Guia Educacao para Empreendedorismo 2014 PT PDF
Guia Educacao para Empreendedorismo 2014 PT PDF
Guia Educacao para Empreendedorismo 2014 PT PDF
Guia para
educadores
Guia para
educadores
Junho de 2013
A presente publicação é financiada ao abrigo do Programa-Quadro para a Competitividade e a Inovação,
que visa promover a competitividade das empresas europeias.
Publicada por:
Unidade: Empreendedorismo 2020
Direção-Geral das Empresas e da Indústria
Comissão Europeia
1049 Bruxelas
BÉLGICA
[email protected]
AVISO LEGAL
Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa agindo em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito da informação
contida na presente publicação, nem por quaisquer erros que subsistam, apesar de uma preparação e verificação cuidadosas.
A presente publicação não reflete, necessariamente, o parecer ou a posição da Comissão Europeia.
ISBN 978-92-79-30921-2
doi:10.2769/81681
Os dois eventos contaram com a participação de cerca de Organização responsável pela execução:
170 delegados de mais de 30 países ― Estados-Membros
da União Europeia, países candidatos à adesão e países par- O presente guia foi elaborado em 2013 para a Comissão
ceiros. Os peritos apresentaram quadros e orientações, e os Europeia ― DG Empresas e Indústria pela ICF GHK | GHK
profissionais de escolas, as instituições de formação de pro- Consulting Ltd.
fessores. As ONG e as entidades prestadoras de formação
divulgaram os seus métodos, programas e projetos. Foram
exploradas e debatidas ideias inovadoras em workshops e
sessões de trabalho em grupo. No total, foi abrangida uma
grande variedade de domínios de ação no que respeita à
implementação da educação para o empreendedorismo na
formação de professores.
4 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
Prefácio
Nunca o apoio ao empreendedorismo foi tão importante como «Erasmus+» proposto, como do apoio à aprendizagem entre
atualmente. O reforço da educação para o empreendedorismo pares, a partir das políticas e práticas de cada um dos outros
em escolas, instituições de ensino profissional e universidades Estados-Membros. O recém-criado Instituto Europeu de Inova-
terá um impacto positivo no dinamismo empresarial das nossas ção e Tecnologia está igualmente a contribuir para a mudança
economias. De facto, para além de contribuir para a criação de de mentalidades, no sentido de uma cultura mais empreende-
empresas sociais e novas empresas em fase de arranque, a dora, sendo que as suas Comunidades de Conhecimento e Ino-
educação para o empreendedorismo reforçará a empregabili- vação (CCI) têm agora os seus próprios cursos de mestrado e
dade dos jovens e formará jovens mais «intraempreendedores» doutoramento com uma forte dimensão de empreendedorismo.
no âmbito do trabalho por eles desenvolvido no seio de orga-
nizações existentes, nos setores social, público e privado. Por Os professores desempenham um papel central, uma vez que
conseguinte, o investimento na educação para o empreendedo- têm um forte impacto no aproveitamento escolar dos alunos.
rismo é um dos investimentos com maior retorno que a Europa Os professores envolvidos mantêm a sua prática sob perma-
pode fazer: estudos revelam que a probabilidade de os alunos e nente avaliação e ajustam-na em função dos resultados de
estudantes que beneficiam da educação para o empreendedo- aprendizagem desejados, e das necessidades individuais dos
rismo criarem uma empresa numa fase posterior da sua vida é estudantes. Enquanto competência-chave, o empreendedo-
três a seis vezes superior à dos que não beneficiam da mesma. rismo não envolve necessariamente uma disciplina curricular
específica, mas exige uma forma de ensino em que a apren-
Através do plano de ação «Empreendedorismo 2020» e da dizagem empírica e os projetos desempenham um papel cru-
comunicação «Repensar a educação», a Comissão Euro- cial. Os professores não fornecem as respostas aos estudan-
peia salientou a necessidade de integrar a aprendizagem do tes, ajudando-os antes a pesquisar e identificar as perguntas
empreendedorismo em todos os setores da educação, incluindo certas e a encontrar as melhores respostas. Para inspirar os
na aprendizagem não formal. Ambos os documentos exortam seus alunos e ajudá-los a desenvolver uma atitude empreen-
os Estados-Membros a proporcionarem a todos os jovens uma dedora, é necessário que os professores possuam uma vasta
experiência prática de caráter empresarial antes do final da gama de competências relacionadas com a criatividade e
escolaridade obrigatória, realçando a importância da aprendi- o empreendedorismo, e disponham de um ambiente escolar
zagem pela prática nos sistemas de educação e formação. A onde a criatividade e a assunção de riscos sejam incentivadas e
educação é da competência dos Estados-Membros, mas uma os erros valorizados como uma oportunidade de aprendizagem.
ação a nível europeu pode ajudar os Estados-Membros a adap- O desenvolvimento das competências dos diretores de escolas
tarem e melhorarem os seus processos de recrutamento, for- e do pessoal docente ― incluindo de candidatos a novos pro-
mação e desenvolvimento dos respetivos corpos docentes. Tal fessores e de professores que exercem a sua profissão há já
pode ser realizado tanto através do financiamento de ações muito tempo ― deve constituir uma prioridade absoluta para
que têm impacto sistémico, sobretudo através do programa os Estados-Membros.
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 5
Apesar de a Comissão estar a reforçar o apoio que concede O presente guia resulta da união de professores e peritos em
ao reforço das profissões docentes, está igualmente a aumen- dois workshops práticos («laboratórios») a nível europeu, com
tar o grau de dificuldade que coloca aos Estados-Membros e o objetivo de realizar um intercâmbio de práticas existentes
às próprias profissões, ao solicitar-lhes que encetem reformas e debater as melhores formas de educar e apoiar os profes-
que permitam proporcionar um ensino de melhor qualidade, sores na introdução de métodos e projetos empreendedores
através de um ensino e de uma formação de professores mais nas salas de aula. Os exemplos e ideias recolhidos durante os
eficaz, uma vez que qualquer reforma só será bem-sucedida referidos workshops foram compilados no presente guia a fim
se for iniciada e concluída pelos professores e por aqueles de partilhar estas práticas inspiradoras com um público mais
que os formam. vasto. Desejamos-lhe uma boa leitura e esperamos que o pre-
sente manual lhe possa ser útil.
Índice
Introdução 7
Palavras-chave 8
O que é um professor empreendedor? 9
O que é necessário para apoiar a formação dos professores em educação para o
empreendedorismo? 10
Exemplos de práticas de formação inicial de professores 13
ÌÌ Escolas empreendedoras 54
ÌÌ Programas de preparação de professores no ativo para a educação para
o empreendedorismo 58
ÌÌ Métodos de ensino inovadores e conceitos associados à educação para o empreendedorismo 72
ÌÌ Estratégias de sensibilização dos prestadores de desenvolvimento profissional contínuo 82
ÌÌ Iniciativas de apoio contínuo a professores no ativo 88
ÍNDICE 96
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 7
Introdução
Para apoiar a produtividade e o crescimento na Europa é essencial investir Escusado será dizer que professores e educadores têm um papel essencial a O presente guia visa
na educação e formação. A Europa precisa de empreendedores criativos e desempenhar nesta matéria enquanto facilitadores da aprendizagem e mul- divulgar uma seleção
inovadores e de uma mão-de-obra flexível e resiliente, bem dotada das apti- tiplicadores de ideias, uma vez que moldam os processos de aprendizagem de exemplos de práticas
dões necessárias e das principais competências. e podem ajudar os estudantes a alcançar os objetivos da aprendizagem do inspiradoras, que foram
A Comissão Europeia reconhece a educação para o empreendedorismo empreendedorismo ― conhecimentos, competências e atitudes concretos. apresentados nos dois
como um instrumento que pode contribuir para que os jovens sejam mais Há igualmente que conceder a professores e educadores a oportunidade eventos, a um público
empreendedores. Trata-se de desenvolver um conjunto geral de competên- de adquirirem os conhecimentos, as competências e as atitudes que lhes mais vasto. Realça os
cias aplicáveis em todos os domínios, e não apenas de aprender a gerir permitam incluir a educação para o empreendedorismo nos programas instrumentos viabiliza-
uma empresa. A educação para o empreendedorismo inclui todas as formas de ensino e possibilitar a aprendizagem do empreendedorismo. Todos os dores e os fatores de
de aprendizagem, educação e formação que contribuem para o desenvolvi- professores-formandos e os professores em geral, devem poder beneficiar sucesso dos exemplos e
mento de espíritos, competências e comportamentos empreendedores ― de, pelo menos, uma experiência de formação sobre os principais temas e fornece informações de
com ou sem um objetivo comercial. métodos relacionados com a aprendizagem do empreendedorismo, e com a contacto para informa-
educação para o empreendedorismo durante as suas carreiras. ções adicionais.
Em novembro de 2012, a Comissão Europeia publicou a comunicação intitulada
«Repensar a educação: investir nas competências para melhores resultados A Comissão Europeia publicou vários documentos de orientação política sobre Nesta base, apresenta
socioeconómicos». Esta iniciativa política salienta que, para formar «compe- como implementar a educação para o empreendedorismo (por exemplo, «A uma seleção de recomen-
tências para o século XXI», é necessário concentrar esforços para desenvolver Agenda de Oslo da Educação para o Empreendedorismo na Europa») e deu dações práticas elabo-
competências transversais como o empreendedorismo, e realça «a capacidade início a debates entre decisores políticos numa série de «grupos de reflexão de radas na sequência dos
de pensar de forma crítica, de tomar a iniciativa, de resolver problemas e de alto nível». Em todos os referidos documentos e debates, as atividades eventos, na esperança de
trabalhar em colaboração». Deve ser dispensada especial atenção às referidas relativas à formação inicial e ao desenvolvimento profissional contí- inspirar os profissionais
«competências empresariais», uma vez que estas não só contribuem para a nuo de professores na Europa desempenharam um papel de relevo (**). a tomarem medidas e
realização de uma atividade empresarial concreta como também aumentam Em 2012, a DG Empresas e Indústria e a DG Educação e Cultura organiza- a prosseguirem as suas
a empregabilidade dos jovens. ram dois eventos transnacionais centrados na formação de professores em próprias atividades, a fim
«Os Estados-Membros devem promover as competências empresariais por educação para o empreendedorismo. Os eventos foram realizados em maio de estimular os professo-
meio de formas novas e criativas de ensino e aprendizagem a partir da de 2012 (Dublim, Irlanda) e setembro de 2012 (Brdo, Eslovénia), e tiveram res para a educação para
escola primária, associando a esse esforço uma ênfase, desde o ensino por objetivo reunir intervenientes envolvidos na educação e formação de o empreendedorismo.
secundário ao ensino superior, na oportunidade de criação de empresas professores em matéria de empreendedorismo, a fim de apresentar boas
como uma opção de carreira. A experiência do mundo real, adquirida pela práticas, possibilitar o intercâmbio de ideias e permitir que os participantes
(*) Comissão Europeia, 2012,
aprendizagem baseada na resolução de problemas e em ligações às empre- aprendam uns com os outros.
Repensar a educação ― Investir
sas, deveria ser integrada em todas as disciplinas e adaptada a todos os Os dois eventos contaram com a participação de cerca de 170 delegados de nas competências para melho-
níveis de ensino. Todos os jovens deveriam poder beneficiar de pelo mais de 30 países (Estados-Membros da União Europeia, países candidatos à res resultados socioeconómicos:
menos uma experiência prática em empresa antes do final da esco- adesão e países parceiros). Os peritos apresentaram quadros e orientações, e os http://ec.europa.eu/education/
laridade obrigatória» (*). profissionais de escolas, as instituições de formação de professores, as organiza- news/rethinking/com669_pt.pdf.
Para o setor da educação e formação, tal significa que é necessário envi- ções não governamentais (ONG) e as entidades prestadoras de formação divul- (**) http://ec.europa.eu/enter-
dar esforços para garantir que os estudantes europeus de hoje desenvol- garam os seus métodos, programas e projetos. Foram exploradas e debatidas prise/policies/sme/promoting-
vem competências empresariais e têm a oportunidade de beneficiar de uma ideias inovadoras em workshops e sessões de trabalho em grupo. No total, foi -entrepreneurship/education-
«experiência prática em empresa». Tal é relevante para todos os níveis de abrangida uma grande variedade de domínios de ação no que respeita à imple- training-entrepreneurship/
ensino ― desde o pré-primário até ao ensino superior. mentação da educação para o empreendedorismo na formação de professores. index_en.htm.
8 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
Palavras-chave
Formação inicial Desenvolvimento Formação inicial Desenvolvimento
de professores profissional contínuo de professores profissional contínuo
Abordagem da escola como organização 21 Integrada 17, 21, 23, 25, 31, 33 55, 57, 67, 91
Apoio contínuo 89, 91 Interdisciplinar 27
Apoio do Governo 47 Ligação em rede 49
Aprendizagem através da indústria 35 Materiais didáticos 61, 73, 75, 93
Aprendizagem empírica 41 89 Métodos de ensino inovadores 87
Aprendizagem profissional 79 Métodos práticos 65, 87
Aprendizagem virtual 61 Música e criatividade 37
Aproveitamento escolar 57, 59 Normalização 91
Arte e design 19 Pacote de formação 83
Certificação 23, 33, 49 85 Parceiros criativos 67
Colaboração 19, 29, 37, 41, 49 55, 61, 79, 81, 85, 95 Pensamento criativo 75
Comunidades vulneráveis 69 Planeamento empresarial 83
Desenvolvimento sustentável 27 Planos empreendedores 65
Ensino inovador 47 73, 75, 77 Princípios básicos 47
Ensino no domínio do empreendedorismo 37, 39, 41, 43, 45 Preparação de professores no ativo 59, 63, 65, 67, 69
Ensino primário 43 Professores enquanto clientes 39
Envolver antigos alunos 35 Programa de formação 69
Escolas empreendedoras 55, 57 Projetos 17, 25, 43 73, 77
Estratégias de sensibilização 83, 85, 87 Reconhecimento de competências 45
Formação de formadores de professores 27, 29, 31 61 Resolução de problemas 29 77
Formação de professores-formandos 33, 35, 39 Resultados da aprendizagem 31
Iniciativas de apoio 93, 95 Sensibilização 59, 71, 89, 93
Instituição orientada para o 17, 19, 21, 23, 25 Simulação empresarial 63
empreendedorismo Técnicas de processamento 39
Instrumentos pedagógicos 71 Transferência de conhecimentos 81
Integração nos programas de ensino 45, 93
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Programas empreendedores de formação de professores Os sistemas de apoio têm um papel central a desempenhar no que à evo-
estruturados em torno de novas pedagogias lução diz respeito. As escolas e instituições de formação de professores
devem estabelecer ligações e criar estruturas de cooperação com empre-
Para agir de forma empreendedora, é necessária uma aprendizagem ativa sas e organizações comunitárias para apoiarem os seus programas de
baseada na aplicação de pedagogias contemporâneas (por exemplo, uma ensino no domínio do empreendedorismo.
aprendizagem ativa baseada em projetos concretos ou uma aprendizagem
autónoma). As pedagogias contemporâneas podem ser utilizadas em pro- Redes de ensino no domínio do empreendedorismo
gramas específicos, devendo as boas práticas emergentes ser partilhadas
entre formadores de professores com o objetivo de, eventualmente, serem Para assegurar uma qualidade contínua, os professores envolvidos no
integradas na pedagogia quotidiana. Devem ser disponibilizados ambien- ensino e na aprendizagem do empreendedorismo devem desenvolver redes,
tes não tradicionais de aprendizagem (situações da vida real, fora da sala reunir-se com regularidade e realizar intercâmbios de experiências, conheci-
de aula) a todos os estudantes. mentos especializados e materiais.
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O alcance das soluções também pode ser diferente de um país para outro.
Enquanto que em certos casos pode ser possível adotar soluções a nível
nacional, noutros uma ação desenvolvida a uma escala reduzida numa
escola-piloto poderá constituir já um avanço importante.
ser empreendedor!
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Exemplos de práticas
de formação inicial
de professores
14 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
xx A prestação de apoio descendente, do topo para a base, é essencial. xx Os programas empreendedores de formação de professores ajudam os professores-
formandos a desenvolverem a sua própria missão no domínio do ensino, assim
Formadores empreendedores de professores como a sua própria «carteira»: o que pretendo alcançar enquanto educador? Que
métodos, experiências e recursos tenho para oferecer?
xx Os formadores de professores também necessitam de desenvolver uma abordagem
empreendedora em relação ao ensino e à aprendizagem, criando um ambiente xx A aprendizagem ativa, as experiências práticas e a aprendizagem pela prá-
favorável à inovação na formação de professores e na prática da docência. tica são apoiadas. Os professores-formandos beneficiam de várias oportunidades
para definir os seus próprios objetivos, planear métodos de aprendizagem e agir.
xx Os formadores de professores em vias de se tornarem empreendedores necessitam,
por vezes, de ignorar as noções negativas de «empreendedorismo». Adotar a ideia xx Os professores-formandos têm a oportunidade de debater, refletir e avaliar os
de um empreendedorismo social mais orientado para dar benefícios do que seus processos de aprendizagem quanto aos métodos e conhecimentos (De que
para tirar benefícios, corresponde bem aos ideais comuns de ensino e pode aju- forma aprendemos o que aprendemos?).
dar a vencer preconceitos. xx A relevância da educação para o empreendedorismo é sustentada por um modelo
xx Os formadores de professores beneficiam de resultados da aprendizagem con- teórico que facilita a sua compreensão e implementação.
cretos e definidos de forma tangível no que ao ensino no domínio do empreen- xx Os métodos e programas empreendedores de formação de professores contri-
dedorismo diz respeito. buem para a elucidação do papel desempenhado pelos professores enquanto
xx Os formadores de professores beneficiam de métodos de avaliação desenvolvi- apoiantes e facilitadores que não se limitam a fornecer as respostas aos estu-
dos e com garantia de qualidade no que respeita à pedagogia da educação para dantes, deixando-os encontrá-las por si mesmos
o empreendedorismo. xx Os métodos empreendedores permitem dispor de tempo de reflexão ao possibi-
xx Os formadores empreendedores de professores dispõem de redes para a partilha litarem, por exemplo, a escrita de diários reflexivos e a realização de debates refle-
de boas e más práticas, redes essas que são igualmente utilizadas para informar o xivos durante e após os processos de aprendizagem. A reflexão deve centrar-se no
Governo e exercer uma pressão ascendente, da base para o topo. processo de aprendizagem, assim como nas soluções encontradas
xx Os formadores empreendedores de professores apoiam o desenvolvimento de
materiais práticos e concretos com o objetivo de ajudarem a implementar a
Parcerias entre o setor educativo, a comunidade empresarial
educação para o empreendedorismo.
e a indústria criativa
xx Os formadores empreendedores de professores recolhem sistematicamente as xx A educação para o empreendedorismo na formação de professores beneficia de liga-
reações dos estudantes, pois sabem que o entusiasmo dos alunos é um impulsio- ções entre as instituições de ensino e a comunidade empresarial. Os repre-
nador importante da implementação da educação para o empreendedorismo. sentantes de empresas podem apoiar o ensino e a aprendizagem do empreendedo-
rismo de muitas formas: como peritos, apoiantes, mentores ou amigos decisivos.
Métodos e programas empreendedores de formação de professores xx As instituições de ensino podem aprender com as artes criativas a facilitar e avaliar
para professores-formandos um processo criativo: como ter ideias e pô-las em prática.
xx Os programas empreendedores de formação de professores incentivam os profes- xx As parcerias com escolas são benéficas para os testes no terreno e garantem a
sores-formandos a desenvolverem os seus próprios conhecimentos, compe- qualidade de materiais, projetos e ideias inovadores. Além disso, esta abordagem
tências e atitudes empresariais. contribui para divulgar e «vender» a ideia de educação para o empreendedorismo
junto de agentes multiplicadores.
16 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
Nível de ensino alvo: professores do ensino primário (do 1.º ao 6.º ano
na Finlândia)
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entre estudantes e professores, e a nível externo, com escolas, instituições Impacto da atividade
culturais e grupos comunitários.
As práticas colaborativas na formação de professores propiciam um
conjunto de benefícios:
Condições para o sucesso
`` desenvolvimento de capacidades de trabalho em equipa, de colabo-
`` Um ambiente que propicia a inovação na formação de professores e na ração e de negociação;
prática da docência.
`` criação de um clima de confiança recíproca, consolidado pelo sis-
`` A Irlanda anunciou recentemente uma reforma na área da formação de tema de avaliação, em que a nota é conferida à equipa no seu con-
professores, dando assim ao NCAD uma oportunidade para reconcei- junto — todos têm de ser aprovados ou reprovados em conjunto.
tuar a formação de professores. No entanto, o conceito de «dar bene-
fícios» corresponde melhor do que o de «tirar benefícios» às noções de Estas práticas inscrevem-se no quadro mais vasto das «competências
empreendedorismo social e contribuição utilizadas pelo NCAD. essenciais» recentemente salientadas pelo Conselho Nacional para Pro-
gramas de Ensino e Avaliação: processamento da informação, comuni-
`` Encontra-se igualmente em curso uma ampla reforma dos progra- cação, eficácia pessoal, trabalho em equipa e pensamento crítico.
mas de ensino, que está a ser levada a cabo pelo National Council
for Curriculum and Assessment (Conselho Nacional para Programas de
Ensino e Avaliação): atualmente numa fase avançada, esta reforma Planos para fazer evoluir esta prática
salienta a necessidade de incorporar na educação dos jovens «compe- FIP
tências essenciais», assim como um curso de curta duração específico A Education Faculty do NCAD tenciona
sobre empresas. desenvolver o pilar empresarial do seu tra- INSTITUIÇÃO ORIENTADA PARA
balho relacionado com a comunidade atra-
`` No seio do NCAD estão igualmente a realizar-se alterações substan- vés da introdução de um novo Mestrado em
O EMPREENDEDORISMO
ciais, tendo sido recentemente criada uma aliança estratégica com o Prática Artística Socialmente Ativa (Socially ARTE E DESIGN
University College Dublin. Os cursos estão igualmente a sofrer altera- Engaged Art Practice), que irá incluir uma
ções, encontrando-se em vigor um sistema de três anos mais dois, a qualificação para a docência na área da for- COLABORAÇÃO
fim de permitir um maior envolvimento num ambiente real a nível do mação contínua (Further Education).
primeiro ciclo do ensino superior e de pós-graduação. Espera-se que a IRLANDA
investigação a nível de pós-graduação influencie, de forma mais forte e
mais direta, os estudantes do primeiro ciclo do ensino superior.
© Eyecandy Images/Thinkstock
Intervenientes ou parceiros adicionais envolvidos: o Group T — Leuven Education College é membro
da Rede do Sistema de Escolas Associadas da UNESCO
Aplicação/público-alvo da atividade: estudantes de licenciaturas profissionais em Educação
(Professional Bachelor in Education)
Nível de ensino alvo: vários níveis de ensino, nomeadamente os ensino pré-primário, o 1.º ciclo
do ensino básico, o 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, o ensino básico e secundário, e os estudos de orientação
e desenvolvimento a nível de pós-graduação (IEC)
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O Group T — Leuven Education College dispõe de vários projetos e inicia- incorporar a missão nos seus programas de ensino. A escola utiliza
tivas diferentes destinados a melhorar as práticas pedagógicas, tornando- uma abordagem horizontal em todo o programa de estudos, con-
-as mais criativas e empreendedoras. A título de exemplo: siderando a educação para o empreendedorismo não como uma
disciplina isolada mas antes como uma competência e um talento
`` Em primeiro lugar, o programa de pós-graduação em estudos de fundamental para as qualificações de qualquer professor.
desenvolvimento (IEC), organizado em torno dos pilares educativos da
Unesco e destinado a todos os estudantes detentores de uma licencia- `` Encontrar as pessoas certas: o Group T — Leuven Education College
tura. O programa conta com a participação de uma população estu- trabalha afincadamente para recrutar os professores certos, confiando
dantil internacional, incluindo participantes dos Camarões, da China, neles para fazerem um bom trabalho; trata-se de profissionais com
do Egito, de Espanha, da Etiópia, do Gana, da Indonésia, da Irlanda, da boas ideias quando lhes é concedida liberdade para as desenvolve-
Nigéria, dos Países Baixos, do Paquistão, do Reino Unido e da Turquia. rem. São criativos, inventivos e possuem competências empresariais.
No semestre de outono, os estudantes exploram a educação para o `` Propiciar a experimentação: é dado espaço e prestado apoio a novos
empreendedorismo. O objetivo consiste em criar projetos educativos métodos de ensino e a projetos inovadores; os professores têm de
nos cinco principais domínios da Unesco (educação, ciências naturais, assumir atitudes experimentais e, para tal, há que reconhecer igual-
ciências sociais e humanas, comunicação e informação). No semestre mente que o erro é uma possibilidade.
de primavera, dedicam-se à exploração da educação em geral.
`` Um segundo exemplo de boas práticas é o conceito de «reflexão e
carteira», adaptado do conceito de carteira pelo GROUP T em 1995- Impacto da atividade
-1996. Trata-se de um curso obrigatório com a duração de três anos
que incentiva os estudantes a desenvolverem a sua própria carteira `` O Group T — Leuven Education College
pessoal/portfólio. No primeiro ano, os estudantes aprendem a descobrir tem recebido reações muito positivas
os seus próprios talentos e a refletir sobre eles. No segundo ano, rea- por parte das escolas que contratam os
lizam uma análise SWOT pessoal (análise das forças, fraquezas, opor- seus diplomados. As escolas em causa
tunidades e ameaças) e, no terceiro ano, concentram-se em evidenciar têm realçado quão inovadores são os
os seus talentos e competências individuais. No terceiro e último ano, estudantes (por exemplo, encontram
emprego em países em desenvolvi-
os estudantes experienciam um momento «I AM» (Integral Assessment
mento). O número de estudantes quintu-
FIP
Moment ― momento de avaliação integral) em que têm de demonstrar
plicou em 15 anos e atualmente os pro-
a um painel, através de uma candidatura e de uma entrevista, que são INSTITUIÇÃO ORIENTADA PARA
fessores-formandos encontram-se mais
professores competentes, e podem deixar o programa.
bem dotados para prepararem os futuros
O EMPREENDEDORISMO
estudantes para a mudança.
Condições para o sucesso ABORDAGEM DA ESCOLA COMO
ORGANIZAÇÃO
O Group T — Leuven Education College realça três elementos principais
particularmente críticos para o sucesso: INTEGRADA
`` Definir uma missão e uma visão: a escola estabeleceu um conceito
educativo claro com base nos «três E» e nos pilares da Unesco, e tentou
BÉLGICA
© Peshkova/iStock/Thinkstock
Endereço de correio eletrónico principal: [email protected]
`` Para fazer avançar a FIP/educação para o empreendedorismo, deve ser Planos para fazer evoluir a atividade
estabelecida uma ligação entre o empreendedorismo e as capacidades
fundamentais que nos permitem mudar o mundo e a nós mesmos. `` O Instituto Politécnico da Guarda espera introduzir a educação para
o empreendedorismo na formação inicial de professores como uma
`` Há que incorporar a educação para o empreendedorismo na missão da disciplina autónoma na sequência da próxima reforma curricular, já
instituição. O Instituto Politécnico da Guarda promove uma sólida com- planeada para o próximo ano letivo.
ponente prática, apoiada por uma base teórica sólida e pela preocupa-
ção constante de adaptar os cursos e as disciplinas às necessidades do
mercado de trabalho e às novas realidades do mundo atual.
FIP
INSTITUIÇÃO ORIENTADA PARA
O EMPREENDEDORISMO
PROJETOS
INTEGRADA
PORTUGAL
26 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
© Karen Roach/Fotolia
Telefone: +32 497269666
`` Uma declaração de missão e uma visão claras que têm de ser subscri- `` Para os profissionais: permite-lhes FIP
tas e aplicadas por todos os professores. observar boas práticas na aprendizagem
interdisciplinar. FORMAÇÃO DE FORMADORES
DE PROFESSORES
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
INTERDISCIPLINAR
BÉLGICA
28 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
`` O programa consiste numa aprendizagem em meio escolar, num rela- `` aprendizagem no que diz respeito a problemas quotidianos em escolas e
tório de atividades, na prestação de apoio a professores no ativo, por da aquisição de conhecimentos práticos;
forma a ajudá-los a minimizar/solucionar problemas na respetiva
escola, e no estabelecimento de contactos com empresas com o obje- `` criação de competências inovadoras.
tivo de conseguir a cooperação das mesmas num projeto escolar.
`` avaliar os resultados da formação de todos os professores, em função `` Uma boa utilização das TIC.
do impacto que exercem nas respetivas comunidades;
FIP
FORMAÇÃO DE FORMADORES
DE PROFESSORES
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
COLABORAÇÃO
GRÉCIA
Este projeto específico constitui um modelo transnacional para a formação `` uma visão e uma estratégia para uma escola de gestão (ENTRschool);
de professores com resultados da aprendizagem definidos para estudan- `` objetivos de gestão (reitores) de acordo com a estratégia;
tes e professores. O projeto recebeu apoio financeiro da Comissão Euro-
peia e do Governo croata. `` objetivos para os professores de acordo com a estratégia;
© Usetrick/iStock/Thinkstock
Outros intervenientes ou parceiros envolvidos: Estados-Membros do SEECEL (Albânia, Bósnia-
-Herzegovina, Croácia, Kosovo*, antiga República jugoslava da Macedónia, Montenegro, Sérvia e Turquia)
Aplicação/público-alvo da atividade: professores-formandos, professores e gestores de
estabelecimentos de ensino
Nível de ensino alvo: vários níveis de ensino
*Esta designação não prejudica as posições relativas ao estatuto e está conforme com a Resolução 1244/99 do CSNU e com o parecer
do TIJ sobre a declaração de independência do Kosovo.
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 31
`` resultados da aprendizagem definidos para os alunos; execução de projetos e em incidência orçamental; e dispor de pessoal
docente e de uma equipa de direção familiarizados com os concei-
`` recursos organizados de acordo com a estratégia; tos de autoavaliação e avaliação externa). Outras condições prévias
`` um plano para a formação de professores, de outro pessoal e de «pro- incluem o envolvimento de outros países (dimensão transnacional) e
fessores em rede» em educação para o empreendedorismo; receber apoio de governos nacionais e da União Europeia.
`` um conceito comum da ENTRschool e um trabalho contínuo com vista `` A participação neste projeto beneficiou estudantes, professores e
ao desenvolvimento dessa cultura; diretores de estabelecimentos de ensino.
`` uma estratégia para a partilha de conhecimentos e definição da escola `` A partilha de parâmetros de referência permitiu que os diferentes
em causa como modelo para outras escolas. países aprendessem uns com os outros e, dessa forma, desenvol-
vessem melhores economias de formação.
Condições para o sucesso `` O instrumento utilizado para medir o impacto das atividades de
aprendizagem do empreendedorismo nas competências neste
`` Para ser uma escola-piloto no âmbito deste projeto, há que cumprir um domínio dos professores e da direção do estabelecimento foi desen-
conjunto de critérios (por exemplo, a escola em causa tem de: ser aces- volvido e testado e está hoje plenamente operacional.
sível por transportes públicos; ter, no mínimo, duas turmas por grupo
etário; ser dotada de TI, devendo o pessoal docente e a direção da escola Aprofundamento
saber utilizá-las na sua atividade profissional, equipamentos informáti-
cos; dispor de um sítio web funcional; ter uma abordagem sistemática A abordagem estratégica da formação inicial FIP
preexistente em relação à cooperação entre a escola e os pais e entre e contínua de professores será desenvolvida
a escola e as autoridades locais; ter ao seu serviço pessoal não docente com base nas experiências e realizações FORMAÇÃO DE PROFESSORES-
com uma atitude positiva em relação à aprendizagem do empreende- anteriores. Será prestada especial atenção
-FORMANDOS E FORMADORES
dorismo; dispor de pessoal docente familiarizado com os métodos de ao processo de mentoria e à inclusão de ins-
ensino modernos; possuir uma equipa de direção capaz de comunicar tituições nacionais responsáveis pela forma-
DE PROFESSORES
em língua inglesa; possuir uma equipa de direção com experiência na ção de professores.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
Ligações e recursos úteis:
Para mais informações, consultar os sítios:
INTEGRADA
http://www.seecel.hr
http://www.seecel.hr/default.aspx?id=14
INTERNACIONAL
http://www.seecel.hr/UserDocsImages/Documents/Documents.
32 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
© ThorstenSchmitt/iStock/Thinkstock
Contacto principal: Heikki Hannula
O programa de formação profissional de professores tem sido muito bem- `` As redes da educação (3 créditos): capacita os professores-forman-
sucedido: recebeu um elevado número de candidaturas mas apenas teve dos para desenvolverem uma cooperação entre diferentes redes de
capacidade para aceitar cerca de 33% dos candidatos empresas e outras partes interessadas.
Condições para o sucesso das taxas de sobrevivência mais elevadas de pequenas empresas
inovadoras («spin out») constituídas por licenciados per capita e a
`` Reconhecimento do valor da experiência e da aprendizagem por parte Swansea Metropolitan University tem-se mantido constantemente
do setor. no topo dessa lista. Tal contribui igualmente para a credibilidade
geral da universidade, «porque cumprimos o que prometemos».
`` Reconhecimento, por parte dos formadores de professores, da impor-
tância de valorizar os ex-alunos e das oportunidades que tal pode pro- `` Funciona como um mecanismo de controlo da qualidade das práticas
porcionar para a prática educativa atual. atuais (por comparação com as práticas alternativas ou anteriores).
`` Apesar da relativa facilidade com que, atualmente, os educadores podem `` Permite o envolvimento dos ex-alunos nas práticas atuais, o que
localizar os antigos alunos, é necessária uma abordagem específica de levou ao aumento da motivação dos estudantes, tendo igualmente
longo prazo por parte de alguém que os estudantes respeitem e desejem permitido mostrar de que forma as práticas em causa funcionam na
apoiar. É igualmente necessário tempo para facilitar e gerir o curso. vida real, em comparação com a teoria ensinada nas salas de aula.
`` Permite mudar aspetos do curso «em tempo real», uma vez que o
Impacto da atividade curso pode ser adaptado para incorporar as aprendizagens mais
recentes de antigos alunos e diplomados.
`` Em toda a universidade, o principal impacto decorre da «atualidade»
dos cursos ministrados e da pertinência da aprendizagem para a satis- FIP
fação dos estudantes e a reação dos mesmos. O País de Gales tem uma
FORMAÇÃO DE PROFESSORES-FORMANDOS
REINO UNIDO
Ligações ou recursos úteis:
Penaluna, A. & Penaluna, K. (2006) Business Paradigms in Einstellung: A Creative industries perspective on enhancing entrepreneurship education. Conferência sobre a Internacionalização do Ensino e da Formação do
Espírito Empresarial, São Paulo, Brasil.
(galardoado com um prémio excecional atribuído a investigadores seniores como o «melhor artigo empírico»).
Penaluna, A. & Penaluna, K. (2008) Business Paradigms in Einstellung: Harnessing Creative Mindsets for Entrepreneurship Education, Journal of Small Business and Entrepreneurship 21, n.º 2, p. 231 a 250. Disponível no
sítio: http://www.freepatentsonline.com/article/Journal-Small-Business-Entrepreneurship/204931981.html
36 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
© Monkey Business
Telefone: +358 404844164
gerir a incerteza e orientar a sua aprendizagem, por forma a serem res- `` Tempo de reflexão: O professor deve tomar as medidas necessárias
ponsáveis pelos seus próprios percursos de aprendizagem; para que haja tempo suficiente para a escrita nos diários reflexi-
`` a ênfase na aprendizagem entre pares, especialmente do processo vos e para a realização de debates reflexivos durante e após os
decisório colaborativo e da resolução colaborativa de problemas em processos de aprendizagem. A reflexão deve centrar-se em formas
debates interativos, durante o curso; empreendedoras de aprendizagem e nos conteúdos musicais dos
`` a tomada de notas, por cada estudante, no seu respetivo diário refle- programas de ensino.
xivo. O professor fornece exemplos de atributos e competências empre-
sariais. Após cada aula de música, os estudantes avaliam quais os Impacto da atividade
atributos e competências empresariais que consideraram mais impor-
Embora a atividade não tenha ainda sido formalmente avaliada, as
tantes durante o processo de aprendizagem de música e registam as
observações formuladas sugerem que promove a preparação dos pro-
avaliações nos seus diários.
fessores em educação para o empreendedorismo, uma vez que:
`` incentiva os estudantes a estudarem a sua própria atividade
Condições para o sucesso empreendedora, através de experiências e da reflexão em todas as
fases do processo de aprendizagem;
O professor realça quatro elementos principais particularmente críticos `` desafia os estudantes a agirem de várias formas empreendedoras
para o sucesso: quando têm de decidir entre oportunidades oferecidas ou criadas
em contextos de aprendizagem;
`` Processo decisório colaborativo: durante e após o processo de apren- `` permite que os estudantes observem a atividade e as medidas
dizagem — o professor e os estudantes debatem, refletem e avaliam empreendedoras dos seus professores em ambientes de aprendizagem;
o método e os conhecimentos: de que forma aprendo o que aprendo? `` incentiva os estudantes a aplicarem as suas experiências e com-
Cada fase do processo de aprendizagem deve ser objeto de reflexão: petências empresariais noutras disciplinas e em diferentes níveis
planeamento, ação e produto. de ensino.
`` Aprendizagem pela prática. Os professores oferecem aos estudantes FIP
várias possibilidades de participarem de forma inovadora na definição Planos para fazer evoluir esta prática
de objetivos, no planeamento dos métodos de aprendizagem e na colo- ENSINO NO DOMÍNIO DO
cação em prática. A reflexão permite aos estudantes adquirir novos `` Prever mais tempo para o processo criativo EMPREENDEDORISMO ORIENTADO
conhecimentos a partir das suas experiências e avaliar o processo e o mútuo dos professores-formandos com
produto da aprendizagem. vista à criação de novas oportunidades. MÚSICA E CRIATIVIDADE
`` O papel do professor é o de apoiante e facilitador. O professor não se
limita a fornecer as respostas aos estudantes, deixando-os descobri- `` Prever mais tempo para a reflexão crítica: COLABORAÇÃO
-las por si próprios. No entanto, tem de prestar um apoio oportuno para a justiça social e a igualdade de oportu-
que os estudantes que se encontrem em situações distintas possam nidades fazem parte integrante da abor- FINLÂNDIA
beneficiar de condições equitativas. dagem empreendedora inclusiva.
© VLADGRIN/iStock/Thinkstock
Endereço de correio eletrónico principal: [email protected]
Nível de ensino alvo: os estudantes são formados ao nível do ensino básico e do terceiro ciclo
do ensino básico
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Os professores-formandos desenvolvem igualmente as suas competên- `` A abordagem adotada é conforme com os resultados da aprendi-
cias ao interagir com a comunidade local, contactar parceiros reais fora da zagem necessários em matéria de educação para o empreendedo-
instituição educativa e comunicando-lhes os resultados. rismo dos professores-formandos. Estes resultados são especiais
quando estes organizam para os seus alunos uma atividade para-
A atividade consiste num programa com a duração de duas semanas, em lela no quadro do seu estágio prático de ensino.
que os professores-formandos contactam um professor no ativo e, na
sequência desse mesmo contacto, apresentam um problema que o mesmo `` Responde igualmente à procura, por parte dos professores-forman-
gostaria de ver solucionado. Em 2012, solicitou-se aos professores-for- dos, de aprendizagem prática, metodológica e teórica no domínio da
mandos que apresentassem problemas relacionados com a inclusão e a educação para o empreendedorismo.
pedagogia diferenciada. Posteriormente, os professores-formandos deba-
teram o problema em grupos e conceberam uma solução inovadora para `` Tem um impacto direto nas vidas profissionais dos estudantes,
apresentar ao professor. podendo, eventualmente, evoluir para atividades orientadas para o
utilizador em diferentes profissões.
Condições para o sucesso `` O programa teve um impacto demonstrável, por exemplo, com a
criação de um centro de inovação para a formação de professores,
`` Motivação dos professores-formandos para participar. bem como de um projeto destinado à partilha de boas práticas com
outros estabelecimentos de ensino superiores dinamarqueses.
`` Participação de professores do ensino básico e do terceiro ciclo do
ensino básico.
O instrumento REAL (empresas rurais para a realização de ações de apren- «Diz-me e eu esquecer-me-ei; mostra-me e eu lembrar-me-ei; faz-me partici-
dizagem) foi inicialmente desenvolvido nos anos 80 nas zonas rurais dos par e eu compreenderei».
© Ingram Publishing/Thinkstock
Telefone: +47 57676065/+47 91300539
Telefone: Faculdade de Formação de Professores e Desporto: +47 57676000
Aplicação/público-alvo da atividade:
estudantes de formação de professores e desporto
Nível de ensino alvo: vários níveis de ensino (básico, secundário
e profissional). O REAL é igualmente disponibilizado enquanto curso
de formação contínua para professores no ativo.
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 41
Esta ideia tem em consideração a relação entre a reflexão, a expansão, a `` criem, de forma clara, um procedimento essencialmente baseado
aplicação e a experiência. É primordial que os alunos passem por «uma na atividade em grupo, que conduza a uma apresentação;
experiência concreta», um evento em que participem ativamente. Segui- `` integrem uma reflexão sobre o que os alunos fizeram e aprenderam,
damente, a aprendizagem é reforçada por reflexões sobre a experiência assim como sobre a forma como tal se relaciona com os seus objetivos;
e, posteriormente, expandida à medida que os aprendentes identificam `` levem os alunos a considerar a aplicação prática do exercício e a
os princípios, teorias e ideias abstratos subjacentes à atividade de apren- forma como criar pontes entre a aprendizagem no local de trabalho
dizagem. Por último, os alunos transferem as suas competências e a sua e a aprendizagem na vida quotidiana.
linguagem recém-adquiridas para situações da «vida real».
O REAL tanto se destina a escolas localizadas em zonas rurais como a Impacto da atividade
escolas mais urbanas, em que a construção de uma identidade local é
`` A maioria das escolas e comunidades locais do condado de Sogn og
considerada particularmente importante, pois trata-se de uma forma de
Fjordane ensina o empreendedorismo e utiliza os materiais.
incentivar os alunos a regressarem, um dia mais tarde, à região e aí cons-
`` As sondagens aos estudantes sugerem que estes estão satisfeitos
tituírem empresas. O programa centra-se em dois grandes domínios: ati-
com a experiência do REAL.
tudes e competências para a vida e temas relacionados com a empresa.
`` O REAL foi mencionado como boa prática num inquérito realizado
Inicialmente, pretende-se centrar a atenção nas atitudes das quais decor-
em 2004 nos países nórdicos e, uma vez mais, num projeto dife-
rem competências essenciais. O objetivo é desenvolver a comunicação, o
rente em 2012. Foi igualmente mencionado nos planos do Governo
pensamento crítico e criativo, a capacidade de resolução de problemas, a
(2004/2006).
capacidade de trabalhar eficazmente em equipa e uma identidade local.
`` Um relatório de investigação elaborado em 2009 pela empresa
No que respeita à empresa, promove-se o conhecimento da análise do
Kunnskapsparken, de Bodø, atribuiu ao REAL uma classificação/
mercado, da economia em geral, do marketing e das vendas.
notação elevada; desde 2007, este conceito faz parte integrante da
O REAL destaca as parcerias com organizações/instituições externas e o formação dos professores de Sogn og Fjordane.
apoio prestado pelos reitores das faculdades/presidentes do Colégio Uni-
versitário. Além disso, aprofunda e testa no terreno ideias inovadoras com
«escolas-modelo» que participam na elaboração dos materiais. As ideias do
Planos para fazer evoluir esta prática
REAL encontram-se disseminadas por toda a instituição, através da forma- FIP
Todos os professores pertencentes ao depar-
ção que é ministrada aos colegas e da promoção da ideia de educação para
tamento de educação de Sogn og Fjordane ENSINO NO DOMÍNIO
o empreendedorismo. É colocada a tónica na necessidade de ser paciente.
irão participar num workshop com a dura- DO EMPREENDEDORISMO
ção de dois dias onde se debaterá a imple-
Condições para o sucesso mentação da educação para o empreende- APRENDIZAGEM EMPÍRICA
dorismo no novo programa de ensino. Nos
É importante que os professores beneficiem do apoio da escola na imple- futuros programas de formação, a educação
mentação do REAL, que sejam pacientes e que:
COLABORAÇÃO
para o empreendedorismo será uma disci-
`` identifiquem claramente os objetivos de aprendizagem para este exercício; plina obrigatória: o curso de empreendedo- NORUEGA
`` prevejam o tempo e os materiais necessários para a realização rismo pedagógico dará direito a créditos e
do exercício; fará parte da formação interdisciplinar.
`` O que quero fazer? uma forma de partilhar e divulgar as práticas em matéria de educação
para o empreendedorismo nas escolas anfitriãs. O projeto é avaliado
`` Estados de espírito através de uma abordagem de investigação/ação.
`` Ouvir os outros
Condições para o sucesso
`` Falar sobre o projeto
`` Compromisso das escolas no sentido de adotarem abordagens de
`` Trabalhar com colaboradores aprendizagem ativa e realizarem projetos.
`` Identificar necessidades
`` Escolas com programas de ensino flexíveis.
`` Criar protótipos para partilhar o projeto
`` O desenvolvimento de competências empresariais nos futuros pro-
`` Rede de colaboradores fessores é integrado nos programas de formação de professores.
© Marek Uliasz/Hemera/Thinkstock
Contacto principal: Dominique Roodhooft
Aplicação/público-alvo da atividade:
estudantes e professores do estabelecimento
competências. Cada programa dispõe do seu dicionário ACCIO, que contém `` é difícil incorporar a educação para o empreendedorismo em
descrições das competências e os correspondentes resultados da apren- diferentes áreas temáticas, mas as reuniões com professores
dizagem. O dicionário facilita a integração da criatividade, da inovação e e estudantes contribuem para a transferência de boas práticas
do empreendedorismo nos programas de ensino, de forma sistematizada. entre departamentos.
Além disso, os responsáveis pela criatividade do projeto ACCIO organizam
sessões de reflexão e cursos de formação de professores em pensamento
criativo, palestras inspiradoras e outras atividades com o objetivo de aper- Condições para o sucesso
feiçoar as ações empreendedoras e criativas.
`` Prestação de apoio descendente, do topo para a base: o apoio à
`` a realização de 13 sessões de reflexão com professores e estudantes gestão é essencial.
nos últimos três meses;
`` A importância da educação para o empreendedorismo deve ser
`` a reunião de 130 estudantes com uma ideia criativa no início reconhecida pela comunidade.
do ano académico;
`` Há que motivar os professores para que aprendam e apreciem a
`` a prestação de apoio a 36 estudantes para criarem as suas próprias importância da educação para o empreendedorismo.
empresas durante o primeiro trimestre de 2012;
`` O modelo baseado em 13 competências foi bem definido e estrutu-
`` a realização de testes em linha a 400 estudantes no ano académico rado, o que, por sua vez, facilitou a sua compreensão e implementação.
de 2011-2012.
`` é difícil convencer os professores, uma vez que associam a educação `` A integração do empreendedorismo nos FIP
para o empreendedorismo apenas a empresas, o que é uma definição programas de ensino e no desempenho dos
demasiado restrita; professores foi bem-sucedida, e o espírito ENSINO NO DOMÍNIO
do empreendedorismo e da inovação entre DO EMPREENDEDORISMO
estudantes foi estimulado de maneira a
aumentar a sua empregabilidade. RECONHECIMENTO DE COMPETÊNCIAS
Ligações e recursos úteis: INTEGRAÇÃO NOS PROGRAMAS DE ENSINO
http://www.youtube.com/watch?v=to06gDoDzu0&feature=player_embedded
http://www.youtube.com/watch?v=_7_15DdqQ4A&feature=player_embedded BÉLGICA
http://www.arteveldehogeschool.be/accio/nl/
http://www.scoop.it/t/tools-voor-lesgevers
http://www.scoop.it/t/arteveldehogeschool-en-ondernemen
http://www.scoop.it/t/food-en-drinks-for-creative-brains
https://twitter.com/AccioArtevelde
http://nl-nl.facebook.com/accio.artevelde
46 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
Inovação e empreendedorismo
Em 2008, a antiga República jugoslava da Macedónia introduziu o curso jovens. Em novembro de 2011, anunciou a introdução de um novo curso,
obrigatório intitulado «Empresas e empreendedorismo» no 4.º ano do intitulado «Inovação e empreendedorismo», nos 1.º, 2.º e 3.º anos do ensino
ensino secundário, com a duração de duas horas por semana. Para refor- secundário (destinado a estudantes de 14, 15 e 16 anos) a partir de setembro
çar a capacidade dos novos professores de ensinar a nova disciplina, o de 2012; o mesmo curso será introduzido nos 8.º e 9.º anos (estudantes de 12
Centro Nacional para o Desenvolvimento da Inovação e da Aprendizagem e 13 anos) do terceiro ciclo do ensino básico a partir de setembro de 2014. O
do Empreendedorismo (NCDIEL) organizou, todos os anos, dois dias de Governo apoiará a formação dos professores na nova disciplina.
formação para todos os professores. Além disso, disponibilizou material
didático adicional, sendo responsável, juntamente com o Gabinete para o Em novembro de 2011, o Governo criou igualmente a Rede Nacional de
Desenvolvimento da Educação (BDE), pela organização do Concurso Nacio- Formadores em Educação para o Empreendedorismo.
nal para a Criação de Planos de Negócios para as escolas secundárias.
`` CO programa de ensino do novo curso foi desenvolvido no período de
Nos últimos anos, o Governo da antiga República jugoslava da Macedó- janeiro a março de 2012, tendo sido oficialmente aprovado pelo ministro
nia apoiou firmemente o desenvolvimento do espírito empreendedor dos da Educação e Ciência em meados de março de 2012.
© James Thew/Fotolia
Aplicação/público-alvo da atividade: estudantes e professores
`` Em maio e junho de 2012, o NCDIEL e o CEC (outra entidade prestadora descendente (do topo para a base) do apoio político à educação para o
de formação) realizaram dois dias de formação que contaram com a empreendedorismo. O Governo decidiu que os estudantes dos 12 aos
participação de 1 300 professores sobre o tema relacionado com o 18 anos seriam diretamente envolvidos na educação para o empreen-
novo programa de ensino. A formação foi financiada pelo Governo. dedorismo. Tal significa que, todos os anos, haverá um contacto direto,
durante 36 horas, com os diferentes temas relativos à inovação e ao
`` No período de maio a agosto de 2012, o NCDIEL elaborou materiais empreendedorismo (no último ano da escola há 72 horas dedicadas a
didáticos e manuais escolares para o novo curso. Em 30 de agosto de estes temas).
2012, o NCDIEL organizou uma formação com a duração de um dia,
durante o qual 300 professores se puderam familiarizar com os novos
materiais didáticos.
Condições para o sucesso
Instituição responsável pela execução da atividade: WEEN (Welsh Enterprise Educators Network)
Swansea Metropolitan University e Trinity St. David, País de Gales
© Infinite XX/Fotolia
Intervenientes ou parceiros adicionais envolvidos: governo galês, rede «Enterprise Educators UK»
O envolvimento da EEUK permitiu a todo o Reino Unido beneficiar `` reconhecer o consenso resultante das redes de formado-
da sua experiência em desenvolvimento de projeto, aceder mais res experientes;
ativamente às redes EEUK e disseminar os resultados de uma `` uma universidade interdepartamental, que associe e ligue as dife-
forma mais abrangente. rentes abordagens pedagógicas, e adote e adapte filosofias.
Exemplos de práticas
de desenvolvimento
profissional contínuo
52 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
xx Uma escola empreendedora possui uma equipa de direção dedicada e empenhada que
apoia a educação para o empreendedorismo para todos os alunos.
xx Uma escola empreendedora defende um conceito educativo baseado na capacidade de
ensinar o mundo de amanhã.
xx O pessoal docente e não docente está disposto a encarar a mudança de forma positiva.
xx Uma escola empreendedora tem a perceção das suas necessidades futuras e uma visão clara
do modo como a educação para o empreendedorismo se encaixa no programa de
ensino mais vasto e no plano de desenvolvimento.
xx A educação para o empreendedorismo é integrada no programa de ensino e inte-
grada em todas as disciplinas, não sendo considerada uma disciplina distinta.
xx A escola assume um compromisso no sentido de estimular as competências transver-
sais, criativas e empresarias de que as crianças e os jovens necessitam para terem um bom
desempenho, não só na escola mas também na sociedade em geral.
xx A aprendizagem baseada em atividades e os métodos centrados no estudante são
componentes normais da prática da docência e da aprendizagem.
xx São definidos resultados concretos de aprendizagem que são avaliados como parte
dos exames.
xx É realizada uma avaliação regular das atividades exercidas, especialmente do seu impacto
no desenvolvimento das capacidades dos estudantes.
xx Procede-se à recolha sistemática das reações dos estudantes: as reações positivas
dos alunos constituem um impulsionador importante da implementação da aprendizagem do
empreendedorismo e aceleram a aceitação da educação para o empreendedorismo.
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 53
Professores empreendedores capazes de acender uma chama xx A formação demonstra que, em todos os programas de ensino, existem pontos
empreendedora de partida para o ensino do empreendedorismo e aspetos propícios à aprendi-
zagem do empreendedorismo;
xx Os professores empreendedores recompensam a iniciativa individual e a xx A formação identifica as atividades empreendedoras já exercidas pelos
assunção de responsabilidades e riscos. professores e demonstra como os métodos por eles utilizados se enquadram
xx Os professores empreendedores estão dispostos a aceitar o fracasso como parte no conceito.
integrante do processo de aprendizagem. xx Os resultados concretos da aprendizagem são definidos e avaliados.
xx Os professores empreendedores aprendem igualmente a gerir riscos. O fracasso xx Os cursos de formação centram-se em abordagens práticas e incluem méto-
faz parte integrante do processo empreendedor, mas pode igualmente ser um des- dos ativos e participativos que suscitam um sentimento de apropriação.
perdício de tempo, competências e empenho valiosos. Os professores empreendedo-
res sabem como mitigar os riscos. xx As entidades prestadoras de formação contínua tomam medidas para promover
amplamente os cursos e estimular a sua aceitação (por exemplo, dirigindo-se
xx Os professores empreendedores dispõem de sólidas capacidades de trabalho diretamente às escolas, contactando-as através de plataformas em linha nas reu-
em equipa. niões anuais de professores, etc.).
xx Os professores empreendedores são utilizadores de redes que realizam intercâm- xx Os cursos de formação empresarial estimulam a sustentabilidade, por exem-
bios com os seus pares e se reúnem regularmente. plo, ao incentivarem professores e alunos a planear cuidadosamente os seus
xx Os professores empreendedores utilizam vários métodos criativos como instru- processos de ensino e de aprendizagem, a refletir continuamente e a manter
mentos pedagógicos inovadores. intercâmbios constantes.
xx Deixam as crianças assumir a responsabilidade pelo seu próprio processo Parcerias entre o setor educativo, a comunidade empresarial
de aprendizagem, dando-lhes liberdade, por exemplo, para criarem as suas pró- e a indústria criativa
prias aulas.
xx Os projetos e escolas empreendedores beneficiam do envolvimento dos parcei-
xx Nos seus métodos de avaliação, os professores empreendedores reconhecem não
ros empresariais. As empresas e organizações empresariais podem contribuir com
só a solução mas também o caminho para lá chegar.
conhecimentos especializados para projetos educativos empreendedores, podendo
xx Os professores empreendedores utilizam a tecnologia e as redes sociais na sala de participar na formação de professores que é ministrada nas escolas.
aula como forma de apoiar a aprendizagem, explorando novas soluções, téc-
xx As escolas podem associar-se a organizações externas para adquirirem
nicas de produção e ferramentas informáticas que apoiem o processo de
conhecimentos especializados no domínio da educação para o empreendedo-
aprendizagem.
rismo que não lhes é possível adquirir internamente.
xx Utilizam igualmente as redes sociais no seu próprio processo de aprendiza-
xx Os trabalhadores criativos como os artistas, designers, arquitetos e cientistas
gem entre pares e no intercâmbio de informações.
podem ajudar as escolas e os professores a desbloquear o seu potencial de
Programas de formação de professores que promovem criatividade e a aumentar as expectativas e as realizações das crianças e dos
métodos empreendedores jovens. Os exemplos demonstram que as relações a longo prazo entre trabalhadores
criativos e escolas têm um impacto positivo.
xx Um programa de formação de professores em empreendedorismo faz apelo ao
xx Os educadores e as instituições empreendedores participam na aprendizagem
espírito empreendedor dos próprios professores.
entre pares e na realização de intercâmbios, a nível local, regional, nacional
xx A formação não trata o empreendedorismo como uma competência distinta, e internacional.
mas antes como um conceito que exige competências fundamentais, como a
criatividade, o conhecimento das tecnologias e a gestão de projetos.
54 E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S
`` É necessário que todos os intervenientes no processo de ensino estejam Esta atividade tem produzido excelentes resultados, que são medidos
abertos à mudança e recetivos a novos métodos de ensino. A escola de forma inovadora.
distanciou-se dos métodos tradicionais de ensino em sala de aula e
integrou nos seus programas de ensino projetos e trabalhos de inves- `` Não se trata apenas do número de diplomados, mas igualmente da
tigação e em grupo, assim como formações profissionais e workshops. qualidade da produção. Os estudantes dedicam-se à produção de
culturas como o tomate e a lavanda, que depois vendem à comuni-
`` Foi necessário apoio por parte de parceiros internacionais. A escola dade local. Este resultado é particularmente positivo, uma vez que a
Matija Antun Reljković recebeu um apoio significativo da União Euro- região de Slavonski Brod é famosa pela sua agricultura.
peia. As verbas recebidas possibilitaram a construção de um número
elevadíssimo de centros técnicos, incluindo: um pomar, uma vinha, um `` Os estudantes adquirem competências numa grande variedade de
laboratório de vinicultura, um laboratório de investigação florestal, um métodos de trabalho (sabendo, por exemplo, tirar amostras de san-
laboratório veterinário, um laboratório dedicado à prática da micropro- gue e analisá-las).
pagação e uma zona de cultura. `` Alguns estudantes prosseguem os seus estudos numa universidade,
mas mais importante ainda é o desenvolvimento das competências
`` As ligações locais são igualmente fundamentais: a escola tem ligações empresariais e do espírito empreendedor que a escola infunde em
ao centro de emprego do condado de Brod Posavina, às câmaras de todos os seus alunos.
comércio, às faculdades de agricultura e aos institutos de investigação DPC
e desenvolvimento. `` O projeto «Centro Regional de Investiga-
ção e Desenvolvimento no domínio da ESCOLAS EMPREENDEDORAS
`` A escola teve igualmente de se adequar à oferta e à procura do mer- Biotecnologia» permitiu à escola apoiar
cado local, tendo desenvolvido esforços particulares para fomentar empresários agrícolas locais e regio- INTEGRADA
uma cultura em que os estudantes se sintam orgulhosos por trabalhar nais, graças à introdução das tecnologias
no campo, «abrindo-lhes os olhos» para um estilo de vida sustentável, e mais recentes e da melhoria da relação COLABORAÇÃO
tendo alinhado os seus programas de ensino com a principal atividade custo-eficácia.
da região: a agricultura. CROÁCIA
Manchester Academy
A Manchester Academy é uma escola para jovens dos 11 aos 18 anos empreendedorismo que se encontra associado ao programa de ensino. Além
criada pela United Learning (UL) para «realçar o que de melhor há em cada disso, todos os anos de escolaridade são complementados por um programa
um». Localizada no centro de Moss Side, uma zona conhecida pelas armas, de carreira personalizado e holístico que permite aos estudantes criarem uma
pelos gangues e pelas drogas, é frequentada por um leque extremamente carteira de trabalho desde o 7.º ano (12 anos) até ao 11.º ano (16 anos). A
diversificado de estudantes, muitos dos quais refugiados ou requerentes evolução é seguida e avaliada.
de asilo. A Manchester Academy é um estabelecimento escolar especiali-
zado em comércio e empresas, cujo objetivo consiste em desenvolver nos A escola organiza igualmente várias atividades empresariais para os estudan-
estudantes características empreendedoras em diferentes tipos de contex- tes, incluindo:
tos de aprendizagem formal e informal. Baseia-se no pressuposto de que `` Teachers organise six career-linked sessions a year for students, for exam-
as competências académicas não são suficientes: os estudantes neces- ple, ‘why my subject will help me get a job’
sitam igualmente de competências e expectativas realistas para serem `` os professores organizam, todos os anos, seis sessões ligadas à carreira
bem-sucedidos na vida e se tornarem cidadãos produtivos. destinadas aos estudantes como, por exemplo, a intitulada «por que motivo
As equipas responsáveis pelos programas de ensino integram a parti- vai a minha disciplina ajudar-me a conseguir um emprego»;
cipação dos empregadores e das empresas nos programas e em todas `` são organizadas «semanas setoriais», destinadas a familiarizar os estudan-
as matérias. A participação dos empregadores é um meio decisivo para tes com os diferentes setores da indústria e as respetivas profissões. São
melhorar o aproveitamento escolar, e todos os professores e disciplinas organizados concursos de pergunta e resposta («quizzes») e competições
estão envolvidos no trabalho desenvolvido no quadro da educação para o com o objetivo de familiarizar os estudantes com os diferentes setores;
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`` são produzidas «escadas rolantes de competências», que indicam aos delas. Além disso, organiza cursos de formação de professores e
estudantes quais as competências necessárias ao exercício de determi- incentiva a partilha de boas práticas e o desenvolvimento conjunto
nadas profissões, assim como os respetivos salários médios; de novos programas.
`` a escola trabalha com uma série de parceiros empresariais locais. Asso- `` Certas atividades específicas são adaptadas às necessidades dos
ciou-se, por exemplo, à galeria de arte Whitworth para o projeto «Fresh estudantes e às áreas temáticas que lhes permitem desenvolver
Made Trade», no qual que os estudantes trabalharam com artistas e competências múltiplas.
empresários com o objetivo de desenharem e criarem capas para com- `` As parcerias empresariais locais eficazes e variadas são fundamen-
putadores portáteis e para telemóveis, objetos esses que são atual- tais. A Manchester Academy trabalha com um vasto leque de par-
mente vendidos nas galerias de arte de Manchester. Uma percentagem ceiros, incluindo a Mercedes Benz, a Universidade de Manchester e
dos lucros é doada à empresa social AfrUKa; o clube de futebol Manchester City. A Universidade de Manchester,
`` os planos para o futuro incluem o desenvolvimento de um programa por exemplo, orienta os estudantes para o sucesso académico e
de atribuição de prémios a estudantes, que incluirá, nos programas de proporciona oportunidades de emprego através de regimes como o
ensino, unidades consagradas aos estágios profissionais, ao volunta- seu programa de orientação de recursos humanos.
riado e à constituição de microempresas. O pessoal será responsável
por algumas destas unidades, proporcionando aos alunos mais opor-
tunidades de formação contínua que se espera sejam apoiadas e reco-
Impacto da atividade
nhecidas pelas agências nacionais no futuro. `` Melhoria do aproveitamento escolar. Verificou-se uma melhoria
surpreendente do aproveitamento escolar na Manchester Academy
Condições para o sucesso desde que a UL assumiu funções e incorporou as competências
empresariais no programa de ensino. Aquela que anteriormente
A escola realça vários elementos que são centrais para o seu êxito enquanto era uma escola «de insucessos» está atualmente classificada como
escola empreendedora: uma «boa» escola pelo Instituto de Normas em matéria de Educa-
ção, Competências e Serviços Infantis (OFSTED), serviço de inspeção
`` Todos, do diretor aos estudantes, passando pelos professores e até
escolar do Reino Unido, que, por vezes, chegou mesmo a classificar
mesmo pelo pessoal do serviço de restauração, aderem ao conceito de
a evolução dos estudantes como «notável». A escola, frequentada
«escola empreendedora». Este conceito é incorporado de muitas formas,
por uma grande diversidade de estu-
por exemplo, perguntando a todos os potenciais novos membros do pes-
soal como pensam que podem contribuir para a «escola empreendedora»
dantes (que falam mais de 70 idiomas), DPC
muitos deles provenientes de famílias
e realizando reuniões semanais com os professores recém-formados.
`` A educação para o empreendedorismo é integrada no programa de
com baixos rendimentos (64% dos estu- ESCOLAS EMPREENDEDORAS
dantes tem direito a refeições escolares
ensino e em todas as disciplinas, não sendo tratada como uma disci- INTEGRADA
gratuitas), regista atualmente uma taxa
plina distinta. Por exemplo, a parceria com a galeria de arte Whitworth
de 94% de estudantes com 5 notas entre
encontra-se atualmente integrada nos departamentos de arte e têxteis, APROVEITAMENTO ESCOLAR
A* (nota máxima) e C (aprovado) no GCSE
garantindo o sólido DPC do pessoal.
(Certificado Geral do Ensino Secundário),
`` A escola faz parte de uma organização mais vasta, a United Lear-
taxa essa que era de 12% antes de a REINO UNIDO
ning. A UL incentiva a educação para o empreendedorismo em todas
escola se tornar uma academia.
as suas escolas, e possui um coordenador empresarial em cada uma
O sucesso escolar e profissional depende das competências-chave `` Melhoria do aproveitamento escolar. Um objetivo fundamental con-
desenvolvidas pelos estudantes. Dado que estas são essenciais para siste em alcançar, pelo menos, 60% de estudantes do EFP, propor-
que os estudantes atinjam os seus objetivos, o programa centra-se cionando-lhes mais oportunidades educativas e profissionais atra-
no seu desenvolvimento: vés do reforço das suas «competências-chave».
`` comunicar eficazmente, tanto no idioma nativo como em `` Igualdade de oportunidades. O programa procura nivelar as dispari-
idiomas estrangeiros; dades educativas entre estudantes através da melhoria da autoes-
tima daqueles que têm dificuldades educativas e de outra natureza
`` possuir competências matemáticas, científicas e informáticas; e da prestação de apoio educativo e psicológico aos mesmos.
`` ser capaz de aprender; `` «Olhar para lá da escola» para o mercado de trabalho. O programa
aumenta a capacidade dos estudantes de planearem o seu percurso
`` ser socialmente competente e um bom cidadão; profissional de forma consciente, tendo em conta o mercado local,
e assegura a disponibilização das qualificações profissionais, dos
`` ser capaz de demonstrar espírito de iniciativa e espírito empreendedor; cursos e dos estágios adequados.
`` múltiplos exemplos de materiais didáticos e métodos de ensino para a Os objetivos são os seguintes:
educação para o empreendedorismo;
`` incluir a educação para o empreendedorismo em todas as estratégias e
`` oportunidades de ligação em rede através das redes sociais; em todos os programas de ensino;
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três departamentos de formação de professores; outras duas universidades; seis universidades de ciências
aplicadas; quatro unidades de formação de professores; outros dez parceiros: organizações e o Ministério
do Emprego e da Economia
Aplicação/público-alvo da atividade: professores-formandos
Nível de ensino alvo: vários níveis de ensino
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Telefone: +49 7111232765
Intervenientes ou parceiros adicionais envolvidos: Ministério da Educação, da Juventude e do Desporto
de Bade-Vurtemberga, câmaras de comércio e indústria, câmaras de artes e ofícios
Aplicação/público-alvo da atividade: professores
Nível de ensino alvo: professores do ensino secundário geral
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autoaprendizagem em linha (geralmente com a duração de 6-7 semanas) do Desporto, assim como com professores, organizações empresa-
com a European Business Competence Licence. Seguidamente, realiza-se riais, empresários, proprietários de empresas, iniciativas privadas,
um workshop com a duração de um dia sobre o jogo de simulação empre- organizações de execução de projetos e projetos nacionais como o
sarial «easy business» (empresa fácil). Segue-se a parte mais importante «Junior» e o «Business@school».
do programa, a semana passada numa empresa. No último dia deste pro-
grama, os professores planeiam um projeto económico a realizar com os `` O tempo despendido com uma empresa é primordial. A semana que
seus alunos durante o período letivo seguinte. No ano seguinte, os profes- os professores passam numa empresa durante a sua formação é
sores trocam experiências relacionadas com o projeto num workshop com essencial para a criação dos laços comerciais que depois utilizam
a duração de um dia, a que se segue a publicação de um relatório escrito quando regressam às suas escolas.
na Internet para que todos possam ter acesso.
`` É essencial assegurar o acompanhamento. O workshop de um dia
Outro programa organizado pelo Ministério da Educação em colaboração e a publicação em linha de relatórios e de melhores práticas pos-
com o Ministério das Finanças e da Economia e as câmaras é o intitulado sibilitam a partilha de experiências a longo prazo no domínio da
«Cooperação no domínio da educação entre escolas e empresas». As coo- educação para o empreendedorismo.
perações são estabelecidas através da celebração de um contrato entre
as escolas e as empresas, com o objetivo de criar uma situação vantajosa
para ambos os parceiros. Um grupo diretor regional criado especificamente Impacto da atividade
para o efeito junta escolas e empresas.
`` O programa de formação de professores, DPC
parte do qual fomenta o contacto entre
Condições para o sucesso escolas e empresas, facilitando o trabalho PREPARAÇÃO DE PROFESSORES
de cooperação, conta anualmente com a NO ATIVO
`` O ensino da economia já faz parte do programa de ensino nacional de participação de cerca de 50 professores.
todas as escolas de Bade-Vurtemberga. Os projetos que fomentem os SIMULAÇÃO EMPRESARIAL
conhecimentos económicos são bem-vindos. `` Desde 2008, 1 700 escolas secundárias
de Bade-Vurtemberga trabalham com COLABORAÇÃO
`` O projeto envolve uma rede de intervenientes e prestadores. A IFEX 3 500 empresas, o que significa que cerca
faz parte do Ministério das Finanças e da Economia e trabalha em de 95% de todas as escolas secundárias ALEMANHA
estreita colaboração com o Ministério da Educação, da Juventude e do ensino geral cooperam com empresas.
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Intervenientes ou parceiros adicionais envolvidos: GrijpdeBuitenKans — Uma organização
neerlandesa independente cujo objetivo é ajudar os estabelecimentos de ensino a oferecerem educação
para o empreendedorismo
Aplicação/público-alvo da atividade: uma combinação de gestores de estabelecimentos de ensino
e pessoal docente da mesma instituição
Nível de ensino alvo: DPC para professores de todos os níveis de ensino
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numa sala de aula, pois num avião sentiam que podiam aprender tudo. O apresentaram um melhor desempenho do que a média nacional nas
avião proporcionaria aos estudantes a oportunidade de viajarem virtual- fases fundamentais 3 e 4, apesar de serem provenientes de zonas
mente no tempo e visitarem as Caraíbas, florestas tropicais e desertos. As social e economicamente desfavorecidas.
crianças participaram na tomada de decisões importantes relacionadas `` Aumento da confiança. Um inquérito realizado junto de diretores de
com o processo de aquisição do avião e a obtenção da licença de constru- estabelecimentos de ensino pelo Gabinete Britânico Especializado
ção para poderem incumbir um designer profissional da transformação do em Estudos de Mercado (BMRB) sugeriu que os mesmos conside-
avião numa sala de aula. ravam que o programa «Parcerias criativas» tinha contribuído para
aumentar a confiança dos alunos em 92% dos casos, melhorar as
Além de apoiar a realização de atividades centradas nos alunos, o pro-
competências de comunicação em 91% dos casos e aumentar a
grama Parcerias Criativas apoia igualmente os professores, através da
motivação em 87% dos casos.
partilha de conhecimentos e do desenvolvimento profissional contínuo
`` Professores mais criativos. No mesmo inquérito, os diretores de
presencial numa sala de aula. São realizadas sessões de planeamento,
estabelecimentos de ensino realçam igualmente um reforço das
formação e desenvolvimento que permitem que o pessoal docente e os
competências dos professores ao seu serviço, sendo que 94% dos
profissionais criativos trabalhem em conjunto no sentido de planearem,
diretores registaram um reforço das competências, 92% verifica-
refletirem, pensarem e experimentarem novas abordagens criativas em
ram uma utilização mais eficaz dos profissionais criativos nas salas
relação ao ensino e à aprendizagem.
de aula e 92% verificaram uma maior disposição para a adoção de
uma abordagem criativa.
Condições para o sucesso `` Clarificação das expectativas dos professores. As expectativas dos
`` A equipa de direção da escola tem de participar e assumir um compro- professores e a confiança nos seus alunos também saíram refor-
misso para com o projeto, e a maior parte do pessoal docente tem de çadas: vários professores mencionaram que era mais desafiante e
estar disposta a encarar a mudança de forma positiva. estavam mais esclarecidos ao observarem alunos que geralmente
`` A escola tem de assumir um compromisso no sentido de estimular as tinham dificuldade em acompanhar as suas aulas a distinguirem-se
competências transversais, criativas e empresarias de que as crianças nas aulas criativas. Isto é especialmente importante atendendo à
e os jovens necessitam para terem um bom desempenho, não só na ligação entre as expectativas dos professores e o aproveitamento
escola mas também na sociedade em geral. escolar dos alunos.
`` Um quadro de avaliação e planeamento bem desenvolvido incentiva os `` Maior envolvimento dos pais no processo
de aprendizagem dos seus filhos. Estu- DPC
professores, os alunos e os profissionais criativos a planearem cuidado-
dos levados a cabo pela Universidade de
samente os seus processos de aprendizagem, assim como a refletirem
Nottingham revelam que a criatividade
PREPARAÇÃO DE PROFESSORES
continuamente nos mesmos, criando igualmente um espaço de apren- NO ATIVO
dizagem e melhorando e incorporando a prática numa base contínua. contribui de forma eficaz para incentivar
o interesse dos pais nas atividades rea-
lizadas pelos seus filhos na escola. Esse PARCEIROS CRIATIVOS
Impacto da atividade
é especialmente o caso dos pais que
podem, eles próprios, ter tido dificuldades
INTEGRADA
O programa «Parcerias criativas» tem sido objeto de uma avaliação exaus-
tiva que identificou o impacto do mesmo nos alunos, nos professores, nos na escola.
`` Benefícios para a economia em geral. Um
REINO UNIDO
pais e na economia do Reino Unido em geral:
`` Melhoria do aproveitamento escolar. A National Foundation for Edu- relatório elaborado por consultores da
cational Research, NFER (Fundação Nacional para a Investigação no PwC sugere que o programa «Parcerias criativas» terá gerado lucros
Ensino) localizou 13 000 jovens que tinham participado num programa líquidos no valor de 4 mil milhões de libras esterlinas para a econo-
«Parcerias criativas». Os dados referentes ao aproveitamento escolar mia do Reino Unido.
revelam que os jovens que participaram num programa desta natureza
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Programa «Escolhas»
«Escolhas» é um programa governamental de âmbito nacional, criado para O empreendedorismo e a capacitação dos jovens envolvem atividades nos
promover a inclusão social de crianças e jovens das comunidades mais quatro setores que se seguem:
vulneráveis, especialmente de imigrantes e minorias étnicas. O programa
visa a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social. Os princi- `` atividades de desenvolvimento de competências;
pais domínios prioritários de intervenção são: inclusão escolar e educação
não formal; formação profissional e empregabilidade; participação cívica e `` apoio financeiro e baseado no conhecimento para projetos planeados,
comunitária; inclusão digital; empreendedorismo e capacitação dos jovens. implementados e avaliados por jovens;
O último domínio prioritário, empreendedorismo e capacitação dos jovens,
constitui um novo domínio, criado em consequência do aumento do inves- `` promoção da criação de um grupo de jovens para contribuir para o fomento
timento na mobilização de comunidades locais. de iniciativas populares;
Projeto UPI
O projeto UPI (que significa «esperança» em esloveno) é constituído por planos de negócios, de que é exemplo a venda de plantas e flores. Os alunos
uma série de workshops sobre criatividade, empreendedorismo e inovação concentraram-se na organização das suas empresas, nos seus clientes (na
promovidos pela Câmara de Artesanato da Eslovénia em escolas primá- sua maioria familiares), na comercialização, nos pontos de venda únicos e em
rias. O projeto teve duas fases distintas: a primeira, técnica, foi dedicada potenciais ameaças (por exemplo, poderiam esquecer-se de regar as plantas).
à preparação dos projetos/programas. Na segunda fase, foram realizados Diferentes grupos utilizaram um leque diversificado de métodos publicitários
workshops nas escolas. Relativamente à parte técnica, a Câmara de Arte- e de planeamento criativo, Por exemplo, um grupo produziu um pequeno
sanato concebeu programas de formação e brochuras para mentores e vídeo sobre o seu plano de negócios e carregou-o no YouTube, ao passo
crianças participantes que ajudaram, essencialmente, a criar um módulo que outro grupo concebeu uma brochura que se encontra disponível em linha
de formação. e na biblioteca nacional da Eslovénia. No seguimento dos workshops iniciais,
foram organizados oito eventos regionais em que as crianças puderam apre-
Cada workshop foi organizado por dois mentores: um de uma escola e sentar os seus planos de negócios.
outro do setor empresarial. Em cada workshop, os alunos elaboraram
Aplicação/público-alvo da atividade:
mentores e crianças de escolas primárias
Para além dos workshops, a Câmara de Artesanato investigou igualmente `` os diretores de estabelecimentos de ensino aceitaram plenamente
quais os fatores que impediam ou incentivavam os jovens a tornarem- o projeto, o que foi fundamental uma vez que eram os principais
se mais criativos. Esta investigação realçou uma série de possibilidades responsáveis pela decisão de participação das suas escolas.
de melhoria, tendo igualmente chamado a atenção para alguns dos êxitos
do projeto.
Impacto da atividade
Em termos gerais, os alunos consideraram que:
No total, os 87 workshops contaram com a participação de 31 esco-
`` os professores não usavam suficientemente as TIC nas aulas; las primárias cujas crianças conceberam 84 planos de negócios. Estes
números satisfazem todos os objetivos do projeto em termos do
`` uma maior utilização das TIC tornaria a aprendizagem mais interessante; número de jovens participantes e do número de workshops realizados.
Além disso:
`` os principais fatores que influenciam a criatividade e a inovação nas
crianças são o ambiente, a família e a personalidade de cada um. `` o projeto desenvolveu com êxito instrumentos pedagógicos técnicos
para mentores, tendo integrado um programa de mentoria no pro-
Descobriu-se que a maioria das escolas participou nos workshops por- grama de ensino nacional;
que pretendia descobrir métodos novos e interessantes de envolver as
crianças. De facto, descobriu-se que os professores que participaram nos `` no que diz respeito aos alunos, o projeto
workshops tornaram-se muito mais ativos no que se refere à utilização introduziu e promoveu diferentes profis- DPC
das TIC nos seus métodos de ensino. sões junto das crianças do ensino pri-
mário e desenvolveu ainda mais as suas PREPARAÇÃO DE PROFESSORES
ideias e o seu espírito empreendedor; NO ATIVO
Condições para o sucesso
`` os professores tornaram-se mais confiantes SENSIBILIZAÇÃO
Dois fatores fundamentais foram cruciais para o êxito deste projeto: no que se refere à utilização das TIC nos
seus métodos de ensino, o que, por sua INSTRUMENTOS PEDAGÓGICOS
`` a participação ampla e qualificada de partes interessadas como, por vez, tornou as aulas mais interessantes
exemplo, o Ministério da Economia, que financiou o projeto, e 62 câma- para os alunos. ESLOVÉNIA
ras regionais de artesanato;
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alunos do ensino profissional, redes de empregadores, organizações de apoio a grupos desfavorecidos
e decisores políticos/legisladores
Nível de ensino alvo: DPC para professores em organizações/instituições de ensino profissional
e como parte da formação inicial dos futuros professores de EFP
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ÌÌ parte 2: fornece diferentes modelos práticos para integrar plena- na pesquisa efetuada pela Plataforma da Sociedade Civil Europeia
mente as competências para a vida no ensino profissional; para a Aprendizagem ao Longo da Vida sobre as Condições para o
sucesso e na conferência realizada em 2004 intitulada «Competên-
ÌÌ parte 3: inclui um leque de atividades no quadro do módulo «Formar cias para a vida enquanto chave para a aprendizagem ao longo da
o Formador» para serem utilizadas como parte de um programa vida», na qual foram apresentadas recomendações e exemplos de
estruturado de formação de professores do ensino profissional ou boas práticas.
para ser utilizado pelos professores com os seus alunos, em aula.
`` Reações. Baseia-se no vasto leque de reações de empregadores,
`` Uma secção de boas práticas, que inclui fontes de inspiração de toda a professores e alunos das cinco nações parceiras.
Europa, em que as competências-chave para a vida foram integradas
com êxito no ensino profissional. `` Financiamento. É financiado pelo Programa Leonardo da Vinci da
Comissão Europeia. Este regime de financiamento, parte integrante
do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida da Comissão Euro-
Condições para o sucesso peia, apoia uma grande variedade de atividades distintas com dife-
rentes escalas^.
`` Factos. O projeto LIFE 2 apoia-se num sólido conjunto de dados. Baseia-
se nas conclusões do primeiro projeto LIFE (ver www.life-keyskills.info),
DPC
ENSINO INOVADOR
MATERIAIS DIDÁTICOS
PROJETOS
Ligações ou recursos úteis:
Programa Leonardo da Vinci: http://ec.europa.eu/education/lifelong-learning-programme/ldv_en.htm. EUROPEU
Associação Nacional de Escolas Profissionais (Anespo): http://www.anespo.pt/.
Cebanc, Espanha: http://www.cebanc.hezkuntza.net/web/guest/proyectos###.
Bath Spa University, Reino Unido: http://www.bathspa.ac.uk.
Niels Brock Business School, Dinamarca: http://www.cbs.dk .
TEHNE, Roménia: http://www.tehne.ro/.
EfVET, http://www.efvet.org/.
Vídeo explicativo sobre as competências-chave para a aprendizagem ao longo da vida: http://www.youtube.com/watch?v=RD-elxXm1lw.
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`` é necessária uma maior abertura à pedagogia inovadora (não neces- A escrita de uma história empresarial, inspirada na arte contemporâ-
sariamente assente na tecnologia) nas instituições que gerem o nea, foi considerada uma «experiência completamente inovadora que
ensino superior e a formação contínua, mas também por parte dos surpreendeu pelo seu resultado revigorante e revelou a minha criati-
próprios professores; vidade». Os estudantes consideraram igualmente que esta atividade
se coadunava com o mundo moderno em que «os empreendedores
`` é necessário proceder a uma reorientação das prioridades, salientando criativos e qualificados são altamente apreciados e muito bem-vindos».
a inovação e a criatividade em detrimento da teoria tradicional e dos
estudos de casos; `` No futuro, está previsto o lançamento
de um programa de investigação para DPC
`` é necessário sublinhar uma vez mais os valores empresariais, bem avaliar as mudanças de mentalidade
como o pensamento e o sentimento empreendedor para promo- que podem ser levadas a efeito por uma ENSINO INOVADOR
ver uma abordagem «com» (em vez de uma abordagem «sobre») pedagogia inovadora em diferentes con-
o espírito empreendedor. textos internacionais. MATERIAIS DIDÁTICOS
PENSAMENTO CRIATIVO
Impacto da atividade
FRANÇA
O impacto deste curso foi medido quantitativa e qualitativamente:
`` só se utilizam novos instrumentos depois da necessidade dos mesmos `` as relações que as empresas desenvolvem com os ambientes em
ser claramente mencionada; que estão inseridas;
`` as conclusões resultam dos intercâmbios realizados entre os estudantes; `` os contributos essenciais das pessoas, de ambos os géneros, que
trabalham nas empresas.
`` quaisquer hipóteses que possam surgir têm de ser testadas diretamente.
Há que ter uma visão realista:
`` O MIME faz parte do projeto MANAGE, financiado pelo Programa de `` das competências que o gestor da empresa tem de utilizar;
Aprendizagem ao Longo da Vida da União Europeia no âmbito do pro-
grama «Leonardo da Vinci ― Transferência de inovação». Esse financia- `` do papel que desempenha na tomada de decisões.
mento possibilitou a tradução do método MIME para as línguas inglesa,
italiana, espanhola e romena. Há que efetuar uma análise prática:
`` A principal condição para o sucesso é a garantia de liberdade; o ensino Os estudantes alcançaram resultados impressionantes:
neste formato tem de ser flexível, pelo que os gestores têm de estar
dispostos a correr riscos. `` acesso ao emprego. No ano passado, 7 dos 12 participantes neste
projeto conseguiram arranjar um emprego a tempo inteiro ou a
`` A escola tem de ter liberdade para inovar, e as autoridades educativas tempo parcial durante o período de formação. Este ano, o mesmo
devem deixá-la livre para tal, na medida do possível. aconteceu com 6 dos 14 participantes;
`` É necessário um elevado nível de empreendedorismo por parte dos pro- `` procura por parte das empresas. A escola é muito procurada
fessores, uma vez que estes estão a desempenhar o papel de empreen- por pequenas empresas (das áreas de marketing, artes
dedores, o que envolve um grande afastamento das funções habituais e serviços práticos);
de um professor.
`` reconhecimento nacional. Os estudantes foram igualmente con-
`` Por último, é necessária uma estrutura e cultura organizacio- templados com inúmeros prémios nacionais na Hungria (nos dois
nais favoráveis. últimos anos, por exemplo, dois estudantes ganharam um Concurso
para Jornalistas Estudantes com os documentários que produziram).
DPC
MÉTODOS DE ENSINO INOVADORES
APRENDIZAGEM PROFISSIONAL
COLABORAÇÃO
HUNGRIA
© Sergey Nivens/iStock/Thinkstock
Contactos adicionais: Samuel Triguero, coordenador da área de gestão, [email protected]/Victor
Arias, monitor de internacionalização, [email protected]; JLF Maure, monitor de internacionalização,
[email protected]
Intervenientes ou parceiros adicionais envolvidos: associações de escolas superiores de ensino
e formação pProfissionais públicas e privadas do País Basco: IKASLAN, HETEL, AICE
Aplicação/público-alvo da atividade: professores e estudantes de escolas superiores técnicas de ensino
e formação profissionais (EFP) no País Basco
Nível de ensino alvo: ensino intermédio e superior e formação contínua em escolas superiores técnicas
de EFP (públicas e subsidiadas)
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`` Um dos objetivos da formação consiste em levar os alunos a imaginar Estes cursos são frequentados por cerca de 400 estudantes por ano,
projetos criativos inovadores. Para tal, os métodos de ensino têm de estando estabelecido um plano de crescimento com vista a aumentar
ser igualmente inovadores e interativos. Por conseguinte, a NFTE belga este número para 800 até 2017.
recorre a vários métodos, nomeadamente levar os estudantes a rea-
lizar uma pesquisa de mercado no seu ambiente próximo e a efetuar Uma investigação qualitativa realça vários êxitos:
pesquisas na Internet sobre a viabilidade da sua ideia.
`` 45% dos participantes na NFTE encontram um emprego ou criam as
`` A experiência do mundo real e o feedback são igualmente cruciais para suas próprias empresas;
o sucesso e o empenho. O curso inclui uma visita a uma empresa e a
recolha de testemunhos de gestores de empresas. No final do curso, os `` 21% dos participantes prosseguem uma formação complementar;
estudantes apresentam os seus planos de negócios a um público e a
um júri de empresários no seio de uma empresa. `` 77% dos estudantes sentem-se prontos a procurar emprego ou a
criar as suas próprias empresas;
© Patrick Ryan/Photodisc/Thinkstock
Contacto principal: Dariya Mavrudieva
podem aplicar os novos conhecimentos e competências adquiridos nas dis- `` é um programa sustentável: os cursos nunca sofreram uma inter-
ciplinas que ensinam. rupção desde 1999;
`` Envolver os parceiros empresariais. As empresas contribuem para o `` Melhorar a cooperação entre professores DPC
Centro Búlgaro de Empresas de Formação com conhecimentos espe- e empresas reais e formar professores
cializados, o acompanhamento e a avaliação, assim como diretamente, para realizarem atividades de consul- ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO
participando na formação de professores que é ministrada nas escolas. toria, resolverem problemas, efetuarem
controlos e realizarem avaliações. CERTIFICAÇÃO
Impacto da atividade COLABORAÇÃO
Este programa tem muitos aspetos positivos: BULGÁRIA
`` o seu alcance é amplo; em cada escola com a qual entra em contacto,
atinge entre 10 e 20 professores e entre 500 e 1 500 estudantes;
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© Yuri Arcurs/Fotolia
dos 16 aos 19 anos participantes no programa «Empresa» da JA-YE
programa e estabelece redes para que os participantes não fiquem entre- políticos e elementos das autoridades educativas locais/nacionais
gues a si próprios. Isto é importante uma vez que, frequentemente, há uma que ajudam a obter apoios para o projeto. São atribuídos vários pré-
grande incerteza/resistência aos novos métodos, e a JA-YE é confrontada mios às miniempresas; os professores e as escolas são igualmente
com questões como a de saber se «os estudantes vão aprender o mesmo premiados, e este tipo de reconhecimento dá, frequentemente, ori-
com os novos métodos?» Seguidamente, os estudantes avançam para o gem a uma publicidade positiva, não só para as atividades mas
ciclo de criação de uma «miniempresa», que tem a duração de um ano, também para as escolas e para os professores.
em que definem uma ideia de negócio, uma estratégia de marketing e um
orçamento antes de participarem em vários concursos a nível local. Impacto da atividade
A JA-YE realizou, junto dos participantes anteriores, um inquérito sobre
Condições para o sucesso o impacto das suas atividades que revelou muitos resultados positivos.
`` A combinação da aprendizagem formal com a aprendizagem informal 90% dos professores diz recomendar este método de ensino aos seus
é a chave do sucesso dos programas da JA-YE. colegas. Uma afirmação comum dos estudantes é a de que «torna a
`` Do lado formal, são proporcionadas oportunidades aos professores escola mais interessante e motivadora». Além disso, é possível obser-
de experienciarem uma atividade real e não simulada: os professores var que este método de ensino cria empresários.
beneficiam, durante 2 a 3 dias, de atividades de formação e desenvol-
vimento profissional contínuo, que envolvem a gestão e transmissão de `` Empresas em fase de arranque: um estudo independente realizado
conteúdos em linha adicionais, bem como a avaliação e validação das junto dos anteriores participantes revelou que estes criaram mais
competências através da experiência prática. 50% de empresas do que os do grupo de controlo. 12% dos jovens
que participaram no programa «Empresa» organizado pela JA-YE
`` Do lado informal, os professores e estudantes beneficiam de uma rede
no ensino secundário criaram a sua própria empresa aos 25 anos,
que liga as escolas participantes, de um tutor (coach) da comunidade
enquanto que a percentagem de jovens que nele não participaram e
empresarial para cada turma, de um a três dias de atividades extra-
que também criaram a sua própria empresa é de 8%.
curriculares (concursos ou campos de inovação) e da presença de um
`` Cria confiança no empreendedorismo. 55%
antigo aluno.
dos antigos estudantes que participaram
`` As atividades realizadas pela JA-YE possuem igualmente uma sólida no programa «Empresa» alegam possuir os
DPC
dimensão internacional e implicam uma colaboração à escala europeia conhecimentos e competências necessá-
― é, por exemplo, o caso do Concurso Anual Empresa Europeia do Ano ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO
rios para criar a sua própria empresa caso
(European Company of the Year Competition) e dos concursos orga- a oportunidade surja , em comparação com
nizados pela JA-YE: JA-YE Enterprise Without Borders (Empresa sem
ESTRATÉGIAS
os 41% verificados no grupo de controlo.
Fronteiras); JA-YE Social Enterprise Programme (Programa Empresa `` Cria futuros líderes. 33% dos antigos
DE CONSCIENCIALIZAÇÃO
Social) e European Creativity and Innovation Challenges (Desafios Euro- estudantes do programa «Empresa» orga-
peus de Inovação e Criatividade). MÉTODOS DE ENSINO INOVADORES
nizado pela JA-YE ocupam atualmente
`` Os concursos envolvem a comunidade e motivam os professores. A uma posição de liderança, em compara- MÉTODOS PRÁTICOS
JA-YE considera que são cruciais para fomentar o envolvimento da ção com 25% do grupo de controlo.
comunidade local e dos meios de comunicação social. Em geral, os `` Estas conclusões são apoiadas por vários ESCALA EUROPEIA
jurados destes concursos são elementos da comunidade empresarial, outros estudos e inquéritos independentes.
© Yuri Arcurs/iStock
Aplicação/público-alvo da atividade: professores, diretores de estabelecimentos de ensino,
professores em formação, formadores de professores, membros do pessoal das autoridades educativas,
psicólogos e pedagogos
Nível de ensino alvo: educadores de todos os níveis de ensino: pré-primário, primário, secundário,
superior e formação contínua
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 89
`` Aprender e ensinar no século XXI. de dados através de um questionário relativo aos pontos de vista dos
`` O que sabemos sobre a aprendizagem eficaz. participantes sobre os conceitos de educador empreendedor e da sua
`` Envolver os alunos nos seus processos de aprendizagem. identidade profissional, mais especificamente, em que medida os pró-
`` Estratégias para a aquisição de competências empresariais. prios consideram que têm um espírito empreendedor.
O quadro compreende cinco vertentes, cada uma das quais descreve e Para serem conformes com a Norma Nacional de Educação para o Empreen-
identifica processos de qualidade, a saber: dedorismo, as escolas têm de demonstrar que existe:
`` a definição de uma visão da educação para o empreendedorismo; `` Aum compromisso no sentido de educar todos os estudantes para
`` a realização de uma auditoria à educação para o empreendedorismo; o empreendedorismo;
© Ingram Publishing/Thinkstock
Contacto principal: Malcolm Hoare
ÍNDICE
Secção Instituição responsável pela execução da atividade Título do estudo de caso Página
FIP Universidade de Jyväskylä (Finlândia) Abordagens empreendedoras na formação de professores 16
FIP National College of Arts and Design, Dublim (Irlanda) «Estátuas em movimento»: arte na formação de professores 18
FIP Group T — Leuven Education College, Bélgica A arte de ensinar com atitude 20
FIP St Mary’s University College Belfast (Irlanda) Avaliação de resultados qualitativos da aprendizagem 22
FIP Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, Instituto Politécnico Disciplina curricular: «Educação pessoal e social» 24
da Guarda (Portugal)
FIP Xios University College, Bélgica (Bélgica) Workshop didático sobre aprendizagem interdisciplinar 26
FIP Universidade de Ioannina, departamento de Educação da Primeira Programa de orientação na universidade 28
Infância (Grécia)
FIP Centro da Europa do Sudeste para a Aprendizagem do Empreendedorismo, Projeto regional de aprendizagem do empreendedorismo centrado especifica- 30
SEECEL (Internacional) mente na formação inicial e contínua de professores
FIP Unidade de Formação Profissional de Professores da Universidade Programa de formação profissional de professores 32
de HAMK (Finlândia)
FIP Swansea Metropolitan University (Reino Unido) Participação de estudantes diplomados na formação de professores 34
FIP Universidade da Lapónia (Finlândia) Curso obrigatório de música numa perspetiva empreendedora (abordagem 36
pedagógica)
FIP University College Copenhagen, departamento de Formação Consultor de inovação: University College Copenhagen 38
de Professores (Dinamarca)
FIP Sogn og Fjordane University College (Noruega) Rural enterprises for action learning (empresas rurais pela realização de ações 40
de aprendizagem): um instrumento profissional e pedagógico
FIP Instituto Politécnico da Escola Superior de Viana do Castelo (Portugal) Programa de educação para o empreendedorismo destinado a crianças 42
dos 3 aos 12 anos
FIP Arteveldehogeschool (Bélgica) Centro para a Criatividade, a Inovação e o Empreendedorismo (ACCIO) do Colégio 44
Universitário Artevelde)
FIP Ministério da Educação e Ciência da antiga República jugoslava da Macedónia Inovação e empreendedorismo 46
(antiga República jugoslava da Macedónia)
FIP WEEN ― Welsh Enterprise Educators Network (Rede Galesa de Educadores para Welsh Enterprise Educators NetworkI (rede galesa de formadores em empreende- 48
Empresas) Swansea Metropolitan University e Trinity St. David (Reino Unido, dorismo) apoiada pela rede Enterprise Educators United Kingdom (EEUK)
País de Gales)
DPC Escola secundária Matija Antun Reljković, Slavonski Brod (Croácia) Escola secundária Matija Antun Reljković, Slavonski Brod 54
DPC Manchester Academy (Reino Unido) Manchester Academy 56
DPC Zespół szkół technicznych w mikołowie (Polónia) «Sim às competências, não aos estereótipos» 58
DPC Universidade de Turku /Universidade de Tecnologia de Lappeenranta (Finlândia) Ambiente de aprendizagem virtual no domínio da educação para o empreendedo- 60
rismo (projeto YVI)
E D U C A Ç Ã O P A R A O E M P R E E N D E D O R I S M O ― G U I A P A R A E D U C A D O R E S 97
Secção Instituição responsável pela execução da atividade Título do estudo de caso Página
DPC Iniciativa de apoio às empresas em fase de arranque e à transmissão Reforço do espírito empreendedor em professores e alunos 62
de empresas (IFEX), um serviço do Ministério das Finanças e da Economia do Land
de Bade-Vurtemberga (Alemanha)
DPC Valnalon (Espanha) Reconhecimento e desenvolvimento de práticas empresariais na formação de 64
professores (projeto ADEPTT)
DPC Criatividade, cultura e educação (CCE), uma organização não governamental (ONG) Criatividade, cultura e educação: «Parcerias criativas» 66
e de beneficência sediada no Reino Unido (Reino Unido)
DPC Ministério da Presidência do Conselho de Ministros (Governo português) (Portugal) Programa «Escolhas» 68
DPC Câmara de Artesanato e Pequenas Empresas da República da Eslovénia (Eslovénia) Projeto UPI 70
DPC Dinamarca, Niels Brock Business College; Espanha, Cebanc; Fórum Projeto LIFE 2: Competências-chave para a vida 72
Europeu de Educação e Formação Técnica e Profissional (EfVET); Por-
tugal, Anespo; Reino Unido, Norton Radstock College e Bath Spa Univer-
sity; Roménia, Centro para o Desenvolvimento e Inovação na Educação
(TEHNE) (Portugal, Reino Unido, Dinamarca, Roménia, Espanha)
DPC Rouen Business School (França) Inovação em pedagogia da educação para o empreendedorismo 74
DPC I2ER Instituto Europeu de Empreendedorismo Rural (França) Método MIME: Méthode d’Initiation au Métier d’Entrepreneur (Método de Iniciação 76
à Profissão de Empreendedor)
DPC Zöld Kakas Líceum (Hungria) Criação de redes com a comunidade empresarial 78
DPC Tknika, uma filial do subdepartamento de ensino e formação profissionais Tknika ― Centro de Inovação para o Ensino e a Formação Profissionais e a Apren- 80
e aprendizagem ao longo da vida, Ministério da Educação, Política Linguística dizagem ao Longo da Vida
e Cultura do Governo basco (Espanha, País Basco)
DPC Network for Training Entrepreneurship (NFTE), (Bélgica) Empreendedorismo proficiente e competências empresariais 82
DPC Centro Búlgaro de Empresas de Formação (Bulgária) Formar professores para criarem «empresas virtuais» nas suas escolas 84
DPC Junior Achievement Young Enterprise Europe (JA-YE Europe) (Internacional) Atividades de formação de professores de JA-YE 86
DPC Universidade de Aberdeen (Reino Unido, Escócia) «The Entrepreneurial Educator» (o educador empreeendedor), seminário de dois dias 88
DPC Centre for Education and Industry (Reino Unido) National Standard nfor Enterprise Education (Norma Nacional de Educação 90
para o Empreendedorismo)
DPC Centre for Educational Research and Development (CERD) (Líbano) Interpretação do conceito de empreendedorismo nos programas de ensino 92
DPC Ministério da Educação da Catalunha (Espanha) Projecte Emprenedors (projeto «Empreendedor») 94
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Linha telefónica gratuita: 00 800 6 7 8 9 10 11
(*) As informações prestadas são gratuitas, tal como a maior parte das chamadas, embora alguns operadores, cabinas telefónicas ou hotéis as possam cobrar.
NB-02-13-214-PT-C