimento precisa desenvolver seu
cérebro por meio de atividades específicas. Além de melhorar e desenvolver o
cérebro, as demais funções do corpo são executadas de forma melhor.

Outras funções fisiológicas

10
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

O corpo humano possui centenas de funções vitais. A fisiologia humana é


extremamente complexa e até hoje ainda não sabemos como todas as estruturas
funcionam por completo. O sistema locomotor é responsável por dar movimentos
aos humanos. Ele é composto por vários músculos, ossos e ligamentos que
permitem que executemos centenas de movimentos para nos locomover. Já a pele é
o maior órgão humano e é responsável pelas primeiras defesas contra agentes
externos. Além disso, a pele contribui para a regulação da temperatura corporal e
pela excreção de algumas substâncias por meio das glândulas sudoríparas.

Como já foi dito, tudo ocorre em sincronia para que a maior dádiva que temos (a
vida) seja possível. Nós temos apenas o papel de cuidar para que nossa saúde seja
boa o suficiente para manter tudo isso funcionando. Das milhares de doenças
existentes no mundo, várias delas podem ser evitadas se cada indivíduo conseguir
se cuidar e cuidar do seu corpo. Desta forma, a fisiologia humana consegue se
manter sempre funcionando e em bom estado. O corpo humano é muito frágil, mas
se você souber como “alimentá-lo” poderá viver por muito tempo.

11
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

2- SISTEMA ESQUELÉTICO

Como a espondiloterapia trata de massagem na coluna vertebral, faz-se necessário


o estudo do sistema esquelético.

O sistema esquelético é constituído de ossos e cartilagens, além dos ligamentos e


tendões.

O esqueleto é responsável por sustentar e dar forma ao corpo. Ele também protege
os órgãos internos e atua em conjunto com os sistemas muscular e articular para
permitir o movimento.

Outras funções são a produção de células sanguíneas na medula óssea e


armazenamento de sais minerais, como o cálcio.

O osso é uma estrutura viva, muito resistente e dinâmica pois tem a capacidade de
se regenerar quando sofre uma fratura.

Estrutura dos Ossos

Estrutura de um osso longo

12
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

A estrutura óssea é constituída de diversos tipos de tecido conjuntivo (denso, ósseo,


adiposo, cartilaginoso e sanguíneo), além do tecido nervoso.

Os ossos longos são formados por diversas camadas, veja no quadro abaixo:

Camada do
Descrição
osso

É a mais externa, sendo uma membrana fina e fibrosa (tecido


conjuntivo denso) que envolve o osso, exceto nas regiões de
Periósteo
articulação (epífises). É no periósteo que se inserem os músculos e
tendões.

O tecido ósseo compacto é composto de cálcio, fósforo e fibras de


Osso colágeno que lhe dão resistência. É a parte mais rígida do osso,
compacto formada por pequenos canais que circulam nervos e vasos. Entre estes
canais estão espaços onde se encontram os osteócitos.

o tecido ósseo esponjoso é uma camada menos densa. Em alguns


Osso
ossos apenas essa estrutura está presente e pode conter medula
esponjoso
óssea.

Canal é a cavidade onde se encontra a medula óssea, geralmente presente


medular nos ossos longos.

A medula vermelha (tecido sanguíneo) produz células sanguíneas, mas


Medula
em alguns ossos deixa de existir e há somente medula amarela (tecido
óssea
adiposo) que armazena gordura.

Divisão do esqueleto

13
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Principais ossos do esqueleto humano

O esqueleto humano é composto por 206 ossos com diferentes tamanhos e formas.
Eles podem ser longos, curtos, planos, suturais, sesamoides ou irregulares.

Cada um deles apresenta suas funções próprias e para isso, o esqueleto é dividido
em axial e apendicular.

Esqueleto Axial
Os ossos do esqueleto axial estão na parte central do corpo, ou próximo da linha
média, que é o eixo vertical do corpo.

Os ossos que compõem essa parte do esqueleto são:

14
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

 a cabeça (crânio e ossos da face)


 a coluna vertebral e as vértebras
 o tórax (costelas e esterno)
 o osso hioide

Crânio e Ossos da Face

Os ossos do crânio têm a função de proteger o cérebro

A cabeça é formada por 22 ossos (14 da face e 8 da caixa craniana); e há ainda 6


ossos que compõem o ouvido interno.
O crânio é extremamente resistente, seus ossos são intimamente ligados e sem
movimentos. Ele é responsável por proteger o cérebro, além de possuir os órgãos
do sentido.

Coluna Vertebral

15
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

A coluna vertebral é constituída por diversas vértebras

A coluna é formada por vértebras que são ligadas entre si por articulações, o que
torna a coluna bem flexível. Possui curvaturas que ajudam a equilibrar o corpo e
amortecem os choques durante os movimentos.

Ela é constituída por 24 vértebras independentes e 9 que estão fundidas. Veja no


quadro abaixo como elas estão agrupadas:

Vértebras Características

São 7 as vértebras do pescoço, sendo que a primeira (atlas) e a


Cervicais
segunda (áxis) favorecem os movimentos do crânio.

Torácicas ou
São 12 e articulam-se com as costelas.
dorsais

Lombares Essas 5 vértebras são as maiores e as que suportam mais peso.

16
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Vértebras Características

Essas 5 vértebras são chamadas sacrais, são separadas no


Sacro nascimento e fundem-se mais tarde formando um só osso. É um
importante ponto de apoio para a cintura pélvica.

São 4 pequenas vértebras coccígeas que, como as sacrais, se


Cóccix
tornam unidas em um osso único no início da idade adulta.

Tórax

O
tórax possui flexibilidade que ajuda no processo de respiração

O tórax é constituído por 12 pares de costelas ligadas umas às outras pelos


músculos intercostais. São ossos chatos e encurvados que se movimentam durante
a respiração. As costelas são ligadas às vértebras torácicas na sua parte posterior.
Anteriormente, os sete primeiros pares de costelas (chamadas verdadeiras) ligam-se
ao esterno, os três seguintes (falsas) ligam-se entre si, e os dois últimos pares
(flutuantes) não se ligam a nenhum osso. O esterno é um osso plano que se liga às
costelas por meio de cartilagem.
17
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Osso hioide

O
osso hioide está localizado no pescoço

O osso hioide possui forma de U e atua como ponto de apoio para os músculos da
língua e do pescoço.

Esqueleto Apendicular
O esqueleto apendicular inclui os "apêndices" do corpo. Eles correspondem aos
ossos dos membros superiores e inferiores.

Além disso, o esqueleto apendicular possui os ossos que os ligam ao esqueleto


axial, as chamadas cinturas escapular e pélvica, além de ligamentos, juntas e
articulações.

Cintura Escapular

A cintura escapular é composta por dois ossos

A cintura escapular é formada pelas clavículas e escápulas.


18
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

A clavícula é longa e estreita, se articula com o esterno e na outra extremidade com


a escápula, que é um osso chato e triangular articulado com o úmero (articulação do
ombro).

Membros Superiores

O úmero é o osso mais longo do braço

Os membros superiores corresponde aos braços, onde tem-se o úmero, que é o


osso mais longo do braço. Ele se articula com o rádio, que é o mais curto e lateral, e
também com a ulna, osso chato e bem fino.

Os ossos da mão são 27, divididos em carpos (8), metacarpos (5) e falanges (14).

Cintura Pélvica

19
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

A cintura pélvica é diferente nas mulheres e nos homens

A cintura pélvica é formada pelos ossos do quadril, os ossos ilíacos (constituído pelo
ílio, ísquio e púbis fundidos) e são firmemente ligados ao sacro.

A união dos ossos ilíacos, do sacro e do cóccix formam a pelve, que nas mulheres é
mais larga, menos profunda e com a cavidade maior. É essa formação que permite a
abertura da pélvis no momento do parto para a passagem do bebê.

Membros Inferiores

Os ossos dos membros inferiores atuam na locomoção

Os ossos dos membros inferiores são responsáveis pela sustentação do corpo e


movimentação. Para isso, eles têm de suportar o peso e manter o equilíbrio.

Veja no quadro abaixo as características dos ossos dos membros inferiores:

20
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Ossos do membro
Características
inferior

É o osso mais longo do corpo. Tem a cabeça arrendondada


Fêmur
para encaixar na pelve.

Patela É um osso sesamoide, articulado com o fêmur.

Tíbia Suporta quase todo o peso na parte inferior do corpo.

É um osso mais fraco, ligado com a tíbia ajuda a mover o


Fíbula
pé.

Os pés têm 26 ossos divididos em: tarsos (7), metatarsos


Ossos do pé
(5) e falanges (14).

Ossificação e Remodelação Óssea

Estágios da ossificação

21
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

O processo de formação óssea se inicia por volta das primeiras 6 semanas de vida e
termina no início da vida adulta. No entanto, o osso sofre continuamente um
processo de remodelação, onde parte do tecido existente é reabsorvido e novo
tecido é formado.

No embrião, o esqueleto é basicamente formado de cartilagem, mas essa matriz


cartilaginosa vai sendo calcificada e as células cartilaginosas morrem.

As células jovens, denominadas osteoblastos, agem produzindo colágeno e na


mineralização da matriz óssea, são formadas no tecido conjuntivo e ocupam a matriz
cartilaginosa.

No entanto, nesse processo são produzidas lacunas e pequenos canais que


aprisionam os osteoblastos na matriz óssea. Essa ação transforma os osteoblastos
em osteócitos, que são essas células presentes no osso já formado.

Outro tipo de células ósseas, os osteoclastos, são responsáveis por absorver


o tecido ósseoformado. Os osteoclastos agem na porção central da matriz óssea e
formam o canal o medular.

Fraturas

Em situações em que os ossos são submetidos à pressão maior do que a sua


resistência, eles podem se romper.
22
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

As fraturas podem acontecer também por estresse, quando pequenas pressões


atuam repetidamente no local. Outra situação que pode causar fraturas é por
doença, como é o caso da osteoporose, condição em que o osso sofre
desmineralização perdendo cálcio para o sangue.
Na superfície do local em que ocorreu a fratura é formado um coágulo de sangue,
morrem células e a matriz óssea é destruída.

Uma intensa vascularização toma conta do local e há proliferação de células


precursoras das células ósseas originando um tecido reparador, nessa região é
formado um calo ósseo.
Dependendo do tratamento e das atividades realizadas pela pessoa, com o passar
do tempo, o calo será substituído pelo osso esponjoso e, mais tarde pelo osso
compacto, reconstituindo o tecido como era antes.

23
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

3- MANOBRAS DE MASSAGEM

1. EFFLEURAGE (DESLIZAMENTO SUPERFICIAL)

Effleurage (deslizamento) é o nome da técnica aplicada sempre no início e no final


da massagem. Seus movimentos lentos e suaves, essenciais para que a pessoa se
acostume com o contato de suas mãos, são utilizados para espalhar o óleo em todo
o corpo. Além disso, permite que as mãos deslizem delicadamente ligando um
movimento ao seguinte.

O deslizamento superficial pode ser aplicado em qualquer parte do corpo e em geral


não tem sentido obrigatório. A palma de uma, ou das duas mãos, desliza devagar
pelo corpo, moldando-se a seus contornos.

Para isso, elas precisam estar totalmente relaxadas. O ritmo também pode variar.
Um ritmo lento acalma e relaxa, enquanto um ritmo rápido estimula determinada
área.

Efeitos Terapêuticos do Effleurage:

 Estabelece uma relação de confiança entre a pessoa que está sendo


massageada e o terapeuta;
 A pessoa sente uma sensação profunda de relaxamento;
 O deslizamento superficial é excelente para acalmar e liminar a tensão e
ansiedade. Além de aliviar o stress e acabar com as dores de cabeça e enxaquecas,

24
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

ela melhora a pressão arterial e interrompe as noites mal dormidas. Aplicada depois
de atividades esportivas, ajuda a eliminar os resíduos, como o ácido lático, que
ficam depositados nos tecidos. O tempo de recuperação pode ser bem acelerado.

2. DESLIZAMENTO PROFUNDO

Visa a circulação de retorno (sanguínea e linfática). Tem sentido obrigatório. Deve


ser feito no sentido da circulação venosa, sempre da periferia de um determinado
segmento para o centro do corpo, ou seja, o coração (direção centrípeta).

Seus movimentos são mais rápidos e profundos, essenciais para eliminação de


toxinas dos tecidos mais profundos.

O deslizamento profundo estimula o organismo. Ele melhora a circulação e ativa o


fluxo da linfa para que resíduos sejam eliminados. A massagem vigorosa é eficaz
em particular antes das práticas esportivas. Quando combinada com outras técnicas
de massagem, pode melhorar o desempenho, aumentar a agilidade e evitar
luxações.

Lembrete aos terapeutas: Nunca perca o contato com a pessoa que está sendo
massageada; Faça massagem em direção ao coração e retorne com movimentos
leves e suaves; Mantenha as mãos relaxadas e utilize toda a região palmar e o
antebraço; Evite movimentos bruscos. A massagem é sempre rítmica e contínua; Se
a pessoa for muito peluda, use uma quantidade maior de óleo aromático e um
borrifador de água, nunca jogando a água direto na pele do cliente; Mantenha as
unhas sempre bem aparadas; Cuidados especiais com os clientes idosos, devido à
osteoporose, com as gestantes e com as crianças.

3. FRICÇÃO

Em geral, a fricção é feita com as polpas dos polegares.


Entretanto, a ponta e o nó dos dedos também podem ser usados, bem como os
25
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

cotovelos. Essa técnica constitui uma excelente forma de localizar a dissolver nós ou
nódulos que podem desenvolver-se, sobretudo na região da escápula e dos
músculos paravertebrais da coluna. O terapeuta, em geral, aprimora essa técnica
nas costas.

 Quando aplicada no sentido celular subcutâneo, visa destruir coágulos,


dissolver nós e nódulos, elimina resíduos, dissolve depósitos de gordura, suaviza
velhas cicatrizes (aderências) e alivia a dor localizada;
 Quando aplicada em torno das articulações, visa ativar o líquido sinovial e
reabsorver líquidos extravasados em conseqüência de um trauma;
 Quando aplicada no abdômen, visa ativar a circulação fecal.
Lembrete aos terapeutas: Massageie os músculos mais profundos e não apenas a
pele; Não cutuque nem espete. Pressione devagar os tecidos, aumentando aos
poucos a intensidade; Use as polpas dos dedos dos polegares e não as pontas, para
que as unhas, mesmo bem aparadas, não machuquem a pele.

4. AMASSAMENTO

Existem várias técnicas de amassamento como


compressão, reptante, rolamento e torção. Essa técnica permite que os músculos
sejam trabalhados num nível profundo e mostra-se eficaz em particular quando
realizada em áreas com bastante tecido muscular como panturrilha, quadril, coxa,
ombro e as gorduras localizadas do abdômen, e as celulites do glúteo.

 O amassamento reptante visa dar maior nutrição às fibras musculares e


proporciona maior cota de sangue arterial as mesmas.
 O amassamento por compressão visa eliminar as toxinas, como o ácido lático.

26
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Lembrete aos terapeutas: Amasse todo o músculo e não apenas a pele; Use toda
a mão e não apenas os dedos e o polegar, caso contrário você irá beliscar a pele e
provocar desconforto.

5. PERCUSSÃO

A percussão consiste em uma variedade de movimentos


nos quais os músculos são estimulados por várias partes das mãos, como os lados,
as palmas ou até mesmo os punhos cerrados. Os movimentos de percussão são
realizados apenas nas áreas mais carnudas, com mais tecido muscular – nunca nas
áreas predominantemente ósseas.

A manobra de percussão melhora a circulação, pois visa a contração das fibras


musculares e o sangue é trazido para a superfície, induz o tônus muscular, reduz os
depósitos de gordura, ajuda a soltar o muco dos pulmões. Os movimentos de
percussão estimulam e são extremamente benéficos quando aplicados antes de
atividades esportivas.

Quando aplicada no abdômen, com as palmas das mãos em forma de concha,


recebe o nome de tapotagem e visa ativar os movimentos peristálticos. É ótimo para
quem sofre de prisão de ventre.

Lembrete aos terapeutas: Não aplique essa técnica em áreas predominantemente


ósseas como, por exemplo, a canela. A percussão é realizada nas áreas do corpo
com maior quantidade de tecido muscular; Não aplique percussão sobre áreas
sensíveis e com grande concentração de gânglios linfáticos, como a parte posterior
dos joelhos, na virilha, nas axilas, no pescoço (proeminência laríngea), nas
articulações e em regiões tendinosas; Certifique-se que sua cliente não esteja com a
bexiga cheia, se têm mais de duas horas da sua última refeição e se ela não está
grávida; Quando estiver fazendo a tapotagem no abdômen, coloque a mão em forma
de concha para evitar tapas. Certifique-se que a perna está fletida e peça para o
27
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

cliente respirar pela boca; Mantenha os pulsos relaxados e faça movimentos leves
para evitar desconforto.

6. VIBRAÇÃO

É uma técnica praticada com uma ou duas mãos, em


que um delicado movimento de agitação, ou tremor, é transmitido aos tecidos pela
mão ou pelas pontas dos dedos.

A vibração é um movimento que objetiva principalmente ajudar a soltar as secreções


nos pulmões. A vibração também pode ser usada como técnica estimulante sobre o
tecido muscular, visto que pode estimular o reflexo do estiramento.

 Quando a manobra é plena e suave, tem efeito calmante, analgésico e


antiespasmódico.
 Quando a manobra é enérgica e profunda, tem efeito estimulante.
Lembrete aos terapeutas: Esta manobra é essencialmente terapêutica; Por ser muito
cansativa você tem liberdade para usar um massageador elétrico para substitui-la.
Devemos sempre aplicá-la no momento da expiração do cliente.

7. MOVIMENTAÇÃO

A movimentação é a terapia ou tratamento através


do movimento e engloba recursos e técnicas variados, incluindo: mobilização ativa e
passiva, alongamento, exercícios respiratórios, exercícios para fortalecimento
muscular, reeducação da postura, coordenação motora, equilíbrio, dentre outros.
28
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Um dos seus principais aspectos é englobar, através da realização de exercícios


estáticos e dinâmicos associados à respiração e à reeducação da postura e do
movimento, a conscientização corporal, o resgate da auto-imagem e a orientação de
condutas para as atividades da vida diária.

A movimentação pode ser realizada de forma manual, podendo ser realizados os


movimentos e exercícios ao ar livre ou na água (hidroterapia), utilizando-se também
bolas, pranchas, barras, pesos e outros recursos para se alcançar os objetivos.

O programa de movimentação é individual e prescrito e aplicado por um


fisioterapeuta habilitado.

 A movimentação ativa é aquela em que somente o cliente realiza os


movimentos o qual foi orientado a fazer.
 A movimentação passiva é aquela em que somente o terapeuta realiza os
movimentos.
 A movimentação ativa ajudada é aquela em que o cliente e o terapeuta
tomam parte da manobra.
 A movimentação ativa com oposição é aquela em que o cliente realiza os
movimentos e o terapeuta opõe uma resistência.
Lembrete aos terapeutas: Quando a movimentação é feita por meio de aparelhos
recebe o nome de Mecanoterapia.

MOVIMENTOS ARTICULARES

 FLEXÃO – É o movimento de uma parte do corpo contra outra, com


diminuição do ângulo da juntura entre essas partes, ocorre no plano sagital em torno
de um eixo látero-lateral. Exemplo: “dobrar” o cotovelo, levantar a coxa contra o
abdômen;
 EXTENSÃO – É o movimento oposto a flexão, também ocorre no plano
sagital em torno do eixo látero-lateral. Consiste em afastar uma parte corporal da
outra, com o aumento do ângulo da articulação entre essas partes. Exemplo:
retificação dos dedos, inclinação do pescoço para trás;

29
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

 HIPEREXTENSÃO – É o movimento exagerado de extensão. Exemplo:


hiperextensão dos joelhos (provocam um arco convexo posteriormente entre a coxa
e a perna);
 ABDUÇÃO – É o afastamento de um membro do plano mediano do corpo ou,
no caso dos dedos, distanciamento do eixo da mão e do pé. Acontece no plano
frontal em torno do eixo Antero-posterior. Dica: para lembrar, pense em abrir -
abdução;
 ADUÇÃO – É o movimento oposto à abdução, consiste na aproximação de
um membro do plano sagital do corpo ou, para os dedos, ao eixo da mão ou do pé.
Ocorre no plano frontal em torno do eixo Antero-posterior.
 FLEXÃO LATERAL – Termo usado para denotar os movimentos da cabeça,
pescoço e tronco no plano frontal em torno do eixo Antero-posterior;
 ROTAÇÃO MEDIAL OU INTERNA – Movimento em torno do eixo longitudinal,
no plano horizontal. A face anterior do membro volta-se para o plano mediano do
corpo;
 ROTAÇÃO LATERAL OU EXTERNA – A face anterior do membro desvia-se
para o lado, ocorre no plano horizontal em torno do eixo longitudinal. Exemplo: Girar
o braço, as articulações do ombro e quadril;
 CIRCUNDAÇÃO – É a combinação sucessiva de flexão, abdução, extensão e
adução de um segmento. Só são possíveis nas junturas esféricas e em sela, como
os ombros;
 SUPINAÇÃO E PRONAÇÃO – São movimentos de rotação do antebraço no
plano horizontal. Na pronação a extremidade distal do osso rádio move-se a partir de
uma posição lateral para uma posição medial e o dorso da mão fica voltado para
frente. Na supinação ocorre o oposto. É melhor observar esses movimentos com o
antebraço fletido a 90º para evitar que a rotação do ombro produza a falsa aparência
do movimento.
 EVERSÃO – Movimento da sola do pé para fora nas articulações do tornozelo
e intertársicas.
 INVERSÃO – Movimento da sola do pé para dentro, nas articulações do
tornozelo e intertársicas;

30
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

 DORSIFLEXÃO – O dorso dos pés se movem em direção anterior e para


cima.
 FLEXÃO PLANTAR – A planta dos pés se movem em direção caudal e
posterior.
 PROTRAÇÃO – Movimento de uma parte do corpo para a frente num plano
horizontal. Exemplo: protração da mandíbula;
 RETRAÇÃO – Movimento de uma parte do corpo para trás num plano
horizontal. Exemplo: retração da mandíbula;
 ELEVAÇÃO – Movimento de uma parte do corpo para cima. Exemplo:
elevação da escápula;
 DEPRESSÃO – Movimento de uma parte do corpo para baixo.

Muitos dos efeitos sugeridos para a massagem, podem ser explicados e


compreendidos no contexto de princípios científicos, mas é desejável que estes
princípios sejam suportados por resultados de investigações. Estas afirmações
podem ser vistas com um certo ceticismo, ate que pelo menos seja dada uma
explicação convincente e o terapeuta esteja certo que parte da nossa compreensão
é baseada em explicações biológicas e não em explicações científicas.

Assim, no geral, os efeitos da massagem podem ser caracterizados através dos


seguintes pontos entre outros:

 A massagem pode reduzir o edema;


 Aumenta a circulação em membros imóveis;
 A vasodilatação causada pela massagem possivelmente cria uma necessidade
de reativar os vasos dormentes;
 Reduz o desconforto das fibroses;
 Reduz espasmos nos músculos, devido à sensibilidade aumentada;
 Reduz o tônus muscular, aumentando a amplitude de movimento e reduzindo a
dor;
 Aumenta a flexibilidade geral;
 A recuperação sensorial pode ocorrer mais rapidamente com a massagem;
31
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

 A recuperação dos tecidos de ligações durante o processo de cicatrização pode


ser facilitado pela massagem;
 Os reflexos autônomos são estimulados pela massagem.

A técnica correta de palpação pode ser executada com a ponta dos dedos (face
palmar da 3ª falange dos dedos da mão), visto que é uma área altamente enervada,
logo com maior sensibilidade, e não com as pontas dos mesmos, e deverão ser os
braços a produzir os movimentos em oposição aos músculos intrínsecos da mão.

Exercícios para desenvolver a palpação

 Preparar duas taças com dois tipos distintos de farinha, colocar simultaneamente
ambas as mãos em ambas as taças e esfregar os dedos uns nos outros de modo
a descrever as diferentes sensações sentidas em cada taça.

 Juntar diferentes lixas com diferentes graus de dureza, e organizá-las de acordo


com esse mesmos graus.

 Sentir as diferentes viscosidades entre diversos líquidos comparando-os (água,


óleo de cozinha, creme hidratante, etc)

 Colocar diversos objetos (ex. clips, fósforos, grãos de arroz, etc) cobertos por um
pano e identificá-los, repetir os processo com tecidos mais espessos e outros
materiais como espuma, tentar compreender as diferentes sensações
dependendo das pressões aplicadas.

 Com o dedo efetuar pequenos batimentos em diversas zonas do corpo (na face,
no braço, no joelho, etc) tentando perceber as diferenças, a nível da textura,
temperatura a nível da pele e a diferente hidratação das diferentes zonas.

 Praticar a palpação na zona do punho e antebraço. A face anterior do punho é


uma boa zona para treinar a palpação visto ter um grande número de tendões e
veias. Começar por colocar os dedos de uma mão no punho contra lateral muito
suavemente e sentir as estruturas sem esticar a pele, repetir o processo com
maior pressão de modo a que a pele acompanhe o movimento dos dedos, assim
32
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

a informação sobre as estruturas que se encontram sob a pele deverá ser em


maior quantidade, repetir novamente o processo mas aplicando ainda mais
pressão, desta vez de modo a que as estruturas fiquem pressionadas de
encontra o osso, sendo assim mais difícil de diferenciar as estruturas.

 Palpar a própria coxa. Tomar especial atenção á pressão que é necessário fazer
para alcançar uma profundidade em que seja possível obter informação sobre a
tonicidade dos músculos daquela região. Com toda a mão pegar e puxar os
músculos e registar a resistência sentida pelos tecidos e possíveis alterações da
mesma.

Preparação para a Massagem

Meio de Interface (tipo e meio de aplicação)

Antes de se referir aos meios de interface é importante referir-se que as mãos


devem estar limpas e as unhas bem cortadas e cuidadas, visto ser de extrema
importância tanto para o paciente como para o terapeuta. Nos tratamentos por
massagem, as mãos executam duas funções: dão o movimento à pele, tecidos,
músculos e outras estruturas, e adquirem informações sobre o estado destes
tecidos. Para massagear, é necessário empregar um produto que facilite o
deslizamento das mãos sobre os tegumentos. Servimo-nos para este fim de diversos
ingredientes que têm cada um as suas vantagens e os seus inconvenientes.

 Pó de Talco: O pó tem uma grande vantagem quando comparado aos óleos e


cremes, uma vez que nos permite manipular os tecidos sem corrermos o risco de
as mãos escorregarem. O pó de talco dá bons resultados, além disso é um
produto barato. Deve empregar-se para a massagem geral, assim que se trata
de praticar o deslizamento e mobilização sobre superfícies largas.

 Óleos e Cremes: Estas substâncias são úteis no tratamento, especialmente


sobre cicatrizes, pele seca e em áreas deficientemente nutridas. Podemos utilizar
vários tipos de cremes, porém devem ser ligeiramente absorvidos pela pele,
dependendo da quantidade exata de cada tipo de pele e das mãos do terapeuta.

33
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Os óleos são um bom produto de massagem. Têm no entanto, o inconveniente


de deslizar demasiado, tornando difíceis e sobretudo imprecisas certas
manipulações.

Posicionamento do paciente

A posição do paciente é muito importante para se obter um bom resultado, pois é


preciso que o paciente se encontre bem relaxado, para que a massagem seja bem
sucedida. O paciente deve ser aquecido durante a massagem, e a parte que não for
massageada deverá ficar coberta. A sala deve estar aquecida, sem barulho, e de
preferência o paciente deverá ser tratado individualmente.

A posição de decúbito é recomendada uma vez que permite o relaxamento dos


músculos abdominais, e as coxas encontram-se apoiadas de modo a melhorar o
fluxo venoso e linfático desde a parte distal de extremidade inferior, recorrendo-se
para isso a uma almofada que suporta os membros inferiores e diminui a lordose
lombar. Porém em todas as posições a cabeça, os ombros e as outras partes do
corpo deverão estar apoiadas.

Posições mais comuns:

 Decúbito dorsal;

 Decúbito ventral;

 Sentado (com as costas eretas) numa mesa acolchoada;

 Sentado (com as costas eretas) em um banco ou cadeira;

 Sentado (com as costas eretas) em um banco voltado para uma mesa


acolchoada.

Segurança e Ambiente

O ambiente e a segurança em Massagem são dois aspectos a ter em consideração


e cabe ao terapeuta responsabilizar-se por eles.

34
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Relativamente ao ambiente, este deve ser arejado e espaçoso para que, nem o
terapeuta nem o utente, sofram acidentes desnecessários como tropeçar ou cair.
Como um dos objetivos iniciais da massagem é o relaxamento do paciente, o
ambiente deve permanecer tranquilo e silencioso. Caso isto não seja possível
podemos colocar música que o agrade e seja propícia à finalidade da massagem. A
sala de tratamento deve estar a uma temperatura amena e o terapeuta deve
assegurar-se que a sessão não é interrompida e que a privacidade do utente é
salva-guardada.

O equipamento mais importante para uma boa Massagem são umas mãos
experientes orientadas por uma mente inteligente. No entanto, são necessários
outros materiais que garantam o conforto e a segurança do utente, tais como a
marquesa de tratamento, almofadas, lençóis e o tipo de interface utilizado (sendo
importante que todos eles permaneçam junto da marquesa evitando, assim, a
interrupção da massagem). Para permitir que o paciente esteja seguro em todas as
posições, a marquesa deve obedecer a alguns requisitos: ser de altura ajustável
(melhorando também o posicionamento do terapeuta), ter uma seção removível
(para acomodar a face do utente), estar coberta por um lençol e, principalmente,
estar trancada.

Na maioria das situações, a massagem requer o uso de um interface para facilitar o


movimento das mãos pelos tecidos do corpo, como por exemplo, pó talco, cremes e
óleos. Contudo, é necessário saber se o paciente é alérgico a algum deles.

Antes de iniciar a massagem, o terapeuta deve ter alguns cuidados. Uma vez que as
mãos vão ser o seu instrumento de trabalho, devem estar limpas, quentes, secas e
bem cuidadas. As unhas devem estar curtas para não magoar o utente durante
algumas das técnicas e mãos com lesões na pele, como cortes ou feridas, não
devem executar a massagem. Para além dos cuidados com as mãos, o terapeuta
deve ter uma roupa confortável e apropriada, não deve usar qualquer tipo de joias
ou acessórios (tais como anéis, relógios, etc.) e o cabelo, se comprido, deve estar
preso.

No caso da massagem ser realizada num hospital ou numa clínica há que ter em
conta a existência de regulamentos de controlo de infecções, regulamentos esses

35
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

que o terapeuta deve conhecer. Estes são os fatores que condicionam o ambiente e
a segurança em massagem e, quando respeitados, revelam profissionalismo e
responsabilidade por parte dos terapeutas.

Postura/Movimento/Ritmo

Os terapeutas que executam e massagem regularmente, estão cientes que esta


atividade lhes coloca exigências acima das suas capacidades físicas. A não ser que
a sua postura e movimento sejam direcionados de acordo com a direção do
movimento. O terapeuta/estudante descobrirá que fazer tratamentos de massagem é
fatigante. Também tem o potencial de induzir o síndrome de uso excessivo
(overuse). Para alcançar máxima efetividade o terapeuta deveria agir de acordo com
os princípios orgânicos, ou seja, ter em atenção a segurança da sua posição e
postura para com a organização dos seus movimentos. Embora pareça ser
complicado, quando no princípio se aprende a massagear, o estudante e futuro
terapeuta não se deve sentir desencorajado. Como em qualquer outra habilidade
psicomotora, o aperfeiçoamento da técnica é alcançado com a prática.

Base de (suporte) Sustentação:

A posição dos pés é importante por três razões.

 Em primeiro lugar, o posicionamento dos pés deve ser correto, permitindo ao


terapeuta alcançar todas as partes do corpo do paciente, sem esforço. As
articulações das mãos, braços e coluna podem e devem ser suportadas, numa
posição livre de stress, se o peso do corpo for transferido de um pé para o outro.
Deste modo reduz-se a necessidade de posicionamentos incorretos para se
conseguir alcançar a parte do corpo pretendida.

 Em segundo lugar, a posição na qual os pés estão virados/direcionados é


importante para capacitar a transferência de peso sem ocorrer rotação do tronco.
O joelho para o qual o peso é transferido dobra-se, resultando numa postura
pulmonar.

36
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

 Por último, a posição do pé é importante para o equilíbrio. O corpo depende dos


pés para o suporte da base. A área que fecha os pés e os abrange. Quanto mais
distantes os pés estiverem um do outro, mais larga é a base de sustentação. O
peso do corpo é transferido para o solo através da linha de gravidade, ficando o
corpo mais estável quando a linha de gravidade se encontra no centro da base
se sustentação. Se a linha de gravidade cair fora da base, o corpo não se
consegue equilibrar, este deslocamento improvável acontece quando a base de
sustentação é larga. Estabilidade e balanço fazem com que o corpo seja capaz
de se manter numa posição relaxada, permitindo ao terapeuta realizar a
massagem numa posição harmoniosa e sem esforço dos grupos musculares.

Posição:

O Terapeuta encara, ou seja, coloca-se de frente na direção das manipulações da


massagem. Isto varia de acordo com a área do corpo que vai ser tratada. Os
exemplos seguintes podem ser adotados para envolver outras técnicas de
massagem.

 Manipulações longas / técnicas de effleurage: Área do corpo : costas. A


terapeuta está de pé mais perto do lado esquerdo da marquesa, onde ela possa
colocar as suas mãos no princípio da área a manipular, sem que ocorra rotação
do tronco. O pé esquerdo encontra-se confortavelmente posicionado em frente
ao pé direito. O pé esquerdo encontra-se direcionado para a cabeceira da
marquesa e o pé direito está numa posição angular relativamente ao pé
esquerdo.No início da execução da técnica de massagem o peso do corpo
encontra-se distribuído.

 Manipulações de pequena amplitude numa estrutura específica: Para a


técnica de fricção, o terapeuta posiciona-se de frente à estrutura a tratar. O pé
esquerdo posiciona-se à frente do pé direito. A mão esquerda suporta a coxa do
paciente, enquanto que a mão direita realiza a manipulação. Como se trata de
uma técnica profunda é necessário haver uma transferência de peso substancial
para o paciente, através dos braços do terapeuta, os quais exercem uma
pressão sobre os tecidos moles.
37
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Postura e Movimento:

O terapeuta deverá aplicar sempre, os princípios gerais de segurança postural


quando está a dar uma massagem, como prevenção do sistema músculo-
esquelético. As maiores áreas de risco são identificadas abaixo e são sugeridos os
respectivos modos de prevenção:

 Excessivas causas de alcançar movimentos do tronco desprotegido. O excessivo


alongamento da posição corporal do terapeuta causa instabilidade no movimento
do tronco e está relacionado com o músculo fatigado e lesões dos tecidos
moles. Prevenção: o terapeuta deverá colocar-se junto da marquesa. O
posicionamento correto irá assegurar-lhe o alcance de todas as partes do corpo
a tratar.

 A elevação prolongada dos braços necessita dum trabalho estático por parte dos
músculos estabilizadores da cintura escapular. Estes, ao entrarem em fadiga
podem originar uma lesão nos tecidos moles e um compromisso a nível dos
nervos periféricos. Prevenção: O terapeuta deverá colocar-se junto da área a
tratar, para evitar a flexão dos ombros acima dos 45º.

 Forças excessivamente compulsivas causam lesões articulares. A articulação do


punho e dedos são as de maior risco na massagem. Prevenção: Evitar
movimentos de hiper-extensão repetidas nessas articulações, mantendo-as em
posição neutra.

 Atividade muscular prolongada dos braços, dos ombros e das mãos causam
fadiga muscular. Prevenção: Evitar a utilização de músculos específicos para
criar pressão. O melhor método é através da transferência de peso das mãos do
terapeuta. Os ombros, os braços e as mãos devem estar livres da tensão
muscular. É necessário adotar uma posição correta e confortável, com uma boa
base de sustentação para haver um balanço dinâmico, através da transferência
de peso de um pé para outro.

38
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

4- ESPONDILOTERAPIA

Espondiloterapia significa, literalmente, "Terapia das Vértebras" pois a palavra


Espôndilo tem origem Grega definindo o que conhecemos por "Vértebra". No final do
século XIX, na Europa, a palavra "Spondylotherapy" era usada para definir um
trabalho de "percussão" no Processo Espinhoso das Vértebras (veja livro do Doutor
Abrams Spondylotherapy - 3ª edição - Philopolis Press, 1912). Esse método de
tratamento também recebeu outros nomes como "Reflexoterapia Vertebral Método
Abrams de Tratamento, Quiromassage e outros".

Na Espondiloterapia, vários conceitos são inovadores tais como: Por trás de um


problema de coluna vertebral, com exceção dos traumas, patologias como a
tuberculose, a espondilite anquilosante, as metástases, as deformações congênitas
como a "Listese", existe uma causa comum encontrada nas Alterações dos Desvios
do Eixo da Coluna (ADEC) e que é provocada pela "MÁ POSTURA" (MP). Mas o
que vem a ser uma "MP"? No conceito da Espondiloterapia "MP" é quando
alteramos, aumentando ou diminuindo, uma curvatura "NATURAL" da coluna
vertebral a ponto de agredirmos a folga fisiológica das estruturas envolvidas (20
minutos ou mais). Que curvaturas são estas? Os desvios do eixo: Lordose, Cifose e
Escoliose.

39
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

A - Apófise Transversa
B - Disco Intervertebral (visto de frente e perfil)
C - Apófise Posterior (vista de perfil e posterior)
D - Apófises Articulares ou Facetas Articulares
E - Articulação Costo-transversa
F - Articulação Costo-vertebral
G - Apófise Odontóide
H - Forâmen de Conjugação ou Forâmen Intervertebral
I - Lâmina Vertebral
J - Pedículo Vertebral

Na visão da Espondiloterapia todos têm essas curvaturas, algumas são posturais


outras estruturais, mas essas somente passarão a ser causa de dor quando
alteradas, para mais ou para menos. Outra contribuição da Espondiloterapia é a
introdução do termo "Escoliose Social", comum a todas as pessoas. Essa Escoliose,
como o seu próprio nome diz, deriva da sociedade dos "destros", não necessitando,
para existir, aparecer em radiografias ou outro tipo de imagens (por isso se
diferencia das demais escolioses), podendo sobrepor-se às outras formas de
Escoliose. A abordagem do paciente também é um diferencial na Espondiloterapia.
A primeira preocupação do Espondiloterapeuta é a de determinar onde ocorreu a
"ADEC" ou, em outras palavras, onde está a "MP". A pesquisa para encontrar a
"MP" que esta provocando a "ADEC" pode levar o terapeuta a investigar vários
campos como trabalho, lazer e o próprio descanso. Mas por que determinar a
"ADEC" e a "MP" correspondente é tão significativo? Dependendo da "ADEC" ou da
"MP" que a está gerando saberemos o tipo de comprometimento que está
ocorrendo. Os comprometimentos poderão ser, a princípio, CIRCULATÓRIOS, DE
IRRITAÇÃO DA RAIZ POSTERIOR, DE IRRITAÇÃO DA RAIZ ANTERIOR OU DE
PERTURBAÇÕES SIMPÁTICAS.

40
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

De menor expressão, mas reveladores para uma avaliação precisa, são o sinal
nervoso emitidos pela irritação do Ligamento Longitudinal Anterior, do Ligamento
Longitudinal Posterior, das Fibras Exteriores do Disco Intervertebral, da Face
Anterior da Meninge, estruturas inervadas pelo Nervo Recorrente - Meníngeo e
Sinovertebral. Cada comprometimento tem seus sintomas característicos como
dores de cabeça, tontura, dificuldades para concentração, memória fraca para os
Circulatórios, dores próximas da coluna para a irritação de Raiz Posterior, dores nas
articulações ou nos membros superiores, inferiores ou ainda no tórax anterior para o
comprometimento de Raiz Anterior e distúrbios nas pálpebras, nas glândulas
salivares, dificuldades para engolir, respiração superficial, arritmias, azia, problemas
gástricos e urinários, para as perturbações Simpáticas. Somente após a "coleta de
dados (sintomas e hábitos posturais), determinar, com precisão, onde está a ADEC
e a MP geradora e dar a devida orientação corretiva é que o Espondiloterapeuta
optará pelo estilo de manobras de massagem que utilizará".

Sendo assim, a Espondiloterapia não é uma técnica de massagem e sim uma nova
maneira de abordar os problemas onde se faz necessário o tratamento dos
problemas de origem na coluna vertebral ou seus comprometimentos, buscando a
solução permanente para estes males.
A Espondiloterapia é "auto-suficiente" para solucionar os problemas sob sua
competência.
A Espondiloterapia também faz uso da "Avaliação Morfológica" que é extremamente
eficaz em determinar onde estão e para que lado se irradiam as dores posteriores
(facetarias) da coluna vertebral (quando se sabe o lado da compressão facetaria
sabe-se também onde poderá ocorrer a projeção discal responsável pelos
comprometimentos de raiz anterior como bursites e hérnias). A "Avaliação
Morfológica" é tão eficiente que pode "apontar" onde a coluna vertebral tem, teve ou
terá problemas.

41
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

5- DIFERENÇAS ENTRE AS VÉRTEBRAS

ALGUNS TESTES PARA NERVO CIÁTICO E NERVO FEMURAL

Teste de elevação do Membro Inferior: - esse teste é realizado por meio da elevação
passiva do MI com o joelho mantido em completa extensão. O MI é elevado pelo
tornozelo, que permanece em posição neutra e relaxada, e é anotado o grau de
flexão do quadril no qual os sintomas aparecem.

Teste de elevação do membro inferior.

A tensão no nervo ciático geralmente ocorre entre os 35º e 70º da flexão do quadril ,
e a partir dos 70º o stress é colocado na coluna lombar. A variação individual deve
ser considerada na colocação do stress mecânico sobre a raiz nervosa durante a
elevação do MI, sendo importante à realização bilateral do teste antes de decidirmos
a origem dos sintomas (raiz nervosa, articulação ou partes moles). Em pessoas que
apresentam hipermobilidade das articulações, o teste de elevação do MI, mesmo em
presença de patologia da raiz nervosa, pode não ser positivo aos 110º ou 120º grau
de flexão do quadril.
Os músculos isquio-tibiais ou patologias localizadas na coxa podem ser a origem
dos sintomas durante a realização desse teste, e algumas manobras podem ser
realizadas para esclarecê-lo. O membro inferior pode ser abaixado até a posição em
que os sintomas desaparecem, e é então realizada a dorsiflexão passiva do
tornozelo , que promove o reaparecimento dos sintomas quando existe irritação da
raiz nervosa. Alternativamente a dorsiflexão passiva do tornozelo ou adicionalmente
a essa manobra pode ser realizada a flexão ativa da coluna cervical, pedindo-se
para o paciente posicionar o seu mento sobre o tórax, ocorrendo o reaparecimento
dos sintomas nas situações em que exista patologia radicular.
Mantendo-se a posição de flexão do quadril que provocou o aparecimento de dor
durante a realização do teste de elevação do MI e flexionando-se o joelho cerca de
20º, é possível provocar o aparecimento dos sintomas radiculares, por meio da
aplicação de pressão sobre o nervo tibial na fossa poplítea.

42
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Durante a realização do teste de elevação do MI, deve-se impedir a rotação da


bacia, pois esse movimento da bacia realiza a flexão da coluna lombar, que pode
produzir os sintomas.

O teste de elevação do MI pode ser também realizado com o paciente sentado ou


em decúbito lateral, sendo uma alternativa para os pacientes que apresentam
dificuldade para permanecer na posição supina, além de reduzir a apreensão do
paciente para evitar a dor, auxiliando ainda na detecção de simulações. O quadril e
o joelho são posicionados a 90º e a coluna lombo sacra na posição neutra. O
examinador passivamente estende o joelho até o aparecimento dos sintomas, e o
grau de flexão do joelho é comparado com o lado oposto.

O teste de elevação do membro inferior , muitas vezes mencionado como teste de


Lasegue, foi na realidade descrito por Forst. O teste descrito por Lasegue consiste
na flexão do quadril e joelho a 90 graus, seguido da extensão do joelho. Todavia a
correta interpretação do teste é mais importante que a sua terminologia.

O aparecimento dos sintomas durante a elevação do membro inferior que não


apresenta sintomas é indicativo de uma grande protusão do disco intervertebral ou
presença de fragmentos livres do disco intervertebral, normalmente localizados
medialmente à raiz nervosa, pois o teste causa estiramento das raízes nervosas de
ambos os lados.
O teste de elevação do MI é útil para a localização de hérnias ao nível L4-L5 e L5-
S1, e a sua ausência não significa que não exista hérnia de disco nos espaços
discais superiores.

O teste de elevação bilateral do MMII pode também produzir sinais de compressão


radiculares e é realizado elevando-se ambos os MMII pelos tornozelos, mantendo-se
os joelhos em extensão. Esse teste causa inclinação superior da pelve e diminui o
estiramento dos elementos neurais. A dor que ocorre até os 70º de flexão do quadril
está relacionada ao esforço na articulação sacro-iliaca. Acima dos 70º a dor está
relacionada à lesão da coluna lombar. Esse teste é útil na identificação de pacientes

43
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

com dor psicogênica, que freqüentemente queixam de dor à elevação menor que a
observada durante a elevação unilateral do MI.

Teste de estiramento do N. femoral - esse teste pode ser realizado com o paciente
em decúbito ventral (teste de Nachlas) ou em decúbito lateral, e consiste na
extensão do quadril com o joelho em posição de flexão.
Na realização do teste com o paciente em decúbito ventral, é realizada a flexão
passiva do joelho até que o calcanhar toque a nádega. O aparecimento de dor na
região lombar, nádega ou coxa pode indicar compressão da raiz L2-L3. Esse teste
também estira o músculo quadríceps, e a anamnese e o exame físico podem
esclarecer as possíveis dúvidas.

Espondilólise e espondilolistese são duas condições que envolvem mudanças


diretamente na vértebra. A espondilólise é definida como um defeito com
descontinuidade óssea do segmento intervertebral, região da lâmina entre os
processos articulares superiores e inferiores. A progressão do defeito pode resultar
em espondilolistese, que é a subluxação de duas vértebras adjacentes, evidente no
raio-x de projeção lateral e oblíqua como uma linha de separação posterior ao corpo
da vértebra1,2. Estudos indicam que 50 a 81% dos casos de espondilólise estão
associados com espondilolistese.

A ocorrência da espondilolistese é maior na coluna lombar, principalmente entre os


níveis L5-S1, predispondo à lombalgia, sobretudo em crianças e adolescentes.
Estudos epidemiológicos mostraram que a incidência de espondilólise está
relacionada com a idade, herança genética, gênero, raça e nível de atividade 2,
manifestando-se freqüentemente durante a fase de crescimento, dos 8 aos 20 anos.
O risco declina na meia idade e aumenta ligeiramente entre os 60 a 80 anos6. Além
desses fatores, atividades que requerem hiperextensão ou hiperflexão da coluna
lombar aumentam o risco de espondilólise/listese. Esportes como ginástica, futebol,
mergulho, luta, levantamento de peso e remo apresentam incidência
excepcionalmente alta dessas patologias2,7. Embora essa condição muitas vezes se
desenvolva cedo na adolescência, normalmente não é detectada até a idade adulta.

44
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Crianças e adolescentes geralmente suportam a dor lombar por muitos anos antes
de serem avaliadas por um médico8.

A espondilolistese é classificada em cinco categorias baseada na sua etiologia:


displástica, ístmica, degenerativa, traumática e patológica9 (Quadro 1).

Geralmente a espondilolistese é assintomática3, porém dor lombar e ciática bilateral


até as nádegas ou face posterior das coxas podem se manifestar 10. A dor é leve ou
moderada, inicialmente obtusa, que se exacerba com movimentos de extensão e
rotação2,5. No exame físico, a dor pode ser reproduzida no teste de extensão lombar
com apoio unipodal no qual o paciente realiza descarga de peso em apenas um
membro inferior enquanto estende a coluna11. Verifica-se à palpação um degrau

45
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

entre os processos espinhosos das vértebras lombares acometidas em caso de


espondilolistese5.

Apesar da natureza degenerativa da doença, a amplitude de movimento pode ser


normal e ocasionalmente aumentada5. Alguns pacientes podem ser capazes de
tocar seus dedos dos pés na flexão anterior do tronco como resultado da
hipermobilidade segmentar ou do relaxamento ligamentar generalizado5. Entretanto,
em casos severos, uma limitação da amplitude de movimento de flexão do tronco
pode ser observada5. A progressão da patologia resulta em tensão dos isquiotibiais,
retroversão da pelve, fraqueza dos músculos abdominais e postura flexionada dos
quadris e joelhos. A marcha pode estar alterada com os membros inferiores rígidos,
passos curtos e rotação pélvica5. Sintomas neurológicos acompanham os graus
mais severos de espondilolistese, normalmente do tipo displástico, no qual as raízes
do nervo lombosssacro podem ser comprimidas atrás da face póstero-superior do
sacro. Além disso, algum grau de dor radicular não é incomum na espondilolistese
ístmica de longa data. Não obstante, sinais neurológicos objetivos são
excepcionais4.

Para confirmar o diagnóstico de espondilolistese a lesão da pars articularis deve ser


identificada em imagens radiográficas 12. Espondilólise nos estágios iniciais pode não
ser visível nos planos radiográficos. O exame de cintilografia óssea irá revelar um
aumento da compressão na pars interarticularis indicando reação de estresse2. Os
parâmetros mais importantes para determinar a progressão da patologia são a
quantidade de escorregamento e o ângulo entre as vértebras supra e subjacentes 4.

O tratamento não-cirúrgico é a escolha inicial na maioria dos casos de


espondilolistese, com ou sem sintomas neurológicos, além de ser a principal forma
de tratamento das dores lombares. Não há, entretanto, estudos prospectivos
randomizados que estabeleçam um protocolo ideal de tratamento5. Na maioria dos
casos sintomáticos de espondilólise e espondilolistese o tratamento conservador é
recomendado para reduzir a dor, restaurar a amplitude de movimento e a função, e
para fortalecer e estabilizar os músculos espinhais13.

46
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Existe uma lacuna óbvia no conhecimento concernente à efetividade dos


tratamentos conservadores, que podem incluir modalidades para alívio da dor, como
eletro e termoterapia, exercícios de fortalecimento dos músculos posturais, limitação
e reeducação para as atividades diárias, imobilização com colete lombar, terapia
manipulativa, massagem, tração, entre outros14.

O objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão da literatura sobre os


tratamentos conservadores da espondilólise/listese, sobretudo no que envolve a
terapia manual, a fim de ajudar os terapeutas na escolha de intervenções eficazes
para seus pacientes e fornecer subsídios para futuras pesquisas.

47
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

6- METODOLOGIA

Foi realizada uma busca de publicações referentes ao tratamento conservador da


espondilólise e espondilolistese, com enfoque na terapia manual, osteopatia e
quiropraxia, publicadas em inglês entre 1986 e 2008. A pesquisa em três das
principais bases de dados - Pubmed, Science Direct e Web of Science - permitiu a
seleção dos estudos apropriados, mediante os
descritores spondylolisthesis, spondylolysis, chiropractic, ostheopatic, manipulation,
exercises e treatment, de forma individual e combinada.

Dentre os estudos encontrados foram selecionados aqueles onde a estrutura


envolvida era a coluna lombar, englobando a faixa dos 10 aos 57 anos, evidência
radiográfica da patologia e tratamento conservador. Foram excluídos estudos nos
quais os sujeitos apresentavam deficit neurológico ou autonômico, fratura,
anormalidade óssea ou problema na coluna vertebral não-relacionado à
espondilólise/listese. Os critérios de exclusão foram determinados para limitar a
influência de fatores externos sobre os resultados da intervenção e para limitar o
estudo aos sintomas de espondilólise e espondilolistese. Além disso, os desfechos
dos estudos deveriam incluir um ou mais dentre os seguintes: amplitude de
movimento, dor, força muscular, avaliação da melhora funcional, grau de satisfação
do paciente, qualidade de vida, eficácia da intervenção e/ou custo-benefício do
tratamento. Ao final da seleção, um total de sete artigos 2,3,5,12,14,15,16 atenderam às
especificações estabelecidas.

RESULTADOS

No que se refere à questão da eficácia das intervenções fisioterapêuticas no


tratamento de dor lombar relacionada à espondilólise e à espondilolistese,
McNeely et al.5, em uma revisão sistemática, encontraram poucos estudos
prospectivos. Dos 52 estudos por eles revisados, apenas 2 preencheram todos os
critérios de seleção, os quais consideravam aspectos como confiabilidade,
replicabilidade e relevância para a área. Esses autores verificaram que exercícios

48
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

específicos para os músculos estabilizadores do tronco (abdominais profundos e


multífido lombar) têm um efeito positivo sobre a dor lombar e a debilidade funcional
relacionada a ambas as patologias, sendo mais eficazes do que tratamentos
generalizados como nadar, caminhar, fazer ginástica e até mesmo outros exercícios
de tronco inespecíficos. Também há evidências indicativas de que a combinação de
exercícios em extensão, colete em extensão e instruções educativas são benéficos,
embora não seja possível separar os efeitos individuais do programa combinado.

Contrariamente, Sinaki et al.15 encontraram que exercícios em flexão e


fortalecimento isométrico são mais indicados do que exercícios apenas em
extensão, verificando, após 3 meses, uma incidência de 27% de dor moderada a
severa nos pacientes que realizaram exercícios somente em flexão, contra 67%
naqueles que realizaram exercícios somente em extensão. Após 3 anos de
acompanhamento, a dor moderada a severa caiu para 19% no grupo de exercícios
de flexão e permaneceu 67% no grupo de exercícios de extensão. Uma limitação
desse estudo, entretanto, foi a falta de um grupo controle (nenhum exercício).
Conseqüentemente, a eficácia real da flexão versus nenhum exercício não foi
determinada.

Excoffon e Wallace16, ao estudar um paciente adulto masculino com herniação


progressiva do disco lombar e espondilolistese ístmica de grau IV, utilizaram a
abordagem quiropráxica no manejo e reabilitação do paciente. Um procedimento
distrativo de Thompson drop, na posição prona, foi usado para acessar a região
sacroilíaca e lombossacra da coluna. Esses ajustes foram executados em mesa
Zenith Hi-Lo. Também foram realizados ajustes torácicos na posição prona, com
técnica transversal dupla diversificada e ajustes cervicais executando procedimentos
diversos. O paciente obteve uma acentuada diminuição imediata da dor lombar e da
dor irradiada para a coxa esquerda após o primeiro ajuste da quiropraxia. Entretanto,
ainda apresentava fraqueza na perna esquerda assim como uma diferença no tônus
muscular e no tamanho da coxa esquerda. O mesmo tratamento quiropráxico foi
aplicado por 6 semanas e complementado por 12 semanas de estimulação elétrica
dos músculos atrofiados e uma bateria de exercícios para melhora da função

49
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

motora. Após as 12 semanas, houve completa resolução da atrofia muscular, não


havia sensação de instabilidade no joelho, e o reflexo patelar foi normalizado.

Outro estudo14 examinou os efeitos e custos a longo prazo da combinação de


tratamento manipulativo, exercícios estabilizadores e consulta com médico (grupo
combinado) comparado com a consulta médica apenas (grupo consulta), em 204
trabalhadores de 24 a 46 anos de idade com dor lombar crônica (com ou sem dor
ciática). Os pacientes do grupo combinado realizaram uma avaliação, tratamento e
sessões de exercícios uma vez por semana durante 4 semanas. A terapia incluía
manipulação usando técnica de músculo-energia e exercícios de controle motor
visando corrigir o ritmo lombopélvico. Ambos os grupos, combinação e consulta,
foram examinados clinicamente, com todos os achados clínicos e radiográficos
explicados aos pacientes. Cada paciente recebeu um livreto educacional e
instruções individuais a respeito da postura, além de três ou quatro exercícios para
mobilidade vertebral, alongamento muscular e/ou estabilidade dos músculos do
tronco, de acordo com os achados clínicos, a fim de incentivá-los a uma postura
ativa. Essas informações foram reforçadas por 5 meses. Após 2 anos, a maior
eficácia na redução da dor e na satisfação dos pacientes em relação ao tratamento
foi verificada a favor do grupo combinado. A qualidade de vida melhorou igualmente
em ambos os grupos, porém permanece abaixo do escore da população saudável.
As visitas anuais aos médicos e fisioterapeutas diminuíram nos dois grupos.
Entretanto, o grupo consulta apresentou uma economia maior nos gastos com saúde
assim como no número de faltas anuais do trabalho por motivo de doença,
melhorando a relação custo-benefício.

Para Earl², o tratamento da espondilolistese deve ser baseado na idade do paciente,


no tempo de lesão, na progressão do deslizamento e no nível de atividade do
paciente. O autor citou como exemplos de reabilitação conservadora da
espondilolistese fortalecimento abdominal, treino da postura e de padrão de
movimento, alongamento dos isquiotibiais e psoas e treino da estabilidade pélvica.
Além disso, um colete lombossacro leve pode ser usado em conjunto com a
reabilitação. Também é importante limitar as atividades de alto risco e avaliar
posteriormente, para monitorar a progressão da listese.

50
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

Lonstein³ apontou condutas semelhantes no tratamento da espondilolistese em


crianças, sendo a combinação de colete e exercícios muito documentada. Ele
verificou que, apesar das séries relatadas normalmente serem pequenas e do curto
período de acompanhamento, os resultados foram geralmente bons em dois terços
ou mais das crianças. O período de uso do colete nos estudos por ele revisados
variou de 2 meses no mínimo até 25 meses em média. Após a resolução da dor, a
criança podia voltar a atividades esportivas e realizar programas de exercícios
terapêuticos, que incluíam alongamento dos isquiotibiais e da fáscia lombodorsal,
inclinações pélvicas, fortalecimento abdominal e exercícios de flexão de Williams. O
sucesso do tratamento também dependia do grau de deslizamento, com bons
resultados no alívio da dor apenas até grau II.

Standaert e Herring encontraram variação maior na aplicabilidade, tipo e tempo de


uso de coletes em atletas adolescentes com espondilólise. O tempo de uso variou
de poucas semanas até um ano para esse tipo de paciente. O tipo permutou de
coletes rígidos a corseletes leves. Contudo, estudos biomecânicos dos efeitos do
colete não apoiaram seu uso particular na espondilólise, porque muitos dos
pacientes que foram colocados em um colete lombossacro rígido na realidade
experimentaram uma redução no movimento intervertebral da articulação
lombossacra. O principal efeito do colete parece estar na restrição do movimento
global do corpo. Dessa forma, o colete agiria mais como um meio de restringir a
atividade do que estabilizando as fraturas desses pacientes. A estrutura básica de
tratamento da espondilólise em atletas adolescentes sugerida pelos autores incluía,
primeiramente, um descanso relativo, uma vez que a patologia resulta do estresse
excessivo no osso. O tempo de restrição das atividades depende do quadro clínico e
das imagens diagnósticas, sendo aconselhado manter-se até a resolução da dor
lombar. Um colete rígido pode ser recomendado após duas semanas de descanso
se os sintomas não estiverem melhorando. A reabilitação dos atletas começa após o
descanso adequado, com foco inicial no treinamento cardiovascular de baixo
impacto, treino precoce da estabilização e avaliação de cadeia cinética mais ampla.
Gradualmente, progride-se para um trabalho de estabilidade mais avançado,
trabalho cardiovascular mais agressivo e retreinamento esporte-específico, que
enfatiza o desempenho funcional e a correção biomecânica. Esse tipo de
51
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

treinamento reduz a quantidade e intensidade de atividades específicas que possam


contribuir para o desenvolvimento de lesão na pars interarticularis. Os atletas são
liberados para voltar ao esporte quando completam a amplitude de movimento sem
dor, alcançam o condicionamento apropriado, consciência corporal e demonstram
habilidades esporte-específicas em ambiente controlado, sem dor. Geralmente, a
reabilitação requer de 2 a 4 meses para se completar, resultando num retorno ao
esporte aproximadamente 5 a 7 meses após o diagnóstico.

52
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

7- DISCUSSÃO

Até 80% da população pode ter dor lombar em algum momento1, porém a
prevalência de cirurgia da coluna lombar durante a vida é de somente 1% a 3% 1.
Além disso, estudos da história natural da patologia notaram que a maioria dos
pacientes com espondilolistese não pioram com o tempo e muito raramente ocorre
uma rápida deterioração3. Conseqüentemente, o tratamento não-cirúrgico é o
principal tratamento para dor lombar e dever ser a ação inicial na maioria dos casos
de espondilolistese. Não há, entretanto, nenhum estudo prospectivo randomizado de
experimentações clínicas que estabeleça um protocolo ideal de tratamento
conservador5.

Dos sete artigos selecionados, três estudos abordaram tratamento com terapia
manual, quiropraxia e/ou osteopatia. Destes, todos apresentaram resultados a favor
da terapia manual ou da combinação dela com outras terapias na resolução dos
sintomas e na melhora funcional do paciente com espondilólise/listese.

Foi demonstrado que a combinação de manipulação espinhal da quiropraxia,


aplicação de modalidades terapêuticas para alívio dos sintomas e reabilitação física
podem ser eficazes na gerência das espondilolisteses difíceis associadas com
lesões progressivas do disco em múltiplos níveis16.

Dos numerosos estudos com manipulação espinhal, somente poucos são


randomizados e controlados com acompanhamento superior a um ano17-20;
encontrou-se um predomínio da abordagem fisioterapêutica convencional e uma
escassez de estudos publicados sobre o uso da terapia manual para o tratamento da
espondilólise e espondilolistese.

Estudos têm identificado a fisioterapia como o método mais comum de tratamento


não-cirúrgico da espondilólise/listese, com bons resultados 21,22. Entretanto, poucos
estudos prospectivos foram realizados em que a eficácia da fisioterapia fosse
examinada nesse tópico5.

Em ambas as vertentes de tratamento, fisioterapia convencional e outras terapias


manuais, estudos controlados randomizados são necessários e deveriam estender-
53
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

se à avaliação da eficácia das modalidades de tratamento. Também, para


efetivamente estudar essas condições, a resposta ao tratamento deveria ser
avaliada com indivíduos de idades diferentes e em estágios diferentes da condição,
o que torna imprescindível a realização de estudos multicêntricos. Além disso, mais
pesquisas também são necessárias para a identificação da etiologia da espondilólise
e espondilolistese e para determinação da relação entre instabilidade e
sintomatologia apresentada. Isso auxiliaria muito na prevenção, detecção precoce e
escolha do tratamento apropriado.

Tempo de exposição aumentado e participação em esportes ou atividades intensas,


entre crianças e adolescentes, foram correlacionados com aumento da dor lombar
relatada23. Na sociedade atual, é crescente o número de praticantes de esportes
radicais, ciclismo, artes marciais e outros que requerem hiperextensão ou
hiperflexão da coluna lombar. Diante dessa tendência, torna-se mais provável um
aumento no número de indivíduos com espondilólise e espondilolistese, o que
implica maior necessidade de estudos envolvendo especificamente a população
atlética jovem.

Os achados desta revisão são específicos para dor lombar devido à espondilólise e
espondilolistese e para o campo da fisioterapia e terapias manuais. Como a busca
focalizou estudos publicados nas línguas portuguesa e inglesa, os estudos
encontrados podem não representar toda a pesquisa disponível na área, mas
constitui uma amostra representativa.

Outra limitação ocorreu devido à pequena quantidade de pesquisas com critérios


rigorosos de relevância científica. Como resultado, o fator de seleção ateve-se aos
critérios metodológicos relacionados com a significância clínica (sujeitos, descrição
dos tratamentos e a avaliação dos desfechos escolhidos). Assim, chama a atenção o
fato de os autores de estudos clínicos precisarem publicar sua metodologia de
estudo e resultados com detalhes suficientes que permitam análises de rigor
científico e replicabilidade.

54
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

CONCLUSÃO

Tanto o tratamento conservador por fisioterapia convencional como terapias


manuais apresentaram efeitos benéficos na redução da lombalgia e na melhora
funcional do paciente. As terapias manuais envolveram manipulação da coluna
cervical, torácica, lombossacra e articulação sacroilíaca, músculo-energia e
alongamento dos músculos afetados.

Houve consenso entre os artigos que exercícios de estabilização lombopélvica,


fortalecimento dos músculos posturais axiais e alongamento dos isquiotibiais, psoas
e fáscia lombodorsal são importantes no tratamento da espondilólise/listese.
Procedimentos para alívio dos sintomas, como calor, massagem, ultra-som e TENS,
também foram eficazes quando em combinação com um programa de reabilitação.

Permanece controversa a indicação do colete, assim como a prescrição de


exercícios apenas em flexão ou extensão. O paciente deve ser avaliado
individualmente em seu quadro clínico e radiográfico para determinação do plano de
tratamento.

Dentre as opções conservadoras de tratamento encontradas, nenhuma se mostrou


conclusivamente superior às outras e todas têm um papel no tratamento dos
pacientes sintomáticos com espondilólise/listese.

Assim, como os resultados desta revisão da literatura dos últimos dez anos sobre o
tratamento conservador da espondilólise e espondilolistese são limitados, o campo
permanece aberto e amplo para futuras pesquisas.

55
INTRODUÇÃO À ESPONDILOTERAPIA

REFERÊNCIAS

http://toquedesaude.com/espondiloterapia/>acesso em 27 de agosto de 2019

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
29502010000400016&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>Acesso em 27 de agosto de 2019

https://www.todamateria.com.br/o-que-e-anatomia-humana/>Acesso em 19 de
agosto de 2019

https://www.todamateria.com.br/sistema-esqueletico/>Acesso em 19 de agosto de
2019

https://www.resumoescolar.com.br/biologia/resumo-da-fisiologia-humana/>Acesso
em 27 de agosto de 2019

http://tmassoterapia.blogspot.com/2012/03/manobras-basicas-de-
massagem.html>Acesso em 27 de agosto de 2019

https://pt.wikibooks.org/wiki/Livro_aberto_da_massagem/Aplica%C3%A7%C3%A3o_
pr%C3%A1tica_de_massagem>Acesso em 27 de agosto de 2019

http://eli-massoterapeuta.blogspot.com/2013/02/espondiloterapia.htm>Acesso em 27
de agosto de 2019

56

Você também pode gostar