Guia Dos Relacionamentos PDF

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GUIA DOS

RELACIONAMENTOS
PESSOAL E
PROFISSIONAL

Será que você tem percebido o quanto a sua visão particular do


mundo tem influenciado os seus relacionamentos ?
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GUIA DOS RELACIONAMENTOS

A Compreensão do outro através da empatia

DUAS DAS PERGUNTAS MAIS comumente feitas a respeito do Eneagrama são: “Quais os
tipos com que melhor posso me relacionar”? E “Como se pode mobilizar a equipe de trabalho
para que obtenha os melhores resultados?”

Agências de namoro e relacionamentos exemplificam o conceito do “melhor partido” ou 2


da “melhor combinação”, e o mesmo é feito pelos departamentos de pessoal que usam testes
psicotécnicos para fins de contratação. Mas o método baseado na questão “ qual é o melhor”?
É geralmente menos eficiente do que parece. No âmbito profissional, por exemplo, muitos de
nós já aprenderam a sair-se bem nos testes e a ter um desempenho igual ao de um Tipo Três
altamente produtivo. Todos nós temos habilidades específicas e, nesse domínio, estamos
contentes por estar operando, mesmo que estejamos usando uma máscara social
conveniente, que tem pouco a ver com a nossa verdadeira natureza. No entanto, essa imagem
de desempenho precisa ser questionada, porque a verdade é que as equipes de trabalho
emperram, e a causa do emperramento muitas vezes é que as pessoas têm falsas percepções
umas das outras.

Nos relacionamentos íntimos, a pergunta “ qual é meu melhor partido”? é ainda afetada
pelo fato de que os nossos sentimentos em relação à ideia de tipo psicológico foram
fortemente influenciados pelo pequeno número de pessoas significativas que nos criaram, que
gostaram de nós ou não. Generalizamos os nossos sentimentos em relação a um único
exemplar de determinado tipo de modo a abarcar todas as pessoas que partilham dessa
mesma visão de mundo. Descobrimos ter ou predisposição ou indisposição para com
determinado tipo porque estivemos expostos a alguém que encarnou ou as melhores ou as
piores características desse mesmo tipo.

Na tradição oral do Eneagrama, utilizamos painéis de pessoas que falam como são os
representantes de cada um dos tipos. É comum que cada painel de um determinado tipo
revele preferências totalmente diferentes em relação às outras oito visões de mundo. Por
exemplo, se perguntarmos a um painel de Quatros (os Românticos) “Como vocês se
relacionam com os Oitos (os Patrões)”?, poderemos ouvir como resposta: caso-me com eles,
tenho medo deles, gosto muito deles, eu os odeio, eu os evito, brigo com eles. Esses
Românticos estão todos contando a verdade, mas a verdade está baseada na experiência
pessoal que cada um teve com o lado bom ou ruim do Patrão.

Seria, portanto, um erro categorizar os tipos de acordo com as compatibilidades ou


incompatibilidades que temos em relação a eles. Em outras palavras: a pessoa com quem você
melhor se combina, seja na intimidade, seja na formação de uma equipe de trabalho, é, na
verdade, qualquer pessoa psicologicamente madura.

As interações apresentadas neste guia são as descobertas mais comumente relatadas


por estudantes do Eneagrama que praticam a observação de si mesmos. Elas são um
manancial de informações sobre os acertos, os desacertos, as aspirações, os objetivos e os
interesses dos tipos ao se relacionarem, descritos por pessoas que falam com autoridade a
partir do próprio ponto de vista. Essas interações não dizem respeito à química que inspira
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uma equipe de trabalho bem-sucedida nem às forças de atração que dão vitalidade a um
casamento. Revelam, sim, os problemas que, inevitavelmente, surgem durante o curso de
qualquer parceria ou associação que solidificam ou destroem os elos que formamos com
pessoas diferentes de nós mesmos.

Como diretriz geral, é importante – e consolador – lembrarmos que nem sempre


estamos presos a uma visão limitada da realidade. As compulsões ou os preconceitos do tipo
nem sempre estão atuantes. A maior parte de nós é capaz de pensar claramente e reagir com
propriedade a maior parte do tempo, mas, quando a pressão cresce, o “véu da ilusão” ou o
preconceito do tipo entra em jogo e tende a dominar as nossas percepções.

Para exercerem uma compreensão empática de pessoas que são diferentes deles, é útil 3
que ambos os parceiros trabalhem simultaneamente o respectivo lado da questão. Um deles
trabalhará na mudança de si mesmo, enquanto o outro trabalhará na aceitação. O Três, por
exemplo, pode desencadear uma transformação de si mesmo quando começa a reduzir o
tamanho da própria agenda. Ao mesmo tempo, o parceiro ou associado do Três aprende a
aceitar o fato de que o Três põe o próprio coração no trabalho.

A Leitura do Guia

As interações são apresentadas sem referência a sexo ou a diferenças culturais que


possam afetar a maneira pela qual as fixações dos tipos são externadas. Nesse contexto, o tipo
é descrito apenas quanto às preocupações mentais e emocionais que exibe, apesar de
sabermos que uma mesma questão básica do tipo pode ser dramatizada de uma forma mais
“masculina” ou mais “feminina”.

Duas jovens mulheres de um mesmo tipo, por exemplo, que tenham sido criadas em
diferentes cenários culturais, com certeza descreverão os mesmos hábitos emocionais e
mentais, mas externarão essas preocupações similares de forma diferente. Uma beldade
sulista, influenciada por uma educação tradicional, poderá externar certa característica do
Quatro de um jeito surpreendentemente distinto do de outra mulher também Quatro, mas
que foi criada na expectativa de ingressar numa estrutura empresarial. Quaisquer
representantes de um mesmo Tipo descreverão, pensamentos, sentimentos, motivações e
estilos de relacionamento semelhantes, mas a forma pela qual personificam essa visão de
mundo pode ser influenciada pela cultura e educação.

O conceito do que é masculino ou feminino também varia de cultura para cultura.


Observei por exemplo, que a Argentina tende a produzir muitos homens que privilegiam o
respectivo lado emocional. A cultura cigana, por outro lado, valoriza a força organizacional e a
capacidade da mulher de fazer dinheiro, fatores que parecem reforçar um comportamento
agressivo ou aparentemente “masculino”. Esses revestimentos culturais, sem dúvida, afetam a
apresentação pessoal, mas não alteram as preocupações subjacentes ao tipo.

Nos domínios do trabalho e da família

Como o amor e o trabalho são meramente expressões diferentes de uma mesma


perspectiva, haverá influências e semelhanças óbvias entre as preocupações atribuídas ao
setor profissional e aquelas circunscritas à vida do casal. Cada um de nós é único, e todos nós
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demonstramos apenas algumas das questões básicas de todo o espectro que caracteriza o
nosso tipo. Quais dessas questões aparecem no trabalho, e quais delas são acentuadas na vida
doméstica, são também questões inteiramente individuais. A riqueza da diversidade dentro de
um único tipo baseia-se no fato de que não há duas pessoas que externem o mesmo âmbito
de preocupações exatamente da mesma forma.

As descrições neste guia foram extraídas de milhares de relatos dados nos seminários de
tradição oral do Eneagrama, nos quais os tipos conversam uns com os outros. No caso dos
casais, geralmente, é apresentado um painel de representantes de um mesmo tipo sentados
em frente ao conjuge ou às pessoas amadas. As conversas revelam as projeções, os atos falhos
e as transformações típicas que ocorrem entre pessoas que operam a partir de pontos de vista 4
radicalmente distintos. Em vez de causarem necessariamente uma desavença, esses eventos
chaves podem tornar-se a matéria-prima, o composto, a fonte de energia necessária para a
transformação pessoal.

No guia, o casal é descrito em termos de iguais, ao passo que as interações profissionais


vêm estruturadas como relações entre superior e subordinado. A fim de evitar repetições,
apresento as interações entre cada tipo apenas uma vez. Por exemplo, descrevo o
relacionamento do Um com o Dois, mas não do Dois com o Um. Desse modo, a apresentação
das interações para cada tipo compreende, a cada vez, uma combinação a menos.

As Interações entre os Tipos

O TIPO UM

O Um com o Um: um casal de Perfeccionistas

Esse casal é capaz de esforçar-se em prol de um estilo de vida perfeito. Uma boa
alimentação, uma boa saúde, o modo correto de educar as crianças. Não raro constroem
famílias dentro de uma estrutura prática, que enfatiza a responsabilidade e o orgulho pelas
conquistas obtidas por merecimento. Projetos fazem a união desse casal, mas, no trabalho em
equipe, a funcionalidade é privilegiada em detrimento do sentimento. As emoções mais ternas
podem ser facilmente entorpecidas pela dureza do trabalho. “Não há tempo para abraços. Um
monte de coisa para fazer. Até logo mais”. O amor é demonstrado tanto pelos esforços quanto
pelos sentimentos.

Um casal de UNS compreende a crítica. Embora possam ser muito severos um com o
outro, cada um deles entende que ser crítico em relação a uma pessoa que você ama é uma
forma de dizer que ela é muito importante para você. Os UNS querem que as pessoas
importantes para eles estejam tão próximas da perfeição quanto possível. É um sinal de
confiança quando o UM se sente suficientemente seguro para ser abertamente crítico, e um
sinal de desconfiança quando o ressentimento cresce em silêncio. Uma briga de um casal de
UNS é uma trama lenta, um confronto curto, mas explosivo, um impasse longo e silencioso e
então uma reaproximação gradual à medida que o perdão acontece.
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A raiva declarada a respeito de assuntos seguros, tais como política de vizinhança ou


salvamento de baleias, pode abrir o conduto para liberar tensão sobre assuntos mais pessoais.
Uma briga em que nenhum dos dois se arrisca muito revitaliza esse casal. Assim que a raiva é
permitida nesse relacionamento, o ”sufoco” causado pelo abafamento de sentimentos “ruins”
é aliviado. O sentimento é: “Brigamos, dissemos tudo o que tínhamos medo de dizer, ainda
nos amamos e ninguém morreu com isso”. De fato, os casais de UNS de longa data dizem que
o aprofundamento da intimidade depende da capacidade de brigar entre si e que mostrar
raiva é um ato de confiança.

Dificuldades podem surgir quando os UNS se envolvem em projetos fora do


relacionamento que exijam tempo. Cada um verá o próprio projeto como a prioridade e 5
reduzirá o suporte que dá ao casal. Tarefas rotineiras, a manutenção da casa e o trato com as
crianças podem tornar-se problemas. Cada um culpará o outro pela falta de organização.
“Você deveria ter feito as compras no supermercado. Era a sua vez. Isso não está certo”. Nada
pode ser mais irritante para alguém que trabalha com dedicação do que ser entulhado por
obrigações inesperadas. Os UNS são compulsivos em relação a pequenas tarefas domésticas e
estão constantemente pressionados pelo tempo. Ajuda, no caso, dividir o trabalho em partes
claramente equitativas. Os UNS dão-se muito bem com um plano de trabalho para o lar. O
senso básico que têm a respeito de jogar limpo entra em operação assim que veem uma
divisão de trabalho.

A FESTA VAI ATRASAR

Este ano, cada um de nós concluiu uma tese de graduação depois de


termos seguido um currículo completo, e ambos estamos criando um
filho de três anos. Ganhamos o dinheiro para pagar a nossa escola
remodelando e vendendo, em seguida, uma casa velha, mas ainda
faço serviço de eletricista e nos sustentamos em grande parte da
produção da horta de minha mulher. Na semana passada, quando ela
chegou em casa, queria dar uma festa de aniversário para o nosso
filho. Mas ela acha que, antes, temos de conseguir alguns móveis,
porque alguns dos pais que deverão vir certamente não gostarão de
se sentar em almofadas no chão.

Mas não podemos ter os móveis antes de eu acabar o interior da


casa. Ainda falta o revestimento da parede entorno das janelas. Um
belo sofá no meio daquela sala de estar? Seria um escândalo dar uma
festa com as paredes sem revestimento. Por isso andei trabalhando
no acabamento após o jantar durante uns dias, mas falta ainda o
serviço dos azulejos em volta da lareira que não está bom, e agora
faz semanas que não tiro um dia de folga, e estamos tão
profundamente ocupados com a horta, com o nosso filho, com os
estudos e o acabamento que, embora minha mulher e eu estejamos o
tempo todo em casa, só nos vemos mesmo de passagem.

Os casais de Uns tendem a fazer a pergunta: “Quem de nós é o melhor”?. Essa


comparação entre si mesmo e os outros origina-se na crença adquirida na infância de que ser
perfeito é um modo de conquistar amor. Uma interpretação mais sutil dessa questão é: “Você
vai me admirar se eu for melhor. Será que sou suficiente bom para ser amado”? Os casais de
UNS mais jovens têm mais chances de se comparar um ao outro. Eles talvez pareçam
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competitivos, mas, com o tempo, serão capazes de ver nos “ataques” de comparação um sinal
de insegurança.

“Você vai na frente”! É outro sinal de insegurança. Significa: “Tenho medo de iniciar uma
mudança”. Os parceiros criticam-se reciprocamente por não se tornarem melhores. É uma
situação de impasse. “Você vai na frente” ou “Por que deveria eu fazer se você mesmo não
faz”? Geralmente significa “Tenho medo de cometer um erro”. Curiosamente, a expressão
“Você vai na frente” pode ser um cumprimento camuflado. O sentido é: “Tenho medo de
falhar aos seus olhos, porque não serei digno do seu amor, a não ser que eu seja perfeito”.

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O Um com o Um: dois Perfeccionistas juntos no trabalho

Os UNS muitas vezes buscam-se mutuamente. Dizem que é um alivio encontrar outra
pessoa que se importa com o controle de qualidade. Encontrar um semelhante pode equivaler
a encontrar outro Atlas que também carregue o mundo às costas. Finalmente! Eis outra pessoa
que assume muitas responsabilidades. Os UNS também dizem que é muito “divertido”
comparar notas com pessoas críticas que nem eles. Metade do “divertimento” das reuniões
vem ao final, com a “prestação de contas, quando você tem a chance de meter o malho no que
foi apresentado. O ponto fraco da parceria de Perfeccionistas reside na tendência a criar um
vínculo de superioridade: um clube limitado e exclusivo, que extrai a própria superioridade do
fato de depreciar as outras pessoas. O aspecto positivo da dupla de UNS é a reciprocidade dos
propósitos – trabalho duro, progresso suado e merecido e uma devoção ao profissionalismo. A
habilidade profissional é como um distintivo de caráter para os Perfeccionistas.

Os UNS esperam crescer numa hierarquia na qual acreditam, mas o problema do


controle é comum numa parceria de dois UNS. O chefe faz “o que é certo” para o negócio, e o
subordinado quer “o que é certo” para o quadro de empregados. Os chefes UNS, por exemplo,
são capazes de tomar decisões nada generosas, que favoreçam a empresa às custas do
empregado. Um aumento pode ser condicionado à “manutenção do bom desempenho”, com
o chefe fazendo essas avaliações de desempenho. Os chefes UNS estarão convencidos da
própria correção e os empregados UNS se sentirão igualmente corretos. Ao perceberem,
contudo, a possibilidade de serem usados para o ganho de outra pessoa, os Perfeccionistas se
recolherão a um silêncio pétreo e não produtivo. Tomam, então, as instruções do serviço ao pé
da letra e não despenderão uma gota a mais de energia nem investirão um segundo extra do
próprio tempo. Esse distanciamento é a forma pela qual o UM luta pelo poder. Cada um
espera que o outro “entregue os pontos “ mostrando a raiva. Cada um monitora o outro
esperando encontrar um erro. Ajuda, no caso, se o sistema puder ser desafogado de modo que
cada um salve as aparências e ambos extraiam algum benefício. Ajuda se aqueles no lado
perdedor puderem receber o devido respeito.

O controle de detalhes pode constituir uma área crítica despercebida para a dupla de
UNS. Ambos podem mancomunar-se para exacerbar miudezas e transformá-las em obstáculos.
Um trabalho apenas adequado não basta; ele precisa ser totalmente correto. As decisões são
difíceis porque os dois Perfeccionistas veem todos os pontos pertinentes mas têm dificuldades
em dar impulso a uma solução. Soluções abrangentes são espaçosas demais e podem abrigar
erros, o que torna os UNS muito cautelosos. Os chefes UNS tendem a repetir algo que
funcionou no passado em vez de tentar uma rota experimental. Assessoramento externo
muitas vezes dá resultado: os UNS são sensíveis à opinião de experts. Os UNS sentem
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necessidade de informações fundamentais e confiáveis: precisam de uma relação de


consultores, de pessoas de confiança às quais possam pedir ajuda. Os empregados UNS podem
apagar, ter um branco, quando uma decisão inclui elementos imprevisíveis. Sofrem de
ansiedade em relação ao desempenho. Precisam de uma regra para lidar com os sinais de
alarme. Os empregados UNS gostam de normas de procedimentos: querem saber de memória
quem, o quê, quando e como, em casos de emergência.

O Um com o Dois: um casal Perfeccionista-Dador 7


Essa é uma atração baseada em diferenças. Os UNS lidam com coisas práticas, e os DOIS
se relacionam através dos sentimentos e do estilo. Os Perfeccionistas sentem-se adulados
pelas atenções do DOIS, que é mais emocionalmente extravagante. Os DOIS assumem a esfera
social. Quer sejam homens, quer sejam mulheres, são os que tomam as iniciativas, o que
neutraliza a postura crítica e a timidez social do Perfeccionista. As carências e necessidades
dos UNS são evidentes para o DOIS. Os UNS precisam de prazer; os UNS precisam de ajuda, e
por isso os DOIS pensam: “Acho que eu posso ser útil”. Os UNS sentem culpa por ter desejos e
necessidades, mas os DOIS não sentem nenhuma culpa de satisfazê-los

Os DOIS são atraídos por parceiros estáveis e seguros, que exprimam o amor através de
uma ação responsável. Os Perfeccionistas podem servir de âncora durante a turbulência
emocional e os DOIS vão atrás dessa segurança quando o mundo começa a desmoronar.

Á medida que o relacionamento evolui, os UNS trabalharão horas extras e os DOIS


exigirão que haja excitação no relacionamento. Jornadas longas de trabalho sem tempo para
abraços conferem aos Perfeccionistas uma sensação de pureza e integridade, mas levam os
Dadores às raias da loucura. Os DOIS precisam de muita atenção. Na visão de um DOIS, o fato
de o Perfeccionista encontrar o próprio prazer apenas num trabalho bem-feito parece algo de
mórbido e punitivo. A saída seria uma vida bem estável e bem-ordenada, mas com um número
suficiente de aberturas para a expressão social e emocional, de modo a manter ambos os
parceiros satisfeitos.

O casal de UM e DOIS encontra-se no ponto Quatro e é capaz, portanto, de ter uma


compreensão em comum para a frustração e para a depressão. Os UNS sentem-se deprimidos
quando os esforços de um determinado trabalho não dão em nada. Estranhamente, os DOIS
podem ficar tristes quando estão em segurança, porque então descobrem as necessidades
reais que têm. No casal, o UM e o DOIS muitas vezes expressam o desejo de um proteger o
outro contra a vergonha e a frustração. O Quatro pode vir a ser um ponto de solidariedade
para o casal. Os UNS respeitam as pessoas esforçadas e os DOIS estão prontos a ajudar quando
percebem a existência de dor e sofrimento.

Com o tempo, o sentimento de dever e obrigação que governa a vida do UM pode dar
uma sensação de repressão. O cumprimento dos deveres e das obrigações produz, de fato,
uma vida estável, mas também elimina a espontaneidade. Se o romance míngua, o Dador
pergunta-se a si mesmo: “Qual é a minha posição na verdade”?, “Será que eu não venho em
primeiro lugar”?. Como depende da aprovação que recebe, um DOIS ameaçado, luta para
obter um pouco de atenção. O orgulho do DOIS infla de satisfação se o parceiro se importa
bastante com ele a ponto de dar sinais de reação. Na situação mais medíocre do
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relacionamento, O DOIS parecerá instável e o UM, rígido. Os UNS impõem estruturas para
rechaçar o caos e os DOIS lutam contra as regras para se vingar.

Sob pressão, os UNS são capazes de enterrar-se no trabalho para não lidar com os
próprios sentimentos. A falta de contato pode deixar os DOIS muito bravos. Um “bom-dia”
muito duro junto da torrada impecavelmente untada na manteiga, nenhuma chamada ao
telefone durante o dia e muitas horas extras. Para não se sentirem rejeitados, os DOIS
precisam saber que é com trabalho que os UNS suprimem a própria raiva. Os DOIS poderão
fazer algo a respeito se assumirem alguma responsabilidade pela dificuldade, se aceitarem
toda a acusação que for merecida e se concordarem com diretrizes razoáveis de
comportamento. 8
Os UNS, por seu turno, podem ajudar se entenderam a necessidade de atenção do DOIS.
Será que a necessidade de aprovação é realmente frívola ou equivocada? Em vez de julgarem,
Os UNS poderiam lembrar-se de ter um gesto de afeição. Poderiam também tentar aceitar
ajuda em troca. Os UNS geralmente sentem que estão sendo criticados quando algum tipo de
ajuda é oferecido. As pessoas perfeitas não têm necessidades nem carências. “Sou eu quem
devia cuidar de mim mesmo”. Os UNS tendem a ver as ofertas de ajuda ou como pura
magnanimidade ou como atos de manipulação em busca de atenção. A verdade não é
nenhuma das alternativas, mas pode ser um pouco de ambas.

O Um com o Dois: o Perfeccionista e o Dador juntos no trabalho

Não é raro que os DOIS tenham sucesso profissional, mas a diferença é que eles
trabalham por amor. O trabalho de um DOIS deve ter a aprovação das pessoas a quem ele ama
e, se isso não acontecer, o DOIS muda de emprego. Essa parceria entre o UM e o DOIS talvez
se compactue para pôr o UM como o responsável e o DOIS como o ajudante ou assessor,
mesmo que isso não seja o mais lógico com base na experiência de cada um. Os UNS precisam
estar com a razão, ao passo que os DOIS carecem de que as pessoas gostem deles, o que faz
com que não se sintam à vontade para desafiar a autoridade dos UNS. Os DOIS podem ser
felizes sendo o poder atrás do trono, a eminência parda. Essa é uma boa combinação, desde
que o UM seja uma pessoa fácil de gostar, uma que os DOIS têm condição de ser meticulosos e
altamente produtivos se tiverem atendidas as próprias necessidades emocionais.

Os chefes UNS dão atenção a habilidades e a procedimentos. Oferecem um


planejamento conciso de longo alcance e detalhes precisos. Os UNS talvez priorizem as
habilidades técnicas, sem dar muita atenção para o modo como a equipe de trabalho se sente.
Os empregados Dadores perceberão isso, mas talvez não confrontem o chefe. Para que armar
confusão? Por que correr o risco de que sintam raiva de você, quando você é pago apenas para
dar apoio? Nesse caso, ajuda se o DOIS se arriscar a dar as sugestões necessárias. O chefe
poderá de fato sentir-se criticado e talvez fique temporariamente contrariado, mas, se o DOIS
for capaz de dedicar-se à tarefa em vez de buscar aprovação, o chefe talvez assuma mais
riscos. Essa parceria tem o melhor funcionamento quando o DOIS sente bastante segurança
para questionar as opiniões do chefe, ao invés de tentar ser agradável e “bonzinho”.

Os gerentes DOIS priorizam a imagem, as aparências e, muitas vezes, uma relação íntima
e fechada com os favoritos no local de trabalho. Os subordinados UNS não se sentirão à
vontade com papeis sociais nem com as avaliações e as possibilidades de promoção que
dependam de favoritismo. Os UNS abrem o próprio caminho na vida com trabalho duro e não
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gostam de ter de lutar por atenção. Querem uma autoridade justa que reconheça os méritos
deles, sem que seja preciso pedir-lhe isso.

Os empregados UNS podem sentir-se ameaçados pelas alterações de humor do chefe


DOIS. Os Dadores são predispostos a explosões temperamentais, mas cedem rapidamente. Os
Dadores esquecem-se de tudo o que passou, mas os UNS acreditam piamente nas palavras
ditas durante o acesso de raiva. Semanas mais tarde, os UNS ainda estarão preocupados com
críticas imprevisíveis. Sincronizar é muito importante para essa parceria. Os UNS precisam
entender que os chefes têm altos e baixos emocionais, que não é manipulação apreciar os
altos e esquivar-se dos baixos. É muitíssimo benéfico quando o chefe DOIS se lembra de
reparar estragos. Simplesmente dizer “ Talvez eu tenha me excedido” poupa aos empregados 9
UNS de muita preocupação desnecessária.

O Um com o Três: um casal Perfeccionista-Desempenhador

Em termos de energia, esse é um casal em que os dois se combinam bem. Ambos são
ativos, ambos dão atenção ao status e a imagem social e ambos encontram a própria
identidade por meio do trabalho. A atividade é o ponto de encontro natural para os dois.
Ambos tendem a gostar de esportes e exercícios físicos, vida familiar, projeto para casa. Como
valorizam a produtividade, cada um se orgulha dos esforços e êxitos do outro, em particular
com relação à área profissional.

Esse casal, realmente lucra com viagens de fim-de-semana, porque um relacionamento


que se baseia apenas em atividades facilmente descamba para um fazer e um agir compulsivos
que bloqueiam a intimidade e os sentimentos. Os UNS estabelecem contato passando em
revista os acontecimentos do dia: “Ouça só o que me aconteceu hoje” ou “No almoço de hoje
tive essa conversa extraordinária”. Os TRÊS, porém, interessam-se por resultados. Uma vez
que o trabalho esteja concluído, preferem fazer outra coisa a manter um assunto apenas pelo
valor dos contatos que proporcione.

Ambos os tipos são muito preocupados com o que pensam as outras pessoas, mas
externam essa preocupação sob formas distintas. Os UNS comparam-se com outras pessoas e
têm plena consciência da diferença entre uma realização autêntica e uma imagem que
desperta apenas atenção e deslumbre. Julgam-se a si próprios pelos padrões mais elevados e
orgulham-se de não se deixar levar por uma pose superficial. Os UNS raramente incham a
própria imagem, ao passo que os TRÊS projetam uma fachada pública cheia de atrativos. A
apresentação pública dos TRÊS pode ser uma fonte de irritação. Os UNS perguntarão: “Isso é
honesto ou um embuste premeditado”?, Os TRÊS querem parecer bons aos olhos das outras
pessoas, enquanto os UNS querem parecer corretos.

Buscar o favor das massas pode parecer falsidade para os UNS e gera o medo de uma
eventual desonestidade em outras áreas do relacionamento. Os UNS são puristas. Querem
honestidade absoluta, o que vai contra a fachada pública ilusiva do TRÊS. Os
Desempenhadores, convictos de que a imagem é uma forma de conquistar amor, talvez
prossigam na busca da fórmula certa de impressionar os parceiros Perfeccionistas.

Os TRÊS recuam quando a imagem é atacada e os UNS perseguem quando estão com
raiva. A raiva é liberadora para os UNS e eles exprimem abertamente o foco da raiva que
sentem, quer os TRÊS queiram, quer não queiram. Se os Desempenhadores recuarem, os
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Perfeccionistas os trarão de volta à mesa de negociações. Se os TRÊS não sabem lidar com a
questão da imagem, os UNS provocarão uma briga em torno de tarefas domésticas. O perigo
para esse casal, é quando o TRÊS é incapaz de empenhar-se numa autorreflexão e quando o
UM se acha em perseguição raivosa. Os TRÊS podem prevenir este perigo vendo a si mesmos
como responsáveis 50% do problema e reconhecendo que um pouco de raiva talvez seja
apropriado.

Os conflitos são mais bem resolvidos quando os UNS permanecem concentrados numa
única área problemática. Uma discussão não precisa tornar-se a centelha para liberar outros
ressentimentos. O TRÊS não gosta de emoções “negativas” e geralmente não reflete sobre si
mesmo, a não ser que possa ver algum sentido nisso tudo. O que importa para o TRÊS é uma 10
situação viável que lhe permita ir em frente. Os TRÊS virão até a mesa para resolver um
problema, mas não gostam que a discussão se estenda, em particular para os pecados do
passado.

Numa briga, os UNS têm uma lembrança total das mágoas e das queixas passadas.
Pensam: “Você fez isso uma vez e poderia fazer de novo. Será que você realmente mudou”?.
Mágoas do passado, contudo, são uma coisa execrável para o TRÊS. “Ok, eu admiti que estava
errado. Paguei minhas dívidas. Agora, por que então você não me perdoa e esquece”? Ajuda,
nesse caso, se os TRÊS souberem lidar com os primeiros sinais da raiva dos UNS, enquanto ela
ainda estiver associada a uma questão específica. Não é interesse dos TRÊS esquivar-se de uma
confrontação argumentando compromissos profissionais. As discussões têm de ser postas na
agenda. Ajuda também quando os UNS são capazes de lembrar que os TRÊS deslizam
facilmente para as imagens e que as fachadas sociais talvez sejam apenas uma forma diferente
de ir ao encontro do mundo e não mentir.

O Um com o Três: o Perfeccionista e o Desempenhador trabalhando juntos

Os TRÊS executam o trabalho, mas os UNS o fazem com correção. É uma questão de
quantidade versus qualidade. Os Desempenhadores produzem em volume e os Perfeccionistas
querem um resultado perfeito. Ambos os tipos podem ser viciados em trabalho, mas os TRÊS
tomam a rota mais eficiente. Estabelecem metas, miram, carregam-se de energia e tomam
todos os atalhos possíveis. Instruções irregulares não atrapalham os TRÊS; eles são capazes de
aprender fazendo. Improvisam. Os detalhes podem esperar até mais tarde. Esse tipo de
instabilidade em questões processuais pode, entretanto, frustrar ou irritar os UNS.

QUALIDADE VERSUS QUANTIDADE

[Uma enfermeira UM trabalhando num ambiente


típico de Três]

Trabalho com muitos médicos TRÊS no meu


hospital. Eles vêm em turnos a 100km por hora,
fazem uns exames rápidos, dão ordens e saem em
alta velocidade. Eu, de minha parte, já estou lá a
doze horas, observei o paciente de perto e
acumulei um monte de dados a respeito. Sei que é
lógico o que os médicos querem, mas é impossível.
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Sei também que eles não vão me dar ouvidos. Eu


costumava me incriminar muito, preocupada por
não estar seguindo as ordens, até que entendi que
deveria fazer a coisa do meu jeito, pedindo o
mínimo de informações possível. Por fim, percebi
que eles só querem a coisa feita e não ligam para
a maneira como é feita.

Os chefes TRÊS têm vários projetos em curso ao mesmo tempo. Novos


empreendimentos são iniciados antes que os atuais sejam concluídos, por isso nunca há tempo
para se recuperar. Os TRÊS querem dar início, depois delegar e passar a diante, o que coloca a 11
responsabilidade do acompanhamento com os funcionários. Enquanto isso, os empregados
UNS, igualmente diligentes, vêm de marcha a ré em busca de um plano. A inexistência de
planos implica uma parada total. O que parece ser um detalhe sem importância para os TRÊS
são exigências fundamentais para os UNS. Os Perfeccionistas hesitam diante da incerteza. A
equação tem incógnitas demais. Os UNS pensam: “Precisamos agendar uma reunião. Tudo isso
pode resultar em erros que vão custar caro”.

Os UNS detêm-se para planejar, enquanto os TRÊS pisam fundo. A distância entre os
dois aumenta se o chefe TRÊS, orientado para as metas, considera ponto pacífico que o
empregado UM dê seguimento ao projeto. Atentos às metas e pessoalmente identificados
com o sucesso, os TRÊS ficam furiosos quando as tarefas são interrompidas. Os chefes TRÊS
pensam: “Os empregados é que são responsáveis pelos assuntos secundários. Só leva um ou
dois minutos para ordenar e organizar alguma coisa. Eu, ao contrário, estou na linha de frente,
represento o negócio, as pessoas me veem. Todo resto é de importância secundária”.

Os UNS subapreciados são um problema. Os Perfeccionistas investem um tempo e um


esforço enormes em pesquisa, comparações, considerações e aperfeiçoamentos. Sabem para
onde vai cada centavo e onde os arquivos estão guardados e trabalharão mais lentamente se
estiverem descontentes. Um impasse ocorrerá quando um Perfeccionista, baseado em
princípios e respaldo por informações cuidadosamente acumuladas, encarar um
Desempenhador que quer algo que funcione. Nenhum dos dois admitirá erros, porque erros
põem em dúvida a competência, e ambos os tipos estão profundamente identificados com os
próprios perfis profissionais. Os conflitos poderão crescer se o TRÊS ficar com raiva, acelerar o
passo e se recusar a ouvir. Agora há duas pessoas com raiva, e ambas têm razão.

A resolução do conflito deveria ater-se ao fato de que ambos estão comprometidos com
a excelência do trabalho. Os TRÊS talvez tenham que ser informados sem cerimônia que “Isso
aqui não está funcionando”, o que geralmente os deixa chocados. Ajuda, no caso, se o TRÊS
tiver bastante maturidade para ver que o sucesso depende mais de um trabalho em
cooperação do que de uma atuação individual. Os chefes TRÊS deveriam programar “Dia para
dar informações do empregado” e “Semana para o reconhecimento do empregado”, com um
asterisco ao lado dos nomes dos empregados UNS. Os UNS tem impulso e vão fundo quando
estão identificados com um projeto: entretanto, não cortejam o reconhecimento de que
precisam. Além disso, ajuda se os TRÊS forem capazes de formular as próprias sugestões numa
linguagem típica do TRÊS, mencionando eficiência, rentabilidade e vantagem sobre a
concorrência.

Os chefes UNS podem ser altamente controladores. Querem ter certeza dos detalhes, o
que certamente faz um empregado TRÊS violar as regras. Os TRÊS só veem as metas, mas os
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UNS têm de responsabilizar-se por todos os passos que levam até a meta. Os UNS se
concentram no caráter, no esforço honesto e na justa recompensa. Os TRÊS querem um
sucesso pessoal instantâneo. Os empregados TRÊS estarão trabalhando pela estabilidade, pelo
prestígio e pela imagem. Têm interesse na competição, nos prêmios e nos títulos, o que pode
ir de encontro aos traços mais conservadores dos chefes UNS. Os Perfeccionistas talvez
imponham diretrizes impermeáveis para o êxito profissional, as quais serão ignoradas ou
sabotadas pelo TRÊS. Leva muito tempo contar os centavos e corrigir os arquivos. Pequenos
erros não contam para o TRÊS, mas, para os chefes UNS, são de suma importância. Essa
parceria muitas vezes obtém êxito com o TRÊS posicionado como o elemento de ponta que
lida com acontecimentos no campo de trabalho. Um empregado Desempenhador é capaz de
manejar uma circulação rápida de informações e tomará decisões in loco. O impulso fornecido 12
pelo TRÊS pode ter valor inestimável para o chefe UM, que modificará os planos em
conformidade.

O Um com o Quatro: um casal Perfeccionista-Romântico

Essa é geralmente uma relação volátil que incorpora o potencial para um profundo
entendimento de si mesmo. O casal compartilha a linha UM-QUATRO do diagrama, o que
significa que cada qual vê uma versão de si próprio no outro. Os Românticos muitas vezes
externam emoções “impróprias” que amedrontam os Perfeccionistas. Os Românticos passam
pela vergonha, pela depressão, pela inveja, pela competição e pelo desespero no caminho
rumo à alegria e à criatividade. Os Perfeccionistas não raro recuam para não ver as próprias
sombras em ação, mas isso não poderá ser evitado nessa relação, uma vez que os Românticos
dramatizam as necessidades emocionais que os UNS reprimem. Graças a esse relacionamento,
o UM terá oportunidade de conhecer uma vida de sentimentos em lugar de uma vida
determinada pelo pensamento dualista, do tipo certo ou errado.

Os humores e temperamentos dramáticos dos QUATROS podem repelir os UNS sérios e


práticos. Veem nisso uma autoindulgência. Pensam: “Contenha-se. Há trabalho para ser feito”.
Os UNS veem o exibicionismo emocional e a necessidade do QUATRO de ser especial como
traços que deveriam ser disciplinados. Pode instaurar-se um ciclo no qual a crítica do UM
reforça a auto depreciação do QUATRO. Em retaliação, os QUATRO apontarão para aquilo que
está em falta nos UNS: “Você é insensível”, “Você é frio”, “Você não pode ser tocado”. A ideia
aqui implícita é que os QUATROS seriam pessoas melhores porque têm sentimentos
profundos. Esse ciclo pode ser interrompido, desde que os QUATROS vejam por que os UNS
são levados a controlar as emoções “ruins”. Do lado do UM, é útil ver que há integridade numa
ligação profunda com as emoções e que as regras não podem governar os assuntos do
coração.

De positivo nesse relacionamento é a emotividade do QUATRO, capaz de relaxar o senso


da obrigação e do dever que inibe a felicidade e a criatividade dos UNS. Os UNS muitas vezes
dizem que “encontraram” uma direção na vida ou que “encontraram” a criatividade no ponto
de risco, que é o QUATRO. Dizem também que os Românticos sabem ser verdadeiros
companheiros em tempos de sofrimento emocional. Os QUATROS ficam fascinados e
absorvidos quando qualquer questão se carrega de energia emocional. Não é que o
pensamento dualista do UM se torne palatável: é que essas mesmas ideias de certo e errado
ganham sentido para os QUATROS quando são sentidas em profundidade.
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Os Românticos podem ser atraídos pela estabilidade emocional e pelo senso prático dos
Perfeccionistas. Temendo o abandono, os QUATROS podem sabotar os relacionamentos,
desde que percebam a profundidade do próprio envolvimento. A tática do QUATRO é sumir,
rechaçar o parceiro com uma briga ou ficar imobilizado pela depressão. Todo esse tumulto é
visto como um “erro” pelos UNS, que tendem a se defender quando se sentem tratados
injustamente. Estranhamente, os Românticos respeitam as pessoas que não reagem às
tentativas de sabotagem. É a “prova” de que o parceiro quer ficar e que não os abandonará.
Uma pessoa que não é intimidada por essa tática de pegar e largar é confiável. O QUATRO
pode ser dependente de alguém que lide com o aspecto prático do trabalho e da família,
independentemente do estado emocional do QUATRO.
13
O prejudicial da relação UM-QUATRO pode ser uma insatisfação comum com a vida. Os
Românticos sofrem porque alguma coisa está faltando e os Perfeccionistas, porque veem as
imperfeições e falhas. O relacionamento pode ser revitalizado quando ambos se concentram
nas boas coisas do presente e quando desfrutam os prazeres do aqui e agora.

O Um com o Quatro: o Perfeccionista e o Romântico trabalhando juntos

Os UNS têm padrões de perfeição e os QUATROS, de originalidade, o que pode criar um


vínculo baseado na alta qualidade do trabalho. Os parceiros respeitam mutuamente as
conquistas especiais e criticam conjuntamente um desempenho abaixo dos padrões. A
intersecção emocional indicada pela linha UM-QUATRO é menos óbvia no ambiente de
trabalho, onde o foco da atenção é antes nos projetos que nos sentimentos. Os Românticos
são seguramente menos impulsivos no trabalho do que em contextos mais íntimos e privados.
Do mesmo modo, no trabalho, a veia perfeccionista do UM fica, em grande parte, concentrada
em tarefas.

A atenção dos chefes UNS para com a estrutura e a organização fará com que os
QUATROS sintam-se seguros. A estrutura contém os sentimentos, e um ambiente bem-
administrado e organizado pode ser atraente. Pode haver dificuldades se os chefes UNS forem
pessoalmente distantes e se relacionarem com a equipe através de regras e convenções
sociais. Os QUATROS rejeitarão essa postura, acusando-a de ser emocionalmente desonesta –
uma forma de tornar as regras mais importantes que as pessoas. Os QUATROS precisam de um
tratamento especial e, se não o recebem, simplesmente preferem rejeitar as regras a sentir-se
envergonhados de estar se submetendo a uma autoridade mesquinha. Os QUATROS têm uma
lado temerário e delinquente, que vêm à tona quando se sentem prisioneiros das coisas
ordinárias. As diretrizes que governam os outros simplesmente não se aplicam a eles. Para
permanecer engajados, os QUATROS carecem do reconhecimento pessoal de uma autoridade
estabelecida, sobretudo se tiverem que competir publicamente. Qualquer genuíno interesse
que se possa ter pela área de projetos na qual atue um empregado QUATRO equivale
praticamente a fazê-lo sentir-se valorizado.

Os QUATROS, quando no ponto de segurança em UM, são capazes de agir com uma
clareza de objetivo que poderia, em outras circunstâncias, ser obscurecida pela emoção. Essa
é a hora em que os esforços criativos podem ser aperfeiçoados e ganhar um sentido prático. O
encontro desses dois elementos em UM pode ser um ponto alto dessa parceria. O chefe UM,
de índole prática, encoraja a produção e poderia, portanto, ajudar uma criação original, típica
do QUATRO, a tornar-se operativa.
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O encontro em UM pode também ser um desastre se o QUATRO, por fim sentindo-se


bastante seguro para expressar uma insatisfação, começa a distribuir críticas inquietas e
destrutivas, Caramba! De repente, tudo o que o chefe UM propõe não é suficientemente bom.
Equipes de trabalho de UM e QUATRO mencionam alguns dos piores momentos profissionais
durante o assim chamado período de segurança, quando o empregado QUATRO se torna
amargo em relação ao que está faltando. O empregado sente-se usado e diz isso a todo o
mundo. Geralmente, há uma cena pública. O QUATRO sente-se insultado pela escala de
pagamentos, pelos projetos e etc. Já importunado por um crítico interno em si mesmo, o chefe
UM talvez retalie na mesma medida. Paradoxalmente, essas brigas podem ser curativas,
sobretudo se forem mediadas. Os UNS conseguem por sua vez sentir raiva sem sentir culpa e
os QUATROS aprendem a ter as falhas expostas sem se sentir abandonados. A mediação pode 14
ajudar os UNS a ver que, para as relações de trabalho, não basta seguir ordens e os QUATROS
podem aprender a diferença entre uma queixa em boa fé e sentimentos melindrados.

Como chefes, os QUATROS são capazes de administrar o local de trabalho com uma
precisão típica do TRÊS, ou de programar eventos, de modo que girem em torno das próprias
necessidades emocionais. Os chefes QUATROS competitivos muitas vezes parecem TRÊS e
agem como tais, conservando os sentimentos para si mesmos e realizando coisas de alto risco.
Esses QUATROS competitivos podem se deixar cativar por uma manobra extraordinária e
mandar às favas toda a prudência. Os QUATROS mais centrados na emoção tornam-se a peça
central no local de trabalho. Podem ser altamente eficientes, mas as mudanças no humor
afetarão o estilo e o ritmo dos projetos. Um andamento rápido e brilhante no trabalho pode
ser seguido por uma perda do interesse. Uma decisão prioritária pode ser “esnobada” em
função de um drama psicológico do QUATRO. Os membros da equipe podem ter devoção pelo
chefe QUATRO, que se torna parte da vida dos funcionários, mas, com o tempo, os
empregados UNS ficam preocupados e irritados com a supervisão errática do QUATRO. Os
Perfeccionistas querem manter o calendário do escritório em dia, porque o planejamento de
longo prazo reduz o medo do caos. Os chefes QUATROS talvez sejam assim liberados, como
por milagre, dos detalhes da supervisão. Os Românticos são atraídos por empreendimentos
criativos e provavelmente trarão entusiasmo novo para o local de trabalho, desde que possam
ser poupados de assuntos mais rotineiros.

O Um com o Cinco: um casal Perfeccionista-Observador

Esse pode ser um casal de semelhantes. Ambos são altamente independentes, gostam
de trabalhar sozinhos e valorizam o controle emocional. A relação pode ser encenada num
contexto mais pragmático do que romântico, enfatizando a subsistência, projetos práticos e
uma vida familiar bem organizada. A tensão pode se formar por falta de informação, quando a
reticência do CINCO afeta o esquema de preocupações do UM. Os Observadores podem ficar
emocionalmente distanciados por dias a fio, enquanto os UNS se contraem, esperando que
algo de ruim aconteça. E, na verdade, os CINCOS podem nem se importar com isso.

Os Perfeccionistas tendem a interpretar o silêncio como um julgamento. Nenhum dos


parceiros quer sentir raiva, por isso os tópicos importantes são ignorados. A tenção é aliviada
quando os CINCOS são capazes de falar: a tensão dissolve-se se os CINCOS estiverem dispostos
a brigar. Para os UNS, a raiva mostra que os CINCOS estão envolvidos; a distância emocional
desaparece quando alguma coisa tem bastante importância. Os CINCOS veem uma intensidade
emocional nos UNS que é atraente – é uma chamada para despertar para a vida. Contanto que
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os CINCOS não sejam forçados a mostrar sentimentos, são capazes de se posicionar como
conselheiros e orientadores, uma postura que preferem à de ser o centro da vida emocional
de outra pessoa.

Os UNS encontram no CINCO uma presença estável e sábia, com a ausência de


julgamento que o distanciamento muitas vezes traz. Valorizando o controle emocional, o casal
tende a ser um tanto seco por natureza. Casais de longa data dizem que os ajudou
imensamente penetrar na raiva e na sexualidade, em vez de seguir as tendências de ambos de
suprimir os sentimentos ou de distanciar-se da negatividade.

15
O Um com o Cinco: o Perfeccionista e o Observador trabalhando juntos

Quando se desprendem dos sentimentos e das emoções, os CINCOS parecem remotos e


indiferentes, mas quando entram em contato com a curiosidade intelectual que possuem
ganham vida e podem ser francamente críticos. Em vez de ser um ponto de dificuldade, a
postura crítica compartilhada pelos dois pode servir de aliança no trabalho.

O chefe UM sentirá alívio em descobrir que os subordinados CINCOS são meticulosos


com as informações. Eis aqui alguém que se preocupa! Unidos pela capacidade crítica e
práticos até as raias da frugalidade, a parceria UM-CINCO é eficaz em livrar os sistemas da
ineficiência e do desperdício. Pode, porém, surgir entre os dois um cabo-de-guerra em torno
das informações. Quando os Perfeccionistas querem mais, os empregados Observadores dão
menos. No caso, ajuda que os CINCOS saibam exatamente quanto está sendo pedido e
também que o chefe não requeira a um aperfeiçoamento adicional assim que os padrões em
vigor tenham sido atendidos.

O estilo de trabalho de ambos é notavelmente semelhante. Os chefes CINCOS


estabelecem objetivos claros e são metódicos, o que agrada aos UNS. Ambos são
trabalhadores com alto nível de autonomia. Gostam de tarefas que possam modelar por si
próprios. A ênfase será mais nos contatos de trabalho formais do que nos sentimentos. Se
surgir alguma dificuldade, a primeira tática de defesa de cada um será recuar. Os chefes
CINCOS deverão ir para conversação, uma vez que os UNS interpretam o silêncio como crítica.

Quando se estabelece um ritmo de trabalho, as parcerias UM-CINCO são capazes de


uma produção bem pesquisada e bem documentada. Ambos querem reunir uma quantidade
de dados volumosos a fim de tomar decisões bem fundamentadas. Os CINCOS valorizam o
conhecimento pelo próprio conhecimento em si e os UNS sentem prazer em realizar algo de
impecável.

O Um com o Seis: um casal Perfeccionista - Patrulheiro

As atrações iniciais entre os dois frequentemente envolvem uma ideia em comum que
exige um trabalho intenso para tornar-se realidade. O casal une-se através do esforço e de
ideias a fins. Os SEIS identificam-se com a causa dos injustiçados, o que se combina ao ideal de
perfeição dos UNS. Unidos por uma visão de mundos semelhante e preparados para enfrentar
a adversidade, o casal UM-SEIS não raro se dedica a um sonho.
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Ambos os tipos talvez sejam vistos como pensadores negativos. Os UNS tem uma
preocupação com erros, ao passo que os SEIS estão centrados na dúvida. Mas, precisamente
porque veem as dificuldades antecipadamente, percebem também a beleza do dilema
humano e a criatividade que brota do sofrimento. Entendem a importância de fazer perguntas
difíceis e a coragem de ousar tentar. Ambos os tipos têm uma disposição notável para suportar
com paciência os tempos difíceis. O esforço de suportar uma situação difícil produz níveis
incomuns de confiança mútua. Cada um vê os propósitos elevados do outro e cada um vê o
medo que o outro tem do sucesso.

Tanto o UM quanto o SEIS falam não só de uma profunda afinidade entre eles, mas
também de isolamentos periódicos, devido às projeções que ambos fazem. Ambos sentem 16
culpa se não são capazes de ter um bom desempenho, e ambos hesitam. O UM tem medo de
cometer erros e o SEIS desconfia do sucesso. O clima é ideal para projeções mútuas. “Por que
é que as coisas não andam mais rápido”? “Olhe só como ele vacila”. “ Será que isso é
proposital”? “Por que ela não consegue decidir”? Os parceiros têm medo de discutir. A raiva
assusta o SEIS e o UM acha que a raiva é uma coisa errada.

Sem uma checagem da realidade, ambos os parceiros podem ficar tolhidos pelas
preocupações e pelas incertezas íntimas. Pode-se produzir uma teia complexa de sentimentos
não admitidos. O UM vê o SEIS como defensivo e o SEIS sente-se culpado porque tudo que faz
nunca é suficiente. Provavelmente, o UM assumirá a postura de superior: “Eu estou certo; e a
verdade é que você não é tão bom assim”. Convicto da própria superioridade moral, o UM é
capaz de repelir o SEIS com o desejo de ser “o melhor”. O SEIS pode até estar disposto a
aceitar a pecha de ruim, mas isso também como tática de repelir o outro. Ou seja, o
Patrulheiro espera com isso que o Perfeccionista, repugnado, vá embora, fornecendo-lhe
assim um meio de pôr fim ao relacionamento sem sentir culpa.

Ajuda, no caso, eliminar as projeções logo no início da relação, antes que se percam de
vista as boas intenções do parceiro. Uma boa conversa reduz as projeções. É uma estratégia
simples, mas muito difícil de implementar. De tempos em tempos, cada um verá o outro como
o “causador” do problema. Os SEIS têm medo da própria agressão e os UNS negam a raiva,
porque acham que é errada; em consequência disso, a irritação pode atingir o ponto de
ebulição sem aviso prévio. A solução para esse casal reside no fato de cada um se confessar ao
outro, de modo que as projeções nunca se instaurem.

O Um com o Seis: o Perfeccionista e o Patrulheiro trabalhando juntos

Os UNS são trabalhadores dedicados, que esperam ascender graças aos próprios
esforços. Os SEIS trazem um quê de criação ao trabalho que fazem e têm uma postura
ambígua em relação à hierarquia. Entre todos os tipos O UM é o mais apegado a regras. Sob o
comando de um chefe UM, os subordinados SEIS, eventualmente, violarão as regras,
encorajando, ao mesmo tempo, os outros a fazer o mesmo. Os SEIS fecham-se em grupos para
se dar apoio uns aos outros. Com os SEIS, é melhor ser uma autoridade benevolente, desde
que sejam capazes de atender aos padrões estabelecidos.

Se quer ter sucesso, o chefe UM deve estar sempre infundindo coragem e confiança nos
empregados SEIS, mesmo quando isso não pareça lógico ou necessário. O UM é econômico em
elogios, porque se concentra nas falhas. Os empregados SEIS, provavelmente, interpretarão a
falta de elogios da pior maneira possível e se sentirão como alvo de ataque ou de crítica. Se o
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gerente está aborrecido com o tráfego engarrafado da manhã, os empregados SEIS registrarão
essa raiva, relacionando-a ao cenário pessimista que já trazem dentro de si. Famintos de
certeza, os Patrulheiros são capazes de criar um caso e, provavelmente, de transmitir o alarme
para os demais. Sentem-se ameaçados e buscam apoio. “Será que se pode acreditar nesse
gerente”? “Como vamos saber isso com certeza”? O conflito não será resolvido se o chefe UM
não arredar pé de soluções do tipo certo-ou-errado. “Reemoldurar” o problema ou propor
uma solução que não cause humilhações a ninguém é fundamental. Por exemplo, dizer: “Essa
foi uma fase de experiências. Aprendemos muito com ela, mas agora podemos passar
adiante”.

Em vista de resultados incertos, um empregado SEIS ou cairá aos pés da autoridade ou 17


vai querer pegá-la pelo pescoço. Cuide para impedir a disseminação de rumores; elimine as
possibilidades múltiplas e as saídas potencialmente duvidosas. Ambos os tipos são alertas às
segundas intenções. O SEIS, em particular, pressupõe que a autoridade não é digna de
confiança.

Os patrulheiros gerenciam bem em curto prazo, mas muitas vezes vacilam em projetos
de longo prazo. Haverá preocupação com datas-limites, trabalhos de última hora e um estilo
gerencial de começar e parar a todo o momento. São líderes fortes durante a fase de
desbravamento, mas têm dificuldade com a expansão do projeto, mesmo que tenham a
certeza do sucesso. Os chefes SEIS precisam concentrar-se na missão, e isso fará o meticuloso
UM dar apoio. Os UNS gostam de uma boa liderança, e estão dispostos a unir-se para atender
uma data-limite, desde que sejam inspirados por um bom exemplo.

Sessões informais em mesa redonda, de fato, valem a pena. Fazer uma checagem de
alguns minutos, a cada semana, para ver como cada um está se saindo é muito eficaz para
desanuviar a atmosfera. Ambos os tipos sentem-se como alvo se houver hostilidade circulando
no local de trabalho. Os UNS sentem-se preocupados com o que as pessoas estarão pensando
e os SEIS ficam à espera de um ataque. Ambos recuam quando se sentem ameaçados, e ambos
acham que é “negativo” transmitir as preocupações. Reuniões informais servem como simples
checagem da realidade. Os UNS e os SEIS desse mundo estarão sempre surpresos ao descobrir
que o projeto que têm em comum ainda é seguro.

Essa parceria é capaz de gerar análises bem documentadas e invulneráveis. Ambos os


tipos gostam de fazer perguntas difíceis. São excelentes na remoção de problemas intrincados
e têm uma inclinação para antever áreas problemáticas e para propor soluções.

O Um com o Sete: um casal Perfeccionista - Epicurista

Esse casal compartilha uma linha do Eneagrama, o que significa que cada um vê um
aspecto essencial de si mesmo no outro. Para o SETE, a clareza do UM é atraente. Os SETES
admiram o fato de os UNS serem disciplinados e voltados às questões de princípios e de
acompanharem até o fim as coisas em que acreditam. Os UNS são pessoas práticas que
trabalham por resultados tangíveis e a concentração objetiva que têm é capaz de fixar a mente
de macaco do SETE, sempre envolvida com planejamentos.

Já no caso dos UNS, eles são atraídos pela espontaneidade do Epicurista. Pode ser muito
divertido viver com os SETES. Eles animam o ambiente doméstico de tal forma que uma noite
junto à lareira pode parecer um espetáculo teatral. As férias podem ser transformadas em
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eventos grandiosos. Os UNS saúdam em especial o próprio ponto de segurança no SETE, como
se ele fosse um lugar de felicidade e liberdade; contudo, os Perfeccionistas podem também ver
os Epicuristas como cabeças-de-vento.

O Paraíso dos Setes

[Mãe Perfeccionista, filho Epicurista} Meu filho estava


excursionando pelo Himalaia fazia meses e me escrevia
relatos gloriosos. Ele estava num vilarejo a cerca de 3.000
metros de altura e pediu-me que eu fosse visita-lo. O
entusiasmo dele era arrebatador. Escreveu para dizer que
essa era a grande aventura de sua vida e perguntou se eu 18
não queria vê-lo no verão. Por isso eu, a mãe complacente,
desloco-me até a Índia e vou atrás dele. Também me divirto
bastante até que chega a hora de me instalar com ele
durante duas semanas. Não há água corrente, o calor é
forte e somos obrigados a comer fora porque não há fogão.
Certo dia, estamos almoçando juntos, um defronte do outro.
Não há espaço, estamos apertados, estou molhada de suor
e não suporto as moscas, mas ele está num estado de
êxtase. O rosto dele está tão maravilhado que ele até parece
um pouco bêbado. Eu pergunto a ele o que está pensando, e
ele me diz: “Este aqui é o melhor restaurante da cidade.
Posso comer no melhor lugar da cidade a cada noite”.

Á medida que progride o relacionamento, os UNS exigem algum resultado concreto e os


SETES querem divertimento. Um relacionamento bem-sucedido é aquele que unifica esses dois
objetivos. Os Perfeccionistas podem ser espontâneos se o estilo de vida disser que a
espontaneidade é a coisa certa. Se o esperado é que relaxemos e nos deixemos levar pela
corrente, ou se as regras dizem que não há regras, então os UNS aprendem a agir com
flexibilidade. Visto que os UNS querem precisão e os SETES, opções, um casal feliz é capaz de
tornar funcionais os respectivos empreendimentos. Juntos, os dois buscam maneiras do
divertimento produzir resultados. Contudo, é muito mais comum ver cada um em movimentos
paralelos. Cada parceiro faz as próprias coisas, ao mesmo tempo em que honra um acordo
básico a respeito de dinheiro, tempo e responsabilidades domésticas. Os SETES têm interesses
cambiantes e os UNS podem aprofundar-se num estudo que os SETES acharão repetitivo e
monótono.

Se os UNS tentarem fixar os SETES em coisas práticas, os SETES se defenderão. Os


Epicuristas estressados, que se deslocaram até o ponto UM, externam o perfeccionismo à
moda do SETE, lutando contra os limites e as regras. Os SETES pensam: “As limitações são para
os mesquinhos”, “Regras são para mentes inferiores”. Infelizmente, os UNS valorizam os
limites e o autocontrole e, se o pensamento maniqueísta os dominar, os SETES parecerão
egoístas e, consequentemente, ruins. Numa briga, os UNS tornam-se rígidos e os SETES
esquivam-se. Os SETES procuram aviltar o problema e os UNS começam a exigir controle.

Confrontados pela raiva ou por sentimentos “negativos”, os SETES se tornam altamente


defensivos. Assumem uma postura superior e pensam: “O UM está sendo difícil. O UM tem
algum problema”. Os SETES podem usar a fúria dos UNS para confundir os fatos. Os UNS
podem assim ser levados a tomar a ofensiva, dando aos SETES uma desculpa para desaparecer.
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Ajuda no caso se o Epicurista andar metade do caminho na negociação, se confrontar a raiva


do UM e tentar lidar com o problema.

O UM personifica a precisão e a perseverança, ao passo que o SETE mostra alegria e


espontaneidade na vida. Os UNS de férias automaticamente parecerão e agirão como os
SETES. O truque para o UM é trazer consigo um pouco das férias para dentro da vida familiar.

O Um com o Sete: o Perfeccionista e o Epicurista trabalhando juntos

Os SETES gostam de trabalhar em rede, gostam de mostrar logo a que vieram. Essa
parceria do UM com o SETE mostra o SETE como inventor, o planejador, como aquele que faz 19
os contatos. O Perfeccionista ocupa-se da estrutura, do acompanhamento e do controle. As
habilidades profissionais de cada um são enfatizadas por diferentes estilos de raciocínio. Os
UNS pensam em termo de certo ou errado e dependem de uma lógica para implementar
algum plano, enquanto os SETES pensam em termos de conceitos inter-relacionados. Os SETES
exigem uma estrutura flexível, capaz de absorver tecnologia e ideias novas. Os Perfeccionistas
não conseguem seguir com facilidade o pensamento multiopcional do SETE, e os Epicuristas
sentem-se limitados por um tratamento lógico e linear.

Os chefes UNS podem impor um raciocínio do tipo certo ou errado ou apontar para
pequenas falhas. Pegos desprevenidos, os SETES se refugiam por trás de uma barricada de
evasivas: “Minha intenção era que ficasse diferente”, “A cronometragem falhou”. As táticas
evasivas são mortais para os UNS que veem nelas mentiras e não um “processo de
pensamento”. Em vez de pressupor que o empregado é perigosamente irresponsável, o UM
poderia tentar adequar-se ao raciocínio não linear do SETE. O UM deveria gerenciar os SETES
com um toque de supervisão apenas leve. Não se concentre em procedimentos, estabeleça
datas-limites razoáveis e avalie apenas os resultados.

Os chefes SETES podem literalmente sair de férias e deixar uma carreira de perguntas
não respondidas. Decisões inesperadas e mudanças súbitas de direção são particularmente
ameaçadoras para os UNS. O chefe pode ter redigido um “memorando claro” ou “ instruções
indiscutíveis” que, na verdade, são esquemáticas ou incompletas. Os UNS pensarão: “Isso é
uma administração falha. Isso é insulto à equipe”. Os UNS com raiva exercem a letra da lei.
Farão exatamente conforme foi indicado em vez de dar assistência ao trôpego chefe. Seria
proveitoso que os Epicuristas reservassem um dia para produzir instruções precisas. Esse dia
poderá parecer interminável e assustador para o SETE à medida que o funcionário UM
exponha os furos nos planos do gerente, no entanto, os UNS são os empregados perfeitos para
dar forma aos detalhes do projeto, liberando o gerente que poderá então tirar férias de
verdade.

O Um com o Oito: um casal Perfeccionista - Patrão

Se podemos falar de opostos no Eneagrama, ei-los aqui. O relacionamento será


explosivo. Ambos são tipos de raiva; ambos tendem a pensar de forma maniqueísta e ambos
estão convencidos de estar certos. No início os UNS ficam hipnotizados pela força e pela
sexualidade da figura OITO. É maravilhoso ser assim tão livre. Os OITOS são muitas vezes
atraídos pela disciplina e pelas boas intenções dos UNS. A postura moral do UM soa verdadeira
para o Patrão, que é um tipo um tanto anárquico.
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A medida que o relacionamento amadurece, a raiva vem à tona. Os OITOS insistem em


uma expressão direta da raiva e os UNS, uma vez instigados a brigar, desforram com a mesma
intensidade. Exprimir a raiva abertamente pode ser uma verdadeira benção para os UNS.
Finalmente, estão envolvidos com alguém que não julgará a raiva como algo de errado.

Ambos os parceiros são bons em decisões neutras, tais como em quem vai votar numa
eleição ou aonde levar a família de férias. Decisões pessoais, porém, são mais difíceis. O OITO
e o UM são asas do desinteressado NOVE. Os OITOS “despertam” ao irem de encontro às
outras pessoas; os UNS, ao perceberem qual é a coisa certa a fazer. Tanto o OITO quanto o UM
são, portanto, mais orientados para a reação que para a ação. Se começarem a implicar um
com o outro, ficarão polarizados. Nenhum dos dois cederá. 20
POR QUE UNS E OITOS BRIGAM ENTRE SI?

Os UNS tem razão porque são bons e, se não estão


com a razão, se sentem culpados. Os OITOS têm
razão porque são maus. É bom ser mau. Ser mau é
ser sem lei, é liberdade, é excitação. Ser mau é mais
interessante que ser bom e não é errado. É ruim
estar errado, mas ser mau não faz você estar errado.
Se você não está errado, então você está certo; e, se
você está certo, não há porque sentir-se culpado.

Se começa a parecer que o UM está supervisionando, o OITO se torna anárquico e


incontrolável. O inevitável choque entre os dois pode ser saudável. Os UNS ensinam aos OITOS
a noção de limite. Os OITOS ensinam aos UNS a ir atrás daquilo que desejam. A raiva faz com
que os UNS abandonem o preciosismo e a afetação; permite-lhes ser irreverentes e encontrar
um senso de humor. A raiva é capaz de unir esses dois tipos. Para quem está de fora parece
muito pior do que na visão das pessoas que, vez por outra, precisam brigar.

Num casal, o UM e o OITO ajudam-se um ao outro. Os UNS são disciplinados. Os OITOS


são vitais. A combinação dos dois encerra o potencial para uma concentração de forças ou
então pode leva-los a resvalar para um ciclo de conflitos que acaba por separá-los um do
outro.

O Um e o Oito: o Perfeccionista e o Patrão trabalhando juntos

O OITO é o id da parceria; o UM, o superego. Eles podem se unir ou lutar pelo controle.
A raiva pode acentuar-se no ambiente de trabalho, onde faltam os meios íntimos de extravasar
com uma boa briga ou um bom sexo.

A luta pelo controle vai centrar-se em diferentes estilos de supervisão. Os UNS


controlam com “um caminho correto”. Os OITOS insistem no lema “ é do meu jeito ou então
de jeito algum”. Os chefes UNS fariam bem em basear as avaliações apenas no desempenho
do OITO. Os empregados OITOS podem ter um bom desempenho, mas podem também
recusar-se a dar justificativas. Mesmos as regras e os regulamentos que são lógicos e justos
cheiram para eles como se fosse supervisão. Se o empregado OITO tem uma boa produção,
deixe-o em paz.
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Os chefes OITOS comandam através da presença física pura e simples. Isso pode ser
difícil para os UNS que não estejam em contato com a própria agressividade. Quando atingido
por uma raiva direta e franca, o crítico interno do UM endoidece. O patrão está com raiva,
então o patrão é ruim. Os OITOS sentem raiva e deixam escapar o que quer que pensem no
exato momento. Os UNS contêm-se até que estejam com a razão.

Quando o id e o superego concordam entre si, esta é uma parceria unida. Ambos
trabalham obsessivamente, ambos têm interesse em resultados práticos. Os OITOS podem
usar os UNS como guias de comportamento: “Isso é apropriado? Estamos exigindo demais?
Estou exagerando”?. Os OITOS são capazes de retirar a carga de preocupação do UM: “Vamos
lá. Eu me responsabilizo. Vamos arriscar. Vai ser divertido”. 21

O Um com o Nove: um casal Perfeccionista - Mediador

É notável como esses dois podem parecer um com o outro. Os UNS e os NOVES têm
tantos traços em comum que são considerados na mesma categoria por alguns sistemas
psicológicos. São ambos tipos de raiva, que reprimem a própria raiva, e ambos são obsessivos,
o que significa que ruminam as decisões durante muito tempo antes de dar um passo. Os
NOVES tendem a ver as decisões a partir de muitos pontos de vista e os UNS preocupam-se
com erro. Nem é preciso dizer que, a não ser que o casal permaneça numa rota estruturada,
terá dificuldade em tomar decisões difíceis. Pode haver uma conspiração para adiar as
dificuldades para mais tarde. É simplesmente mais fácil esperar. Os UNS ficam preocupados
com os detalhes e os NOVES aguardam alguém para dar o início. Esse casal quer levar uma vida
pacífica e confortável. Ambos gostam de segurança do lar e unem-se na rotina familiar. Os
Mediadores geralmente são agradáveis e tolerantes, o que reduz a ansiedade dos UNS quanto
a estar ou não com a razão. Em troca, os NOVES encontram uma estrutura na visão de mundo
“correta” do Perfeccionista.

A diferença entre os dois fica em evidência quando agir é uma exigência. Depois que se
decidiram, os UNS avançam rapidamente, ao passo que os NOVES são capazes de ficar em
cima do muro, mesmo quando estão de acordo. Os UNS podem impulsionar o casal para a
ação. A convicção dos UNS agem como uma ponta de lança que força os NOVES a tomar uma
posição, mas, se os UNS transformam “aquilo que deve ser feito” numa prioridade, os NOVES
ficarão pensando: “ essa é uma ideia de outra pessoa”. Os NOVES na defensiva podem parecer
dispersos e turrões. Os UNS exigem com energia aquilo que “nós deveríamos estar fazendo”,
enquanto que os NOVES ainda estão esperando que apareça uma prioridade. Os NOVES sob
pressão focalizam todo o espectro, e, com isso, decidir fica mais difícil. Nenhuma das opções
existentes parece significativa; todas elas parecem dar no mesmo. Os UNS perseguidores
querem respostas: “Seja claro. O que você quer? Explique-se”. Sob fogo, os NOVES tornam-se
vagos e entorpecidos. Pode haver brigas acirradas sobre ninharias, porque pequenas brigas
extravasam a tensão. Qualquer indício de raiva é, porém, saudável para esse casal; a raiva faz
surgir uma posição. As pessoas sabem exatamente o que não querem quando sentem raiva. A
tática do “Isso não, aquilo também não” elimina opções e coloca o NOVE e o UM mais
próximos de uma decisão final.

Ajuda, no caso, quando os Mediadores são capazes de ver as boas intenções na raiva
típica do UM, e ajuda também quando os Perfeccionistas percebem que a raiva não levará a
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nada. Você não pode forçar um NOVE a engajar-se, mas eles penetrarão espontaneamente nas
necessidades e carências da pessoa que amam.

O Um e o Nove: o Perfeccionista e o Mediador trabalhando juntos

A característica mental da obsessão é ideal para estabelecer e consolidar sistemas. A


perseverança é um fator fundamental. Ambos os tipos gostam de acatar procedimentos
conhecidos e de fornecê-los. Como não toleram mudanças rápidas e nem a constante pressão
de ter de tomar decisões, os UNS e os NOVES são capazes de empenhar-se no
aperfeiçoamento e no refinamento de uma organização durável. Ambos os tipos precisam de 22
estrutura para desenvolver-se. Não se sentem sufocados por elas e gostam de dominar áreas
específicas da técnica e do conhecimento. São detalhistas de carteirinha. Ambos procrastinam
as decisões e nenhum deles deixa-se atrair por riscos.

Os UNS criam estruturas e os NOVES dependem de estruturas para ser eficientes. Os


Mediadores poderão ser levados à concentração pelos UNS, que são orientados para o
objetivo. É importante que o chefe UM lembre de estimular positivamente. Os empregados
NOVES reagem aos estímulos, ao passo que os UNS se concentram nas falhas. Quando
subapreciados, os NOVES exercem controle através do silêncio e da lentidão. Um empregado
descontente pode até saber o que o patrão quer, mas recusa-se a fazê-lo. Os NOVES sentem-
se senhores da situação se não mostram raiva; terão o patrão na palma da mão. Ajuda, no
caso, manter o equilíbrio entre o feedback positivo e o negativo. Os NOVES apreciam um
conjunto claro de recompensas e prêmios pelo esforço, mas, acima de tudo, reagem a um
apoio positivo sem condicionamentos.

Os chefes NOVES podem estabelecer sistemas e deixar correr. Se a atenção deles se


desviar para os detalhes, as faculdades críticas do subordinado UM podem ser úteis para
amarrar de novo o projeto. Os NOVES devem tentar delegar quando se virem sobrecarregados
e o UM é a pessoa ideal para amarrar tarefas.

O TIPO DOIS

O Dois com o Dois: um casal de Dadores

Casal de DOIS são coisa rara. Afinal de contas, se você está nesse negócio de dar, é
natural que procure alguém a quem possa ajudar. Com dois Dadores, não há ninguém para
receber, e cada um deles fica embaraçado em ser o centro das atenções. Quando os DOIS
ajudam o parceiro a realizar o potencial que lhe cabe, sentem-se como se eles próprios
também estivessem alcançando o sucesso. Quando alguém que ajudam têm êxito, lhes é
igualmente poupado o risco de perder a boa reputação. Os DOIS participam da fama por de
trás da cena. Foram eles que mexeram os pauzinhos. Foram eles que fizeram acontecer; e
conseguiram isso sem ter de correr o risco de um fracasso público.

Mas uma dupla de DOIS é uma “armação”. Cada um deles está pensando: “Estou sendo
forçado a ir na frente”. É embaraçoso descobrir que você teme a humilhação pública. Ter
exposta a dependência que tem em relação às outras pessoas faz o DOIS sentir raiva. Pode
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surgir uma situação de impasse. Cada qual quer que o outro seja o empreendedor. Cada qual
prefere ajustar-se e dar o suporte. Cada qual está esperando ser motivado e ambos estão
entediados porque não há nada que fazer. Cada qual está impaciente com o outro, porque
nenhum dos dois sabem quem deve ser, sem que as necessidades de alguma outra pessoa
sirvam de catalisador para isso.

Ocorre acesso de raiva à medida que necessidades reprimidas despontam. Pedir ajuda
dá uma sensação de desconforto. Esse casal pode, contudo, unir-se entorno de um
empreendimento em comum. São capazes de administrar um negócio ou de resolver um
problema de família juntos. Sob a forte pressão de encontrar a própria identidade no outro,
ambos dirigem a atenção para outro lugar. 23
Os dois parceiros deixam-se absorver por outras pessoas; se não puderem juntos
erguer-se contra o mundo, ou se não puderem ajudar-se mutuamente, buscarão inspiração
fora de casa.

Precisam redirecionar a atenção para si mesmos, por mais doloroso que isso possa ser.
Precisam honrar as próprias emoções. Ver os próprios potenciais, ainda que os DOIS tenham
de enfrentar um bocado de terror para fazer isso. “Ter necessidades e carências equivale a ser
rejeitado” – é a fórmula que trazem do passado. Cada um deles deve aprender a ficar sozinho
em vez de procurar exteriormente alguém a quem ajudar.

Casais de DOIS devem redefinir a ideia que fazem do relacionamento. Relacionar-se não
significa negar as próprias necessidades. Não significa a renunciar a ser um indivíduo. Não
significa sair de dentro de si mesmo. Servir aos potenciais do parceiro ou cônjuge só é capaz de
construir uma metade do relacionamento; a outra metade consiste no desenvolvimento da
própria pessoa. Uma dupla de DOIS são frequentemente amigos e mais raramente parceiros e
amantes. Como amigos, podem se incentivar reciprocamente a receber.

O Dois com o Dois: dois Dadores juntos no trabalho

Ainda que uma dupla de DOIS não apareça frequentemente numa relação íntima, não
raro combinam muito bem no trabalho. Ambos são capazes de servir a uma tarefa como se
esta fosse uma terceira pessoa. As tarefas têm necessidades, as tarefas fornecem identidade e
as tarefas têm combustível emocional. Os parceiros talvez concorram um com o outro em
torno da própria imprescindibilidade, mas a coisa funcionará se cada um tiver uma função
igualmente importante. Essa pode ser uma parceria elegante e produtiva. Duas pessoas que
sabem anunciar e promover, concentradas num esforço em comum.

Os chefes DOIS são bem-apessoados. Querem que as pessoas gostem deles. São
dirigentes agressivos no caso de decisões que beneficiem a todos, mas, se sentirem que são o
ponto focal da hostilidade, podem tornar-se manipuladores e vingativos. A manipulação atinge
a estrutura de poder, significa passar por cima das pessoas. Na posição de chefe, os DOIS são
capazes de seduzir a elite do poder. Como subordinados, os DOIS são capazes de desacreditar
os companheiros de trabalho afim de impressionar a chefia. Um conjunto claro de limites
torna a manipulação desnecessária. Uma estrutura clara permite que os DOIS sejam diretos.
Os que detêm o poder devem estar cientes de que os empregados DOIS querem ganhar
favores. Na posição de chefe, ajudam os favoritos por meio de acordos privados e apoio
disfarçado. No caso, ajuda a tornar as condições de promoção públicas e transparentes, o que
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elimina os métodos inclusos para subir na hierarquia. Os DOIS precisam de muito apoio inicial
para ingressar numa competição pública. Uma vez que tenham tido êxito no próprio
credenciamento, detêm com orgulho a nova posição.

Todos os DOIS são sensíveis a críticas. Você não pode ser indispensável se comete erros.
Quando o orgulho é ferido, os DOIS procuram defender-se. Esquivam-se do problema: “Não foi
minha culpa”. Encoraje os DOIS com respeito ao futuro. “Temos um problema, mas podemos
administrá-lo. Nossa relação não corre riscos”. É útil distinguir um valor pessoal de um Dador
dos méritos profissionais que ele possa ter. Os Dadores querem ser respeitados antes como
pessoas do que como realizadores.

Os empregados DOIS podem sentir-se tão importantes quanto o chefe; por isso a 24
descrição dos cargos deve ser clara. Se os DOIS se sentem aceitos socialmente, podem ficar
chocados ao descobrir-se excluídos. “Era uma decisão importante. Por que não fui chamado?
Eles deveriam ter pedido a minha opinião. Deveriam ter pedido minha ajuda”. Os DOIS podem
ter a sensação de que estão dirigindo o espetáculo de um canto da sala. O orgulho infla, e eles
se sentem indispensáveis. O orgulho murcha quando não são solicitados. É útil, no caso,
envolver os DOIS em trabalhos específicos, de modo que saibam que têm um lugar seguro.
Certifique-os a respeito do próprio futuro. Se não virem um nicho para si mesmos, podem
tornar-se manipuladores. Esse tipo de empregado é sensível à atenção e à consideração. Se
forem excluídos ou ignorados, é provável que se desloquem para o lado negativo do OITO.

O DOIS talvez faça o jogo do favoritismo, independentemente do fato de estar ou não


em postos de chefia. Gente importante e bonita é digna de atenção. A aprovação não é
estendida ao proletariado. Os DOIS querem aprovação e têm medo de não a obter. Monitoram
aqueles que são populares. Sabem quem está subindo na vida. Para exercer controle,
aproximam-se do poder. Um DOIS raramente se casa com outro DOIS, e os DOIS são capazes
de competir com colegas e companheiros, mas, quando cooperam, podem servir muito uns
aos outros.

O Dois com o Três: um casal Dador - Desempenhador

O DOIS dá atenção e o TRÊS conta com ela à medida que o casal se une para satisfazer as
necessidades do Desempenhador. Mesmo os DOIS com reconhecimento público se ajustarão
de modo a ficar atraentes para o parceiro. Os DOIS trabalham para alcançar a aprovação das
pessoas amadas, enquanto os TRÊS são movidos a obter o êxito pessoal. Esses dois tipos
podem ser muito parecidos um com o outro, mas as motivações de cada um são inteiramente
diferentes. Os Dadores trabalham para ser amadas e os TRÊS amam trabalhar. Esse casal
muitas vezes se associa num relacionamento do tipo “sucesso no amor”. Cada um apoia o
outro profissionalmente, ao mesmo tempo em que o Dador interpreta os sentimentos da
família e se torna o centro emocional doméstico.

A queixa mais comum é sobre o comportamento profissional do TRÊS – trabalho até


altas horas e então retorna para a casa apenas para dormir. Mesmo o DOIS que exerça uma
posição de destaque espera, com plenos direitos, ao lado do telefone. “Onde está a atenção?
Não sou necessária aqui”. Ajuda, no caso, se os Desempenhadores reservarem tempo para o
romance na própria agenda. Ajuda se os DOIS souberem exprimir o que precisam. Se os
Dadores precisarem de tempo e atenção, os Desempenhadores terão de concentrar-se nesses
pontos. Os TRÊS não são deliberadamente negligentes. Fazem com os outros aquilo que fazem
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com si próprios. Os Dadores trazem sentimentos e emoções para o casal, ao passo que os TRÊS
estão basicamente concentrados nas tarefas a fazer. Numa briga, o DOIS se sente superior
porque é mais emocional, enquanto o TRÊS, se sente superior “por causa de tudo o que fiz”. É
útil se os DOIS puderem interpretar os esforços do TRÊS como prova de afeto. Como
sentimentos não são um produto tangível, pode escapar aos TRÊS a vertente romântica do
relacionamento.

Certificados de que são importantes, os DOIS são menos exigentes em relação a tempo.
Esse casal tem muita coisa em comum: uma imagem altamente visível e um desejo de fazer
sucesso. Será uma relação fácil se o TRÊS puser o foco nos sentimentos e se o DOIS não tiver
de competir com um trabalho para obter a atenção do parceiro. 25

O Dois com o Três: O Dador e o Desempenhador juntos no trabalho

Essa é uma equipe de trabalho com alto nível de capacidade. Ambos sabem como
produzir e fazer propaganda. A disposição mais natural coloca o TRÊS como chefe. Os
Desempenhadores contam com a posição de liderança e os Dadores ficam satisfeitos em lhes
dar suporte, desde que a necessidade que têm de receber atenção seja satisfeita. Se um chefe
TRÊS reconhecer a contribuição do DOIS, tudo funcionará bem. Se o chefe, porém, ficar
centrado em si mesmo ou se fizer apenas autopromoção, o DOIS buscará outro candidato a
quem apoiar. Os Desempenhadores sentem raiva quando tarefas são interrompidas e, na
pressa de alcançar as metas, molestam as outras pessoas.

Os empregados DOIS têm a capacidade de suavizar a imagem do chefe. O DOIS não Vê


no uso da imagem uma fraude; é sensível às relações humanas e pode ajudar o TRÊS a
construir uma imagem que funcione.

Os empregados DOIS devem receber atenção e devem ser reconhecidos pelo que fazem.
Se forem ignorados, podem começar a delatar o TRÊS. De repente, as pessoas começarão a ver
no TRÊS um fracassado. Boatos circularão sobre as falsificações do TRÊS. "Ele só tem a
aparência de bom porque vocês não o conhecem". A "verdadeira" história aparecerá. O TRÊS
vai sentir-se abalado justamente na área mais vulnerável da imagem. Ajuda, no caso, se os
chefes TRÊS se lembrarem de mostrar interesse e de ter conversas particulares com os DOIS.
Como os Dadores não pedem e os Desempenhadores não se lembram, a dupla sofrerá um
impasse na comunicação. Os chefes TRÊS deveriam manter um contato permanente com os
empregados DOIS. O DOIS não trabalha bem no vácuo. Trabalha pelas pessoas e não pelas
tarefas em si.

O chefe DOIS gosta de ser apreciado e pode ter dificuldades com os TRÊS competitivos.
Os TRÊS passam ao largo da autoridade. Querem ser a autoridade. Querem o trabalho do
chefe e podem ser insensíveis em relação aos métodos que usam para obtê-lo. Os empregados
TRÊS podem ser confrontadores e abertamente competitivos, o que faz o chefe DOIS sentir-se
desapreciado. O importante para os DOIS é que eles estabeleçam limites. Os TRÊS devem
conhecer o alcance da tarefa, senão romperão barreiras, usurparão território alheio e
redefinirão objetivos. Os TRÊS podem ser excessivamente dominantes se o ímpeto que têm
para o sucesso não estiver adequadamente contido. Será bom que os chefes DOIS concedam
um pequeno domínio de influência aos empregados TRÊS, lembrando-se de estabelecer limites
e de não elevar demais as metas. Com chances saudáveis de se promover, os empregados
TRÊS provavelmente se apropriarão das habilidades que o DOIS tem para lidar com as pessoas.
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Os empregados TRÊS estão em sintonia com aquilo que serve ao produto. Porém, como um
exemplo do estilo administrativo do DOIS, o TRÊS aprenderá o valor de satisfazer às
necessidades alheias.

O Dois com o Quatro: um casal Dador- Romântico

Esse relacionamento é como uma dança. Os parceiros seguem um padrão de vaivém nos
relacionamentos. Cada qual recua quando o parceiro está disponível. Cada qual sai em
perseguição quando o parceiro desaparece. Essa semelhança cria um interessante passo de
tango romântico. Você se chega, eu me afasto. Você se afasta e eu já quero você de volta. 26
Cada um aprecia a capacidade de sentir do outro. Eis, por fim, a possibilidade de ser satisfeito
emocionalmente. Esse casal é capaz de concretizar o amor romântico sem nenhum
acanhamento. Formam par numa dança de distanciamento emocional, porque, no fundo, cada
um deles têm medo de comprometer-se.

Esse casal compartilha a ilha DOIS-QUATRO no diagrama. Cada um verá uma parte de si
mesmo dramatizada no estilo do outro. O DOIS, ao se mover para o ponto de segurança em
QUATRO, sente-se livre para buscar autenticidade nos compromissos. Tudo bem em ser
dramático. Tudo bem em ser egoísta, em ser você mesmo em vez de se dar a torto e a direito.
O DOIS vê um exagero das próprias vivências emocionais no modo de ser do Romântico. Os
QUATROS são pessoas capazes de tornar públicas as emoções, de pôr os sentimentos à frente
de tudo.

Os QUATROS ficam estressados quando têm de buscar outras pessoas e podem sentir-se
despojados por ter de atender necessidades alheias. Apreciam a capacidade que o DOIS têm
para ganhar os outros, mas também veem no flertar e no adular do mesmo DOIS uma falta de
profundidade emocional. Se o QUATRO rejeita, o DOIS vai atrás, deleitando-se com o desafio
dos obstáculos inerentes ao relacionamento. A força do DOIS está no perseguir. Mas, se o
QUATRO se volta e se torna disponível, o DOIS se intimida.

A dança se completa quando os parceiros concordam em se comprometer. Com o


compromisso, o padrão do "ata-desata" se encerra. Ajuda, no caso, se o DOIS for capaz de
descobrir em si sentimentos autênticos, em vez de mudar de máscara a fim de agradar. O
problema dos Dadores é o medo de ser vulgar. "Será que o QUATRO vai me abandonar se eu
for eu mesmo"? O QUATRO precisa questionar o ímpeto que tem de criticar. "Por que vejo as
falhas quando o meu Dador está comigo"?

O Dois com o Quatro: O Dador e o Romântico juntos no trabalho

O clima emocional do ambiente de trabalho será importante. Os QUATROS gostam de se


sentir especiais e os DOIS cultivam relações de todos os tipos. Provavelmente, haverá uma
ambientação incomum e uma atenção inusitada para com as pessoas. Mesmo na anonimidade
de uma fábrica, será dada atenção à vida pessoal. Esses tipos tendem a saber a respeito da
vida pessoal do outro. Não é uma forma de ficar à toa e passar o tempo; é, antes, uma
motivação. É um sinal positivo sentir-se parte da família de outra pessoa; o lugar de trabalho
pode ser um lugar que transmite essa sensação de comunidade. No almoço, você escuta a
história dos outros e conta a sua; todos aqui se conhecem mutuamente.
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Os chefes DOIS usam a própria persona na conduta dos negócios. Isso pode ser
repugnante para os QUATROS. Parece uma forma de puxar o saco ou de vender-se por um
tapinha nas costas. Na visão do QUATRO, o ponto de estresse em DOIS parece uma exposição:
"Como é que ela pode ser tão óbvia quando tenta chamar a atenção"? "Que falta de gosto ser
tão necessitada"! "Por que ele precisa ser amado"?

Sentindo-se criticados, os chefes DOIS talvez tentem achar uma necessidade a satisfazer.
O empregado QUATRO precisa de apoio, atenção, ajuda. Os empregados QUATROS, contudo,
podem ver nisso um meio de o DOIS checar erros e falhas ou de ser por ele desfavoravelmente
comparado aos demais funcionários. Se os QUATROS se tornarem competitivos, será melhor
lhes dar um território próprio, delegar e retirar-se. É útil selecionar os Românticos para tarefas 27
especiais, numa área que lhes pertença, alguma coisa de singular para a qual tenham vocação.
Um DOIS com o desejo de sentir-se indispensável e um QUATRO com o desejo de sentir-se
diferente se tornarão concorrentes. Essa desigualdade pode ser dissipada se o QUATRO for
respeitado como autoridade numa área específica de atividade.

Os chefes QUATROS gostam do status que desfrutam. Uma combinação como essa
permite que os DOIS ajudem. Os empregados DOIS gostam de ser indispensáveis e de
satisfazer aos desejos de um chefe que administre com estilo e instinto inconfundíveis. Os
QUATROS recompensam pessoas que sejam "compreensivas". Os DOIS perceberão que o
chefe é temperamental e aprenderão a agir de acordo. Se o chefe ficar totalmente absorvido
pelo trabalho ou pela própria vida particular, os empregados DOIS se sentirão ignorados. É
arriscado, porém, ignorar pessoas que são indispensáveis no local de trabalho. Os Dadores
vingam-se retraindo-se; talvez não mostrem estar com raiva, mas, de repente, nada mais
parece estar na programação. Uma vingança típica do DOIS é dar apoio ao trabalho de outra
pessoa. O chefe Romântico vê os empregados trabalhando para ele, mas, na verdade, os DOIS
não trabalham para, trabalham com alguém. É útil fazer o DOIS sentir-se francamente
essencial. Os DOIS precisam saber que não estão sendo ignorados; precisam saber que a
mudança de humor do chefe é algo de puramente pessoal e não está dirigida a eles.

O Dois com o Cinco: um casal Dador- Observador

Essa é indubitavelmente uma atração entre opostos. O CINCO é o tipo mais contraído do
Eneagrama e o DOIS é o mais expandido em direção aos outros. Os DOIS são atraídos pelo
autodomínio e pela calma dos CINCOS. O distanciamento emocional é a antítese dos
sentimentos grandiosos, que são característicos do DOIS.

Os CINCOS transpiram uma sensação de quietude e de interiorização, de tranquilidade e


de estabilidade. É como se concedessem aos outros a permissão de levar a sério a solidão
interior. Os Dadores percebem que há "alguém lá dentro", alguém que reflete e que toma
decisões por si mesmo, em vez de buscar a própria identidade modificando-se a fim de aplacar
as necessidades alheias. Os Observadores estão livres para seguir o próprio caminho,
independentemente dos desejos alheios. E o mais precioso disso tudo para o DOIS apegado
aos relacionamentos é descobrir que o distanciamento emocional produz uma relativa
imunidade em relação às opiniões alheias.

Pelo lado do CINCO, a atração será a franca generosidade que os DOIS não raro exibem.
A disposição do DOIS para envolver-se com a vida e com atividades é irresistível para pessoas
propensas a manter distância. A configuração mais comum mostra o DOIS como o socialite do
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casal. Pode haver a impressão de que o DOIS fala em nome do casal em festas e reuniões,
enquanto o CINCO, mais contido e mais cerebral, espera que a conversa passe para um tópico
de interesse intelectual. Sem dúvida, é mais fácil passar uma tarde informal com o casal do que
sozinho com o CINCO, a não ser que você venha a compartilhar um interesse com ele. Se o seu
interesse coincidir com o do CINCO, é provável que a tarde seja repleta de informações, mas
raramente a conversa se desviará do interesse que vocês compartilham.

Pode parecer que o DOIS e o CINCO pertencem a espécies diferentes. O DOIS é daquelas
pessoas que "saem" e "experimentam coisas" e que gostam de festas cheias de rostos novos.
Alguém que, curiosamente, parece gostar de conversa fiada e que proclama serem os
sentimentos uma fonte valiosa de informação. No casal, cada um opera a partir de 28
perspectivas supreendentemente distintas. Os DOIS buscam as pessoas a fim de interagir e
socializar, ao passo que os CINCOS se afastam a fim de analisar e pensar. Essa dinâmica pode
produzir uma vida equilibrada, na qual um demonstra a razão de ser da própria visão de
mundo, ou pode transformar-se num cabo de guerra, no qual o DOIS reclama contato
emocional e o CINCO se contrai e se retira.

Se a separação se solidificar, cada qual verá no outro "o problema". O DOIS verá no
recolhimento e no estilo de vida minimalista do CINCO, provas de privação e carências
emocionais. Alimentado pela necessidade de encontrar identidade através da satisfação de
desejos alheios, Os DOIS são atraídos pelo desafio de superar os obstáculos a um
relacionamento. Com os CINCOS, o desafio é patente: abrir os sentimentos de alguém que se
nega a dar importância à emoção. Os DOIS têm um ganho excepcional se conseguem fazer os
CINCOS reagir. O CINCO pode não concordar que o distanciamento equivale à privação. O
contra-argumento à ideia de que grandes sentimentos são a prova de que amamos alguém e
nos importamos com essa pessoa é ver nas oscilações emocionais do DOIS sinais de
instabilidade.

O casal encontra-se em OITO, e isso vai garantir um encontro forte e agressivo, desde
que o CINCO se sinta suficientemente seguro para brigar e para encontrar aqueles sentimentos
que o DOIS justamente vem exigindo. É útil que o DOIS recue um pouco, de modo que haja
bastante espaço emocional para que o CINCO avance.

Os Observadores em relacionamentos de longa duração dizem que tiveram de aprender


a sair de dentro de si mesmos, a permanecer no recinto, mesmo quando ele parece
emocionalmente desconfortável, e a lidar com sentimentos em vez de retirar-se para pensar.
Ajuda, no caso, se os CINCOS não rejeitarem sumariamente sentimentos espontâneos como se
fossem banais. Os Observadores poderiam dar início a um sistema para o manejo das questões
do coração. É justo ponderar sobre um comportamento emocional se está fixado um tempo
para uma futura discussão. Os Dadores sentem-se tranquilizados quando sabem que o assunto
virá à mesa e não será enterrado e esquecido.

O Dois com o Cinco: O Dador e o Observador juntos no trabalho

A diferença entre os tipos pode proporcionar uma relação de trabalho eficiente: a


orientação do DOIS para as pessoas e as respectivas necessidades combina-se à capacidade do
CINCO de trabalhar abstratamente e em isolamento. Cada um tenderá a achar um lugar
apropriado para si, sem precisar dizer muito a respeito. O esquema funciona melhor quando o
objetivo principal é a tarefa e quando cada um aproveita os talentos do outro para servir a um
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propósito comum. Os talentos do DOIS e do CINCO são tão diferentes que o relacionamento
funciona bem, não importa qual dos tipos seja o patrão.

Os chefes DOIS desejarão saber como os empregados se sentem em relação a eles


pessoalmente. Os CINCOS talvez interpretem isso como intromissão, sobretudo se os chefes
DOIS tentam trazer os empregados CINCOS para a cena social. Os chefes DOIS talvez se
preocupem que os empregados CINCOS estão infelizes quando entregues a si próprios,
sobretudo na falta de quaisquer informações sobre a vida privada dos CINCOS. Com o desejo
de ser prestativos, os chefes DOIS podem violar os limites do espaço pessoal que permite aos
CINCOS funcionar confortavelmente num ambiente de trabalho.

O DOIS deve preferir concentrar-se nos projetos em curso a bisbilhotar a vida afetiva do 29
CINCO. É útil dar aos CINCOS tarefas específicas e, se possível, salas separadas, e deixá-los em
paz. O chefe ficará contente com a capacidade do CINCO de autogovernar-se e de tomar
decisões. A atenção de um chefe DOIS está muitas vezes voltada para as pessoas mais
influentes na empresa. Os CINCOS são os empregados perfeitos para cuidar das contas
enquanto o chefe está expandindo a base das operações.

Será uma boa interação quando o empregado CINCO puder gerar informações úteis para
o extrovertido chefe DOIS que, em troca, é capaz de prover o serviço inestimavelmente valioso
de evitar que o CINCO lide diretamente com pessoas. Se o CINCO for o chefe, a porta do
santuário pode permanecer, por educação, entreaberta, mas uma aura de inacessibilidade
permeará o local de trabalho. O DOIS se sentirá barrado de uma fonte de presença humana e
de conselhos. Se o CINCO for inteligente, fará do DOIS um representante especial. Os Dadores
são elos naturais entre o público e o poder. Uma boa combinação dos dois teria o CINCO como
organizador do que poderiam ser encontros semiformais com cada membro da equipe de
trabalho, mesmo que tais encontros não sejam estritamente necessários ao trabalho. Esses
encontros são, antes, para solicitar a opinião dos empregados. Uma oportunidade única de ser
ouvido será vital, uma vez que o chefe CINCO não é nenhum modelo pessoal nem para
interações e nem para cooperação. Os CINCOS deveriam também aprender a tolerar encontros
em grupos, nos quais os empregados falam diretamente uns com os outros.

Falta de disponibilidade por parte do chefe CINCO pode gerar descontentamento entre
os empregados. "Onde está a liderança quando você precisa dela"? A ideia por trás desses
encontros semiformais é estabelecer um espaço onde se possa tratar os conflitos. Se o CINCO
fugir sob fogo cruzado, O DOIS talvez possa interferir em nome do chefe que teme confrontos.
Porém, se o CINCO fugir do DOIS, o DOIS abandonado saberá protestar em voz alta.

O Dois com o Seis: um casal Dador- Patrulheiro

Uma interação típica mostra o DOIS se dirigindo para o Seis a fim de desarmar o medo
da intimidade. A dúvida do Seis pode tornar-se um catalisador para o Dador, que gosta de
superar os obstáculos ao relacionamento. A mensagem será: "Acredite em mim. Acredite em
nós". As atrações iniciais mostram o DOIS querendo ajudar o parceiro inseguro e o Seis
aprendendo a sentir-se seguro com esse nível de atenção do DOIS. Ajuda quando os Dadores
apoiam os projetos de corrigir injustiças que parecem importantes para o parceiro SEIS. Dessa
maneira, o SEIS pode acreditar nas intenções do DOIS, porque os esforços estão voltados para
uma causa digna.
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Pode ser mais difícil tornar o Patrulheiro bem-sucedido pessoalmente. Com medo de ser
autoridades conhecidas, os SEIS talvez vejam na ajuda do DOIS interesses pessoais dele
próprio. O cético SEIS pode perguntar a si mesmo se o DOIS, de fato, quer fazer o bem. O SEIS
pode sentir-se usado como o veículo de ambição do DOIS. Já estressado pela exposição e pelo
sucesso público, o SEIS pode sabotar os esforços, não correspondendo às expectativas do
DOIS. O SEIS pode ficar entre a cruz e a espada, sente-se confortado pelos cuidados e pela
preocupação do Dador, porém sente-se frustrado pela dúvida quanto à autoridade desses
agrados. O SEIS pensará que o DOIS espera algum resultado e poderá, em vez disso, rebelar-se.
Frustrado quando os resultados esperados deixam de se materializar, o DOIS se tornará
vivamente crítico em relação ao avanço hesitante do Patrulheiro rumo aos objetivos traçados.
30
A desconfiança mútua poderá ser reduzida se o SEIS for capaz de separar os objetivos
pessoais daqueles que são privilegiados pelo DOIS e se puder estabelecer os objetivos pessoais
como a prioridade. É útil, no caso, que o SEIS se lembre de ser expansivo fisicamente e que
aprenda a aceitar honestamente os afetos pretendidos pelo DOIS, em vez de rejeitar a
cordialidade natural deste como se fosse pura bajulação.

É importante que os DOIS descubram se a ajuda que oferecem é altruísta ou se atende a


interesses próprios. A dúvida do SEIS se concentrará no desígnio inconsciente do DOIS de dar
para receber. É de interesse que os DOIS encontrem profissões e atividades próprias. Os SEIS
sabem dar um apoio extraordinariamente fiel aos esforços da família.

O Dois com o Seis: O Dador e o Patrulheiro juntos no trabalho

Essa é outra parceria baseada em diferenças. Os DOIS são atraídos pelo poder, e os SEIS
são indecisos em relação a tornar-se ou não uma autoridade. Num contexto de reparação de
injustiças sociais, na reversão de um negócio em bancarrota ou numa causa popular que esteja
sendo bombardeada, os dois formam uma aliança natural. Ambos os tipos são bons líderes
quando estão aliados a uma causa em que acreditem. Os DOIS querem que os potenciais de
valor floresçam e os SEIS identificam-se com a luta.

Conflitos provavelmente ocorrerão numa estrutura " regular" de trabalho que desperta
interesses pessoais e competição em lugar de um altruísmo devotado. A razão para isso é que
ambos os tipos são propensos a vacilar quando assumem cargos de liderança por muito
tempo: o SEIS devido ao próprio estresse nos aspectos do desempenho do ponto de risco em
TRÊS e o DOIS porque quer que todo o mundo goste dele. O chefe SEIS desejará garantir a
lealdade dos empregados e ficará perturbado se o DOIS se modificar a fim de agradar um rival
poderoso. O DOIS, mais experiente em termos sociais, tentará tornar-se atraente para quem
quer que lhe pareça digno, o que levantará as suspeitas do Patrulheiro. O chefe SEIS pensará:
"Onde é que fica exatamente a lealdade desse empregado"? "Pode-se confiar a ele
informações delicadas"? Ambos os tipos podem facilmente acreditar-se alvo de qualquer
animosidade que circule livremente no local de trabalho. O chefe SEIS tentará descobrir a
fonte da dificuldade a fim de eliminá-la e o DOIS tentará fazer amigos.

Um empregado DOIS pode interpretar a hesitação do chefe como falta de aplicação no


trabalho. Os Dadores ficam confusos com a "mente cética" do SEIS, porque os DOIS
geralmente confiam impulsivamente nas pessoas; mas, para o SEIS, a confiança constrói-se
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muito lentamente. O DOIS pode também perceber o potencial do chefe e, se esses talentos
não se materializam, o empregado DOIS se sentirá ameaçado e buscará uma aliança
profissional importante em outro lugar.

Os Patrulheiros querem tratar todos de modo igual. Talvez achem que não é justo
estimular qualquer empregado individualmente ou "manipular" pessoas para que sejam mais
produtivas. O SEIS perde uma grande oportunidade ao não cultivar a amizade dos Dadores
com uma atenção pessoal. O DOIS precisa sentir que exerce uma influência privada para
sentir-se seguro.

Os empregados SEIS leais são capazes de ver o surgimento de problemas quando ainda
estão distantes. Nessa parceria, os chefes DOIS podem, então, entrar em ação com as próprias 31
habilidades políticas e pessoais, a fim de repelir o perigo. Se o SEIS ver o chefe preocupado
apenas com os próprios interesses e, portanto, como um elemento de perigo, o DOIS se
defrontará com a possibilidade de uma coalizão secreta com o propósito de desmascarar a
autoridade.

O Dois com o Sete: um casal Dador- Epicurista

Eis um casal, por excelência, que gosta de divertir-se. Os Dadores querem ajudar os
Epicuristas na realização de planos e compartilharão o entusiasmo que os SETES trazem para o
relacionamento a dois. A visão do SETE será muitas vezes o centro da vida emocional do casal.
Ambos compartilharão a esperança de um brilhante futuro juntos.

Os dois tipos têm interesses abrangentes: O DOIS por causa dos muitos eus e os SETES
em consequência do pensamento multiopcional. O casal sente-se atraído para o que há de
melhor nos entretenimentos e nos eventos em curso. O Dador se concentrará nos talentos
potenciais do SETE, mas também verá a dor oculta do SETE. Os Dadores ficam fascinados pelo
exterior radiante dos SETES e mais atraídos ainda pelo fato de que os SETES são, no fundo,
insatisfeitos. Os Dadores não raro interpretam a gula do SETE por experiências como revelação
de uma busca de profundidade emocional.

Os DOIS vêem que os SETES precisam de um enfoque. Tampouco se deixam iludir por
alguns dos planos dos SETES. Os Dadores podem sentir-se como que chamados a tornar o SETE
uma pessoa totalmente produtiva e a curar os medos que ele oculta. Em troca, os Dadores
recebem do SETE aventura e atenção. Os SETES sabem ser charmosos não só como parceiros,
mas também como ideais românticos.

Ambos os tipos são otimistas. O charme do SETE e a sedução do DOIS produzem um


casal atraente. O SETE é voltado para si mesmo e sairá em busca dos próprios interesses, quer
o companheiro esteja por perto, quer não esteja. O DOIS inteligente se ocupará dos interesses
dos muitos eus, em vez de ficar esperando em casa. Ambos sabem desfrutar uma
multiplicidade de atividades; por isso, sempre haverá algo de novo para desfrutar. Se lhes
derem liberdade, os SETES saberão enfrentar os compromissos. O compromisso é possível
desde que o SETE não se sinta limitado.

Ambos são pessoas naturalmente sedutoras. Cada qual gosta, ao menos, de considerar a
possibilidade de outros parceiros. Ajuda, no caso, assentar o relacionamento num
compromisso sério e determinar quanta atenção cada um dos parceiros precisará receber de
fora.
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Ambos os tipos são cautelosos em relação a um contato prolongado: o SETE sente que
tal contato poderá limitá-lo, enquanto o DOIS sente que poderá expô-lo. O SETE escapa para
ocupações prazerosas. O DOIS então sente-se desafiado e persegue o SETE. O DOIS pode
querer mais atenção do que a que o SETE sabe dar com facilidade. O DOIS pensa: "Os planos
parecem mudar tão facilmente. Será que o meu parceiro vai ficar junto de mim"? Pode surgir
uma crise em torno da atenção dada e recebida. O DOIS verá diante de si alguém
inconsequente e superficial e o SETE verá um entrave emocional. Se o DOIS exigir atenção, o
SETE racionalizará: "Isso nunca foi combinado".

O casal alia-se no otimismo, ambos querem saber que a vida será legal. É útil se ambos
puderem concentrar-se mais em sentimentos reais do que em ideias conhecidas. Ajuda 32
quando o casal se une na aventura de passar da fascinação para profundidade emocional.

O Dois com o Sete: O Dador e o Epicurista juntos no trabalho

Essa é uma combinação profissional bastante popular. Enquanto o SETE tem as ideias, o
DOIS as faz acontecer. No lado positivo, a visão de futuro do SETE acopla-se à administração
competente do DOIS. O perigo é que nenhum dos dois seja capaz de conduzir um projeto a
uma conclusão vitoriosa. Os Epicuristas têm o melhor momento nos estágios iniciais do projeto
e, a partir daí a energia começa a decair. Os Dadores têm o melhor desempenho quando
apoiam um líder forte, alguém que produza resultados tangíveis.

Um empregado DOIS, se tem um patrão SETE, pode tentar implementar todas as


opções, na esperança de estar satisfazendo uma necessidade. O SETE pode estar simplesmente
pensando em voz alta, o que animará para o DOIS um bocado de trabalho pesado e rejeição.
Os SETES muitas vezes não são líderes fortes. Se perceber isso e também se sentir
negligenciado, o DOIS poderá tentar maquinar um negócio melhor noutro lugar. Os DOIS não
perdem tempo com pessoas que não têm capacidade de apreciação.

Se o SETE estiver narcisicamente preocupado consigo mesmo e o DOIS estiver infeliz,


nenhum dos grandiosos projetos do SETE terá resultado. Quando os planos mudam
rapidamente e as metas não se materializam, o DOIS se sente ineficiente. Se não houver
nenhum vínculo pessoal entre os dois, o empregado DOIS buscará outro nicho na organização.
O DOIS, quando insatisfeito, tirará proveito do sistema a fim de encontrar uma saída elegante.

Os chefes DOIS devem colocar os empregados SETES em posições onde eles fiquem a
salvo do tédio. Os SETES trabalham duro, contando que ainda possam aprender alguma coisa
ou estejam sendo desafiados. Os chefes DOIS talvez percebam a natureza escorregadia do
SETE e fiquem preocupados com a produção e com os prazos de entrega. Podem também
sentir que a própria autoridade está sendo ameaçada. "O que os meus superiores vão pensar
se esse empregado escapar dessa impunemente"? "Como é que eu posso ter controle sobre
meu empregado e ainda por cima fazer com que ele goste de mim"?

Quando em dúvida, o DOIS ou faz amizade e aliança com os empregados ou então se


afasta e os isola. No caso, ajuda a ambos os tipos se o chefe esclarecer as consequências de
um atraso. O charme, a racionalização e a "reemolduração", típicas do SETE, desaparecem
todas em face de uma data-limite.
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O Dois com o Oito: um casal Dador- Patrão

Esse casal guia-se pela sedução do DOIS e pelo poder do OITO. O Dador vai ao encontro
de outras pessoas tentando ser agradável e o OITO vai de encontro aos outros tentando
descobrir a verdade. O desejo de ser o centro na vida do parceiro é familiar a ambos os tipos,
porque eles têm um encontro no ponto DOIS. Ambos querem atenção, mas o modo de cada
um ganhar essa atenção é radicalmente distinto. Os DOIS ajustam os sentimentos a fim de
satisfazer os desejos alheios e os OITOS insistem que os próprios desejos sejam atendidos. A
troca física é significativa no relacionamento, uma vez que os OITOS são sexualmente
expressivos e os DOIS muitas vezes igualam sexualidade com amor. A atenção será na agenda 33
do OITO. A plataforma da volúpia do OITO exige a satisfação de várias metas e os DOIS
orgulham-se em realizar desejos.

A interação mais comum mostra o DOIS tentando suavizar o OITO e o OITO resistindo.
Isso gera certa atração que pode permanecer em vigor por anos a fio. O OITO, que tem a si
mesmo como referência, recebe muita atenção e o Dador fica concentrado no OITO, o que é
ótimo para evitar que despontem os próprios desejos e necessidades do Dador. Em troca da
ajuda indispensável que os Dadores são capazes de oferecer, os Patrões podem prover uma
proteção poderosa e uma forte liderança.

Seguindo as linhas do Eneagrama, O OITO em segurança pode deslocar-se para a


posição mais empática do DOIS. Não é que os OITOS se "transformem" em DOIS quando se
sentem seguros; o mais certo é que externam a necessidade de atenção, típica do DOIS, de
formas afins ao OITO, seja controlando a vida do Dador, seja oferendo apoio sólido às metas
do DOIS. Mais raramente, o OITO renuncia ao controle e permite que o DOIS dirija o curso do
relacionamento.

Os OITOS "em DOIS" podem ser extremamente generosos. Mostram afeição procurando
fazer com que coisas aconteçam para os outros. Isso coloca o Dador na desconfortável posição
de ter de receber. Pode haver a sensação de que o OITO está dominando, mesmo quando o
apoio que ele oferece é inteiramente legítimo. Se os DOIS forem capazes de olhar para dentro
de si mesmos, de descobrir os próprios interesses e de ir atrás daquilo que querem, os OITOS
poderão exercer um poder secundário. Mas, se o DOIS tiver medo de revelar os próprios
desejos pessoais ou se o OITO for, de fato, dominador, o DOIS explodirá, lutará pela liberdade
e cruzará feito bala o diagrama até chegar ao ponto de estresse, que é justamente o OITO.
Muitos casais de DOIS e OITO relatam que hostilidades declaradas podem servir ao propósito
edificante de aproximar o casal. Os OITOS sentem-se mais seguros quando todas as cartas
estão na mesa e os DOIS são assim pressionados a descobrir o que querem.

Outra consequência das hostilidades declaradas mostra o DOIS carente de contato


emocional desaparecendo rapidamente em busca dos braços de amigos ou de outra relação.
Os DOIS que se sentem indispensáveis acharão que foram usados no relacionamento. Deram
tudo de si e não foram apreciados. Agora querem vingança. Um conflito entre um DOIS
enraivecido e um ex-parceiro OITO pode assumir proporções de uma guerra total. O encontro
no ponto OITO pode envolver o casal numa animosidade intensa, lasciva e, não raro,
fascinante.

Os DOIS em OITO podem ser manipuladores mortais. Sem muita experiência com o
confronto direto, podem valer-se de fórmulas mais indiretas de influência pessoal e pressão
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social. Os DOIS querem manter as próprias imagens intactas; por isso apresentaram o OITO
como "o caso". Se o orgulho dos DOIS for atingido ou se eles forem abertamente rejeitados,
poderão levar a público, e em voz alta, as dificuldades que atravessam.

Geralmente, numa crise, o OITO se sentirá traído pela manipulação, reprimirá emoções
ternas e se tornará cada vez mais beligerante. A mensagem é: "Você não é confiável. Não se
meta comigo".

O Dois com o Oito: O Dador e o Patrão juntos no trabalho

A palavra-chave é confiança. Essa parceria é capaz de trabalhar quase sincronicamente, 34


desde que um confie nas intenções do outro e vice-versa. A linha que compartilham no
Eneagrama é habitualmente externada no local de trabalho com o OITO como o manda-chuva
e o DOIS como o elo com a equipe de trabalho. A parceria pode descambar para uma fórmula
de "bandido e mocinho", com o Patrão impingindo coisas e o Dador fazendo concessões. A
aliança será boa quando o DOIS receber atenção suficiente e quando o OITO se sentir bastante
seguro a ponto de abrir mão de certa dose de controle.

Um chefe DOIS terá de ganhar o apoio do OITO. Insistindo numa liderança forte, o
empregado OITO provavelmente se concentrará na imagem pública do DOIS. "Essa liderança é
mesmo legal ou esse sujeito visa apenas aos próprios interesses"? A propensão dos Dadores
em favorecer pessoas que "merecem" parece desonesta para o OITO mentalmente
preocupado com a justiça. Intranquilizado pela possibilidade de qualquer injustiça no local de
trabalho, o OITO simplesmente tentará eliminar tantos controles quanto possível. O chefe
DOIS pode levar a pior numa rebelião crescente. O OITO não está procurando soluções que
salvem as aparências e, por ter muito pouco na forma de imagem pública para defender, pode
ser particularmente ofensivo para tipos orientados para a imagem. É útil estabelecer limites e
consequências claras, tanto para a chefia quanto para a equipe, e documentar acordos. Sem
uma documentação, o empregado OITO pode sentir-se por demais ameaçado para cooperar
integralmente. "Por que dar tudo de si em benefício da gerência"? Os OITOS pensarão: "Talvez
haja segundas intenções aqui. Vamos fazer um teste".

Os chefes OITOS serão amados ou odiados pelos empregados DOIS. Se forem amados,
então a tendência natural do DOIS em querer aprovação da autoridade poderá fornecer ao
OITO um apoio leal. Ajuda, no caso, se os empregados DOIS aprenderem a fazer exposições ou
relatórios completos. Quando a informação não está imediatamente disponível, os OITOS são
capazes de imaginar que há uma conspiração em formação. Os empregados devem prover
mais informação do que parece necessário. É útil também se o chefe OITO puder enviar o
empregado numa missão de pesquisa e descoberta. Dessa forma, o Dador é transformado
num elemento indispensável e o OITO permanece no comando. Se a parceria não se der bem,
o DOIS tenderá a privar o chefe de contatos e informações úteis, buscando refúgio dentro de
uma panelinha escolhida a dedo.

O Dois com o Nove: um casal Dador- Mediador

Os membros desse casal podem parecer iguais. Ambos dizem que adotam projetos e
interesses alheios; ambos dizem que assumem as emoções do parceiro; e ambos se
preocupam em satisfazer desejos. Embora os dois tipos se fundam emocionalmente, fazem-no
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por motivos diferentes. Os NOVES querem uma razão para viver, a qual pode ser encontrada
num casamento, ao passo que o DOIS tenta encontrar a própria identidade através de outras
pessoas. Como ambos parceiros se fundem, cada um deles pode ser profundamente afetado
pelo outro num nível não-verbal.

Os Doadores querem ajudar os NOVES a encontrar um sentido de vida. O Dador será de


especial valia se o NOVE tiver potencial para sobressair-se numa área pela qual o DOIS possa
sentir orgulho. Os DOIS podem também ser atraídos pelas qualidades de delicadeza e carinho
que os NOVES muitas vezes emanam. Os NOVES gostam de afeição, o que permite aos DOIS
ser tão afetuosos quanto queiram. Ambos os tipos podem usar o sexo como forma de
despertar para um contato autêntico, e os DOIS não raro sentem que a atenção sexual é 35
equivalente a amor.

A sexualidade poderia figurar como metáfora daquilo que de melhor os membros de um


casal DOIS-NOVE pode se dar reciprocamente. O DOIS pergunta: "O que você quer"? E o NOVE
responde: "Eu quero você assim como você é". O NOVE presta-se a ajudar o DOIS a diferenciar
o "eu" que se ajustou às necessidades alheias e o "eu" emocionalmente autêntico; o DOIS é
capaz de energizar o NOVE eroticamente.

Haverá uma crise se o DOIS se tornar indispensável e se o NOVE se sentir controlado. O


NOVE desconfiará que está satisfazendo os desejos não assumidos do DOIS e se recusará
obstinadamente a continuar cooperando. Os NOVES reprimem o próprio potencial como
forma de desforrar-se do DOIS e distribuem a atenção para outras coisas. Os DOIS sentem
tédio se os NOVES deixam de realizar o próprio potencial e sentem raiva se a atenção é
retirada. O DOIS se ressentirá ao ver-se forçado a tomar o leme do relacionamento, uma vez
que prefere ser inspirado e conduzido. Sentindo-se abandonado pela falta de iniciativa do
NOVE, o DOIS pode começar a reclamar. Pode-se criar um ciclo doloroso, os NOVES afastam-se
mediante as exigências dos DOIS, o que faz com que os DOIS os persigam com mais vigor, o
que, por seu turno, faz com que os NOVES se enclausurem num silêncio obstinado.

Se o NOVE se tornar turrão ou deixar de realizar o próprio potencial, o DOIS exigirá


liberdade. Temendo uma separação, o NOVE desperta, mas pode também tornar-se
possessivo. Se o NOVE avança, o DOIS recua com sonoras exigências de liberdade, mas o NOVE
pode decidir cortar toda a atenção, o que põe o DOIS louco por reacender a relação. Esse
grave impasse poderá ser atenuado quando os Dadores atenderem às verdadeiras
necessidades dos parceiros.

Vale a pena o NOVE dirigir a atenção para dentro de si mesmo em vez de resistir à
programação de outra pessoa. É útil também que o DOIS saiba que os NOVES precisam de
tempo para decidir. As decisões mais importantes são as últimas. Os DOIS devem pôr a
questão, negociar um prazo e deixar o NOVE sozinho enquanto durar o prazo.

O Dois com o Nove: O Dador e o Mediador juntos no trabalho

Essa parceria talvez seja como introduzir uma centelha numa fonte de energia potencial.
Os Dadores entram em ação a fim de realizar os desejos de outras pessoas e os Mediadores
precisam ser ativados. Essa é uma combinação comum tanto na vida conjugal quanto na vida
profissional. Funciona muito bem quando as agendas dos dois coincidem.
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O NOVE tem uma agenda de vida, mas sabe muito bem enterrá-la em meio a
compromissos secundários. Ela tem uma importância exagerada para o NOVE. É coisa demais
para ter esperanças. É importante demais para ser completada. A mágica do DOIS reside em
satisfazer desejos, em tornar esperanças reais, em tirar as pessoas das cascas. Se as agendas
de trabalho se combinarem, então uma centelha energética ativará o NOVE. O DOIS preocupa-
se em estruturar o potencial do NOVE e o NOVE deixa-se levar pela corrente de energia e de
reconhecimento do DOIS.

O ritmo dos sócios é muito diferente. O DOIS ficará impaciente com o tempo gasto com
decisões simples. Os DOIS são capazes de priorizar mais facilmente que os NOVES e, uma vez
inserido no ritmo de trabalho do NOVE, um chefe DOIS não terá paciência com o passo 36
uniforme do Mediador. Os empregados DOIS talvez fiquem furiosos com as discussões e
encontros repetitivos muitas vezes promovidos pelos NOVES.

Como ambos os tipos se fundem, haverá certa compreensão não-verbal entre eles.
Ambos se preocupam com o tom emocional do local de trabalho. Os NOVES absorvem os
infortúnios emocionais dos outros e terão interesse em ouvir todas as opiniões, com vistas a
desarmar eventuais conflitos. Os DOIS são bons em detectar vencedores em potencial e em
colocá-los em pontos estratégicos na organização.

Como chefe, o DOIS espera mais com o desenvolvimento de pessoas fundamentais do


que com uma estrutura empresarial meticulosa. Luta por uma organização bem consolidada,
que prospere graças a bons cuidados. Apreciará a percepção que os NOVES têm da posição das
outras pessoas. Apreciará também o fato de que, como empregados, os NOVES raramente
competem com o patrão. Os NOVES podem ser muito fiéis a uma autoridade benigna e, em
troca, os DOIS dão crédito e reconhecimento públicos, algo que motiva os NOVES a ir além do
chamado do dever.

Os chefes DOIS geralmente têm favoritos. Os NOVES relacionam-se com a chefia por
meio de estrutura empresarial e talvez se ressintam com a desigualdade de tratamento. Se o
chefe escolher o NOVE para fazer parte do grupo fechado, o NOVE porá a questão de lado em
vez de tomar alguma atitude. Se o NOVE não estiver entre os escolhidos a dedo, a raiva que
não expressa pode gerar problemas com a supervisão. Com desculpas e com uma rotina
produtiva, porém, o chefe pode fazer com que o NOVE volte a trabalhar. Os NOVES
geralmente acomodam-se à situação e tornam-se cooperativos após o conflito.

Os chefes NOVES são eficientes quando há uma definição clara das atividades e, quando
a liderança é eficiente, os DOIS oferecem apoio. Os empregados DOIS podem ajudar o chefe
com informações fundamentais. Sabem colher opiniões das fontes de informação do local de
trabalho, sabem apontar o curso de ação politicamente vantajoso e podem ajudar o NOVE a
reduzir o conflito da tomada de decisões traçando um esquema para o progresso pessoal do
chefe.
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O TIPO TRÊS

O Três com o Três: um casal de Desempenhadores

Essa relação talvez seja uma espécie ameaçada em extinção. Há relativamente poucos
TRÊS em nossos cursos sobre o Eneagrama e os casais de TRÊS são, francamente, uma
raridade. Os Desempenhadores são bem mais comuns nos círculos empresariais e
comparecem em massa aos treinamentos empresariais com base no Eneagrama; mas, mesmo
nesse ambiente, há poucos casais de TRÊS de longa data.

Os TRÊS têm ponto de atração ao longo de todo o Eneagrama. Alguns TRÊS sentem 37
atração por tipos "similares", cheios de energia e desejos de aparecer, tais como os DOIS e os
SETES. Outros TRÊS dizem que são atraídos por parceiros altamente emocionais porque são
diferentes deles. Neste lado do mundo, a associação mais frequente do TRÊS é com o CINCO, e
a razão declarada é o equilíbrio de opostos. Os membros dos raríssimos casais de TRÊS que
registrei dizem que lhes agrada a atitude do parceiro. Tudo parece ser possível e geralmente
eles têm vários projetos em curso ao mesmo tempo. Acham, contudo, que ficam impacientes
com o parceiro e tendem a competir quando estão envolvidos com projetos domésticos; por
essa razão, têm como característica a manutenção de complexos vínculos profissionais, cada
qual num campo específico de atividade. A vida social do casal gira em torno de pessoas que
tenham interesses profissionais semelhantes ou em torno daqueles que estão criando filhos e
gostam de empreender coisas juntos. A orientação social do par é, sem dúvida, para a
atividade. É um casal que faz coisas juntos e que prefere relacionar-se compartilhando
atividades a ficar à toa com a família e com os amigos.

O truque é cada um apoiar as realizações do outro sem cair numa rotina de jogos
paralelos, na qual cada um leva uma vida separada, embora vivam sob o mesmo teto. Esta
pode ser uma situação em que tudo parece grandioso na superfície. Uma vida pitoresca, com
toda aquela aparência de felicidade e de prosperidade, mas sem aquela profundidade interior
dos fortes vínculos emocionais. Os TRÊS dizem que os relacionamentos podem parecer
maravilhosos e, ao mesmo tempo, dar uma sensação de vazio. Talvez encontrem interesse e
entusiasmo para projetos, mas haverá uma crescente indiferença para com a construção de
um futuro. "Mais outro desafio? Temos de fazer esse novo esforço"?

Esses casais falam da necessidade de lidar com certo embotamento emocional que
rouba o desfrute dos resultados dos próprios esforços. Há uma necessidade de acelerar, de
terminar rapidamente e de passar sem demora e sem atrito para a próxima tarefa, a próxima
expectativa, a próxima fase da vida. Tudo deve parecer normal, ser bem-organizado e produzir
resultados úteis, mas, com o tempo, torna-se patente que alguma coisa está faltando. É a
mesma sensação que os SETES muitas vezes declaram sentir quando atingem a meia idade. "Já
não passamos por isso antes? O que nos resta fazer senão repetir as mesmas coisas
indefinidamente?”

A necessidade de voltar-se para dentro de si e de aprofundar-se emocionalmente em


geral manifesta-se como um desânimo com a vida exterior. Os projetos e as alianças
profissionais apressadas parecem superficiais. Você percebe gradativamente que alguma coisa
de vital está faltando, que você está sendo despojado, se os seus esforços não estão sendo
acompanhados por uma gama de sentimentos em relação ao que você faz e por uma
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disposição de absorver, de se deixar afetar, de guardar consigo as emoções que são


provocadas pela sua atitude.

Um relacionamento de dois TRÊS pode ou fortalecer a visão de mundo do


Desempenhador, segundo a qual os sentimentos são incompatíveis com a realização de uma
obra, ou então proporcionar uma ajuda amadurecida para a interiorização do ser.

O Três com o Três: dois Desempenhadores juntos no trabalho

Os TRÊS são altamente cotados na fase de deslanchar um ciclo de negócios. É comum


que sintam prazer em vender e promover produtos, e muitas vezes encarnam o entusiasmo 38
pessoal que pode ser a melhor propaganda de uma empresa. Têm uma afinidade natural com
o estilo empresarial de ritmo e rotação rápidos, que caracteriza a ascensão quase vertical de
um empreendimento em formação. Um projeto novo e potencialmente lucrativo é o território
do TRÊS.

Dificuldade pode surgir quando cada um dos TRÊS tem de superar o outro. Eles são
feitos para um ambiente competitivo, mas, se o sistema de mérito os coloca frente a frente,
podem tornar-se inimigos. Os TRÊS trabalham duro por prêmios e promoções, não tanto pelos
benefícios materiais, mas porque o bem-estar psicológico que sentem depende de uma vitória.
São mais vulneráveis aos fracassos profissionais que outros tipos de pessoas e se protegerão
contra a dor subjetiva da perda de status. Novas oportunidades de trabalho são cultivadas às
ocultas. O TRÊS tem facilidade em abandonar o navio. Contatos e clientes em potencial podem
ser colecionados, escondidos e negociados. Pode não ser evidente, mas a índole competitiva
assumirá uma atitude interesseira, orientada para a vitória a qualquer preço e que pode ser
confundida com a intenção de aumentar a liquidez pessoal. Ajuda, no caso, dar ao TRÊS um
domínio, ao qual darão forma e dirigirão, e encorajá-los ao intercâmbio de informações, desde
que você lhes demonstre com modelos a eficiência da cooperação e atribua status ao êxito de
um grupo ou ao esforço de uma equipe.

As duplas de TRÊS podem também transformar-se em parcerias imbatíveis, desde que as


metas estejam afinadas entre si. Essa é, sem dúvida, uma combinação competente e capaz de
assegurar o progresso de um negócio, desde que seja humanamente possível progredir.
Pensam da mesma maneira, o que é tanto um bem quanto um mal. De positivo, são capazes
de fazer as empresas progredir e, de negativo, são capazes de fazer isso compulsivamente.
Polarizados contra a dúvida e contra o fracasso, os TRÊS sabem ser rápidos na reformulação de
dificuldades iminentes. Talvez queiram fazer manobras afim de assegurar ganhos de curto
prazo, sem considerar as consequências de forma global. São competidores que se mostram e
podem descobrir-se forçando a trela durante a fase de consolidação de um negócio. Tais como
as pessoas, os negócios atravessam fases. Provavelmente, haverá também períodos em que
mais vale contrair-se, reduzir o tamanho; períodos, contudo, que poderão ser interpretados
como fracasso e perda na visão do TRÊS. Os Desempenhadores ficam em posição de
desvantagem durante a reversão ou mudança de política de um negócio, quando se exigem
decisões controversas ou impopulares ou quando é necessário um planejamento meticuloso
de longo prazo.

Os chefes TRÊS terão de ser o modelo da imagem que esperam ser seguida por um
subordinado TRÊS. Os Desempenhadores assumem o semblante do ambiente no qual se
encontram e copiarão o ideal ditado no local de trabalho. Se for exigida a cooperação entre os
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funcionários, então o TRÊS saberá colaborar com êxito. Se houver recompensa pela realização
individual, então o mesmo TRÊS poderá tornar-se altamente competitivo.

Os subordinados TRÊS buscam oportunidades através das quais podem ascender


profissionalmente. É conveniente que essas oportunidades estejam claramente demarcadas
para que os TRÊS não tenham nenhuma razão em manipular as pessoas ou a estrutura na
busca de vantagens pessoais. A diretriz no trabalho pessoal com o TRÊS é assegurar o
reconhecimento público e, ao mesmo tempo, restringir a competição com outros funcionários.
É de utilidade que o sistema priorize a participação em detrimento da competição. É útil
construir sistemas que reflitam a eficiência do trabalho em conjunto mais que a hierarquia e o
poder pessoal. 39

O Três com o Quatro: um casal Desempenhador-Romântico

Ambos se preocupam com a imagem e com o grau de consideração que recebem de


outras pessoas. Os Desempenhadores querem respeito pelas realizações e os Românticos
precisam ser vistos como pessoas distintas e originais. O casal geralmente apresenta-se bem
em público e, muitas vezes, adota um estilo de vida que transpira uma elegância auspiciosa. As
atrações iniciais mostram o TRÊS seduzido pelo drama íntimo do QUATRO, como uma
contrapartida do próprio desejo de ter o reconhecimento público. Do ponto de vista do
QUATRO, a preocupação do TRÊS com eventos mundanos pode ser igualmente sedutora. Os
Desempenhadores parecem perpetuamente concentrados no trabalho, mesmo durante os
momentos privados. Esse posicionamento da atenção pode irritar os Românticos, que anseiam
por uma relação íntima, mas a orientação do Desempenhador para a atividade cria também
um mecanismo de distanciamento psicológico que pode funcionar como atrativo. Os parceiros
QUATROS parecem nunca obter uma atenção suficiente do TRÊS, o que os leva a concentrar-se
no que tem de melhor aquilo que esteja faltando. Eis aqui um exemplo da diferença nos
pontos de vista do casal.

A maior dificuldade do casal terá a ver com as mudanças de humor do QUATRO e com
os sentimentos e emoções reprimidas do TRÊS. Esses são temas recorrentes nesse
relacionamento. O QUATRO tem anseios, enquanto o TRÊS lhe promete mais tempo e depois
volta atrás. Será difícil para o QUATRO fazer com que a imagem da intimidade prometida
assuma uma forma razoável. A indisponibilidade do TRÊS, contudo, pode ser magnetizante,
uma vez que o casal nunca terá bastante tempo junto para tornar a relação banal. Privados da
intimidade, os QUATROS, por outro lado, muitas vezes penetram no terreno dos atos
dramáticos, das recriminações e das profundas depressões, que são justamente o tipo de
exigência emocional que os TRÊS detestam. Os QUATROS supervalorizam a vida afetiva e os
TRÊS a subvalorizam. Pode ocorrer uma crise se o QUATRO competir pela atenção do TRÊS e se
o TRÊS passar para as evasivas, sobrecarregando-se, por exemplo, com outros compromissos.
Ajuda, no caso, se cada um procurar entender a visão de mundo do outro. Por exemplo, é
típico do TRÊS demonstrar que tem compromisso dizendo que trabalha "por nós". Os
QUATROS inteligentes poderiam aceitar essa forma "não emocional" de amar e aprender a
diferença entre usar o trabalho como meio de entorpecer as emoções e trabalhar como uma
demonstração de afeto.

O TRÊS quer ser bem-sucedido aos olhos das pessoas importantes para ele e a
insatisfação do QUATRO pode funcionar como um jato de água fria na auto-estima do TRÊS.
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Em vez de vingarem-se ridicularizando os anseios do espírito do QUATRO ou sentirem-se


subapreciados "por todo o trabalho que fiz para nós dois", ajuda se os TRÊS souberem
penetrar na fascinação que o Romântico tem pelas coisas que estão faltando na vida. Aprender
a sentir todo o espectro de emoções que o QUATRO exemplifica poderia ser a missão da vida
do TRÊS - uma tarefa que poderia tornar esse relacionamento profundamente satisfatório e
não simplesmente bem-sucedido.

O Três com o Quatro: o Desempenhador e o Romântico juntos no trabalho

Eis outra justaposição de elementos diferentes que tanto podem dar apoio um ao outro, 40
quanto ser um desastre no local de trabalho. Essa parceria é capaz de realizar muita coisa,
porque a concentração no trabalho significa deixar de lado sentimentos mais ternos. A
propensão a progredir do TRÊS assegura uma produção uniforme, enquanto os QUATROS
fazem produtos que funcionam antes pela elegância que pela engenhosidade. Essa
combinação trabalha bem quando o QUATRO pode ser apreciado pelas contribuições originais
e ligeiramente controvertidas que se tornam bem sucedidas graças ao suporte do TRÊS. A
parceria fracassa quando os dois competem entre si. Ambos querem reconhecimento e talvez
prefiram competir até o ponto de ruína a renunciar.

Os chefes TRÊS podem fazer coisas por exibição. Os subordinados QUATROS perceberão
a diferença entre fazer alguma coisa porque é realmente importante e fazer aquilo que a
multidão acha bonito. Os QUATROS não gostaram se um jantar de premiação se transformar
numa sessão fotográfica do chefe e tampouco acharão bom, por exemplo, quando reuniões
difíceis forem eficientemente planejadas de modo que não sobre tempo para reações
emocionais. Os chefes TRÊS, que pressupõem que os empregados estejam, tais como eles,
mais comprometidos com a tarefa do que com os sentimentos, deveriam lembrar-se de anotar
a lápis na agenda palavras-chaves tais como "Não gritar" e "Pedir permissão".

Os TRÊS gostam muito de uma produtividade criativa e podem ser cativados por pessoas
que insistam em fazer um trabalho autêntico e significativo. Parece um ato de coragem insistir
que o trabalho seja um reflexo da pessoa que o faz e não que a pessoa se molde a si própria de
modo a encaixar-se na descrição do cargo que ocupa. Os QUATROS muitas vezes preferem
resistir por anos a fio a comprometer-se com um relacionamento seguro ou com jornadas de
trabalho sem espírito. Essa insistência na auto expressão é notavelmente distinta da disposição
do TRÊS de encarar períodos de trabalho enfadonho e entorpecente a fim de ascender
profissionalmente. Qualquer empregado que tenha uma ideia viável para melhorar a eficiência
ou o desenvolvimento na produção receberá estímulos de um chefe TRÊS.

Os chefes Românticos podem ficar desconcertados com a competição manifestada do


TRÊS. A parceria funciona sem atrito quando o TRÊS está bem ocupado, mas pode desmoronar
quando o TRÊS começa a querer impressionar a hierarquia e a equipe. O QUATRO no posto da
autoridade tende a ver o TRÊS como pessoas inaptas e sem tato. Podem até ser inteligentes,
mas não têm estilo. A imagem de uma top model olhando dos pés a cabeça uma jovem
patricinha traduz a ideia do distanciamento social. Que ridícula! Quanto mau gosto ser
pretensiosa! Qualquer chefe que tente barrar um TRÊS promissor e ambicioso deveria esperar
uma jornada astuta. Esse empregado simplesmente tomará a bola, driblará o chefe e tentará
marcar pontos com a elite do poder.
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A sociedade TRÊS-QUATRO são frutíferas, auxiliadas pela entrada de um terceiro


elemento. O TRÊS precisa perceber que é importante respeitar as barreiras sociais com o
QUATRO no posto da autoridade. Os mediadores devem reafirmar o interesse no trabalho,
afastar a impressão de que o TRÊS é um arrivista social desalmado e enfatizar o longo tempo
de serviço do QUATRO. Os empregados TRÊS serão estimulados a respeitar uma posição
inferior que ocupem na organização, desde que os chefes tenham o suporte de uma
hierarquia. Os TRÊS admiram modelos bem-sucedidos e cooperarão mais integralmente se
houver um encadeamento claro de comandos.

O Três com o Cinco: um casal Desempenhador-Observador 41

Os TRÊS geralmente descrevem-se como extrovertidos, e a imensa maioria dos CINCOS


encaixam-se no perfil clássico do introvertido. As exigências de privacidade de um introvertido
criam um desafio para os Desempenhadores, cuja imagem pessoal repousa no
reconhecimento das tarefas que realizam.

As diferenças naturais entre os dois convida o TRÊS a ir ao encontro do parceiro mais


retraído emocionalmente e a comandar a mecânica do relacionamento. Quando, por exemplo,
uma viagem é planejada, é provável que os TRÊS peçam prospectos, sugiram o itinerário e
façam as reservas. Tudo que o CINCO tem de fazer é arrumar as malas e seguir junto.

Essa é uma combinação muito comum tanto na vida afetiva quanto na vida profissional
e, de início, mostra um movimento quase sem oposição rumo ao emocionalmente distante
CINCO. Os Desempenhadores mostram afeição dando tempo e energia a um relacionamento,
o que corresponde aos desejos de um parceiro recluso.

Dizer sim a uma relação afetiva é cheio de dificuldades para os Observadores. É tão fácil
distanciar-se e deixar passar que a contínua presença do CINCO já é de fato um compromisso.
Os CINCO não raro “iniciam” uma relação posicionando-se de modo a ser instigado
emocionalmente pelo outro. Talvez seja preferível ao TRÊS restringir-se, de modo que os
limites do CINCO sejam respeitados, a invadir e, inadvertidamente, causar a fuga do CINCO.

Os Observadores mostram que estão disponíveis de formas não verbais, ou partilhando


alguma informação sobre si mesmos, investindo energia na manutenção do lar e estando
presentes pessoalmente. Entendimentos não verbais parecem funcionar com esse casal. Se
houver mútua atração, o TRÊS busca o CINCO, a não ser que sofra alguma oposição, e o CINCO
compromete-se com a presença física. Essas diferenças óbvias no estilo psicológico formam o
pivô do relacionamento. A necessidade do TRÊS de contato social deve ser equilibrada com os
desejos do CINCO de privacidade e previsibilidade.

O Arranjo mais típico mostra o TRÊS na função de secretário social do casal. O


Desempenhador filtra as mensagens telefônicas e o compromisso do casal, consulta o CINCO
em particular e, então, leva para o mundo exterior as decisões de ambos. A vida doméstica
pode evoluir para um padrão de movimentos paralelos, mutuamente aceitos, no qual cada
parceiro conduz uma vida em separado e se encontra com o outro nas horas designadas para
as refeições e para o lazer da família.

Surpreendentemente, é muitas vezes o parceiro CINCO que faz objeção à frequente


ausência do TRÊS de casa. Uma vez envolvidos, os Observadores podem tornar-se territoriais
dentro da segurança das paredes do castelo e, iguais aos OITOS, podem querer limitar os
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interesses externos do parceiro. Os TRÊS geralmente reduzem as programações a fim de


manter a paz, mas, depois, gradativamente, tornam a ampliar a carga de trabalho. Isso pode
tornar-se numa crise cíclica, na qual os CINCOS ficam amuados e negam comodidade, presença
e sexo, enquanto que os TRÊS se enterram no trabalho, esperando que a dificuldade passe.
Quando os TRÊS se sentem ameaçados, não raro dão mais duro no trabalho a fim de
amortecer os sentimentos. Isso tem o efeito adverso de aumentar a distância entre eles e os
outros.

Essa é uma relação que lucra quando ambos estabelecem sessões para sentar e negociar
compromissos mútuos. Nenhum dos dois parceiros é particularmente fascinado pela
linguagem dos sentimentos e das emoções e ambos os tipos tem problema com a intimidade. 42
O TRÊS temem ser vistos separadamente das realizações e os CINCOS temem ser esgotados
pelas necessidades alheias. Ambos, porém, gostam de compartilhar atividades e de fazer
acordos que exijam uma porção predeterminada de tempo e energia. Os CINCOS podem ser
acessíveis, desde que saibam o que se espera, e os TRÊS sabem expressar-se por meio da ação.

O casal talvez ache mais fácil conversar quando a atenção está desviada para um jogo de
golfe ou para a caminhada numa trilha. Cada qual demostra afeição fazendo coisas para os
seres amados – o TRÊS no sentido literal de produzir sucesso tangível “para nós” e o CINCO no
sentido mais sutil de abrir mão de tempo e espaço privado. É de interesse para essas pessoas,
naturalmente independentes, formular um sistema de negociação que lhes permita ajustar-se
ao estilo de relacionar do outro. Os CINCOS, por exemplo, podem aprender a desfrutar os
prazeres da vida social e os TRÊS podem dispor-se a ser tocados pelo silêncio e pelo contato
sereno.

O Três com o Cinco: o Desempenhador e o Observador juntos no trabalho

Essa é uma das parcerias empresariais frequentemente citadas. O Observador fica


tipicamente posicionado como o analista, deixando para o Desempenhador a função de lidar
com as questões públicas. Os CINCOS muitas vezes apresentam os conceitos e a teoria básica,
que são, em seguida, ampliadas e vendidas pelo energético TRÊS. O Desempenhador dará
início a contatos e cuidará das questões controversas, o que protegerá o Observador do
conflito e de intromissões não anunciadas. Os TRÊS querem na parceria o controle do setor
visível e orientado para a imagem, o que proporciona um contraponto natural para os CINCOS,
que podem chegar a resultados importantes em devaneios privados, mas que, em seguida,
podem achar impossível trazer o trabalho a público. O Desempenhador pode ser o conduto
através do qual as soluções do Observador encontrem mercado.

Os parceiros talvez não primem na resolução de problemas. Ambos reprimem os


sentimentos e ambos evitam os conflitos, o que lhes torna fácil não tomar conhecimento de
verdades negativas. Os TRÊS reformulam o feedback negativos a fim de preservar a imagem
pública e os CINCOS podem simplesmente descartar um assunto embaraçoso. Ambos os tipos
têm uma reação retardada para as emoções. Os TRÊS reprimem as emoções trabalhando e os
CINCOS necessitam de muito tempo para compreender o que estão sentindo. Ajuda quando
um tema difícil puder ser fracionado em fases e quando datas puderem ser estabelecidas para
uma sequência de encontros. Esse dispositivo, aparentemente mecânico, é eficaz para pessoas
que gostam de resolver diferenças metodicamente e não emocionalmente.
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Os CINCOS gostam de distanciar-se e preparar-se para cada fase da negociação e os


TRÊS sabem amortizar os sentimentos negativos com atividades.

Os chefes TRÊS talvez queiram mais informações do internalizado e esquivo CINCO. “Por
que essa funcionária não se apresenta? Onde está a centelha do entusiasmo? Por que ela se
esconde?” Necessitando de reconhecimento pessoal, os Desempenhadores podem sentir-se
depreciados por um empregado que queira trabalhar sozinho e que se recuse a dar uma
aprovação verbal. De parte do empregado, pode haver de fato um comprometimento parcial.
O estilo de trabalho do TRÊS pode sugar os CINCOS até o ponto da exaustão. Quanto mais você
faz, tanto mais o chefe quer. Não há tempo de manutenção, o ritmo é pressão pura. O desejo
do chefe TRÊS em ser reconhecido talvez escape à compreensão do CINCO, deixando o chefe 43
com a sensação de não ser respeitado e o empregado com a sensação de estar sendo coagido
a aparentar interesse. Os CINCOS detestam ser usados para propósitos alheios e se isolam a
fim de conservar a energia. Ajuda, no caso, se os chefes puderem fazer uma programação de
modo que os empregados saibam exatamente o que se espera de cada um deles. Os CINCOS
não se importam de carregar uma carga pesada, desde que saibam exatamente o quanto ela
pesa e qual a distância que terão de carrega-la.

Os chefes CINCOS não se encaixam dentro do estilo interativo do TRÊS. A solução óbvia
de posicionar os Desempenhadores em funções ligados ao público, como propaganda ou
vendas, pode funcionar até certo ponto, mas não satisfará o desejo do TRÊS de ser
pessoalmente validado por uma autoridade. Os TRÊS são intrometidos e os CINCOS detestam a
intromissão. O chefe CINCO opera por detrás da porta e o empregado TRÊS acha razões de
bater à porta, o que se torna fonte de frustrações mutuas. Ao isolar-se os CINCOS podem
tronar-se um chamariz para empregados que querem contato pessoal.

Com frequência, os CINCOS usam a máscara profissional que simula o comportamento


do TRÊS. Uma pose extrovertida permite-lhes operar dentro de uma função profissional bem
ensaiada. Dirigem com confiança quando estão protegidos pelos limites de uma agenda pré-
determinada, e são muitas vezes generosos com tempo e energia quando a atenção está
voltada para o trabalho e não para eles. Os chefes CINCOS terão de ser explícitos no
relacionamento com o TRÊS. Insinuações e sinais sutis simplesmente não funcionarão. Uma
definição precisa das funções e das expectativas ajuda a relaxar a necessidade do TRÊS de
competir por um status privilegiado. Com um objetivo claro em vista, os TRÊS podem
implementar as programações do chefe de forma esplendorosa e extrair o melhor dessa
parceria, com o CINCO no papel de analista, e o TRÊS com o papel de executor de linha de
frente.

O Três com o Seis: um casal Desempenhador-Patrulheiro

Esse não é casal que se encontra com frequência e o êxito que possa ter dependerá da
resolução da tensão entre desempenho e medo de desempenhar. Os TRÊS são sujeitos
ambiciosos, cuja palavra chave nos relacionamentos é “Pare”. A necessidade de parar e
conversar sobre o relacionamento ativará a necessidade do TRÊS em relação ao próprio valor
pessoal. Aterrorizado por sentimentos fortes, pisará no acelerador justamente no momento
em que o mais internalizado SEIS quer parar e discutir as dúvidas que tem.
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Um SEIS inteligente planejará a discussão de assuntos emocionais de modo que coincida


com um período de atividades em comum. Um parceiro TRÊS vive o relacionamento através do
filtro das atividades e terá de receber garantias de que sentimentos e emoções não indicam
um corte brusco em todo prazer e todas as recompensas do trabalho. Do lado do SEIS, a
palavra-chave é “Siga”. Seguir em busca do sucesso, do prazer e da confiança no parceiro. Nos
relacionamentos, o casal oscila ao longo de uma linha no triângulo central do Eneagrama. Essa
linha mostra que os TRÊS duvidam das próprias emoções e os SEIS ficam estressados quando
se exige deles um desempenho.

Num casal, os dois estão em condição de ajudar-se mutuamente de uma forma decisiva.
Os TRÊS sentem-se assustados por relacionar-se com alguém cuja visão de mundo se articula 44
na dúvida. Os SEIS põem em cheque a imagem e duvidam do sucesso, justamente as duas
vertentes da relação das quais os TRÊS dependem para sentir-se bem consigo mesmos. O TRÊS
pode ficar desolado quando vir o SEIS preso a um retorno cíclico à posição de oprimido e
perdedor. Paradoxalmente, ao tentar encorajar o Patrulheiro a dar o melhor de si, o
Desempenhador pode tornar-se o alvo da atenção paranoide do SEIS. Os SEIS ficam
estressados pela posição em TRÊS, o ponto de risco deles. A imagem pública parece uma
armação. Você pode ser atacado e ridicularizado quando está publicamente visível, de modo
que os esforços bem-intencionados do TRÊS muitas vezes parecem uma armadilha ou um
teste, o que aumenta o medo do SEIS em realizar alguma coisa.

É proveitoso que o TRÊS seja capaz de descartar o sucesso como medida de valor
pessoal e de concentrar-se nos sentimentos subjacentes à dúvida do Patrulheiro em relação a
si mesmo. Se lidar bem com o sucesso for conceituado como uma missão de vida que, por
força, deve revelar muitas facetas interessantes da personalidade da pessoa amada, então o
TRÊS é o parceiro perfeito para tornar essa empresa bem-sucedida. Se, porém, o TRÊS repudiar
a dúvida recorrente do SEIS como algo de tolo ou falso, isso muitas vezes indicará uma
incapacidade de olhar para dentro de si mesmo e de reconhecer as próprias ansiedades.

Os SEIS, por outro lado, cronicamente decepcionam-se com o que percebem ser
presunção do Desempenhador que gosta de aparecer. Sem dúvida, cada membro desse casal
encara o sucesso com olhos distintos. O TRÊS sente-se realizado se é capaz de desempenhar
uma função, ao passo que o SEIS sofre de amnésia em relação ao sucesso e precisa ser
continuamente encorajado. O TRÊS sente-se profissional quando obtém sucesso, ao passo que
o SEIS tem sempre de voltar ao começo. Ajuda, no caso, quando o SEIS aprende a concentrar-
se na tarefa sem desviar-se para a dúvida mental. Ao rejeitar as capacidades de desempenho
do TRÊS como superficiais, o SEIS está anunciando a própria incapacidade de manter-se
concentrado nas metas.

O Três com o Seis: o Desempenhador e o Patrulheiro juntos no trabalho

O alinhamento mais natural de talentos põe o SEIS como o criador de ideias originais e o
TRÊS como aquele que as promove com criatividade. Os Patrulheiros são capazes de lidar com
uma ideia controversa ou difícil por um tempo longo bastante para refinar a teoria e preparar
o terreno para um produto ou serviço. Habitualmente, os poderes criativos dos SEIS são
afiados pela adversidade e ele é capaz de abrir mão do reconhecimento imediato.

Os talentos dos Desempenhadores brilham na arena do embalar e do promover


conceitos bem formulados. São bons no farejo do mercado e na adaptação das coisas de modo
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a atender aos interesses correntes do público. Numa parceria entre iguais, o SEIS é muitas
vezes colocado como a pessoa de ideias e expert em casos difíceis, que formula um produto
sólido para ser promovido e vendido pelo TRÊS.

Os chefes TRÊS terão de respeitar as contribuições do empregado SEIS. Os


Desempenhadores têm a fama de lançar-se sobre uma boa ideia sem prestar a devida atenção
às pessoas que contribuíram para ela. Se o SEIS estiver empenhado em ter a parte que lhe
cabe num projeto reconhecido e esse reconhecimento não se apresentar, então o chefe
parecerá uma autoridade opressora, na qual não se pode acreditar. As habilidades do chefe
em ter visões positivas e em liderar por longos períodos do tempo então parecerão atos de
egoísmo que não atentem aos interesses dos empregados. 45
As suspeitas dos SEIS acerca das intenções do TRÊS deveriam ser postas dentro de uma
perspectiva adequada antes que o alarmado empregado SEIS projete o cenário mais pessimista
possível sobre o futuro do projeto. É imperativo que o chefe se lembre de dar crédito, em
especial para a conceituação de ideias. Os SEIS podem ser territoriais em relação às
contribuições intelectuais que fazem e talvez as prefiram valorizadas a qualquer outra forma
de reconhecimento público. O chefe será bem-vindo às luzes da ribalta assim que o Patrulheiro
estiver assegurado em relação aos créditos e a uma posição legítima no futuro do projeto.

Se o TRÊS reprimir os sentimentos e deixar de notar que os outros gradualmente o


percebem como oportunistas, o SEIS provavelmente assumirá a posição de prejudicado e
disseminará uma convocação à luta armada no local de trabalho. Ajuda no caso que o chefe
tenha a capacidade de tratar com respeito esse tipo de convocação, sabendo que
provavelmente se origina de uma base mais ampla na organização e não de um único
Patrulheiro insatisfeito. O TRÊS tem uma tendência particular a subestimar o feedback
negativo, o que apenas atiçará os fogos da oposição dos empregados. Para tirar vantagem do
insight que a linha que os dois têm em comum no diagrama é capaz de oferecer, o TRÊS
lucraria em começar a duvidar da noção que tem de si próprio como um líder popular e em
adotar o modo de questionar-se a si próprio, típico do SEIS.

Um chefe SEIS talvez seja cauteloso demais e preso demais a regras para um empregado
TRÊS ambicioso. Temendo a perda do controle, o SEIS pode ser rápido em apontar intenções
negativas, o que desconsidera os aspectos positivos da competitividade e da iniciativa pessoal.
Os TRÊS são particularmente vulneráveis a ser desconsiderados e rapidamente buscarão
outras oportunidades de trabalho assim que um projeto deixe de oferecer espaço suficiente
para o progresso profissional. Os Desempenhadores distinguem-se numa atmosfera de rápida
rotatividade e expansão, que é, contudo, contrariada pela ambiguidade de um chefe SEIS com
respeito a ser visto. Se os SEIS devem aprender alguma coisa da linha que têm em comum com
o TRÊS no diagrama, é justamente aprender a correr riscos nas formas exemplificadas pelo
TRÊS. Em vez de controlar a lealdade dos empregados por meio de regulamentos, o chefe SEIS
pode tornar-se um modelo de imagem e de eficiência que são admiradas pelos TRÊS.

O Três com o Sete: um casal Desempenhador-Epicurista

Esse é um casal onde as energias se combinam muito bem e são capazes de produzir um
estilo de vida de aventuras bem-sucedidas. Na medida em que o casal partilhe os mesmos
interesses, a orientação do TRÊS para o alcance de metas casa-se muito bem com a mente
multiopcional do Sete. Não haverá queixas de depressão ou de tédio, contanto que os projetos
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se multipliquem, mas o casal talvez não passe muito tempo junto. A não ser que se tome
cuidado em estreitar os interesses de ambos para um propósito comum, esse casal pode
acabar limitando-se a uma atualização semanal das notícias.

Ambos podem supervalorizar as partes divertidas do relacionamento, ao mesmo tempo


em que minimizam os defeitos. Simplesmente não vale a pena fixar-se em assuntos financeiros
ou na disciplina das crianças quando a sua mente quer passar para o dia de amanhã ou para
planos sobre o ano vindouro. Ideias grandiosas em coro com recursos marginais podem tornar
a existência feliz, independentemente do custo. Os membros desse casal podem não se
informar mutuamente sobre o alcance das respectivas dificuldades e, de fato, nem sequer
perceber esse alcance. As limitações indicam pisar no acelerador para ambos os tipos. Os TRÊS 46
enganam-se a si próprios dizendo que está tudo bem e dão mais duro no trabalho a fim de
fugir do fracasso. Os SETES esquivam-se do sofrimento e racionalizam o fracasso com visões
sobre o futuro. O potencial para acumular negligências torna esse casal vulnerável a problemas
externos “surpreendentes e imprevistos”, tais como crises financeiras ou um filho com
distúrbios de comportamento.

Diz-se em tom de brincadeira que, através de um diagnóstico com o Eneagrama, é


preciso localizar com precisão os TRÊS e os SETES porque são tipos que gostam de si mesmos.
O lado favorável de gostar de si mesmo é a concepção positiva. Você tem a expectativa que os
outros ficarão impressionados com você, simplesmente porque você é impressionado consigo
mesmo. O lado ruim de uma autoimagem positiva é certa superficialidade. É difícil ficar
procurando o erro o tempo necessário quando você fez algo que não deu certo. Ambos os
tipos desaparecem quando a imagem pública está sendo questionada: os TRÊS mudam de
imagem e dizem verdades parciais; os SETES mudam de opções e racionalizam a mudança. Há
um acordo tácito para cada um fazer as próprias coisas em vez de usar o parceiro como aliado
no crescimento pessoal.

Ambos os parceiros podem ficar visivelmente ansiosos quando as emoções se


aprofundam. Os TRÊS ficam ansiosos quando amam mais e trabalham menos, porque
sentimento reprimidos afloram, ao passo que os SETE têm medo de perder as opções e de ficar
presos a apenas um compromisso.

Um casal maduro preferirá enfrentar esses medos a enterrá-los em atividades; e,


quando fizerem isso, os TRÊS descobrirão que podem ter em relação ao objetivo de superar as
ansiedades de um relacionamento a mesma perseverança que têm para vencer obstáculos
profissionais. Um primeiro passo acertado para liberar a paranoia suscitada por um vínculo
emocional é estabelecer metas concretas, de curto prazo, tais como tomar uma sauna semanal
juntos ou reservar duas horas por semana para tirar fotografias um do outro.

Quanto aos SETES, eles sabem trazer prazer para o relacionamento. Conceitos tais como
prazer e poder de escolha podem ser libertadores para os TRÊS, que se preocupam mais em
parecer bem do que em sentir-se bem. Os sentimentos não aparecem quando os
Desempenhadores estão trabalhando pela aprovação alheia; por isso a insistência do
Epicurista na satisfação e na liberdade de escolha pode ser um dom dos céus. Casais de TRÊS e
de SETE de longa data descrevem-se como pessoas que juntas “se divertem produtivamente”.
O parceiro SETE terá desenvolvido uma constância de propósito e, no processo, uma parcela
da orientação do TRÊS para produzir terá se tornado prazerosa.
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O Três com o Sete: o Desempenhador e o Epicurista juntos no trabalho

Essa parceria as vezes floresce no início de um projeto e desfaz-se antes da conclusão.


No Eneagrama, os Desempenhadores e os Epicuristas têm semelhanças – ambos trazem uma
atitude progressista ao local de trabalho e ambos mantêm o próprio interesse ampliando o
escopo das operações. Enfocados no futuro, os SETES encaixam múltiplas opções entre si para
formar uma síntese interessante e os TRÊS maximizam os próprios recursos e habilidades
atuais com vistas a um êxito futuro. Cada um manterá em andamento diversos projetos ou
múltiplas dimensões de um mesmo projeto. Você tem de ter vários alvos em mira quando a
sua atenção está engrenada no evento seguinte, na atração seguinte e no projeto seguinte da
lista. 47
Os TRÊS preocupam-se com uma vitória pessoal e aceitarão com empolgação um
trabalho maçante a fim de alcançar esse sucesso. A tarefa em si é importante, mas um título
de prestígio e benefícios financeiros são decisivos. Os SETES assumem em relação à
sobrevivência uma atitude de gourmet. Sabem competir bem, apresentam uma imagem
atraente e não raros são encontrados, ao lado dos TRÊS, como concorrentes de linha de frente.
Os Epicuristas parecem-se com os TRÊS e agem como tais, com a exceção de que, para eles, o
trabalho significa mais aventura do que realização. Gostam de trabalhos que sejam novos e
excitantes e preferem recuar diante de líderes que limitem a liberdade pessoal. Os SETES
procuram trabalhos que produzam bem-estar pessoal e os TRÊS procuram aquilo que
impressione a multidão.

Um chefe TRÊS provavelmente confundirá o entusiasmo do empregado SETE com


disposição para ser burro de carga. Os dois tipos são bons na produção, mas ambos fazem uso
de atalhos, o que pode pôr em risco o controle de qualidade. Os chefes TRÊS querem metas e
resultados, o que pode prejudicar a vantagem do trabalho em etapas no interesse da
eficiência. Como empregados, os SETES também usam atalhos simplesmente para evitar o
tédio. É comum que os SETES tenham interesse no processo de trabalho e economizem tempo
para conversar, para experimentar e para apresentar as próprias opções.

Os TRÊS assumem o comando e os SETES tentar equalizar a autoridade. Desejosos de


expandir a base das operações, os TRÊS progressivamente delegam responsabilidade, o que
alimenta o estilo do SETE de co-gerenciar. Em casos de mediação, é conhecido o dilema que
envolve um TRÊS que tomou a dianteira, na ilusão de que os compromissos estavam sendo
respeitados, quando, na verdade, um SETE “descarrilhou” durante as fases aborrecidas do
projeto. Sem sentir-se intimidado pela hierarquia, os SETES podem partir em novas direções
sem perceber que estão agindo por iniciativa própria. Ajuda, no saco, quando o chefe
supervisiona diretamente a fase final do projeto de um SETE. É sobremaneira importante que
essa parceria formule com precisão as linhas de comando e os trâmites oficiais. Os
empregados SETES, em geral, acham bom ter um líder que focalize a atenção pública, mas
tenderão a trabalhar contornando a autoridade desse mesmo líder, no interesse de assegurar
a própria liberdade.

Os chefes SETES são invariavelmente inspirados e populares durante as fases iniciais de


um projeto. Os SETES bem-sucedidos gostam de delegar poder assim que o projeto esteja
lançado e de posicionar-se no trabalho em rede e de promoção, reassumindo a liderança nas
situações difíceis, mas de um curto prazo. O empregado TRÊS pode ser a pessoa perfeita para
concretizar o projeto desse chefe. Os TRÊS querem cumprir a metas e, se o SETE puder ser
prático e específico, o empregado TRÊS levará a cabo as diretivas do chefe.
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O mal-entendido mais comumente relatado por essa parceria envolve a falta de clareza
nos objetivos. Os SETES que não sabem delegar e geralmente deixam furos na implementação
dos próprios projetos. Os planos modificam-se e surgem novas orientações para os
empregados que pode ser difícil de seguir. O chefe Epicurista talvez não perceba que o
frustrado Desempenhador teve de assumir uma função de gerente a fim de tornar as teorias
do SETE mais coerentes. Se a liderança do SETE for errática ou contraditória, os TRÊS intervirão
a fim de preencher o vácuo de poder. Quando os TRÊS são respeitados nos conceitos
específicos que têm sobre salários e notoriedade pública, essa parceria funciona bem. O SETE
deveria preferir dar ao TRÊS um título e uma função específica a abrir mão da liderança, o que
incita os empregados a criar funções para si mesmos.
48

O Três com o Oito: um casal Desempenhador-Patrão

Esse casal é mais um dos candidatos à lista de espécies ameaçadas de extinção no


Eneagrama. Ambos os tipos estão acostumados a ser o parceiro ativo nos relacionamentos: os
OITOS querem proteger e os TRÊS querem prover. Os OITOS assumem o comando e renegam
os sentimentos mais suaves, ao passo que os TRÊS trabalham duro para amortecer o que
sentem. O poder pessoal é acentuado em ambos os perfis, mas nenhum dos parceiros tem
experiência com o poder da entrega emocional. Em consequência, um avanço no
relacionamento geralmente ocorre quando um dos parceiros enfrenta algum fracasso. Os
casais TRÊS-OITO dizem que a adversidade fez com que um se apoiasse no outro. Os
Desempenhadores percebem que os OITOS lhes são fiéis como pessoas, mesmo quando
ocorre um escândalo ou quando uma imagem pública é danificada, e os Patrões serão
desarmados pelos TRÊS que salvam a situação numa emergência fora de todo controle.

Uma boa combinação mostra o TRÊS e o OITO como confidentes. Seguros das próprias
capacidades e das capacidades do outro, provavelmente serão bem-sucedidos como casal. Os
TRÊS, porém, devem aprender a apreciar. O TRÊS tende a pensar que faz tudo acontecer
sozinho, mas o OITO apaixonado exibe tendências marcantes do Dador. O Patrão precisa de
confirmação e de atenção assim que a casca externa mais dura se dissolve. Esse casal une-se
na atividade e na ação, mas as áreas do sentir e do ser são territórios novos a ser explorados.
Um vínculo através do fazer a dois é completamente diferente dos vínculos que se formam no
ser e no sentir. Os sentimentos do OITO despontam quando ele é capaz de renunciar com
segurança ao controle do relacionamento. As emoções do TRÊS florescem num
relacionamento, no qual ele se sinta amado por aquilo que é e não por aquilo que conquista e
produz.

O Três com o Oito: o Desempenhador e o Patrão juntos no trabalho

O TRÊS e o OITO têm estilos de liderança notórios nos Estados Unidos da América.
Ambos os tipos são agressivos e territoriais. Ambos os tipos valorizam mais o produto que o
processo e ambos ficam enfurecidos quando tarefas são interrompidas. É uma equipe de
trabalho imbatível, desde que o TRÊS e o OITO estejam do mesmo lado, mas haverá
garantidamente uma disputa pelo poder se não estiverem.

O estilo do OITO é confronto direto. Não há falsas aparências. Os TRÊS, contudo, sabem
agir como camaleões. Mudam de cor e de posição para que gostem deles e assumem a
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personalidade que se espera deles. Os OITOS constroem uma base forte, estabelecem uma
meta e fazem o lançamento. Os TRÊS são mais astutos: entram em movimento, costuram uma
estratégia com aquilo que está disponível e aprendem fazendo. Como adversários, lutam pelo
poder. Os TRÊS veem os OITOS como tiranos e os OITOS veem os TRÊS como mentirosos.

A situação mais comum mostra o OITO como o chefe e o TRÊS como o produtor de
ponta no campo em questão. Se os TRÊS se sentirem valorizados, a parceria crescerá. Os TRÊS
querem recompensas tangíveis pelos esforços. E um administrador inteligente respeitará essa
inclinação em vez de tentar controlar. Os chefes OITOS desconfiam de qualquer ameaça ao
próprio poder e os Desempenhadores são exatamente essa ameaça. É conveniente
estabelecer diretrizes para os salários e para o status. Os TRÊS são sensíveis às oportunidades 49
dentro de um sistema de trabalho. Querem uma escada para subir e as ambições que têm
podem ser assim canalizadas.

Os chefes TRÊS têm de mostrar equidade. Os OITOS pensam: “Será que se pode confiar
num camaleão? Será que o chefe é leal à equipe”? Os empregados OITOS são uma contestação
à autoridade. “Será que vão me entregar quando for conveniente? Será que o chefe é
honesto? Vamos descobrir”. O OITO pode fomentar perturbações no local de trabalho e o
chefe terá uma rebelião para subjugar. No fundo, a questão toca a integridade da
administração. Os OITOS são incapazes de engajar-se, a não ser que se sintam seguros. O chefe
TRÊS pode ajudar reconfirmando o lugar do empregado OITO no futuro. Os OITOS precisam
conhecer que posição terão nos planos de longo prazo na empresa.

O Três com o Nove: um casal Desempenhador-Mediador

Os Desempenhadores querem impressionar as pessoas íntimas e os NOVES tendem a


fundir-se às ideias alheias. Esse padrão de atração estimula o TRÊS a projetar uma imagem que
arrebate o coração dos NOVE. Satisfeito com a atenção recebida, o Mediador se sentirá levado
a dar suporte ao curso das ações do TRÊS e, assim, fica fácil para o casal colocar metas de
produção como o núcleo do relacionamento. Sedentos por uma meta de vida pessoal, os
Mediadores são muitas vezes animados pelas atividades do parceiro. Os conceitos de outra
pessoa parecem muito mais revigorantes do que a confusão do NOVE costuma relatar ao
confrontar com as próprias prioridades; a consequência é que o NOVE fica enredado por
interesses alheios, às vezes por anos a fio. Os NOVES impressionáveis podem experimentar a
atraente persona pública do TRÊS e pensar: “Eu me descobri. Finalmente, descobri o que
tenho de fazer na vida”. O casal compartilha uma linha no diagrama e essa linha prevê que os
mediadores ganham segurança ao fundir-se com a imagem e com a identidade que um papel
profissional proporciona. Na medida em que as metas do TRÊS são um reflexo concreto das
necessidades íntimas subestimadas do NOVE, um estilo de vida produtivo, capitaneado pelo
TRÊS e compartilhado pelo NOVE, tem possibilidades de surgir.

A linha TRÊS-NOVE do diagrama também sugere que os Desempenhadores se sentem


mal sem uma atividade. Os TRÊS estressados sentem-se incertos quanto às metas, tais como
os NOVES, o que os faz sentir-se ociosos e improdutivos. Os dois parceiros não gostam da
letargia que se instala quando se tem dificuldade de decidir. Os Mediadores temem a
opressiva queda de energia que se dá quando perdem a concentração num objetivo e os
Desempenhadores estabelecem prioridades rapidamente de modo que haja sempre algo a
fazer.
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Sem o leme das prioridades de outro alguém para direcionar as próprias escolhas e
decisões, os NOVES podem cair numa rotina do dia-a-dia que lembra o sonambulismo.
Externam a própria infelicidade diminuindo a energia e reduzindo a participação a obrigações
mecânicas. Talvez não digam não em voz alta, mas a presença e o entusiasmo estão
amortecidos. Uma crise nesse relacionamento pode surgir sem que seja dito muita coisa. A
vida familiar prossegue com o TRÊS sendo atraído para atividades externas e com o NOVE indo
dormir. O TRÊS trabalha duro e o NOVE, muitas vezes com uma agenda igualmente carregada,
seccionou apenas a quantidade de atenção necessária para atender à rotina. Nenhum dos dois
reconhece o dilema. O TRÊS está trabalhando “por nós” e o NOVE está trabalhando para
abafar a própria frustação e a raiva.
50
Por fim, os NOVES que se sentem afastados do parceiro começarão a pensar: “Como
chegamos a esse impasse? Fui eu que escolhi esse modo de agir? Aqui é o meu lugar ou não”?
O questionamento pode tornar-se obsessivo se as prioridades do TRÊS de fato dominarem a
vida do casal. Presos pelo questionamento interno, os NOVES se dirigem ao próprio ponto de
estresse em SEIS e duvidam da validade do relacionamento, mas acham difícil propor soluções.
O Desempenhador chegará a fúria se o questionamento mental do NOVE paralisar as
expectativas futuras da família. Alheio a vontade do NOVE, é geralmente o TRÊS quem toma a
iniciativa, ou enterrando-se no trabalho, ou partindo para outro relacionamento, ou ainda
introduzindo uma mudança.

Os TRÊS são muitas vezes ávidos em dar suporte às “mudanças construtivas”, sobretudo
se um “suporte positivo” aumenta as possibilidades de sucesso do casal. No caso, ajuda
quando o casal compreende o fato de que a busca do NOVE por uma direção pessoal no fundo
vale para ambos os parceiros. Pode ser fácil demais desqualificar a busca por uma posição
interior como autoindulgência; e os TRÊS podem ser de sobremaneira impacientes quando
têm de gastar tempo com questões de compromisso e de existência, em vez de encher o dia
de atividades. “Por que se aprofundar tanto nessas coisas quando projetos de curto prazo
estão acenando? Por que buscar motivações mais profundas quando elas parecem desenterrar
dor e sofrimento”? Concentrar-se na identidade que emerge do próprio ser pode tornar-se
alarmante para o TRÊS, que, à moda dos camaleões, sabe ganhar aprovação projetando uma
persona adequada. Ambas as partes querem que o NOVE desabroche, mas por que leva tanto
tempo?

Um aspecto interessante da busca pela identidade é que os NOVES que se encontram a


si mesmos talvez nunca mudem de carreira nem considerem abandonar o relacionamento. Em
vez disso, poderão de novo sentir-se vitalmente comprometidos com a vida que já
construíram, “uma vida que acabou por tornar-se a minha própria vida, quando fui capaz de
ver que eu a queria”.

O Três com o Nove: o Desempenhador e o Mediador juntos no trabalho

O ritmo de atividades do Desempenhador pode estabelecer automaticamente o padrão


no local de trabalho. O perfil altamente energético do TRÊS é adequado à vida empresarial e os
NOVES em particular admiram pessoas capazes de “encontrar-se consigo mesmas” através de
uma carreira. Orientando-se pelos aspectos positivos da persona profissional do TRÊS, o NOVE
é capaz de desenvolver hábitos de empreendedor e faz isso sobretudo acertando o passo com
as datas de entrega, de modo a estabilizar o próprio nível de energia.
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Em geral, o NOVE gosta das características do ponto de segurança (TRÊS). O NOVE pode
parecer um TRÊS e agir como um TRÊS, mas com algumas diferenças fundamentais: o NOVE
continuará a ver todos os lados de qualquer questão, provavelmente se fundirá as agendas de
outras pessoas e evitará conflitos. Na opinião do TRÊS, esses atributos retardam o ritmo de
trabalho e podem ser vistos como deficiências, ao passo que o NOVE pensa que dar atenção a
outros pontos de vista significa conduzir o negócio com coração.

Os chefes TRÊS tendem a expandir a própria esfera de influência. Assim que um acordo
tenha sido concluído, vem a urgência de passar para um próximo evento. Talvez seja difícil
conseguir a atenção do chefe, a não ser que o assunto tenha relação com a tarefa em curso, o
que torna as demais considerações, tais como a atmosfera no local de trabalho, interditas à 51
discussão. Os próprios NOVES talvez concordem que é prejudicial aos negócios ficar preso no
fogo-cruzado da política no local de trabalho, mas permanece a verdade de que os Mediadores
podem ficar arrasados ao não articular ressentimentos de empregado que o chefe TRÊS é
incapaz de perceber.

Por conveniência, os Desempenhadores tendem a ficar fora de brigas e se tornarão


agressivos se houver interrupção no programa. A diretriz básica é “Mantenham o ritmo” e, se a
política dominante for a de bitolar o campo visual, ou seja, ver apenas a tarefa em si e perder
de vista outras coisas que podem ser importantes, o TRÊS poderá tratar os empregados como
objetos que servem ou não ao trabalho. Parecerá lógico desvencilhar-se daqueles que não têm
valor e conduzir aqueles que têm. Os chefes TRÊS sem habilidade tratam as pessoas em termos
do que podem dar como contribuição à empresa. Os Mediadores talvez sejam os primeiros a
sentir-se ameaçados; mas, como estão empenhados em manter a paz, talvez estejam entre os
últimos a manifestar uma posição. Aderindo à oposição dos empregados, os NOVES verão
todos os lados da questão e demonstrarão insatisfação indiretamente. Simplesmente, as coisas
não serão como o chefe quer.

A indecisão do chefe NOVE pode ser uma ameaça para funcionários que se orientam por
metas, tais como o TRÊS. Na opinião do TRÊS, o processo extensivo de pesquisa e descoberta é
bastante desestabilizante. É como se a compilação de dados pudesse se tornar um fim em si
mesma em vez de ser um meio de facilitar decisões. Informação em excesso sobrecarrega o
sistema do TRÊS; é uma frustração pensar que resultados importantes podem ser
esmigalhados por pensamentos contraditórios. Os empregados TRÊS veem metas concisas, de
curto prazo, e os chefes NOVES veem as maneiras como as metas podem modificar-se sob
condições flutuantes. Essas maneiras distintas de dirigir a atenção podem levar-nos a
encontrar o TRÊS exigindo freneticamente uma conclusão, enquanto o chefe ainda está
examinando provas.

A interferência de uma terceira parte é extremamente valiosa para resolver as


diferenças básicas nessa parceria. Os NOVES têm muito mais facilidade de abrir-se para um
ouvinte seguro do que de lidar com uma confrontação direta e os TRÊS gostam de colocar os
problemas num programa que produza resultados. Ajuda quando cada um é capaz de ver os
aspectos construtivos da estratégia de resolver problemas do outro. Os NOVES precisam
estabelecer prioridades, confrontar e descobrir o valor da liderança assertiva. Os TRÊS
precisam esperar, valorizar os insights alheios e ver a relação que há entre o desempenho e as
necessidades das pessoas.
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O TIPO QUATRO

O Quatro com o Quatro: um casal de Românticos

Esse par talvez seja candidato à lista de espécies ameaçadas de extinção no Eneagrama.
Vi apenas algumas relações íntimas entre os QUATROS, embora os Românticos adorem passar
o tempo juntos e com frequência se tornem o melhor amigo um do outro. Esse status de
melhor amigo é muitas vezes alimentado por uma vocação em comum. Os QUATROS vão
juntos ao teatro, distribuem abaixo-assinados em prol dos direitos da criança, fazem jogging 52
juntos e conversam sobre relacionamentos, choram, vestem-se bem, fazem as pazes após uma
briga. O status de melhor amigo confirma o valor do outro como pessoa que compartilha um
ponto de vista original, o que ajuda a neutralizar a vergonha subjacente de não ser
suficientemente bom para merecer amor. Com o melhor amigo pode também dar-se ao luxo
de ser mais aberto do que com os parceiros íntimos, uma vez que os QUATROS acreditam que
revelar um defeito fatal à pessoa amada levará ao abandono.

Dois QUATROS estão ligados por uma atração pela intensidade emocional que é evocada
pela sensibilidade estética, pela ternura e por tendência igualmente forte à depressão. Um
bom relacionamento é permeado pelo espectro total do sentir. Como poderá a alegria ser
autêntica sem as lembranças sobre a perda da alegria? Não terá o vínculo emocional uma
contrapartida na separação e na dor?

Casais de QUATROS são capazes de alçar a busca por um relacionamento consumado a


um evento de importância extraordinária. Por comparação, um afeto singelo parece um
substituto superficial. “Um relacionamento verdadeiro” deveria ser como um feito artístico.
“Por que é que os outros casais se dispõem a se satisfazer com tão pouco? Onde é que está a
magia? Não podemos deixar que isso aconteça conosco”! Às vezes, os QUATROS são incapazes
de ajudar-se mutuamente porque cada um supervaloriza a própria sensibilidade. Podem até
perceber as armadilhas das expectativas altas demais, mas questionar a busca do amor é como
reduzir o valor do amor.

As necessidades dos Românticos são altamente idealizadas; um relacionamento íntimo


não pode produzir uma bem-aventurança permanente. Momentos de êxtase são transitórios
e, quando se exige demais, certamente algo ficará faltando. O ingrediente que falta para a
felicidade leva os Românticos a um descaminho. A casa nunca tem o tamanho suficiente, o
parceiro nunca é suficientemente ardoroso, o salário nunca é suficientemente generoso, o
café nunca tem suficiente creme. O relacionamento pode tornar-se uma fonte básica de
insatisfação, com anos gastos numa ladainha que insiste que o parceiro precisa mudar. “Não
suporto a ideia de deixar você, nem posso mandar você embora; mas, se você me bastasse,
então eu me sentiria outra; por isso que você é a causa do meu sofrimento”.

Desnecessário dizer que esse fator de incriminação é agravado no relacionamento entre


dois QUATROS. Num caso desfavorável, cada um sofre e cada um vê no outro a fonte do
próprio sofrimento; cada um quer um amante perfeito, e cada um sente-se com defeitos. Cada
um critica o outro como imperfeito, e cada um tem vontade de sumir a medida que as próprias
imperfeições são descobertas. Os dois têm em comum um deslocamento para o ponto UM, o
tipo do Perfeccionista no Eneagrama, e, se o relacionamento íntimo entre eles se deteriorar,
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ambos provavelmente tenderão para o lado negativo da posição de segurança. Os QUATROS


com traços perfeccionistas podem ser cáusticos. Os dois pensam: “Fui ferido e você é quem
tem culpa”, mas leia-se, nas entrelinhas, o medo de ser abandonado. “Tenho medo de ser
rejeitado por ser imperfeito e, para me salvar, vou deixar você primeiro”.

Num caso favorável, esse casal é capaz de manter a chama viva por toda uma vida. Não
precisamos ser QUATROS para sentir a invasão da saudade quando estamos separados da
pessoa amada, mas os Românticos entre nós aprofundaram essa ânsia em si mesmos. Uma vez
ligados, os QUATROS estarão unidos para sempre através dos sentimentos. É preciso anos para
processar todas as nuances de um relacionamento, e os QUATROS provavelmente farão isso
aceitando com amor tanto os beijos quanto as lágrimas. 53

O Quatro com o Quatro: dois Românticos juntos no trabalho

Os QUATROS podem ser empreendedores que se mostram, o que não se encaixa num
estereótipo de uma figura trágica, mas, no fundo, a pulsão que sentem pelo sucesso é muitas
vezes motivada pela suposição de que uma programação de muito trabalho derruba a
depressão. Além disso, os QUATROS precisam de uma prova tangível do próprio valor, e o
sucesso visto pelos outros é um bálsamo para quem tem baixa-estima. QUATROS do subtipo
sexual, se mobilizam contra os adversários, uma característica altamente valorizada no
mercado de trabalho. Todos os QUATROS tendem a pôr um toque de peculiaridade e de
singularidade no que fazem, e mesmo um QUATRO que pertença ao subtipo social será
encorajado por um pensamento do gênero: “Se os outros são capazes de fazer, eu também
posso. O que é que eles têm que eu não tenho”?

Na maior parte dos ambientes profissionais, a expectativa é de que coloquemos de lado


os nossos sentimentos, e, consequentemente, os Românticos podem permanecer
despercebidos no local de trabalho. Numa reunião pela formação de equipe, não é incomum
que os QUATROS se deem a conhecer e então sejam encorajados com olhos redondos de
surpresa: “O senhor? O senhor é aquilo que chamam de Romântico? Eu nunca teria
adivinhado”...

A maioria dos QUATROS oscila entre o impulso de obter sucesso e um desinteresse fatal.
Há uma euforia crescente associada ao desafio, a qual se transforma em desapontamento
assim que o trabalho vira rotina. Subitamente, é como se a empresa fosse infrutífera, como se
os dias fossem todos iguais. Simplesmente não vale a pena o esforço quando tanta coisa
parece estar em falta. Os Românticos são capazes de sabotar os próprios ganhos justamente
no auge do sucesso. Os QUATROS do subtipo social são bastante envergonhados de expor-se
publicamente; ser visto simplesmente não vale o risco de ser humilhado publicamente.

O sucesso assinala o tédio e o medo de tornar-se comum. A situação se tornará tensa se


a criatividade começar a estagnar, pois os Românticos precisam de um toque de mágica para
ser eficientes, aquela espécie de mágica que acontece ao abrir-se mão de toda a prudência.
Como chefes, os QUATROS aprendem a intervir antes que os subordinados Românticos
sabotem carreiras promissoras e os empregados QUATROS astutos atentarão aos detalhes, de
modo que os acordos sejam mantidos. Dupla de QUATROS produzem um ambiente inquieto,
teorias não experimentadas, grandes riscos, pessoal inusitado e missões de socorro emocional.
Dupla de QUATROS produzem bem quando não há competição, mas, a não ser que cada um
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receba uma atenção especial, a competição pode transformar-se em inveja e em ataques de


maledicência dissimulados.

Os chefes QUATROS desenvolvem uma marca pessoal. Preferem inovar a seguir a


multidão. Podem confundir impulsos emocionais com autênticos insights criativos. Os
QUATROS podem esquecer de verificar as próprias intuições com pesquisas. É provável
também que se forme uma panelinha – alguns membros da equipe são interessantes outros
não. Dois QUATROS tendem a ficar envolvidos um com o outro quando são unidos por uma
crise, mas depois, passada a crise, tendem a perder o interesse. A panelinha monta o palco
para uma competição pouco saudável; os membros das equipes sentem-se colocados uns
contra os outros quando a atenção pessoal é altamente valorizada. Como empregados, os 54
QUATROS sofrerão se não estiverem bem cotados e poderão encorajar o caos no local de
trabalho como um mecanismo para ganhar atenção.

O elemento de mediação deveria concentrar-se em garantias estruturais que eliminem o


favoritismo das panelinhas. Acordos fechados não podem ser atendidos em meio à
instabilidade de filiações ou a sectarismos emocionais.

O Quatro com o Cinco: um casal Romântico-Observador

Eis outro casal cujos membros comecem a parecer um com o outro no decorrer do
tempo. Tanto os CINCOS como os QUATROS têm a tendência de fechar-se num mundo
interior, mas essa interiorização tem em cada caso um enfoque totalmente diverso. Os CINCOS
sabem viver num mundo de abstração intelectual e de metáforas mentais que, curiosamente,
parece destituído de conteúdo emocional, enquanto que os QUATROS primam pela atenção
que dedicam às flutuações do estado emocional. O coração e a mente são órgãos de
percepção tão diferentes entre si que os dois parceiros podem sentir-se adulterados ou
incompreendidos quando se expressam um com o outro. O parceiro Romântico talvez pense:
“Minha amada não tem coração”. O Observador talvez sinta: “Minha mente está tomada pela
pessoa que amo”. Os modos de expressão de cada parceiro são tão completamente distintos
que, às vezes, podem sentir-se como navios que se cruzam na noite, invisíveis à presença do
outro.

Apesar dessas diferenças óbvias, os dois compartilham uma visão de mundo imbuída de
significado e muitas vezes ofuscada pelo simbolismo. Ambos concordam que existem
princípios e chaves para significados ocultos que operam sob a superfície dos acontecimentos
comuns, e compartilhar essa convicção pode aproximá-los um do outro. A sensação de que a
vida real é vivida por detrás das cenas e das aparências superficiais não significa que sejam
pensadores mágicos, mas simplesmente que têm a capacidade de habitar um mundo de
percepções pessoais que difere das convicções e crenças predominantes.

Os anos de vida em comum podem sintonizar um aos gostos do outro e vice-versa,


quando a apresentação estética do QUATRO combina-se aos poderes de observação do CINCO,
e cria-se assim uma espécie de distanciamento estético. Cada um expressa-se para o outro por
meio de um estilo de vida imbuído de sentido simbólico. Escolher as cores para um jardim no
outono pode ser uma forma de dizer: “Estaremos sentados juntos nesse jardim quando ele
florir”. A ternura pode ser conscientemente reconhecida no encher a xícara de chá do outro no
café da manhã. Outra possibilidade distinta, contudo, é que os parceiros se isolem em mundos
interiores, onde, preocupados consigo mesmos, sentirão pouca necessidade de comunicar-se.
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A questão dos limites é comum. O CINCO tem a preocupação de conservar a energia e se


protegerá controlando o tempo gasto com os outros. O Romântico, por seu turno, exige uma
grande dose de atenção, as variações de humor do QUATRO abalam os conceitos mentais auto
protetores do CINCO. Os Românticos queixam-se com veemência de uma intimidade
programada e o quadro mais desfavorável mostra o CINCO trancado no estúdio enquanto o
QUATRO jaz abandonado no quarto, ardendo por ser reconhecido. É fácil para os
Observadores achar desculpas para cortar a comunicação e não deixar que os toquem. Quanto
mais o QUATRO se lamenta, tanto mais o CINCO se recolhe para pensar: “Essa é a sua ideia do
nosso relacionamento – não a minha”.

Ajuda quando os dois souberem encontrar o grau apropriado de contato, o que explica 55
em parte porque, em casais de longa data, os parceiros começam a parecer iguais. Cada um
terá de adaptar o próprio estilo de relacionamento de modo a acomodar o outro. Os
Observadores têm de ficar com os próprios sentimentos e os Românticos têm de se freiar. A
recompensa, por assim dizer redentora, de equilibrar o tipo mais contraído com o tipo mais
emocionalmente dramático do Eneagrama é ver que cada um tem algo de admirável a ensinar
ao outro. São parceiros que podem aprender a encontrar-se no meio, bastando a cada um
modificar-se na direção das necessidades emocionais do parceiro.

Geralmente, os QUATROS adotam um relacionamento à meia distância – não longe


demais, para não se sentir abandonado, nem perto demais, de modo que as imperfeições não
sejam vistas. O Observador talvez perceba que o distanciamento emocional pode ser atraente
para o parceiro Romântico, porque dá a cada um o incentivo de encontrar o outro a meio
caminho.

Os CINCOS, que são pensadores abstratos, deveriam aprender a apreciar a sabedoria do


coração. Uma das chaves autênticas para o conhecimento secreto pode ser encontrada nas
nuances emocionais que ligam as pessoas entre si. Nos relacionamentos, a casa-forte das
informações poderá ser aberta, desde que a chave do coração seja identificada. Num dos lados
da equação, os QUATROS devem moderar a avidez de amor, identificando-se com o
desprendimento emocional dos CINCOS.

O Quatro com o Cinco: o Romântico e o Observador juntos no trabalho

Os Observadores podem ser muito mais expressivos nas relações profissionais do que
nos cenários íntimos. Podem ser totalmente absorvidos por uma causa ou por um
empreendimento que lhes cative a imaginação e tornam-se altamente emocionais quando a
concentração está mais na tarefa do que no puramente pessoal. Ambos os tipos estão livres
para progredir quando uma maior disponibilidade do Observador conquista a confiança do
Romântico.

Como chefes, os CINCOS operam dentro dos limites de uma agenda pré-estabelecida, de
encontros cronometrados e de telefonemas previamente acertados. Cabe aos subordinados
lidar com as interferências e atuar como um filtro protetor. É difícil para os CINCOS afrouxar a
atenção uma vez tenham começado a concentrar-se. Desse modo, a privacidade torna-se uma
diretriz básica. Na medida em que os QUATROS participem do círculo interno da chefia, talvez
fiquem satisfeitos em conduzir o local de trabalho de uma forma pessoal e estilizada, que
corresponde ao gosto individual dos Quatros. O chefe CINCO provavelmente permitirá que o
Romântico modele a aparência e a atmosfera das aparições públicas.
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Os QUATROS têm uma reação exagerada a falta de atenção, sobretudo se o CINCO


recorre aos intermediários e aos memorandos. A situação pode agravar-se se o empregado
Romântico sentir-se ignorado e voltar-se para táticas que chamam a atenção, tais como ficar
de mau humor ou ser negligente, de modo a forçar um confronto. O chefe talvez queira
demitir o QUATRO em vez de lidar com a situação, o que dá a um Romântico a combustível
para brigar com o chefe e forçá-lo a um encontro face a face.

Uma situação de ruptura pode ser contornada desde que ambas as partes demonstrem
interesse. Os QUATROS querem reconhecimento pessoal e os CINCOS querem eficiência
organizacional sem o fardo da presença pessoal. O empregado tem de deslocar-se de uma
postura emocional e o chefe, de uma posição preponderantemente lógica. Ajuda, no caso, 56
quando os CINCOS estimulam a discussão e quando os QUATROS são capazes de oferecer
soluções objetivas que repousem sobre uma estrutura.

Os QUATROS, como chefes, podem descobrir que são bem amparados pelos
empregados CINCOS. Ambos os tipos desejam um relacionamento privado e isso pode ser
simplesmente um projeto especial. Os Observadores brilham na área circunscrita de uma
especialidade e os QUATROS necessitam do efeito estabilizador de um apoio bem
documentado. Se surgir alguma dificuldade, é provável que o empregado CINCO prefira
recolher-se por trás do muro da formalidade intelectual a envolver-se numa confrontação.
Quando atormentados, os CINCOS são capazes de controlar todo um departamento não dando
coisa alguma. Você não obterá nenhuma resposta, a não ser que faça a pergunta certa, usando
com precisão o vocabulário certo. Todo o fardo recairá nos ombros do chefe quando o
empregado CINCO tiver de ser forçado a revelar alguma informação. Quando os Observadores
se retraem, haverá períodos sem nenhuma comunicação e relatórios de apenas uma página.
Como empregados, os CINCOS tipicamente escondem-se adotando uma pose apropriada para
o local de trabalho e, assim, o enfurecido chefe QUATRO não poderá resolver o problema.

Quando, finalmente, são postos contra a parede, os CINCOS saberão dizer com precisão
o que pensam, mas de uma maneira brusca, sem perceber a humilhação criada para os outros.
A situação ganha os contornos de um impasse se o QUATRO, atormentado pela vergonha, se
desforra aviltando a perícia intelectual do CINCO. Os Românticos sentem vergonha ao ter as
falhas expostas e os Observadores podem sentir-se igualmente magoados quando são
questionadas as contribuições intelectuais que fazem. A mediação deve tirar vantagem do fato
de que ambos os tipos são capazes de esquecer velhos ressentimentos e de recomeçar tudo
sem remorsos, sobretudo quando o CINCO é reconhecido intelectualmente e o QUATRO é
resgatado da anonimidade pela garantia de uma menção especial.

O Quatro com o Seis: um casal Romântico-Patrulheiro

Nesse tipo de casal, é frequente que cada um descubra características semelhantes no


outro. Os Românticos, por exemplo, podem ser tão medrosos quanto qualquer SEIS, e os
Patrulheiros podem sentir-se conectados à mesma sensação de um sofrimento universal, que
é tão característico dos QUATROS. Essas percepções que os dois compartilham, antes de
causarem a divisão do casal, servem para fortalecer o relacionamento. Como são solidários na
dor e no pesar, podem também compartilhar conquistas emocionais igualmente
avassaladoras. Ambos entendem da profundeza dos propósitos e dos sentidos que é produzida
pelo sofrimento voluntário.
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Esse casal mostra, porém, duas motivações muito diferentes, mas que sustentam visões
de mundo similares. Ambos os tipos se identificam com o medo e com a tristeza, mas por
diferentes razões. Os Patrulheiros veem-se a si mesmos como exilados e socialmente
prejudicados, que temem as perseguições, enquanto os Românticos referem-se ao medo de
ser incompreendidos e abandonados. Os dois estão ligados entre si por meio de um destino
semelhante e de uma força criadora efervescente, capaz de levar os oprimidos a empreender
atos significativos.

Ambos esperam muito de si mesmos. Os dois talvez sintam a necessidade de efetuar


uma descoberta ou ruptura conceitual ou criativa, de algum modo motivada por aquela
convicção precoce de ser diferentes das outras pessoas. Tendem a proteger-se mutuamente 57
daquela forma cuidadosa que se desenvolve entre pessoas que sofreram juntas; os QUATROS
são atraídos por aqueles que têm profundidade emocional e os SEIS são fiéis aos socialmente
prejudicados.

No lado positivo desse relacionamento, cada um é capaz de amparar a vulnerabilidade


do outro, sobretudo quando veem a beleza da condição humana. Mas, no lado negativo, essa
mesma vulnerabilidade pode ficar emperrada na inatividade. Numa fase crítica, cada um culpa
o outro pelos sentimentos de baixa autoestima. O Romântico pensará: ”Me sentiria melhor se
tivesse um parceiro melhor”; o Patrulheiro periodicamente perderá a fé e perguntará a si
mesmo: “Como é que isso pode ser amor se, ao mesmo tempo, amo o meu parceiro (a) e
alimento as minhas dúvidas”?. Num período de estagnação, cada parceiro estará preocupado
em dar provas de si ao outro, e nenhum dos dois será capaz de avançar um passo.

Esse casal relata rompimentos e reatamentos porque a incriminação mutua gera


desconfiança. Os QUATROS murcham com a crítica que expõe as falhas e imperfeições deles, e
os SEIS querem um apoio inabalável mesmo quando têm fracassos. Uma crise sobrevém se
ambos alimentam mentalmente o prognóstico mais pessimista a respeito do futuro do casal:
simplesmente parecerá mais fácil prosseguir sozinho do que continuar juntos. Os Românticos
tornam-se rebeldes durante as crises, recusando-se a ver as próprias imperfeições e
determinados a vingar-se do parceiro provando que ele não tem razão. O igualmente rebelde,
o SEIS é perito em rechaçar as pessoas, argumentando contrariamente a qualquer posição que
o parceiro julgue importante.

É útil quando ambos são capazes de ceder o bastante de modo a reafirmar o


compromisso. Um bom lembrete seria: “Essa é uma fase difícil, mas lembrem-se que estamos
empenhados em mudar e ficar juntos”. Diretrizes para uma briga limpa são úteis, uma vez que
ambos os tipos têm a propensão a retirar-se quando atacado. Na eventualidade de um
rompimento, os Românticos idealizarão o relacionamento em extinção, verão os melhores
aspectos dele e desejarão o Patrulheiro de volta; os SEIS, porque têm um profundo descrédito
em relação aos compromissos quebrados, estarão muito menos dispostos à reconciliação.

Ajuda quando ambos os parceiros são capazes de enxergar claramente a ambiguidade


de cada um em relação à intimidade. Os QUATROS oscilam entre a afetuosidade e a vontade
de rejeitar a outra pessoa, enquanto o SEIS se alternam entre a crença e a dúvida. Há um
progresso importante quando cada um é capaz de ver a semelhança entre o hábito do
QUATRO de avançar e recuar e o padrão do SEIS de alternar crença e dúvida. Esse insight é
capaz de fazer desabrochar a compaixão mútua, porque todas essas variações emocionais não
passam de medidas de autoproteção. Entregar-se ao amor pode ser muito assustador; talvez
seja mais seguro rejeitar primeiro do que enfrentar o medo de não estar à altura.
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O Quatro com o Seis: o Romântico e o Patrulheiro juntos no trabalho

Ambos os tipos são capazes de se entreter com pensamentos catastróficos, o que,


paradoxalmente, impele a parceria à atividade. O risco pode ser hipnotizante para os
QUATROS dos subtipos sexual e autopreservação e para os SEIS contra fóbicos. Essas são
pessoas que, nos empreendimentos arriscados, se sentem criativamente vivas.

Na outra extremidade do continnum comportamental dos QUATROS e SEIS, o QUATRO


do subtipo da vergonha e os SEIS fóbicos de qualquer dos subtipos dão exemplos de cautela no
trabalho. Pessoas assim tendem a pensar respeitosamente sobre a hierarquia. Entrincheiram-
se num nicho profissionalmente seguro que serve de escudo contra a visibilidade e contra a
competição aberta. 58

Os chefes QUATROS precisam ter a imagem pública ratificada. Palavras para elogiar a
competência não serão o bastante; deverá haver o reconhecimento de uma afirmação pessoal
do QUATRO, onde se ouve: “Eu sou diferente”. O empregado SEIS geralmente está disposto a
endossar qualquer autoridade digna de confiança, por mais idiossincrática que seja. Os
Patrulheiros são obedientes, contanto que a chefia possa ser responsabilizada pelas próprias
ações, mas, quando uma autoridade dá a impressão de estar acima das regras, os SEIS ficam
desconfiados. Os chefes QUATROS devem apresentar uma imagem coerente e devem evitar
mudanças visivelmente arbitrárias na política de condução dos negócios. Os empregados SEIS
lerão significados e intenções ocultas em cada gesto. Toda essa trama e dissensão poderá ser
evitada se o chefe se tornar uma pessoa comum e não ameaçadora, em geral através do
simples expediente de informar, explicar e pedir retorno.

Essa parceria pode fortalecer-se graças a uma confiança mútua ou então degenerar
naquela espécie de luta de personalidades que faz um negócio naufragar. Os empregados SEIS
desconfiam de chefes que se mantém acima da massa de trabalhadores comuns. Ajuda
quando os QUATROS se deixam ver pelos empregados e evitam manter-se à parte.

Um empregado SEIS lutador pode ser de interesse para o Romântico, sobretudo quando
se tratar de uma missão de resgate, na qual o QUATRO tem o dom de estimular um talento
que desabrocha. Os chefes Românticos têm muitas vezes a disposição de encorajar as pessoas
em dificuldade, o que produz exatamente o tipo de ambiente orientado para a pessoa
humana, atmosfera essa que insufla o sucesso nos que têm medo.

Como chefes, os Patrulheiros têm de reprimir a dúvida. Um chefe SEIS geralmente verá a
si mesmo como o causador da insatisfação entre os empregados ou, pior ainda, pode começar
a sentir-se pessoalmente atacado. Os Patrulheiros atribuem importância demais a discordância
de pequena monta. Esse tipo de chefe precisa identificar com precisão qualquer fonte de
irritação, e os empregados Românticos podem ajudar revelando tanto quanto for possível.

A mediação deveria expor as diferenças entre a percepção que cada um tem das crises.
Os QUATROS podem sentir-se à vontade num confronto e são capazes de honrar os
sentimentos autênticos que brotam quando há uma perturbação nos eventos cotidianos. Os
SEIS, por outro lado, têm uma reação muito forte aos conflitos e podem assim ver os QUATROS
como erráticos e perigosos para os interesses dos negócios. Os parceiros defrontam-se com
um crescente abismo de incompreensão quando o tédio do QUATRO cria uma explosão que o
SEIS tenta desesperadamente conter. Os Românticos descobrem respostas em meio à crises,
mas os Patrulheiros reprimem as crises ao mesmo tempo em que buscam desesperadamente
uma solução analítica. A mediação precisa descartar os resultados positivos dos conflitos e, ao
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mesmo tempo, chamar a atenção tanto para o empenho do QUATRO em apontar o que está
faltando como para o medo do SEIS diante das crises.

O Quatro com o Sete: um casal Romântico-Epicurista

Esta é uma das atrações entre opostos no Eneagrama, um par frequente que se esforça
em obter um equilíbrio entre as muitas opções do SETE e o compromisso íntimo do QUATRO
com a profundidade das emoções. Os QUATROS sentem o mundo através dos próprios
sentimentos e os SETES são basicamente cerebrais. Cada um tem uma alegria para transmitir –
a do coração e a da mente – as quais podem produzir uma autêntica união de opostos ou uma 59
atmosfera de alienação.

Cada membro desse casal vê coisas extraordinárias no outro. Os QUATROS sentem-se


especiais e os SETES sentem-se intitulados; cada um pode, portanto, dar suporte aos talentos
específicos do outro ou esperar, inconscientemente, que a união dos dois produza além da
conta. Curiosamente, a indisponibilidade emocional dos Epicuristas combina bem com a ânsia
do QUATRO por coisas ausentes. Os QUATROS aspiram a uma relação melhor, mesmo quando
a relação presente funciona muitíssimo bem. Há empolgação para o QUATRO no desafio de
perseguir tudo o que estiver faltando; ambos os tipos buscam intensidade, muitas vezes com o
SETE voltado para o evento em si e o QUATRO voltado para o SETE.

O otimismo natural que os Epicuristas inserem nos relacionamentos servem para


dissuadir a melancolia possessiva do QUATRO. E, mais do que isso, os SETES não são
facilmente influenciados pelo padrão de atrair-rejeitar que os Românticos usam nos
relacionamentos. Na verdade, o QUATRO respeita um parceiro que não se deixe levar pelo
drama da sedução-rejeição, embora possa desejar ardentemente que essa pessoa se mostre à
altura dos sentimentos que ele tem.

O obstáculo com que esse casal se defronta reside na intolerância que os SETES têm
pelas emoções negativas. Os Epicuristas mal conseguem concentrar-se quando surge um tema
difícil; outros planos e outras possibilidades acenam e levam embora a atenção. Os
sentimentos positivos são infinitamente mais bem-vindos, e o casal se deleitará com o lado
bom das ideias e das atividades estimulantes. Os SETES têm grande necessidade de
experiências e o QUATRO que queira o relacionamento terá de participar. Os Românticos
raramente reclamam do ritmo e do âmbito dos interesses do SETE, desde que ele não vá longe
demais. A atividade automaticamente substitui a depressão do QUATRO, mas os Românticos
são universalmente impacientes com a incapacidade do SETE de suportar a dor. “Por que é que
você tem de ir embora só porque eu estou triste? Aonde você vai quando a gente precisa
conversar”?

Os parceiros discordam sobre como lidar com questões espinhosas. Os QUATROS acham
que é importante discutir sentimentos negativos e os SETES veem a negatividade como perda
de tempo. Cada um pode sentir-se controlado pelo outro. Os QUATROS sentem-se infelizes se
têm de conter os sentimentos e os SETES têm medo de atolar-se nas emoções. Os Românticos
gastarão um tempo considerável convencendo os Epicuristas a priorizar o sentir em lugar do
pensar, mas o Epicurista provavelmente dirá da maneira mais charmosa possível: “Eu tenho
sentimentos profundos e completos, só que por pouco tempo”. Os SETES têm de ser
convencidos de que sentimentos têm valor. Amam o entusiasmo otimista que anuncia uma
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nova empreitada, mas, para eles, ter experiências profundas é como ficar em apuros, e logo
surge o medo das limitações.

A pior das hipóteses mostra os QUATROS se queixando de que os SETES são


emocionalmente superficiais e os SETES se sentindo sufocados pelas necessidades emocionais
dos QUATROS. Com o tempo e com a maturidade, a profundidade do QUATRO prenderá a
atenção do SETE e, em troca, o SETE erguerá o QUATRO da depressão. Quando as emoções se
tornarem “interessantes”, o SETE achará vantajoso suportar sentimentos negativos.

Quem está de fora talvez se sinta pressionado a tomar partido se o casal brigar. Como os
parceiros são muito diferentes em termos de orientação, pode parecer que apenas um tem
razão. O tom lamentativo do QUATRO e a positividade igualmente convincente do SETE 60
tendem a atrair amigos e testemunhas para os papéis de juiz e conselheiro.

Os QUATROS sentem-se no direito de designar um tempo para questões emocionais


autênticas e os SETES sentem-se no direito de esperar por uma resolução. As diretrizes para
lidar com questões problemáticas são necessárias. Os QUATROS devem diferenciar uma
necessidade autêntica que possa ser satisfeita da carência emocional que gera problemas para
ser aliviada. Do outro lado, os SETES têm de estar dispostos a conversar a despeito do tédio,
das frustrações e das outras resistências. Os Epicuristas surgem com soluções rápidas e
“brilhantes” ou com excelentes razões para manter a brevidade da conversação. As diretrizes
devem diferenciar as razões das desculpas. O SETE tem de investir tempo para processar os
sentimentos e os QUATROS tem de entender que os sentimentos podem interferir com a
comunicação.

O Quatro com o Sete: o Romântico e o Epicurista juntos no trabalho

Enquanto que os SETES veem a taça das oportunidades 50% cheia, os QUATROS podem
vê-la 50% vazia; mas, em vez de ficar paralisada, essa parceria muitas vezes funciona com
eficiência. Cada um é energizado pelo estilo e pelo senso de ser distinto e especial do outro, ao
mesmo tempo que, combinando as percepções do que é possível e do que está faltando, os
dois são capazes de explorar novas tendências. É como se compactuassem na crença de que
podem desenvolver algo que nunca foi visto antes. São essas diferenças que os tornam
eficientes na relativa neutralidade do ambiente de trabalho. A recusa do SETE em ficar
comprometido a possibilidades restritas instiga à atividade e a ênfase do QUATRO na forma e
na aparência impedem uma explosão hiperativa de planos.

Um chefe Romântico provavelmente apreciará a perspicácia do empregado Epicurista,


desde que se materializem resultados concretos. Ambos os tipos são suscetíveis ao charme e
cada um é passível de proteger o outro do trabalho pesado, colocando-o dentro de um casulo
de desígnios especiais, tática esta que aliena os outros membros da equipe. Os chefes
QUATROS podem também sentir-se bombardeados pelas brilhantes especulações do SETE e
não gostarão de ter o trabalho de distinguir simples expedientes de soluções factíveis. Ambos
os tipos ficam hipnotizados pelas possibilidades incomuns, mas o trabalho do dia-a-dia, que os
bons começos exigem, lhes parece tedioso. Terminar um processo é difícil, sobretudo, quando
ambos têm de defrontar-se com a perspectiva de uma avaliação, e ambos têm a triste fama de
perder a concentração durante as fases finais de um projeto.
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Os chefes QUATROS geralmente perdem o interesse quando as metas começam a


materializar-se e podem mudar prematuramente as prioridades. Essa mudança alimenta a
matriz sempre variável de possibilidades do empregado SETE e inevitavelmente produz
confusão. Os chefes Românticos parecem não perder a pose em meio ao caos e são
conhecidos pelas ações de salvamento de último instante. Os Epicuristas, contudo,
racionalizarão o fato de ter cometido algum erro. Os empregados SETES acreditam nas
próprias racionalizações e colocam o chefe na posição de ter de impor padrões.

A disputa no local de trabalho mais comumente relatada pela parceria QUATRO-SETE diz
respeito a tarefas incompletas. O chefe QUATRO sente-se por fim desrespeitado e deixa o
Epicurista cair em desgraça. Essa parceria também pode fazer surgir um relacionamento do 61
tipo filho pródigo, no qual o chefe SETE some sem deixar rastro até que todos os indícios do
conflito tenham evaporado. Quando o SETE retorna, os demais da equipe provavelmente
quererão saber por que parecem menos interessantes para o chefe, sobretudo se deram duro
no trabalho durante a ausência do pródigo. Ajuda quando os QUATROS estão dispostos a
estabelecer padrões profissionais absolutos, uma vez que tanto chefe quanto subordinado
dobram as regras. Os regulamentos e as datas limites têm de ser particularmente claras
quando um chefe QUATRO que se ache acima das regras, une-se a um subordinado que busca
evitar as limitações.

Os SETES sabem promover o negócio de maneira extraordinária, mas são erráticos na


administração do dia-a-dia. Preferindo planejar e delegar a outros o seguimento do trabalho,
os Epicuristas farão bem em pôr o projeto em movimento e em deixar que os Românticos
realizem o resto. Essa parceria é motivada pela convicção do SETE de que boas ideias
seguramente se materializarão e da percepção igualmente forte do QUATRO dos componentes
que faltam para a concretização dos planos em questão. A chave para conquistar o apoio do
empregado QUATRO é um relacionamento fechado entre influente e influenciado. Esse tipo de
subordinado tem de sentir-se especial e o chefe SETE muitas vezes tende a dar pouca
importância à equipe de trabalho. Será imperativo para o chefe lembrar-se de estabelecer
ligações pessoais permanentes ou então os empregados Românticos se sentirão
desconsiderados e, portanto, terão justificativas para deixar de lado as obrigações do trabalho.
É útil quando os SETES criam uma cadeia de comandos que lhes conceda liberdade suficiente
para ir e vir como queiram. Os Românticos deleitam-se em ganhar responsabilidades num
grupo de escolhidos e talvez sejam os representantes perfeitos para um chefe que queira
evadir-se de vez em quando.

O Quatro com o Oito: um casal Romântico-Patrão

Esta é uma parceria de muita intensidade, externada no confronto de forças, na fuga, na


fascinação e no faro. Cada um sente-se um pouco intimidado pelo outro. Os OITOS sentem-se
rudes e grosseiros em comparação com os elegantes e socialmente hábeis QUATROS. Por
outro lado, os QUATROS podem ser totalmente magnetizados pelo socialmente
desavergonhado OITO. Pode ser uma situação altamente eletrizante quando o drama do
Romântico se sincroniza com a volúpia de viver do OITO. É um relacionamento de sexo, drogas
e rock-and-roll, encenado literalmente ou metaforicamente, porque a intensidade pode ser
alcançada através de todos os estilos possíveis de vida. Um casal descreveu o relacionamento
de vinte anos como “um perpétuo ciclone. O poder da coisa faz você ficar girando entorno
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dela. A gente andou pelo país inteiro, teve cinco filhos, trabalhou duro à beça e teve milhares
de brigas formidáveis”.

Os QUATROS exigem do parceiro uma gama imensa de sentimentos e emoções, e os


OITOS adoram competir com energias fortes. Cada qual admira a tendência do outro para
forçar os limites e provavelmente se unirá ao outro na ignorância das convenções sociais.
Ambos combatem o tédio intensificando o clima emocional: os OITOS através de exigências
agressivas e os QUATROS através de atos e de sofrimentos dramáticos.

Por apreciar o estilo pessoal dos Românticos, os OITOS gostarão de ser incluídos nos
assuntos que dizem respeito a bom gosto e apresentação. Os QUATROS são conhecidos por
deixar-se atrair pela postura emocional irreverente do OITO que julgam estar em contato com 62
sentimentos “verdadeiros” ou “autênticos”. Os OITOS não perdem muito tempo preocupando-
se com o que as pessoas pensarão e é justamente essa falta de pretensão que é tão atraente.
Os QUATROS são capazes de esconder-se por detrás de uma imagem glamorosa, enquanto os
OITOS são notadamente naturais. Como OITO, você se mostra tal como é.

Os Românticos também interpretarão a capacidade dos OITOS de partir para a briga e


de não recuar sob fogo cerrado como uma prova adicional de autencidade emocional. Os
parceiros OITOS provavelmente não ficarão travados em depressões típicas dos QUATROS e
estarão aptos a manter um curso coerente de ação quando os QUATROS entrarem no ciclo de
atração-repulsão do relacionamento. Os patrões permanecem inabaláveis quando alguém
quer rechaçálos e vangloriam-se da capacidade de não se deixar enganar por tentativas de
sedução.

Esse relacionamento tem várias concordâncias naturais que permitem que cada um
ajude ao outro simplesmente sendo o que é. Por exemplo, o OITO preferirá a companhia do
QUATRO quando este estiver emocionalmente feliz, para cima, mas poderá afastar-se se o
QUATRO se tornar deprimido. Um Patrão enfadado e descontente pode simplesmente sair
para divertir-se noutra parte, deixando o QUATRO a lamuriar-se. Os QUATROS
incompreendidos ficam enfurecidos se são ignorados, o que pode ter o efeito positivo de
acabar com uma depressão. Se a depressão for, na verdade, raiva internalizada, então os
OITOS serão os parceiros ideais para trazer essa raiva para fora. Os OITOS detestam os dramas
emocionais de egocêntricos e provocarão uma briga para despertar sentimentos reais, o que,
no fim das contas, pode ser útil para reaproximar o casal.

Um impasse pode acontecer se o QUATRO se tornar um egocêntrico e masoquistamente


atraído pelo lado punitivo do OITO ou enredado no padrão de atração-repulsão de
relacionamento. É de se esperar que o OITO incrimine o parceiro e o abandone,
provavelmente sem ter muito insight em relação à própria metade de responsabilidade pelo
problema. Ajuda quando ambos podem ver que a raiva talvez seja um meio de intensificar o
relacionamento. Ambos são atraídos por uma vida tempestuosa e, se um dos parceiros
desenvolver um interesse pessoal ardente, isso acenderá o apoio do outro. Crises podem ser
mitigadas desde que o QUATRO renuncie a querer a atenção do OITO para concentrar-se num
projeto em que o OITO lhe dê assistência. O Patrão sabe, por um lado, como exercer pressão
para que projetos alheios aconteçam e, por outro, é capaz de lucrar muitíssimo ao
testemunhar a complexa vida interior do Romântico. Quando o OITO vir o valor de investir nas
próprias emoções, esse casal estará no caminho da verdadeira intensidade de espírito. Entre a
amplitude emocional do QUATRO e a estabilidade prática do OITO, cada parceiro poderá ficar
interessado pelo outro durante um longo tempo.
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O Quatro com o Oito: o Romântico e o Patrão juntos no trabalho

Ambos os tipos tendem a imaginar-se acima das regras. Ambos os tipos têm um traço de
amoralidade: as regras comuns simplesmente não se aplicam aos QUATROS, que são
suficientemente especiais para estarem acima da lei, nem aos OITOS, que se sentem mais
fortes que a lei. Essa é uma parceria imbatível quando ambos são capazes de concentrar-se na
tarefa a ser feita; só que os OITOS tendem a gastar energia com apetites pessoais e os
QUATROS perdem a concentração com as preocupações emocionais. A competição é uma
questão fundamental que pode ser manejada construtivamente ou criar uma desconfiança
cáustica. Os QUATROS exigem um status especial a fim de encobrir sentimentos de vergonha
íntima, mas são também altamente inovadores e sentem-se comprometidos com as 63
necessidades emocionais alheias. Os OITOS são uma força competitiva em qualquer parceria,
especialmente em questões de liderança, mas também encarnam a vontade e a persistência
da qual depende qualquer empreendimento bem-sucedido.

A cooperação dependerá de uma honestidade absoluta. São pessoas territoriais e ambas


querem o status de líder. Nenhum dos dois se submeterá ao outro, mas a confiança é
construída quando cada um está ciente das intenções do outro. Os OITOS querem
previsibilidade mais do que uma cega submissão e têm admiração pelos bons competidores.
Os QUATROS querem reconhecimento pelos aportes especiais e devotam-se a uma parceria
que lhes satisfaça a criatividade pessoal. Os QUATROS não precisam necessariamente serem
Românticos no sentido poético da palavra; são também cientistas, boiadeiros, médicos ou
bibliotecários que gostam de expressar a própria individualidade. Cada QUATRO quererá dar
uma contribuição original no campo em que atua, alcançar o sucesso de formas nunca antes
vistas. Se os poderosos OITOS puderem secundar esse desejo especial, receberão a total
cooperação dos QUATROS.

Uma configuração de êxito mostra um gerente QUATRO que dá início a um projeto


criativamente ousado em sincronia com um empregado OITO capaz de zelar pelo projeto até a
plena conclusão. Ambos são atraídos por ideias compensadoras e algo controvertidas e,
quando houver confiança mútua entre os dois, cada um encontrará o próprio nicho sem muita
discussão. Como chefes, os Românticos sabem imaginar mentalmente e inspirar os
empregados, mas talvez não tenham interesse pelo trabalho tedioso de materializar um
conceito. Um QUATRO inteligente orientará o empregado OITO e, em seguida, abrirá mão do
controle. Os OITOS trabalham com dedicação assim que tenham embarcado em determinado
curso de ação, mas os mesmos OITOS têm reações violentas quando a base de onde operam é
ameaçada. Não modifique as regras nem frustre as expectativas desse empregado, desde que
tudo já esteja engrenado. Por princípio, os OITOS opõem-se a alterações na política, a não ser
que entendam a visão da chefia. Podem se sentir no direito de paralisar um projeto apenas
para levar a administração à mesa de discussão, algo que parece um insulto pessoal aos
QUATROS. Como chefe, o QUATRO deve criar oportunidades de feedback por parte da equipe
de trabalho, mesmo quando se sentir injuriado. Ajuda quando os Românticos – que são
sensíveis ao sofrimento – são capazes de ver a insegurança que motiva o comportamento
muitas vezes ofensivo do empregado OITO.

O chefe OITO é conhecido por ditar as regras e depois violá-las, o que é atraente para o
QUATRO, desde que ele tenha um vínculo especial com o Patrão. As regras não importam, mas
o vínculo emocional tem muita importância. Os empregados QUATROS que perdem os favores
são capazes de desenvolver uma sede de vingança que se equiparam a qualquer OITO. É de se
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esperar que o chefe OITO irritado se torne vingativo ou queira demitir o QUATRO sem
nenhuma consideração. Essa parceria pode tornar-se o fio das grandes histórias das equipes de
mediação. Ajuda, no caso, instruir os chefes OITOS com respeito ao impacto que causam nos
outros. Aquilo que talvez pareça uma boa liderança pode ser um insulto para o Romântico
mais emocional.

O Quatro com o Nove: um casal Romântico-Mediador

Todos nós já sentimos o poder incomensurável dos vínculos emocionais, mas, neste
relacionamento em particular, a extensão do eu para os outros é dramática. Os QUATROS 64
falam de um anseio de toda a vida de ser “despertados pelo amor”, os NOVES buscam no
parceiro não só a vitalidade, mas também uma programação de vida. Nas melhores fases, cada
um é capaz de amar o outro imparcialmente, sem expectativas nem incriminações, mas, nos
períodos desfavoráveis, cada um espera do outro o impossível: o parceiro Romântico aspira a
uma satisfação emocional permanente, enquanto o Mediador quer que lhe entreguem uma
vida.

As atrações iniciais são muitas vezes expressas pelos Românticos que se sentem
transportados por ser aceitos com as imperfeições e tudo o mais. A presença paciente do
NOVE imuniza os QUATROS contra o medo do abandono e contra a baixa autoestima. Os
NOVES procuram evitar o conflito e sabem ser extraordinariamente tolerantes com os outros,
não sentindo nenhuma necessidade de obrigar o parceiro a modificar-se. Por outro lado,
contudo, os NOVES querem ser aceitos incondicionalmente. Os NOVES se ressentirão com as
condições típicas do QUATRO, tais como: “Eu poderia amar você se apenas...”, “Eu sei qual é a
falha do seu caráter “ ou “Eu não poderei amar você totalmente se você não se modificar”.
Ambos os parceiros detestam ser criticados e ambos tendem a culpar outras pessoas pelo
próprio destino. Os QUATROS veem o que falta na pessoa que amam e os NOVES veem no
parceiro a força ativa e agressiva.

Os Românticos podem desesperar-se com a falta de tensão emocional dos parceiros


Mediadores. É como ir adormecendo docemente em vez de amar autenticamente. Se o
Mediador deslizar para a retaguarda, os Românticos pensarão: “O que aconteceu com a
gente? Perdemos a garra. Onde está o gás”? Ansiando por um despertar através do amor, os
QUATROS querem sinais sólidos de reconhecimento. Atrações intensas, sofrimento requintado
e o ciclo completo da paixão. Ser ignorado inflama um drama latente, uma crispação
inquietante que se incendeia na incriminação.

O Mediador talvez esteja bem consciente de que houve uma ruptura no senso de união
do casal. Como se fundem às outras pessoas, os NOVES sabem quando se espera alguma coisa
deles e, nas circunstâncias mais favoráveis, fazem o que se espera. Durante um impasse,
porém, os NOVES esperam e nada fazem. Divagam, “desligam-se”, ocupam-se com atividades
de importância secundária ou esforçam-se em desaparecer. O Romântico se sentirá
negligenciado e abandonado, mas os Mediadores poderão responder sem mentir: “Eu nada fiz.
Eu não deixei você. Como você me chama de negligente se estive aqui o tempo todo”?

Abandonados, os QUATROS podem querer o pescoço do outro. Acusações amargas


parecem justificadas: “Eu fui ferido, e foi você quem fez isso”. Os Românticos dizem as piores
coisas para salvar as aparências. O comportamento provocativo do QUATRO pode ser um
chamado para despertar os sonolentos NOVES. Algo tem que ser feito quando as emoções
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verdadeiras são forçadas a despontar. Como NOVE, você não pode cair no sono quando o seu
parceiro está descarregando sentimentos fortes.

Os NOVES em relacionamentos íntimos com os QUATROS sentem-se alternadamente


rejeitados e adorados, sem que haja grandes mudanças no próprio comportamento deles. O
padrão de rejeição-atração dos QUATROS parece levar os NOVES a pensar: “Para que mudar
se, de qualquer jeito, não vai ter importância? Para que tentar se os meus esforços vão ser
ignorados”? Casais de longa data dizem que os Mediadores desenvolvem interesses
específicos como forma de ficar a sós. Ir à pesca ou jogar cartas cria uma distância suficiente
para que os Românticos tornem a acha-los atraentes. Ajuda se os NOVES forem capazes de ver
as intenções positivas por trás do comportamento agressivo do parceiro QUATRO. Sim, dizer 65
que você, como NOVE, precisa acordar soa como uma crítica, mas o propósito do QUATRO é
intensificar o relacionamento. Este é outro casal que lucra quando cada parceiro descobre um
propósito pessoal. Os NOVES sabem ser incrivelmente pacientes com outras pessoas, e os
QUATROS são inspirados por um parceiro que tome decisões por si próprio.

O Quatro com o Nove: o Romântico e o Mediador juntos no trabalho

Esta é uma parceria comum que geralmente posiciona o QUATRO como a figura de
frente para lidar com o público, enquanto o NOVE supervisiona a mecânica do produto ou do
serviço. As diferenças entre os dois complementam-se sobretudo no local de trabalho, onde as
metas têm prioridade sobre os vínculos pessoais. Os QUATROS preferem estimular momentos
de criação a prender-se a empreendimentos previsíveis e de longo prazo, enquanto os NOVES
querem diretrizes coerentes a fim de eliminar as constantes tomadas de decisão. Quando bem
usado, o timbre pessoal do QUATRO pode dar forma a um empreendimento que poderá em
seguida ser implementado pelo mais metódico NOVE. Uma interação produtiva mostra que o
QUATRO espera que o NOVE dê estabilidade a ideias férteis, ao passo que a energia do NOVE
para levar à prática essas ideias é igualmente apreciada. Uma crise na interação mostra o
QUATRO entediado e alienado por um NOVE que privilegia soluções conhecidas e seguras.
Certamente haverá confusão quando um QUATRO frustrado encontrar um NOVE no piloto
automático. O QUATRO talvez sabote os negócios antes que o NOVE desperte.

Um estereótipo de chefes Românticos descreve-os como excessivamente preocupados


com as aparências, mas, na verdade, os QUATROS talvez não tenham nenhum interesse num
local de trabalho chique e repleto de pessoas sensíveis. Os Românticos podem ser tão
ambiciosos como qualquer TRÊS numa profissão competitiva e, de fato, uma dupla QUATRO-
NOVE provavelmente se encontrará no ponto TRÊS e mostrará um alto desempenho. O chefe
QUATRO é capaz de instituir um ritmo energético que atrai os subordinados para a órbita e
que encoraja o NOVE a cultivar o Desempenhador em si mesmo. Num caso positivo, os NOVES
fundem-se à velocidade e ao estímulo de um ambiente dinâmico.

Os empregados NOVES confundem-se com o entorno, e o chefe QUATRO tem de sair em


busca deles. Mesclados ao ambiente, os NOVES podem parecer firmes e ativos, ainda que
intimamente sintam: “Este aqui não é o meu lugar. Meus esforços estão sendo ignorados”. O
chefe sente-se seguro porque nenhuma queixa foi declarada, mas o empregado NOVE sente-se
esquecido. Os Mediadores reduzem o ritmo de trabalho ou estendem fidelidade a outras
facções no local de trabalho, a não ser que alguém lhes preste atenção, e um QUATRO
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envolvido consigo mesmo talvez não perceba nada até que chegue a carta com o pedido de
demissão do NOVE.

Os chefes NOVES podem parecer enigmáticos, uma vez que dão a impressão de dizer, ao
mesmo tempo, sim e não. Essa aparente ambiguidade é uma ameaça para o status de especial
do QUATRO e desencadeia o medo de uma humilhação em público. No caso, é de grande
ajuda a essa parceria se os Românticos puderem receber boas-vindas, de modo que sintam ser
parte do todo. Isso pode ser tão simples quanto convidá-los a assistir a uma reunião ou
posicioná-los ao lado de uma figura influente. Os empregados Românticos são sensíveis à
questão de quem recebe e o quê recebe: “Quem está próximo do líder? Quem está recebendo
atenção especial? O que foi que o chefe disse”? Favoritismos secretos abalam a estabilidade 66
do QUATRO e fazem com que recuem envergonhados ou então se tornem altamente
competitivos com os iguais. Nessa situação, ambos os tipos lucram com diretrizes inequívocas
a respeito de status e de vantagens, mas o que realmente agradará aos Românticos na equipe
de trabalho será a implementação dessas diretrizes com certo “adoçamento” por parte do
responsável.

O TIPO CINCO

O Cinco com o Cinco: um casal de Observadores

O CINCO é o tipo mais retraído do Eneagrama, o que produz uma variedade de


fascinantes histórias de relacionamentos, como a daquele jovem americano que conheceu a
esposa CINCO em Paris. Como nenhum dos dois falava a língua do outro, comunicavam-se por
meio dos sinais e das frases de um guia de viagem. Faziam a comida juntos. Foram juntos para
o interior do país e alugaram um barco a remo. Visitaram os lugares favoritos de cada um na
cidade e casaram-se dentro de duas semanas. De acordo com a esposa francesa que mais
tarde veio para a América, o silêncio naquele namoro permitiu o estabelecimento de um
profundo compromisso não-verbal. A desobrigação de falar liberou-a para sentir. Não
precisava explicar-se, não se sentia esgotada por expectativas e podia escolher à vontade
entre fazer contato ou não.

Os casais de CINCOS muitas vezes vivem bem juntos porque cada um é capaz de
respeitar os limites do outro. Para quem está fora, pode parecer que não há muita coisa
acontecendo, porque quase não há conversa à toa nem abraços, mas o vínculo não
mencionado é patente. Os CINCOS dizem ser capazes de relaxar em meio a pessoas que
controlam as próprias emoções. Também descrevem em si uma contração automática sempre
que expectativas alheias invadem o silêncio.

Os casais de CINCOS as vezes habitam seções separadas da casa, cada uma com uma
entrada própria. Talvez dividam o espaço ao meio e se encontrem a horas pré-combinadas,
quando as crianças estão em casa ou quando têm de sair à noite. Pode haver bastante
atividade em família, desde que haja tempo bastante para a recuperação. O seu inferno como
CINCO é um espaço incontrolável, onde qualquer um pode colidir com você, por isso os casais
de CINCOS, aprendem a manter a privacidade quando vivem com outras pessoas.

Uma oportunidade de desaparecer dentro do “meu espaço” torna a convivência muito


mais fácil, mas a opção de isolar-se pode também frustrar o desenvolvimento da intimidade. É
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simplesmente uma grande tentação interromper a comunicação; no entanto, cada um, por seu
turno, ficará ressentido se o outro se apartar dos sentimentos. A raiva é um provável ponto de
encontro à medida que cada um, por fim, se dirige ao ponto OITO quando em casa. Os CINCOS
sabem que estão comprometidos com alguém quando têm a disposição de aparecer e de
brigar. Contudo, é muito mais fácil pensar: “Posso passar sem essa relação”, e discretamente
sumir. Os casais de CINCOS dizem que a parte mais aborrecida do relacionamento com alguém
similar é a aflição de ser ignorado. Dizem nunca ter percebido que a não-comunicação pudesse
ser tão dolorosa até que tivessem desejado alguma coisa e o parceiro CINCO fosse embora em
silêncio.

Informações censuradas podem ser a norma. Como CINCO, não lhe parece necessário 67
revelar o que você está pensando às pessoas com quem você vive. Falta de informação talvez
não perturbe o relacionamento entre os dois CINCOS, porque os dois parceiros valorizam a
liberdade do silêncio. Embora sejam capazes de desvencilhar-se de muitos dos conflitos
emocionais que atormentam outros casais, os Observadores podem começar a temer o vazio
emocional que se desenvolve com um distanciamento prolongado. Os CINCOS muitas vezes
começam um relacionamento a fim de preencher esse vazio interior, mas o envolvimento
expõe-nos a um fogo cerrado de sentimentos. Mesmo um encontro agradável é esgotante
quando você tem de lutar contra uma corrente oculta que o arrasta de volta a solidão. Cada
um gostará de receber um convite para participar, cada um se posicionará de modo a ser
retirado da própria concha e cada um se sentirá ameaçado quando lhe couber dar início.

É pouco provável que a sexualidade seja o problema. O sexo é um acontecimento


excitante, de curto prazo e estritamente confidencial. O sexo pode também falar aos sentidos
de uma forma que talvez não seja emocional. A maior parte de nós sabe separar o nossa corpo
das nossas emoções, mas, numa expressão inusitada, os CINCOS muitas vezes dizem que “se
sentiram usados ou enganados” quando alguém lhes despertou as emoções. “Olhe só o que
aconteceu: você despertou meus sentimentos”. Essa é uma questão mais problemática do que
as provocações sensuais. “Olhe só o que você fez: agora já não posso me desprender”. O estilo
de vida de um casal de CINCOS é com frequência centrado em interações curtas e significativas
seguidas por um repouso emocional. Um tempo à parte permite a cada um rever os
sentimentos que ficaram suspensos durante os encontros face a face, e as conclusões que
afloram na solidão talvez sejam particularmente pungentes porque preenchem o vazio
interior.

O Cinco com o Cinco: dois Observadores juntos no trabalho

O posicionamento determinará o êxito. Os CINCOS não se distinguem nas interações de


linha de frente, que requerem charme e rápidas mudanças conceituais. Gravitam para
ambientes onde se lide com informações, pesquisas e análises profundas. Ambos os parceiros
precisam de tempo para digerir os fatos, e cada um deles insistirá em limites do espaço
privado, pontualidade e instruções enunciadas com precisão.

O campo de visão do Observador pode declinar onde termina a área de


responsabilidade que lhe é designada, e a subsequente falta de informação deixa pendente
conexões importantes. Cada qual talvez focalize incessantemente um tópico de interesse
privado, sem passar essa informação. Os chefes CINCOS são capazes de delegar partes de um
projeto, mas, ao mesmo tempo, descuidam-se de promover um fórum para o intercâmbio
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aberto de informações, e os empregados CINCOS são capazes de produzir uma peça que
sustenta sozinha, mas não se integra ao conjunto.

O enfoque é no planejamento de longo alcance, na harmonização lógica das partes com


o todo e nos resultados previsíveis. Um empreendimento no estilo dos CINCOS é capaz de
competir bem em termos de eficiência de custo e de qualidade de produção. “Qualidade
econômica” é o lema aqui, porque os CINCOS se deleitam com aquilo que os escoceses
chamam de “canny transactions”, isto é, transações frugais, parcimoniosas, ou seja, um estilo
empresarial que associa qualidade com economia. Ambos verão o comando do tempo privado
como parte atraente da descrição do cargo que ocupam. A autonomia em assuntos simples
pode ser um privilégio fundamental, tal como desaparecer por um intervalo sem ter de avisar 68
por escrito. Os Observadores preocupam-se em conservar tempo, energia e dinheiro e sabem
valorizar o tempo livre na mesma escala que o salário.

DOIS Observadores trabalhando juntos agem de comum acordo para evitar os


confrontos. As reuniões são ordenadas e tendem a ser conduzidas dentro das formalidades da
função de cada participante. Os chefes CINCOS geralmente adotam a atitude de “esperar para
ver”; gostam de preparar-se durante um longo tempo e são capazes de ignorar sinais
prementes para uma ação imediata. É difícil para um Observador empenhar recursos em face
de incertezas, e o medo de agir sem informações suficientes inibe uma mudança espontânea
de política empresarial. Em vez de assumirem riscos financeiros ou emocionais, os chefes
CINCOS tendem a recorrer para os protocolos e para uma postura de negociação formal.
Cartas substituem as interações pessoais, e serão designados intermediários para lidar com os
encontros e reuniões.

Os sistemas no estilo do CINCO estão sujeitos a uma escassez de comunicações internas.


O Observador simplesmente não passa informações por si só. Conexões vitais perdem-se
quando trabalhadores aplicados dedicam esforços a partes estanques de um problema
intrincado, sem respeitar a necessidade dos outros de ter informações. Lógicos ao extremo, os
CINCOS tendem a reduzir informações a conceitos essenciais ou símbolos e, nesse processo,
talvez deixem passar associações remotas e uma evidente matriz de interações. Ajuda, no
caso, quando os CINCOS são capazes de interagir com pessoas agressivas e extrovertidas que
gostem de promover e vender. Entregue a si próprio, o CINCO talvez descubra que é difícil
chegar ao fechamento de um projeto. Quando você, como CINCO, sente fascínio por
informações, é difícil finalizar um projeto, porque a resposta definitiva sempre parece que
chegará em alguns dias.

O Cinco com o Seis: um casal de Observador-Patrulheiro

Esse relacionamento pode transmitir a sensação de recolhimento no tempo frio.


Cercamo-nos da companhia de outra pessoa quando escurece mais cedo, envolvendo-nos na
intimidade e no calor humano. Esse casal talvez não pareça efusivo em público, porque ambos
se relacionam através de uma calma contínua. Ler em um mesmo aposento sem interromper a
concentração do outro, fazer as refeições juntos sem se sentir pressionados a falar.

O distanciamento de um Observador faz até mesmo um fóbico SEIS parecer o elemento


ativo no relacionamento, e os Patrulheiros muitas vezes saúdam a oportunidade de influenciar
e dirigir outra pessoa. Um papel ativo atende à preocupação do SEIS com a força e com a
beleza e, ao mesmo tempo, desobriga o CINCO do fardo de liderar. Os Patrulheiros podem
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ficar altamente motivados quando se sentem chamados pelo dever de servir a outras pessoas,
a ternura que lhes é própria pode ser expressa com segurança por meio da fidelidade a um
parceiro. O vínculo base do casal é mental, mesmo quando os dois combinam sexual e
emocionalmente. Ambos entendem que o amor é mais do que apenas sentimentos.

O relacionamento prospera desde que o SEIS se sinta aceito; todavia, se o CINCO se


retrai e nega sexo e informações, a paranoia do SEIS dispara. Para você, como SEIS, pode ser
extremamente frustrante deparar-se com uma tela em branco quando você está buscando
uma ratificação. Os CINCOS são reticentes, o que pode alarmar um Patrulheiro, levando-o a
fazer acusações. Quando atacados, os CINCOS se retraem ainda mais a fim de proteger as
necessidades da própria privacidade, e se de fato existir um compartilhamento secreto na vida 69
privada do CINCO, exigências de que se revele pode levá-lo a ocultar-se ainda mais
profundamente dentro da própria casca. Os Observadores talvez não percebam como o
distanciamento pode ser punitivo. Ao não dizer nada, dão a impressão de ser indiferentes e
negligentes e, para o SEIS, esse silêncio é interpretado como uma admissão de culpa.

Os CINCOS respeitam as pessoas capazes de conter os sentimentos. Ajuda imensamente


se o SEIS é capaz de recuar, concordar com um espaço de tempo para discussões e assumir
uma atitude de neutralidade. A necessidade do CINCO de espaço e distância pode soar como
evasão e ausência quando o SEIS está desesperado em busca de certificação, mas o fato é que
os Observadores precisam de tempo para que os sentimentos reais venham à tona. O
Patrulheiro poderá desarmar os medos do CINCO de ficar assoberbado se contornar os pontos
de conflito. “Quero conversar sobre quem vai lavar a louça” soa muito mais atraente do que
uma necessidade genérica de “conversar sobre nós dois”. Já os Observadores podem ajudar
revelando o que pensam. Um honesto “não sei” do CINCO é infinitamente mais reconfortante
do que o silêncio. Os SEIS descobrem-se imaginando o tribunal do divórcio quando a falta de
informações alimenta a expectativa do pior. O Observador detém um poder enorme nesse
relacionamento, porque os medos do SEIS são ativados pela falta de presença do CINCO.

Cada um precisa aprender a ver os sinais de afeto do outro. Os SEIS inseguros


habitualmente atormentam os parceiros para ter a certeza e a confiança restabelecidas, e isso
pode levar os CINCOS à loucura; mas, visto de um ângulo ligeiramente diferente, o queixoso
“Você ainda me ama”?, do SEIS transforma-se numa preocupação legítima. Os SEIS exigem
reconfirmação por que têm medo de perder alguém importante, e simplesmente aparecer
para tratar do problema é a prova do afeto do CINCO. Periodicamente, ambos os parceiros
descobrirão em si o desejo de abrir mão e afastar-se. É muito mais fácil para os CINCOS pensar
“Posso passar sem essa relação” do que aceitar os próprios sentimentos; e esperar pode ser
uma tortura para o SEIS que não sabe se enfrenta ou foge.

Esse casal tem perseverança, desde que o canal de comunicação permaneça aberto.
Ambos os tipos são conhecidos por relacionamentos de longo prazo, porque o compromisso
permanente e o sentimento do “para sempre” neutralizam o distanciamento e a dúvida. São
também pessoas de fácil manutenção, capazes de trabalhar juntas na adversidade e de
suportar longos períodos de frustrações mundanas. Uma vez comprometidos, relacionam-se
tanto por meio das ideias que compartilham como pelo envolvimento romântico. Os
Observadores geralmente intelectualizam os sentimentos ao definir o romance como uma
ação. “Será que flores são adequadas para um aniversário”? “Como é que posso me preparar
para um “encontro espontâneo”? Os SEIS são extremamente suscetíveis à afeição. O carinho
desarma a dúvida e, uma vez livres da ansiedade, os Patrulheiros tornam-se parceiros ternos.
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Nos relacionamentos entre o CINCO e o SEIS, um único momento de ternura pode tornar-se
uma pedra angular do compromisso, desde que cimentado para sempre na mente dos dois.

O Cinco com o Seis: o Observador e o Patrulheiro juntos no trabalho

Ambos são tipos mentais, o que cria a possibilidade de a parceria tornar-se algo insípida.
As ideias facilmente substituem as ações, e novas correntes de experimentação são abafadas
por uma indisposição de correr riscos. Ambos os parceiros fazem parte da tríade do medo no
Eneagrama, o que é geralmente externado por meio de uma atenção exagerada aos
obstáculos. O poder real de possíveis concorrentes talvez seja superestimado, e muito tempo 70
talvez seja gasto na eliminação de dificuldades. Há poucas probabilidades de os parceiros
deixarem-se ver em bases regulares (mesmo os SEIS contrafóbicos veem-se recuando depois
de alguns períodos no palco). Não são pessoas que se autopromovam, embora saibam, como
qualquer um, mobilizar-se e tronar-se públicas para curtas apresentações. A força comum a
ambos reside na estratégia, na instrução, no planejamento ou em qualquer outra situação que
exija uma análise crítica.

Os Observadores querem saber como as partes isoladas se encaixam numa perspectiva


global de longo prazo. Voltam-se para provas factuais, mas podem ficar atolados na coleta de
informações. Os CINCOS acham difícil chegar a uma conclusão antes que todos os fatores
tenham sido analisados; gostam de estar completamente preparados antes de entrar em ação,
um modo de ser que espelha a procrastinação do SEIS em face do sucesso. Essa hesitação
mútua é a armadilha mais óbvia dessa parceria, mas pode ser prevenida quando há outras
pessoas para dar o primeiro corte ou para fazer o primeiro esboço de um novo
empreendimento. Uma parceria CINCO-SEIS pode ter muito mais sucesso se estabelecer a
missão, se permitir que outros produzam um esboço inicial e só então regressar para refinar
essa versão original.

Como chefes, os CINCOS talvez não reconheçam que os subordinados SEIS carecem de
contatos pessoais. Os CINCOS tendem a ser técnicos nas comunicações. O relacionamento do
CINCO faz-se antes através de uma lógica do que através do apoio pessoal, ou seja, geralmente
através de relatórios factuais. A informação é distribuída de acordo com a necessidade de
saber de cada um. Os empregados não precisam saber tudo, uma tendência gerencial capaz de
fazer os SEIS sentir-se prejudicados ou jogados contra os colegas de trabalho. Sessões de
informações gerais e fóruns abertos são uma vantagem, porque representam chances de
questionar a autoridade com elegância e graça. Reuniões fechadas aborrecerão o Patrulheiro.
“Por que não fui notificado? Por que estão nos separando uns dos outros? Para onde tudo isso
está nos levando”?

Diante de um chefe que exemplifica o isolamento e com a sensação de estar sendo


controlado por informações censuradas, o SEIS poderá encrespar-se na busca de uma
certificação. Despreparado para lidar com o conflito, o chefe CINCO ou se esconde ou tenta
expulsar o resistente. É preciso muita observação de si mesmo para que o CINCO veja que
iniciar a comunicação é uma estratégia promissora. Nesse caso, qualquer passo rumo à
visibilidade amortecerá as suspeitas do subordinado SEIS.

Os chefes SEIS têm medo da insubordinação que talvez assome no futuro e os


empregados CINCOS exerce controle através de uma não-participação silenciosa. Cada um
talvez veja os próprios interesses nas ações do outro. O SEIS vê a contenção de hostilidades e o
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CINCO vê a impertinência de expectativas. Essas projeções de ambos podem ser exacerbadas


se o estilo administrativo do SEIS for ambíguo. O Patrulheiro talvez esteja testando uma ideia
para ver onde ficam os subordinados, mas a falta de precisão repele o Observador. O
empregado CINCO quer saber exatamente quanta energia é exigida e por quanto tempo e, em
vez de improvisar, o CINCO descambará para uma postura do tipo “Isso eu não entendo”. Se o
chefe SEIS for incapaz de especificar, o estilo administrativo parecerá ruim; por que então
deveriam exigir que o CINCO fizesse o trabalho de outrem? Ajuda quando o chefe SEIS para de
fazer especulações e se fixa num plano sem retrocessos. Os empregados CINCOS sentem-se
respeitados quando existe uma diretriz perfeitamente concebida.

O que um CINCO entende por interferência talvez seja apenas um SEIS nervoso em ação, 71
e o que o chefe vê como insubordinação talvez seja um empregado que precisa de tempo
sozinho. A simples formalidade de um encontro semanal é a maneira mais efetiva de lidar com
as diferenças. Os chefes SEIS precisam de informação e os empregados CINCOS precisam de
tempo antes de investir tempo e energia.

O Cinco com o Sete: um casal de Observador-Epicurista

Os Epicuristas “comem” experiências. Gostam de viajar, fazer cursos e de trabalhar em


vários projetos ao mesmo tempo. Essa busca de variedades fornece aos CINCOS, que gastam o
tempo e a energia cautelosamente, um meio confortável e confiável de selecionar as coisas.
Nos painéis de casais do Eneagrama, geralmente ficamos sabendo que o Epicurista foi o
primeiro a descobrir o Eneagrama, avaliar nossas aulas e ir para casa convencer o CINCO de
que era uma coisa boa. Uma companhia agradável valoriza uma noite fora de casa e, em pouco
tempo, o Epicurista tinha um parceiro para as noites do Eneagrama. A atração inicial do SETE
deu ao Observador a oportunidade de participar, colocando-se numa posição protegida de
retaguarda. Com o tempo, porém, é o CINCO geralmente quem continua a seguir o curso.

Outro cenário comum coloca os parceiros em movimentos paralelos: “Você faz as suas
coisas e eu faço as minhas” - é um estilo de vida natural para pessoas que se relacionam por
meio de ideias. Os CINCOS gostam muito de períodos de tempo prolongados a sós, de ir em
busca do conhecimento e de ordenar os sentimentos. O extrovertido Epicurista poderia sentir-
se gravemente limitado pela orientação introvertida do CINCO, se não fosse pelo fato de que
os dois tipos são altamente independentes. Os SETES descobrem para fazer coisas que
agradam indiretamente aos CINCOS, e nenhum dos dois quer que o outro exija muito tempo
juntos. A linha que os dois compartilham no Eneagrama parece gerar um entendimento
mútuo. Os CINCOS admiram o traquejo social dos SETES e os SETES são tranquilizados pela
garantia permanente dada pela presença mais introvertida do CINCO. Na medida em que não
interrompam o diálogo, nenhum dos dois provavelmente interferirá nas atividades do outro.

A intimidade pode ser expressa através de uma visão em comum do futuro ou da


responsabilidade pelos filhos. Os SETES precisam de um foco exterior e os CINCOS têm um
melhor acesso aos sentimentos quando não precisam ser o centro da atenção.
Paradoxalmente, o distanciado Observador, muitas vezes torna-se o pilar emocional do casal.
Na segurança do lar os CINCOS podem deslocar-se para o ponto OITO, de onde emergem
como uma força poderosa dentro da família. Por outro lado, os SETES encontram segurança
quando se recolhem à moda do CINCO, passando curto período de tempo a sós. Nos
seminários, ouvimos repetidamente os Epicuristas opinar que um dia ou dois de recolhimento
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os tornam caseiros e pessoas muito privadas, observação contestada pelos parceiros CINCOS,
que assim reagem: “Sim, querido, mas você raramente está em casa”.

Como os parceiros estão posicionados um perto do outro, o CINCO no ponto de


segurança do SETE e o SETE no ponto de risco do CINCO, compartilham algumas semelhanças
de orientação. Ambos são tipos do medo, ainda que rechacem o perigo de maneiras muito
diferentes, e ambos confundem pensamento com sentimento. Sob condições específicas de
vida, são até idênticos um ao outro. Por exemplo, os CINCOS no estresse do ponto SETE dão a
impressão de estar despertando para a vida, mas relatos pessoais revelam uma terrível tensão
interna ocasionada pelo aumento do círculo de contatos e experiências. Se a busca de
segurança tiver sucesso, os CINCOS talvez descubram de fato que a companhia de outras 72
pessoas lhes oferece um inesperado prazer epicurista, mas, na interação mais comumente
citada, o SETE aparece como instrumento de iniciação social do casal.

Os CINCOS talvez não percebam os momentos em que a análise substitui os


sentimentos, e a maioria dos SETES não vê nas atividades uma via de fuga. Habitualmente,
ambos os tipos desviam a atenção das próprias emoções: os SETES buscam distração e os
CINCOS simplesmente distanciam-se. É um mau sinal quando o SETE avança entusiasticamente
enquanto o CINCO recua para o isolamento. Secretamente, cada um menosprezará o outro: o
SETE estará entediado – o relacionamento não é brilhante; e o CINCO verá superficialidade –
falta profundidade ao relacionamento. A consequente passagem para atividades paralelas é
capaz de seccionar o casal para diferentes órbitas da existência: o Observador recolhe-se por
trás de uma muralha de interesses particulares e as atividades do Epicurista levam-no para a
rua. Ajuda quando cada um começa a incorporar a orientação natural do outro. Os CINCOS
devem investir tempo, energia e entusiasmo no relacionamento, e os SETES precisam criar
uma concentração firme e resoluta, tal como é exigida por um compromisso integral.

O Cinco com o Sete: o Observador e o Epicurista juntos no trabalho

Ambos estão entre os tipos mentais do Eneagrama – pessoas para quem as ideias
podem substituir a ação. Os tipos mentais ficam seduzidos pelas teorias e são arrebatados do
curso que estão trilhando por planos interessantes. Os SETES são muito vulneráveis – têm a
mente como se fosse uma estrutura ramificada. Um bom conceito produz vários galhos de
ideias associadas, e todas elas parecem viáveis porque se originam do esquema original, O
pensamento do CINCO tende a ser mais lógico; uma única ideia torna-se o foco de uma ampla
pesquisa e eles são capazes de trabalhar em relativo isolamento durante anos. Essa parceria
privilegia a estratégia e a pesquisa, mas, sem igual atenção ao segmento e à conclusão, boas
ideias talvez nunca sejam concretizadas.

O arranjo habitual mostra o CINCO dentro do escritório e o SETE em campo. Os chefes


CINCOS tendem a ser sistemáticos; exigem o respaldo de informações abrangentes e sentem-
se seguros quando concentram esforços numa área específica de estudo.

Os sistemas do CINCO podem servir de âncora para os esforços do empregado SETE ou


podem ser tão estritamente demarcados que o empregado se rebela. Os SETES privilegiam a
doce rebeldia e, quando são inteligentes, percebem como os interesses básicos do
administrador podem ser ampliados através de uma rede de informações apropriada. Os
empregados SETES imprudentes revolucionarão os conceitos básicos do chefe, agirão a seu
bel-prazer e racionalizarão os resultados. Os chefes CINCOS exigem responsabilidades e acham
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altamente estressantes o estilo de ideias frouxamente conectadas e definidas, típico do SETE.


De negativo, os chefes CINCOS geralmente recuam quando confrontados por várias opções,
preferindo repetir uma fórmula que funcionou no passado. De positivo, o SETE talvez descubra
as coordenadas que unificam os setores de informação cuidadosamente pesquisados pelo
chefe CINCO.

É provável que haja um acordo tácito para evitar conflitos. Os Epicuristas racionalizam
os problemas buscando explicações convincentes e os Observadores entrincheiram-se por
detrás de uma barricada de secretárias eletrônicas. Ambos tendem a buscar uma compreensão
clara dos problemas em vez de lidar com eles. Podem refletir sobre áreas problemáticas sem
sentir muita emoção, o que permite o acúmulo de tensões imperceptíveis. Pretendem 73
racionalmente encontrar uma solução e uma escapatória antes de chegar ao ponto da raiva;
por isso podem ficar surpresos quando, por fim, os sentimentos começam a vir à tona. A
mediação devia concentrar-se em desmembrar as áreas problemáticas, transformando-as em
bocados pequenos e fáceis de manejar. Essa técnica opera milagres com os tipos da tríade do
medo no Eneagrama porque enfraquece a crença de que a raiva cria danos permanentes.

Aos chefes SETES agradam as decisões de última hora, mas a resistência que fazem à
conclusão de projetos pode dar-lhes a aparência de dispersos. Pegos no fogo cruzado das
informações contraditórias do chefe SETE, os funcionários CINCOS provavelmente preferirão
bater em retirada e aguardar a exigir esclarecimentos. Uma atitude de esperar para ver não
implica concordância, mas protegem os CINCOS da necessidade de comunicar-se. Os chefes
SETES fariam bem em entregar ao CINCO um projeto claramente demarcado que não dependa
de esforços conjuntos ou de resultados comuns. Os CINCOS tendem a produzir exatamente o
que é esperado, muitas vezes sem elaborações ou tentativas de coordenar-se com outros
setores. Provavelmente não oferecerão informações, a não ser que solicitados, especialmente
em condições que mudam rapidamente, mas, quando estão empenhados, os CINCOS são
capazes de estabilizar o caos durante tempo suficiente para que o SETE descubra um ponto de
partida para o problema.

O Cinco com o Oito: um casal de Observador-Patrão

O OITO é certamente o tipo mais assertivo do Eneagrama e o Observador, o mais


retraído. Os OITOS querem mais e os CINCOS têm necessidades mínimas. Os OITOS são
extrovertidos e os CINCOS recolhem-se à privacidade. Contudo, apesar dessas diferenças
óbvias, esse é um casal que se forma com frequência, e os dois têm uma afinidade intrínseca.
Como o CINCO é o ponto de risco do OITO e o OITO o ponto de segurança do CINCO, os
parceiros de longa data começam a ficar semelhantes entre si. Após anos de convivência, o
agressivo Patrão parece extraordinariamente manso e o Observador parece ter recebido um
treinamento em assertividade.

Os CINCOS são mais abertos na segurança do lar, uma atitude que vai ao encontro da
exigência do OITO pela verdade. Nesse relacionamento, o Observador é capaz de vivenciar
uma energia emocional e, embora detestem as brigas, os CINCOS geralmente concordam que
as lições do parceiro OITO lhes trazem resultados benéficos. O efeito global é vivificante,
porque a raiva força os CINCOS a sentir as próprias emoções no exato momento. É difícil
distanciar-se quando você, como CINCO, está altamente energizado e, de fato, os CINCOS
reagem espontaneamente numa relação segura. Esse relacionamento é capaz de abrir as
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portas da vida emocional para os Observadores e, do outro lado da interação, os OITOS


aprendem a esperar.

Uma interação frequente mostra o CINCO sentindo-se esmagado e o OITO reclamando


da necessidade de refrear-se. Os CINCOS são capazes de drenar a força de um relacionamento
com a mesma eficiência que a de um parceiro capaz de injetá-la. Os movimentos emocionais
do casal assemelham-se ao fluxo e refluxo das marés; os OITOS exigem contato com uma força
oceânica, que é contida pela contracorrente de retração do CINCO. A força emocional da
expansão e da contração será inteiramente familiar a ambos. As emoções dos CINCOS surgem
quando eles estão à sós, em segurança, e as emoções dos OITOS contraem-se com força
quando eles estão sob estresse. 74
Muitas vezes, o casal vive por longo período no ponto OITO, o que inevitavelmente
implica debates significativos e acalorados, altas horas da noite. Inicialmente, os Observadores
sentem-se esmagados e querem fugir, mas viver junto de um Patrão desperta os sentimentos.
Do outro lado do relacionamento, os OITOS são muitas vezes desarmados quando se deparam
com a quietude interior do CINCO. O autocontrole emocional do Observador é capaz de
estimular os OITOS a olhar para dentro de si mesmo em vez de provocar brigas.

Ambos os tipos dão um valor enorme à autonomia pessoal. A liberdade de ação é


imprescindível. Sabem do que gostam e do que não gostam, e nenhum dos dois
provavelmente se meterá na agenda do parceiro. De positivo, essa independência de espírito
permite que ambos falem sem rodeios e com franqueza entre si. De negativo, os parceiros
talvez sejam incapazes de estabelecer um compromisso e talvez se sintam muito pouco
responsáveis pela influência que exercem sobre o outro. Ás vezes, os CINCOS têm a noção de
que o sofrimento emocional se origina da falta de autocontrole, o que lhes permite livrar-se da
responsabilidade pelos sentimentos de outras pessoas. Também é possível que um OITO que
esteja sofrendo busque ajustar contas. A vingança pode desempenhar um papel importante
nesse relacionamento, com o OITO pressionando para ficar no poder.

Quando o casal Observador-Patrão se encontra no ponto CINCO, os dois muitas vezes


desenvolvem um grande respeito por uma solidão sem interrupções. É como viver por conta
própria, sabendo, no entanto, que alguém que você ama está por perto. De positivo, o
relacionamento produz tanto uma autonomia emocional quanto uma companhia querida que
está ao alcance da voz. O recolhimento do CINCO difunde-se pela casa como uma zanga
petulante e gritante – um modo eficaz de sumir e, mesmo assim, demonstrar desagrado. É
quase impossível forçar um CINCO relutante a cooperar, a energia será simplesmente drenada
de cada confronto. Em retaliação, os OITOS exibirão o cartaz de “Não perturbe”, e o conflito de
vontades resultante pode transbordar num silêncio que grita: “Vá embora! Não preciso de
você e não estou me importando”.

Como esses dois tipos compartilham uma dinâmica psicológica intimamente relacionada
dentro da estrela de nove pontas, cada um tem a oportunidade incomum de presenciar a si
mesmo no compartimento do outro. Os CINCOS precisam ver na maneira assertiva do Patrão
um antídoto contra a incapacidade crônica de tornar-se públicos. Simplesmente saber que
vale a pena lutar pela vida pode ser saudável para pessoas que se distanciam, e aprender a
falar impulsivamente é um desafogo tonificante. Do outro lado da interação os OITOS podem
confiar num Observador que mantém o caráter confidencial e que demonstra controle
emocional. Do mesmo modo que os casais de longa data parecem tornar-se energeticamente
semelhantes, eles também são capazes de intercambiar comportamentos. Nesse
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relacionamento, um casamento bem-sucedido de qualidade produz um Observador que parte


para a ação e um Patrão que é capaz de esperar.

O Cinco com o Oito: o Observador e o Patrão juntos no trabalho

Não é raro acreditarmos nos CINCOS nas transações comerciais porque eles nem nos
seduzem nem nos oferecem resistência emocional. São caracteristicamente pessoas de baixo
impacto que desviam a atenção de si mesmos ao se concentrar nas tarefas. A maior parte das
pessoas está mais do que propensa a falar de interesses privados, o que cria uma impressão de
anuência. Falamos, e o CINCO acena com a cabeça, o que faz com que nos sintamos 75
compreendidos.

Os Observadores raramente concretizam as próprias criações. Precisam de um vigor


tremendo para levar os projetos desde a sala de conselho até a sala de operações, onde as
ideias criativas tomam forma. A execução de um projeto envolve sempre interações pessoais
acaloradas, por isso os CINCOS geralmente conduzem os negócios através do correio
eletrônico ou do fax. Uma história clássica do Eneagrama foi relatada por um CINCO que entra
no escritório depois que todo mundo já foi embora para casa, deixa as instruções no terminal
de computador de cada funcionário, evita encontrar a equipe da limpeza e desaparece antes
das nove horas da manhã. O OITO que ele confia recolhe as mensagens de manhã e começa
imediatamente a trabalhar, comunicando-se com o chefe através do correio eletrônico, muitas
vezes sem contato pessoal durante meses.

Essa característica de neutralidade que os CINCOS trazem para a administração pode ser
atraente para os empregados. Os Observadores são capazes de irradiar uma liderança que tem
tudo sobre controle e podem ser negociadores maleáveis porque não tomam as pressões
negativas pessoalmente. Os Observadores trazem também uma análise fria e imparcial para a
tomada de decisão, o que concede aos OITOS a liberdade de dizer o que pensam sem que isso
tenha repercussão. Uma boa interação entre esses dois tipos mostra o OITO explodindo e o
CINCO recolhendo-se e ambos decidindo esquecer o incidente sem guardar rancor.

O conflito mais frequentemente relatado mostra o empregado OITO preenchendo o


vazio de poder criado por uma administração absenteísta. Ao voltar, o chefe vê o vociferante
empregado OITO como um insubordinado, e a equipe sente-se exprimida num jogo de poder.
Os chefes CINCOS são famosos pela presença mínima, o que cria o vácuo dentro da qual os
OITOS começam a agitação. A situação clareia quando o Observador se mostra. Um chefe
seguro é capaz de transmitir certeza aos outros e, assim que os fatos estejam expostos, o
empregado OITO pode renunciar ao controle.

Os chefes OITOS são seguros de si e é difícil mudar o curso de ação que escolhem. Uma
mentalidade do tipo “faça como eu quero ou então rua” não raro polarizará a equipe. Os
empregados tendem a amá-los ou a odiá-los, mas o CINCO inteligente abastece o Patrão de
informações e afasta-se. O CINCO e o OITO formam uma aliança natural, mas as diferenças de
estratégia podem ser fatais. Os CINCOS elaboram as conclusões vagarosamente e detestam
arriscar uma análise prematura; mas, quando os OITOS querem ação, publicamente difamam
uma voz que reclama cautela. Os Observadores rapidamente encontram um nicho útil na
elaboração de relatórios. É melhor que esses relatórios sejam apresentados ao Patrão em
reuniões. O caminho até o coração do OITO é através da presença pessoal e da informação
completa, e ambas vão de encontro à postura de privacidade do CINCO. Atualizar informações
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é uma forma neutra para os CINCOS mostrar presença, e reelaborar uma análise reafirma o
compromisso que o chefe OITO precisa ter.

O Cinco com o Nove: um casal Observador-Mediador

Esse casal com frequência menciona um apreço pela comunicação não-verbal, porque
ambos apreciam ser entendidos sem ter de pedir. Quem pede cria a possibilidade de ser
rejeitado ou humilhado, por isso tenderão a dirigir os sentimentos em relação ao outro através
de um ponto focal exterior, assim como planos para a família ou para as compras no
supermercado. Atividades em comum criam uma atmosfera na qual cada um sente a presença 76
do outro. Como ambos têm a preferência de exprimir o amor de formas não-verbais, muitas
vezes definem o bem-estar sentimental como “o modo como nos sentimos quando viajamos”
ou “a sensação que temos ao fazer um passeio juntos”. Essa característica intangível chamada
de “presença” pode estar tão inserida no relacionamento que parece algo totalmente normal.
Cada parceiro sente a presença do outro nos filhos que têm; ou, quando viajam, é natural para
eles ver as coisas através dos olhos do outro.

Curiosamente, o Observador, que geralmente assiste das laterais, talvez descubra estar
tornando-se o objeto de escrutínio. Os NOVES assumem os sentimentos de pessoas que têm
significado para eles, de modo que os sinais não verbais dos CINCOS recaem sobre um
receptor sensível. As necessidades do Observador talvez se tornem a mola central da vida do
NOVE, a qual terá que ser manuseada com cuidado. Os CINCOS não sabem tolerar a
dependência emocional e são capazes de tornar-se extremamente frios e distantes se o
parceiro elabora expectativas “injustificadas”. Um Mediador afetuoso talvez queira
simplesmente passar a noite junto, mas um período de tempo em aberto faz um CINCO
pensar: “Para fazer o que”?

Uma situação grave pode formar-se se o Observador costumeiramente se retrair,


fazendo com que o NOVE se sinta aborrecido e abandonado. A situação muda para melhor
quando os NOVES estabelecem um objetivo de longo prazo. A interface do objetivo do NOVE
dá um enfoque positivo às noites passadas em casa, porque posiciona o CINCO no posto
protegido de conselheiro de confiança. Ambos os parceiros são bem mais eficientes quando a
atenção é desviada deles mesmos e dirigida para outras pessoas. Os CINCOS gostam de
aconselhar as pessoas amadas e os NOVES são capazes de assumir uma vida alheia como se
fosse a própria.

Ambos os tipos têm reações emocionais retardadas. A posição do Mediador surge


vagarosamente com o tempo e os CINCOS habitualmente sustam os sentimentos durante uma
interação. Essa é uma combinação em que cada qual dá ao outro bastante espaço. Ambos
detestam sentir-se pressionados a agir. Os NOVES entrincheiram-se e tornam-se turrões
quando se espera que tomem uma decisão e os CINCOS fogem das expectativas alheias. Os
dois podem concordar em não criar conflitos, de forma que cada um fique absorvido no
próprio mundo, deixando o outro efetivamente sozinho. As atividades esparsas do Mediador
provavelmente não perturbarão o Observador, a não ser que a rotina doméstica seja afetada,
e um NOVE esquecido não questionará a vida compartimentada do CINCO.

Um acordo para não haver conflitos pode também aniquilar um relacionamento. Os


CINCOS normalmente separam-se dos sentimentos e os NOVES começam a agir como pilotos
automáticos, entorpecendo-se com uma rotina obsessiva. De negativo, a resistência ao
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compromisso leva cada um a desenvolver uma órbita de preocupação consigo próprio. Ambos
tendem a censurar informações, de modo que, se a relação perde o gosto, as órbitas de
interesse se afastam lentamente uma da outra. Uma união verdadeira exige participação, mas
o casal pode optar por uma “harmonia no lar”. Se a decisão pela harmonia é, na verdade, um
meio de evitar conflito, o nível de energia do NOVE começará a cair e o CINCO se tornará cada
vez mais alheio. Num visível paradoxo, esse relacionamento muitas vezes lucra com uma
pequena explosão que rompa o padrão fixo. Uma boa briga dá vida às pessoas, e um bom
choro pode aproximá-las. As venturas e desventuras num relacionamento íntimo despertam
para o fato de que precisamos um do outro. Os NOVES sabem defender uma posição quando
estão com raiva e os CINCOS precisam sentir-se seguros com os sentimentos que têm.
77
Os membros desse casal podem ser fisicamente carinhosos e devotados ao bem-estar
um do outro, e apesar disso, continuar a relacionar-se por meio de um padrão fixo. Se houver
um confronto o Observador pensará: “Seria fácil terminar com tudo isso”, uma opinião que se
repete numa obsessiva questão íntima do Mediador: “Aqui é ou não é o meu lugar”? Como um
relacionamento inflama a energia emocional que ambos tendem a evitar, é a arena ideal para
o CINCO sentir-se à vontade com sentimentos e para o NOVE desenvolver um compromisso
inequívoco e permanente.

O Cinco com o Nove: o Observador e o Mediador juntos no trabalho

Nenhum dos parceiros tenderá a autopromover-se e nenhum deles gosta de competir


por status; cada um, porém, exige um tipo particular de atenção. Os CINCOS querem ser
valorizados pelo pensamento e os NOVES despontam quando recebem respeito pessoal sem
ter solicitado. É improvável que essa parceria crie uma atmosfera abrasiva, mas o lado
negativo de uma possível harmonia pode ser a falta de iniciativa. Cada um espera ser puxado
pelo outro, e assim é provável que ambos busquem nas respectivas funções no trabalho a
definição do relacionamento entre eles. Os dois tipos criam impulso seguindo uma estrutura
bem construída, com o NOVE no papel frontal de lidar com o público e o CINCO na retaguarda
prosseguindo com o refinamento da tarefa. A divisão de trabalho mais comumente relatada
mostra esquemas contidos e bem dirigidos do Observador com a função de promover a base
que o NOVE então transformará num sistema trabalhável.

A posição pública consiste de telefonemas, reuniões e busca de assessoramento,


enquanto a posição da retaguarda fornece a análise dos dados. Dado um sistema viável, os
parceiros podem expandir as operações e usar as estruturas para alcançar as metas exigidas ou
ir levando, com entusiasmo em queda, até que, por fim, a estrutura perca a força. A
produtividade dessa parceria parece seguir a lei da inércia, segundo a qual um corpo em
movimento tende a ficar em movimento, ao passo que um corpo em repouso tende a ficar em
repouso. No ponto alto do movimento, novas metas decorrem logicamente de um ciclo de
trabalho completado; enquanto, no ponto mais baixo da inércia, os NOVES simplesmente
seguem o regulamento e os CINCOS comunicam-se pelo telefone.

Ambos os tipos precisam de um arranque de vitalidade. Os NOVES são avivados através


da camaradagem e da participação, ao passo que os CINCOS “se ligam” através da troca de
ideias. Os parceiros geralmente interagem por meio de reuniões administrativas curtas e
significativas, que enfoquem basicamente as tarefas. Os CINCOS têm uma grande quantidade
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de insumos a dar nas reuniões, mas provavelmente os NOVES é que manterão a bola em
movimento.

Talvez tenham problemas em obter a atenção do outro, porque ambos acham difícil
desviar-se uma vez que tenham adotado um curso de ação. Os CINCOS são quase inalcançáveis
quando estão engajados num problema absorvente e os NOVES aferram-se a uma posição,
porque têm medo de sair do rumo.

Os chefes CINCOS operam tipicamente através de controle remoto. As reuniões são


conduzidas pela pauta e poderão enfocar áreas do projeto que estejam isoladas de um
contexto maior, dando aos subordinados a impressão de que as decisões foram concluídas na
privacidade, sem que eles tivessem a oportunidade de manifestar a própria opinião. 78
Ressentindo-se por ser ignorados, os empregados NOVES rebelam-se intimamente quando
lhes dão ordem sem que lhes tenham perguntado algo antes. A pior situação mostra o chefe
CINCO oferecendo breves diretivas numa rápida reunião geral, sem nenhum espaço para
feedback. Se houver a participação de NOVES ofendidos, essas diretivas talvez nunca sejam
postas em prática. Sem dizer uma palavra de raiva, os NOVES obstruirão a conclusão dos
projetos.

É útil criar um fórum baseado no coleguismo e na responsabilidade. Os empregados


NOVES precisam saber para quem e para o que estão trabalhando. Ajuda quando o chefe
CINCO é capaz de ver o valor humanizante em lemas tais como ‘Ombro a ombro, olho no
olho”, porque, ao trabalhar com os NOVES, essa atitude realmente compensa. Os Mediadores
não prosperam no isolamento e, com um pouco de imaginação, os chefes CINCOS podem
desenvolver maneiras simples de interagir com os subordinados. Os CINCOS têm sempre
interesse em canais de informação e talvez descubram que os NOVES muitas vezes são o
barômetro de dinâmica de grupo. Como dão crédito aos interesses e atividades das outras
pessoas, os NOVES são capazes de articular as aspirações do grupo e as correntes políticas
flutuantes do local de trabalho.

A precisão do pensamento do chefe CINCO provavelmente atrairá os NOVES. Uma


capacidade crítica sólida elimina a tendência do Mediador de perder a concentração ao
espraiar a atenção. Assim que os chefes CINCOS encontrem um modo de interagir com os
subordinados, provavelmente encontrarão adesões entre os NOVES.

Os chefes NOVES tendem a desenvolver um sistema que serve bem a essa parceria. Os
Mediadores gostam de fazer a promoção dos negócios e de trabalhar em rede dentro dos
limites de um contexto seguro que não exija decisões a todo o momento. Os empregados
CINCOS também valorizam as estruturas, porque se concentram melhor quando as
expectativas são previsíveis. São capazes de produzir de corpo e alma dentro de uma dada
estrutura de tempo, exibindo pouco do comportamento competitivo que os NOVES têm
dificuldade de administrar.

Os dois parceiros terão de ajustar os estilos naturais de comunicação. Os CINCOS


preferem o contato altamente controlado a respeito de tarefas específicas, o que vai de
encontro à determinação do NOVE de ouvir a opinião de todo o mundo. Os CINCOS querem
uma conversa concisa, enquanto os NOVES são capazes de prolongar uma discussão
indefinidamente. Ajuda quando os NOVES aprendem a concentrar-se na conclusão e quando
os CINCOS são suficientemente maduros para perceber que as reuniões servem tanto para
criar solidariedade quanto para estruturar o trabalho.
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A intervenção terá de lidar com o fato de que ambos os tipos evitam os conflitos. Esse
conluio cria distância exatamente naquelas horas em que é preciso uma comunicação aberta.
Um CINCO melindrado talvez reduza o nível de desempenho e não ofereça de modo algum
conselhos e pareceres construtivos. Uma situação de impasse mostra cada um num canto, de
onde nenhum dos dois é capaz de puxar o outro. A fim de impor uma participação maior, um
chefe NOVE recorrerá aos regulamentos, mas o ressentimento subjacente estará dirigido à
indisposição do CINCO em falar. A intervenção tem de estabelecer uma arena para as
negociações, porque ambos os tipos exercem controle por meio da recusa em agir e do
armazenamento de energia. Ajuda programar a discussão de um tópico difícil com certa
antecedência. Os NOVES precisam de tempo para descobrir uma opinião independente e os
CINCOS negociam melhor quando dispõem de uma estrutura pré-determinada, através da qual 79
possam lidar com as emoções.

O TIPO SEIS

O Seis com o Seis: um casal de Patrulheiros

O hábito mental do SEIS envolve um intenso questionamento interno. Esse hábito


muitas vezes faz o SEIS parecer um elemento do contra: “Sim, mas...” e “E quanto ao outro
lado”?, declarações desse tipo soam como pensamento negativo, mas os SEIS veem uma
diferença entre negatividade e contestação. O pensamento negativo é uma renúncia, uma
rejeição do que é positivo e bom, ao passo que o pensamento contestatório pode ser
esclarecedor porque ilustra o lado oposto da questão. Num casal de SEIS, cada um talvez
acolha bem o fato de que o parceiro está disposto a levantar questões difíceis. Os
interrogatórios cruzados eliminam a dúvida e permitem que o casal avance.

O pensamento contestatório funciona tal qual uma gangorra. Quando um dos parceiros
mergulha no medo, isso automaticamente eleva o outro para que ele vislumbre melhores
possibilidades. O truque é prestar muita atenção aos Patrulheiros, sem lhes confirmar nem
lhes rejeitar as ideias, como se fossem a expectativa do pior. Como a maior parte das pessoas,
os SEIS simplesmente sentem-se incompreendidos e se retraem se o medo que sentem é
banalizado.

Quando ambos os parceiros se sentem ansiosos em relação a algum evento externo,


unem-se numa aliança do tipo “nós dois contra o mundo”. Essa dúvida em comum pode
produzir uma “demência a dois”, ou seja, uma falsa crença compartilhada pelos dois, a qual
prolonga a dificuldade, uma vez que cada um recontamina o outro com dúvidas. Um breve
lapso na confiança pode assumir proporções catastróficas: “Se isso nos assusta assim agora,
imagine como poderia vir a ser pior”.

De positivo, cada membro de um casal de SEIS pode ser fonte de força para o outro. Eles
se unem sob pressão e muitas vezes aderem a grupos de ação cívica que dão suporte a causas
sociais. Podem ser altamente eficazes num contexto de opressão, onde a dúvida é
perfeitamente realista. Todos nós sentimos um tanto impotentes quando somos iniciantes,
novatos, ou quando lutamos contra forças superiores. Os Patrulheiros não raro acham mais
fácil atuar numa causa de oprimidos do que em outras empresas claramente promissoras.
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Os casais de SEIS precisam de atividades que lhes permitam entregar-se a uma rotina
sem ter de refletir. Cada um deles pode estar meio convencido de que o relacionamento está
por acabar, mas a programação diz “almoço ao meio-dia” e, assim que os dois chegam, as
dúvidas se evaporam com um sorriso de boas-vindas. Encontros programados são uma
necessidade, porque a falta de contato incita à paranoia. O pensamento do contra desaparece
com a permanente reafirmação da rotina.

O prazer, em particular, é algo de muito saudável para os tipos que se preocupam com o
futuro. Talvez como os Perfeccionistas (UNS), os Patrulheiros desconfiam de um futuro cor-de-
rosa. Esse casal precisa de algo que possa aguardar com expectativa: uma viagem ao campo,
um passeio no parque, pequenos prazeres capazes de dissipar a dúvida que se arrasta. 80
Vislumbrar o futuro também pode ser uma fonte prazer. A esperança é capaz de impeli-
los à ação e um sonho que os dois compartilham gera fé. Os SEIS são altamente emocionais,
mas os sentimentos que têm são muitas vezes dedicados a visões mentais. Cada um talvez
pense no outro constantemente, sondando as próprias motivações e analisando
cuidadosamente o compromisso do casal. Para quem está de fora, o casal talvez não pareça
abertamente afetuoso. Preocupados em achar um significado no relacionamento, talvez
descuidem da atração física e emocional que os aproximou. Do ponto de vista do casal, a
sexualidade e as aventuras muitas vezes parece funcionar como maravilhosos efeitos
colaterais e não exatamente como o ponto central do relacionamento. Ambos precisam da
ratificação do compromisso “mentalizado”. Querem ter certeza. Querem saber o que
“realmente está acontecendo”. Esta preocupação com a certeza e com o significado pode
reprimir outras formas de relacionamento. Os SEIS, como foi dito, são altamente emocionais,
mas depositam fé nos vínculos emocionais que se assentam numa dedicação da mente.

O Seis com o Seis: dois Patrulheiros juntos no trabalho

Os Patrulheiros podem parecer muito diferentes um do outro no ambiente de trabalho.


Os SEIS fóbicos buscam um protetor forte e ficam agradecidos quando a outra pessoa está
disposta a assumir a linha de confronto. Os SEIS contra fóbicos, que também sentem medo,
podem despontar como agitadores no local de trabalho, porque questionam as pessoas
responsáveis pelo comando. A variedade de comportamento desse tipo é muito grande, mas o
denominador comum para todo o SEIS é a preocupação com a autoridade. Os Patrulheiros são
desconfiados em relação à hierarquia do poder, mas expressam essa preocupação de formas
muito distintas.

Eis aqui uma ilustração das diferentes táticas empregadas pelos SEIS para lidar com a
autoridade. Um SEIS de subtipo autopreservação se concentrará na afeição para reduzir o
medo. Receber a aprovação de pessoas no poder é de suma importância e, como esses SEIS
buscam em outras pessoas a própria ratificação, podem facilmente passar por DOIS. Os SEIS
contrafóbicos adotam uma tática oposta para lidar com as mesmas questões de autoridade. Os
contrafóbicos lutam contra o medo de formas agressivas, as quais podem lembrar o estilo do
OITO ou do UM, por ser um subtipo sexual (força-beleza), essa postura agressiva será
concentrada nos indivíduos que detêm o poder no trabalho.

Como chefes, os Patrulheiros devem se precaver contra reações exageradas. A dúvida


interior gera um clima no qual as preocupações dos empregados podem ser entendidas como
críticas. A lealdade do Patrulheiro é construída na confiança, por isso os chefes SEIS agirão com
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generosidade para com os empregados que, no passado, provaram ser leais. Os SEIS são
capazes de tolerar grandes doses de comportamento neurótico ou egoísta, contanto que a
aliança permaneça intacta. O lado positivo do vínculo entre dois SEIS é o compromisso de
acompanhar o outro ao longo das dificuldades; mas o lado negativo é uma operação de
acomodação mútua, na qual o chefe tem medo de indispor-se com o empregado e o
empregado tem medo de enfrentar o patrão. Os SEIS nem sempre se sentem confortáveis na
posição de chefia. Querem um suporte confiável dos que estão acima e provavelmente
testarão a lealdade dos empregados. O teste mais assiduamente mencionado consiste em
apresentar um problema ambíguo e esperar para ver quem agirá em benefício alheio e quem
agirá em interesse próprio.
81
Como chefes, os Patrulheiros podem vacilar entre o relaxamento e a rigorosidade. Um
SEIS relaxado sente-se desconfortável em ser autoridade e não parece querer comandar. Os
SEIS com a reputação para repressão geralmente têm medo de ser desafiados e são, portanto,
por demais controladores. Ajuda, no caso, concentrar-se na tarefa, porque a tarefa determina
o modo como as pessoas se comportarão umas com as outras. Tanto a liderança baseada no
relaxamento quanto a baseada no excesso de controle provêm da incerteza interior. O chefe
talvez esteja superestimando a possibilidade de uma oposição e precisa receber garantias.
Devem ser discutidos abertamente não só os resultados mais desfavoráveis, mas também o
fato de que seguir uma solução segura pode ser um perigo quando é necessário correr riscos
reais. Ajuda quando uma autoridade acreditada pode ser convidada a dar suporte às opiniões
da chefia. Uma voz amiga dentro da hierarquia, combinada a uma apreciação realista dos
obstáculos ao sucesso pode ser libertadora para os chefes SEIS que temem declarar os medos
pelo medo de parecer medrosos.

Uma parceria de SEIS pode agravar o problema da procrastinação. É difícil andar para a
frente quando a atenção divaga a fim de reconsiderar os contra-argumentos. Mensagens
ambíguas são paralisantes tanto para o empregado quanto para o patrão. Os empregados SEIS
dizem que um comentário inocente, do tipo “Precisamos de uma avaliação”, pode gerar fortes
ataques de dúvidas. Uma reunião para avaliação também dispara o medo do chefe de uma
atmosfera de antiautoritarismo na própria reunião.

O simples fato de suavizar as comunicações reduzirá a grande massa de projeções


gerada pelas informações ambíguas. Os Patrulheiros reagem positivamente aos chefes que
sabem ser moderadamente reveladores e às “comunicações afáveis”. Ajuda quando o chefe
diz, por exemplo: “Este é o meu pensamento sobre o projeto”, ou quando usa declarações
com ressalvas: “O projeto está sendo encaminhado e nós precisamos fazer uma avaliação em
conjunto”. A chefia deve fornecer explicações preliminares a respeito de quaisquer desvios das
expectativas dos empregados. Os Patrulheiros esperam o pior se não são devidamente
informados e notarão a mais leve discrepância entre o que a autoridade promete e o que de
fato cumpre. A mediação deverá concentrar-se no esclarecimento das intenções da chefia,
sobretudo das que afetam o futuro do empregado SEIS. Avisos antecipados previnem as
rebeliões no trabalho com os Patrulheiros.

O Seis com o Sete: um casal de Patrulheiro-Epicurista

Ambos os tipos estão posicionados na tríade do medo, no lado esquerdo de diagrama,


mas cada um lida com o medo de modos muito diferentes. O SEIS é visivelmente hesitante e
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muitas vezes parece cauteloso demais em comparação à desenvoltura do SETE para os


relacionamentos. Os SETES dispersam os próprios medos através de um sistema de reserva de
planos e podem inconscientemente depender dos SEIS para externar a própria paranoia do
Epicurista, que não se mostra. É curioso como ambos os tipos embelezam eventos concretos
com resultados imaginados, mas chegam a conclusões diferentes. Tanto o vislumbre do SETE
de um futuro positivo quanto a tendência do SEIS de esperar o pior podem ser projeções.

O Epicurista pode demonstrar as preocupações dos SEIS como se fossem invenções da


imaginação, mas, quando se pede a um SEIS que se acalme, ele pode sentir um medo ainda
mais profundo. Os dois alimentam ideias opostas sobre os relacionamentos: O SETE vê
possibilidades ilimitadas, ao passo que o SEIS se sente preso pelo dever e pelo trabalho duro. O 82
teste da realidade, ou seja, o esclarecimento dos fatos, será uma característica básica nesse
relacionamento. Quando um dos parceiros vir o pior e o outro vir o melhor, poderão muitas
vezes encontrar-se no meio do caminho. Ficar em contato íntimo com o outro modifica a
crença no resultado mais pessimista ou mais otimista. Telefonemas diários, projetos a dois e
reuniões familiares previnem um desvio para especulações irreais.

A atração do SETE pelo prazer fornece um antídoto contra a dúvida do SEIS. Do mesmo
modo, o SEIS que seja fiel durante os períodos difíceis pode apaziguar o parceiro SETE que é
aterrorizado pela dor. Dificuldades surgirão se o SETE manipular a verdade no interesse de
uma liberdade maior. Incoerências provocam paranoia, o SEIS provavelmente retaliará com
ameaças de abandonar o relacionamento. Os SETES ficam magnetizados pela possibilidade do
desaparecimento e a fidelidade vacilante do SEIS, pode fazer o relacionamento parecer mais
desejável.

Esse casal pode ter problemas com o compromisso. Os SEIS querem garantias antes
comprometer-se a qualquer coisa e os SETES detestam ser cobrados. Os voos fantasiosos e as
digressões devoradoras de tempo do SETE podem ser interpretados como traição por um
parceiro SEIS inseguro. Receber garantias é importante para ambos. Para o Patrulheiro, vale
ser tranquilizado de que o SETE é fiel. Para o Epicurista, vale ser tranquilizado de que o SEIS é
capaz de renunciar o controle. Ajuda, no caso, se os SEIS for capaz de concentrar-se mais em
ações do que em possibilidades. Os esquemas do SETE são muito mais engenhosos do que
aquilo que de fato se materializará.

Na visão do cauteloso parceiro SEIS, os planos do SETE parecem pura autoindulgência.


“Onde fica a linha divisória entre os interesses externos e o hedonismo do SETE”? Há uma
sensação de deslealdade. “Você está comprometido ou não”? Se o SEIS começa a intrometer-
se, cria-se um círculo vicioso, no qual o SEIS sofre e o SETE quer ir embora. Egocêntrico, o
Epicurista talvez não veja a formação do problema e talvez nem sinta empatia pela dor do SEIS.
Parece-lhe que o SEIS está criando confusão e reclamando à toa. O SETE talvez pense: “Se
estou sofrendo, então estou na relação errada”. As críticas atingem o núcleo da orientação
positiva do SETE. “Se tenho de pedir ajuda é porque deve haver algo errado comigo”.

A escolha do momento oportuno para uma discussão sensível será importante no


relacionamento com os SETES. Uma aproximação indireta é muito mais eficaz do que uma
discussão imposta. Os SEIS em pânico são conhecidos por insistir em discussões imediatas do
problema, ocasião em que ventilam as próprias dúvidas, mas é mais provável que os
Epicuristas deem maior atenção a uma queixa amortecida e administrada em doses curtas e
toleráveis. O SETE intimidado racionalizará os problemas e fugirá, mas, se não houver ameaças
imediatas, as queixas virão pôr fim à mesa. É útil colocar as diferenças entre os dois tipos no
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contexto da benevolência que existiu no passado e ter em mira a luz no fim do túnel. De nada
vale se o SEIS se fixar numa admissão de culpa, na expectativa de que o SETE sinta remorso
pelo passado.

Os SETES fazem o casal sair de casa; um bom programa dissolve a paranoia. Passar uma
tarde de sol fazendo algo a dois é capaz de tranquilizar o SEIS com relação ao compromisso,
mas do que passar horas a fio conversando. Os casais de longa data dizem ter aprendido a
encontrar-se no meio. O SEIS aprendeu a diferenciar as próprias dúvidas pessoais e aquilo que
o SETE na verdade vai fazer. O SETE aprendeu a corresponder às expectativas do SEIS,
mantendo compromissos básicos sem inserir nenhuma cláusula de fuga.
83

O Seis com o Sete: o Patrulheiro e o Epicurista juntos no trabalho

Essa parceria pode ou agravar o problema da procrastinação ou aprender a mover-se


rumo a objetivos comuns. Ambos os tipos têm a tendência a mudar de opinião em curto prazo.
Os SEIS duvidam e os SETES distraem-se com ideias. Cada um tem a expectativa de que o outro
permanecerá concentrado, mas o acabamento de projetos pode ser um problema
permanente. Ideias são levantadas e de novo esquecidas. Planos podem ser feitos,
modificados e descartados. É provável que ambos fiquem presos em conversas e reuniões
infindáveis, mas os dois talvez achem difícil identificar o próprio comportamento como
procrastinação. Os SETES veem as muitas possibilidades como facetas de um mesmo plano e
os SEIS veem as próprias dúvidas como um método preciso de resolver problemas.

Ambos os tipos podem também viver no futuro. Os SEIS concentram-se em meios de


proteger-se contra catástrofes e os SETES adoram vislumbrar planos. Se cada um ouvir o outro,
pode acontecer um bom equilíbrio. Os Epicuristas são capazes de sustentar uma visão e os SEIS
muitas vezes distinguem-se quando assumem um trabalho que exija muito. Cada um pode
ajudar o outro a superar as respectivas tendências do diletantismo e do ceticismo, os SETES
permanecendo concentrados durante os períodos difíceis e os SEIS ousando acreditar.

Como chefes, os SEIS não gostam de ter de inspirar ou de cobrar obediência e se


ressentirão por ter de supervisionar uma equipe evasiva. Os Patrulheiros podem ter reações
exageradas a tudo o que pareça um desrespeito intencional por parte dos empregados SETES,
os quais podem, na verdade, não ter a mínima consciência do problema. Os SETES são capazes
de trazer inovações sem perceber que estão redefinindo os próprios deveres e obrigações,
mas, se o chefe SEIS sentir que há uma ação evasiva e ambígua, ressentimentos se
acumularão. O Epicurista talvez precise de uma explosão para despertar para a realidade, mas
não admitirá que tinha intenções dolosas ou premeditadas. Os SEIS as vezes alimentam a
noção de que o total reconhecimento de culpa pode evitar uma reincidência, mas os SETES
seguem de preferência o espírito e não a letra da lei. O que, para outras pessoas, pode
permanecer comportamento culposo, parece ao SETE uma experiência instrutiva. Essa dupla
realmente lucrará com o estabelecimento de controles para esclarecer intenções recíprocas.
Tramoias podem ser exacerbadas na mente do chefe SEIS que espera ser enganado e os SETES
são extremamente escorregadios durante a supervisão.

Os chefes SETES gostam de delegar e distribuir os projetos. Uma série de objetivos de


curto prazo que possam alternar-se rapidamente é muito mais atraente do que o tédio de
planos de longo prazo. Esse chefe não prescinde de delegar a execução de longa duração à
equipe, mas é capaz de alterar o curso das ações sem avisar. A inconsequência nos objetivos
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pode enfurecer o empregado SEIS. Os Patrulheiros que desenvolveram uma rotina não gostam
de chegar ao trabalho e descobrir que as metas foram alteradas durante a noite. Questões de
pequena monta podem assumir rapidamente um tom de grave ameaça. “Mudaram as metas e
eu não fui avisado. Por quê? Estão me descartando”? Os SEIS são, na verdade, bastante
flexíveis, desde que lhes seja dada uma explicação adequada. Uma vez tranquilos sobre a
segurança do próprio trabalho, os empregados SEIS são muito fiéis. O truque na mediação será
levar cada um a penetrar na visão do outro. Os SEIS podem aprender a entrar em ação mais
facilmente e os SETES podem aprender a fazer cada coisa de uma vez sem sentir medo.

O Seis com o Oito: um casal Patrulheiro-Patrão 84

Os OITOS, sejam homens, sejam mulheres, são ativos na fase do cortejamento, o que
elimina em grande parte a dúvida dos SEIS. Os OITOS encontram segurança no ato de assumir
responsabilidades e de oferecer proteção, o que se encaixa perfeitamente com a insegurança
do SEIS. Libertos do trabalho de dar início ao relacionamento, os Patrulheiros são colocados na
posição mais segura de sentir que outros os procuram e que necessitam deles. Os OITOS têm
uma confiança vitalizante em relação à própria sexualidade e à conquista do sucesso. Essa
confiança pode ser liberadora para tipos como o SEIS, que se contraem e se sentem culpados
em relação ao prazer.

Esse é um encontro de corpo e mente, e não exatamente um sentimento romântico. Os


parceiros têm em comum uma aversão pelo “sentimentalismo exagerado”. Dar um apoio
meloso ao parceiro, mesmo que seja totalmente bem-intencionado, pode soar como falsidade
para tipos que veem o mundo como perigoso. A dedicação ao outro é expressa através da
coisa física e de ideias mais do que através de sugestões íntimas. As ações e os estímulos
contam mais do que os sentimentos ternos. A confiança brota em grande parte por meio da
observação: quando se vê que o parceiro age em benefício do outro.

Ambos os tipos contam com adversidades e ficam juntos durante as dificuldades. Os


SEIS fóbicos colocam-se atrás dos parceiros OITOS, a quem dão um apoio fiel. Os SEIS
contrafóbicos, em luta contra o medo, ficam lado a lado. Uma combinação excelente mostra o
OITO, que se julga todo-poderoso, dependente dos conselhos do SEIS, mais mental e
estratégico. Em vez de precipitar-se a assumir encargos e responsabilidades, os SEIS sabem
esperar; são também capazes de prestar atenção às motivações complexas e são muito mais
políticos com respeito a eventuais repercussões. Equipados com bons conselhos, os OITOS
estão aptos a mover montanhas. Os OITOS valorizam a fidelidade e os SEIS são
excepcionalmente fiéis durante as adversidades. Os SEIS valorizam a força e os OITOS mostram
o máximo de determinação quando são desafiados.

O posicionamento mais comum mostra o OITO no controle e o SEIS no apoio. Os OITOS


querem ações e os SEIS estão mais felizes na função mais protegida. A situação muda
dramaticamente quando eles se descobrem sem nenhuma barricada para assaltar. Com todas
as bravatas, os OITOS acham mais fácil desafiar a vida ou sustentar o avanço alheio do que
procurar dentro de si mesmos um objetivo pessoal. Sem uma convocação clara e imediata
para agir, os OITOS começam a andar em ponto morto, a armar confusão ou a dar respaldo à
programação do SEIS. Os OITOS são de grande ajuda quando estão dispostos a assumir uma
posição de apoio adequado; mas podem enervar o parceiro quando assumem a
responsabilidade pela vida deste em vez de melhorar a própria vida.
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Os SEIS tentarão atacar a imensa dúvida em relação a si mesmos, ora encorajados, ora
insultados e incitados a agir pelo patrão. Os OITOS são protetores e os Patrulheiros querem
proteção, mas os SEIS podem rapidamente deixar de ver os OITOS como protetores e começar
a vê-los como tiranos. Do lado dos OITOS, há também uma linha tênue entre a percepção de
que os SEIS são dignos de proteção e a de que são uns galinhas-mortas, incapazes de
defender-se. Os SEIS precisam a todo momento ter a confiança ou ter a certeza restabelecida,
o que os faz parecer fracos aos olhos dos OITOS, os quais negam a própria fraqueza. Os OITOS
têm em particular pouca paciência com a dúvida e com a hesitação, porque ambas lhes soam
como fraqueza e insinceridade: “Por que você não consegue tomar uma decisão”? Você está
comprometido com esta vida ou está fingindo”?
85
Quando exige a verdade ou quando procura revitalizar o relacionamento, o parceiro
OITO talvez se torne punitivo e até xingue. Lidando com o que parece agora um parceiro
autoritário e provavelmente perigoso, o SEIS vê a própria imaginação inflamar-se e sente que o
divórcio está perto. Finalmente, o Patrulheiro está encostado ao paredão e, seja fóbico, seja
contrafóbico, partirá para a luta quando encurralado. A motivação oculta da disputa é o poder.
O OITO é incapaz de renunciar ao comando se o parceiro não parecer forte e confiável, e o SEIS
é incapaz de engajar-se totalmente enquanto o OITO não parecer menos perigoso.

Paradoxalmente, algumas brigas pesadas podem ter repercussões positivas no


relacionamento entre esses dois tipos. O SEIS foi incitado a ter terríveis acessos de raiva, a
dizer tudo de ruim e, apesar disso, sobreviveu. Agora passou. O amedrontado SEIS foi forçado
a estabelecer os limites necessários. O OITO vê os limites e não precisa ultrapassá-los numa
busca da verdade.

O Seis com o Oito: o Patrulheiro e o Patrão juntos no trabalho

Sob pressão, os OITOS tendem a atacar, a bombardear a situação com energia e a tomar o
comando tão rápido quanto possível. A tendência do SEIS é retroceder e levar em conta as
consequências. Isso amplia o abismo entre o estilo empresarial das parcerias. O OITO
subestima a oposição e faz pressão contra os limites. Parece que nada de peso está no
caminho e, além disso, a falta de ação é percebida pelo OITO como uma fraqueza perigosa. Os
SEIS fazem justamente o contrário. A imaginação do SEIS superestima o poder da oposição e,
ao mesmo tempo, amplifica as consequências negativas das ações precipitadas dos OITOS. De
repente, os OITOS parecem ser o problema e não a fonte de ajuda.

Os chefes SEIS têm de tomar o comando desde o princípio. Os SEIS impressionam-se


com a força de vontade e tenacidade dos OITOS nas dificuldades. Essas mesmas qualidades
intimidam o SEIS se os empregados OITOS mostram uma propensão a violar as regras e a
mudar prioridades a fim de favorecer a si próprios; e sobretudo se os OITOS gostam de brigar e
justificar-se, muitas vezes sob o pretexto de aprimorar o sistema.

O SEIS, dividido entre uma sensação de intimidação e o desejo de que gostem dele,
demitirá o OITO ou colocará a situação de novo sob controle, oferecendo compensações
exageradas. Desgastado por uma luta pelo poder, você, como SEIS, sente mais facilidade em
desvencilhar-se de um empregado do que em prestar atenção à sua retaguarda. A
ambiguidade do Patrulheiro em relação a autoridade é projetada para o OITO, que agora
parece capaz do pior. As trapaças que empregados descontentes são capazes de fazer
assaltam a mente do SEIS. O SEIS preocupa-se com a ideia de que reclamações podem ser
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levadas a superiores ou acionistas, de que possa haver demandas judiciais ou falsificação dos
fatos. Por não gostar de altercações, o SEIS prefere ceder ou então livrar-se do desordeiro em
potencial. O comportamento mais provável do chefe SEIS é oscilar entre deixar correr frouxo e
pinçar o OITO pelas infrações que cometer. Limites claros e confrontações são um conforto
para os empregados OITOS, que entendem a imposição de regras como parte de uma
liderança competente.

Os OITOS seguros de si, na posição de chefia veem-se como mandachuvas. Não raro
estendem o manto de poder e da proteção por sobre aquilo que chamam de “minha gente”, o
que alivia as incertezas do SEIS. Os chefes OITOS podem também tornar-se tiranos ao local de
trabalho, o que leva os tipos medrosos ao enfrentamento ou à fuga. Os empregados SEIS 86
talvez tentem retocar notícias ruins ou inventar formas de evitar a atenção do chefe. Por que
se colocar na linha de fogo quando é mais fácil se safar? Crises podem ocorrer se os SEIS se
esconderem e se os OITOS perseguirem. Os Patrulheiros veem os OITOS como controladores e
os Patrões veem o SEIS como elementos fora de controle.

Os chefes OITOS deveriam reconhecer que as personas poderosas que exibem afetam os
outros. Como chefe OITO, se possível, estabeleça reuniões face a face, onde os subordinados
possam falar. Os SEIS têm ideias excelentes que, contudo, estão muitas vezes associadas a
dúvidas. Os OITOS são capazes de desmontar dúvidas a fim de concretizar ideias.

O Seis com o Nove: um casal de Patrulheiro-Mediador

É comum para os NOVES emanar uma presença calma e tranquilizadora. É como voltar
para casa, num ambiente aconchegante, após um dia pesado; você pode relaxar, porque você
se sente aceito. É típico do NOVE assumir o papel de consolador, porque os medos do casal
são veiculados e articulados pelo SEIS. O movimento nervoso do SEIS entre o
comprometimento e a incerteza é totalmente familiar aos Mediadores, que também têm
problemas em escolher um curso de ação. O casal compartilha uma linha importante no
diagrama, o que facilita a troca de posições entre os dois. Os NOVES sob estresse assumem um
caráter assustadiço, típico do SEIS: é como um frio na barriga, uma sensação de pânico, o que
geralmente recebe a empatia dos Patrulheiros.

Ambos os parceiros têm problemas em tomar iniciativas, e ambos acham mais fácil agir
em nome de outra pessoa do que para si próprios. Em consequência, essa pode ser uma
parceria de apoio mútuo ou uma briga contínua para saber “quem vai primeiro”. Será
importante para cada um definir metas pessoais, em vez de esperar que o outro assuma o
comando. Os NOVES fundem-se ao ponto de vista do parceiro e os SEIS podem ser
extremamente fiéis no apoio que dão, mas o reverso dessa fidelidade e dessa fusão produz a
falta de iniciativa.

Seguindo o diagrama, vemos que o casal se encontra no ponto TRÊS, o que significa que
qualquer um dos dois é capaz de suprimir as emoções quando passa para a ação. Os NOVES,
que esquecem os próprios sentimentos, são bastante frios para conduzir um caso de amor no
piloto automático, e agir sem sentir é típico do SEIS estressado. Quando os Patrulheiros põem
em dúvida os próprios relacionamentos, suspendem os sentimentos e limitam-se à
condicionalidade dos compromissos. Então, ficam no relacionamento “até que se possa ver se
a coisa funciona.
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No lado positivo desse encontro em TRÊS, esse é, não raro, um casal vibrante. Os NOVES
podem ser irrefreáveis uma vez que engatem movimento e adoram descobrir o
Desempenhador dentro de si mesmos. Para os Patrulheiros, a ação elimina as incertezas e faz
com que o sucesso pareça algo de seguro. Um encontro em TRÊS tem a capacidade de gerar a
plena participação de ambos os parceiros, sobretudo se não encherem a programação
simplesmente para bloquear sentimentos. Cada um tentará evitar a raiva, embora os SEIS
achem a raiva passiva dos NOVES bem menos ameaçadora que a raiva crítica do UM ou que a
fúria periódica do OITO. O Mediador com raiva tem a aparência de turrão e não de perigoso, o
que reduz o medo do Patrulheiro de ser atacado. Pode surgir um acordo tácito para evitar
conflitos, que reduza a tensão entre os dois ou permita que a energia escoe para dentro de
uma rotina segura. É importante que esse casal aprenda a arriscar-se e a sentir raiva, em vez 87
de amortecer a energia com supérfluos. Os Mediadores acham uma posição quando sentem
raiva, e a raiva é muitas vezes a razão oculta dos medos do Patrulheiro.

É perturbador para o SEIS quando o NOVE se torna inativo. A inatividade alimenta a


dívida e o SEIS ficará preocupado com a possibilidade de o relacionamento estagnar. Uma
interação comum mostra o SEIS cheio de dúvidas, incitando o NOVE a incrementar os próprios
esforços. A mensagem é: “Mexa-se e para de divagar”, mas os NOVES aferram-se à passividade
quando se sentem pressionados. O pior dos quadros mostra a indecisão do NOVE em
cumplicidade com a incerteza do SEIS. Os parceiros são incapazes de mover-se em direção às
metas estabelecidas, e cada um vê no outro a causa da respectiva procrastinação. “Você vai na
frente” e “Por que eu deveria mudar quando você nem está tentando”? – são sinais de aflição
dos dois. Ambos podem apelar para o amor incondicional durante uma fase em que não
queriam compromisso. O SEIS talvez se comprometa sob condições: “Isso é para agradar aos
nossos pais” ou “Vamos esperar até dar início às nossas carreiras”. Os NOVES são capazes de
sentar por toda a vida em cima do muro e perguntar-se: “Devo estar aqui ou não”?, “Isso é
realmente o que eu quero”? Curiosamente, cada um desses tipos tem a capacidade de ignorar
a profundeza do que sente pelo outro por muitos anos, até que, finalmente, se convençam de
que estão realmente apaixonados.

Se um dos parceiros der início à ação, dissolverá o impasse a respeito de quem deve ir
na frente. Atividades são um ótimo remédio para os dois tipos, sobretudo quando cada um é
capaz de seguir uma programação pessoal sem insistir que o outro acompanhe. A atividade
rompe com a inércia do Mediador e um avanço objetivo ameniza os medos do Patrulheiro.

O Seis com o Nove: o Patrulheiro e o Mediador juntos no trabalho

Profissionalmente, esses parceiros geralmente se encontram no ponto TRÊS, posição do


ideal empresarial norte americano, e que nós gostamos por vezes de copiar em nossas terras.
Os NOVES naturalmente deslocam-se para o modo de ser do Desempenhador quando se
sentem seguros e são muitas vezes atraídos pela imagem de sucesso típica do TRÊS. O SEIS têm
dúvidas em relação às próprias conquistas, mas, igual a qualquer pessoa competente, se
mobilizarão para atender às demandas profissionais. Ambos têm a tendência de
sobrecarregar-se. Os NOVES têm dificuldade em dizer não e deixam-se distrair por detalhes; os
SEIS acham difícil manter uma produção contínua e podem ficar para trás no cronograma.

Os chefes SEIS não deveriam nunca ficar isolados; o melhor remédio para a dúvida é
uma interação contínua com a equipe. Os SEIS atravessam períodos em que perdem a fé no
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produto, no projeto e em toda a hierarquia, mas são capazes de dirigir bem se recebem um
feedback confiável. Um feedback consequente absorve a angústia, especialmente se o chefe
dispõe periodicamente de um tempo à sós para recarregar-se e refletir. Tempo para
questionar as dúvidas, associado a uma equipe que se mantenha em dia com o cronograma,
fará despontar o Patrulheiro como líder.

Os empregados NOVES adaptam a própria energia às exigências das tarefas, mas,


quando a energia cai, muitas vezes descambam para uma rotina apenas para manter as
operações num fluxo leve. Extremamente sensíveis à insubordinação, os chefes SEIS talvez
vejam na falta de iniciativa do NOVE uma sabotagem intencional. Explicações do tipo ”Não era
de minha responsabilidade” ou “Não tive tempo” deixarão enfurecidos os chefes SEIS. Os 88
Patrulheiros criam um caso quando lhes despertam suspeitas e a evasão passiva do NOVE dá a
impressão de que ele oculta alguma coisa. Ambos os tipos geralmente mobilizam-se na data-
limite para queimar o último cartucho. A inércia do NOVE e a incerteza do SEIS podem produzir
uma combinação mortal, sobretudo se um considera o outro responsável pelo atraso
resultante. A resolução de conflitos deve concentrar-se nos pontos favoráveis de projetos
passados. Os NOVES são produtivos quando se sentem aceitos e uma estrutura positiva
suaviza a dúvida dos SEIS.

Os incentivos profissionais mais comuns, tais como um extra ou o reconhecimento de


uma função, talvez precisem ser formulados de maneira específica. Tanto os SEIS quanto o
NOVE detestam uma situação onde só se possa ganhar ou perder, sem meios-termos, uma
situação que requeira competição com pessoas no local de trabalho. Embora os Mediadores
queiram, na verdade, recompensas tangíveis pelos esforços, não se dão bem numa atmosfera
competitiva, e o desempenho do Patrulheiro talvez possa mesmo despencar depois de um
triunfo público. Um bom incentivo para o SEIS deveria visar benefícios de longo prazo. Como
muitos dos medos dos SEIS estão voltados para eventos futuros, eles sentem-se
particularmente agradecidos quando têm segurança no emprego. Um bom incentivo para os
NOVES seria um reconhecimento não solicitado, o que lhes poupa da necessidade de aparecer.

Como chefes, os Mediadores procuram evitar conflitos, e essa estratégia pode causar
medo a um Patrulheiro. Já naturalmente precavidos contra a autoridade, os empregados SEIS
talvez interpretem a fidelidade suspeita do chefe como quebra de confiança. Os NOVES
gostam de reconciliar diferenças, o que muitas vezes implica ouvir cada uma das partes
envolvidas e distribuir uma parte da atividade a cada uma delas, um estilo que força o SEIS a
fugir ou brigar. Um SEIS briguento percebe a incoerência do NOVE e quer saber: “De que lado
você está”? Um SEIS fujão acha que o futuro é duvidoso: “Então, por que ficar aqui”? Uma
intenção óbvia reside no estilo empresarial do NOVE. Os NOVES desenvolvem sistemas
processuais, ou seja, orientados para o procedimento, que parecem operar autonomamente.
As organizações dos NOVES são neutras, metódicas e seguras – justamente o tipo de paraíso
profissional capaz de amortecer as angústias do SEIS em relação ao futuro. Uma vez
comprometidos com um objetivo, os chefes NOVES implementam-no de forma previsível e não
competitiva, o que proporciona uma atmosfera de certeza. São comuns parcerias entre o SEIS
e o NOVE de longa data. A associação mais assiduamente relatada mostra o SEIS como gerador
de ideias que, em seguida, o NOVE, mais prático, modela num produto ou num serviço.
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TIPO SETE

O Sete com o Sete: um casal de Epicuristas

Quando os Epicuristas escrevem uma lista daquilo que desejam num parceiro ideal,
escolhem as mesmas características que veem em si próprios. Querem um relacionamento
com alguém que seja “energético, independente, otimista, bem-sucedido e aventureiro” –
qualidades que também atribuem a si mesmos. É como se os SETES quisessem uma companhia
que fosse uma imagem no espelho. Alguém que caminhe nas mesmas trilhas apreciadas pelos
SETES, que vá junto a filmes que o SETE quer ver, que se mobilize na organização dos projetos 89
favoritos do SETE. É provavelmente por esse motivo que dois SETES geralmente se unem como
bons camaradas e como confidentes, mas raramente assumem uma relação duradoura.

É como se o relacionamento com uma versão idealizada de si mesmo não pudesse


produzir nem a profundidade nem a substância nem a oposição desejável que levam a um
compromisso durável. Os SETES formam relacionamentos ao longo de todo o Eneagrama e é
mais comum achá-los com parceiros radicalmente diferentes do que com alguém que seja uma
imagem no espelho. O fascínio e a gula por aventuras fazem com que os SETES fiquem
tentados a ter vários casos e namoros ao mesmo tempo, assim que passe o pico da atração
inicial.

Os "piques" de euforia dos Epicuristas são espetaculares, O que poderia ser melhor do
que uma boa companhia numa vida repleta de possibilidades? A sensação é algo como:
"podemos fazer de tudo". É igual a ter um jatinho imaginário. Você, como SETE, poderia
aterrissar em qualquer parte do planeta e continuar voando o tempo todo. O SETE é
considerado o mais espontâneo dos tipos. Querem de tudo, e querem com a participação de
uma companhia interessante neste exato momento. O lado positivo desse relacionamento
entre dois SETES mostra-se quando duas pessoas atraentes e otimistas pensam ter encontrado
o par ideal.

As baixas talvez não sejam tão óbvias para o casal. Talvez não pareça uma disfunção
minimizar dificuldades. O que há de tão ruim assim com atividades paralelas? Os dois
coincidem na ideia de que a espontaneidade e a liberdade de ação são os fundamentos de
uma relação sadia. Ao descrever os próprios compromissos, os SETES usam palavras como
previsível e permanente como se significassem "chato" e "encalhado". O medo de ficar
encalhado pode levar a formas engenhosas de reinventar o conceito corrente de
compromisso. Um dos últimos de que ouvi falar diz respeito a um casal de SETES monogâmicos
que, por mais de quinze anos, se viam diariamente, mas que moravam em apartamentos
separados. Por fim, compraram uma casa juntos e, entre risos, informam: "Esse lugar foi feito
para nós. Foi transformado num condomínio, com campainhas e saídas separadas para quando
fica tedioso para nós dois".

O tédio pode na verdade ser um pseudônimo para terror. O medo de "perder o mundo
inteiro em troca de apenas uma pessoa". Os SETES recuam diante das restrições e limitações.
"Só uma relação? É tudo o que vou ter "? Ligar-se a uma única pessoa significa sacrificar todo o
restante. Você fica enrascado assim que assume um compromisso. Não pode ir embora
quando surgem problemas. Como não estão habituados aos efeitos mitigadores das emoções
profundas, os SETES conspiram a fim de não levar as coisas a sério. Ajuda quando um dos
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parceiros vê a limitação implícita na tentativa de evitar limitações e começa a expor-se ao ciclo


completo de prazer, tristeza, alegria e dor.

O Sete com o Sete: dois Epicuristas juntos no trabalho

O sucesso dessa parceria dependerá de um posicionamento correto. Projetos de curto


prazo e acelerados são mais seguros do que o risco de desvios bruscos durante planos de
longo prazo. O começo é fácil, mas a conclusão é difícil. É sensato encarar as metas como uma
série de tarefas independentes que não requeiram um gerenciamento contínuo. Os SETES
aprendem rápido e aprendem enquanto fazem. São mais eficientes em situações novas ou 90
quando podem planejar e em seguida delegar. Um desastre, porém, é possível quando os
SETES se veem responsáveis pela execução do projeto. Cada boa ideia gera instantaneamente
árvores de pensamentos repletas de associações mentais: "Olhem todas essas ramificações "!
"Pensem só aonde isso poderia nos levar". Essas sedutoras associações de ideias podem ser
tão atraentes quanto o conceito original. Quando uma parceria de SETES concorda em tentar
um novo enfoque, as inúmeras possibilidades ou levarão a dupla a uma colaboração inventiva,
ou a afastarão, no caso de cada um seguir uma visão pessoal.

A maioria das duplas de SETES mantém o equilíbrio adotando características dos pontos
que se conectam através das linhas ou das asas. Seria improvável, por exemplo, encontrar uma
dupla de SETES que pudesse permanecer profissionalmente atuante saltando de opção para
opção. O SETE tem a capacidade de orientar-se por metas e de ter a agressividade típica dos
OITOS nas concorrências, sobretudo quando se questiona o conceito de prerrogativas que ele
tem. Os SETES também podem parecer como o assustado SEIS quando têm opções limitadas.
Os SETES que se inclinam na direção do ponto de segurança em CINCO podem muito bem
recuar para um isolamento autônomo que dará ao outro SETE a oportunidade de gerenciar o
negócio sozinho. Mas, entre todas as personas específicas ao SETE, a interação mais difícil
ocorre quando um dos parceiros se inclina na direção do perfeccionismo do UM. A crítica é o
verdadeiro calcanhar-de-aquiles para o SETE, porque põe em dúvida a imagem positiva que
tem a respeito dele mesmo. Quando você, como SETE, garante o seu futuro preenchendo os
espaços ásperos da realidade com planos, qualquer crítica destrói essa mistura de fatos e de
fantasias.

Qualquer um dos dois pode sentir que tem mais prerrogativas do realmente merece. O
empregado SETE tem direito a melhores benefícios e o patrão SETE tem direito a um tempo de
folga. "Eu quero mais" pode facilmente transformar-se em "Eu mereço mais". "Eu mereço mais
do que estou recebendo e não é justo eu me preocupar com quanto isso vai custar". Os SETES
não gostam de adiar gratificações e a ideia de uma abundância esperada é capaz de justificar a
tomada imediata da parte que lhes é devida. Seria muito fácil para essa equipe simplificar uma
operação ou consolidar recursos. Quando existe mais, a apenas dois passos daqui, por que se
contentar com menos? A tendência é planejar um novo enfoque ou iniciar outro sistema em
vez de reduzir o que existe. Os planos podem acelera-se e tornar-se mais elaborados durante
períodos difíceis.

Os chefes Setes gostam de criar e delegar. Quando são inteligentes, buscam uma pessoa
detalhista para acompanhar a conclusão dos projetos; mas, quando não são inteligentes,
tratam prioridades como se fossem detalhes, e detalhes podem esperar. Assim que a atenção
é atraída por uma ideia, problemas para concretizar essa mesma ideia tornam-se confusos.
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Delegar a questão vital da conclusão a um empregado SETE aumenta ainda mais a confusão,
sobretudo quando o chefe delega e some, deixando a execução a cargo da equipe.

Os empregados SETES gostam de nivelar a autoridade. Fazem agrados aos iguais e


amizade com a chefia, graças ao charme pessoal e à descoberta de interesses em comum. Os
SETES passam-nos a sensação de uma manhã de sol. O que nos espera é sempre um bom
começo, independentemente da condição do tempo. Se um dos SETES permanecer
concentrado e interessado no trabalho, o outro provavelmente manterá o entusiasmo.
Trabalhar é muito bom, contanto que o trabalho seja interessante, mas, se o chefe se desviar,
o empregado seguirá o exemplo.

A disputa comentada numa parceria de SETES tem a ver com expectativas exageradas. 91
Esperavam mais do que receberam, geralmente em consequência de uma comunicação falha.
A mediação deveria preocupar-se em diferenciar ideias e realidade. Ajuda quando os parceiros
são explícitos e claros para que ordens diretas não sejam ouvidas como sugestões e o
pensamento em voz alta não seja confundido com fatos. Haverá problemas em fornecer
feedback negativo a dois SETES, que não querem enfrentar contragostos. Ajuda quando as
negociações são estruturadas com o intuito de aprimorar a comunicação e não com o fim de
chamar a atenção para a mediocridade das opiniões e conceitos. A maior parte dos SETES
ficam furiosos quando a imagem positiva que têm de si mesmos é questionada e tentarão
rebater as críticas com desculpas produtivas. Ajuda quando os erros podem ser tratados no
contexto de um recomeço. Então, ambos têm a capacidade de ver o que é preciso no exato
momento e de avançar sem deter-se no passado.

O Sete com o Oito: um casal de Epicurista-Patrão

Geralmente, há muito gás nesse relacionamento. O Eneagrama posiciona cada elemento


desse casal como a asa do outro, o que está apto a produzir uma mistura de volúpia e gula que
se pode chamar de “fome de prazer”. É uma combinação promissora de energias no que se
refere a passatempos criativos, a um bom sexo e aventuras. Os dois tipos gostam de jogar
pesado e são relativamente isentos de culpa. Preferem prestar conta a si mesmos a fazê-lo
com outras pessoas, e ambos detestam a expressão ter que.

A independência é uma necessidade mútua. O Patrão gosta de fazer e quebrar regras e


o Epicurista acha o dogma uma coisa mortal. Ambos se veem com total liberdade de ação e
muitas vezes preferem a auto expressão ao auto aperfeiçoamento. Normalmente surgirá um
acordo tácito, segundo o qual cada um terá o tempo e o espaço para dedicar-se a interesses
pessoais sem melindrar o outro. Ambos preferem buscar apoio em si mesmos do que nos
outros e é comum que os dois se recolham em busca de auto recuperação quando têm os
sentimentos feridos. Os OITOS não raro dizem preferir morrer a admitir “Você me machucou”
e os SETES voltam-se para outras possibilidades para defender-se do sofrimento.

Pode ocorrer uma luta pelo poder, no qual o OITO tenta limitar as atividades do SETE.
Nessa situação, vemos o Patrão tentando controlar o horário e o Epicurista inventando
desculpas. “Talvez a gente pudesse almoçar junto” pode ser interpretado ou como uma
eventualidade ou como um compromisso preciso, mas, se o almoço não acontecer, o frustrado
OITO buscará alguém para culpar. Nas crises, há uma linha sutil que separa uma boa desculpa
da mentira. Os argumentos soam como mentiras para o Patrão, que tem o senso da verdade.
Frustrados pela falta de contato, os OITOS tendem a perseguir e tentar extrair uma confissão
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completa. Os OITOS começam a controlar quando se sentem ameaçados, mas os SETES são
difíceis de segurar.

Um compromisso que se torna sério é capaz de criar estresse para o SETE, que mostrará
um comportamento crítico, típico do UM. Por não ser destrutiva, uma boa briga muitas vezes
aviva o relacionamento para o OITO e, para o SETE, a raiva pode ser um critério do crescente
envolvimento na relação. Os SETES acham mais fácil ir embora do que ficar e tentar assumir
compromissos. Por que suportar sofrimento, a não ser quando vale a pena? Por que ficar e
brigar, a não ser quando se gosta?

Quando os OITOS estão estressados, recolhem-se para o ponto CINCO a fim de pensar,
reconsiderar tudo e curar as próprias feridas. Nessas horas, um sonoro “Não Perturbe” ecoa 92
através de portas fechadas. Mas os OITOS também dizem gostar da privacidade de um espaço
próprio, mesmo quando não estão estressados.

O diagrama mostra que o casal se encontra no ponto CINCO, porque o recolhimento do


OITO à privacidade coincide com o relaxamento do SETE em CINCO durante períodos de
segurança. Os SETES em segurança não exibem uma atividade frenética; as opções menos
importantes desaparecem, e eles voltam-se muitas vezes para assuntos de casa. Esses
períodos de sossego mútuo restauram a paz de espírito do casal, mas não raro à custa de
insigths emocionais. Em CINCO, a propensão comum aos dois induz ao isolamento e não ao
confronto com as dificuldades. Os dois são capazes de “esquecer” e, de bom grado, evitam o
tédio de sentar para discutir e perdoar. A acomodação resultante cria um ciclo de negações, no
qual o mesmo problema ocorre periodicamente. É sinal de um bom nível de evolução quando
um dos dois é capaz de perceber a negação das dificuldades e, com cuidado, dar início à
conversação e aos esclarecimentos, em vez de alimentar as negativas e o esquecimento. Em
termos do Eneagrama, o SETE e o OITO tem mais chances de resolver as diferenças quando
cada um está compativelmente assentado no comportamento já conhecido da asa do outro. A
compatibilidade básica entre os dois, ou seja, a “fome de prazer”, faz muito para amortecer os
estrondos que ocorrem quando o narcisismo do SETE encontra um OITO punitivo.

O Sete com o Oito: o Epicurista e o Patrão juntos no trabalho

Ambos os tipos encontram motivação em si próprios. É muito curto o tempo entre o


impulso inicial e a entrada rápida em ação. Cada qual pressupõe a exatidão das próprias ideias,
e ambos têm mais consciência dos próprios desejos do que do impacto que causam em outras
pessoas. Guiados pela autoconfiança, tanto um quanto o outro dificilmente se questionam ou
percebem ter-se afastado do rumo.

Os SETES desviam-se para explorar opções em relação às metas. São visionários que
gostam de seguir vários projetos a um só tempo. Esses projetos estão relacionados entre si na
cabeça do SETE, mas o OITO, com uma compreensão literal das coisas, não concordará com
isso. Já os projetos do OITO mudam de rumo quando adotam um padrão de produção do tipo
tudo-ou-nada. A energia está no nível máximo ou então fortemente reprimida. Quando a
energia está apagada, o trabalho torna-se extremamente maçante; quando, porém, as datas
de entrega se aproximam, os OITOS têm a capacidade de entrar rapidamente em ação e de
trabalhar sem descanso. Sob pressão, as diferenças entre os dois ficam destacadas. O Patrão
dirige-se a todo vapor para a meta, ao passo que a atenção do Epicurista ainda está dividida.
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Os chefes SETES têm de dar provas de valor para os OITOS. Por ser multidirecional, a
liderança do Epicurista parece imprudente e cheia de brechas que poderiam ser usadas no
interesse próprio. Os OITOS querem um conjunto claro de regulamentos e um supervisor
imparcial. Sem a segurança de uma plataforma de regras, não há como prognosticar a posição
de cada pessoa. Os empregados OITOS são extremamente sensíveis à possibilidade de
manipulação e tenderão a ver propósitos negativos no estilo administrativo do SETE. Se o
pensamento do OITO se tornar maniqueísta, sem meios-termos, a administração parecerá ou
justa ou injusta, e então o chefe será ou honesto ou mentiroso.

Atraídos pelo poder e ansiosos em proteger os próprios interesses, os OITOS não raro
galgam postos dentro das empresas. Um chefe astuto saberá contar com os OITOS nas 93
petições, nos empréstimos, nas intimidações e na bênção do caminho através das
adversidades. Se lhe derem reciprocidade e um plano de atuação com lógica, o empregado
OITO poderá fornecer o apoio prático do dia a dia que permitirá ao Epicurista trabalhar em
rede e alargar o escopo do projeto. A capacidade visionária do SETE possibilita a criação de
tecnologias inventivas ou de processos engenhosos que, por sua vez, angariam o apoio do
OITO. O otimismo e o espírito inventivo do SETE mantêm a operação da empresa, enquanto a
presença protetora do OITO assegura um apoio sólido.

Os chefes OITOS são famosos por impor regras seletivamente, o que pode ser
interpretado pelos empregados SETES como uma permissão para obedecer a elas também
seletivamente. O fato é que nenhum dos dois vê na quebra de um punhado de regras algo
necessariamente desonesto. Regras são, antes, diretrizes sugeridas, algo a que recorrer
quando você se sente confuso. Os chefes OITOS são conhecidos por rejeitar informações
problemáticas. Podem literalmente esquecer aquilo que não querem ouvir. O empregado SETE
reforça essa tendência de rejeitar tudo que é desagradável ou doloroso; assim, quando
sobrevier algum problema, o chefe OITO culpará o subordinado de descuido e omissão. Ajuda
quando o SETE tem bastante maturidade para ser metódico no monitoramento da
documentação e quando o OITO aprende as técnicas comunicativas da boa escuta.

Em parte, como reação à sensação de estar sendo tiranizado, o empregado SETE


começará a improvisar. Dará início a pequenas mudanças “quando oportuno”. Os chefes
OITOS explodirão quando essas divergências forem descobertas; ameaçados por uma possível
perda do comando, os OITOS pensam: “Essa é só a ponta do iceberg. O que mais eles andam
tramando”?

Um confronto mais comum mostra um OITO que estava “apenas tentando avaliar os
estragos” pronto para a briga com um SETE que estava “apenas tentando ajudar”. Os SETES
enfrentarão uma briga quando falhar a persuasão ou quando a própria integridade for
questionada em público. É uma situação de impasse entre duas pessoas que têm a si próprias
como referência e que estão tão entrincheiradas em posições pessoais que são incapazes de
ver a validade de outro ponto de vista. É uma situação na qual programações de vida
inconscientes se colocam rapidamente em evidência. O medo do OITO de perder o comando
está à altura do medo do SETE de ser dominado. Ajuda imensamente quando uma terceira
parte é capaz de diferenciar o verdadeiro abuso de confiança e as ideias exageradas que cada
um desenvolveu em relação ao outro.

A combinação SETE-OITO resistirá ou sucumbirá em função da questão da confiança. É


uma combinação formidável quando os SETES estão suficientemente empenhados para seguir
um único curso de ação e os OITOS se sentem suficientemente seguros a ponto de parar de
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testar cada palavra do SETE. Uma permanente atualização das informações ajuda o OITO a
sentir-se senhor da situação. Esse relacionamento melhora imediatamente quando os
empregados SETES assumem a responsabilidade de apresentar-se e de explicar
detalhadamente o que fazem. As notícias não têm necessariamente de ser boas. Os OITOS
sabem lidar com as más notícias, mas a falta de notícias gera muita raiva neles

O Sete com o Nove: um casal Epicurista-Mediador

Os Epicuristas podem ser grandes experimentadores. Fazem curso, mantêm-se a par dos
eventos e não raro são atraídos por ideias extravagantes. Sabem infundir vitalidade no 94
ambiente familiar e são muitas vezes aquele que tira o previsível NOVE dos hábitos familiares.
Em painéis do Eneagrama, ouvi com frequência Mediadores dizer em ter adquirido interesses
que vão desde competições de pingue-pongue ao misticismo, quando, anos atrás, foram
arrastados a uma primeira experiência pela curiosidade insaciável do SETE.

Os parceiros têm em comum uma visão de mundo gigantesca. Os SETES organizam a


própria vida de modo que ela abarque múltiplas opções, e boa parte do otimismo deles
provêm do fato de antegozarem os planos do amanhã. Os NOVES também pensam grande e
vivem numa visão de mundo que é bastante abrangente, a ponto de incorporar quase todos os
pontos de vista e os respectivos opostos. Não raro a amplitude de visão do casal produz uma
fascinante apreciação da diversidade: um leque de interesses, diferentes grupos de amigos e
uma disposição em deixar os filhos seguir as próprias inclinações. De positivo, os dois tipos
deleitam-se com uma investigação receptiva das possibilidades da vida, mas o lado negativo
do “Podemos fazer tudo” é a incapacidade de escolher.

Talvez seja necessário muito tempo para concluir decisões. Há opções sobrando e
nenhum plano estabelecido. Os SETES não suportam ser pressionados e são capazes de
dispersar as atividades tão amplamente a ponto de as prioridades serem descuidadas,
enquanto os NOVES se sentem oprimidos por ter de escolher. Os dois compactuam na decisão
de não tomar decisões. As escolhas são limitadas e, se tudo é possível, para que se incomodar?
Tomar decisões é ainda mais complicado pelo fato de os NOVES se esquivarem da raiva e de os
SETES se esquivarem do sofrimento. Ambos estão determinados a eliminar os conflitos e
podem simplesmente não fazer caso das questões difíceis.

Para evitar a tomada de decisões, os Epicuristas permanecem em movimento rápido.


Nos mapas budistas de consciência, foram denominados de mente de macaco, uma vez que a
atenção passa rapidamente de uma coisa para outra, numa tentativa de satisfazer à gula por
experiências. Os SETES precisam encontrar limites para si próprios e conectar-se naquilo que é
realmente possível nos relacionamentos. Os NOVES, por outro lado, podem ficar
obsessivamente fixados a um único curso de ação. Para evitar as decisões, ficam circulando
entorno de todas as possibilidades de uma mesma questão sem, de fato, sair do lugar. O
estado mental do NOVE poderia ser comparado ao do proverbial elefante, a mente que nunca
esquece e permanece no mesmo lugar até cansar. O NOVE deve trabalhar com vistas no que é
essencial no relacionamento dele, sem desviar a atenção.

Entre os tipos do Eneagrama, o SETE é um dos mais referenciados, o que significa que o
foco de atenção se volta para os próprios interesses. Em contraste, é típico dos NOVES fundir-
se ao parceiro e, muitas vezes, perder de vista os próprios interesses nesse processo. O
resultado é óbvio: os Mediadores põem em foco os Epicuristas, e os Epicuristas põem em foco
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a si mesmos. É por essa razão que o parceiro SETE geralmente insere novas perspectivas no
relacionamento dando ao NOVE possibilidades de escolha. Essa combinação funciona bem
quando os NOVES estão dispostos a tentar algo de novo. É possível também que os parceiros
simplesmente criem órbitas de interesses separadas. Os NOVES são criaturas de hábito e,
entregues a si próprios, podem desenvolver atividades que lhes satisfaçam ou então afundar
numa depressão inerte e cômoda, que chamo de “a depressão da poltrona”. Esse casal pode
atravessar período nos quais o NOVE está deprimido, ao passo que o SETE permanece em
franca atividade, e nenhum dos dois percebe o dilema. Na ausência de conflitos, a relação
seguirá à deriva, até que algum evento externo novamente force a reunião dos dois.

Uma vez despertados, os SETES têm a capacidade de tirar o Mediador da poltrona e de 95


leva-lo de volta à atividade; e, uma vez em movimento, os NOVES têm uma disposição de
seguir uma rotina vigorosa. Ajuda quando se formula um plano diretriz. Quais os nossos
objetivos como família? O que é determinante entre nós dois? O que rende frutos e o que
pode ser deixado para trás? Uma vez acertado, o casal pode brigar mais porque cada um está
mais envolvido. Pode ser um sinal do amor renovado o fato de os SETES estarem a fim de
enfrentar a dor e de os NOVES acharem uma posição que vale a pena defender.

O Sete com o Nove: o Epicurista e Mediador juntos no trabalho

A maioria dos NOVES trabalha com energia, mas geralmente só produz sob a pressão de
uma data-limite ou com uma programação estruturada que minimize a tomada de decisões. A
programação mantém-nos mobilizados, e eles podem ser muito eficientes quando entram em
ação; mas mudanças rápidas nos planos os desorientam e a obrigação de tomar decisões pode
indicar que tudo pode ser parado. Os Mediadores sentem-se seguros quando acordam de
manhã já sabendo exatamente o que tem que fazer naquele dia, ao passo que os SETES estão
o tempo todo refazendo a programação do dia. Os SETES são pessoas extraordinariamente
flexíveis e os NOVES operam pelo hábito. Esses estilos profissionais muito distintos podem
complementar-se, ainda que os dois talvez só se descubram em comunicação quando as datas-
limites forçarem uma colaboração.

Os dois parceiros podem ter em comum a ilusão de que o tempo é ilimitado. Para os
NOVES, o trabalho terá uma mesmice interminável se trabalharem em favor de interesses
alheios. E, quando não estão identificados com o que fazem, é como se houvesse sempre
bastante tempo para encaixar alguma coisa extra. É possível dizer quando os NOVES têm um
interesse vital, porque, então, administram o tempo recusando compromissos adicionais. Os
Mediadores podem perder eficiência quando assumem mais do que é humanamente possível
realizar e os Epicuristas empregam mal o tempo ao trabalhar em vários projetos ao mesmo
tempo e ao ficar acordados até tarde a fim de não deixar passar nada. A administração do
tempo e a ramificação dos projetos podem ser problemas inter-relacionados. Os SETES gostam
de explorar toda a rede de associações engendrada por um bom projeto; Os NOVES têm a
capacidade de navegar em águas paradas em vez de ater-se à corrente principal. Os parceiros
conseguirão fazer um pouco numa porção de projetos diferentes, até que uma data-limite crie
a necessidade de concentração.

Os SETES também parecem que conseguem coisas boas, sem fazer jus a elas, e essa
reivindicação automática pode facilmente roubar a cena de um Mediador que pouco se
mostre. Suscetíveis de melindrar-se quando ignorados e avessos a apresentar uma imagem
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que chame a atenção para eles, os NOVES têm uma percepção aguda da diferença entre fazer
e receber os créditos. Por exemplo, foi Carlos, um NOVE, que fez este relato:

ENTÃO, QUEM É QUE FEZ O SERVIÇO?

Pedro fazia 60 anos. Pensei um bocado no que poderia lhe


dar e no modo de dar sem constrangê-lo. Então comprei esse
torno incrível para a oficina que ele tem em casa. Pedi a mulher
dele que me deixasse entrar quando ele estivesse dormindo e
montei o aparelho. Outro sujeito, um SETE, aparece na festa,
examina o presente, se dá conta que não trouxe nada e pede para
contribuir com 10 dólares. Quando o Pedro chega, o SETE passa à 96
frente, põe a mão no torno e faz um pequeno discurso de
apresentação. Diz que é um presente de nós dois.

O problema é que você não pode culpar o sujeito. Não foi


premeditado. No fundo, não é um ordinário, mas é ele quem
entra e ganha a fama.

Um NOVE desconsiderado pode emudecer, fazer birra e começar a pensar: “Estão me


pagando para fazer o trabalho de outra pessoa. Esse não é um problema meu”. Os NOVES de
birra podem até prestar contas pelo tempo que trabalharam, mas o trabalho não progride. Na
posição de chefe, os SETES tentarão reanimar empregados descontentes com meias
promessas e com charme, que é a pior tática possível para os NOVES, que querem algo de
concreto. Em vez de aumentar as expectativas, os SETES devem dar ouvido às queixas e
reclamações. Sem execução, os SETES não têm paciência com exposições longas, homéricas, e
os NOVES detêm a palavra por muito tempo quando têm algo que dizer. O chefe SETE,
contudo, fará muito bem se explorar a mina de ouro de informações que os NOVES guardam a
respeito do que está a volta deles. É justamente o tipo de informação que os SETES estão
propensos a deixar passar. Quando se sentem reconhecidos, os NOVES são
extraordinariamente comunicativos e terão provavelmente percebido muitos dos entraves e
disfunções processuais que retardam o sistema. Além disso, são candidatos excelentes para
manejar os detalhes organizacionais que os SETES detestam, e ficariam felizes em ter a certeza
de estar operando um sistema confiável.

Os chefes SETES são famosos pela presença escassa. De que vale cuidar de detalhes
quando outras prioridades estão lhes acenado? A ágil mente epicurista capitaliza as boas ideias
vislumbres, e esses vislumbres muitas vezes distanciam-nas das coisas práticas. Os chefes
SETES também gostam, vez por outra, de passar pelo local de trabalho a fim de elevar o nível
de excitação. Simplesmente é mais interessante quando há um pouco de agitação.
Infelizmente, os Mediadores gostam de tarefas previsíveis e não se sentem bem alterando
planos em curto prazo. Os NOVES andam mais devagar quando se sentem inseguros em
relação a uma diretriz e podem tornar-se muito lentos quando se sentem usados.

Na condição de chefe, os NOVES valorizam muito a harmonia no local de trabalho e


acharão gosto na rotina. Tomar decisões e afastar-se de coisas conhecidas é difícil, o que vai de
encontro à crença epicurista de que a rotina sufoca a criatividade. Confiantes nas próprias
capacidades, os empregados SETES insistem em inventar um trabalho que lhes traga vantagens
pessoais. Não raro, conseguem despistar a chefia, na suposição de que ela aceitará as escolhas
que eles acham atraentes.
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Os Mediadores devem estar dispostos a dirigir com toda a clareza, mesmo que isso
signifique confrontos. Esse é um ponto crítico, uma vez que os dois tipos evitam a raiva.
Ambos serão coniventes em deixar o barco correr, o que pode reacender o ciclo de evasão do
SETE e a postura de agressividade passiva em que o NOVE se fixa. É imprescindível programar
ajustes, senão o Epicurista seguirá adiante sem perceber os problemas e o Mediador começará
a registrar pontos. Uma comunicação afinada atenua o fato de que os SETES não percebem e
os NOVES não falam, e as negociações programadas impedem os NOVES de ficar para trás, ao
mesmo tempo que fixam os SETES a responsabilidades.

97

TIPO OITO

O Oito com o Oito: um casal de Patrões

Os OITOS pegam literalmente tudo que desejam. Têm uma orientação direta para atacar
tarefas simples, o que causa a impressão de que não percebem tudo o mais à volta.
Concentrados naquilo que desejam num dado momento. Os OITOS as vezes agem como se as
outras pessoas tivessem evaporado. Se você está de pé em frente a pia, são capazes de
literalmente erguer e pôr você de lado para pegar um dos pratos. Se você está picando
legumes. Talvez estendam os braços e abram a gaveta dos talheres contra a sua barriga. “Onde
está minha faca de descascar legumes? Onde você escondeu minhas colheres”? Quando o
OITO está atrás de alguma coisa, é como se você fosse apenas um objeto removível na linha de
visão dele, e uma dupla de OITOS têm a propensão especial para concentrar-se em cheio nas
necessidades pessoais.

Um casal de OITOS geralmente provoca furor em seminários de Eneagrama. Há um olhar


de pasmo que, rapidamente, se transforma numa expressão confusa e numa pergunta do tipo:
“Os dois sobreviveram”? Para quem está de fora, essa combinação de pessoas parecerá
agressiva. A linguagem corporal imutável, a assertividade e o tom de voz autoritário levam as
pessoas a imaginar que uma discussão é iminente. Na realidade, cada OITO talvez seja
assertivo apenas para chamar a atenção do outro. Há muitas histórias de duplas de Patrões
nos painéis do Eneagrama, mas, geralmente, elas já são históricas. “Quando eu namorava esse
OITO”... é um preâmbulo comum nos relatos.

Os OITOS gostam de contato com alto nível de decibéis. Alguém que ri do fundo da
barriga, alguém que é capaz de pisar fundo o pedal da energia. Constantemente instados a
reprimir-se, encontram alívio abrindo todo o jogo. Um par marcante que participou de um
painel de casais descreveu o próprio relacionamento de uma forma que deu a ideia de dois
titãs prestes a se chocar. A plateia chegou a ficar inquieta, porque parecia que os dois iam
terminar em briga. Será que a coisa ia ficar feia? Será que alguém ia sair machucado?

E, no fundo, o casal deliciava-se com a atenção. Nenhum dos dois sentia ter perdido o
controle. O que mexeu com a plateia foi saber que duas pessoas podiam brigar feio, ir para a
cama, dormir juntas e, ao acordar, ainda estar sem falar uma com a outra. A medida que o
painel foi se desdobrando, ficou claro que os problemas que um casal de OITOS pudesse ter
não incluíam nenhum tipo de violência, mas que eles materializavam a atração mútua por
meio de sexo e brigas.
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Para a maior parte de nós, uma discussão origina-se a partir da raiva ou de sentimentos
passionais. Para uma dupla de OITOS, pode não se dar dessa forma. Eles gostam de brigar
porque a briga é um contato de alta intensidade e descarregar energia é prazeroso
fisicamente. Os OITOS investem energia nas discussões, mas talvez não estejam muito
interessados no desenlace. Discutir é o modo de testarem outras pessoas. Tem menos que ver
com ganhar do que com liberar bastante energia a fim de sentir-se vivo e vibrante. Duplas de
OITOS entendem que as brigas podem ser uma forma de ficar mais próximo um do outro. A
raiva não significa necessariamente que feriram os seus sentimentos e você, como OITO, não
está rompendo só porque está de mal.

O estereótipo de um romance entre dois OITOS relata uma mistura altamente volátil de 98
raiva e de sexualidade. Pode ser de fato assim, mas, igual a todos os casais, cada parceria de
elementos do mesmo número tem uma configuração única. A combinação mais comum
mostra um dos parceiros com todos os atributos de extroversão e extravagância do tipo, ao
passo que o outro é mais reservado e mais semelhante ao CINCO. Em qualquer lar, só pode
haver de fato apenas um Patrão, caso contrário a ação periodicamente assumirá proporções
exageradas e sem volta.

Relacionamentos de longa duração parecem contar com um OITO com todos os traços
típicos, seja homem ou mulher, associado a outro OITO que está posicionado firmemente no
CINCO ou então na postura amável do DOIS. Vão atrás das pessoas, sabem tranquilizar e
gostam de tirar as pessoas do casulo. Os OITOS apaixonados têm uma aparência muito
diferente do estilo “masculino” e agressivo que estamos acostumados a ver no local de
trabalho. Para cada um de nós, é muito natural que o afeto e a paixão despertem os aspectos
de recepção e de entrega do nosso próprio tipo.

Ajuda quando um dos parceiros começa a olhar para dentro de si mesmo. Os OITOS
perdem a noção de como impressionam as outras pessoas. De modo geral, preferem dirigir o
olhar externamente, para desafiar aquilo que os provoca, a olhar internamente, para as
próprias motivações e necessidades. Se qualquer um dos OITOS passar a observar-se a si
mesmo, o outro pode assumir o papel de protetor. Os OITOS raramente dão o primeiro passo
quando não estão seguros em relação às consequências. Acham mais fácil dar um suporte
vigoroso do que expor-se em território emocional inexplorado.

O Oito com o Oito: dois Patrões juntos no trabalho

Os OITOS preferem concentrar-se em vencer a ter a boa aparência do vencedor, e essa


atitude torna-os ao mesmo tempo respeitados e temidos no local de trabalho. Tipicamente,
são atraídos para postos de poder simplesmente porque não gostam de ser dominados e são
muitas vezes bem-sucedidos como fundadores de empresas. A energia característica do OITO
é sobretudo valorizada nos períodos de crescimento do ciclo empresarial, período em que as
pessoas naturalmente ficam dependentes de uma figura capaz de lidar com os desafios e de
manter o passo sob fogo cruzado.

As combinações de dois OITOS quase sempre supõem uma luta pelo poder. Cada um
representa uma força territorial vigorosa, a não ser que calhe de ambos estarem do mesmo
lado e ambos precisarem de assistência um do outro. Uma troca de favores é o método que
geralmente garante a cooperação. Os OITOS gostam de retribuir em espécie. Uma oferta justa
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tem grandes chances de gerar uma reação digna, mas a deslealdade estimula uma franca
oposição.

A vingança é muitas vezes dissimulada nos altos círculos empresariais mais civilizados,
mas lembro-me da história de um jovem empresário OITO que, tendo sido traído, reagiu
mandando construir um túmulo na qual fez gravar o nome do ex-sócio. A lápide foi entregue,
ruidosamente desencaixotada e disposta na ante-sala, ao mesmo tempo em que aconteciam
as reuniões para a dissolução do negócio. Todo o objetivo da desforra é ajustar as contas, de
modo que você não se sinta em desvantagem. No mínimo, os OITOS veem-se impelidos a
redigir uma carta “informativa” ou a sonegar uma informação importante. O truque com as
duplas de OITOS é definir os limites e evidenciar as vantagens de maneira tão clara que 99
acabem por dar suporte e apoio um do outro.

Como chefes, não é raro que os OITOS respeitem as ambições que fazem os
subordinados organizar para si uma base de poder. Esperando ser desafiado, esse tipo de
chefe lança mão de benefícios para alinhar os empregados à empresa ou contra uma facção
rival. É uma tática que permite à chefia controlar a ação em vez de deixar um vácuo de poder
que seria preenchido pelos próprios empregados, e é coerente com a tendência do OITO em
ser protetor ou opositor. Quando o chefe tem uma inclinação exagerada para o CINCO, torna-
se evidente uma forma mesquinha de generosidade controlada. Ou seja, dando com uma mão
(OITO) e recuperando com a outra (CINCO).

Os OITOS sentem-se menos confortáveis na posição de subalternos, sobretudo se o


chefe não for justo. Justiça significa possibilidades de ascensão e injustiça significa ser mantido
no mesmo lugar. Os chefes devem dar ouvido aos sinais de aviso precoce do pensamento do
empregado OITO, porque o OITO muitas vezes torna-se o porta-voz das facções descontentes.
Os OITOS tornam-se o ponto natural de encontro da dissensão, porque se dispõem a
administrar os confrontos e têm a capacidade de estender um manto protetor sobre o local de
trabalho. Os OITOS desconfiados têm vontade de punir. É difícil para eles diferenciar a questão
em si da pessoa que mantém o ponto de vista. Num confronto, talvez percam a noção do
problema e simplesmente procurem remover o oponente por quaisquer meios que se fizerem
necessários. Se sentem-se traídos, então vale qualquer coisa, contanto que possam defender-
se no tribunal.

A maior parte dos OITOS está ciente de que uma briga até as últimas consequências
equivale à demissão, mas é possível conduzir a incontrolável luta pelo poder na letra da lei e
ainda assim polarizar o ambiente de trabalho. O pessoal se sentirá pressionado a tomar um
partido assim que o OITO quiser saber qual a posição de cada um. É aconselhável reconhecer
as dificuldades imediatamente e estar disponível para uma conversa face a face. Os OITOS mal
percebem o impacto que produzem nos outros e simplesmente aumentarão o volume até que
se sintam ouvidos. Uma terceira parte como árbitro funciona muito bem, porque as discussões
não perdem o rumo, desviando-se para conflitos de personalidade. Não presuma que os
problemas desaparecerão por si só, e lembre-se que reter informação é como acenar uma
bandeira vermelha diante dos OITOS.

O Oito com o Nove: um casal Patrão - Mediador

Um estereótipo desse relacionamento retrata o dinâmico Patrão seguido por um dócil


consorte. A verdadeira história, porém, raramente conforma-se a esse quadro. Ambos os
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conjugues reconhecem o caráter dominante do OITO e ambos concordam que os NOVES


raramente dizem não. Mas esses fatores nem sempre produzem a parceria de um dominante
com um submisso. Perguntas do tipo: “Quem dá o primeiro passo? Ou Quem vem atrás”?
Provocam a troca de sorrisos amarelos. O que acontece quando uma força irresistível encontra
um objeto que não se deixa mover? Num encontro de forças colossais, ambos os lados são
obrigados a ceder.

A admiração que os membros desse casal podem vir a sentir um pelo outro origina-se na
verificação de que um estilo radicalmente diferente de se relacionar na verdade funciona. De
forma crônica, o OITO subjuga tudo e todos à volta dele, enquanto o NOVE retém a própria
energia. Os OITOS abrem caminho através dos obstáculos e os NOVES tentam esquecer. Pode 100
ser altamente edificante quando o Patrão aprende a condescender e pode ser igualmente
educativo quando o Mediador testemunha os efeitos positivos da raiva. Esse relacionamento
conjuga a energia do impulso com a da inércia e o resultado pode ser o cancelamento de uma
pela outra ou então a criação de uma mistura inconfundível.

Nos ciclos da natureza, a força irresistível de uma tormenta mal afeta a estrutura imóvel
de uma montanha. As montanhas, por seu turno, não desencadeiam processos e podem
apenas reagir às condições meteorológicas. Do mesmo modo, um relacionamento depende
tanto da excitação quanto da aceitação. Iguais aos OITOS, todos nós convocamos as nossas
forças quando alguma coisa tem uma importância profunda e, tais como os NOVES, temos de
conter a excitação a fim de produzir os resultados apropriados. Os OITOS trazem excitação
para o relacionamento, excitação esta que faz cintilar as energias do parceiro. Em troca, tais
como montanhas que resistem firmes durante tormentas emocionais, os NOVES estão
adaptados a resistir aos ataques periódicos de raiva.

Como cada um está disposto como pontos de asas do outro no diagrama, podemos
esperar que coincidam em partes nos pontos de vista. A junção da volúpia com o desinteresse
(indolência) geralmente leva a uma atração pelas comodidades materiais. O casal fixa-se numa
rotina doméstica regular e cada um ajusta-se ao nível de energia do outro. De positivo, criam
juntos um lar agradável e são ambos generosos entre si para com os amigos. De negativo, a
obsessão pelo bem-estar material esgota tempo e energia. Durante uma fase ruim, a inércia se
estabelece e os parceiros fazem pouquíssimo um pelo outro. Os OITOS querem controlar os
recursos e os NOVES têm um grande apetite de comodidade. Se o nível de atividade decresce,
os dois tipos inclinam-se a não dar e não fazer. As decisões são tomadas à revelia. A energia
fixa-se num padrão de retenção e muito pouca coisa é feita.

O OITO é quem geralmente toma uma iniciativa, quer construtivamente quer


arrumando encrenca. Na tentativa de escapar ao tédio, os OITOS são capazes de estragar os
relacionamentos de uma forma que não haja possibilidade de reparo. Ajuda a situação quando
ambos os parceiros são capazes de avançar com passo próprio, sem forçar o outro a ir na
frente. Quando os dois descambam para o desinteresse pessoal, a atenção se desvia das
necessidades reais para ninharias e os dois provavelmente pensarão: “Por que é que eu
deveria mudar se você nem se esforça”? A tarefa, então, é encontrar uma prioridade pessoal
fazendo com que a atenção se volte para dentro, em vez de ficar preso a um ciclo, no qual o
OITO assume o controle e o NOVE faz a resistência.
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O Oito com o Nove: o Patrão e o Mediador juntos no trabalho

Há duas possibilidades para essa parceria: progredir rapidamente ou transformar-se


num teste de força de vontades. Cada um tem uma maneira distinta de expressar a raiva. Os
OITOS sentem raiva facilmente e exercem o comando diretamente, ao passo que os NOVES
expressam raiva por vias indiretas, através de uma resistência passivo-agressiva. Os dois tipos
são partes da tríade da raiva no Eneagrama (OITO, NOVE e UM), o que significa que a raiva é
crucial na formação das respectivas emoções. A volúpia do OITO é uma exigência ardente de
ser satisfeito, exigência esta que se origina a partir de frustrações raivosas, e também a raiva
está na base da indolência ou do impulso do NOVE em esquecer. Essas energias combinadas,
são altamente construtivas, com o OITO iniciando a ação e administrando os confrontos, 101
cabendo ao NOVE mediar e dar apoio.

Como chefes, os OITOS estabelecem diretrizes abrangentes e complicadas que


asseguram um controle de cima para baixo. Regras serão impostas desordenadamente,
dependendo do nível de interesse flutuante do Patrão. Todas as regras deixam de valer
quando o chefe se sente expansivo, e as mesmas regras são impostas quando o OITO quer
apertar as rédeas. Na posição de chefe, os OITOS tendem a criar regras para em seguida violá-
las. Delegam poder e depois mudam de ideia. Podem haver inspeções inesperadas no local de
trabalho e interrogatórios sinistros e carrancudos, seguidos por uma súbita mudança para a
permissividade. Controlar significa ignorar os regulamentos que as outras pessoas têm de
cumprir e administrar pessoalmente o sistema de recompensas e punições.

Os empregados NOVES apreciam uma liderança firme, mas são incapazes de suportar a
confrontação pessoal. O contexto mais favorável dessa dupla mostra o decisivo OITO
congraçando funcionários para um esforço maciço que beneficie todo o mundo. Os NOVES
podem ser arrebatados pelo movimento de uma ação do grupo e perfilam-se com brio por
detrás de um líder agressivo. Assim que a meta é atingida, o interesse do NOVE se desvia
facilmente para a consolidação dos ganhos, e um chefe inteligente saberá manter essa energia
em movimento, deixando que os Mediadores estabeleçam um ritmo razoável de trabalho,
capaz de durar ao longo do tempo.

Se o chefe não tiver a capacidade de sair da postura de combate e se começar a


pressionar os funcionários a assumir mais responsabilidades do que eles querem, os NOVES
então poderão entrincheirar-se para uma guerra de vontade. O chefe impõe e o subordinado
passa a culpa a diante. O chefe briga e o NOVE cala-se. Os NOVES teimosos são páreo para os
chefes assertivos – sabem proteger-se do confronto direto e podem esperar anos a fio até que
ele passe. Podem até parecer amáveis e não se opor abertamente, mas podem tornar-se
impossíveis de supervisionar.

É difícil dominar a agressão passiva com um sistema de recompensas e punições. As


regras não têm efeito, a não ser que as pessoas obedeçam ou desobedeçam. É típico dos
chefes OITOS apertar o controle para evitar a sensação de desamparo, enquanto o funcionário
NOVE resiste e esquiva-se do confronto. Por fim, as digressões do empregado detonarão uma
explosão. A raiva exposta é bem mais cômoda para um OITO do que a passividade dissimulada,
e a raiva pode ser útil para trazer à tona as queixas do NOVE. Essa parceria pode ter sucesso,
desde que ambos venham à mesa de discussão. Os OITOS querem conhecer a verdade e os
NOVES sentem-se aliviados quando podem contá-la.
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Ambos os tipos têm uma tendência a acusar. Os OITOS acusam outras pessoas antes
mesmo de questionar-se a si próprios e os NOVES acusam porque se sentem arrastados por
ideias alheias. Ajuda quando o chefe OITO pode reafirmar periodicamente os pontos altos da
sociedade. Afins de um ambiente harmônico no trabalho, os Mediadores evitam os conflitos e
não ocupam o centro do palco. Apreciam, contudo, ser reconhecidos sem ter solicitado
reconhecimento e podem ser mobilizados pelos desejos de outras pessoas. Os OITOS, por
outro lado, podem ser cegos para a dinâmica dos relacionamentos. Muitas vezes agem sem
consultar, não fazem elogios facilmente e raramente têm interesse em encorajar os demais a
reagir. Se o chefe OITO for capaz de lembrar de ratificar as efetivas contribuições do
empregado, o NOVE poderá ver as boas intenções por detrás da presença intimidadora do
OITO e aprenderá a defender o terreno sob fogo. Há um risco de que essa parceria termine 102
com o NOVE sendo expulso após “a gota que faltava”; mas, se o NOVE aguentar firme, o OITO
então poderá dar ouvidos e, quando o OITO sabe escutar, o NOVE fica.

Os chefes NOVES que fazem digressões ou que se desviam dos objetivos assustarão os
empregados OITOS. É como se fossem uma liderança incompetente, e isso incita a uma
provocação total, com o objetivo de testar a capacidade do chefe. O pessoal pode sentir-se
pressionado a tomar partido à medida que o OITO, inquieto, procura separar os amigos dos
inimigos no local de trabalho. Os OITOS querem clareza nas comunicações ao lado de prêmios
e penalidades concretas, mas os NOVES muitas vezes privilegiam um estilo administrativo
baseado no consenso. No consenso, a cada um se dá uma pequena parcela da ação, não raro
apenas o bastante para manter o status quo. Esse método de pequenas porções dispõe os
OITOS a fazer lobby para obter a atenção, e o chefe descobrirá que a indecisão leva a uma
franca revolta. Os OITOS buscam certeza e, se não a obtêm, exercem a própria influência
fazendo estardalhaço até ganhar os ouvidos da chefia.

TIPO NOVE

O Nove com o Nove: um casal de Mediadores

Os membros de um casal de NOVES dão a impressão de estar fundidos um com o outro.


Não é que os parceiros sejam iguais fisicamente; é antes uma similaridade de ressonância e um
modo de falar que parece confirmar um entendimento mútuo permanente. É aparentemente
um casal estabelecido, com poucas questões em discordância e poucas emoções espinhosas
que perturbem a paz. É um estilo de vida do tipo “viva e deixe viver”. Uma disposição em
aceitar o outro incondicionalmente, sem forçar mudanças, e um desejo comum de bem-estar.

Para quem está dentro, contudo, a história é bem diferente. Perturbados pela sensação
de abrigar forças conflitantes, cada qual busca no outro um estímulo para a própria identidade
pessoal, erguendo-se a favor ou contra as prioridades do parceiro, e não a favor de si mesmo.
Os NOVES dizem ser capaz de fundir-se numa relação simbiônica, desde que não haja conflitos.
Mas, quando o comprometimento é total, a pressão começa a crescer. “Estou fazendo isso por
mim ou por outros? Estou aqui por livre escolha, ou será ideia de outra pessoa”? Problemas
com a fixação de prioridades ficam exagerados com um casal de NOVES: “Quem é que toma as
decisões aqui”? Não há nenhum ponto de referência com o qual se possa concordar ou o qual
se possa rejeitar. As opções começam todas a parecer semelhantes e há uma contracorrente
de necessidades conflitantes: “Devemos ou não devemos”? “Vale a pena brigar por isso?
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Provavelmente não”. Unidos pelo desejo comum de evitar conflitos, os parceiros podem
compactuar-se para não fazer nada, porque tramam a construção de um estilo de vida
harmonioso que mantenha os problemas à distância. O dilema dessa preocupação com o bem-
estar é que manter as dificuldades a distância exige muita energia.

O lado negativo desse relacionamento mostra cada um enredado em interesses


rotineiros e empreendimentos secundários para manter o status quo. Faz-se um pouco de
tudo, mas nada parece concluir-se, pois a energia que poderia forçar um despertar para
atividades essenciais poderia também criar conflitos. É melhor gastar energia em coisas
conhecidas e de menor importância e preservar a paz.

O lado positivo desse relacionamento mostra os dois NOVES unidos em tácita harmonia. 103
Se um dos parceiros encontra uma razão pessoal de ser, o outro se unirá a ele e o apoiará. É de
grande ajuda quando cada parceiro sabe separar-se dos interesses do outro, penetrar fundo
dentro de si mesmo e encontrar uma razão pessoal de ser. Os membros desse casal são
perfeitamente adequados para ajudar um ao outro, mas cada um terá de ser responsável por
si mesmo, em vez de contrariar ou favorecer as prioridades do outro.

O Nove com o Nove: dois Mediadores juntos no trabalho

Muitos casais de NOVES também trabalham juntos. É como se os negócios fornecessem


um foco exterior que inspira os parceiros, atraindo-os a cada dia para uma arena conhecida.
Há um desejo mútuo de fiar-se na programação e de evitar tomadas de decisão complicadas;
cada um cumpre suas próprias obrigações, aprimorando a sociedade pouco a pouco, até que
os negócios pareçam correr por conta própria.

Em situações de difícil tomada de decisão, ambos os NOVES terão de ser acionados e


estimulados a assumir uma posição. Os NOVES muitas vezes encaram as decisões como
questão de convivência, como capricho: “Não é certo que todos os caminhos levam afinal ao
mesmo fim”?, “Por que tomar essa rota em vez dessa outra”? Os conflitos podem parecer
resolvidos e irromper um dia depois, se uma posição legítima não tiver sido descoberta. A
reconciliação será postergada até que a história completa surja de ambos os lados e cada uma
possa expressar os próprios ressentimentos.

Os NOVES que se sentem comprometidos podem mais tarde “despertar” e sentir-se


traídos. Talvez tenham aquiescido a fim de evitar conflitos e só mais tarde perceberam o que
de fato sentiam. Intercessores muitas vezes têm de pedir aos NOVES que externem todas as
opiniões envolvidas e que então descubram o próprio parecer através de um processo de
eliminação: “Isso não, isso não”, o que finalmente revelará uma posição.

Como chefes, os NOVES têm de aprender a dar diretrizes claras. Não querer influenciar
os outros, não querer dizer não ou não querer suscitar controvérsias pode produzir uma
liderança letárgica. Esse tipo de chefe identifica-se com todos os lados das questões e fica
assim sobrecarregado com tantos dados, em vez de simplesmente concentrar-se nos pontos
mais interessantes do negócio. No gerenciamento, os NOVES prefeririam intervir em favor de
outros a defender uma posição própria. Entre todos os tipos, o NOVE é o que tem mais
facilidade de pôr-se temporariamente de acordo com os adversários com o desejo de evitar
conflitos, colocando-o em desvantagem no trato dos próprios negócios. É sempre mais fácil
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para o NOVE revelar o modo de pensar dele a pessoas neutras do que ir ao público por conta
própria, o que o torna o elemento adequado para processos de mediação.

Como empregados, os NOVES estão pré-dispostos a deixar-se absorver pela atmosfera


do trabalho. Ao interagir com outros NOVES, pode haver uma sensação de atrito e de
perturbação em liberar mais energia do que o necessário para a próxima tarefa ou para a
próxima meia hora do dia. O recado é: “Não vamos arrumar problemas”. O caminho de menor
resistência está na manutenção da rotina. Embora a rotina possa ser fisicamente exaustiva,
ficar fazendo algo familiar dá uma sensação de maior segurança. É muito mais atraente
aprimorar um sistema conhecido com um resultado previsível e com padrões de controle de
qualidade pré-estabelecidos do que dar início a uma experiência. Os processos conhecidos dão 104
aos NOVES a sensação de que a energia flui, de que participam do processo, de que podem
confiar no próprio comportamento. Mesmo que seja árdua, a exaustão é conhecida, é
protetora, é atraente.

É de grande ajuda passar periodicamente as queixas e em seguida buscar uma solução


em etapas. Os NOVES devem sentir que estão tomando a decisão por si próprios, sem estar
sendo pressionados a um compromisso. O estabelecimento de um cronograma para as etapas
de uma decisão – “Você pode entregar os documentos até o fim do mês que vem”? - é uma
tática melhor do que a exigência de conclusões imediatas. Cada aspecto deveria ser discutido e
esclarecido com tempo, de modo a permitir que as mudanças ocorram de uma forma humana
e razoável. Se, por acaso, o NOVE tiver algo a perder na situação, a resolução do conflito
deverá então ser assimilada ponto a ponto.

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