Código Penal 1852 PDF

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COUIGO PENAL

APPROVADO

'POR

DECRETO DE 10 DE DEZEMBRO DE 1852,

LISBOA
IMPRENSA NACIONAL

4855.
SENHORA :

A connisno encarregada, pelos Decretos de 10 de De-


zembro de 184.5, e 8 de Agosto de 1850, de redigir um
1wojvt.to dc Codigo Penal, em que se consignassem os mais
solidos principios do direito c.riminal, conforme as luzes do
seculo, e segundo o systema constitucional da Monarchia, tem
hoje a honra de fazer subir h presença de Vossa Magestade
o resultado de seus trabalhos.
Obstaeulos insuperaveis foram causa de que a commiss~o
n8o podesse desempenhar-se mais promptamente do honroso
encargo, que Vossa filagestade Houve por bem commetter-lhe.
Os graves acontecimentos polilicos do paiz neste intervallo,
o chamamento de dois de seus membros aos conselhos de
Vossa Magestade, e outros motivos extraordinarios, fizeram
náo s6 que as reuniões regulares da commissão fossem fre-
queritcmcnte interrompidas (sendo-o de uma vez por vinte e
seis mezes, de outra por dezenove, e de outra por oito), mas
atC que á maxima parte das sessões nào podessem concbrrer
senão os tres vogaes signatarios do presente relatorio, e do
projecto que o acompanha. Estas circumstancias demonstram
suficientemente que a commissáo se houve com o z&lo e di-
igencia possiveis, sobretudo reflectindo-se na dificuldade da
materia; porque náo sc póde desconhecer, que um Codigo
Penal, em que se harmoriisem os bons principios com os
costumes, e legislação politica e civil do paiz, exige longo e
profundo estudo das doutrinas, e a maior exactidão nas ex-
pressões; e que este vasto trabalho não póde ser a cópia
informe de diversas disposifões de outros Codigos, admittidacl
sem escolha, e sem exame.
A commisslo divide o seu projecto de Codigo Penal em
dois livros: o primeiro coiitkm as regras geraes, que dominam
todas as materias do Codigo; c estão nelle reduzidas a pre-
ceito as melhores doutrinas dos Codigos, e jurisconsultos
mais acreditados. O segundo livro trata dos crimes em es-
pecial, e ofYerece as incriminações de todos os factos preju-
diciaes á sociedade, que d e ~ e mser punidos, bem como a de-
signação das, penas correspondentes.
O s limites rasoaveis de u m relatorio não consentem que
a commissão se occupc aqui com uma exposiç8o detalhada
do projecto, e justificacão d o seu systema e disposições; po-
rem 6 de esperar que, se fdr necessario, alguns dos membros
da commissão publiquem as notas, ou cxplicacòcs, que possam
parrcer convenientes.
Por agora a commissào, limitando-se a dizer, que a escolha
das doutrinas foi feita com muito estudo e discussão, e toda
a r c d a c ~ 8 omui meditada e debatida, de modo que suppòc
não se conter no projecto erro algum grave, ou incoherencia
notavel, não póde comtudo dispensar-se de chamar a attenção
d e Vossa Magestade para certos pontos essenciaes.
A commissão entendeu que todos os crimes, offendendo a
boa ordem da sociedade, devem por isso ser perseguidos
sempre pelo Ministerio píiblico, com a e-ucepyão dos poucos
casos qne o projecto especialisa.
Igualmente entendeu nào dever occiipar-se com a desi-
gnacão dos crimes cm que os r6os pódem, ou não, li\rar-se
soltos sob fiança; porque, sern embargo da remissão do ar- ,
tigo 6 9 . O da 3." parte da Heforma Judicial de 13 de Janeiro
de 1837, a que liojc corrcsporide o artigo 921 da Reforma
.O

Judicial novissima, a commissiio pensa que esta materia L.


si> propria de um Codigo d e Processo Criminal.
E por esta mesma consideracão que o projecto, dctermi-
nando a duração das penas correccionaes, todavia não se oc-
cupa da fórma do processo em que taes penas correccionaes
hão de ser impostas.
Cumpre rnaic ií cornmiscno h z e r aqui rapidamente iilgiimas
observações sobre os seguintes porilos, yiie entende serem
g r a issimos.
~
A consideração de que são summamente variaveis as cir-
cumstancias, que augmentam, ou diminuem a culpabilidade;
dc que as mesmas circumstancias inlluem de modo mui di-
verso em diffvreiites casos para esse augmento, ou diminuição;
e de que a nicsmu pena imposta a dois individuos culpados
do mesmo crime, e ainda com as mesmas circumstancias do
facto, produz muitas vezes em cada um delles um gráo di-
verso de soffrimento, e importa por conseguinte uma pena
diversa; levou a commissão a D ~ Osubdividir em gráos a du-
ração das penas, mas a deixar aos Juizes um rasoa\el arbi-
trio, com quanto mui temperado pelo maximo e miiiimo d e
cadii urna tliis penas, c pc.las regras que o Codigo Ihes pres-
creke, e cuidudosamenle trabalhadas, sobre as circumstan-
cias aggravantes e attenuantes, e sobre a applicaçào, aggra-
vaçáo, attenuação, e substituição das penas.
Se por taes motivos a Lei não póde formular senão a regra
geral para a applicação da pena; e só o Juiz póde em cada
um dos casos especiaes graduar a sua duração dentro dos ter-
mos legaes; se o resultado da exageração da Lei seria uma
justiça igual para todos em apparencia, iniqua em realidade;
;e 6 absolutamente indispensavel esta faculdade dada aos
.luizes; o contrario se verifica no que toca ás incriminações.
Aqui tudo é estricto, tudo 6 do ultimo rigor. Ninguem póde
c-c~ncluirde um caso ao outro por similhança, ou por induc-
@o. E este talvez o trabalho mais difficil da obra. As incri-
inina~õesdemasiadamente vagas dão occasino a que nào só
se comprehendain os factos, que devem ser qualificados cri-
mes, mas aquelles, que ou nunca o devem ser, ou que uni-
camente dão logar ii reparação civil. Por outro lado a insuf-
ficiencia das incriminaçijes 6 causa, ou de muitas lacunas, ou
do perigo ainda maior de se abusar da analogia, para julgar
crimiiiosos os factos, que a Lei não qualifica como taes.
A commiss&o pensa na0 ser chegado ainda o tempo, em
que a pena de morte possa ser de todo eliminada das nossas
Leis penaes; entretanto, sómente a admitte nos muilo raros
casos em que a sua justica, e indisperisa\e1 necessidade nào
póde ser rasoavelmente contestada. O Acto addicional á Carta
Constitucional, decretando a abolição da pena de morte nos
crimes politicos, reservou para uma Lei a declaraçáo de quaes
siio estes crimes; e em consequeucia a commissão, sim se
absteve de fazer enumeraçâo ou classificação de crimes poli-
ticos; mas pensou conformar-se com o espirito da disposiç80
do Acto addicional, rejeitando a pena de morte nos crimes
de rebelliáo.
Taes são, Real Senhora, as rapidas ponderações, que a
commissão julga dever offerecer h sabedoria de Vossa Mages-
tade neste relatorio; ao qual põe termo, protestan.do ter feito
quanto estava da sua parte para corresponder h alta confi;iiir.a
com que foi honrada.

Lisboa, 30 de Setembro [de 1852.

Manuel Duarte Leitão.


Josd Maximo de Castro Neto Leite e Vasconcetlos.
José Maria da Costa Silveira da Motta.
SENHORA :

A n.acsssin*nE de um Codigo Penal portuguez, onde,


:onforme as luzes do seculo, se qualifiqiiem os crimes com
iuas circumstancias aggravantes, ou attenuantes, e se graduem
is penas com a devida porporção, já por mais de uma vez foi
econhecidii, assim no systema passado, como no actual, at6
iue, pelo providente Decreto de 10 de Dezembro de 1845,
e confiou esta importante obra á 'intelligencia e elficacia de
ima commissão, composta de distinctos Jurisconsultos.
Com effeito, esta commissão, não obstante ficar ultima-
nente reduzida a tres de seus vogaes, por diversos motivos
ue impossibilitaram os outros de a auxiliar, e sem embargo
e se ver obrigado por obstaculos invenciveis a interromper
uas sessões repetidas vezes, e algumas por grande espaço,
caba de se desempenhar cabalmente de tão difficil encargo,
presentando o projecto de Codigo Penal, que lhe fbra in-
umbido.
Em verdade, neste Codigo, fructo da illustração e expe-
iencia de seus auctores, Jurisconsultos tão eximios quão ze-
)%os,está consignado, com precisão e clareza, quanto p a r e
ceu melhor, em vista 1180 só das regras que a justiça univer-
sal tem prescripto para a qualificação dos crimes, e para a
graduação das penas, senão tambem das doutrinas mais appli-
caveis A indole, tendencia, e habitos da naçso; mais adequa-
das ao systema constitucional da Monarchia; e mais segui-
das nos differentes Codigos Penaes, até agora publicados.
Forçoso 6 , porém, como reconhecem os Ministros d e Vossa
Magestade com os vogaes da commissõo, que na escala das
penas estabelecidas neste Codigo se conte ainda a de morte,
posto que mui limitada e cir.cumscripta. É comtudo d e es-
perar, attento o nosso progressivo estado de civilisação, qiie
riáo vir8 longe o dia em que a pena capital possa de totlo
ser abolida entre nós.
Expòe a commissão em seu relatorio, que, tendo o Acto
addicional ú Carta Constitucional da Moilarchia decretado a
abolição da pena de morte nos crimes politicos, e reservado
para uma Lei a declaraçào d e quaes sào estes crimes, se abs-
teve ella de os enumerar e classificar; mas pensou confor-
mar-se com o espirito da disposição do dito Acto addicional,
rejeitando a pena ultima nos crimes d e rebellião.
E m vista de taes ponderações, e attenta a dificuldade d a
materia, tainbem os Ministros de Vossa Magestade entendem
que este assuinpto deverá ser tratado em Còrtes, apresentan-
do-se-lhes em sua proxima reunião U. competente proposta
de Lei, a fim de que a generosa disposiçào do artigo 16."
do ,4cto addicional se complete quanto antes, como cumpre;
riào deixando por isso de publicar-se desde logo o Codigo
Penal, até para que em preseriyn dellc se consiga mais facil-
mente tão proficuo resultado.
fi pois manifesta, a todos os respeitos, a utilidade de um
Codigo Penal portuguez, que v& de prompto substituir a an-
tigaLegislação criminal, dispersa e cruenta; acabar de uma
vez com o illimitado arbitrio que necessariamente resulta náo
menos da confusão que da nimia severidade das Leis; abrir
uma riova epoca d e moralidade c justiça; e levantar mais um
padrão de gloria no Heinado de Vossa Magestade.
Por todas estas considerações os Ministros de Vossa Ma-
grstade, movidos só por interesse do paiz, teem a honra do
rop6r a Vossa Magestade aquelle projecto de Codigo Peiial,
orno digno de ser approvado.
Secretaria d'Estado dos Negocios Ecclesiasticos e de Jus-
iça, em 10 de Dezembro de 1852.

Duque de Saldanha.
Rodrigo da Fonseca illagalhães.
Antonio Maria de Fontes Pereira de Mello.
Antonio Aluizio Jeruis de Atouguia.
DECRETO.

Toirmw em consideraç?ío a proposta dos Ministros e


ecretarios d'Estado das differentes repartições; Hei por bem
)ecretar o seguinte :
ARTIGO 1 . O
Fica approvado, para reger como Lei nestes reinos e seus
ominios, o Codigo Penal portuguez, que faz parte deste De-
reto, e baixa assignado pelos ditos Ministros e Secretarios
'Estado.
ARTIGO 9 . O
E revogada toda a Legislação em contrario.

ARTIGO 3.O

O Governo dará conta as Côrtes das disposições contidas


o presente Decreto.

tos referidos Ministros e Secretarios d'Estado o tenham


ssiim entendido, e façam executar. Paço, em dez de Dezem-
ro de mil oitocentos e cincoenta e dois.

Duque de Saldanha.
Rodt-igo d a Fonseca Magalhães.
Antonio Maria de Fonles Pereira de Meilo.
Anlonio Aluicio Jeruis de Alhoguia.
CODIGO PENAL.
LIVRO PRIMEIRO.
DISPOSICOES GERAES.

TITULO I.
nos CRIMES EM GERAL, E DOS CRIMfIIOSOS.

ARTIGO 1 .'
Cnrnia oo delicto 6 o facto voluntario, declarado punivel
pela Lei penal.
A R ~ I G O9.0
A punição da negligencia, nos casos espcciaes determina-
dos na Lei, funda-se na omissão voluntaria de um dever.

ARTIGO 3.O

Considera-se contravenção o facto voluntario punivel, que


unicamente consiste na violação, ou na falta de obsrvancia
das disposições preventivas das Leis e Regulamentos, inde-
pendentemente de toda a intenção malefiea.

ARTIGO 4.O

Nas contravençóes 6 sempre punida a negligencia.

ARTIGO 5.U
Nenhum facto, ou consista em acção, ou em omissão, póde
julgar-se criminoso, sem que uma Lei anterior o qualifique
como tal.
LIV. I.-TIT. I-CAP. I., DOS C R l l E S . 7
ARTIGO 6.'
Considera-se tentativa do crime qualquer acto exterior e
oluntario, que constitua começo de execuç.80 do crime.

ARTIGO 7.O

A tentativa do crime 6 punivel quando a execuç80 come-


ada foi suspensa por effeito de circumstancia independente da
ontade do criminoso.
ARTIGO 8 . O
A tentativa do crime é sómente punivel quando a Lei manda
unir esse crime com alguma das penas maiores, salvos os
asos especialmente declarados.

ARTIGO 9.'
Nos ('i14os especiacs,
cm que a Lei qualifica como crime
onsiimmado a tentativa de um crime, a suspensão da e x e
ução deste crime pela vontade do criminoso niío é causa
,ustificativa.
ARTIGO 1 0 . O
Os actos puramente preparatorios não constituem a ten-
ativa; e sómente são puniveis quando a Lei os qualifica
omo taes.
ARTIGO 11.O
Ha delicto frustrado quando o criminoso praticou todos -
I actos de execução que deviam produzir o resultado con-
ttterado pela Lei como elemento constitutivo do crime, sem
rue este resultado se seguisse.
1

ARTIGO 12."
i ignorancia da Lei penal não se considera como causa
usilficativa do crime.
ARTIGO 1 3 . O
Contra a disposicão da Lei penal ntio stio causas justifica-
ivnn as circurnslancias do offendido pelo crime, ou o seu
oiisi~'ntimento,ou approvação.

ARTIGO 11.O

Ni-inhum acto 6 criminoso:


8 CODIOO PENAL.

I." Quando o seu auctor, no momento de o commetter,


estava inteiramente privado de intelligencia do mal que c m -
mettia;
2." Quando foi constrangido por força irresistivel;
3." Quando foi obrigado pela necessidade actual da legi-
tima defeza de si, ou de outra pessoa;
4." Quando o acto for consequencia accidental de um facto
licito;
5." Quando o acto fdr auctorisado pela Lei, e praticado
por pessoa competente, com as fórmas devidas, se a Lei as
decretar.
ARTIGO 15.O
Nao são crimes os actos que n8o s?io qualificados como
taes por este Codigo.
- $ unico. Exceptuam-se da disposição deste artigo:
i." Os actos classificados crimes por legislayao especial,
nas materias que nso são reguladas por este Codigo, ou na-
quellas em que se fizer referencia ií legislayào especial;
2." Os crimes militares.

ARTIGO 1 6 . O
São crimes militares os factos que offendem directamente
a disciplina do exercito ou da marinha, e que a Lei militar
qualifica e manda punir como violaçáo do dever militar, sendo
commettidos por militares, ou outras pessoas pertencentes ao
exercito ou marinha.
- $ unico. Os crimes communs commettidos por militares,
ou outras pessoas pertencentes ao exercito ou marinha, se-
r80 sempre punidos com as penas determinadas na Lei geral,
ainda quando julgados nos trihunaes militares.

ARTIGO 1 7 . O
As disposições das Leis civfs, que, pela prática, ou omissáo
de certos factos, modificam o esercicio de algum dos direitos.
civis, ou estabelecem condemnações relativas a interesses par-
ticulares, e sómente dão logar á acçáo e instancia civil, não
se consideram alteradas por este Codigo sem expressa dero-
ga cão.
L I V . I . -TIT. I . - CdP. I I . , CIRCC'MSTANCIAS AGCRAV. O U ATTIN. 9
ARTIGO 18.'
Não é admissivel a analogia, ou inducção por pa~idade,
u maioria de razáo, para qualificar qualquer facto como
rime; sendo sempre necessario que se verifiquem os ele-
lentos essencialmente constitutivos do facto criminoso, que
Lei penal expressamente declarar.

CAPITULO 11.

DAS CIRCUMSTBKCIAS QUE AGGRAVAM, OU ATTENUANI OS C R l M S

ARTIGO 19.'
S5o circiimstancias aggravanier:
I ." A premeditayùo;
2 . ' .i t~iiil>o-cada,o disfarce, a espera, a siirpreza, a alei-
osia, ou yualquer fraude;
3.' A con\ocação, ou seducçào de outros individuos para
commetter o crime;
4." A invenção, e instrucção d o plano de execução do
rime, quando 6 commettido conjuntamente com outro indi-
riduo;
5." Commetter o crime acompanhado de outras pessoas,
) I ter manifesta vantagem sobre o offendido, em raz8o da

tlsde ou do sexo;
6." Commetter o crime com auxilio d e pessoas que faci-
item a impunidade;
7.' Commetter o crime por dinheiro, ou por qiialquer rc-
oiiipensa, ou promessa ;
r(." A obrigação especial q u e o criminoso tinlia d e não
onimetter, ou de obstar a que se commettesse o crime, ou
le concorrer para a sua p u n i ~ ã o ;
9 " Ser o criminoso empregado público, civil, militar, ou
ccl«siastico ;
1(1'." Ser o offendido parente ou affim do criminoso at6 ao
egurido grhu por direito civil, ou ser, oii ter sido seu mes-
re, liitor, amo, ou de qualquer maneira seu superior;
I I.' Commetter o crime, tendo recebido beneficio do of-
10 CODIGO PENAL.

fendido, ou c m offerisa ou desprezo do respeito que, por sua


dignidade, idade, ou sexo, ell(, merecer;
12." Ser o crime commettido por um preso, ou contra
um preso; ou contra o que esth sob a immediata e especial
protecção da auctoridade pública;
13." Commetter o crime em estrada ou logar ermo; e
bem assim em casa destinada h liabitação, ou em edificio
destinado ao culto religioso, ou em acto público do culto re-
ligioso, ou nos paços reaes, e nas repartições públicas, ou na
presença de qualquer auctoridade pública exercendo suas
funcções ;
14." Commetter o crime de noite, ou na occasião d e in-
cendio, naufragio, terremoto, ou outra calamidade pública,
ou desgraça particular do offendido;
15." Commetter o crime coni arrombamento, escalamen-
to, ou chaves falsas; e bem assim por meio de veneno, d e
fogo, de inundação, ou com instrumento ou arma, cujo uso
fôr proliibido;
16." O emprego simultaneo de diversos meios para com-
metter o crime, ou a insistencia nos esforços de o coiisiiiii-
mar, depois de mallogrados os primeiros;
17." Quaesquer actos de crueldade, espoliação, oii des-
truiçlo, desnecessarios h consiimmação do crime;
18." A privação, ou inhabilitaçào d e algum membro, ou
orgão do corpo para as suas fuiicçòcs; a deformidade, o alei-
jão, ou lesão d e algum orgão essencial h vida do offendido;
19." A frequencia dos crimes da mesma natureza;
20.",A accumulação de quaesquer crimes commettidos pelo
criminoso;
2 1." A reincidencia ;
22." E m geral as circumstaucias que ~recedern,ou acom-
panham, ou seguem o crime, e mostram maior perversidade
na sua execução, ou aiigmentam o soffrimento do offendido,
ou a difficuldade dc elitar a offensa, ou d e que resulta maior
perigo h causa pública, são circumstancias a g r a v a n t e s d'esse
crime.
ARTIGO 20.'
<-to c.ii~c.timstanciasatlenuantes:
LIV. I. - TIT. I. - CAP. 111., DOS CRIhl1N080S. 11.

1.' A menoridade atk aos vinte annos completos;


2.' A provocação ;
3." A violencia, ou ameaça;
4." A intenção, e necessidade de evitar um mal;
5." A falta de pleno conhecimento do mal, que deve cau-
ir o crime; .
6.' A ignorancia de que-o facto 6 criminoso;
7.' A apresentaçiio voluntaria ás auctoridades;
8.' A embriaguez niio completa, quando for casual, e náo
ir posterior ao projecto de commetter o crime;
9." espontanea reparaçâo do damno;
10." A obediencia ao superior na ordem hierarchica, nos
BSOS em que o inferior não ficar, segundo a lei, isento da
ena pela obediencia;
li.' E m geral as circumstancias que precedem, ou acom-
.anharn, ou seguem o crime, e enfraquecem a culpabilidade
lo criminoso, ou diminuem por qualquer modo os effeitos
'o crime, são circumstancias attenuantes.

ARTIGO 2 1 . O
As circumslancias agiravantes, ou attenuantes do crime
iíluem na criminalidade de todos os corrkos, ou sejam au-
tores, ou sejam cumplices, excepto quando são derivadas
a qualidade, ou posição pessoal de qualquer delles.

DOS Q I I ~ O S O S .

ARTIGO 22.'
Sómente podem ser criminosos os individuos que tkem a
ecessaria intelligencia e liberdade.

ARTIGO 23.'
Nâo podem ser criminosos:
i."Os loucos de qualquer especie, excepto nos intervallos
~cidos; /
2." Os menores de sete annos;
ia coDIGo PENAL.

3." Os maiores de sete e menores de quatorze, quando


praticam o acto sem o necessario discernimento;
4."Os ebrios, se a .embriaguez é completa, casual, e nõo
posterior ao projecto de oornmetter o crime;
8." Os que praticam o acto em virtude de obediencia de-
vida, nos termos em que a Lei a determinar.

ARTIGO 12J.O
O s correos de qualquer crime sao ou auctores, ou cum-
plices.
ARTIGO 125."
Sáo considerados auctores:
I."O s que por acto immediato tomam parte na c x e c u ~ ã o
d o crime;
2." 0 s que dão ordem para se commetter o crime a pes-
soa que Ihes está sujeita;
3." Os que por dadita, promessa, violencia, ameaça, abuso
de auctoridade, ou d e poder, coiivencionam, ou o b r i p m , oii
provocam á execuçáo do crime;
4." Os que aconselham, quando o conselho fdr caus~ide-
terminante, e sem elle n30 se executaria o crime.
$ uiiko. O excesso do mandatario 6 imputavel ao man-
dante, se este o podia ter previsto como consequencia prova-
vel do mandato.
ARTIGO 26.O
SSo considerados cumplices:
1." Os que aconselham, sendo o conselho alguma das cau-
sas determinantes do crime;
2." O s que de.qualqucr maneira, que não seja alguma
das referidas no artigo antecedente, IiroFocarn no crimr:
3." Os que preparam, ou fornecem instrumentos, oii (111 '"3-
quer meios para sc cornmetter o crime, sendo disso sabe-
dores;
4." O s que, com igual conhecimciito, ajudam os auctores
do crime em quaesquer actos p a r a facilitar a execiiçào;
5." Os que, deixando maliciosamente de impedir o crime,
sendo-lhes possi,cl, concorrem para o facilitar, com inten-
cão de quc se execute;
LIV. I. - TIT. I. - CAP. III., DOS CRIMINOSOS. 13
6." Os que para a execiição do crime scientemenlc'servem
le intermcdiarios eritre o mandante e maridatario, ou outros
[uaesquer corrkos.
AIITICO 2 7 . O
As disl)osiçõcs destc Codigo s30 applicarcis, n3o havendo
rratndo, ou Lei especial em contrario:
i." A quaesquer estrangeiros residentes em dominios por-
ugiiezes;
2." Aos portuguezes que, fóra dos mesmos dominios, com-
netterem crimes contra a segurarica interior, ou exterior do
Estado, falsificação de s&llospublicas, d e moedas portuguezas,
)u de papeis de credito público, ou d e notas de qiiaesquer
lances portuguezes aiictorisados por Lei;
3." Aos estrangeiros quc commetterem qualquer destes
:rimes, uma vez que compareçam em territorio portuguez,
JU se possa obter a entrega delles;
4." A todo o portuguez que, em paiz estrangeiro, com-
metter algum crime contra outro portuguez, sendo achado
neste reino, e não tendo sido punido no paiz em que com-
metteu o crime, se o proprio offendido querelar;
5." A todos os individuos que commettereni crimes a bordo
de navio portuguez no mar alto;
6." A todo o portuguez, que commetter algum crime con-
tra outro portuguez a bordo de navio portuguez surto em
porto estrangeiro;
7." A todos os portuguezes, ou estrangeiros, que commet-
lcrem algiim crimc a bordo de navio estran,peiro em porto
portuguez, excepto se esse crime fOr commcttido por pessoas
a l i sua tripulaciío contra outras da mesma tripulação.
- CODIGO PESAI..

TITULO 11.
DAS I>F:N,~s,
E nE seus EFFEITOS.

(:.ZPImLO I.
DAS PENAS.

AItTIGO 2 U . O '

As penas decretadas por este Codigo são as que se declaram


nos artigos seguintes:
ARTIGO 29."
As penas maiores são:
."
1 A pena de morte;
2." A de trabalhos publicos;
3." A de prisão maior com trabalho, ou simples;
4." A de degredo;
6." A de expulsão do reino;
6." A da perda dos direitos politicos.
ARTIGO 30."
As penas correccionaes são:
i." A pena de prisao correccional;
2." A de desterro;
3." A de suspensão temporaria dos direitos politicos;
4." A de multa;
ti." A de reprehensão.
ARTIGO 31."
As penas espcciaes para os empregados piiblicos são:
1." A pena dc demissão;
2.a A de suspensao;
3." A de censura.
ARTIGO 32.O
A pena de morte consiste na simples privação da vida.
AHTIGO 33.O
O condemriado na pena de trabalhos publicos scrb empre-
LIV. I . -TIT. 11. - CAP. I . , DAS PUNAS. 15
s
ado nos trabalhos mais pesados com corrente de ferro no pe,
u com cadêa presa a outro companheiro, se a natureza do tra-
alho o permittir. Esta pena póde ser por toda a \ida, com'
s restricções prescriptas na Lei, ou temporaria, desde tres
té quinze annos.
ARTIGO 3 4 . O
O condemnado h pena de prisao maior será recluso em for-
eleza, ou cadba, ou estabelecimento público destinado para
ste fim. A pris80 com trabalho obriga o condemnado a tra-
d h a r dentro do estabelecimento, conforme as suas circum-
tancias e aptidão, applicando-se em seu beneficio parte do
~roducto, segundo os respectivos Regulamentos. A prisao
imples não priva o condemnado de communicar com outras
iessoas, segundo os Regulamentos do Governo, salvo quando
6r com isolamento. A prisgo maior, ou com trabalho, ou .
imples, póde ser por toda a vida, ou temporaria, que, exce-
lendo a tres annos, não passe de quinze.

ARTIGO 35.O
.
O criminoso, que fdr condemnado em pena de degredo,
eiá levado para uma das possessões ultramarinas, para ahi
ielmanecer por toda a ,ida, se o degredo fdr perpetuo; ou
leio tempo declarado na sentenya, se o degredo fdr tempo-
ario, o qual não poderá ser menor de tres annos, nem ex-
e h ~ ar quinze annos.
ARTIGO 36.O
Pfila pena da expulsão do reino é o criminoso obrigado a
ir do territorio pprtuguez, com inhihição de nelle tornar a
ntrafr. Esta pena pode ser por toda a vida, ou temporaria, des-
e treb ate quinze annos.
ARTIGO 37.O
A plena da perda dos direitos politicos consiste na inca-
ocidahe de tomar parte por qualquer maneira no exercicio,
u no e?stabelecimento do poder público, ou funcções publi-
1s. Edta pena 6 perpetua, salva a rehabilitação nos casos
eterminriados na Lei.
ARTIGO 38.O
A prisb80 correccional terá logar em cad?a ou estabeleci-
16 CODIGO PENAL.

mento público destinado para este fim. Não obriga a traba-


lho, e náo póde cxccder a trcs annos.

AIITIGO 39 ."
A pciia do desterro obriga o réo a em um
logar determinado pela senten~a,no continente, ou ilha cm
rlur o crime fdr commettido, ou a safr'da comarca por es-
pato dc tempo, que iiào exceda a tres annos.

ARTIGO 40."
A suspensão temporaria dos direitos políticos consiste na
privação do exercicio de todos, ou de alguns dos d i r ~ i f n q
politicos, por um determinado espaço de tempo, que não
pódc exceder a doze annos.

ARTIGO 4 1 . O
O condemnado em multa é obrigado a pagar para o Es-
tado uma quantia proporcional ao seu rendimento, at(: tres
annos, arbitrada na sentença, de modo que, por dia, não seja
menor que cem réis, nem exceda a dois mil réis, salvo nos
casos em que a Lei taxar quantias determinadas.

ARTIGO 48.'
A pena de reprehensão obriga o condemnndo a compare-
cer em audiencia pública do Juizo respectivo, para ahi ser
reprehendido.
ARTIGO 4 3 . O
A pena de demissão ou perda do emprego póde ser com
declaraçáo de incapacidade para tornar a servir qualquer em-
prego, e póde ser sem essa declaraçáo.

ARTIGO 44.'
A suspensão do exercicio do emprego não p6de exceder a
tres annos.
ARTIGO 45.'
A pena de ccnsura dos*empregados publicos póde ser, o11
simples, ou severa, com as formalidades decretadas na res-
pec,tiva Lei disciplinar.
LIT. I - T I T . 11.- CAP. I . , DAS PENAS. 17
ARTIGO 46.'
A duraçào das penas ternporarias I? determinada pelos Jui-
s, 1180 poderido exceder-se, nem abre\ iar-se os termos mais
, que .(: inarcado na Lei, s a l ~ onos cosos cspecialmcrite de:
~rados.
ARTIGO 3 7 . O
A gravidade das penas corisidera-se em geral, segundo a
sdem de ~)recedericiaem que se acliom descriptas rieste ca-
tulo; entericlcrido-se que as penas perpetuas de trabalhos
iblicos, prisao, e degredo. são mais grnles do que qualquer
is penas temporarias.
unico. Considerar-se-ha a pena de degredo immcdiata-
ente superior ii de prisão correccional, nos casos ern que a
4 decretar, sem mais declaraçào, a pena irnmediaíamente
perior, ou inferior; e 1150poderão ter logar as penas de ex-
ilsão do reino, e da perda dos direitos politicos, senào nos
,sos em que a Lei especialmente os decretar.

ARTIGO 4 8 . O
A pena de trabalhos piiblicos aggrava-se, sendo os traba-
ios no Ukramar.
ARTIGO 49.q
A pena de prisiio aggrava-se quando é com isolamento, ou
Ultramar.
ARTIGO 50."
A pena de degredo entende-se em regra ser para a Africa.
as sentenças se deverá sempre declarar se o degredo B para
possessòes portuguezas orientaes, ou se 15 para as 'posses-
es occideriliie~de Africa, sem mais designação de logar ter-
. No primeiro caso corisidera-se aggravada a pena de de-
cedo.
g i." Ter6 lagar o degredo para o India, quando f6r ex-
essainente deteriiiinado na Lei.
$ 2." O Governo designarj. o logar da resideiicia do d e
~adado.
CODIGO PBNAI.,

DOS EPFEITOS DAS PESAS.

ARTIGO 51 .O
A condemnayão do criminoso, logo qye passa em jiilgado,
tem os effeitos declarados nos artigos seguintes.

ARTIGO 5 2 . O
O condemnado á pena d e morte perde todos os direitos po-
liticos ; e bem assim a propriedade, posse e administrasão d c
todos os bcns, que immediatamente passam aos seus \ I ~ C ( O ~ -
sores legitimos.
$ unico. Nào pbdc fizer testamento, sendo de nenhnm vi-
gor o que jl t h e r feito.
ARTIGO 5 3 . O
O condcmnado a qualqrier das penas perpetuas de tral),i-
1110s piiblicos, pris50, ou degredo, perde todos os d i r e i i o ~1"'-
liticos; e bem assim a administraçiio d e seus bens, de que
i120 p6de dispbr por acto entre vibos. Perde igualmente, as-
sim como o condemnado á morte, o direito 6 protecyâo das
Leis civis para exercer auctoridade a respeito de sua mulher,
e de seus filhos; e não póde $er tcstemurilia, excepto para
dar simples informayòes 6 jiisliça; e rios ncgocios judiciaes
6 considerado como iis pessoas qiic a Lei declara incapazes
de se regcrerli.
$ 1." Sómentc poderi receber dos seus bens, ou rendi-
mentos, a porção que o Coierno julgar conveniente aucto-
risar.
Sj 2." No logar do degredo oodrrá o condemnado esercer
os direitos c i ís.
~
ARTIGO 54 O

Qualquer das penas declaradas no artigo antecedente, sendo


temporaria, produz o eKeito da perda de todos os direitos
politiros; e os bens do condeninado s8o regidos, durante o
ciimprimento da pena, como o são os dos incapazes de admi-
nistrar sua fazerida, obsertando-se as regras, que a respeito
da curadoria, em taes casos, as Leis estabelecem.
LIV. I.-TIT. 11.-C4P. I., DA9 PENAS. 19 .
$ iinico. O criminoso capaz dc trabalhar, condemnado a '
rabalhos pulilicos, o11 a prisào com ~ r a b a l h o ,não póde re-
eber porqào algiimii d o rendimcrito de seus bcns diirantc o
umprimcnto da pcriti, ou esta seja perpetua, ou seja tem-
oraria.
AIITIGO . 5 5 . O
O condcmnado 3 pena de expulsão do reino perde lodos
s direitos politicos, c seiis bens d o regidos como os dos
usenles.
ARTIGO 5 6 . O
O condemnado !i pena de prisào correccional, ou ti de des-
.
:mo, fica suspenso do exercicio dos direitos politicos durante
cumprimento da pena.
ARTIGO 57.'
A perda dos direitos politicos, ou como pena principal,
u como effcito de oiitra pena, priva o condemnado das hon-
3s e distiricyões da nohreia, de qualquer conde~oração,do ,
lireito de trazer armas, do de ensinar, ou dirigir, ou con-
:orrer na direcças de qualquer estabelecimerito de instruc-
%o; c produz a incapacidade de ser tutor, ou curador, ou
nembro de algum conselho de familia, dc ser procurador em
uizo, e de ser testemunha eni qualquer acto solemne e au-
hen tico.
ARTIGO 5 8 . O
.A suspensão do exercicio de todos os direitos politicos
roduz tambem a susperisão do exercicio dos direitos enu-
lerados no artigo antecedente.
$ unico. Fóra d'este coso n suspensao de algum dos di-
4 0 s criumerados no artigo anteccdcnte, e bem assim a SUS-
?nsiio do cxcrcicio de profissào, que exija titulo, ter8 logar
iando a Lei expressamente o declarar.

ARTIGO 5 9 . O
São sujeitos 6 especial vigiliincia da policia, ainda que a
ritença o não declare:
1.' Os condemnados a des!erro diirantg o cumprimento -
I pena;
2 Os condemnndos temporariamente a trabalhos pt~bli-
O

a
20 CODIUO PENAL.

cos, a prisão maior, a degredo, e a expulsão do reino depois


d o cumprimento da peri2, c por tanto tempo quanto fdr o
da drirayão da penii, sc na sentença se R ~ marcar
O praso mais
curto.
$ uriico. Tambem ficam sujeitos á especi;il vigilancia da
policia os que assim foreni declarados por seiiteriqa, ein vir-
tude de expressa determiiiaçào da JAei.

AIITIGO 60 o

Quando a pena fdr correccional, nao tem logar a sujeiçao


a especial vigilancia da policia, sem especial deterniina~ão
da Lei.
ARTIGO 6 1 . O
Pela sujeiçâo h especial vigilancia da policia 6 o conde-
mnado obrigado a não comparecer nos logares que o Governo
Ilie designar; e igualmente 6 obrigiido, antes da sua soltura,
a declarar o logar em que prcteiidè finar a sua residcnci;~,
ii fim de receber uma guia, que rcgule o itinerario, 'i qii<il
apresentará logo 5 auctoridade administrativa desse logar;
fazendo perante esta auctoridade igual declaração, e obser-
vando-se o mesmo que fica determinado no caso em que pre-
tenda mudar de residencia.

ARTIGO 6g.O
A derniss'io do emprego com a declaraçtio de incapacidade
para servir qualquer emprego, ou seja imposta como pena
priricipd, ou seja effeito de outra pena, produz a perda de
todo o direito a jubilacão, aposentação, refórmn, oii a qual-
quer pensão por servisos anteriores, sem prejuizo d e pensa0
alimenticia, que possa depois ser legalmente coiicedida ao
criiiiinoso.
$ unico. A simples deiiiissào d e qualquer emprego pro-
duz a incapacidade de tornar a sertir o mesmo emprego.

ARTIGO 6 3 . O
A suspensão temporaria de qualquer dos direitos politicos
produz! qiianto aos empregados ~iublicos, a suspeiis'io do
exercicio do emprego, por tanto tempo quanto aquella durar.
LIV. I . - T I T . 111.-C.4P. I . , DA APPLIC. DAS PENAS 21
ARTIGO 6 4 O

A perda, a favor do Estado, do objecto, ou producto do


time, e das armas com que foi commettido, ou que eram
cstinndas para esse fim, tem lognr nos casos em que, ou o
[Tendido, ou algiim terceiro, nòo responsavel pelo crime, não ,
>nha direito á restituição.
$ unico. A perda de quaesquer outros instrumentos do
time tem logar:
1." Quando fdr prohibido o seu uso, ou conservaçáo;
2." Quando a Lei expressamente o determinar.

ARTIGO 6 5 . O
A condemnação passada em julgado, que, ou impozer a
ena da perda dos direitos politicos, ou tiver este effeito,
!r6 impressa por estrado, e atlisada no logar em que f6r
roferida, ria cabeya da comnrca em que tiver sido commet-
,do o crime, e no logar do domicilio do condemoado.

ARTIGO 66.'
As penas êeelêsiastieas ano produzem effeito algum ci:il.
ARTIGO 67."
Os effeitos das penas t&em logar em virtude da Lei, inde-
:ndentemente de declaração alguma na sentença condemna-
,ria.
TITULO 111.
DA APPLICAÇXO E E X E C U C ~ ODAS PENAS.

CAPITULO I.
DA APPLICAÇAO DAS PEXAS EM GERAL

ARTIGO 6 8 . O
Não poderá ser applicada pena alguma, que nâo seja de-
etada na Lei.
ARTIGO 69.O
Nenhuma pena poderá ser substituida por outra, salvo
)s casos em que a Lei o auctorisar.
22 CODIGO PENAL

ARTIGO 7 0 . O
Se, depois de commettido o crime, a Lei modificou a pena,
ser8 sempre imposta a pena menor, posto que ao tempo da
sentenca esteja decretada pena mais grave.
$ unico. Se, ao tempo da sentença, o facto não fòr pela
1,c.i q~iiliticlidocomo crime, posto que O fosse pelas Leis qiie
existiam ao tempo em que foi comrnettido, nenhurnii I ) P I I ; I
ser5 applicada.
ARTIGO 71.'
pena de moite n'io poderú em caso n l ~ i i mser spplicada
aos rnenorcs de dczcsetc annos; mas scri sii t)s\itiiida pela d e
prisõo perpetua com trabalho.

ARTIGO 7 g . O
A pcna de trabalhos publicos riào podcrh em caso algum
ser applicada iís mulheres, aos mcnorcs de dezesete annos,
aos maiores de sessenta annos, e aos qiie ti\crerii tal enSt~r-
inidade, que nao possam servir nos trabalhos publicos, ~ i i l l o
esta enfermidade compelentemente prosada.
$, iinico. Quando taes pessoas commelterem um crime, que
pela Lei tem a pcna de traballios publicos, ou que, tendo sido
L condcmriadas a esta pena, chegaram !i idade de sesseiita annos,
ou ao estado de enfermidade incompativel com a mcsrna pene,
deverii ella ser substituida pela de prisào com t r i i b ~ l ! ~O~U,
sem ellc.
ARTIGO 7 3 . O
O menor de qiiatorze annos, que commetter algum crime,
príiticando o facto sem discernimcnto, sei$ entrcguc, scgurido
as circumstancias, ou a sciis pacs, pnrcrilcs, e tiitorcs, ou ser6
recliiso em rima casii de educacão pelo tempo que fòr deter-
minado na sentença.
$ 1." O menor de q u a t o n e annos, que commetter algum
crime a que corrcspoiida alguma das penas maiores, praticando
o facto com disceriiimerito, ser8 condcmnado a prisão com tra-
ballio ou sem elle, por tempo qiie riào exceda a dez annos. Se
:i penado crime fòr corrcccional, a pena que lhe Sùr imposta
n;io scrh maior do qiic ;I ineiadc da que deveria iml)i3r-se no
c, i ) cnl (IIIC O criinirioso csccdesse a iiliidc dos c~iiatorzeaniios.
$ 2." Nos casos declarados no $ antecedente poderá pro-
uncinr-se na sentcnqa a sujeiçlo á iigilancia especial da
3liciii a t 6 dez arinos.
ARTIGO 7 4 . O
S e tdguem, em esta110 de embriaguez completa, praticar
uulqui:r facto que a Lei penal manda punir, ser-lhe-ha ap-
licada n. pena de prisào correccional, podendo aggravar-se
?gundo as circumstancias d~ facto illicito, seguido daquelle
:sultado, nos casos seguintes:
\, I." S e a e m b r i a p e z nào rUr casual;

1 O Se foi posterior ao projecto do crime.

uriico. Neste caso terá logar a disposição do $ 2." do


rti@ antecedente.
ARTIGO 75.'
Quando algum individuo, que não tenha, ou não exerça
ireitos politicos, comrnetter algum crime, se a pena decre-
ada pela Lei fbr a da perda dos direitos politicos, será sub-
tituida pela prisào correccional. Se fòr a da suspensão do
xercicio de todos, ou de alguiis desses direitos, serli substi-
uida pela de prisãò ate um anno.

ARTIGO 76.'
Quando alguma das ~ e n a smaiores temporarias houver de
cr imposta a um estrangeiro, poderá ser substituida pela de
rpulsão do reino perpetua.
CAPITULO n.
DA APPLICAÇÃO DAS PGXAS NOS U S O S im QUE CONCORREM
CIRCUMSTANCIAS AGGMVAKTES, OU ATTERCAKTES.

ARTIGO 77.'
Se concorrerem cm algiim crime circumstancias aggra-
antes, as quaes não sejam consideradas especialmente e ex-
ressainerite na Lei, para qualificar a maior gravidade desse
rime, determinando a pena corresl~orideiite, observar-se-hiio,
ara augmentar a pena, as regras estabelecidas nos artigos
eguintes.
AltTIGO 78.'
Não 6 circumstancia aggravarrtc, para o cffeito dc augmen-
24 CODICO PENAL.

tar a pena, aquella que a Lei considera como elemerito cs-


sencialmente constitulivo do crime.
$ I." A pena de morte nào se aggraja em caso algum.
$ 2." Os trabalhos publicos por toda a vida serão no UI-
tramar.
$ 3." 11prisáo perpetua serh no Ultramar, ou com isola-
mento; e tanto nesta pena, como iia d e prisio tcniporariíi,
o isolarncnto póde ser, ou durante o cumprimento da pena,
ou pelo espaco de tempo que parecer aos Juizes.
$ 4." A pena de dcgredo por toda a \ida será aggravadd
segundo o disposto no artigo 50."; podendo, albm d'isto, ag-
grmar-se com a prisào no logar do degredo, por um e s p c o
de tempo determinado, como parecer aos Juizes.
$ 5." A pena de degredo para a India aggrava-se sendo
para a Africa.
$ 6.' As penas da perda dc todos os direitos politicos,
e d:i expuls'io perpetua do reino, serao aggravadas com n
multa.
ARTIGO 79..
Na aggravaclio das penas temporariss não poüerti prolon-
gar-se a sua driraçáo alkm do termo fixado pela Lei, nem
mudar-se a sua imtiireza.
$j 1." Podcrn, comludo, as penas iemporarias de trabalhos
publicos, d e prisão maior, e de dcgredo, ser argravadas '

dentro do termo legal, applicarido-se as disposições dos $$


do artigo antecedente.
$ 2." A aggravação declarada no $j antecedente terá logar
sempre que houver de aggravar-se o marimo das mesmas
penas temporarias, decretado ria Lei.
$ 3." A pens de expulsào temporaria do reino aggrava-se
tambem com a multa.
$ 4." Se a Lei decretar o marimo d e qualquer pena cor-
reccioiial, e hou\cr logar a aggra~nyào,accrescentar-se-ha a
pena da multa; e se a pena decretada fdr o maxirno da multa,
acrescentar-se-ha a prisso ate um anno.
$ 6." A demissão de qualquer empregado público aggra-
\a-se com a milita, ou com a prisão correccional.
S6." A demissão de qualquer empregado público, com
LIY. I . - T I T . 111.-CAP. I I . , Ud APPLIC. DAS PENAS. 25
r7declaração de incapacidade absoluta para servir qualquer
emprego, terá sómente logar nos casos em que a Lei espe-
cialmente a determinar,\ ou em que fbr effeito de outra pena.

ARTIGO 80.O
Concorrendo em algum crime circumstancias attenuantes,
que n8o tenham sido especialmente e expressamente consi-
deradas na Lei, para determinar a pena correspondente, ob-
servar-se-hão, segundo a maior ou menor influencia na cul-
~ x ~ b i l i d ~dod ecriminoso, as regras seguintes.

ARTIGO 81.O
A pena de morte será substituida por qualquer das penas '
perpetuas de trabalhos publicos, prisão, ou degredo.
$ I." A pena perpetua de trabalhos publicos aerft substi-
tuida pela temporaria de trabalhos publicos, ou pela prisão
maior temporaria, com trabalho, ou sem elle, ou pelo de-
gredo perpetuo, ori ternporario, aggravado, ou nào aggra-
vado.
$ 2.' A prisão perpetua ser8 substituida, ou pela prisão
maior temporaria, ou pelo degredo perpetuo ou temporario,
aggravado, ou não aggravado.
$ 3." A pena de degredo por toda a lida será substituida
pelo degredo temporario, aggravado, ou não aggravado, ou
pelo maximo da prisão correccional.
$ 8." A pena da perda dos direitos politicos ser8 substi-
tuida pela da suspensão do seu exercicio.
$ 5 . O A pena perpetua de expulsão do reino ser8 substi-
tuida pela temporaria, ou pela de prisão correccional, cuja
duração não seja inferior a dois annos.

ARTIGO 82.O
A d u r a ~ a odas penas maiores temporarias ser8 abreviada,
podendo reduzir-se até ao minimo.
$ unico. Poderão tambcm os Juizes, considerando o nu-
mero e importancia díis circuinstancias attenuantes, substituir
qualquer das penas immediatamerite inferiores, e mesmo a
prisào correccional não inferior a dois anrios.
26 CODIQO PENAL.

ARTIGO 83.O
A reducção das penas corrcccionaes nos crimes ter8 logar
sem que a pena desça dos termos seguintes:
I." A prisão correccional, e a multa, a menos d e tres
dias;
2." O desterro e a suspensão do emprego, a menos de
tres mezcs;
3." A suspensfio dos direitos politicos, a menos d e dois
annos.
sunico. Nos casos declarados neste arlico poder6 tam-
bem, em logar da mencionada redu cio, ser substituida qual-
quer das penas çorreccionaes pela de multa; e bem ; ~ q . ~ r ~ i
poderá applicar-se sómente a pena de multa quando fòr dc-
cretada conjuntamerite com outra.

ARTIGO n4.O
Concorrcndo simultancamcrite circumstancias aggravantes
e circumstancias attenuantes, conforme umas ou o u t i i i ~prc-
dominarem, serh aggravada ou attenuada a pena.

CAPITULO m.
- DA APPLICASAO
DASPENAS NOS CASOS DE REIhCIDEICIA, A C C M U L A Ç i í l
DE CRIMES, CUMPLICIDADE E TEhTATIV.\

ARTIGO 85.O
A reincidencia verifica-se todas as vezes que o criminoso,
tendo sido condemnado por sentença passada em julgado per
algurn crime, commette outro crime da mesma natureza an- .
tes de terem passado dez aritios desde a dita coridemnaçto;
e ainda que a pena do primeiro crime tenha sido ptr~loa~l;i.
s
1." Náo se corisidera reiucidencia quandí, o primeiro
crime foi amnistiado, ou o criminoso foi rehabilitado.
$ 2." Nas contravenções o termo 6 de um anno; e não se
requer que a segunda contravençáo seja d a mesma natureza.

ARTIGO 8 6 . O
No caso de reincidencia, se a pena do ultitno criiiit. IOr
perpetua, serií o criminoso condemncido na immediata s i i l ~ ( ~ -
LIV. I.-TIT. 111.-CdP. I V . , Dd ESECUÇAO DAS PERAS. 27
rior perpetua, excepto na pena de morte. Se a pena do ul-
timo crime fdr temporaria, será condemnado o criminoso no
maximo da mesma pena temporaria aggravada.

ARTIGO 8 7 . O
Salvo nos casos especialmente declarados nBo tem logar a
accum~ilaqãodas penas, excepto a da multa, por crimes ari-
teriores á primeira condemnaqão; e se applicaró sómcnte a
pena mais grave decretada na Lei ; apgrarando-se, segundo
as regras geraes, em attcnção á circumsturicia da accumula-
ção dos crimes.
ARTIGO 8 8 . O
.
Aos cumplices de qualquer crime ser6 ripplicada a pena,
que, segundo as regras pres(-riptaspara os casos em que con-
correm circurnstaricias atlenuaiitcs, se deve applicar a esse
crime.
ARTIGO 89 O
A disposiç50 do artigo antecedente ter8 logar na applica-
cão da pena á tentativa de qualquer crime.
$ iinico. No caso d e delicto frustrado, se a pena do crime
fdr perpetua, serií applicada a pena temporaria da mesma es-
pecie, ou a pena perpetiia immediatamentc inrerior. Se a pena
do crime for temporaria, reduzir-se-ha dentro dos termos
fixados pela Lei.
ARTIGO 90.'
As disposiçbes dos artigos antecedentes entendem-se sal-
vos os casos especiaes em que a Lei decretar pena determinada.
I

CAPITULO IV.

ARTIGO 91 .*
A pena de morte será executada na forca, em logar p6-
blico da cidade ou villa em que fdr proferida a serilença, ou
da comarca em qiic tiver sido commettido o crime, como a
senterica declarar, precedendo e concorrendo os actos e for-
malidades necessarias para que haja a maior publicidade.
28 CODIGO PENAL.

$ 1.' Não se executar6 a pena dc morte nos domirigo~.


dias santos, scmnna santa, e dias de gala.
$ 2." Os corpos dos suppliciados serão entregues aos seus
parentes, se os reclamarem, para Ihes fazercin o enterra-
merito scm pompa alguma.

ARTIGO DP O

Nas mulheres gravidas não se executarão as penas cor-


poraes, cxcepto a pena de prisão correccional, senao passado
um mez depois d e terminado o cstado de g r a ~ i d c z .

ARTIGO 93.'
Nos loiicos, que commetterem crimes em lucidos int1.1\ t i l -
los, se eueciitarâo as penas quando elles estiverem nos rnes-
mos lucidos intervnllos.
unico. Nos que crilouqiiecerem depois de commettido o
crir~iv,sc sobre-estara, ou no processo d e accusaçiio, ou na
cxecução da pena, atF que elles recuperem as suas faculdii-
dcs intcllcctuaes.
ARTIGO 94.'
A pena do crime, commettido durante o cumprimento da
primeira condemnac80, será executadá, se o cumprimerito de
ambas as penas fòr compativel, ou simultaneamenie, nii siir-
-
ccssivamente; e, no caso contrario, ser8 aggravada a peiiii
mais gra\e.
AItTIGO 9 5 . O
Todns as penas que dekem durar por um tempo determi-
nado cometam a correr desde o dia em que passar em jril-
gado a sentença condemnatoria.

ARTIGO 96.'
Se algum condemnado a tr,ibalhos publicas, ou a prisão
com trabalho, st3 recusar a triibalbar por algum tempo, nZio
lhe será contado esse tempo no cumprimento da pena, e serh
constrangido ao trabalho com as penas disripliníires estabe-
lecidas pelo Governo.
ARTIGO 97.'
As casas destinadas para a execução da pena de prisao
LIV. I.-TIT. 111.-CAP. IV., DA EXECUÇÁO DAS PE?I.iS. 29
com trabalho serão distinctas das cad&as destinadas para o
cumpriniento da pena de prisão simples; e umas e outras
distirictas das cadâas destinadas para o cumprimento da pena
de pristio correccional, e para a retenyâo dos pronunciados
ate a condemnaçâo.
ARTIGO 98.'
A conveniente separarão dos presos, e a policia das pri-
sões, assim como as penas disciplinares contra os presos que
usarem de ameacas, irijurias, o11 violencias contra os carce-
reiros, ou seus prepostos, ou contra outros presos, ou qiic
por outro qualquer modo infringirem os Regulariientos das
prisbes, serão determinadas nos 12cgularrieritos adrninistrati-
os do Governo, salva a accão em Juizo que possa ter logar.

ARTIGO 99.'
E m quanto não houverem estabelecimeritos proprios para
os trabalhos dos presos, a pris'do com trabalho ser8 substi-
tuida pelo degredo aggravado, accrescentando-se a prisão nos
termos do $, 4." do artigo 78.", e'do $ I."do artigo 79."

ARTIGO 1 0 0 . O
S e na execuçso de qualquer pena se suscitar algum in-
cidente contericioso, será resolvido pelos Juizes, dos quaes
emanou a condemnaçào.
ARTIGO 101.O
Quando a Lei decretar a pena de multa, se o crime fdr
commettido por muitos corréos, a cada um delles deve ser
imposta essa pena, salvos os casos em que a Lei declarar que
unia só multa seja distribuida por todos.
$ i." Todos os auctores ou cumplices do mesmo crime,
ou da mesma contravençao, que forem coridemriados em uma
s6 multa na mesma sentença, sem que nella se declare a
parte que deve pagar cada um, são solidariamerite respon-
saveis pelo pagamento da mesma multa.
2." A obrigaçào de pagar a multa passa aos herdeiros
do condemnado, se em vida deste a sentenya de condemna-
ção tiver passado em julgado.
$ 3." Se a hypotheca legal pela multa concorrer com
30 CODICO PENAL.

a que compete ao offendido pela satisfação do damno, ser&


esta ultima prcferivel; e para todo o outro concurso de pre-
ferencias com a da multa se observará o que 6 disposto por
direito civil.
$ %.O Na falta de bens sufficientes e desembaraçados para
pagimcnto da multa, será esta pena substituida por prisão
pelo tempo correspondente. Quando a multa for de quantia
taxada pela Lei, e o condemnado nào tiver bens suficientes
e descmbarasados, será esta pena suhsiituida pcla de prisão,
a razgo d e 500 réis por dia.

ARTIGO 10%.O
As penas não passar30 em caso algum da pessoa do delin-
quente.
AI1I'ICO 103.'
Quanto As penas nso 6 admissivel transacclo nem com-
pensação.
TITULO I\-.
Dd RESPONSABILIDAnE CIVLI., E DA EXTISCÇAO DOS CRIMES
' E PENAS.

DA nESP03SABiLIDADE CIVIL.

ARTIGO 104.'
Aquelle que, por sua falta ou neglisencia, causoii a oiitrcm
algum damiio, 6 responsa~elpcla siia repara~ào.

ARTIGO 1')5.'
Aquelle, que fOr offendido por algum crime, tem direito
6 rcstituiç'Uo das cousas, de q u e por esse crime foi privado,
ou á reparacão pelo seli valor legalmente \erificado, se n
restituiçao nfio fdr possitrl; e alem disto tem direito 6 in-
demriisacão de qualrliicr oiitro dumrio e perda que sofl'reri.
$juriic*o. Ncstn reliarac8o comprehendem-se os Iiicros ccs-
santtbs.
ARTIGO 106.'
Todos os corréos, auctores ou cumplices d e qualqiier cri-
me, sào solidariamente responsaveis pela reparação do da-
mno e perda que desse crime resultou; salvo o recurso con-
tra os outros correos que compete pela quota parte áquelle
que satisfez.
ARTIGO 107.'
A reparação do damno e perda deve ser requerida pelo
offendido.
ARTIGO 108.'
O direito d e exigir a restituição e reparação, e bem assim
a obrigação de satisfaze-Ias, passam aos herdeiros.

ARTIGO 109."
O s bens da meação da mulher, e quaesquer outros que
a ella pertençam por qualquer titulo, n3o são obrigados i
restituiçao e h reparação do damno resultante do crime do
marido.
ARTIGO 110.'
A hypotheca por estas obrigações nos bens do criminoso
comela no momento em que foi comrnettido o crime.
$ unico. A execuçâo e a preferencia regulam-se pelas re-
gras do direito civil.
ARTI& 1I i .O

Aquelle que podia, e devia impedir o damno causado por


outrem, b por elle responsavel.

ARTIGO l12.0
Para se applicar a disposição do artigo antecedente, deve
em regra provar-se a negligencia, excepto nos casos em que
a Lei a presume.
ARTIGO 113.'
O s paes, e depois da morte destes, as mães são responsa-
veis pelo damno causado por seus filhos menores, que com
elles habitam, ainda mesmo que sejam impuberes, se obra-
rem com discernimento; salva a prova de que Ihes foi im-
possivel impedir esse damno.
32 CODIGO PENAL.

ARTIGO 114.'
Salva igiialmente ci prova de impossibilidade, os mestres
de e d u c a ~ > ooii
, de qiialqiier arte ou mester, respondem pelo
damno causado pelos seus discipulos e aprendizes, durante o
tempo cm que estes estiio debaixo da sua inspecqào e direc-
qào.
dRTIGO 1 l j . O
Os chefes de familia, os amos, c os committentes respon-
dem pclo damno causado pelos sc'us familiares, criados, e
prepostos, nas funccùeh eiii que por elles estão empregados,
salvo o caso fortuito, que a nenhum dos referidos possa ser
imputado, ou a forca maior.

ARTIGO 116.'
Da mesma fórma os cslalajadeiros, ou qiiaesqucr pessoas
que em sua casa rerolheiii e agasalham oiitros por dir~heiro,
sao responsaveis pelo darnno causado por qualquer qiic 1 1 -
verem recolhido, e agasalhado por mais d e 35 horas, se ri;io
houverem satisfeito aos Ilegulamentos policiaes.

ARTIGO 117.'
E m todos os oiitros casos em que a responsabilidade ])e-
los factos d e outros provkin de coii~cnqòotacita, ou expressa;
e bem assim quando o damiio, sem intencão criminosa de
pessoa algiima, é causado pelas cousas que qualquer tem de-
I>aixo da sua guarda, ou por animaes, se observarao as.re-
gras de direito civil.
L
ARTIGO l l 8 . O
Ninguem poder$ ser condemriado a pagar as cusinc, w m
ter dado causa a ellas.

DA EXTINCSAO DOS CRIMES E PEIPhS.

ARTIGO 11 9.'
Todo o procedimento criminal, e toda a pena, acal~a111.ln
morte do crimirioso.
LIV. I.-TIT. 11.-CAP. I . , DAS PENAS. 33
ARTIGO 120.'
O acto real de amnistia 6 aquelle que, por deterrninaçâo
generica, manda que fiquem em esquecimento os factos que
enuncia antes praticados; e acerca delles prohibe a applicação
das Leis penaes.
$ 1." O acto de amnistia extingue todo o procedimento
criminal, e faz cessar para o futuro a pena já imposta, e os
seus effeitos; mas nso prejudica a a c ~ 3 ocivil pelo damno e
perda, nem tem effeito retroactivo pelo que pertence aos di-
reitos legitimamente adquiridos por terceiro.
$2." O acto de amnistia applica-se segundo os termos
nclle expressamente designados. Todavia, entende-se com-
prehender os crimes, que constituiram circurnstaricias aggra-
vantes, e os accessorios que foram cornmettidos sómente para
preparar, ou facilitar a execuçào dos crimes que declara, se
a pena que hquelles B imposta pela Lei não fdr mais grave.

ARTIGO 121.'
O perdào coiicedido pelo Rei a qualquer criminoso con-
demnado por sentença, faz cessar para o futuro o procedi-
mento e a pena mesmo pecuniaria, ainda não paga; mas não
restitue os direitos politicos de que a condemriação privou
o criminoso, se disso se riào fizer expressa declaraçâo, nem
prejudica a acçào civil pelo damno e perda, nem os direitos
legitimamente adquiridos por terceiro.

ARTIGO 12%."
O perdão, ou desistencia do offendido extingue o processo
criminal nos casos em que nâo ha logar a justiçaisem accu-
sação de parte.
ARTIGO 123.'
A prescripção nos crimes e nas penas tem logar nos ter-
mos, e com os effeitos declarados nos $$ seguintes.
$$ 1 Todo o procedimento judicial-criminal contra de- *
.O

terminada pessoa se prescreve passados dez annos depois do


dia, em que foi commettido o crime; ou, se algum acto ju-
dicial teve logar a respeito desse crime, depois d o .dia deste
acto. . .. ? . . 0 ' .

3
34. CODIOO PENAL.

5 'L." Todo o protesso criminal, a qiie se n8o deii st1fiiii-


mento, fica extiiicto, passados dez annos depois do dia em
que teve logar o ultimo acto.
$ 3." Nos crimes de policia correccional o tempo destas
prescrip~ões6 de cinco annos; e nas contra~enções8 de um
anno.
$ 1.' A acçáo civil resultante do crime prescreve-se pelo
mesmo espaço. de tempo, se foi cuinulada com a accão cri-
minal.
. ~ R T I G Oias '
As penas perpetuas, impostas por sentenya passada em jul-
gado, não se prescrewem em tempo algum; mas, pa-<,idoq
vinte annos, a pena de morte será substituida por qualqucr
das penas corporaes perpetuas. As penas maiores tempora-
rias prescrevem-se passados vinte annos depois do dia, em
que a sentença passou em julgado; e as penas correccionree
passiidos dez annos.
(S i." Nos contravençbes o tempo C de dois annos.
$ 2." A pre~cripçaoda pena &o se estende aos effeitos
da condemnaçáo, relativos aos direitos politicos.
3." O condemnado que prescreve a sua pena pela p ~ e -
scripçiio d e vinte annos; náo póde resistir ria comarca, em
que residir o offendido, ou a sua viiiva, oii seus descenden-
tes, ou ascendentes; e o Governo poder6 assipnar-lhe o logar
do seu domicilio.
ARTIGO 125.'
Nenhuma prescrip~80corre em quanlo o criminoso retem
qualquer objecto por effeito do crime.
$ unico. A prescripção não corre em quonto niio passa em
julgado a s e n t e n ~ ano Juizo ci\il, nos casos em que desta
depende a instrucção do processo criminal.

ARTIGO lu.' ., .
A prescripçáo nos crimes não carece de ser allegada plo
rbo.
ARTIGO 127.'
A acqão civil por damno e perda, separada d o processo cri-
minal; e bem assim toda a restituiçfio, ou reparay80 civil, man-
LIV. I.-TIT. 11. -C.iP. I . , DAS PENAS. 35
dada fazer por sentença criminal passada em julgado, pres-
creve-se segundo as regras de Direito civil.

ARTIGO 128."
As prescripçòes especiaes, decretadas pelas Leis actualmente
em vigor para certos crimes, continuarfio a ter l u y r , ainda
que esses crimes sejam commettidos depois da publicação do
presente Codigo. e
ARTrGO l B 9 . O
O condemnado a pena temporaria, que tenha por effeito a
perda dos direitos politicos, não pbde recobra-los pelo cum-
primento da pena, sem que obtenha a rehabilitação.
$ I." A rehabilitação 6 o acto que restitue ao condemna-
do, que cumpriu a pena temporaria, ou a quem esta foi sim-
plesmente perdoada, ou que u prescreveu, todos os direitos
que pela condemnação perddra.
$ 2." A rehabilitação é concedida pelo Governo passados
tres annos depois do cumprimento, ou perdao, ou prescripção
da pena temporaria, precedendo as necessarias informações
das auctoridades administrativas.
$ 3." Quando a pena da perda dos direitos politicos fdr
imposta como pena principal, pbde tambem passados quinze
annos ter logar a rehabilitação, nos termos do $ antece-
deite.
$ 4." O disposto no $ antecedente applica-se aos casos da
incapacidade para servir um emprego, ou qualquer emprego.
CODICO PEKAL.

LIVRO SEGUNDO.
DOS CRIMES EM ESPECIAL.

I)O1 REINO,
uu;, c~IIlùIJESCONTltA A l ~ ~ 1 . 1 ~ ~ 0 E DOS COM-
METTIDOS POR ABUSO DE FUNCCÒES RELIGIOSAS.

li08 CRI3lES CORTRA A RELI(;IAO 1)O REINO.

ARTIGO 130.'
Aquelle, que faltar ao respeito O H~ligiào(11) reii:o, ( : , i i I i ~ ~ -
lica, Al)ostolica, Homana, será condemnado na pena de pri-
. são correccional desde urri atk tres annos, e na multa, con-
forme a sua renda, de tres mezes até tres annos, erri cada
um dos casos seguintes:
1." Injuriando a mesma Religião publicaniente em qual-
quer dogma, acto, ou objecto de seu culto, por factos ou pa-
lavras, ou por escripto publicado, ou por qualquer meio de
publicação;
2." Tentando pelos mesmos meios propagar doutrinas con-
trarias aos dogmas Catholicos definidos pela Igreja;
3." Tentando por qualquer meio hizer proselytos, o11
conversões para Religiao differcnte, ou seita reprovada ~)cl,i
Igreja ;
4." Celebrando actos publicos de um culto, que nno seja
o da mesma Religitio Cattiolica.
i." Se o criminoso fdr estrangeiro, ser50 n'estes casos
substituidas as penas de prisão e de multa pela de expulsão
do reino temporaria.
$ 2." Se unicamente se t i \ e r commettido simples falia de
respeito, ou as palavras injuriosas, ou blasphemias forem
proferidas de viva voz publicamente, mas sem intengão de
escarnecer, ou ultrajar a Religião do reino, nem de propa-
gar doutrina contraria aos seus dogmas, ser8 sómente appli-
cada a pena de reprehensiio, podendo ajuntar-se a prisáo de
tres a quinze dias.
$ 3." Se a injuria consistir no desacato e pro181iiaçùo das
Sagradas Fórmas da Eucharistia, a pena será a de prisão maior
temporaria.
ARTIGO 131."
A mesma pena de prisão maior temporaria serti imposta
áquelle, que por actos de violencia perturbar, ou tentar im-
pedir o exercicio do culto público da Heligiiio do reino.

ARTIGO 138."
A injuria e offensa commettida contra um Ministro da Re-
ligiiío do reino, no exercicio ou por occasião do exercicio de
suas funccões, será punida com as penas, que são decretadas
para os mesmos crimes commettidos contra as auctoridades
públicas.
ARTIGO 133.O
Aquelle, que por actos de violencia, ou ameacas, constran-
ger ou embaraçar outro no exercicio do culto da Religião do
reino, ser6 condemnado em prisão ate seis mezes, salvo se
tiver incorrido em pena maior pelo facto da violencia.

ARTIGO 134.O
Aquelle, que, fingindo-se Ministro da ReligiBo do reino,
exercer qualquer dos actos da mesma Religião, que sómente
podem ser praticados pelos seus Ministros, ser8 condemna-
do em degredo temporario.

ARTIGO 135."
Todo o portuguez, que, professando a Keligiso do reino, fal-
tar ao respeito B mesma Religiáo, apostatando, ou renun-
ciando a ella publicamente, ser& condemnado na pena da
perda dos direitos politicos.
$ I."Se o criminoso for Clerigo de Ordens Sacras, .- . será
.

expulso do reino para sempre.


38 CODIGO PENAL.

5 2." Estiis penas cessarão logo qiie os criminosos tor-


iiem a entrar no gremio da Igreja.

DOS CIImES COMMETTIDOS POR ABUSO DE P U X w m G 1 O S A S .

ARTIGO 136.O
Todo o Ministro Ecclesiastico, que se servir de suas func-
ções religiosas para algiim fim temporal repro\ado pelas Leis
do reino, será condemnado em prisùo correccional, e multa
d e uiii mez até tres annos.
$ i." O que abusar de suas funcçaes religiosas, se o abuso
consistir na revelação do sigillo sacramental, ou em seduc-
ção de pessoa sua penitente para fini deshonesto, será d e
gradado por toda a vida.
$ 2." Se o abuso consistir em proceder, oii mandar pro-
ceder A celehraçiío do matrimonio, sem que ~~rhviamente te-
nham tido logar as formalidades que as Leis civis requerem,
serA condemnado em prisao correccional de um ate tres an-
nos, e multa de um mez a um anno.

ARTIGO 1 3 7 . O
Todo o Ministro Ecclesiastico, que, no exercicio do seu
ministerio, em sermões, ou em qualquer discurso público
verbal, ou escripto publicado, injuriar alguma auctoridade
pública, ou atacar algum dos seus actos, ou a f6rma do Go-
verno, ou as Leis do reino, ou negar, ou pozer em dúvida
os direitos da Corda ácerca de materias ecclesiasticas, ou pro-
vocar a qualquer crime, será punido com a pena de prisão
de u m até tres arinos, e multa dc tres metes ate tres annos.

ARTI*
Serh condemnado em multa, coolorme a soa renda, de um
anno otk tres, o Ministro da Religifio do reino, que abusar
de suas fuiicçòes:
I." Não cumprindo devidamente as decisòes passadas em
julgado dos Tribunaes civis competentes nos recursos á Corda;
2." Executando Bullas, ou quaesqtier determinaçõea da Cu-
LIV. 11.-TIT. 11.-CAP. I . , C R I S E S CONTRA 'i S E G U R . DO E8T. 39
ria Romana, sem ter precedido Beneplacito Regio, na forma
das Leis do reino, salvos os casos em que este crime pelas
suas circumstancias tenha o caracter de crime mais grave.

ARTIGO 139.
A pena de prisão de tres mezes a tres annos ser8 irriposta
a qualquer Ministro da ReligiBo do reino, que commetter
algum dos seguintes crimes:
1." Se estando legalmente suspenso do exercicio de suas
funcções, ou de alguma dellas, exercer aquellas de que esti-
ver suspenso;
2." Se recusar, sem motivo le~itimo,a administração dos
Sacramentos, ou a prestação devida de qualquer acto de seu
ministerio.
ARTIGO 140.O
Qualquer pessoa, que contra a prohibiçfio da Lei se fizer
' admittir como membro de alguma Sociedade, ou Communi-
dade religiosa arictorisada pela Lei, ou pelo Governo, ou que
admittir, ou concorrer para que se admitta outrem, com vio-
lação da mesma Lei, será condemnada em multa, conforme
a sua renda, de um mez a um anno.

TITULO 11.
DOS CRIMES COXTRA A SEGURANFA I)O ãS1'ADO.

CAPITCLO I.
DOS CRIMES CONTIU A SEGURANÇA EXTEPIOR DO ESTADO.

ARTIGO 141.'
Todo o portuguez, .que, debaixo das bandeiras de uma
nação estrangeira inimiga, tomar armas contra a sua patria,
será condemnado á morte.
$ iinico. Se, antes da declaração de guerra, o criminoso
estivesse no serviço da ntlç3o inimiga, com nrictorisação do
Governo, a ppnn serú a de prisno perpetua.
O
40 CODIGO PENAL.

AHTIGO 148.O
Todo o portuguez, que se concertar com qiialquer Poten-
çia estrangeira para declarar a guerra a Portugal, ou que a
induzir, ou teritar induzir para o mesmo fim, tendo com ella,
ou com os setis agentes, comrnunicações verbaes, ou por es-
cripto, ou entrando em riegociaçòes, o u praticando quaesqiicr
enredos, ou procurando preparar os meios por quaesqiicbr
factos, será condemnado, se a guerra, ou as bostilidades se
segiiirain, a prisáo perpetua; e se nâo se seguiram, será con-
demnado a degredo perpetiio.

ARTIGO 1 4 3 . O
Todo o portuguez,. qrie ajudar, oii tentar ajudar uma Po-
tencia estrangeira iriirniga na execução d e medidas hostis ao
Estado, tendo com ella, ou com seus agentes, ou directa-
mente, ou por qualquer interrncdiario, correspondencia, a fim
de facilitar essa execuyào, oii e m p r e ~ a n d oquaesquer meios,
ou praticando quaesquer factos destinados a o mesmo fiiii.
será condemnado a prisão perpetua.
$ unico. Em qualquer dos casos declarados neste artigo,
e no artigo antecedente, seguindo-se a guerra, ou as hosti-
lidades, se o criminoso 'fdr Ministro de Estado corrompido
por dadivas, ou promessas, ou Agente diplomatico, encarre-
gado, em razão das suas funcções, de negocios com a mesma
Potencia estrangeira, corrompido do mesmo modo, ser&con-
demnado á morte.
ARTIGO 1 1 4 . O
Todo o portuguez, que conjurar contra a seguranga exte-
rior do Estado, concertando com outra, ou mais pessoas, e
fixando a sua resoluçáo de commetter quatqiier dos crimcc
declarados nos dois artigos antccedeiites, será condemiiado,
se a corijura~áofòr seguida de algum acto preparatorio d e
execuçiio, á pena de degredo perpetuo.
$ unico. Se não fdr seguida de algum acto preparatorio
de execução, será condemnado a degredo temporario.

ARTIGO 145."
Todo o portuguez, que corn quaesquer subditos da Po-
L I V . 11.-TIT. 11.-CAP. I . , CRIME8 CONTRA A SEGUR. DO EST. 41
tencia inimiga tiver correspondencia prohibida pela Lei, ou
pelo Governo, sem que o seu objecto seja o que se declara
no artigo 143."; e nella involver alguma informaçào ou re-
velação prejudicial aos interesses do Estado, ou que possa
aproveitar aos projectos hostis do inimigo, será condemnado
a prisão correccional de seis mezes a tres nnnos.
$ unico. A violação da prohibiçào, não concorrendo a re-
ferida circumstancia, ser8 punida com prisão até seis mezes,
e multa até um mez.
ARTIGO 146.O
Todo o portuguez, que, sem auctorisação do Governo, se
passar para uma naç8o inimiga, ou abandonando o territorio
portuguez, ou ssindo voluntariamente para esse fim de ter-
ritorio estraiigeiro, sem que todavia ajude, ou tente ajudar
de qualquer modo o inimigo na guerra contra a sua patria,
serh condemnado a prisão correccional dc um a tres annos,
e multa de um mez a um anno.
$ unico. A tentativa deste crime, estando o criminoso no
territorio portuguez, 6 puriivel segundo as regras geraes.

ARTIGO 1 4 7 . O
Todo o portuguez, que, estando antes da declaraçflo da
guerra no serviço da nação inimiga, cóm auctorisação, ou
sem auctorisação do Governo, continuar a servir a mesma
niilào, depois da guerra declarada, serh condemnado a ex-
pulsào perpetua.
ARTIGO 1 4 8 . O
Todo o portuguez, que, por quaesquer actos nào auctori-
sados pelo Governo, expozer o Estado a uma declaraçno de
guerra, ou expozer os portuguezes a represalias da parte de
uma Potencia estrangeira, serii condemnado, se a guerra ou
as represalias se seguiram, a degredo temporario; e se a guerra,
ou as represalias se não seguiram, a prisao correcciorial desde
um a tres annos. Salva a pena maior em que possa ter iricor-
rido, se o facto praticado ibr crime punido pela Lei com pena
mais grave.
ARTIGO 149.'
Todo o portuguez, que acolher, ou fizer acollier qualquer
I
42 CODICO PENAL.

espião inimigo, conhecendo-o por tal, será condemnado a


prisão perpetua com trabalho.

ARTIGO I?JO.~
As mesmas penas serão impostas aos estrangeiros, que se
acharem ao serviço de Portugal, se commetterem algum dos
crimes mencionados nos artigos antecedentes.

ARTIGO 1 5 1 . O
Salvas as disposiçaes especiaes das Leis militares sobre a
espionagem nos campos e praças de guerra, e $ t i l \ oo que se
acha estabelecido pelo Direito das gentes Acerca dos Minis-
tros diplomaticos, todo o estrangeiro residente em territorio
portuguez, que commetter o crime previsto no artigo 143.",
ou o de conjuraçâo para elle, ou os crimes previstos nos ar-
ligor 245.' e 149.", será condeinnado na pena immediata-
mcnic irifcrior Bquclla que 6 decretada em cada um dos ditos
arligos.

DOS CRIMES QUE OFTENDEJI 0 8 INTERESSES DO ESTADO PI wÇAO


As NAÇÕES EST~ANGEIRAB.

ARTIGO 158.0
Aquelle que, exercendo funcçóes officiaes relativas a ne-
gocio~com Potencia estrangeira, abusar de seus poderes, of-
fendendb, ou dando causa a que seja oifendida a dignidade,
a fb, ou os interesses da naçio portugueza, será condemnado
a prisão maior temporaria.

A R T I 6 0 153.O
Todo o portuguez, que revelar a qualquer Potencia es-
trangeira amiga, ou neutra, o segredo de qualquer negocia-
çBo, ou expedição ; ou lhe entregar os planos de quaesquer
meios de defeza do Estado, sendo, em rasão das suas fiinc-
çòes, iiistriiido officialmerite desse segredo, ou encarregiitlo
clo deposito desses planos, ou, tendo-os havido, empregarido
LIV. 11.-TIT. 11.-CAP I]., OFFENSAS EM REL. AS NAÇ. E8T. 43
meios illicitos, ser8 condemnado a prisão maior temporaria,
e multa, conforme a sua renda, de um a tres annos.

ARTIGO 154."
Todo o portugiiez, que, violando os Regulamentos poli-
ciaes, se passar para paiz estrangeiro neutro, ou amigo, serh
condemnado em multa, conforme a sua renda, de um mez a
um anno.
$ unico. Se fdr em tempo de guerra, a pena serh a pri-
são correccional.
ARTIGO 155.''
Todo o portuguez, que se natiiralisar em paiz estrangeiro,
ou que acceitar condecoração, ou emprego de uma Potencia
estrangeira, sem auctorisaç30 do Governo, será condemnado
na pena da perda dos direilos politicos.
$ 1.' Se acceitar serviço, sem auctorisação do Governo,
em navio estrangeiro de guerra, ou mercante, será, alEm da
referida pena, condemnado em prisão correccional.
$$ 2." Se estiver f6ra do territorio portuguez, e tomar ser-
viço em algum navio mercante estrangeiro, dando parte ao
respectivo Agente consular portuguez, cessará a disposiçáo
do $ antecedente, se n8o continuar a servir sem licença do
Governo, depois que lhe tiver sido possivel obtkla.

ARTIGO 156.'
Qualquer pessoa, que, sem auclorisação do Governo, re-
crutar, o11 fizer recrutar, assalariar, ou fizer assalariar gente
para serviço militar, ou maritimo estrangeiro, ou procurar
armas, ou embarcações, ou muniçòes para o mesmo fim, serh
condemnado no mexirno da prisãÒ correccional, e no ma-
ximo da multa.
$ unico. Se o criminoso f6r estrangeiro, ser8 expulso tem-
porariamente.
ARTIGO 157."
Será punido com a demissão, ou suspensão, segundo as
circumstancias, qualquer empregado diplomatico, que faltar
8 protecção que as Leis mandilm prestar a qualquer portu-
guez no paiz estrangeiro em que se achar empregado.
44 CODIGO PERAL.

AHTIGO 158."
O s crimes do illegal prolougação, ou do abandono do em-
prego, com recusação de continuar as respectivas funcções,
que forem cornmettidos por um empregado diplomatico, se-
rão punidos com a pena da perda dos direitos politicos, alem
daqiiellas que são geralmente cstabelecidas em taes crimes.

ARTIGO 159.'
Aquelle, que commetter por al6um facto qualquer offensa
contra uma Pessoa Real estrangeira, residente em Portugal,
on contra a pessoa de qiialquer Diplomatico estrangeiro, ou
de sua familia, ou violar o seu domicilio, ou os direitos de
qiie gosa, segundo o Direito público das nações, ou offender
a salva-guarda de qualquer cousa, ou pessoa, ou a seguraoça
dos refens, ou de qiialqiier Parlamentario, ou daquelle que
gosar do salvo conducto, serú condernnado no maximo da
pena correspondente ao. crime que comrnetter.

ARTIGO 160..
Aquelle que commetter publicamente por palavra, ou por
escripto publicado, ou por qualquer meio de publicação, o
crime de diffaniaçáo, ou o de injuria contra qualquer Sobe-
rano, ou Chefe de uma nação estrangeira, será condemnado
em prisgo correccion:il de um a tres annos, e multa de tres
mczcs a tres annos.
ARTIGO 101 . O
Todo o portuguez, que, commandando algum navio ar-
mado estrangeiro, com auctorisação do Governo portuguez,
cornmetter em tempo de paz hostilidades contra qualquer na-
vio portuguez, será cond6mnado em prisáo maior teniporii- .
ria, c rio maximo da multa.
$ unico. Se o commandar sem nuctorisaq80 do Governo
portugucz, e commetter as ditas hosiilidades, será condem-
nado em prisáo perpetua, e no masimo da multa, salvo se
por essas hostilidades commetter algum crime por que me-
reca pcma mais grave.
ARTIGO i 5 3
\1bdbqUe' pessoa que commetter o crime de pirataria, com-
LlV. 11.-TIT. 11.-CAP. III., SEGURANÇA INT. DO ESTADO. 45
mandando navio armado, e cursando o mar, sem commissâo
de alguni Principe, ou Estgdo Soberano, para cominetter
roubos, ou quaesquer violencias, será condeinnado a traba-
lhos publicos por toda a vida, e no maximo da multa.
s 1." Se dessas violencias resultar a morte de alguma pes-
soa, s e r i condemnado h morte.
$2." As pessoas, que, com conhecimento do crime, com-
pozerem a tripulação, serão condemnadas em trabalhos pu-
b l i c o ~por toda a vida.
$ 3." Em todos os casos, em que Leis especiaes conside-
ram algum facto como crime de pirataria, se observarão as
suas disposições.

U06 CRIMES COXTRA A SEC;i!RAii\i.&ISTERIOR W EBTAW.

ATTESTADO E OPPETSAS COHTPA O REI E SUA F.\BlLI.\.

ARTIGO 163.'
O attentado contra a vida do Rei ou Rainha reinante, ou
d o Successor immediato da Corda, serh punido com a pena
de morte.
$ 1." O attentado consiste na execuçgo, ou na tentativa.
2." O homicidio consummado, ou frustrado, do Regente
ou Regentes do reino serh punido com u peiia dc moric; e
a tentativa com a prisão perpetua.

ARTIGO 164.'
Aquelle, qiie tomar a resolucâo de commetter algum dos
crimes declarados no artigo antecedente, se praticar algum
acto para preparar a execiição, será condemnado a degredo
temporario.
ARTIGO 165.'
Se dois, ou mais individuos concertaram entre si, e fixa-
ram a sua resoluç30 de commelter algum dos crimes decla-
46 CODIGO PENAL.

rados no artigo 163.", e esta conjuraç80 for seguida de al-


gum acto praticado para preparar a execução, serão condem-
nados a degredo perpetuo.
$J unico. Se nenhum acto fbr praticado para preparar a
execuyão, ser80 condemnados a degredo ternporario.

ARTIGO 166.'
O homicidio consiimmado, ou frustrado, de qualquer mem-
bro da farnilia do Rei, será punido com a pena de morte.

ARTIGO 167.'
Toda a offeosa corporal da pessoa do Rei, ou Rainha rei-
nante, ou do immediato Successor da Corda, commettida por
actos de violencia, serh punida com prisão perpetua.
$ unico. Se esta offensa fdr commettida contra a pessoa
de qualquer membro da familia do Rei, ou contra a pessoa
d o Regente, ou Regentes do reino, a pena ser8 o degrido
perpetuo.
ARTIGO 168..
Qualquer injuria commettida contra a9 pessoas designadas
no artigo antecedente e seu $J, em sua presença; e bem as-
sim a entrada violenta na casa de sua morada, serh punida
com degredo ternporario.
$ unico. Se unicumente se verificar falta de respeito, que
pelas suas circurnstaiicias se deva considerar leve, applicar-
se-ha sómente a reprehensão, podendo ajuntar-se a prisiío
até quinze dias.
ARTIGO J 69.'
A offerisa, ou injuria commettida publicarneiite, de viva
voz, ou por escripto publicado, oii por qualquer meio de pu-
blicação, contra o Rei, ou Bainha reinante, cujo objecto seja
excitar o odio, ou o desprao da sua pessoa, ou da sua au-
ctoridade, será punida com pris8o correccional de um a tres
annos, e multa de tres mezes ate tres annos.
$ unico. O mesmo crime cornmettido contra as outras
pessoas designadas nos artigos antecedentes, serh punido com
prisso de tres mezes a tres annos, e multa de dois mezes 0 t h
,)ti. tlois annos.
.1.1V. 1 1 . - T I T . 11.-CAP. III., SEGURANÇA INT. DO ESTADO. 47

ARTIGO 170.O
Aquelle, que tentar destruir, ou mudar a fórnia do Go-
verno, ou a ordem de successão á Corda, ou depdr, ou pri-
var de sua liberdade pessoal o Rei, ou o Regente, ou os Re-
gentes do reino, será punido com a pena de prisão perpetua.

ARTIGO 1 7 1 . O
Serão punidos com a mesma pena de prisão perpetua:
1.O Aquelles, que tentarem destruir a integridade do reino;
2." Os que excitarem os habitantes de territorio portuguez
a guerra civil, e se deverem considerar auctores, segundo as
regras geraes da Lei;
3." Os que excitarem os habitantes de territorio portu-
guez, ou a quaesquer militares ao serviço portuguez de terra,
ou de mar, a levantarem-se contra a Auctoridade Real, ou
contra o livre exercicio das faculdades constitucionaes dos
Ministros da Corda, e se deverem considerar auctores, se-
gundo as regras geraes da Lei;
4." Os que por actos de violencia impedirem, ou tentarem
impedir, a reuni80, ou a livre deliberação de alguma das Ca-
maras legislativas.
ARTIGO 17%'
A conjuraçào para conimelter qualquer dos crimes decla-
rados nos dois artigos antecedentes, será punida com-as pe-
nas declaradas no artigo 14.4.", segundo a distincção nelle
estabelecida.
ARTIGO 173.'
Aquelle, que exercer algum commando, ou direcção em
motim, ou levantamento, ou corpo, ou partida organisada,
que tenha por objecto qualquer dos crimes declarados nos
~ t i g o santecedentes desta secção, será condemnado a p r i l o
perpetua.
I." A mesma pena se applicará aos auctores, que exci-
48 CODIGO PENAL.

tararn ao motim, ou levantamento, ou organisaram o corpo,


ou partida.
3 2." Aos outros corréos applicar-se-ha o pena de degredo
perpetuo, ou temporario, conforme as circumstnncias.

ARTIGO 171.O
Aos corréos dos crimes previstos no3 artigos antecedentes
applicar-se-h30 as penas mais graves em que tiverem incor-
rido pelos outros crimes, que houverem commettido.
$, unico. A pena de morte serh imposta sómente áquelles,
que, segundo as regras geracs estabelecidas na Lei, forem
julgados auctores d e homicidio premeditado, ou aggraiado,
nos termos declarados no artigo 351."

ARTIGO 1 7 5 . O
0 s criminosos mencionados rio $2." do artigo 173.", que
Iiii,' I 1~1::ienteabandonarerii o corpo, ou partida organisa-
dd, ou o motim, ou levantamento, antes da adtertericia das
auctoridades, ou immediatarnente depois della, serão isentos
d e perio por estes crimes. Poder:), comtudo, ter logar neste
caso a sujeição á vigilancia especial da policia, pelo tempo
que parecer aos Juizes.
$ unico. Aos compreliendidos na disposiç8o d o referido
artigo 173.", no seu $ I.", será nas mesmas circumstancias
hubstituida a pena pela de pris8o correeciorial.

ARTIGO 176P
Todos os corréos de conjuração prevista nos artigos 144.",
165.' e 172.", que della, e de siias circumstaiicias, derem
porte 8 auctoridadc pública, tlescobrindo os niictores, ou cum-
plices de que tiverem coiihecimento orites tle quo por outrem
tclritiam sido descobertos, ou antes de comcyado o procedi-
mento judicial, serão isentos de pena.
$ unico. Aquelle, que, estando comprehendido na dispo-
sição do artigo 164..", der parte $ auctoridade pública, de-
sistindo espontaneamente, serh tambem isento de pena.
L1V. 11. -TIT. 111. -CAP. I., DAS REUNI6ES CR131INOSdS. 49

TITULO 111.
1)OS CRIMES COSTRA A ORDEM E TRANQUILLIDADa PÚBLICA.

REUNIÕES CIIihIlAOS.\S~ SEDI@O) ASSUADA.

ARTIGO 1 7 7 . O
E m toda a reunião d e mais d e tres individuos, formada
para commelter violentamente algum crime, a cumplicidade
dos auctores, ou chefes da reunião serb punida com as mes-
mas penas, que deverem ser impostas aos auctores indivi-
duaes desse crime, s a l ~ aa aggravaçao procedida da posiçao
pessoal do criminoso.
$ unico. & sempre aggravante a circumstancia de ser ar-
mada a reunião.
ARTIGO 178.O
E m geral considera-se reunião armada aquella em que
mais de duas pessoas t6em armas ostensivas. Quando estive-
rem armadas com armas osteiisivas uma ou duas pessoas
sómente, nestas haverá logar a peria como se a reunião fosse
armada; e bem assim em todas as qiie forem encontradas
com armas escondidas, posto que nenhuma outra esteja ar-
mada.
$ i." Presume-se sempre estar armado aquelle, que tem
qualquer arma no acto de commetter o crime; excepto pro-
\ando, que a tinha, ou accidentalmente, ou para os usos or-
dinarios da \ida, e sem desigriio de com ella fazer mal.
$ 2." Todos os instrumcritos cortantes, perfurantes, ou
contundentes são comprehendidos na denomiiiayão de armas.
$ 3." Aquelles objectos, porkm, que ser\irem habitual-
mente para os usos ordinarios da vida, sào corisiderados ar-
mas súmente no caso em que se tiverem empregado para
matar, ferir, ou espancar.
4
50 CODIGO PENAL.

ARTIGO 179.'
Se vinte, ou mais pessoas se reunirem e amotinarem, em-
pregando violencia, ameaças, ou injurias, para constranger,
ou impedir, ou perturbar no exercicio d e suas fiincções a
Auctoridade pública, ou qualquer dos seus subalternos, ou
agentes; quer o seu objecto seja subtrahir-se ao cumprimento
d e alguma obrigaçõo, ou tornar sem effeito qualquer dispo-
sição superior, quer seja obter qualquer outro fim, serão
punidas, sc a reuni80 for armada, com o degredo tempora-
rio; e se na0 fdr armada, serão punidas com o maximo da
prisáo correccional.
$ i." Aquelles, que excitaram h sediqão, e se considera-
rem auclores, semundo
?.
as regras gerars d í i I.ri, ou que com-
mandaram, ou dirigiram a reuniào sediciosa, 5erão puriidos,
no primeiro caso com o degredo perpetuo, e no segundo caso
com o degredo tempornrio.
$ 2." Se as violenciau cornmettidns forem pela Lei q~ia-
lificadas como crimes, a que se deva impor pena mais grave,
será imposta essa pena.
3." Se em qualquer caso, ou em quacsquer circum-
stancias, a reiiniõo sediciosa tomar a natureza de motim, ou
levantamento contra a seguranca interior do Estado, appli-
car-se-hõo as respectivas disposições.
Sj 8." Aos que se retirarem voluntariamente de qiialqiier
reunião sediciosa, serão, nas circumstancias, e com as decla-
rações enunciadas no artigo 176.", applicadas as disposições
ahi decretadas.
FEOÇAO J.~

ARTIGO lUO.O
O ajuntamento de dez ou mais individuos, destinados a
cornmetter violentamente qiialquer crime, n8o havendo co-
LIY. 11. - TIT. 111. - CIP. Ir., DAS INJIJRIAS E VIOLERCIIS. li1
meço d e execução deste crime, mas sómente algum acto pre-
paratorio, será punido, com a prisão de tres até seis mezes,
se a reuni80 fdr armada; e com a prisào ate tres mezes, se a
reunião n8o fdr armada.
$ 1." O s que excitaram ao ajuntamento, ou que o com-
mandaram, ou dirigiram, e que se considerarem auctores,
segundo as regras geraes da Lei, serào punidos, no primeiro
caso com prisão até um arino; c no segundo com prisào ate
seis mezes.
2." S e o crime, objecto da assuada, se consummou,
será imposta a todos os auctores delle a pena que, segundo
a Lei, dcvcr ser applicada.
(S; 3." A tentatita do crime, objecto da assuada, 6 sempre
punivel segundo as rcgras geracs.

C;1PITCLO II.
IXJURIAS E VIOI.E3CI.IS COSTRA AS AUCTORIDADES PÚDLIWIS
RESISTE\CI.\, E DESOBEDIENCIA.

'
N J l X l A S CONTRA i\$ A I <.TORID\nES P~BLICAS.

ARTIGO 1 B l . O
Aquclle, que directamente offender por palavras a pessoa
d e algum Ministro da Corda, membro das Camaras Legisla-
tivas, Magistrado judicial, ou administrativo, ou de algum
commandante da f o r ~ apública, em sua presença publicamerite
no exercicio d e suas funcçòcs, posto que a estas se nào re-
fira a offensa; ou por occasiâo de suas funcções, em relação
a algum acto dellas, será punido com a pena de prisão de
dois mezes a dois annos.
$ I." A pena dc prisão de tres mezes a tres annos será
imposta áq.uelle, que commetter o crime enunciado nesbe
artigo em sessiío pública de alguma das Camaras Legislativas
contra 'algum dc seus membros, ou dos Ministros dlEstado,
posto que não esteja presente, ou contra a mesma Camara;
c bem assim em sessào pública de algum Tribunal, ou Cor-
poração administrativa contra algum dos seus membros, posto
*
52 CODIGO PENAL.

que náo esteja presente; ou contra o mesmo Tribunal, ou


Corporacão.
!$ 2." A offensa, que consistir unicamente em gestos in-
juriosos, será punida com prisão de seis dias a seis mezes; e
no caso declarado no $ antecedente, estando presente o offen-
dido, será punida com a pena de prisão d e um mez a um
anno.
ARTIGO 1 8 X . O
Se o crime declarado no artigo antecedente, e no seu
$ i.", for commettido contra qualquer agente da Auctoridade
ou força pública, ou contra algum Jurado, ou alguma tcste-
munha, ou perito, será punido com a prisso de um mcz a
um anno. O crime declarado no $ 2." será punido com a
pena de desterro até seis mezes.

ACTOS DE FIOLEIICIA COSTIU lb btiCT0LIDADf.S P C U I ~ 4s.

ARTIGO 183."
Toda a offensa corporal contra as pessoas designadas no
artigo 181 no exercicio de suas furicç6es, ou por occasifio
.O,

destas, posto que não resultcisse ferimentò ou contusào, ser8


punida com a pena de tlrgredo tcmporario.
1." Se a offensa consistiu em ameaça com arma, ou
feita por uma reunião de mais d e tres individuos em dispo-
sição de causar u m mal immedinto, a pena será a de prisao
de um ate tres annos, c multa de tres mezes at6 tres aririos.
$ 2." Se resultou algum ferimento, o11 contusão, ou docn-
ça, ou derramamento de sangue, a pena será a de degredo
perpetuo.
Sj 3." A t e n t a t i ~ ade homicidio no caso deste artigo, e
nos termos declarados no artigo 350.", ser8 punida com a
pena d e trabalhos publicos por toda a vida.

ARTIGO 184."
Os crimes declarados no artigo antecedente e seus $5 2."
e 3.", commettidos contra as pessoas designadas no artigo
LIV. 11. -TIT. 111. -CAI'. I I . , DAS INJURIAS E VIOLENCIAS. 53
182.", serão punidos com as penas immcdiatamente iriferio-
res; e no caso d o (S i." serão punidos com a prisão correc-
ciorial de seis mezes ate dois anrios, c multa de um mez ate
dois annos. .
ARTIGO 185.O
Aquelle, que alevantar volta, ou arruido perante algum
Magistrado judicial ou administrati~o,no exercicio das siias
í'uricçòes, ou em sessso de algunia das Camaras Lcgislativas,
ou d e alguma corporacão administrativa, será punido cow
a prisào de dois mezes a dois annos.

ARTIGO 1 8 6 . O
Aquelle, que por qualquer meio de violencia se oppozer a
que a Auctoridade pública eserca suas funcções ou a que,
seus mandados a ellas respectivos se cumpram, quer teriha
logar a opposiçáo immediamente coritra a mesma Auclori-
dade, quer tenha logar contra qualquer dos seus subalternos,
ou agentes, conhecido por tal, e exerccndo suas fiincç6es para
a cxecução das Leis, ou dos ditos mandados, sc for feita sem
armas, será condemnado na pena de prisão corrcccional d e
um at6 tres annos, e multa d e trcs mezcs ate tres ariiios.
(S 1.' Se fdr feita com armas, a pena será o maximo da
prisão, e multa de um attr tres annos.
$ 2." Se teve effeito, impedindo-se aquelle exercicio, ou
execução; ou se foi feita por uma reunião de mais d e tres
individuos, a pena será o degredo temporario para a Iirdia.
(S 3 . O Se nesta resistencia se commetter crime que me-
reça pena mais grave, será imposta a pena correspondcrite,
segundo as regras estabelecidas na Lei.

ARTTCO 187."
Todo o acto de violencia para constranger qualquer em-
pregado público a praticar algum acto de suas funcçòes, a que
54 CODIGO PENAL.

a Lei o não obrignr, se chegou a ter effeito, serb punido,


applicando-sc as disposiçbcs sobre o crime d e resistencia.

DESODBDIENCIA.

ARTIGO 188.O
Aqiielle, qut. se recusar a prestar qualquer serviyo de in-
teresse público, para que fùr competeritemente riomcado, ou
faltar á devida obediencia aos mandados da Auctoridade pú-
blica, em todos os casos em que especialmente se não declara
nas Leis, ou Itegularnentos administrativos auctorisados pela
Lei, a peníi, ou responsabilidade civil, que deve ter logar pela
tlcsobcdiericia, ser:( puiiido corri prisào até tres inezes.
iiriico. Se a desobcdiencia consibtir em recusar, ou dei-
x a r d e fazer os servilos, ou prestar os soccorros que lhe
furem exigidos em caso de Ilagrcinte tlelicto, ou pura se im-
pedir a fugida de algum criminoso, ou em circumstancias
de tumulto, naufragio, innundayão, incendio, ou outra cala-
midade, ou d e quaesquer acciderites em que possa perigar a
tranquillidade pública, serú punido com prisão de tres mezes
ate tres annos.
ARTIGO 1 8 9 . O
Torlo o jurado, ou testemunha que não comparecer em
Juizo, tendo-se-llie feito a necessaria intimaçao, ter8 a pena
de prisão e multa d e um mez.
$ i." Se allegou escusa, que depois se conheceu ser falsa,
terá a pena de prisão d e um a seis mezes, e multa de um
rnez.
$ 2." Ser-lhe-ha imposta a pena mais graIe, em que te-
nha incorrido, se apresentar documento falso para prova da
escusa.
Sj 3." A testemunha, que recusar responder ás perguntas
que lhe forem feitas, serh punida com prisão at6 seis mczes.
L I V . 11. - T I T . 111. -CAP. I l I . , DA TIRADA K FUBIDA DOS PRESOS. 55

DA TIRADA E FUGIDA DE PRESO((, E DOS QUE AAO CWMPBW


AS SUAS C O A D E ~ A Ç ~ E B .

'
TIRADA E PUCIDA DOS PRESOS.

ARTIGO 1 9 0 . O
Se alguem tirar, ou tentar tirar á Auctoridade pública,
ou aos seus subalternos, ou agentes, por meio de violencia,
algum preso que em cumprimento tie suas funcções estivesse
em seu poder, será punido com as penas da resistencia.
$ I."Se o preso fOr tirado por peita, ou suborno, o que
empregar taes meios será punido como ciimplice dos emprc-
grdos, ou agentes, que foram peitados, ou subornados.
$ 2." Se fôr tirado por qualquer outro meio, a pena será
a orisão ate tres annos.
$ 3." Se o preso fdr tirado da mão de qualquer pessoa
do povo, quando este tinha poder para prender, ou se n'estas
circiimstancias alguem lhe impediu a prisâo, a pena será n
de prisão at6 tres annos.

ARTIGO 1 9 1 . O
Aquelle, que estando preso em cadha pública, ou em qual-
quer prisão, ou logar de custodia, ou detenção, fugir, ou
tentar Tugir por meio de arrombamento, ou qualquer vio-
lencia; ou se estando debaixo da guarda dos empregados, ou
agentes da Auctoridade pública, fugir por meio de violencia,
ou que pelos mesmos meios fugir das mãos de qualquer
pessoa do povo, quando esta tinha poder para o prender,
ser8 condemnado por este só facto á pena de seis mezes até
um anno de prisão, cujo cumprimento terá logar segundo o
disposto no artigo 94." para os crimes commettidos durante
o cumprimento da primeira condemnação.
$$ I."A disposiçáo deste artigo terá logar sem prejuizo
das penas mais graves em que tenha incorrido pelos actos
de violencia.
56 CODIGO PEXAL.

$j2." Se fugir por algum outro meio criminoso, scrií IHI-


nido com prisáo ate seis mezes.

ARTIGO 192.'
Qualquer empregado, ou asente encarregado da guarda
de qiialgucr prcso, que t i ~ e dolosaniente
r procurado, oii faci-
litado por qiiaesqucr meios a funida
n.
do mesmo preso, se este
o estava por crime a qiic a Lei impõe peiia d e morte, ou
qualqiier pciia perpctuii, scrá o cmpregndo ou agente con-
demnndo u trabalhos publicos temporarios.
$ iinico. No caso de ser temporaria a pena desse crime,
oii d e que a pris'io fosse por qualquer outro motivo, a pena
do empregado oii agerite seríí o degredo temporario.

ARTIGO 193."
Sv a fiigitla t i ~ e rlogar sem qiic concorressem da p a r k
dos clmprcgados, ou agentes mencionados no artigo aritece-
dente, as c.ircumstancias ahi referidas: e se os mesrnosagentcs
riào provarem caso fortuito, ou força maior, que exclua toda
a imputíiyão de negligencia, ser'io punidos com a prisóo d e
um mez a um anno, no caso do arligo antecedente; e com
a prisào de quinze dias a scis mezes, no caso d o Sj unicr, do
mcsmo artigo.
$ I."Cessará n pena deste artigo dcsde que o preso f~igido
fdr capturado, nao tendo commettido posteriormente h iugida
alguin crime por que devesse ser preso.
$ 2.' Quando os agentes, de que tratam os artigús ante-
cedentes, forem militares, ;I presumprão Icgal da negligencia
n5o se estende alem do commí~ndariteda força armada, e
do seli iinmctliato, salln a Iiro\rt em contrario, e szlvo o que
fbr especialnicritc decrc>tado nas Leis militares nos casos d e
p r i ~ a odos militares, e sobre a s infracções de disciplina.

ARTIGO 194.O
Se a fugida ti\er logar com arrombamento, ou qualquer
oulra \ioleriçia, todo o empregado, o u agente encarregado da
guarda do preso, que ou fOr auctor do arrombamento, ou vio-
le~icias,O U fornccer, ou concorrer, ou 1180 obstar a que se
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. I I I . , DA TI1lAD.t E FUCIDA DOS PRESOS. 87
forneçam instrumenlos, ou armas para aquelle fim, será con-
demnado a trabalhos publicos por toda a vida.
$, unico. Se alguns outros iridi~iduosfizeram o arromba-
mento, ou a violencia, para procurar, ou facilitar a fugida do
preso d,i cadea, ou estabelecimento píiblico, em que se achas-
se, ou foram cumpliccs deste crime, seráo condemnados a
degredo temporario.
ARTIGO 195."
Nos casos declarados nesta secção, excepto no artigo 193.",
tcrn logar a sujeicão h bigilancia especial da policia, pelo
tempo que parecer aos Juizes.

DOS QIIE NXO CUHPnEM AS SUAS CONDEDISAÇ~ES.

ARTIGO 196.O
Aquelle, qiie, estando condemnado por sentença passada
em julgado, lugir, sem que tenha cumprido a pena, será pu-
nido conforme as regras seguintes:
Sj i." Se a pena for perpetua, será esta aggravada; e se
fclr temporaria, será'o criminoso coridcmnado no dobro do
tempo que lhe faltar para o cuniprimento da pena, mas nunca
em menos tempo que o minimo desta estabelecido pela Lei.
$2." O condemnado a degredo, que fugir antes d e ter
cumprido a sua coudcmnaçáo, e fclr achado rio continente do
Reino, ou ilhas adjacentes, se a condemnaçáo tiver sido por
toda a vida, será sempre condemnado a prisáo maior tempo-
raria no logar do degredo. Se o degredo for temporario, serh
condemnado em outro tarito tempo d e degredo.
Sj 3." O que tiver sldo expulso do Reino, se fòr achado
no territorio portuguez, será condemnado em degredo para
a India.
$4." Se a pena fòr a de desterro, serti condemnado a pri-
sáo até seis mezes.
C$ 5." Se a pena Mr a de perda, ou a de suspensão dos
direitos politicos, será condemnado cm multa, conforme a
sua renda, de trcs mezes a trcs annos, aquelle que d e qual-
58 CODICO PENAL.

quer modo contravier o julgado na sentença da sua conde-


mnaçZio.
$ 6.' Aquelle, que, estando sujeito B vigilancia especial
da policia, contravier os deveres, que por este motivo lhe s8o
impostos, ser8 condemnado h prisão atC um mcz.

C'IPIT~LOIV.
DOS QUE ACOLHEI MALFEITORES.

ARTIGO 197 O

Aquelle, que tiver, acoutar, ou encobrir, ou fizer ter, acou-


tar, ou encobrir em siia casa, ou em outro logar, a algum
individiio condemnado em qualquer das penas maiores, sendo
disso sabedor, será condemnado em prisào ate tres annos, ou
a multa, segundo as circumstancias.
Sj 1." Se, no caso declarado neste artigo, houver unica-
mente pronuncia, a pena será a de prisão atít um anrio, ou
a multa correspondente, segundo a, circumstancias.
$ 2." Fóra dos casos declarados neste artigo e seus $$,
a pena será sómente a de multa.
$3." Exceptuam-se da disposição deste artigo e seus 5s
os ascendentes, ou descendentes d'aquelle que foi acoutado,
OU encoberto, o esposo ou esposa, os irmsos ou irm?is, e os
parentes por afinidade nos mesmos gráos. .

ARTIGO 1 9 D . O
Aquelle, que voluntariamente e liabitualmente acolher, ou
der pousada a malfeitores, sabendo que elles têem commct-
tido crimes contra a segiirança do Estado, ou contra ;i tra~i-
quillidade e ordem piil>lica, ou contra as pessoas, ou proprie-
dades, quer seja dando successivamente este acolhimento,
quer seja fornecendo-lhes logar de reuniiio, será punido como
cumplice dos crimes, que posteriormente ao sei1 primeiro
facto do acolhimento esses malfeitores commetterem.
LIY. 11.-TIT.111.-CAP.V., DO8 C ü I H . CONT. O EXERC. DOS DIR. POL. 59

ARTIGO 199.O
Se fdr impedida qualquer assemblka eleitoral, ou collegio
eleitoral, de exercer, em cumprimento da Lei, as suas func-
qòes no tempo e no local competentemente determinado, e
cste impedimento fòr causado por tumulto, ou por qualquer
violmicia, ser30 punidos os auctorcs, ou chefes, coin as penas
da resistencia, conforme a disposiç80 do $ 2." do artigo 186."
Os outros criminosos seráo punidos com a prisão correccio-
na1 de seis mezes a dois arinos, e suspensao dos direitos po-
liticos por cinco annos.
\ ARTIGO 200.O
Se qualquer cidadno for impedido, ou por tumulto, ou por
quaiquer violencia, oii por amealas, de exercer os seus di-
reitos politicos, serão, o criminoso, ou criminosos, punidos
com prisâo d e tres mezes atk dois annos, e suspensão por
cinco, dos seus direitos politicos.
$$ unico. Se o acto de ~iolenciamerecer pena mais grave,
ser8 esta imposta.
ARTIüO 201 .O
E m qualquer dos casos declarados nos artigos anteceden-
tes, se o tumulto, ou reunião tiver logar em consequencia
de concerto cntrc diversas pessoas, para commetter algum
dos mesmos crimes ern mais de um circiilo eleitoral, appli-
car-se-hào as disposiçòes penaes decretadas para o crime da
sedição.
ARTIGO 202.O
S e em qualquer assemblka eleitoral, ou collegio eleitoral,
durante o acto da eleiqão, fòr injuriado ou offendido o pre-
sidente, ou qualquer dos membros da mesa, observar-se-ha
o que se acha disposto sobre as injurias e violencias com-
mcttidas contra os membros das corporaçties administrativas.

ARTIGO 403.O
Se, durante as operações da assemblha eleitoral, ou colle-
60 CODIGO PENAL.

gio eleitoral, fdr descoberta alguma falsificay80 commettida


e.m qualquer das listas que conteem os votos dados pelos cida-
daos no ciscrcicio do seu direito, OU subtracyào de alguma
dellis, ou nddisao d e alguma outra, ou alkraçào de qualquer
voto; se o criminoso fòr tnembro da mesa, ser8 condemnado
na pena da perda dos direitos politicos, e prisão ate um anno.
$ unico. Se fdr outra pessoa, que commetta o crime de-
clarado neste artigo, a pena ser& a da suspensfio dos direitos
politicos por cinco annos, e prisáo ate um anno.

ARTIGO P04.O
Aquelle, que em uma eleição comprar, ou vender um voto
por qualquer preso, será suspenso de todos os direitos poli-
ticos ate dez annos, e pagará uma multa do dobro d o preço.

ARTIGO 2 0 5 . O
1.m todos os casos, que não sáo comprehendidos nos arti-
gos antecedentes, obsert ar-se-hão as d isposifles, q u e se acham
decretadas nas Leis especiaes das elei~&s.

CAPITULO VI.
DAS FA1,SlDADES.

ARTIGO 206."
Aquelle, que falsificar moeda, fiibricando com falso peso,
oii falso toque alguma peça d e moeda de ouro, ou prata da
forma daqiicllas, que têem curso legal no Reino, e a passar
usando delta por qiialquer maneira, ou a cxpozer S. venda;
e bem assim aquelle que por concerto com o fabricador, ou
sendo seu cumplice, praticar qualquer destes actos, ou nelles
tirer parle, será condemnado a trabalhos publicos por toda
a vida.
$ unico. Se houver sómente a fabricaçfio, a pena será de
trabalhos publicos temporarios.
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. V I . , DAS FALSIDADES. 61
ARTIGO 207.O
Aquellc, que, sem conccrto com o fabricador, e sem que
seja seu cumplice, passar a dita moeda falsificada, ou a cxpo-
zer d venda, será condemnado na pena de trabalhos publicos
temporarios.
ARTIGO 208.O
A pena de trabalhos publicos temporarios será imposta:
1." Ao que sem auclorisação legal fabricar e passar, o11
expozer á venda qualquer peca de moeda de ouro ou prata,
com o mesmo \alar das legitimas:
L
2. Ao que cercear, ou por qualquer modo diminuir o va-
O

lor de alguma das ditas peças de moeda legitimas, c passar,


ou expozer h vcnda a moeda assim Salsificada;
3." Ao que, por coriceilo, ou cumplicidade com o falsifi-
cador, praticar algum dos actos declarados n'este artigo, ou
nclles tiver parte.
1." Se a moeda assim falsificada não foi exposta á ven-
da, nem chegou a passar-se, a pena ser3 a prisào correccio-
na1 de um ate tres annos.
$ '2." O que passar a dita moeda falsificado por qualquer
dos modos declarados neste artigo, ou a expozcr d venda,
nào se concertando, nem sendo cumplicg com o falsificador,
serli condemnado ao maximo da prisao correccional, c ao ma-
xirno da multa.
ARTIGO 2 0 9 . O
Se em qualquer dos casos declarados nos artigos antece-
dentes o passador teve conheciineiito da falsidade s3 depois de
ter recebido a moeda como berdadeira, a pena ser& a da multa
conforme a sua renda, de quinze dias a um atino, mas nunca
inferior ao dobro do valor representado pelas pecas de moeda
falsa, que passou.
ARTIGO 2 1 0 . O
As penas determinadas nos artigos desta secção para os
passadores da moeda falsificada, se applicam aos que a intro-
duzem no territorio portuguez.

ARTIGO 211.O
Nos diversos casos declarados nos artigos antecedentes, se
62 CODIGO PENAL.

a moeda nao f6r d e ouro ou prata, mas de outro metal, te-


rão logar nas penas as seguintes modificaçòes:
1.' Sc a pena decretada for a d e trabalhos publicos por
toda a vida, impor-se-ha a temporaria de trabalhos publicos;
2." Sc a pena for a de traballios publicos temporarios,
inilmr-'c-lia a dc pri5ào maior temporaria com irabalho;
3." A prisão correccional será de tres rnezes ate um anno;
4." Se fòr o maxirno da prisão correccional, impor-se-ha
a d e pris30 de seis mezes ate dois aiinos.

ARTIGO P1g.O
Aquelle, que commetter em territorio portugucz algum
dos crimes declarados nesta secçào, falsificando, ou passando,
ou iritroduzindo falsificada moeda estrangeira, que não tenha
curso legal no reino, scrá condemnado segurido as rrgras es-
t;ibelecidas no artigo aritecedentc.

ARTIGO 2 1 3 . O
Será. iscnto d e pena o corréo, que, antes de consummado
qualquer dos crimes enunciados nos artigos antecedentes, e
antes de se instaurar o processo, der ii Auctoridade pública
conhecimento do mesmo crime, e das suas circumstancias, e
dos outros corréos. Poderá comtudo determinar-se a sujeiçào
ií especial ~igilanciada ~tolicia,pelo tempo que parecer aos
Juizes.
$ unico. E m todos os casos.declarados nesta secçao o com-
prador serh punido como cumplice d o passador.

AI1TIGO 214."
Aquelle, que engeitar mocdii, que tenha curso legal no rei-
no, será condemnado no n n o ~ ~ a ddao moeda eugeitada.

ARTIGO 9 1 5 . O
Aquelle, que falsificar qualquer titulo ao portador, aucto-
risado por Lei; e bem assim o que fizer uso desse titulo fal-
LIV. 11.-TIT. 111.-CAr.VI., DAS FALSID.iDES. 63
sificado, ou o introduzir no territorio portuguez, ser6 con-
demnado a trabalhos publicos por toda a vida.

ARTIGO 216.'
Ser6 condemnado a trabalhos publicos temporarios aquel-
le, que dolosamerite, e com iritenqùo dc prejudicar a outra
pessoa, ou ao Estado, commetter por qualquer dos modos
abaixo declarados falsiticação, a qual cause, ou possa por sua
natureza causar prejuizo:
1 Fabricando disposições, obrigações, ou desobrigaçces
.O

em qualquer escriptura, titulo, diploma, auto, ou escripto,


que pela Lei deva t e r a mesma fk, que as escripturas píl-
blicas;
2." Fazendo rios ditos documentos alguma falsa assigna-
tura, ou supposição d e pessoa;
3." Fazendo falsa declaraç30 de qualqucr facto, que os
mesmos documentos têem por objecto certificar e authenti-
car, ou que é essencial para a validade desses documentos;
4." Accresceritando, mudarido, ou minguando em alguma
parte os ditos documentos, depois d e concluidos, d e modo
que se mude a substancia, ou t c n ~ n od'clles, pela addição,
diminuiçáo ou alteração das disposições, obrigayòes, ou des-
ohrigaçbes, ou dos factos, que estes documentos têem por
objecto certificar e authenticar;
5." Fabricando alguns dos ditos documentos inteiramente
falsos.
ARTIGO Z17.O
Na mesma pena ser6 condemnado aquelle que, por qual-
quer dos modos enunciados no artigo antecedente, commct-
ter falsificação em letras de cambio, ou em qualquer cscripto
commercial transmissivel por endosso.

ARTIGO 218.O
Serii condemnado a trabalhos publicos por toda a vida
todo o empregado publico, que no exercicio de suas funcções
dolosamente, e com intenção de prejudicar a outra pessoa,
ou ao Estado, commetter, por qualquer dos modos abaixo
declarados, falsificaç80 que cause, ou que por sua natureza
64 CODIGO PH~AL.
possa causar prejuiso em escriptura pública, titulo, diploma,
auto, ou escripto d e igual forca:
1." Fabricando actos do seu ministerio inteiramente fal-
sos ;
9." Escrevendo como ajustadas, oii declaradas pelas par-
tes, conven~ijes,dísposiciies, ou quacsquer clnusulas differen-
tes das yiie as mesmas partes Ihes declararam;
3." Certificando como ~erdadeirosfactos falsos;
4." Fazendo qualqiier dos ditos autos, ou documentoscom
falsa assignatura, oii sripposição de pessoa;
5.O Accrescentando, miidrirido, ou mingiiarido em alguma
parte os ditos documentos depois tlc concluidos, de modo
que se mude a substancia oii tencão delles, na fórma decla-
rada no n." 8." do artigo 216."

ARrI.IGO k9.0
.lcluelle, que por qualquer dos modos declarados no ar-
tigo 216.", falsificar escripto particular, será condemnado á
prisão maior temporaria com triiballro.

AI1TIGO
Serti punida com as mesmas penas a falsificaçãocommettida
por qualquer dos modos declarados nos artigos antecedentes
por cima dc uma assignatiira em branco.
$ unico. Se, porbm, a assignatura em branco tiver sido
critregue, como tal, voluntariamente pelo sigriatario, h pro-
pria pessoa que della abusou, fabricando em cima qualquer
escripto, que por sua natureza possa causar prejuizo RO mes-
mo signatario, a pena serh a de pris3o dc uni ate tres annos,
e poderi o crimirioso ser suspcirso dos direitos politicos a16
ao maximo.
ARTIGO S31.O
Serão impostas as penas de cumplicidade ás testemunhas,
que ao fazer da escriptura, ou píiblica, ou particular, inter-
vierem, sabendo que se faz falsa.

ARTIGO 2!+?2.0
Aqucllc, que fizer uso d e qualquer dos documentos falsos
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP.V I . , DAS FALSIDADES. 6L
declarados nos artigos antecedentes desta secção, será punido
com a s mesrnas penas impostas ao falsificador.
$ unico. Se aquelle, que fez este uso do documento falso,
o tinha recebido sem conlteciniento da siia falsificação, a pena
será a de prisao de um &C tres annos.

ARTIGO !2!23.'
As regras estabelecidas nos artigos antecedentes them, re-
lativamente aos certificados, passaportes, guias, ou itinera-
rios, as excepções declaradas nos artigos seguintes.

A R T I G O a24.O
Ser30 punidos com a pris8o de tres rnezes atk tres anrios:
1.O Todo o facultativo, ou pessoa competentemente aucto-
risada pela Lei para passar certificados d e molestia, ou lesão,
que, com iriienção de que algiiem seja isento, ou dispensado
de qualquer serviço público, certificar falsamente molestia oii
lesno, que deva ter esse effeito;
2." Todo aquelle, que com o nome d e algum facultativo,
ou pessoa competentemente aiictorisada pela I.ei, fabricar al-
gum certificado da mesma natureza;
3." Todo aquelle, que fabricar em riome de um cmpre-
gado público algum certificado de recommendação, attestando
quaesqiier circumstancias em favor da pessoa nelle designada;
e bem assim aquelle que alterar com a mudança de nome
da pessoa designada o attestado de um empregado publico
~ r i ~ i n a r i a m c n verdadeira;
te
4." Aquelle, que fizer uso de qualquer destes certificados
falsos.
$ unico. O facultativo incurso na disposiçào do n." I."
deste artigo será tambem suspenso do exercicio da sua pro-
fissão por cinco arinos.
ARTIGO 49?5.0
O empregado público, encarregado de dar passi~portes,que
com inten~tiod e subtrahir alguem á kigilancia legal da au-
ctoridade, d6r algiim passaporte com supposição de nome,
será condemnado demisstio do emprego, e h prisão de um
ate tres anrios.
3
(;o CODIGO PENAL.

unico. Aquelle, quc, ná0 conhecendo a pessoa a quem


deti o passaporte, nâo exigiu i1 abonaçao, que as Leis e os
Regulamentos requerem, ser8 condemriado em multa de um
mez a um aiino.
ARTIGO 2.96.O
Toda a pessoa, que, ou tomar o nome supposto, ou fabri-
car um passaporte falso, ou substancialmente alterar o ler-
dadeiro, ou fizer uso d e passaporte falsificado por qualquer
destes modos, ser8 condernnada 8 prisão de dois mezes ate
dois annos.
$ irnico. As teslemunlias quc tiverem concorrido para se
dar o passaporte com nome supposto, sertio punidas como
cumplices.
ARTIGO M7.O
As peiias determinadas nos dois artigos antecedentes sáo
applicnveis aos casos de falsidade das guias, ou itinerarios,
com a declaração de que, se em virtude da falsa guia, ou
itenerario, o portador recebeu da fazenda pública al;riima
quantia, será punido com a pena decretada no artigo 2 16.';
e bem assim ser8 do mesmo modo punido o empregado, se
para esse fim tiver commettido a falsificaçtio.

ARTIGO 9 Q 8 . O
Aquelle, que falsificar marcas, sCllos, ou cunhos de alguma
auctoridade, ou rcpartição pública, ou os introduzir no reirio
falsificados, será punido com a pena de prisão maior tempo-
raria com trabalho.
$ 1." Ser8 condemnado ria mesma pena aquclle qiie com-
metter alguma falsificarao, risando de marcas, s&llos,ou cunhos
dc qualquer auctoridade, ou repartirão pública, falsificados.
$ 2." Se esta falsificaçáo teve por fim subtrahir direitos
á fazenda pública, a pena ser8 a dc trabalhos píiblicos tem-
porarios.
ARTIGO 2.99.'
Aquelle, que falsificar papel sellado, ou o introduzir falso
LIV. 11.-TI'C. 111.-CAP. V I . , D I B FALBIDIDES 67
no territorio portuguez, será condemnado á prisão maior
temporaria com trabalho.
$j unico. Os officiaes publicos, que no exercicio das suas
furicqòes fizerem uso de papel sellado falso, serão condemoa-
dos na multa, conforme a sua renda, de um anno, sem pre-
juizo das penas de cumplicidade, se houverem logar.

ARTIGO 230.'
Aquelle, que comrnelter alguma falsificaçtío, usando de
marcas, s&llos, ou cunhos falsificados de contrastes, ou ava-
liadores, cujos certificados teem pela Lei f6 em Juizo, ser8
coiidemnado 3 prisáo de uni at6 seis mezes, sem prejuizo
de qualquer outra pena, se houver logar.
$ 1." Se as marcas, sêllos, ou cunhos falsificados forem
de qualquer estabelecimento de industria, ou commercio, a
pena será a de prisão de um ate Ires mezes, sem prejuizo
de pena maior, se houver lograr, e salva a reparaç80, segundo
as regras geraes.
$ 2." A mesma pena ser6 imposta ao que expozer á venda,
ou pozer em circulação objectos marcados com nomes sup-
postos, ou alterados; ou que tiver posto, ou feito apparecer
de qualquer modo sobre objectos faahricados o nome, ou firma
d e fabrica diversa daquella em que teve logar a fabricação. .

ARTIGO 931 . O
As penas declaradas nos artigos antecedentes desta secção
são applicaveis, segundo os diversos casos nelles designados,
áquelle que, para executar alguma falsificaçáo em prejuizo
do Estado, ou d e alguma pessoa, fizer uso dos instrumentos
legitimas, que lhe tenham sido confiados, ou que por alguma
maneira tenha tido em seu poder.

DiSPOSiÇ~OCOXlirV .\s s ~ c . 6 F~T~E C E D E S T E S DESTE CAPITULO. '

t\RTICO 932.'
As penas deterininadas rios artigos das antecedentes sec-
ções deste capitulo, contra o uso da cousa falsa, ri80 terao
5.
logar quando aquelle que usou della, não conheceu a falsi-
fica@~.
s ~ c ç d o5:

ARTIGO f33.O
Aquelle, que, tomando um falso riome, tentar subtraliir-se
de qualquer modo ií vigilancia legal da auctoridade pública,
ou fizer algum prejuizo ao Estado, ou a pari.iculares, scrh
punido com a pena de quinze dias a seis mezes de prisão, ou
com multa de um mez, salvo o que se acha decretado sobre
o uso de nomes suppostos rios diversos casos mencioiiados
neste Codigo.
$ unico. O uso de um nome cupposto p6de ser por justas
causas auctorisado temporariamente pela auctoridade superior
ndministr t'IVO.
i1

'iR1'IGO f 3 4 . O
Aquelle, que mudar de nome, sem que esta mudança seja
legalmente auctorisada com its solemiiidades que determiiiar
a Lei civil, ser8 condemnado na miilia de um mez, salva a
reparação de quaesquer prejuizos que com isso tiver causado.

ARTrCO 2 3 5 . O
Aquelle, que se vestir e andar em trajos proprios de diffe-
rente sexo, publicameiite e coin intençao de fazer crer que
lhe pertencem, ou que do mesmo modo trouxer uniforme
proprio d e um emprego público, ou alguma condecoraç?io
que lhe n8o pertenya, ser& coi1demn;tdo em prisno até seis
mezes, e multa até um mez.

ARTIGO e36 "


Aquclle, que, sem tilulo, o11 causa legitima, exercer func-
ç6es proprias de um empregado públito, arrogando-se esta
qualidade, serii punido com a pcoa de prisão de iim ate tres
annos, e multa correspondcnte, sem prejiiizo das perias de
falsidade, se houverem logar.
$ I." Se as funcções forem de um commnndo militar de
terra, ou de mar, observar-se-hão as disposições das Leis mi-
L I V . 11. -TIT. 111.-CAY. V I . , DAS FALSIDADES. 69
litares, posto que o criminoso não seja militar, em tempo de
guerra; e terá applicaqão o disposto no $ unico do artigo 307."
$ 2." O que exercer acto proprio de lima profissao, que
exija titiilo, arrogando-se, sem titulo, ou causa legitima, a
qualidade d e professor, ou perito, será condemnado na pena
de seis mezes a dois.annos, e multa correspondeiite.

ARTIGO 937.O
Aquelle, que se arrogar qualquer titulo de nobreza, ou
usurpar brazao de armas, que lhe não pertetica, serli con-
demnado em prisão até seis mezes, e multa atb um mez.

DO FALSO 'I'ES1'Ei\IINUOo E OC'TR.\S FALSAS DELLARAÇ~ES PERANTE A A U C T O N D M E


P~I~LIC~.

ARTIGO 23R.O
Aquelle, que, em causa criminal, e sobre as circumstan-
cias essenciaes do facto, qiie 6 o objecto da accusação, teste-
munhar falso contra o accusado, será condemnado na pena
de trabalhos publicos temporarios.
$ i." Se, porem, o acciisado foi condemnndo, e soffreu
pena mais grave, será aquelle, que assim testemunhou falso
contra elle, condemnado na mesma pena.
$ 2." O que dbr o referido testemunho falso a favor do
accusudo, ser8 punido com a pena de prisào maior temporaria
com trabalho.
$ 3." Quando o crime tiver sómente pena correccional,
a pena do referido testemunho falso, ou contra, ou a favor
d o accusado, ser6 o degredo temporario.
$ 4." O que testemunhar falso em processo preparatorio
criminal, serd punido com as penas immediatamente inferiores.
$ 5 . O O que testemunhar falso em materia civil, serli pu-
nido com o degredo temporario.

ARTIGO 9339..
Cessa a pena de testemunho falso, se aquelle, que o deu
se retractar antes de estar terminada a discussáo da causa.
70 CODIGO PEYAL.

$ rinico. Se o testemunho falso f6r dado em processo cri-


minal preparatorio, sómente cessara a pena, se a retractaçlo
se fizer antes de concluido o mesmo processo preparatorio.

ARTIGO 240.O
Em todos os casos declarados nos artigos antecedentes, se
o que testemunhou falso foi subornado com dadivas, ou pro-
messas, será punido com trabalhos publicos temporarios,
salva a disposiçõo do Sj i." do artigo 238."
Sj i." O que se recebeu, perder-se-ha a favor do Es-
tado.
$ 2." O subornador será punido com as mesmas penas;
salva a applicaçso a este caso do que se dispõe no $ uiiico
do artigo 321."
$ 3." A tentativa de suborno ser8 punida em conformi-
dade com as regras geraes da Lei.

ARTIGO 941..
As penas declaradas nos artigos antecedentes 580 iil l i l i -
caveis aos peritos que fizerem, com juramento, declarações
falsai em juizo.
ARTIGO 942."
Aquelle, que testemiirihar falso em qualquer iriquiriçào
não contenciosa; e bem assim aquelle, que, sendo legal-
mente obrigado a dar informações, ou fazer declarações,
coni juramento, ou sem elle, h Auctoridade píiblica, sobre
algum facto relativo a outras pessoas, ou ao Estado, der
falsamente essa informação, OU, fizer falsamente essa decla-
ralao, ser8 punido com suspensào dos direitos politicos, e
p r i s ~ ont6 seis mezes.
ARTIGO W 3 . O
Quando fdr deferido o juramento suppletorio, aquelle, que
jurar falso, será punido com a pena da perda dos direitos
politicos.
$junico. Quando fbr deferido, ou referido o juramerito
de alma, ser8 condemnddo ria mesma pena o que jurar falso;
mas a querela e accusação poder8 ser tão somente intentada
pelo Vinisterio Ptíblico.
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. VII., DA VIOLAÇÃO DAS LEIS, ETC. 71
ARTIGO $44.'
Se alguem querelar maliciosamente contra determinada
pessoa, serh condemnado em degredo temporario.
$ unico. Se querelar do crime, que s6 tenha pena correc-
cional, ou accusar nos casos em que não tem logar a quere-
la, serh condemnado em prisão de seis mezes a dois annos,
e multa correspondente.
ARTIGO 245."
Aquelle, que, por escripto, com assignatura, ou sem ella,
fizer participaçiio, ou deniiriciação calumniosa contra alguma
pessoa, directamente A Aucioridade piiblica, serh punido com
a prisão de um mez a um anno, e siispensão dos direitos
politicos por cinco annos.

DAS LEIS SOBRE INHU.X4~ÓES,E DA VIOLAÇIO


DA VIOLAS~%O DOS TUMULOS,
E DOS CR- COXTRA A SA'L'DE CUIILI<Z%.

ARTIGO S46.O
Aquelle, que tiver feito enterrar um individuo, contravindo
as Leis ou Regulamentos, quanto ao tempo, ao logar, e mais
formalidades prescriptas sobre as inhurnaçòes, serh conde-
mnado em multa, conforme a sua renda, de seis mezes atts
dois annos.
ARTIGO
Aquelle, que commetter violacão de tumulos, ou sepultu-
ras, praticando antes, ou depois da inhumação quoesquer fa-
ctos tendentes directamente a quebrantar o respeito devido
á memoria dos mortos, ser6 condemnado na pena de prisão
de um mez ate um arino, e multa correspondente.
$ unico. Em todos os casos declarados nesta secção, se
houver logar pena mais grave por outro crime, accumular-
se-ha a pena de multa que se acha decretada, se não o esti-
ver conjuntamente com essa pena mais grave.
CODICO P E > d l .

ARTIGO 248."
Aquelle, que sem legitima auctorisação vender, ou expozer
;i venda, ou subministrar substancias venenosas, ou abortivas;
ou scni as formalidades requeridas pelos respectivos Regula-
mentos, quando fdr legitimamente auctorisado, será punido
com prisão de seis mezes até dois aonos, e multa correspon- '

dente.
ARTIGO 24.9.'
Será punido com prisáo de tres mezes até tres annos, e
multa correspondentc, o boticario que, vendendo, ou submi-
nistrando qualquer medicamento, substituir, ou de qualquer
modo alterar o que se achar prescripto na receita competen-
temente assipnada; ou vender, ou subministrar medicamen-
tos deteriorados.
ARTIGO 250.'
Todo o facultativo, que em caso urgente recusar o auxilio
de sua profissão; e bem assim aquelle que, competentemente
convocado para exercer acto da siia profissào necessario, se-
gundo n Lei, para o dcsempenlio dos furicçòes da Auctoridade
pública, recusar exerce-lo, ser8 condemnado em prisao d e
dois mezcs a dois annos, salva a disposi~áodo $ unico d o
artigo 188."
ARTIGO 251."
Aquelle, que de qualquer modo alterar gcneros destinados
ao consummo público, de fhrma que sc tornem nocivos ii
saiide, c os expozer á ~ e n d aassim alterados; e bem assim
aquelle, que do mesmo modo alterar generos destinados ao
consurnmo de alguma, ou de algumas pessoas; ou que vender
generos corrupios, ou fabricar, ou vender objectos, cujo uso
seja necessariamente nocivo á saude, serh punido com prisiio
d e dois mezes a dois annos, e multa correspondente; sem
prejuizo da pena maior, se houver logar.
$ E m qiialquer parte que se encontrem os generos
1 . O
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. VIII., DAS ARMAS, CAGAS, E PBSC. DEF. 73
deteriorados, ou os sobreditos objectos, será0 apprehendidos
e inu tilisados.
s1."2."Aquelle
Serfi punido com a mesma pena:
que esconder ou subtrahir, ou vender, ou
comprar effeitos destinados a serem destruidos, ou desinfe-
c t a d o ~;
2." O q u e lançar em fonte, cisterna, rio, ribeiro, ou lago,
cuja agua serve a bebida, qualquer.cousa, que torne a agua
impura ou nociva á saude.

ARTIGO 253.'
E m todos os casos não declarados neste capitulo, em que
se verificar violaç8o dos Regulamentos sanitarios, observar-
se-hão as suas especiaes disposições.

CAPITULO VIU[.
DAS ARMAS) CAC4% E PESCARIAS DEFEZAB.

. ARTIGO 253.'
Aquelle, que fabricar, ou importar, ou vender, ou expozer
á venda, ou subministrar arma prohibida pela Lei, ou pelos
Regulamentos da administraç80 pública; e bem assim aquelle,
.
que a trouxer, ou usar della, seró punido com prisão d e um
mez, n um anno, e multa corresponderite.
$$ i." A simples detenpão será punida com a multa d e
um mez.
$ 2." O que, sem a competente licença, o u fóra das cir-
comstancias declaradas na Lei, ou iios Regulamentos da admi-
nistrhçâo pública, trouxer, ou usar de qualquer arma, cujo
porte, ou uso fdr sórnente perrnittido nessas circurnstancias,
ou com l i c e n ~ ada Auctoridade, ser4 punido com a prisâo d e
quinze dias a seis mezes, e multa de um mez.
s 3." E m todos os casos declarados neste artigo, e seus
$$, as armas serâo apprehendidas, e perdidas a favor d o
Estado.
CUDlGO PENAL

ARTIGO 254.'
Aquelle que caçar nos mezes em que pelas Posturas mu-
nicipaes, ou pelos Regulamentos da administraçao publica
for prohibido o exercicio da caça, ou que nos mezes, que
nãio forem defezos, caçar por modo prohibido pelas mesmas
Posturas ou Regulamentos, serh piiiiido com a pris'io de tres
a trinta dias, e multa correspondente.
unico. Serh punido com as mesmas penas, mas s6 a re-
querimento do possuidor, aquelle que entrar para catar em
terras muradas, ou valladas sem consentimento do mesmo
possuidor.
ARTIGO 255.'
Serb punido com as mesmas penas:
1." O que pescar nos mezes defezos pelas Posturas mu- ,
nicipaes, ou Regulamentos de administraqiio;
2." O que pescar com rede varredoura, o u d e malha mais
estreita que a que fòr limitada pela Camara municipal, ou
pescar por qualquer outro modo prohibido pelas mesmas Pos-
turas, ou Regulamentos;
3." O que lariqar nos rios ou lagdas, em qualquer tempo
do aniio, troviseo, barbasco, coca, cal, ou outro algum ma-
terial com que se o peixe mata.

CAPITULO IX.
DOS V-LDIOS, S MALFEITOWS.
E YE'5DIGOS) E D.\S A S O C U ~ ~ EDE

VADIOS.

ARTIGO 256.O
Aquelle, que não tem domicilio certo em que habite, riem
meios da subsistencia, nem exercita habitualmente alguma
LIV 11 -TIT. 111.-C.\lB. lX., DOS ViiD1OSB MENDIGOS, BTC. 75
profissão, ou oficio, ou outro mister, em que ganhe sua vida;
não provando ~iecessidadede forca maior, que o justifique d e
se achar nestas circumstancias, será competentemente julgado
e declarado vadio, e punido com prisão correccionol até seis
mezes, e entregue ti disposiç80 do Governo, para lhe fornecer
trabalho pelo tempo que parecer conveniente.

ARTIGO S57.O
Se depois da sentença passar ern julgado o vadio prestar
fiança idonea, poder8 o Governo adrnittir-lh'a, assignando-
lhe residencia no logar que indicar o fiador.
$ i." A fiança admittida faz cessar o cumprimento da pena.
Sj 2." Em qualquer tempo póde o fiador requerer a sua
extincção, apresentando o vadio h Auctoridade competente
para que, pelo resto do tcmpo que faltar, se execute a sen-
tença d e condemnação.
$3." Se o condemiiado fugir do logar, que lhe foi assi-
gnado para a residencia, cumpriró toda a pena imposta na
sentença, como se não tivesse prestado fiança.

ARTIGO 958.O
Se o vadio, sem molivo que o justifique, entrar em habi-
taç80, ou logar fechado della dependente, ou sc fdr achado
disfarçado de qualquer modo, ou fòr achado detentor de
objectos, cujo valor exceda a dez mil réis, e não justificar
a causa da detenção, ser$ condemnado em prisão de u m a
tres annos, e depois entregue ao Governo na fbrma do arli-
tigo 256.", sem que possa ter logar a fiança do artigo 257."

ARTIGO 259."
Se o vadio fdr estrangeiro, será entregue h disposi@o do
Governo, para o fazer sair do territorio portuguez, se recu-
sar o trabalho que lhe for determinado.
ARTIGO 960.'
Todo o individuo, capaz de ganhar a sua vida pelo trabalho,
que for convencido de mendigar habitualmente, será consi-
derado e punido como vadio.

ARTIGO 961.'
Serão punidos com a prisão de dois mezes a dois anrios
todos os mendigos que por signaes ostensivos simul;ireni cn-
fermidades, ou que tiverem empregado ameaças, oii iiijiirias,
ou quc mendigarem em reunião, salvo marido e miillii~i..Ilne,
ou mãe e seus filhos impuberes, o cego, e o aleijado. quth1180
podér mover-se sem auxilio, cada um com o seu i+:ipt~ciivo
conductor.
ARTIGO 26%.
applicavel aos mendigos o que se determina no artigo
258.'; e observar-se-hão a respeito delles as disposiçóes das
Leis, e Regulamentos de policia.

A11TIGO 963.'
Todos os individuos, qirc fizerem parte de qualquer asso-
ciação formada para atacar as pessoas, ou as propricdatl(bs,
e cuja organisa(.ão se rnariifeste por cori~ençào,ou por quaes-
quer outros factos, scrfio punidos com a pena de prisão maior
temporaria com trabalho.
f, i." Os que forem auctorcs da associafio, ou nella exer-
cerem direc~fio,ou commando, serao punidos com trabalhos
publicos temporarios.
(S 2." S8o applicavcis as regras sobre a cumplicidade a
todo aqrielle que, sendo sabedor da assoçiaçáo, der volunta-
LIV. 11. - T I T . 11. - C A I B . X . , DOS JOGOS, LOTERIAS, CONV. ILLICITAS. 77
riamente pousada aos associados, ou os acolher, ou lhes for-
necer logiir de reunião.

DOS JOGOS, LOTERIAS, COSVWÇ~ES ILLICITAS SOBRE FIJNDOS PUBLICOB,


E A B U ~ O SEM USAS DE DIPRESTIMOS SOBRE P E ~ O R E S .

JOGOS.

ARTIGO 264."
Todo o jogador, que se sustentar do jogo, fazendo delle a
sua principal agencia, serh julgado, e punido como vadio.

ARTIGO 9 6 5 . O
O que fôr achado jogando jogo de fortuna, ou azar, serl
punido pela primeira vez com a pena dc repreherisão; e no
caso de reincidencia, com a multa, conforme a sua renda, de
quinze dias a um mez.
ARTIGO 266."
Aquelle, que jogar jogo de fortuna ou azar, com um me-
nor de vinte e um annos, ou filho-faniilias, será condemnado
em prisão de um a seis mezes, e multa de um mez.
unico. A mesma pena serli imposta hqiielle que excitar
o menor, ou filho-familias ao jogo, ou a habitos viciosos, ou
h violação da obediencia devida a seus paes, ou tutores, se
estes accusarem.
ARTIGO 926T.O
Aquelles, que em qualquer logar derem tabolagem de jogo
de fortuna, ou d e azar, e os que fòrem encarregados da di-
recqào do jogo, posto que o náo exeryam habitualmente; e
bem assim qualquer administrador, preposto, ou agerite, scL
rão punidos com priswo de dois mezcs a uni anno, c multa
correspondeli te.
$ unico. O dinheiro e effeitos destinados ao jogo, os mo-
veis da habitaqào, os instrumentos, objectos, e utensilios des-
tinados ao serviso do jogo, serão spprehendidos, e perdidos,
78 CODICO- PENAL.

metade a favor do Estado, e metade a favor dos apprehen-


sores.
ARTIGO 268..
Aquelle, que usar de violencias, ou d e ameaças para cons-
tranger outrem a jogar, ou Iiiira lhe manter o jogo, serh pu-
nido com prisáo de dois mezes a um anno, e multa corresliori-
dente, sem prejuízo da pena mais grave, se houver logar.

ARTIGO 469.O
Serào impostas as perias do furto aos que empregarem
meios fraudulentos para assegurar a sorte.

ARTIGO 270..
É prohibida toda a loteria, qiie riáo for auctorisadít por
Lei, salvo o disposto no artigo 278."
$ i." I? considerada loteria, c prohibida como tal, toda a
operaçiio offerecida ao público para fazcr nascer a esperança
de um ganho, que haja de obter-se por meio d e sorte.
$ 2." Os auctores, os emprezarios, e os agentes de qiial-
quer loteria nacional ou estraiigeira, ou d e qualquer ope-
ração considerada loleria, ser30 punidos com a multa, con-
forme a sua renda, d e um a seis mezes.
$ 3." Os objectos postos em loteria serão apprehendidos
e perdidos a favor do Estado.
$ 4." Sendo a loteria de alguma propriedade immovel,
a perda a favor do Estado do objecto da loteria será siil)sti-
tuida por uma multa imposta ao proprietario, que, segundo
as circumstancias. poderá ser elesada até o valor da mesma
propriedade, accumulando-sc a que fica determinada no $2."

AItTIGO 27 1 . O
Aqudles, qiie negociarem os bilhetes, ou os distribuirem,
ou que por qualquer meio de publicaçfto tiverem feito co-
rilieccr o existencia da loteria, oii facilitado a emissúo, ou
LIV. 11.-TIT. 111.-C.M. X . , DOS JOGOS, LOTERIAS, CONV. ILLICITAS. 71)
distribuição dos bilhetes, ser80 punidos com a multa, con-
forme a sua renda, de quinze dias a tres meees.

ARTIGO %?%.O

Podem ser auctorisadas pelo Governo as loterias de ohje-


ctos moveis, ou dinheiro destinados exclusivamente a actos
de beneticencia, ou ií protecção das artes.
$ unico. O que violar os Kegulamentos feitos pelo Go-
verno para estas loierias auctorisadas, ser6 punido com as
penas do artigo antecedente.

ARTIGO 2 7 3 . O
Aquelle, que convencionar a venda, ou a entrega de fundos
do Governo, ou de fundos estrangeiros, ou dos estabeleci-
mentos publicas, ou de companhias anonymas, se não provar
que ao tempo da convenção tinha esses fundos á sua dispo-
sição, ou que os devia ter ao tempo da entrega, será punido
com prisão de quinze dias a seis mezes, e multa correspon-
dente.
$ unico. O comprador, se fdr sabedor das circurnstancias
declaradas neste artigo, será punido com metade destas penas.

bllOSOS E31 CASAS DE ENPREÇTMIOS IOBRE PENHORES.

ARTIGO 2?4.0
Aquelle, que sem a competente auctorisaçilo tiver estabe-
lecimento em que habitualmente se façam emprestimos sobre
penhores; e bem assim aquelle, que no estabelecimento au-
ctorisado não tiver liçro devidamente escripturado, em que
se contenham seguidamente, e sem entrelinhas, as sommas,
ou objectos emprestados, os nomes, domicilio, e profissão
dos inuluaiarios, a natureza, qualidade, e valor dos objectos
empenhados; ser6 punido com a prisão de quinze dias a tres
mezes, e multa de um mez.

CAPrnM) XI.

MONOI'OLIO.

ARTIGO 27.5.0
Todo o . mercador, que vender para uso do pilblico gcner8s
n ~ e s s a r i o s ao sustento diario, se esconder suas provisões,
ou recusar vende-las a qualquer comprador, será punido com
multa, conforme a sua renda, de um a seis mezes.

ARTIGO 2 7 6 . O
Qualqiier pessoa, que, usando de algum meio fraudiilento,
conseguir alterar os preços, q u e resultariam da natural e livre
concorrencia nas mercadorias, generos, fundos, ou quaesquer
outras coiisas que f0rem objecto de commercio, será punido
com multa, conforme a sua renda, de um a tres annos.
$ uiiico. Se o meio fraudulento empregado para commet-
ter este crime for a colligação com outros individuos, lcrh
logar a pena logo que haja começo da execuçáo.

ARTIGO 277.O
Será punida com a prisão de um a seis mezes, e com a
multa d e cinco mil reis a duzentos mil reis:
1.O Toda a colligação critre aquelles, que empregam qiiaes-
quer trabalhadores, que tiver por fim produzir abusivamenle
a d i m i n u i ~ a odo salario, se fòr seguida d o começo de exe-
cuçuo.
2." Toda a colligoçao cntrc os individuos de uma profis-
s30, ou de empregados em qualquer serviço, ou de quaesquer
trabalhadores, que tiver por fim suspender, ou impedir, ou
fazer subir o preço do trabalho regulando as siias condições,
oii de qualquer oiitro modo, se h o u ~ e rcomeço de esccii~òc~.
LIV. 1 1 . - T I T . 111.-CiP. X l . , D O MONOPOLIO E D O CONTRABANDO. 81
unico. O s que tiverem promovido a colligacão, ou a di-
rigirem; e bem assim os que usarem de violencia, ou ameaya
para assegurar a exccuyão, serão punidos com a prisào de
um a tres annos, e poderíí determinar-se a sujeiçãio á vigi-
iancia especial da policia, sem prejuizo da pena mais grave,
se os actos de violencia a merecerem.

ARTIGO 278."
Aquelle, que em qualquer arrematação, auctorisada por
Lei, ou pelo Governo, tiver conseguido por dadivas, ou pro-
messas, que algiiem nào lance; e bem assim aquelle que em-
barayar, ou perturbar a liberdade do acto, por meio de vio-
lencia, ou ameaças, seríí punido com prisào de dois mezes a
dois annos, e multa correspondente, sem prcjuizo da pcria
mais grave, se os actos d c violencia a merecerem.

ARTIGO 979.'
Aquelle, que importar, ou exportar mercadorias, generos,
ou quaesquer objectos de qiie a Lei prohibir a importação,
ou exportação, será punido com multa, conforme a sua ren-
da, de um mez a tres annos.
$ unico. O que prestar ajuda a este crime, occultando as
niercadorias, generos, e objectos prohibidos, ou de qualquer
outro modo, ou que nelles commerciar, seríí punido com a
mesma pena at6 dois annos.

ARTIGO 280.'
Aquelle, que importar, ou exportar quaesquer mercado-
rias, generos, ou outros objectos, sem qiic tenha pago os di-
reitos estabelecidos pela Lei para essa importa~áoou expor-
tnc8o; e bem assim aquelle, que, sendo sabedor de que os
direitos não foram pagos, commerciar nas mesmas mercado-
rias, generos, ou objectos, seríí punido com a pena de multa,
conforme a sua renda, de um mez a um anno.
6
82 CODIGO PENAL.

AI1TIGO 281 . O
Observar-se-h'To as disposiyoes das Leis especiaes sobre
esta materia, ficando sempre perdidos a favor. da fazenda
pública, e dos apprehensores, os objectos do contrabando,
ou descaminho, na f6rma que as mesmas Lcis especiaes de-
terminarem.
CAPITULO XII.

ASSOCIAÇÕES ILLICITAS POR FALTA DE ACCTORI~AÇ~(O.

ARTIGO 282.'
Toda a associação de mais de vinte pessoas, ainda mesmo
dividida em secções de menor niimcro, que sem preceder
iriictorisayão do Governo, com as coiidi~i,eaqiie clle julgar
eon,cnierites, se reunir para tratar de assumptos reli,'oloSoS,
politicos, litterarios, ou de qualquer outra natureza, será
dissolvida; e os que a dirigirem e administrarem, serao pii-
nidos com a pris'io de iim mez a seis mezes. O s outros mem-
hros serào punidos com a prisão até um inez.
$ I." ,4s mesinils penas scrào applicadas no caso de in-
fraq'io das condi~õcsimpostas pelo Governo.
(S 2." As pessoas domicili~dasna casa em que se reunir
a associação, não são comprehendidas no numero das decla-
radas neste artigo.
Sj 3." Serão punidos como cumplices aquelles, que con-
sentirem que a reuniao tenha logar em todo, ou em parte
da casa de qiic disponliam.

ARTIGO 283."
É illicita, e não póde ser auctorisada qualquer associaç80,
cujos membros se impozerem com juramento, ou sem elle, a
obrigação de occriltar á auctoridade pública o objecto de
suas reuniões, ou a sua orpanisaçáo interior; e os que nella
exercerem direcçáo, ou administraqáo, serão punidos com
prisão de dois mezes a dois annos; os outros membros com
metade desta pena.
$ i." É applicavel a disposição do $ 3." do artigo ante-
cedente sobre a cumplicidade.
Sj 2." Se qualquer rnernbro da associaqUo declarar espon-
tarieamentc á Auctoridiide pública o que souber sobre o
objecto, ou planos da associayào, ainda que não declare os
nomes dos outros associados, ser5 isento da pena.

CAMTCLO XIII.
DOS CRIMES DOS EMPREG.\DOS PUBLICO8 &O EXERCICIO
DE SUAS FUN<:@ES.

S E C ~ ~1..O

~nsvmcAçXa

ARTIGO S84.O
Todo o Juiz, que, julgando o fundo e substancia da causa,
proferir sentença defiriiti~amanifestamente injusta, por favor,
oii por odio, ser8 condemnado na pena da perda dos direitos
politicos.
$ 1." Se esta sentenqa fdr condemnatoria em causa cri-
niinal, e por effejto della se executar pena mais grave, será
esta imposta ao Juiz.
$ 2." E m todos os outros casos o Juiz,. que proferir sen-
teiiya, ou despacho! por favor, ou por odio, com manifesta
injustiça, será demittido.
$ 3." O que aconselhar uma das pa7tes sobre o litigio,
que pender perante elle, ser5 suspenso de um a tres andos.
($ 4." As disposições deste artigo e do seu $2." são appli-
caveis a todas as Auctoridades públicas, qiic em virtude de
suas funcçòes decidirem, ou julgarem qualquer negocio con-
tencioso submettido ao seu conhecimento.
$ 5." Havendo condemna@o, nos termos das disposifões
antecedentes, poderh ter logar a acção de nullidade.
6.
84 CODIGO PENAL.

ARTIGO 285.'
Todo o empregado publico, que sendo obrigado pela na-
tureza de suas funcçòes a dar conselho, ou informação á Au-
ctoridadc superior, consultar, ou informar dolosamente, com
falsidade do facto, ser8 demittido.

ARTIGO 986.'
Todos os Juizes, ou Auctoridades administrativas, que se
negarem a administrar a justiça, que devem 6s partes, de-
pois de se Ihes ter requerido, e depois da advertencia, ou
mandado de seus superiores, serào condemnados em sus-
pensõo.
ARTIGO 2 0 7 . O
O empregado público que, faltando ás obrigaçòes do seu
oficio, deixar dolosamentc de promover o processo, ou castigo
dos delinquentes, ou de empregar as medidas de sua compe-
tericia ],ara p r e ~ e n i r ,ou impedir a perpetracão dc qualquer
crime, serh demittido, seni prejuizo da pena mais grave no
caso de cumplicidade.
ARTIGO 288.O
Se o agente do Ministerio público querelar mnliciosamente
contra determinada pessoa, tendo conhecimento de que as
provas sõo falsas, ser8 puiiido com as mesmas penas que a
testemuriha falsa, ou como auctor do crime de falsidade.

ARTIGO S89..
Ser6 punido Com suspensão temporaria, e multa corres-
pondente a tres mczes ate tres annos:
1." O advogado, ou procurador judicial, que descobrir os
segredos do seu cliente, tendo tido delles conhecimento no
exercicio do seu m;ni*terio;
2." O que, tendo recebido d e alguma das partes dinheiro,
ou outra qualquer cousa, por advogar, ou procurar seu feito
e demanda; ou tendo acceitado a procuraçâo, e sabido os
segredos da causa, advogar, procurar, ou aconselhar em pú-
blico, ou secreto, pela outra parte, na mesma causa;
3." O que receber alguma cousa da parte contra quem
procurar ;
'4c.O O agente do Ministerio público, que incorrer em al-
gum dos crimes mencionados neste artigo, ser8 demittido, e
condemnado na referida ~nulta,salvo se pela corrupção lhe
dever ser imposta pena mais grave.

ARTIGO P90.O
Todo o empregado público, que revelar os segredos, de
que tenha conhecimento, em razao do exercicio do seu em-
prego; ou indevidarnerite entregar a alguem papei~,ou cópias
de papeis, que náo devam ter publicidade, existentes na re-
p a r t i @ ~a que pertencer, ser8 punido com a pena de sus-
pensTio.
$ 1." Esta disposiç3o 6 appliciivel a todos aquelles, que,
exercendo qualquer profissao que requeira titulo, e sendo em
razilo della depositarios de segredos, que se Ihes confiarem,
revelarem os que ao seu conhecimento vierem no exercicio
do seu ministerio.
$$ 2." As disposiy6es precedentes entendem-se sem gre-
juizo da pena de injuria, ou diffamação, se houver logar.

ARTIGO 291 .O
SerB punido com a pena de prisão de tres mezes a tres
aniios, podendo aggravar-se com a multa correspondente se-
gundo as circumstancias:
I."Qualquer empregado público, que prender, ou fizer
prender por sua ordem, alguma pessoa, sem que poder te-
nha para prender;
2." O que, tendo este poder, o exercer fóra dos casos de-
terminados na Lei, ou contra alguma pessoa, cuja prisão fdr
da exclusiva attribuição de outra auctoridade;
3." O que retiver preso o que dever ser posto em liber-
dade, em virtude da Lei, ou de seiitenla passada em julgado,
cujo cumprimento lhe competir, ou por ordem do superior
competente;
86 CODICO P E ~ A I . .

4.' O que ordenar, ou prolongar illegalmcnte a incorn-


municabilidadc do preso; ou qiie occultar um preso, que
deva apresentar;
li."O Juiz que recusar dar conhecimento ao que se achar
preso á sua ordem, dos motitos da prisão, do acciisador, e
diis tcstemiinlias, depois que para isso fdr reqiicrido.
Cj 1." Por prisão se entende tambcm qrialqiier deteric50,
ou custodia.
$ 2." Se o Juiz deixar de dar, tio praso Icoal ao preso
h siia ordem o coiiliecimcsto de quc trata o z.0'6." deste
artigo, s6mentc por negligencia, incorreri1 na pena dc cen-
sura, salva R iiidernnisa~fio do prejuizo, que por esta ricgli-
gencia possa ter causado.

ARTIGO 992.O
Será punido com a susperislo at6 um anno, podendo ag-
grn~ar-se com a multa cdkrcspondente, scgiindo as circum-
starrcias:
I."Qiialqiicr empregado público, que ordenar, ou exc-
cutor a prisâo de alguma pessoa, sem q u e se observem as
formalidades prcscriptas na Lei;
2." O qiie arbitrariaiiientc retitrr, oii ordenar que se r o
tenha, qualqricr preso fdra da cadCa pública, ou do logar
determinado pela Lei, ou liclo Governo;
3." O qiic, scndo competerite para passar, ou mandar
passar certidão.da prihão, a negar; ou recusar apresentar o
registo das prisões, quando fdr competentemente reqiiisitado;
4." O que, sendo encarregado da policia judicial, ou ad-
ministrativa, e sabedor de alguma prisão arbitraria, deixar
de (lar parte t auctoridade superior conipetente;
6." Todo o agente da auctorid,:de piiblica, encarregado
da guarda dos presos, qiie receber qiialquer preso sem ordem
cscr~ptada auctoridade pública.

ARTIGO 993.O
Todo o agente da auctoridade piiblica, encarregado da
guarda de algum preso, que empregar para com ellc rigor
illegitimo, será punido com prisão at8 seis nlezes; e se os
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. XIII., DOS C R I M . DO8 EMPREC. PUB., BTC. 87
actos, que praticar, tiverem pelas Leis pena maior, ser-lhe-
ha esta imposta.
ARTIGO g94.O
Qualquer empregado público, que, nesta qualidade, e abu-
sando de suas funcções, entrar na casa de habitação de qual-
quer pessoa, sem seu consentimento, fóra dos casos, ou sem
as formalidades que as Leis prescrevem, serii punido com a
prisào d e u m a seis mezes, e multa corresp0,ndente a um mez.

ARTIGO 995.'
Qualquer empregado público, que, subtrahir, supprimir,
ou abrir alguma carta confiada 6 administração do correio,
ou para isso concorrer, será punido com a pris8o de um a
seis mezes, e multa correspondente a um mez, salvas as pe-
nas maiores em que incorrer, se pela subtracçào, suppressão,
ou abertura, comrnetter algum outro crime qualificado pelas
Leis.
$ unico. Esta disposição não comprehende os casos em
que a auctoridade competente procede, para a formação do
processo criminal, Bs investigacòes necessarias, com as for-
malidades prescriptas na Lei.

ARTIGO 296.'
Qualquer empregado pÚblico,.que, nesta qualidade, e abu-
sando de suas funcções, impedir d e qualquer modo a um
cidadão o exercicio legal dos seus direitos politicos, será sus-
penso dos mesmos direitos por tempo nào inferior a cinco
annos, salvas as penas maiores, em que possa ter incorrido
nos casos previstos pelo capitulo ti." deste titulo, que serão
applicadas segundo as regras geraes.

ARTIGO 297.'
O empregado público, que, sendo competente para requisi-
tar, ou ordenar o emprego da força pública, requisitar, ou
ordenar este emprego, para impedir a execução d e alguma
Lei, ou de mandado regular da justiça, ou de ordem legal
de alguma oiictoridade pública, ser8 punido com a prisão de
um até tres annos.
88 CODIGO PENAL.

$ 1 . O Se o impedimento se consummar, será punido com


o degredo temporario.
$2." Se o impedimento se ri30 consiimmar, mas a requi-
siqào, ou ordem, tiver sido seguida de algum effeito, ser6 pu-
riido com as penas de tentativa de resistencia.

A R T I G O a98.O
Se am empregado público for accusado d e ter commeltido
algurn dos actos abusivos, qualificados crim'es nos artigos an-
tecedentes dcsta sccç;io, e provar que o superior, a que deve
directamente obediencia, lhe dera, ern materia de siia compe-
tericia, a ordem, em fórma legal, para praticar esse ncto, será
isento da pena, a qual sertí imposta ao superior, que deu a
ordem.
AIITIGO E99.O
Qualqiier empregado píiblico, que, no exercicio, ou por
occnsiao do exercicio de suas funcçòes, emprega%, ou fizer
empregar, sem motivo legitimo, contra qualquer pessoa, vio-
Icncias, que nilo sejarn nccessarias para a eaecuçõo do acto
legal que deve cumprir, serh punitlo com a pena de prisão
de um a seis mezes, salva a pena maior em que tiver incorri-
do, se os actos da violencia forem qualificados como crimes.

ARTIGO 300.'
Se qualquer empregado público, ou corporação investida
de auctoridade pública, sp ligar por qualquer meio com ou-
tros empregados, ou corpora~des,ajustando entre si medidas
para impedir a execução de alguma Lei, ou ordem do Poder
executito, será condemriado cada iim dos crimiriosos na ~irisào
de um a seis mezes, e será. demittido.

EXCESSO DO PODER, E DEGOBEDIEüClA.

ARTIGO 301.'
Serh punido com a demissao, ou suspensão, conforme as
circiimstancias:
1." Todo o empregado público, que se ingerir no exer-
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. X I I I . , DOS CBIM. DO8 EMPREQ. PUB., ETC. 89
cicio do Poder lcgislativo, suspendendo qiiaesquer Leis, ou
arrogando-se qualquer das attribuisões que exclusivamente
competem hs Cdrtes, corp a sancção do Rei;
2." O Juiz, que fizer regulameritos em materias attribui-
das ás auctoridades administrativas, ou prohibir a execução
das ordens da administração.
3." O Juiz, que, sem auctorisrsão do Governo, ordenar o
con~parecimentoem juizo, ou o interrogatorio, ou a prisão
de algum empregado administrativo, por crime commettido
no exercicio de suas funcçòes, depois que o mesmo empre-
gado, ou auctoridade superior administrativa, tiver, perante
elle, reclamado contra o procedimento judicial não aiicto-
risado;
4.' A auctoridade admiriistrativa, qoc, com quaesquer or-
dens, ou prohibições, tentar impedir, ou perturbar o exer-
cicio do Poder judicial.
ARTIGO 309.O
Será punido com a suspensão ate um anno:
2 ." O Juiz, que, tendo mandado citar, para acção de per-
das e damnos, um empregado administratibo, por motivo do
exercicio das suas funcyòes, proseguir rio feito sem a auctori-
salão competentc, depois da reclamasão do mesmo empregado;
2." O Juiz, que, depois d e apresentado em juizo o des-
pacho, que, nos termos da Lei, levantar conflicto positivo en-
tre a auctoridade administrativa e judicial, não sobre-estiver
eiii todos os termos da causa;
3." A auctoridade administrativa, que, depois da reclama-
çso d e qualquer das partes interessadas, decidir em materia
da competencia do Poder judicial, sem que a auctoridade
superior tenha julgado a reclamação, ou depois que a tenha
julgado procedetite.
ARTIGO 303.O
O s membros dos Tribunaes judiciaes, ou administrativos,
e quaesquer Juizes, que recusarem dar o devido cumpri-
mento ás sentenças, decisões, ou ordens, revestidas das f6r-
mas legaes, e emanadas da auctoridade superior, dentro dos
limites da jurisdicção que t i ~ e na
r ordem hierarchica, serão
suspensos de tres mezes a tres annos.
90 CODIGO PENAI..

$ I."Qualquer outro empregado píiblico, que recusar


dar o devido cumprimerito 6s ordens qiie o superior, a que
d e ~ ediiectamente obediencia, Ilie dbr cm fúrma legal, em
materia da sua competencia, serti piinido com a dernissáo, ou
suspens50, segunc!~as circumstancias.
2." Se for caso em que, segundo a Lei, possa ter logar
a representarão do empregado inferior, com suspeosùo da
cxecuçào da ordem, sci terli logar a pena, se, depois de des-
approvada a suspensùo pelo superior, e repetida a ordem,
houver a recusa de sua execução.
$ 3." Fica salvo o que se determinar nas Leis militares,
sobre a subordinarào militar, como está declarado no artigo
f S.", 2.",e artigo 16."
ARTIGO 3 0 4 . O
Todo o empregado píihlico civil, o11 militar, qiie, tendo
recebido rcqiiisií$o legal da auctoridade competente, para
prestar a d c ~ i d acoopcra~óopara a ndniinistração da justiça,
ou qualquer ser! iço ~~íiblico, i ecii*ar presta-la, será punido
com a demissào, ou siispensáo, conforme as circumstancias.

ARTIGO 3 0 5 . O
Aqiielle! que recusar um emprego público elcctivo, sem
que requeira, perante a auctoridade competente, a sua es-
cusa, pur inolivo legal, ou tendo esta sido dçsattendida, ser8
piiriido com uma multa de dez mil r6is a cem mil reis, e
suspensiio dos direitos politicos por dois annos.

AItTIGO 306
Todo o empregado púl)lico, que exercer as funcçòes do
emprego, tendo voluritariamente omiitido a prestaqùo do ju-
ramento requerido pela Lei, ser.li punido com uma multil de
cinco mil reis a cincoeiita mil rhis.

ARTIGO 307.O
'Aquelle, que continuar no exercicio iias fu11cc;ões do em-
1.1V. 11.-TIT. 111.-CAP. XiII., DOS CIIIM. DOS EMPBEG. POB., ETC. 91
prego píiblico, depois de lhe ter sido oficialmente intimada
a sua dcrnissão, ou susperislio, ou depois de estar legalrneiitc
suhslituido, ser& punido com a prisão de um at6 trcs anrios,
saljas as penas da falsidade,.se houverem logar.
$ uiiico. Se as fuiicçòes forem de um comma3do militar,
aquelle, que continuar no~exerciciodellas, rios casos decla-
rados neste artigo, ou no caso em que l'dr licenciada a forca
militar, ou de qiialquer outro modo cessar o commando, será
punido com a demissho, e com a prisào de um a tres annos,
salvo o que se acha determinado pelas Leis militares para o
estado de guerra, e salvos os casos em quc devam applicar-se
as penas mais graves, decretadas para os crimes contra a sc-
gurança interior, ou exterior do Estado.

ABTIGO 308.'
Todo o empregado público da ordem judicial, ou admi-
iiistrati\.a, que abandonar o emprego, recusando a continua-
çtio do exercicio de suas luncções, ser8 puriido com a sus-
~ C I I S ~dos
O direitos politicos por cinco anrios.
$1." O que, sem licença, se ausentar por mais de quinze
dias, ou exceder a licença, sem motiro jiisto, pelo mesmo
espayo de tempo, scrh suspcnso dos direitos politicos por dois
annos, ou será condemnado em multa corresporidente a um
mez, segiirido as circumstaricias.
$j 2." Se estes crinies forem commettidos para rlào impe-
dir, ou não repellir qualquer crime coritra a segurança irite-
rior, ou exterior do Estado, serão punidos com as penas da
cumplicidade.
ABTIGO 309.'
Nas deserções militares observar-se-ha o que se acha dis-
posto nas Leis militares.
$j unico. O crinie de alliciayão para a deserçào militar,
seguindo-se effeito, serh punido, ou com as mesmas penas
da deserçào, sc o alliciador fdr julgado corno auctor, segundo
as regras geraes da Lei; ou com as da cumplicidade, se s6-
mente fòr julgado ciimplice, segundo as mesmas regras. Se
não se seguir effeito, serh puriida a alliciaçào pelas regras da
tentativa.
RO3iPIXENTO DE SELLOS, E D E S C A l l m O D E PAPEIS G U 4 R D \TEIS NOS DEPOSITOS
PLBLICOS, OU COSFUDOS m RAZAO DO FXPILECO I . ~ B L I C O .

ARTIGO 310.'
O s empregados publicos encarregados da guarda de papeis,
titiilos, ou outros objectos sellados por ordem da auctoridade
competcnte, que abrirem, ou romperem os s&llos, seruo pu-
nidos coni a prisão maior temporaria.
$ i." O furto, com o rompimento das s~!llos, commettido
pelos mesmos empregados publicos, será punido com os tra-
balhos publicos temporarios.
$ 2.' Se a l y m a outra pessoa commetter os crimes decla-
rados rieste artigo, c no $ I.", será, rio primeiro caso, punido
com a prisão de um a Ires aiinos, e no segundo com as penas
do roubo.
AKTIGO 311."
Será punido com as penas do furto, segundo o valor da
cousa, ou do prcjuizo causado, e com a declaracão de inca-
pacidade para servir oficio algum público, todo o empregado
público encarregado da guarda e conservaçào dos documen-
tos e papeis guardados nos orchivos, cartorios, ou quaesquer
depositos l)ublicos, que sul~trahir,supprimir, ou desencami-
nhar alguris desses documentos, ou papeis.
$ uriico. Se aos empregados, d e que tratam este artigo
e o antecedente, se imputar unicamente, e provar negligen-
cia, nos casos em que os crimes declarados nos mesmos arti-
gos fdrem commettidos por outra pessoa, n pena da negli-
gencia será a suspensão at6 seis mezcs.

ARTIGO 319.'
Todo o empregado público, que voluntariamente desenca-
minhar, destruir, ou subtrahir quacsquer documentos, ou ti-
t u l o ~ ,cuja perda, ou dcscaminho possa ser prejiidicicil a ou-
tra pessoa, ou ao Estado, e que lhe tiverem sido confiados
em raz3o do seu oficio, scrh punido com as penas dc furto,
e demissao.
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. XIII., DOBCRIY. DO8 EHPREG. PGB., ETC. 93

. $ unico. As penas d o furto serão applicadas no caso deste


artigo a qualquer pessoa encarregada da guarda dos docu-
mentos, ou titulos nelle referidos, pela Auctoridade legitima,
ou por commissão d o empregado público a quem houverem
sido confiados.
SECÇÃO 6..

PECULATO E CONCUSSAO.

ARTIGO 3 1 3 . O
Todo o empregado público, que em rastio de suas funcções,
tiver em seu poder dinheiro, titulos de credito, ou effeitos
moveis pertencentes ao Estado, ou a particulares, para guar-
dar, despender, ou administrar, ou lhe dar o destino legal,
se alguma couss d'estas furtar, maliciosamente levar, ou dei-
xar levar, ou furtar a outrem, ou applicar a uso proprio, ou
alheio, faltando 8 applicação, ou entrega legal, ser8 condem-
nado a trabalhos publicos temporarios:
i." Se a cousa levada, ou furtada, exceder ao valor de
seiscentos mil rkis;
2." Se igualar, ou exceder o terço da receita, ou depo-
sito, tratarido-se de dinheiros, ou effeitos, uma vez recebi-
dos, ou depositados;
3." Se igualar, ou exceder a fiança, quando o emprego
for sujeito a ella;
4." Se igualar, ou exceder ao terço do producto ordinario
de receita de um mez, tratando-se de receitas, provenientes
de entradas successivas, e náo sujeitas a fianca.
$ i." Quando o valor fi3r inferior aos declarados neste
artigo, a pena será a de prisão maior temporaria.
$ 2." E m todos os casos enumerados neste artigo e $,
ser8 o rko condemnado tambem na multa de um a tres
arinos.
$ 3." Se dkr o dinheiro a ganho, ou o emprestar, 'ou
pagar antes do vencimento; ou, se estando encarregado da
arrecadaçao, ou cobrança de alguma cousa pertencente ao
Estado, der espaço, ou espera ao devedor, será punido com
a prisão de um a tres annos, e multa correspondente.
94 CODIGO PENAL.

(S 4." Sc dCr ao dinheiro público iim destino para uso


público, differente daqiielle para que era destinado, serh
suspenso até seis mezes, e condemriado em miilta de sessenta
mil rbis.
$5." As disposiçòes deste artigo e seus SS, comprehen-
tlcm quaesquer pessoas, que, pela Auctoridade Irgitima, fòrem
constituidas depositarios, cobradores, ou recebedores, relati-
vamente ás cousas de que forem depositarios publicos, cobra-
dores, ou recebedores.
ARTIGO 314.O
Todo o empregado público, que extorquir de alguma
pessoa-por si ou por outrem-dinheiro, serviços, ou outra
qualquer cousa, que lhe não seja devida, empregando vio-
lencias, ou ameaças, ser& punido com os trabalhos publicos
por toda a vida.
$ iinico. Esta pena, porbm, poderá ser attenuada, sul-
stituirido-se-lhe a pena de prisào, mesmo a correccional,
segundo as circumstancias.

ARTIGO 315..
Todo o empregado público, que, sem auctorisaqão legal,
impozer arbitrariamente uma coritribuiyfio, receber-por si
o11 por outrem-qualqiier importaricia dellii com destino ao
serviço público; e bem assiin todo o ernprepdo público,
encarrcgíido da cobrançii, ou arrecadacão de impostos, ren-
das, dinheiro, ou qiialquer cousa pertencente ao Estado, ou
a estabeleciment,os publicos, que receber com o mesmo des-
tino o que n5o fOr devido, ou mais do que fdr devido, sendo
disso sabedor, será punido com a siispens80 de um a tres
annos, e multa. correspondente.
(S i." Os prepostos, ou encarregados da cobrança por
commissao dos empregados publicos, de que trata este ar-
tigo, se commetterem o criine ei~uric~i;itlono mesmo artigo,
seriío punidos com a multa de iim a Ires annos.
$ 2." Sc as cousas, iiidevidamente recebidas, f0rcm con-
vertidas pelo criminoso em seu proprio proveito, a pena será
a de trabalhos publicos ternporarios, e a multa de um a tres
annos.
LIV. 11.-TIT. 111.-CAP. XIII., DOSCRIX. DOS IJMPREG. PUB. ETC. 95
3 3." Se o valor das cousas, indevidamerite recebidas, e
convertidas pelo criminoso em seu proprio proveito, for iri-
ferior a duzentos mil reis, a pena ser8 a de prisão maior
temporaria, e multa correspondente a tres mezes.

ARTIGO 3 1 6 . O
0 s empregados publicos, não auctorisados pela Lei, para
levar ás partes emolumentos, ou salarios; e bem assim aquel-
les que a Lei auctorisa a levar sómente os emolumentos, ou
salarios, por ella fixados; se levarem maliciosamente por al-
gum acto d e suas funcções o que Ihes não 6 ordenado, ou
mais do que Ilies 6 ordenado, posto que as partes Ih'o qiiei-
ram dar, serão punidos com a demissão, ou suspensiio, se-
gundo as circumstancias, e multa de um mez att? tres annos,
salvas as penas da corrupção, se houverem logar.

ARTIGO 3 1 7 . O
Todo o empregado público, que em cousa, ou negocio,
de ciija disposição, administração, inspecção, fiscalisação, ou
guarda, estiver encarregado, em razão de suas funcçòes ; ou
em que do mesmo modo estiver encarregado de fazer, ou
ordenar alguma cobrança, arrecadação, liquidaçso, ou paga-
mento, tomar, ou acceitar -por si o11 por outrem- algum
interesse por compra, ou por qualquer outro titulo, ou mo-
do, será punido com a prisão de um a tres annos, e multa
correspondente.
$C I.." O mesmo se observarh a respeito daquelle que, por
commissão, ou nomeaí$o legal do empregado público, ou da
Auctoridade competente, fdr encarregado de algum dos obje-
ctos, de que trata este artigo.
2 . O As mesmas penas serao impostas aos perilos, ava-
liadores, arbitradores, ~artidores,depositarios nomeados pcla
Auctoridadc pública; e bem assim aos tutores, curadores, tcs-
tameriteiros, que violarem as disposiçòes deste artigo a res-
peito das cousns, ou negocios, em que deverem exercer as
suas funcções.
CODIGO PENAL.

ARTIGO 318.O
Todo o empregado público, que commetter o crime de
peita, suborno, e corrupção, recebendo dadita, ou presente
-por si, ou por pessoa interposta com sua aiictorisação,
ou ratificayão, para fazer um acto de suas funcçòes; e este
acto fdr injusto, e far executado, será punido com a pena
de prisão maior temporaria, e multa coirespoiidcnte a um
anno: se este acto, porem, não far exec~tiido,será coridem-
nado em suspensão de um a tres annos, e na mesma multa.
$ 1 ." Se o acto injiisto, e eueciitado, fdr um crime, a que
pela Lei esteja decretada pena mais grave, terá logar a pena
que segundo a Lei dever ser imposta.
2." Se rdr um acto justo, que o empregado seja obri-
gado a praticar, ser,) siispenso at6 um anno, e condemnado
na rnulta correspontlente a um mez.
SI 3." Se a c o r r i ~ p ~ à[ eo\ e por fim a abstenqáo d e um acto
das funcções do mesmo empregado, n pena ser8 a de demis-
são, ou a siispensão d e um a tres annos, e multa corrcspon-
dente, segundo a* circiimsiancias.
4." A acceitacão de offerecimcnto, ou promessa, seró
punida obscrjando-se as regras geraes sobre a teittatisa; mas
sempre haverá logar a pena de dcmissno, se o acto fhr injiisto,
e executado.
$ 5." Se o empregado repudiou livremente o offcreci-
mento, ou promessa, que acceit;ira; ou restituiu a dadiva, ou
presente, qiie recebbra; e livrcmenle deixou de executar o
acto irijusto, sem que fosse impedido por m o t i ~ oalgum in-
dependerite tia sua tontade, cessará a disposição deste artigo.
$ 6." As disposi~òesdeste artigo, e seus $$, terão logar
lambem nos casos em que o empregado público, arro-
gando-se dolosamente, ou simiilando altribiiiçno de fazer
qiralqiier aclo, acccitar offcrecimento, ou promessa, ou rece-
her dadiva, ou presente, para fazer esse acto, ou não o fazer;
salvas as penas mais graves da falsidade, se houverem logar.
LIV. 11. - TIT. 111. - CAP. X I I I . , DOS CRIM. DOS EMPREC. PUB. ETC. 97

$ 7." São igualmente applicaveis aos arbitros as disposi-


ções deste artigo, e seus $S.
$ S." A s penas determinadias nos artigos antecedentes,
são applicadas aos peritos,-e a quaesquer outros, que exer-
cereni algurna profissão a respeito dos seus actos, que fdrem
segundo a Lei requeridos para o desempenho do serviço pú-
blico, cscepto quando a Lei os auctorisar a regrilar com as
partes o seu salario.
$ O." Nos casos dos dois ultirnos antecedentes a pena s$$
d e dcmissáo, ori a de sasperisão, ser8 siibstitiiida pela sus-
pensão.do exercicio da profissão, ou pela suspensáo dos di-
reitos politicos não inferior a dois annos, salvo o disposto no
artigo %i.", e sem prejuizo da pena mais grave, em que
possam ter incorrido por niotivo dos referidos actos.

ARTIGO 319.'
O s Juizes e Jurados, que forem corrompidos para julga-
rem, ou ordenarem, ou pronunciarem, em materia crimirial,
a favor, ou contra alguma pessoa, antes, ou depois da acru-
saçáo, serão-condemnados a trabalhos publicos temporarios,
e multa de um conto de reis, distribuida por todos os cor-
rdos.
ARTIGO 320.O
Se por effeito da corrupção houver condemnaçso a uma
pena mais grave, que a declarada no artigo antecedente, será
imposta ao Juiz, ou Jurado, que se deixar corromper, essa
pena mais grave,- excepto se fbr pena de morte,-e nâo
tiver sido executada; porque neste caso terá logar a prisiio
por toda a vida; e, em todo o caso, a multa declarada no
artigo antecedente.
ARTIGO 32l.O
Qualquer pessoa, que corromper por dadivas, presentes,
offerecimentos, ou promessas, qualquer empregado público,
solicitando uma injustiça, comprando um voto, ou procu-
rando conseguir, ou assegurar, pela corrupçao, o resultado
de quaesquer preteri~òes,scrh punido com as mesmas penas,
que fdrem iinpostas a.0 empregado corrompido, com a decla-
ração de que as penas de demissão, ou suspensão, ser80 sub-
7
9s CODIGO PENAL.

. itituidas pela suspensão dos direitos politicos, n8o inferior a


dois arinos. _
, unico. Quando o suborno tiver logar em causa criminal
a favor do réo, por parte delle mesmo, do seu conjuge, ou
de algum ascendente, ou descendente, ou irmão, ou afEm nos
mesmos graos, a pena serti a de inulta de um a sc''1s mezes.

ARTIGO 322.O
Se o empregado público acceitar por si, ou por outrem,
offerecimento, ou promessa; ou receber dadiva, ou presente,
de pessoa, que perante elle requeira desembargo, ou despacho,
ou que tenha negocio, oii pretenyão dependente do exercicio
de suas funcções públicas, ser-lhe-h&o applicadas as disposi-
çòes do artigo 318." c seus $$.

AIiTIGO 383."
Serão sempre perdidas i1 favor do Estado as cousas recc-
bidas por effeito da corrupção, oii o seu valor.

AIITIGO 324
Todo o empregado píil)lico será considerado cumplice, e
punido segundo as regras geraes sobrc a cumplicidade no
caso, em que, sabedor de uni crime commettido por empre-
gado subalterno! que lhe deve directamente obediencia, nao
empregar os meios quc a Lei lhe faculta, para que seja pu-
riido.
ARTIGO 395..
Nos casos em que a Lei ntio decretar especialmente as
penas dos crimes, d e qualquer ri;itiircza, commettidos por
empregados publicos, será imposta a pena do crime aggra-
vada ao empregado público, que por qualquer dos modos
declarados no artigo 26." for cumplice de um crime, que
elle esteja encarregado de velar, e obstar a que se commetta,
oii de concorrer para que seja punido.
LIV. 11,-TIT. 1V.-CAP. I. DOS CRIME8 CONTRA A8 LIBERD. P E 8 8 . 99
ARTIGO 3b6.0
Em todos os casos não designados neste capitulo, nos
quaes as Leis, ou Regiilamentos de cada um dos emprega-
dos piiblicos decretarem penas correccionaes, ou especiaes
pela violação, ou falta de observancia de suas disposições,
applicar-se-hão essas penas com as seguintes declarações:
i.' Havendo sómente negligencia não se impor6 pela con-
travenção a pena de demissfio, e ser& esta pena substituida
pela de suspensão;
2." Verificando-se em qualquer caso, e em qualquer tem-
po, segunda relncidencia, o empregado, que duas vezes tiver
sido condemnado, serh demittido;
3.' As disposições antecedentes applicam-se aos facto's da
competencia da jurisdicção disciplinar..

ARTIGO 3J7 ."


Para os effeitos do disposto neste capitulo, considera-se
empregado público todo aquelle, que, ou auctorisado imme-
mediatamente pela disposição da Lei, ou nomeado por eleiçuo
popular, ou pelo Rei, ou por auctoridade competente, exerce,
ou participa no exercicio de funcyões públicas civis de qual-
quer natureza.

TITULO IV.

CAPITULO I.
DOS CRIMES COKTBA A LIBERDADE DAô PESSOAS.

ARTIGO 328.'
Todos os que sujcitarern a captiveiro algiim homem livre,
serâo condeinriados cni prisilo maior temporaria, e no ma-
xirno da multa.
7 *
100 CODIGO PENkL.

ARTIGO 399.O
Todo o individuo particular que, sem estar legitimamente
auctorisado, empregar actos de oflcrisa corporal para obrigar
outrem a que faça algurna coiisa, o11 iriipedir que a faça, será
condemnado a prisào de um mez a um anno, podendo tam-
bem ser condemnado na multa correspondente.

CARCBELE PRIVADO.

ARTIGO 330P
Todo o individuo particular, que fizer carcere privado,
retendo, por si, OU por outrem, ate vinte e quatro horas,
algum como preso em alguma casa, ou em outro logar onde
seja retehdo, e guardado em tal maneira, que não seja em
toda a sua liberdade, posto que não tenha nenhuma prisao,
será condemnado a prisào de um mez a um anno.
$ 1." A simples retençáo por menos tempo A considerada
como offensa corporal, e punida conforme as regras da Lei
em taes casos.
$ 2." Se a retenção durar mais de vinte e quatro horas,
ser8 condemnado o criminoso a prisao de tres mezes a tres
annos.
$ 3." Se dentro de tres dias o criminoso d8r liberdade
ao retido, sem que tenha cons~guidoqualquer objecto a que
se propozesse com a retenção, e antes do começo de qual-
quer procedimento contra elle, a pena será attcnuada.
$ 4.O Se a retenção, porem, durar mais de vinte dias, a
pena será o degredo temporario, e o maximo da multa.

ARTIGO 331.'
Em qualquer dos casos em que se verifique o crime de
carcere privado, a pena será a de trabalhos publicos tempo-
rarios :
1 Se o criminoso cornmetter o crime simulando por
.O

qualquer modo auctoridade pública;


LIV. 11.-TIT. [V.-CAP. II., DOS CBIIII. CONT. O XST. CIY. DAS PESS. 101
2." Se o crime tiver sido acompanhado de tortura corpo-
ral, o11 ameaças de morte.

ARTIGO 3 3 9 . O
Se aquelle que commetter o crime de carcere privado, n8o
mostrar que deu a liberdade ao offendido, ou aonde este
existe, ser&condemnado a trabalhos publicos por toda a vida.

ARTIGO 333.O
As disposições dos artigos antecedentes são applicaveis aos
empregados publicos que commetterem este crinie fóra do
exercício de suas funcções.

AI1TIGO 339.'
Salvos os casos em que a Lei permitte aos individuos parti-
culares a prisâlo de alguem, todo aquelle que prender qualquer'
pessoa para a apresentar á auctoridade, ser&punido com a pri-
são de tres a trinta dias.
.ARTIGO 335.O
Nos casos em que a Lei permitte aos individuos particu-
lares a retenção de alguem, se se empregarem actos de vio-
lencia, qualificados crimes pela Lei, serão punidos esses actos
de violencia com as penas correspondentes.

DOS CRIMES CONTRA O ESTADO CIVIL DAS PESSOAS.

I:sVBPAÇ~O DO EST \1>0 CI\ IL E V\TRIIOSIOS SUFFOSTOS, E ILLECIES.

ARTIGO 336.O
Aquelles, que dolosarnerite usurparem o estado civil de
óutrern, ou que, para prejudicar os direitos de alguem, usur-
parem os direitos conjiigaes por meio de falso casamento,
ou que para o mesmo fim se fingirem casados, ou usurparem
quaesquer direitos de família, sertio condemnados a degredo
temporario.
ARTIGO 337.O .
Todo o homem, ou mulher, que contrahir segundo, ou
ulterior matrimonio, sem que se ache legitimamente dissol-
vido o anterior, será punido com a prisào maior temporaria,
e o maximo da multa.
ARTIGO 338.O
S e o homem, ou mulher que contrahir matrimonio, tiver
conhecimento de que 6 casada a pessoa com quem o contra-
hir, será punida pelas regras da cumplicidade.

ARTIGO-339.O
As disposições especiabr, gue as I a i s existentes estabele-
cem a respeito de matrimonios illegaes, 'e de contravenções
aos Regulamentos sobre os actos do estado civil, observar-
se-1180 em tudo o que não se acha decretado neste Codigo.

s~cçAo4.'
PARTOS SCPPOSTOS.

ARTIGO 3 4 0 . O
A mulher, que, sem ter parido, d6r o parto alheio por seu;
ou que, tendo parido filho vivo, ou morto, o substituir por
outro, sera condemnada em degredo temporario.
$ 1." A mesma perta serh imposta ao marido, que for
sabedor, e consentir.
$ 2." Os que para este crime concorrerem, serão punidos
como auctores, ou cumpliccs, segundo as regras geraès.

ARTIGO 341 .O
Ser6 punida com os trabalhos publicos temporarios a falsa
declaray80 dos paes de um infante, feita, ou com consenti-
mento, ou sem consentimento deles, perante a auctoridade
competente, e corn o fim de prejudicar os direitos de alguem;
e bem assim a Salsa declarar20 feita perante a mesma au-
ctoridade, e com o mesmo fim, d o nascimento e morte d e um
infante, que nunca existiii.
LIV. 11.-TIT. 1V.-CAF. II., DOSCRIM. CONT. O EST. CIV. DAS PESS. 103

ARTIGO 342.'
Aquelle, que por violencia, ou por fraude, tirar ou levar,
ou-fizer tirar, ou levar um menor de sete arinos da casa, ou
logar em que, com auctorisação das pessoas encarregadas da
sua guarda, OU direcção, elle se achar, serh condemnado a
prisiio maior temporaria.
*
ARTIGO 343.O
Aqiielle, que obrigar por violencia, ou induzir por fraude
um menor de vinte c um arinos a a b a n d o n x a casa de seus
paes ou tutores, oii dos que fbrem encarregados de sua pes-
soa, ou a abandonar o logar em que por seu mandado elle
estiver, oii o tirar, ou o levar, ser8 condemnado a prisâo
correcciotial, sem prejuizo da pena maior do careere privado,
se tiver logar.
$ unico. Se o menor tiver menos de dezesete annos, a
pena será o maxirno da prisão correcciooal.

ABTIGO 344.'
Aquelle, que occultar, ou fizer occultar, ou trocar, ou fizer
trocar por outro, ou desencaminhar, ou fizer desencaminhar
um menor de sete annos, ser:\ condemnado a trabalhos pu-
b l i c o ~temporarios.
$ 1." Se fdr maior de sete annos, e menor de dezesete,
será condemnado a prisão maior temporaria com trabalho,
salvas as penas maiores do carcere privado, se houverem
logar.
$ 2." E m todos os casos até aqui enunciados nesta secção,
aquelle que não mostrar onde existe o menor, será conde-
mnado a trabalhos publicos por toda a vicia.
$ 3." O que, achando-se encarregado da pessoa de um
menor de sete annos, nâ0 o apreseritar aos que teem direito
de o reclamar, nem justificar o seu desapparecimento, será
condemnado a prisão maior temporaria com trabalho.
E X P O S I Ç ~ OE ABIXDOSO DOS ISFANTES.

ARTIGO 345..
Aqrielle, que exposcr e abandonar, ou fizer expdr e aban-
donar algum menor de sete annos em qualquer logar, que
não seja o estabelecimento público destinado*h recepção dos
expostos, será c o ~ d e m n a d oa prisão de um mcz h tres annos,
e multa correspondente.
$ I."Se a exposiçáo e abandono fôr em 1ogar ermo, ser&
condemnado a prisão maior temporaria.
$ 2." Se fdr commettido este crime pelo pae ou máe legi-
timos, ou tutores, ou pessoa encarregada d a guarda, ou edu-
caçáo do menor, será aggravada a pena com o maximo da
multa.
3." Se com a exposiçáo e abandono se poz em perigo a
vida d o menor, ou se resultou alguma les'io, ou a morte, a pena
ser8 o maximo da prisáo maior temporaria com trabalho.

ARTIGO 346."
Aquelle, que, achando exposto em qualquer logar um re-
cemnascido, ou que, encontrando em logar ermo um menor
d e sete annos, abandonado, o n'io apresentar h auctoridade
administrativa mais proxirna, será condemnado a prisáo de
um mez a tres annos.
ARTIGO 347.'
Aquelle, que, tendo a seu cargo a criação, ou educaçáo d e
um menor de sete annos, o entregar a estabelecimento pú-
blico, oii a outra pessoa, sem consentimento daquella que
lh'o confiou, ou da auctoridade competente, ser8 condemnado
a prisáo de um mez a um anno, e multa correspondente.

ARTIGO 348.O
O s paes legitimos, que, tendo meios de sustentar os filhos,
os expozerem fraudulentamente no estabcleçimento público
destinado h recepção dos expostos, serao condemnados na
multa de um mez a um anno.
L I V . 11. - 1 1 1 . I V . -CAP. 111.9 DOR C B I P . CONT. A SEG. DAS PESS. 106

CAPITCLO 111.
DOS CRIMES COATRA A SEGURANÇA DAS PE850A&
..
80HICIDIO TOLUSTARIO SIMPLES E ACGRATADO, B ENVENENAMENTO.

ARTIGO 349.'
Qualquer pessoa, que voluntariamente matar outra, será
punida com trabalhos piiblicos por toda a vida.

ARTIGO 350..
Serfi punido como tentativa de homicidio, ou como delicto
frustrado, segundo as circumstancias, todo o ferimento, es-
pancamento, ou offensa corporal feita com intenção de matar,
nos casos em que a morte se n'io seguiu, ou em que a morte
se seguiu por effeito de causa accidentiil, e que n8o era con-
sequencia do facto do criminoso.

ARTIGO 351 .O
Ser& punido com a pena de morte o crime de homicidio
~ o l u n t a r i odeclarado no artigo 349.", quando concorrer qual-
quer das rircumstaricias seguintes:
i ." Premeditayno ;
2." Quando se empregarem torturas, ou actos de criiel-
dade para aiigmentar o soffrimento do offendido;
3." Quando o mesmo crime tiver por objecto prepardr, ou
facilitar, ou executar qualquer outro crime, ou assegurar a
sua impunidade;
4." Quando fdr precedido, ou acompanhado, ou seguido
de outro crime a que corresponda pena niaior, que a de Ires
annos de prisão;
:5 Nos crimes a que se referem os dois antecedentes nu-
meros, na0 se compreheridem aquelles que S ~ pela O Lei qua-
lificados como crimes contra a segurança interior, ou exte-
rior do Estado, sem complicaçáo de outro qualquer.
106 CODIQO PKNAL.

ARTIGO 35a.O'
A premeditacão consiste no desigriio formado antes da
acqão de attentar contra a pessoa de um individuo determi-
nado, oii niesmo daqrielle, que for achado, ou encontrado,
aiiida que este designio seja dependente de alguma circum-
stancia, ou de alguma condiçào; ou ainda que depois na exe-
cucãosdo crime haja erro, ou,engano a respeito dessa pessoa.

AI1TICO 353.'
Aquelle, que commetter o crime de envenenamento, será
punido com a pena d e morte.
E qualificado crime de envenenamento todo o attentado
contra a vida de alguma pessoa por effeito de substancias,
qiie podem dar a morte mais ou menos promptamente, de
qiialquer modo qiie estas substãncias sejam empregadas, ou
administradas, e quaesquer que sejam as consequencias.

ARTIGO 354."
'Será punido com a pena de prisão correccional aquelle,
que prestar ajuda a alguma 11essoa para se suicidar.
$ unico. Se com o fim de prestar ajuda chegar elle mes-
mo a executar ii morte, ser8 punido com o degredo por toda
a vida para a India.

IIONLCIDIO VOLUXTABIO ACCL\.\TADOPELA Q U A L I D b ~DdS ?BSMAS.

ARTIGO 355.O
Aqiielle, qiic matar voluntnrinmente seu pae, ou mâe, le-
g i t i m o ~ ,ou riaturaes, ou qualqrier dos seus ascendentes legi-
tiinos, serh punido, corno parricida, com a pena de morte.
S; 1." Se riáo houve premeditaCào, poder& ser attenuada
a perta, provando-se a pro\ocaçjo, na forma que se declara
no artigo 376."
crj 2." Se houve prcmeditacão, nerihuma circumstancia po-
derb ser considerada para a attenuação da pena do parricidio.
LIV. 11.-TIT. IV.-CAP. 111. DOS CRII. CONT. A SEG. DA8 PE88. 107
$ 3." A tentativa do parricidio premeditado ser8 punide
com a pena de pristío perpetua com isolamento.

ARTIGO 356.'
Aquelle, que commetter o crime de infantecidio, matando
voluntariamente rim infante no acto do seu nascimento, ou
dentro em oito dias depois do seu nascimentò, ser8 punido
com a pena de morte.
$ unico. NO caso de infantccidio commettido pela mãe,
para occultar a sua deshonra, ofi pelos avós maternos para
occultar a deshonra da màe, a pena ser8 a de prisão maior
temporaria.
ARTIGO 357.O
Se em algum dos casos declarados nesta, e na antecedente
seccão, concorrerem outras circumstancias agravantes, obser-
bar-se-hão as regras geraes.

ABORTO.

ARTIGO 358.O
Aqrielle, que d e proposito fizer abortar uma mulher pe-
jada, empregando para este fim violencias, ou bèhidas. ou me-
dicameritos, ou quiilquer outro meio, se o crime fdr commet-
tido sem consentimento da mulher, será condemnado na pena
de prisão maior temporaria com trabalho.
tj 1." Se fdr commettido o crime com consentimento da
mulher, será punido com a prisão maior temporaria.
$ 2." Será punida com a mesma pena a mulher que con-
sentir, e fizer uso dos meios subministrados, ou que uoliin-
tariamente procurar o aborto a si mesma, seguindo-se effe-
ctivamente o mesmo al~orto.
$ 3." Se, porem, no caso do $j antecedente a mulher
coinmetter o crime para occultar a sua deshonra, a pena será
a prisão correccional.
$ 4." O medico, ou cirurgião, ou pharmaceutico, que, abu- .
i08 CODIQO PENAL.

sando da sua profissão, tiver voluntariamente concorrido


para a execuçno deste crime, indicando, ou subministrando
os meios, incorrer6 respectivamente nas mesmas penas, aggra-
vadas segundo as regras geraes.

PXEiHENTOS, COWIWSÕES, E OUTRAS OPPENSAS COEPOMES V O L U i W m A S .

A R ~ G O359.0
Aquelle, que voluntariamente, com alguma offensa corpo-
ral, maltratar alguma pessoa, nào concorrendo qualquer das
circumstancias enunciadas nos artigos seguintes, serti punido,
accusando o offendido, com a prisào d e tres a trinta dias; ou
se houver premeditação, com a prisào, ou desterro, ate seis
mezes.
ARTIGO 360.'
Toda a offensa .corporal voluntaria, que causar alguma fe-
rido, ou contusão, oursoffrimento de que ficasse algum ves-
tigio, ou produzisse alguma doença, ou impossibilidade de tra-
balhar, será punida com a prisao de seis mezes a dois annos.

ARTIGO 361.'
Se alguem ferir voluntariamente, ou espancar, ou com qual-
quer outra offensa corporal maltratar alguma pessoa, e desta
offensa resultar:
I." Cortamento, ou privação de algum membro, ou orgãio
do corpo;
2." Aleijão, ou inhabilitaçáo de algum membro, ou orgão
do corpo para as suas funcções;
3." Deformidade;
4." Enfermidade, ou incapacidade de trabalhar por mais
de vinte dias, serii em qualquer dos casos enumerados neste
artigo punido o criminosõ com a pena do degredo temporario.
$ 1." S e o offendido ficar privado da razão, ou impossi-
bilitado por toda a vida de trabalhar, a pena serh a de pri-
são maior temporaria com trabalho.
$$ 2." Se o ferimento, ou espancamento, ou offensa foi com-
LIT. 11.-TIT. IV.-CAP. I I I . , DOS CRIM. CONT. A SEG. DAS PESS. im
mettida voluntariamente, mas sem intenção de matar, e com-
tudo occasionou a morte, a pena ser&a d e prisõo maior tem-
poraria com trabalho.
ARTIGO 362.O
Se o ferimento, ou espancamento, ou offensa náo foi m o r ~
tal, nem aggravou, ou produziu enfermidade mortal; e se
provar, que algurria circumstancia accidental, independenle
da vontade do crimirioso, e que riào era corisequencia do seu
facto, foi n causa da<morte,não serft pela circumstancia da
morte aggravada a pena do crime. 0

ARTIGO 363.'
O tiro de arma de fogo, o emprego de qualquer arma d e
arremesso, ou outra, contra alguma pessoa, posto que nào
haja ferimento, nem contusùo; e bem assim a ameaça com
qualquer das ditas armas em disposição d e offender, ou feita
por uma reunião d e mais d e tres individuos em disposição d e
causar um mal immediato, consideram-se offensa corporal.

ARTIGO 364.O
.
As disposiç6es dos artigos antecedentes desta secçáo sao
applicaveis &qucllcs, que voluntariamente, e com intençho de
fazer mal, ministrarem a outrem, de qualquer modo, substan-
cias, que nào sendo em geral por sua natureza mortiferas,
sao comtudo nocivas tí saude.

ARTIGO 365.'
Se qualquer dos crimes declarados nos artigos anteceden-
tes desta secgão for commettido contra o pae, ou mõe legiti-
mos, ou naturaes, ou contra algum dos ascendentes legitimas,
a pena serii sempre a d e degredo temporario, ou perpetuo, e
este mesmo agravado, conforme a s circumstancias.

ARTIGO 366.O
Se alguem commetter o crime de castraçáo, amputando a
outrem qualquer orgáo necessario á geração, será condemna-
do a trabalhos publicos temporarios.
unico. Se resultar a morte do offendido deiitro de qua-
110 CODIGO PENAL.

renta dias depois do crime, a pena ser8 a d e trabalhos pu-


b l i c o ~por toda a vida.
ARTIGO 367 .O
Aquelle, que se mutilar voluntariamente, e para se tornar
irnproprio para o serviso militar, ser8 condemnndo na prisão
correccional de tres mezes a um anno.
$$ unico. Se o cumplice fdr medico, cirurgiao, o11 phar-
maceutico, ser8 condemnado na mesma pena, e multa cor-
respondente.
S E C Ç ~ O5.'
BOIIIICIDIO, FERIIETTOS E OUTRAS OFFENSAS CORPOR U S INVOLUNTARI.4S.

ARTIGO 368.O
O homicidio involuntario,. que alguem commetter, ou d e
que fòr-causa-por sua imperrcia, inconsideração, neglisencia,
falta de destreza, oii falta d e ohservanria de algum Hegula-
mento, ser8 punido com a prisão d e um mez a dois annos,
e multa correspondente.
$ unico. O homicidio involuntario, que fBr consequencia de
uni facto illicito, ou de um facto licito, praticado em tempo,
logar, ou modo illicito, ter6 a mesma pena, salvo se ao facto
illicito sc dever applicar pena mais grave, que nestecaso ser8
sómente applicada.
ARTIGO 369.'
Se pelos mesmos motivos, e nas mesmas circumstancias,
alguem commetter, ou involiintariamente fòr causa de alguni
ferimento, ou de qualquer dou effeitos das offensas corporaes
declarados na secçso antecedente, será punido com prisão de
tres dias a seis mezee, ou sómente ficar& obrigado 8 repa-
raçao, conforme as circumstancitis, salva a pena da contraven-
ção, se houver logar.
SECÇAO 6..
CAUSAS DE ATTE!VUAÇXO XOS CRIMES DE iiORiiCIDi0 \'OLC3T.\RIO, FEItlXEYTOS
E OI'TRAS O F P E I S \S CORPOR \LS.

ARTIGO 370.'
Se o homicidio voluntario, ou os ferimentos, ou espanca-
mentos, ou outra offensa corporal, fdrem commettidos sem
LIV. 11.-TlT. 1V.-CAP. 111. VOS CR1116. CONT. A SEG. DAS PBSS. 111
premeditaçáo, sendo provocados por pancadas, ou outras
violencias graves para com as pessoas, serão as penas atte-
nuadas pcla maneira s e p i n t e :
$ unico. S e a pena do crime f6r a de morte, ou qualquer
pena perpetua, serh esta reduzida A de prisão correccional
de um atk tres annos, e miilta correspondente.
Qualquer pena temporiiria será reduzida á de seis mezes
a dois annos de-prisáo.
' A pena correccional será reduzida h prisáo de tres dias a

seis mezes.
ARTIGO 371:
Terh logar a atteniiayao decretada no artigo antecedente,
se os factos ahi declarados forem priiticados repcllindo de
dia o escalametito, ou arrombamento de uma casa habitada,
ou de suas dependerrcias, que podem dar accesso á entrada
da mesma casa, ou repellindo o ladrho, ou aggressor, que
nella se introduziu.
ARTIGO 372.'
O homem casado, que achar sua mulher em adulterio,
cuja accusação lhe rião seja vedada nos termos do artigo 4 W b
$ 2.", e nesse acto matar, ou a ella, ou ao adultero, ou a
ambos, ou Ihes fizer algiimas das offensas corporaes decla-
radas nos artigos 361." e 366.", será desterrado para fora
da commarca por seis mezes.
(S i." Se as offensas furem menores, nái soffrerá pena
alguma.
$ 2." As mesmas disposiybes se applicar'do B mulher ca-
sada, que no acto, declarado neste artigo, matar a concubina
teúda e manteúda pelo marido na casa c-onjiigal, 011 ao mari-
do, ou a ambos, ou lhes fizer as referidas ofrensas corporaes.
3." Applicar-se-hào tambem as mesmas disposições em
iguaes circumstancias, aos paes a respeito de suas filhas me-
nores d e vinte e cinco annos, e dos corruptores dellas, em
quanto estas viverem debaixo do pairio poder; salvo se os
paes tiverem elles mcsmos excitado, favorecido, ou facilitado
a corrupçáo.
ARTIGO 373.'
A pena d o crime de castração sómente poderti ser atte-
112 CODIGO PENAL.

nuada segundo o disposto no artigo 370.", no caso em que


a violencia grave consistir em um ultrage violento contra o
pudor.
ARTIGO 374.'
As injurias verbaes, as di ffamaçòes, ou impu tações inju-
riosas, as ameaças não qualificadas no artigo 363.", não são
comprehendidas nas causas de provocação enunciadas no ar-
tigo 370.", para o fim da attenuação especialnelle decretada.
$ unico. Nos casos declarados neste artigo, assim como
em todos os oulros em que se ~erificaremcircumstancias
attenuantes, observar-se-hão as regras geraes sobre a atte-
nuaqão das penas.
ARTIGO 375.'
No crime de parricidio nào tem logar a attenuaçóo decre-
tada no artigo 370." desta secção; mas ntdo havendo premedi-
tação, se se verificar a provocação, estando em perigo no mo-
mento do crime pelas violencias do ascendente a vida do crimi-
noso, poderii ser attenuada a pena segundo as regras geraes.

ROHIC1DI0, PEBIWELITOSI E 0 W 1 0 S ACTOS DE POIçA QUE A I O S i 0 QWAWLlCADOS CUMES.

ARTIGO 3 7 6 2
Não são crimes o homicidio, os ferimentos, ou espanca-
mentos, ou outros actos, ou meios de força, que tiverem logar
concorrendo as circumstancias declaradas em cada um dos nu-
mero do artigo 14."
ARTIGO 377.'
A regra estabelecida no artigo i&", que declara nso ser
crime o acto, a que qualquer 6 obrigado pela necessidade
actual da legitima defeza de si, oii de outra pessoa, c o m p r e
hende os casos em que o homicidio, ou ferimentos, ou es-
pancamentos, fdrem commettidos, ou outros meios de força
émpregados:
i." Hepellindo de noite o escalamento, ou arrombamento
de uma casa habitada, ou de suas dependencias, que podem
dar accesso á entrada na mesma casa';
% l V . 11. - TíT. IV. - CAP. I I I . , DOS CRIM. COKT. A SEC. DAS PBSS. i13
2." 1)efendcndo-se contra os auctores .de roubos, ou des-
t r u i ~ 8 e sexecutadas com violencias.

ARTIGO 378.O
Se no caso da necessidade actual da legitima defeza de si,
ou de outra pessoa, qualquer esceder os limites desta necessi-
dade, será, segundo a qualidade, e circumstaricias do excesso,
ou punido com pena correccional de prisão, ou absolvido da
pena, ficando sómente sujeito h reparaçào civil pela sua falta.

ARTIGO 379.O
Aqucllc,. que por escriplo, assignado, ou anonymo, ameaçar
outrem d e lhe fazer algum mal, que constitua crime, ciija
pena seja, ou a de morte, ou alguma pena perpetua, e im-
' pondo-lhe qualquer ordem, ou condiçào, será degradado tem-
porariamente.
$ I."Se o mal com que se ameaçar n30 coristituir crime
da natureza declarada nesle artigo, ou sendo verbal a amcaçn,
a pena serh a prisâo de um mez a dois annos.
$ 2." Terá logar a mesma pena do $$ anlccederile, quando
a ameaça por escripto não for acompinhada de ordem ou
condirào.
$ 3." Se a ameaça do mal, que constitua crime de qual-
quer natureza, for simplesmente verbal, e 1150 ;icompanhada
d e ordem, ou condição, será julgada e puriida como injuria
verbal.
$ 4." Nos casos declarados neste artigo e seu $ I.", po-
derá determinar-se, segundo as circumstancias, u sujei~80ií
vigilancia especial da policio, como parecer aos Juizes.

ARTIGO 380.'
Aquelle, que, fbra dos casos em que a Lei o permitte, se
introduzir, ou persistir a ficar na casa da habitação de al-
guma pessoa, por meio de violenria, ou ameaça, n80 tendo
II
114 CODIGO PENAL.

intericão de comrnettcr qualquer outro crime, será punido


com a prisão de quinze dias a seis mezes.
$ 1.O Se a violencia consistir em escalamento, ou arrom-
l~amcnto,ou cliaves falsas, a peiia serií a prisão de um a tres
annos.
$ 2." No caso do antecedente 6 punivel a tentativa, se-
gundo as regras geraes.
s~cyAo9:

ARTIGO J8l.O
A provocaçao a duello serh punida com prisao de um a
tres rnezes, e multa at6 iim mez.

ARTIGO 389.O
, Ser50 punidos com n mesma pena aquelles, que publica-
mente dcsaci-editarem, ou injuriarem qualquer pessoa por
rino ter acceitado um diiello.

ARTIGO 3H3.O
Aquelle, que excitar outrem para sc bater em duello; e
bem assim aquelle, que, por qualquer injuria, dér logar h
provocac8o a duello, ser8 punido com prisão de um mez a
um anno, c multa correspondente.

ARTIGO 384.'
Aquelle, que, em um duello, tiver feito uso de suas armas
contra seu adversario, seni que resulte homicidio, nem feri-
mento, será punido com prisão de dois mezes a um anno, e
multa correspondente.
ARTIGO 3Hj.O
Se, em um duello, um dos combatentes matar o outro,
será punido com prisao de um a tres annoa, e o maximo da
multa, podendo elevar-se o tempo da prisao ao dobro, com
os unicoj effeitos de prisão correccional.
(S I-."
Se do duello resultou algum dos effeitos declarados
no artigo 361." e seus SS, a pena será a prisao de seis mezes
a dois annos, e multa correspondente.
LIV. 11.-TIT. IV-CAP. 1II.j DOS C R I M . CONT. A SEG;DAS PESS. 115
$ 2." Se liouverem ferimentos fóra dos casos declarados
no $ antecedente, a pena será a prisão de tres a dezoito
mezes, e multa correspondente.

ARTIGO 386.'
Ser30 punidos com pris8o atE seis mezes, e multa ati! um
mez, os padrinhos, quando, segundo as regras geraes, náo
deverem ser punidos como auctores, o u cumplices do crime.

ARTIGO 387.O
As penas, geralmente estabelecidas pela Lei, serão sempre
applicadas, quando o homicidio, ou ferimcntos resultarem de
duello, nos casos scguitites:
i." Quando o duello tiver logar sem assistencia de pa-
drinhos;
2." Quando houver fraude, oii deslealdade;
3." Contra qualquer pessoa, que, por interesse pecunia-
rio, provocar, ou excitar, ou der causa voluntariamente ao
duello.
ARTIGO 388.'
r A pena de prisão, decretada em qualquer dos casos decla-
rados n'esta secçào, sómentc produz os et'feitos da prisão cor-
reccional; mas, se algum dos criminosos for empregado pii-
blico, poder-se-ha ajuntar a pena de demissão, segundo as
circumstancias.
SECÇAO 10."

ARTIGO 389.'
Se, no caso de homicidio, ou de morte, em conseqiiencia
de ferimentos, espancamentos, ou outras offensas corporacs,
de que se trata ncstc capitulo, alguem sonegar, ou occultiir
o cadaver da pessoa morta, serú punido com a prisáo de tres
mezes a tres annos; salvo quarido haja logar pena maior, se
tiver havido participação no crime.
CODIGO PENAL, .

CAPITULO IV.

f)OS CItIMES CONTRA A IIONESTIDADE.

SECÇÁO I ."

LI n ~ rrÚnr.rco
: AO ruDon.

AI1TIGO 390.'
O ultraje público no pudor, commettido por acção, ou a
publicidade resulte do logar, ou d e outras circumstancias d e
que o crime fòr acompanhado; e posto que n3io liaja offensa
individual da honestidade de alguma pessoa, se& punido com
a prisão de tres dias a um anno, c multa correspondente.

ARTIGO 391.O
Todo o attentado contra o piidor de alguma pessoa de u m
ou outro sexo, que fòr commettido com \iolencia, quer seja
para satisfazer paixões lascivas, quer seja por outro qualquer
motivo, ser8 punido com o degredo teinporario.
$, unico. Se a pcssoíi offendida fòr menor de doze anrios,
a pena serh em todo o caso a mesma, posto que n30 se prove
violericia.
ARTIGO 392.O
Aquelle, que estuprar mulher virgem, oii viuva honesta,
maior de doze annos, c menor de dezesete annos, ter8 a pena
de degredo temporario.
ARTIGO 3 9 3 . O
Aquelle, que, por meios fraiidulcntos de seducçao, estu-
prar mulher virgem, ou viuva honesta, maior d e dezesete
annos, e menor de vinte e cinco annos, terá a pena d e prisão
correccional de um ate tres annos.

ARTIGO 3 9 4 . O
Aquelle, que tiver copiila illicita com uma mulher, poslo
quc não seja menor, nem honesta, contra sua vontade, por
meios de violencia, ou por meios fraudulentos, tendentes a
suspender o uso dos sentidos, ou a tirar o conhecimento do
crime, será degradado por toda a vida pelo ciqime de violação.
(S unico. Se a pessoa violada fdr menor .de doze annos,
será sempre applicada a mesma pena, posto quc nao se prove
que concorreu nenhuma das circumstancias declaradas neste
artigo.
ARTIGO 395.'
O rapto violento de qualquer pessoa, com fim deshonesto,
será punido como attentado ao pudor com violencia, se n3o
se consummou o estupro, ou viola~ilo; e será considerado como
circumstancia aggravante do crime consummado.
(S i." O rapto de menor de doze annos, com fim desbo-
nesto, considera-se sempre como violento.
5 2." Se, por crime dc carcere privado, ou outro, se de-
verem impor ao criminoso penas mais graves, serUo estas ap-
plicadas. .
ARTIGO 396 O

Ser& considerado como circumstancia aggravante do estu-


pro voluntario o rapto de qualquer mulher virgem, ou viuva
honesta, maior de dczcsctc arinos, e menor de virite e cinco
i~nnos,da casa, ou ]og&, em que, com a devida auctorisação,
clla cstivcr, que fOr commettido com seu consentimento; se
o estuj)ro, poriam, se nBo consummar, será punido o rapto
por sedricção com a prisão correccional.
$ uriico. Se no segundo caso, declnrado ncste artigo, a
mulher fbr maior de doze annos, e menor de dezesete, appli-
car-se-ha a pena decretada rio $ unico do artigo 343.O, mas
aggravada.
ARTIGO 397.O
E m todos os casos, cm que houver rapto, 6 applicavel a
disposicão dos artigos 332." e 344.", $ 2."

ARTIGO 398.O
Nos c r i m e s de que trata esta secçao, a pena de prisão
correccional será substituida pela do degredo teniporario, e
esta pela de degredo por toda a vida, e a d e degredo por
toda a vida serti a g g r a ~ a d a ,segiindo as regras geraes, se o
criminoso fôr :
1." Ascendente, ou irmào d i i pessoa offendida;
2.' Se fdr tutor, ou curador, ou mestre dessa pessoa, ou
por qualquer titulo tiver nuctoridade sobre ella, ou fdr en-
carregado da sua educaçào, ou direcção, ou guarda; ou se
fdr empregado público, de ciijas funcções dependa negocio,
ou pretençào da mesma pessoa offendida;
3." Se for criado, ou domestico da mesma pessoa offen-
dida, ou de sua familii; ou, em rasào de profissão qiie exija
titulo, tiver influencia sobre a mesma pessoa offendida.

ARTIGO '399.O
As penas declaradas nos artigos antecedentes niio podem
ser impostas, sem que haja queixa da pessÒa offendida, ou
d e seus paes, ou tutores, salvo nos casos seguintes:
1." Se a pessoa offcndida fdr menor de doze aniios;
2." Se foi commettitln alguma violencia, qualificada pela
Lci como crime, cuja accusação nfío dependa da accusação
da parte.
ARTIGO 400.O
.
Nos casos d e estupro, ou violayão, o criminoso serái obri-
gado a dotar a mulher offendida.
$junico. Se, porbm, casar com ella, cessará toda a peria.

ARTIGO 401.O
O adulterio da mulher serh punido com degredo temporario.
$j I."O corrho ndulterq, sabedor d e que a mulher é ca-
sada, será punido com a mesma pena, ficando obrigado ás
perdas e damnos, que devidamente se julgarem.
$ 2." S6mente são admissiveis contra o corréo adultero
as provas do flagrante delicto, ou as provas resultantes d e
cartas, ou outros documentos escriptos por elle.
$ 3." Não poderh inipdr-se pena por crime de adulterio,
,senão em virtude de qiierbla e accusação do marido offendido.
$4." O marido não poder8 querelar senão contra ambos
os corréos, se forem ambos vivos.

ARTIGO 402."
O marido não poder8 querelar, se perdoou a qualquer dos
-corréos, ou se se reconciliou com a mulher.
$ unico. Todo o procedimento cessar& pela extincção da
accusação do marido; e do mesmo modo, o eff'eito da con-
demnação d e ambos os corrhos cessar& perdoando o marido
a qualquer delles, ou tornando a viver com a mulher.

ARTIGO 403.'
A sentença passada em caso julgado em causa de divorcio
por adulterip, serido absolutoria, produz todos os cff'eitos na
causa crimirial.
$ unico. Se iòr condemriatoria, náo prejudica a causa cri-
mirial.
ARTIGO 404.O '
'
O homem casado, que tiver manceba teiida e manteiída
na casa coiijugal, sert? coridemnado na multa de tres mezcs
a tres aniios.
."
$ 1 Pelo crime declarado rieste artigo sómerite p6de que-
rcliir a mullier.
$ 2.' O marido, corivencido deste crime, ou do crime de
e ~ c i t n ç ã oi1 corrupâão de sua mulher, na fórrna do artigo
4-05.", $, i .", riáo pode querelar pelo adulterio della.
$ 3." O disposto no $ 4." do artigo 401.", e rios artigos
$02." e 403.", tem applicaqão iio caso deste artigo.

AI1TIGO 4 0 5 . O
Se, para satisfazer os desejos deshooestos d e outrem, o as-
. cendente excitar, favorecer, ou facilitar a prostituiç80, ou
corrupçáo de qualquer pessoa sua descetideiitc, serh c o n d e
mnudo a prisão de um a tres annos, e multa correspondente,
Iicaiido suspenso dos direitos politicos por doze arinos.
120 CODIGO PENAL.

$ 1 .O O marido, que commclter o mesmo crime a respeito


d e sua mulher, será condcmniido no maximo do desterro, e
multa de tres mczcs a tres annos do seti rendimento, ficando
suspenso dos direitos politicos por do7e aiinos.
$$ 2." O tutor, ou qualquer outra pessoa ericarregada da
eclucação, ou direcçgo, ou p a r d a de qualquer menor de ~ i n t c
e cinco annos,.que commetter o mesmo crime a respeito desse
menor, serh piinido com prisõo de scis mezes a dois annos,
c multa correspondente, e suipensão por doze annos do di-
reito de ser tutor, ou membro de algum consclho de familia,
c do de ensinar, ou dirigir, ou concorrer na direcção d e qual-
quer estabelecimento de instrucção.

ARTIGO 406.'
Toda a pessoa, que hahitiialmcnte excitar, favorecer, ou fa-
cilitar a devassidão, ou corrupção d e qualqiier menor de vinte
e .cinco annos, para satisfazer os dese,jos deshoncstos d e ou-
trcrn, scrii piiriida cam pris20 d e tres mezcs ;I um anrio, e
tnulta correspondente, e susperisõo dos direitos politicos por
cinco annos.

CRIMES COETIIA A IIOhRA, DIFFAIIA$:AO, (ZQLUMNiA E INJURIA.

ARTIGO 407.'
Se iilgucm diffamar outrem publicamente, de viva voz, ou
por escripto publicado, ou por qiialquer meio d e publicação,
imputando-lhe um facto offensivo da srra honra e considera-
ção, ou reproduzindo o iinputaçiio, serh coridemnado a prisão
por seis dias a seis mczes, c multa correspondente.

ARTIGO 408.'
NUo 6 admissivel prova alguma sobre a verdade dos factos
imputados, salvo nos dois casos seguintes:
1." Quanao os factos imputados aos empregados publicos,
por elles responsaveis, forem relativos Bs suas funcções;
2." Quando fdr imputado a pessoa particular, ou a empre-
gado publico, fóra do exercicio de suas func~òes,um facto
L1V. 11. -TIT. IV. -CAP. V . , DO8 CRIM. CONT. A EOHR.4, DIFF., ETC. lai
criminoso; mas neste caso será unicamente admissivel a prova
resultante da sentenya em Juizo criminal, passada em julgado;
e, para esse fim, se sobre-estar& se houver logar, na accu-
sação de diffamaçào ate final decisáo sobre o facto criminoso.

ARTIGO 409.O
Se, em qualquer dos casos declarados no artigo antece-
dente, o accusado provar a verdade dos factos imputados, nos
termos ahi prescriptos, será isento de pena. Se não provar a
verdade das imputaçòes serh punido, como calumniador, com
a prisão d e dois mezes a dois annos, e multa correspondente.

ARTIGO 4 1 0 . O
O crime de injuria, nso se imputando facto algum deter-
minado, se f6r commettido contra qualquer pessoa publica-
mente, de viva VOZ, OU por escripto publicado, ou por qual-
quer meio d e piiblicayão, será punido com tres dias a trcs
mezes de prisSo, e multa correspondente.
$ unico. Na accusaçáo por injuria nào se adrnitte prova
sobre a verdade de facto algum a que a injuria se possa re-
ferir, salvo nos casos declarados nos dois numeros do ar-
tigo 408."
ARTIGO 41 1 .O
S e os crimes, declarados nos artigos 407." e 410.", forem
commettidos contra corporaçlo que exerça aucforidade pú-
blica, a pena será a de quinze dias a um anno de prisão, e
mrilta ai6 seis mezes.
$j unico. Se fòrem commettidos contra alguma das Ca-
maras legislativas, a pena será a de prisão de dois mezes a
dois annos, e multo ate um anno.

ARTIGO 419.'
S e nos mesmos crimes náo houver publicidade, a pena
serfi a da multa d e tres dias a tres mezes.

ARTIGO 613."
. S e aleuma acyào, ou offensa corporal fòr publicamente
commettidii contra qualquer pessoa, com intençào de n injii-
122 CODICO PEXAL

riar, a pena serb a de prisão correccional, e multa corres-


pondente. Se @ r sem publicidade, a pena nunca exceder8 a
seis mczes de prisão, e multa ate um mez, salvo quando a
offensa tiver pela Lei pena mais grave.

ARTIGO 4 1 4 . O
Se algum facto offensivo da consideração devida 8 aucto-
ridade pílblica fòr coinmettido maliciosamente com o fim d e
injuriar, ser& punido com prisáo correccional, e multa, con-
- forme as circumstancias, salvo quando a offensa tiver pela
Lei pena mais grave.
ARTIGO J 1 5 . O
Os crimes declarados neste capitulo, commettidos contra
o pae, ou m'ie legitimos, ou naturaes, ou algum dos ascen-
dentes legitimos, serão sempre punidos com o maximo da
pena, sem prejiiizo do disposto no artigo 365."
$ unico. Se os mesmos crimes ffirem acompanhados de
outras circumstancias aggraantes, observar-se-hão as regras
germes.
ARTIGO 41 6 . O
Não poderi ter logar procedimento judicial pelos crimes
de diffamac3o e de injuria, senão a requerimeiito da partè,
quando esta fòr iim particular, ou empregado público, iiidi-
vidiialnicnte diffamado, ou injiiriiido, salvo nos casos decla-
rados no capitulo 2."do titulo 3." deste livro.
Sj unico. A regra deste artigo não terá logar, quando o
crime fòr comniettido na presença das Auctoridades públicas,
ou dos ministros ecclesiasticos, no exercicio do seu ministerio,
ou nos cdilicios destinados ao serviço público, oii ao culto
religioso, ou nos pnyos rcaes.

ARTIGO 417."
O crime de diffnmaçao, ou d e injuria, coinmettido contra
uma pessoa j;i fallecida, ser8 punido, se nccusar o ascendente,
ou descendente, ou conjuge, ou irmão, .o11 herdeiro desta
pcssoa.
ARTIGO 418." A

Serú isento da pena aquelle, que em juizo der, a requeri-


mento d o offendido, erplicagão satisfactoria da diffarnaCuo,
ou,injuria, d e que for accusado.

ARTIGO 4 1 9 . O
Se os discursos proferidos em Juizo, ou os escriptos ahi
produzidos, contiverem diffamação, ou injuria, poderão os
Juizes, perante quem pender a causa, suspender atb seis me-
zes, e, no caso de reíncidencia, por dobrado tempo, os ad-
vogados, ou procuradores, que tiverem commettido a diffa-
mação, ou injuria. Poderão tambem mandar riscar nos es-
criptos as expressòes diffamatorias, ou injuriosas.
5 unico. Se estas expressões forem relativas a factos es-
tranhos á causa, ou se a diffamacão, ou injuria fdr d e tal
natureza, ou acompanhada de taes circumstancias, qiic aos '
Juizes pareça dever impor-se pena mais grave, drdenarão
provisoriamente a suspensão mencionada neste artigo, e re-
metterão as partes ao Juizo competente.

ARTIGO 4 2 0 . O
O ultraje á moral publica, commettido publicamente por
palavras, será punido com a prisão de tres dias a dois mexes,
e multa at6 um mez.
$ unico. Se for commettido este crime por escripto pu-
blicado, ou por outro qualquer meio de publicecão, a pena
serii a de prisão de um mez a tres annos, e multa correspon-
dente.
TITULO V.
DOS CRIMES COYTI1A A PROPRIEDADE.

DO FURTO, E DO ROUBO, E DA USURPAÇAO DE COUSA IMYOVEL


I

ARTIGO 441."
Aquel1e;que commetter o crime de furto, subtrahindo frau-
dulentamente uma cousa, que lhe não pertença, ser& degra-
124 CODIGO PENAL.

dado temporariamente, se o valor da cousa furtada exceder.


a vinie mil réis.
i." Se rião exceder a esta quantia, a pena 'será a de
prisno correccional.
$2." A tentativa dc furto será sempre punida applican-
do-se as regras geraes.
$3." A segunda reíncidencia será punida com o degredo
temporario, se a pena correspor~dentcfòr a prisão correc-
ciorial; e com o degredo por toda a vida, se a pena fdr a d e
degredo temporario.
ARTIGO 422.'
As penas de furto serào impostas,ao que fraudulentamente
subtrnhir uma cousa, que lhe pertença, estando ella cm penhor,
ou deposito em poder de alguem, ou que a destruir, ou des-
ericaminhar, estando penfiorada, ou depositada em seu poder
por mandado da Jusliça. a

AI1TIGO 493.0
As penas do furto serào impostas ao que, tendo achado
algum objecto pertencente a outrem, dcixar fraudulenta-
mente de o entregar a seu dono, ou de praticar as diligen-
cias que a Lei prescre\e, quando se igriora o dono da cousa
achada.
AI1'TIGO 424 O

Aquellc, que furtar algum processo, ou parte delle, ou


documento, ou qualquer eccripto, ser8 punido com as pcnas
do furto, segundo o valor da cousa furtada, ou do prejuizo
causado, salva a applicnyão das pericis do roubo, se este se
verificnr.
$ 1 ." A mesma disposi~ãose applica no qiic subtrahir um
tilulo, ou dociiinerito, ou peça de processo, que tiver produ-
zido em Jliizo'em qualquer causa.
$ 2." Se o processo fòr criminal, e nelle se tratar d e crimc
a qiie a Lei imponha alguma das penas maiores, serA punido
a furto com o degredo temporario; e se a pena não fdr alguma
das penas maiores, será punido o furto com a prisáo correc-
ciorial.
$ 3." S e o furto Mr de pnpe's, ori quaesquer objectos depo-
sitados em depositos publicas, ou estabelecimentos encarre-
gados pela Lei d e guardar estes objectos, ser8 aggravada a
pena segundo as regras geraes.
$4." As disposiç6es deste artigo, e seus $s serão appli-
càveis ao que desencaminhar, ou destruir os referidos papeis,
ou objectos.
ARTIGO 425.O
Serâo punidos com o degredo temporario, ainda que o
furto seja d e menos de vinte mil reis:
i." Os criados, que furtarem alguma cousa pertencente
a seus amos;
2." O s criados, que furtarem alguma corisn pertencente
n qualquer pessoa, e I: rasa de seiis amos, ou na.casa em
que os acompanharem ao tempo do furto;
3." Qualquer servidor assalariado, ou qualquer iridividuo,
trabalhando habitualmente na habitasão, ou officina, ou esta-
belecimento em que commetter o furto;
4." Os estalajadeiros, ou quaesquer pessoas, que recolhem,
e agasalham outros por dinheiro, ou seus prepos(os, os bar-
queiros, os recoveiros, ou qiiaesquer conductores, ou seus
prepostos, que furtarem todo, ou parte d o que por este titulo
lhes era confiado.
$ unico. No caso de furto de objectos confiados para trans-
porte, se estes se alterarem com substancias prejudiciaes 8
snude, scrd tanibem imposta a prisão no logar do degredo,
pelo tempo que parecer aos Juizes.

AI1TIGO 4436 O

O furto será punido nos termos dos artigos seguintes,


quando fdr qualificado segundo as regras nclies estabelc-
cidas, pelo concurso de alguma, ou de algumas das segriin-
tes circumstancias:
i." Trazendo o criminoso, ou alguns dos criminosos, no
momento do crime, armas apparentes, - ou occultas;
2." Sendo commcttido de noite;
3." Por duas, ou mais pessoas; .
8." E m casa habitada, ou destinada 8 habitayão, ou em
edificio destinado ao culto religioso;
a
126 CODIQO PENAL.

5." Na estrada, ou caminho publico, sendo d e objectos


que nelle forem transportados;
6.a Com usurpação de titulo, ou uniforme, ou insignia
d e algum empregado público, civil, ou militar, ou aHegando
ordem' falsa de qualquer Auctoridade pública.

ARTIGO 4 2 7 . 0
Será punido com o maximo do degredo temporario:
I."O furto commettido com a circumstancia declarada
no ultimo numero do artigo antecedente;
2." O furto commettido com porte de armas apparentes,
ou occultas.
ARTIGO 498.O
Será punido com o maximo do degredo temporario, aggra-
vado com prisão no logar do degredo pelo tempo que parecer
aos Juizes:
i." O Surto commettido de noite em casa habitada, ou
destinada á habitação, ou em edificio destiriado*ao culto reli-
gioso, ou em estrada, o11 caminho público, sendo d e objectos
que nelle Sarem transportados, se fdr acompanhado de qual-
quer das outras circurnstancias enumeradas no artigo 426."
2." O furlo cornmettido de dia por duas, ou mais pessoas,
com o concurso de duas, ou mais das circumstancias enu-
meradas no mesmo artigo 426."

ARTIGO 429.O
A applicayâo das regras geraes terá sempre logar, quando,
em qualquer dos casos declarados nos artigos antecedentes,
coricorrerem alguma, ou algumas circumstancias aggravantes.

ARTIGO 4 3 0 . O
E m todos os casos decliirados nesta secção, se o valor'da
cousa furtada, o11 do prejiiizo causado nào exceder a mil e
duzentos reis, terfi sómente logar a prisão correccional, salvo
quando houver logar pena mais grave por tentativa de furto
maior, ou quando aquelle furto for acompanhado d e circum-
stancia, que por si só constitua um crime.
$ i." Náio excedendo o furto a quantia d e quatrocentos
reis, nem sendo habitual, nem havendo circumstancia alguma
agravante, ter6 logar a pena, accusando o offendido.
$2." O que entrar em terreno alheio para colher fructos,
e comê-los no mesmo logar, será punido, a requerimento do
offendido, com a reprehensão, nào havendo circumstancia
aggravante.
$, 3." O que do mesmo modo entrar em terreno alheio
para rebuscar, ou respigar, niio estando ainda recolhidos os
fructos, será preso at6 seis dias, a requerimento do offendido.
!$ 4." Nos casos dos dois (SS antecedentes a pena ser& a
d e prisão correccional, se fdr segunda reincidencia, ou se
fdrem habituaes os crimes ahi declarados.

AliTIGO 4 3 1 . O
A acção criminal por furto não tem logar pelas subtrac-
çocs commettidas:
1." Por qualquer dos conjuges em prejiiizo do outro, ou
de cousas pertencentes á successão do conjuge predefuncto,
em quanto não passarem a poder de terceiro;
2." Pelo descendente em prejuizo do ascendente, ou por
este em prejuizo daquelle, ou por afim no mesmo (írjo;
3." Pelos irmiios, ou ciinhados, em ol~jectode successão,
antes das partilhas, ou vivendo juntos.
$ unico. Todos os outros individuos, que encobrirem, ou-
applicarem em seu proveito os objectos subtrahidos, d e que
trata este artigo, serão punidos como incursos no crime de
furlo.
secçÃo a..

* ARTIGO 432.O
qualificado roubo a subtracçáo da couça alheia, que se
commette:
I." Com violencia para com as pessoas, ou com ameaça;
2." Com arrombamento; escalamento, ou chaves falsas.

ARTIGO 433.O
Quando o roubo for commettido, ou tentado, concorrendo
828 CODIGO PERAL.

o crime de homicidio, ser6 applicada a pena d e morte aos


criniinosos.
ARTIGO 434.O
A pena de trabalhos publicos rio Ultramar por toda a
vida será applicada nos casos seguintes:
i." Quando o roubo fdr commettido, ou tentado, con-
correndo o crime de carcere privado, ou o de violação, ou
algurna das offensas corporaes declaradas no artigo 361 .O;

2." Quando o roubo fOr commettido, ou tentado em logar


ermo por duas, ou mais nessoas, triizendo armas, ou appa-
rentes, ou occultas, qualquer dos criminosos, se da violencia
resultou ferimento, ou contusão, ou vestigio de qualquer
soffrimento corporal;
3." Se o roubo fdr commettido por duas, ou mais pessoas em
deposito pílblico, ou qualquer edificio público, ou destinado ao
culto religioso, ou em casa habitada, ou destinada A habitaçàio,
ou suas depeiidencias, com arrombamento exterior, ou escala-
rnento, ou chaves falsas.
ARTIGO 135.O
A pena d e trabalhos publicos temporarios no Ullramar
será applicada:
i." Quando o roubo fOr commettido por.uma s6 pessoa
com armas em jogar ermo, ou em algum dos outros logares
designados no artigo antecedente com arrombamento exte-
rior, ou escalamento, ou chaves falsas;
2." Quando o roubo fdr commettido por duas, ou mais
pessoas fóra dos casos declarados no artigo antecedente.

ARTIGO 436.O
No caso do n." 2." do artigo antecedente, o corrko que
tiver convocado, ou seduzido os outros, ou dado as instruc-
~ ò e spara o roubo, ou dirigido a sua execução, incorrerá na
pena d e trabalhos piiblicos no Ultramar, por toda a vida.

ARTIGO 437.O
Fóra dos casos declarados nos artigos antecedentes desta
S C C ~ ~ Oo , roubo serh punido com a prisão maior temporaria
com trabalho. '
ARTIGO 438.O
O roubo com arrombamento, ou escalamento, ou chavcs
falsas, commettido por uma só pessoa em outro logar, que
nBo sejá algum dos enumerados no n." 3." do artigo 434.",
sem violencia contra as pessoas, ou ameaça; e sem portc de
armas, scrá punido como furto aggravado, applicando-se as
regras geraes.
ARTIGO 439.O
Se o credor furtar, ou roubar alguma cousa pertencente
ao seu devedor para se pagar da divida, esta circumstancia
não justificará o facto criminoso, mas será considerada como
circumstancia attenuante.

ARTIGO 440.O
Aquelle, que por violencia, ou ameaqa extorquir a alguem
a assignatura, ou a entrcga de qualquer escripto, ou titulo,
q u e contenha, ou produza obrigação ou disposição, ou dcs-
obrigação, será punido com as penas declaradas para o crime
de roubo, segundo as circiimsatncias do facto.

ARTIGO 4 4 1 . O
Se as cousas furtadas, ou roubadas em edificio destinado
ao culto, ou cm acto religioso, fbrem objectos sagrados, será
o criminoso condemnado, ou nos trabalhos piiblicos por toda
a vida no Kltramar, ou no maximo da mesma pena tempo-
raria, segundo as circumstancias.

ARTIGO 442.O
Verifica-se o,arrombamento exterior todas as vezes que
póde haver introducção em qualquer logar pelo rompimento
de ared de, ou tecto, ou fractura de porta, ou janella, ou damni-
ficação, ou remoçâo por força de qualquer objecto, ou con-
strucçiío, que serve a fechar, ou impedir a passagem.
$ i." E arrombamento interior aquelle, que, depois da in-
troducção em qualquer. casa, ou edificio, se faz em porta, ou
parede interior, ou construcção interior destinada á guarda,
ou segurança de quaesquer objectos.
S2.O A subtracç80 de move1 fechado, que serve h q u -
9
130 COD100 PENAL.

ranca dos effeitos que contCm, e commettida dentro da casa,


ou edificio, considera-se feita com a circumstancia de arrom-
bamento, ainda que o move1 seja aberto, ou arrombado em
outro logar.
$3." E escalamento toda a entrada em qualquer logar
fechado, executada por cima da porta, ou parede, o11 qual-
quer construcção que serve a defender a entrada, ou passa-
gem; e bem assim por qualquer abertura slibterranea, não
destinada a servir de entrada.
$8." São consideradas chaves falsas todas as chaves imi-
tadas, contrafeitas, alteradas, ou perdidas, as gazuas, ou ou-
tros artificios empregados para abrir quaesquer fechaduras.

ARTIGO 443.'
Aquelle a que for achada gazua, ou outros artificios para
abrir quaesquer fechaduras, ou que delles tiver feito uso em
prejuizo de alguem, será punido com a prisáo de tres mezes
a tres anrios, salvo quando houver logar a pena mais grave.

ARTIGO 444.'
Aquelle, que fizer gazuas, ou os referidos artificios, ou fal-
sificar, ou alterar chaves, será: condemnado na mesma pena.
$ iinico. Se for ferreiro de profissão, soffrerá o maximo
da prisão correccional, e a multa de tres mezes.

ARTIGO 445."
Se alguem, por meio de violencia, ou ameaça para com as
pessoas, occupar cousa immovel, arrogando-se o dominio, ou
a posse, ou o uso della, sem que lhe pertençam, será: punido
com a prisao correccional.

ARTIGO 446.O
Qualquer pessoa, que, sem auctoridade da justiça, ou sem
consentimento das partes a que pertencer, arrancar marco
posto em alguma propriedade por demarcação, ou de qual-
quer modo o supprimir, ou alterar, ser8 condemnado a pri-
s8o de um mez a um anno, e multa correspondente.
$ unico. Consideram-se marcos quaesquer construcções,
o u signaes destinados a estabelecer os limites entre diffe-
rentes propriedades; e bem assim as arvores plantadas para
o mesmo fim, ou como taes reconhecidas.

CAPITULO 11.

DAS QUEBRAS, BURLAS? E OUTRAS DEFMUDAÇ~ES.

ARTIGO 447.0 a
Aquelles, que, nos casos previstos pelo Codigo commercial,
forem julgados ter commettido o crime d e quebra fraudu-
lenta, serão punidos com o degredo por toda a vida.
S e a quebra fôr julgada culposa, a pena ser& a d e pris8o
correccional.
$ unico. A mesma pena ser6 applicada aos cumplices.
ARTIGO 448.O
O s Corretores, que fôrem julgados ter commettido o
crime d e quebra, ou insolvencia fraudulenta, serno .punidos
com o degredo por. toda 'a vida, aggravado; e com algum
tempo de prisão, se assim parecer aos Juizes.

ARTIGO 449.O
Todo o devedor não commerciante, que se constituir em
insolvencia, occultando, ou alheiando maliciosamente os seus
bens, ser$ punido com prisão d e tres mezes a tres annos.
CODIGO PENAL.

ARTIGO 450."
Será punido com prisáo correccional por mais de seis
inczes, e podendo ser agravada com a multa, e suspensào
dos direitos politicos por dois annos, segundo as circum-
stancias:
1." O que, fingindo-se senlior de uma cousa, a alheiar,
arrendar, gravar, ou empenhar;
2." O que vender uma cousa duas vezes a differentes
pessoas ;
3." O que especialmente hypothecar uma cousa a duas
pessoas náo sendo desobrigada do primeiro credor, ou ngo
sendo bastante para satisfaser a amhas;
4." O que de qualquer modo iilheiar como livre uma
cousa especialmente obrigada a outrem, encobrindo mali-
ciosamente a obrigaçgo.
ARTIGO 4 5 1 . O
Ser$ punido com a prisão correccional de um ate tres
arinos, e multa corrcsporidente, podendo tambem ser sus-
penso dos direitos politicos, atk ao maximo, aquelle que
defraudar a outrem, fazendo que se lhe entregue dinheiro,
ou moveis, ou quaesquer fundos, ou titulos, por algum dos
seguintes meios :
I." IJsando de falso nome, ou de falsa qualidade;
2." Empregando alguma falsificayáo de escripto;
3." Ernpregaiido artificio fraudulento para persuadir a
existencia de alguma falsa empreza, ou de bens, ou de cre-
dito, ou de poder suppostos, ou para produzir a esperança
de qualquer accidente.
$ unico. A pena mais grave da falsidade; se houver logar,
será applicada.
ARTIGO 453.'
Aquelle, que, com pretexto de'credito, ou influencia sua,
ou alheia para com alguma Aucloridiide píiblica, receber de
outrem alguma cousa, ou acceitar promessa pelo despacho
de qualquer negocio, ou pretenção; e bem assim o que re-
ceber de outrem alguma cousa, ou acceitar promessa, com
o pretexto de remuneração, ou presente a algum empregado
público, será punido com o maximo da prisáo correccional,
e a multa que aos Juizes parecer; serii prejuizo da acção,
que compete ao empregado público, pela injuria.

AItTIGO 453."
Aqirclle, que desencaminhar, ou dissipar, em prejuizo do
proprietario, ou possuidor, ou detentor, dinheiro, ou corisa
movel, ou titulos, ou quaesquer escriptos, que lhe tenliam
sido entregues por deposito, locaçao, mandato, commiss~o,
administração, commodato, ou que haja recebido para um
trabalho, ou para uso e emprego determinado, ou por qual-
quer outro titulo que produza obrigacão de restituir, ou
apresentar a mesma cousa recebida, será punido com as
penas do furto.
ARTIGO 454.'
Aquelle, que abusar da impcricia, ou necessidades, ou
paixões de um menor de vinte e cinco annos, fazendo-lhe
subscrever em seu prejuizo alguma obrigação, ou desobri-
gação, ou transmissão de direitbs por emprestimo de.dinheiro,
ou effeitos moveis, ainda que debaixo de outra fórma se eri-
cubra o cmprestimo, será punido com prisao de tres mezes
a tres annos, e a multa correspondente.

ARTIGO 4 5 5 . O
Aquelles, que fizerem algum contrato simulado em pre-
juizo de uma terceira pessoa, ou do Estado, serão puriidos
com prisão de um a tres anrios, e multa de cincoenta mil
reis a tresentos mil réis, dividida pelos corrbos.
1 34 CODIGO PEXAL.

ARTIGO 456.O
Serii punido com um mez a um anrio de pristio, e multa
correspondente :
1 O que enganar o comprador sobre a natureza da cousa
.O

vendida ;
2." O que enganar o comprador, vendendo-lhe mercado-
ria falsificada, ou generos alterados com alguma 'substancia,
posto que não nociva a saiide, para augmentar o yezo, w
volume;
3." O que, usando de pezos falsos, ou medidas falsas, en-
ganar o comprador.
Sj I."Se for ourives de ouro, ou de prata, que commetta
a falsificação, mettendo nas obras que fizer para vender al-
guma liga, por que a lei, bondade e valia do ouro, ou prata
seja alterada; ou enpstando, ou pondo pedra falsa, ou con-
trafeita; o11 que engane o comprador sobre o pezo, ou toque
do ouro, ou prata, ou sobre a qualidade dc alguma pedra,
a pena será a prisão de tres mezes a tres nnnos, e multa
correspondente.
$ 2." A simples detenção de falsos pezos, ou de falsas
medidas, nos armazens, fabricas, casas de commercio, ou em
qualquer logar em que as mercadorias esta0 expostas ii venda,
ser& punida com a multa de mil a cinco mil reis.,
$3." Consideram-se como hlsos os pezos e medidas que
a Lei não auctorisa.
$ 4." Os objectos do crime, se pertencerem ainda ao ven-
dedor, serão perdidos a favor do Estado; e bem assim serão
perdidos e inutilisados os pezos, e medidas falsas.

ARTIGO 457."
Aquelle, que commetter o crime de contrafeição, repro-
duzirido em todo, ou em parte, fraudulentamente e com vio-
lação das Leis e Regulamentos relativos á propriedade dos-
auctores, alguma obra escripta, ou de musica, de desenho,
de pintura, de esculptura, ou qualquer outra producçào, será
punido c o m a multa de trinta mil reis a tresentos mil rCis,
e perda dos exemplares da obra contrafeita, c de todos os
objectos que serviram para a execuçtio da contrafeiçào.
$ i." A mesma multa, com a perda dos exemplares da
obra s e á appiicada ao que introduzir em territorio portu-
guez uma obra produzida em Portugal, que tiver sido con-
trafeita em paiz estrangeiro.
$2." O que vender, ou expozer á venda a obra assim con-
trafeita, ser8 condemnado em multa de dez mil reis a cem
mil reis, e na perda dos exemplares da obra contrafeita.

ARTIGO 458.O
Todo o emprezario, .ou director de espectaculo, ou asso-
ciação de artistas! que fizer representar no seu theatro algii-
ma obra dramatica, ou executar composiyão musical com
violaç?io das Leis e Regulamentos relativos d propriedade
dos auctores, será punido com a multa de dez mil rCis a
cem mil reis, e com a perda do producto da receita.

ARTIGO 4 5 9 . O
Toda a defraudação dos direitos dos proprietarios dos no-
vos inventos, com violaç30 das Leis e Regulamentos que Ihes
respeitam, será punida com a multa de trinta mil reis a tre-
sentos mil reis, e perda dos objectos que serviram para a
execuçào do crime.
ARTIGO 460.O
Nos casos declarados nos artigos antecedentes seráo adju-
dicados, a titulo de indemnisação, ao proprietario prejudicado
pelo crime, os objectos e receitas perdidas; e se alguma cousa
faltar para a sua inteira indemnisáíao, o poderb haver pelos
meios ordinarios.

CAPITCLO III.

DOS QlJE ABREM CARTAS ALIIEIAS Oll I>AI'ElS, E DA REVELAÇÀO


DOS SEGREDO&

ARTIGO 461.O
Aquelle, que maliciosamente abrir alguma carta, ou papel
fechado de outra pessoa, para tomar conhecimento dos seus
136 CODIGO PEiiAL.

segredos, e os revelar, ser8 punido com a prisào de dois me-


zes a um anno.
Se os 1130 revelar, a prisão ser8 de quinze dias a seis me-
zes, sem prejuizo das penas do furto, se houverem logar.
$ 1." A disposicão deste artigo 1130 6 applicavel aos ma-
ridos, paes e tutores, em quanto hs cartas, ou papeis de suas
mulheres, filhos, ou menores, que se acharem debaixo da
sua auctoridade.
$2." Se o criminoso fùr criado, feitor, ou qualquer ou-
tra pessoa habitualmente empregada no serviço da pessoa
offeridida, ser8 a prisão pelo dobro do tempo mencionado
neste artigo.
$j3." Se as cartas, ou papeis abertos, fdrem pertencentes
ao serviço público, e emanados de alguma auctoridade pú-
blica, ou n ella dirigidos, ou instrumentos, ou autos judi-
ciaes, a prisáo será a de tres mezes a tres annos.

ARTIGO 462.O
Todo o empregado, ou operario em fabrica, ou estabele-
cimento industrial, ou encarregado da sua administração, ou
diregáo, que com prejuizo do proprietario descobrir os se-
gredos da sua industria, será punido com a prisão de tres
mezes a tres annos, e multa correspondente.

CAPITULO IV.

DOS RECEPTADORES, ER'COBRIDOEFS, E DOS QUE 6E APROVEITAM


DOS EFFEiTOS DO CRIME.

ARTIGO 163.'
Serit punido com a pena do furto simples:
i." O que, sendo sabedor de que qualquer cousa foi sub-
trahida, desencaminhada, ou obtida por meio de um crime,
a occultar, ou comprar, ou commetter a outrem que a com-
pre;
2." O que com o mesmo conhecimento se aproveitar, ou
auxiliar o criminoso para que se aproveite da mesma cousa,
ou de qualquer dos productos do crime.
ARTIGO 464.O
Sera punido com a prisào de um mez ate tres annos o que
occultar, ou inutilisar os objectos, que constituem o corpo de
delicto, ou os instrumentos do crime para o fim de impedir,
ou embaraçar o procedimento da justiça.

ARTIGO 465.O
Pronunciar-sè-ha sempre a demissão do empregado pú-
blico, quando este, fóra do exercicio de suas funcções, com-
metter o crime de receptação de cousa furtada, ou roubada,
ou o de falsidade, ou o de furto, de roubo, de burla, de
abuso de confiança; e que a pena decretada ria Lei seja a
pris89 correccional, nos casos, em que o Ministerio público
accusà, independentemente de accusnção da parte.

FOCO POSTO.

ARTIGO 466.O
Serfi punido com os trabalhos publicos no Ultramar por
toda a vida, aquelle que voluntariamente pozer fogo, e por
este meio destruir em todo, oii em parte:
1." Fortificação, arsenal, armazem, archivo, fabrica, em-
barcação pertencentes ao Estado, ou edificio, ou qualquer
logar contendo, ou destinado a conter cousas pertencentes
ao Estado;
2.' Edificio, ou qualquer logar habitado;
3." Edificio destinado legalmente á reuni30 de cidadõos;
4." Edificio destinado á habitação dentro de povoado,
posto que 1180 actualmente habitado.

ARTIGO 467P
A pena serh a dos trabalhos publicos temporarios no Lil-
tramar, se o objecto do crime fdr:
i 38 CODIGO PEHAL.

I." Embarcação, armazem, edificio dentro, ou fóra do


povoado, ainda que não habitados, nem destinados á habi-
tação;
2." Seara, floresta, matta, ou arvoredo.

ANTIGO 460.O
As penas determinadas nos dois artigos antecedentes seráo
applicadas ao que tiver communicado o incendio a algum
dos objectos que nelles se enumeram, pondo voluntariamente
o foeo a quaesquer objectos collocados de modo, que a com-
municaç80 houvesse de ser effeito natural do inceridio destes
objectos, sem accidente imprevisto.

ARTIGO 469.O
Será punido com a pena de morte aquelle, que cornmetter
o crime de iricendio em qualquer dos casos enumerados nos
artigos antecedentes, occasionando a morte de alguma pes-
soa, que, no momento em que o fogo foi posto, se achava rio
logar incendiado.
ARTIGO 470.O
As penas do delicto frustrado serão applicadas quando o
fogo posto não chegou a ateiar-se, e a produzir damno, salvo
quando o Criminoso tentou mais de uma vez o incendio, ou
que este fosse objecto de concerto entre muitos criminosos;
porque em taes casos será punido com as penas dos artigos
466." e 467."
ARTIGO 471.O
O proprietario que pozer fogo á sua propria cousa, será
punido nos casos, e com as distincções seguintes:
1 Se o objecto incendiado fdr edificio, ou logar habitado,
.O

a pena será a determinada no artigo 466.";


2." E m qualquer dos outros casos declarados nos arti-
gos 466." e 467.", se o proprietarío pelo incendio da sua
propria cousa, causar voluntariamente prejuizo em qualquer
propriedade de outra pessoa, será punido com as penas do
artigo 467."
$C I."Quando o prejujzo, ou o proposito de causar o pre-
juizo, coiisistir em fazer nascer um caso de responsabilidade
LIY. 11.-TIT. V.-CAP.V . , DO INCENDIO E DAMNOS. 139
para terceiro, ou em defraudar os direitos de alguem, a pena
será a prisão de um a tres annos, e multa correspondente.
$ 2." Fica salva em todos os casos, alem dos enumerados
nesta secção, a responsabi.lidade do proprietario, que p6e
fogo á sua propria cousa, pelos damnos, e pela violação dos
Regulamentos de policia.

ARTIGO 4752.O
Se o valor de algum dos objectos existentes fóra de po-
voado, enumerados no artigo 467.",não exceder a vinte mil
reis, e o fogo tiver sido voluntariamente posto, mas sem pe-
rigo, nem proposito de propagação, a pena será a de prisõo
de um mez a um anno, e multa correspondente.

ARTIGO 4 7 3 . O
O incendio de objectos não comprehendidos nesta secção
será punido applicando-se as disposições relativas As des-
truições e damnos com circumstancia aggravante, segundo
as regras geraes.
ARTIGO 4 7 4 . O
As regras estabelecidas nos artigos antecedentes serão
applicadas ás destruiçòes e damnos causados' por meio de
submersão, ou varação de embarcação, ou explosão de mi-
na, ou de machina d e vapor, ou agente de igual poder.

ARTIGO 475."
Aquelle, que por qualquer meio derribar, ou destruir vo-
luntariamente em todo, ou em parte, edificio, ou qualquer
construcção concluida, ou sómente começada, pertencente a
outrem, ou ao Estado, será punido com a prisào de um a
tres annos, e rnulta correspondente.
(S unico. Se o valor do damno não exceder a vinte mil
reis, a prisão será de um mez a um anrio, e multa corres-
pondente.
i 40 CODIGO PENAL.

ARTIGO 476.O
São comprehendidos nas disposições do artigo antecedente
e seu $:
1." O que arrombar porta, janella, tecto, ou parede de
qualquer casa, ou edificio;
2." O que destruir em todo, ou em parte, parede, fosso,
valla, ou qualquer cercado.

ARTIGO 477 .O
Aquelle, que destruir, ou de qualquer modo darnnificar
estatua, ou outro objecto destinado 6 utilidade, ou á deco-
raqào pública, e collocado pela Auctoridade pública, o11 com
sua auctorisação, será punido com a prisão de dois mezes a
dois annos, e multa correspondente.

ARTIGO 478.O
Ser6 punido com as mesmas penas do artigo antecedente,
c salvas as penas de rcsistencia, se houverem logor:
i." O que por meio de violencia se oppozer 6 execuçào
de trabalhos auctorisados pelo Governo;
2.o O que causar damno com o fim de impedir o livrc
C

exercicio da Auctoridade pública, ou por vinganqa contra os


que tiverem contribuido para a execução das Leis.

ARTIGO 479.O
Aquelle, que cortar, ou destruir q"alqiier arvore fructi-
fera, ou não fructifera, ou enxerto pertencente a outrem, ou
a mutilar, ou a damnificar de modo que a Saca perecer, serli
condemnado na prisào de tres a trinta dias, e multa at6 um
mez.
$ I."Se for mais do que uma arvore, ou enxerto, a pena
será imposta, multiplicada pelo numero das arvores, ou en-
xertos destruidos, com tanto que não cxccda ao moximo da
prisão correccional, e multa correspondente.
2." Se a arvore, ou as arvores, eram plantadas em logar
público, em estrada, caminho publico, ou coiicelhío, as penas
serào em dobro, sem nunca excederem ao maxirno da prislio
correc~ional,e multa.
1 . 1 ~ 11.-TIT.
. V.-CAP.V.. ~o INCEKDIO, R UAMNOS. 141

ARTIGO 480.O
Aqiielle, que destruir em todo, ou em parte, seara, vinha,
Iiorta, plantaçlo, viveiro, ou sementeira pertencente a outrem,
scr6 condemnado nas penas do artigo 475."

ARTIGO 4 8 1 . O
A destruição, ou damriiticação de effeitos, ou propriedades
moveis, ou de quaesquer animaes pertencentes a outra pessoa,
ou ao Estado, que se commetter voluntariamente:
1.O Em assuada ;
2." Empregando substancias venenosas, ou corrosivas;
3." Com violencia para com as pessoas, ser8 punida com
o degredo temporario.
ARTIGO 4 8 9 . O
Aquelle, que voluntariamente matar, ou ferir alguma besta
'
cavallar, ou de tiro, ou de carga, ou alguma cabeça de gado
vaccum, ou de rebanho, fato, ou vara pertencente a outra
pessoa, ou qualquer animal domestico das especies referidas,
pertencente a outra pessoa, será condemnado em prisão de
um mez a um anno, e multa correspondente.
$ unico. Se este crime for commettido em terreno, de que
seja proprietario, rendeiro, ou colono o dono do animal, a
pena será. aggravada; e impondo-se o maximo, no caso em
que concorra escalamento, ou outra circumstancia aggravante.

ARTIGO 483."
Aquelle, que matar, ou ferir sem necessidade qualquer
animal domestico alheio, em terreno de que seja proprietario,
ou rendeiro, ou colono o dono do animal, será condemnado
na pena de prisão de seis dias a dois mezes, e multa ate um
mez; ou na de desterro at6 seis mezes, e na mesma multa.

ARTIGO 484.O
Fóra dos casos especificados neste capitulo, todos os damnos
causados voluntariamente em propriedade alheia movel, im-
movel, ou semovente, concorrendo alguma circumstancin ng-
gravante, serão punidos com prisgo correccional, graduan-
do-se a sua duraçáo segundo o valor do prejuizo causado.
142 , CODIGO PENAL.

$ i." Se este valor não exceder a vinte mil réis, a prisao


não se estenderá a mais de um anno; ou se imporá a pena
de desterro; sem prejuizo de pena mais grave, se a circiim-
stancia aggravante por si sú constituir um crime em que ella
tenha logar.
Sj 2." Nao concorrendo circumstancia alguma aggravante,
a pena ser8 a multa de tres a trinta dias, a qual será imposta
accusando o offendido; e salva a pena de contravenção, se
houver logar.
S E C Ç ~ O3.8
INCENDIO, E DAIIINOS CIUSADOS COM VIOLAÇXO DOS UEGULAXESTOS.

ARTIGO 485.O
Se pela violaçao, ou falta de observancia das providencias
policiaes, e administrativas contidas nas Leis e Regulamen-
tos, e sem intenção malefica, alguem causar incendio, ou
qualquer damno em propriedade alheia, movel, semovente,
ou immovel, será punido com a multa, coriforme a sua renda,
de um mez, sem prejuizo das penas decretadas nas mesmas
Leis, ou Regulamentos pela contraverição.

TITULO VI.

ARTIGO 486.O
Aquelle, que, por discursos, ou palavras proferidas publi-
camente, e em voz alta, ou por escripto de qualquer modo
publicado, ou por qiialquer meio de publicaçâo, provocar a
um crime determinado, sem que se siga efTeito da provoca-
@O, será punido com a prisco correcciorial, e multa de tres
mezes a tres annos, salvo se ao crime a que provocou fôr
pela Lei imposta uma pena menos grave, a qual será neste
caso imposta ao provocador.
$ unico. Se da provocação se seguiu effeito, será o pro-
vocador considerado como cumplice; e ser-lhe-ha sómente
imposta a pena da cumplicidade.
TITULO VII.
DAS C O N T R A ~ E N ~ ~DE
E S POLICIA.

ARTIGO 487.O
Terão inteira observancia, no que nso fdr especialmente
alterado por este Codigo, as Leis e regulamentos adminis-
trativos c de policia, actualmente em vigor, que decretam as
penas das contravençòes de suas disposiç6es.

ARTIGO 488.O
As coimas continuarão a ser julgadas em todos os casos,
em que se acham determinadas pelas Posturas, e Regulamcri-
tos municipaes actualmente em vigor, e feitos na conformi-
dade das Leis.
ARTIGO 489.O
Depois da publi&ção deste Codigo não poderá decretar-se
rios Regulamentos administrativos e de policia geral, ou mu-
nicipal, ou rural, ou nas Posturas das Camaras, sem Lei es-
pecial que o auctorise, pena mais grave que as seguintes:
I." Prisão ati: um mez;
2." Multa at8 vinte mil reis.
(S unico. A perda dos objectos e instrumentos, apprehen-
didos em contravençno, s6 póde ser pronunciada quando a
Lei especialmente o decretar.

Paço, 10 de Dezembro de 1862.

Duque de Saldanha.
Rodrigo da Fonseca Magalhàes.
Antonio Maria de Fontes Pereira de Mello.
Antonio Aluizio Jervis de Alhoguia.

(Publicado nos Diarios do Governo, n.OS 304 a 307, de 9 4 a 89 de De.


zembro de 1859.)
INDICE
DOS

LIVROS, TITULOS, CAPITULOS E SECÇÕES

CODIGO PENAL.
LIVRO I.
DISPOSIÇÕES GERAES.

TITULO i .'-Dos crimes em geral, e dos criminosos.


CAPITULO I .'-DOS crimes. ................
CAPITULO2."-Das circumstancias que aggra-
vam, ou attenuam os crimes .............
CAPITULO3.'-Dos criminosos .............
TITULO %"-Das penas e de seus etl'eitos. .......
CAPITULO1.O-Das penas. ................
CAPITULO2.'-DOS cffcitos das penas ........
I
TITULO 3."-Da applicaçáo e execuçso das penas . .
CAPITULO1,"-Da applicaçâo das penas em geral
CAPITULO2.'-Da applicaçso das penas nos casos
I
em que concorrem circumstancias agravantes,
ou attenuantes. .......................
CAPITULO3."-Da applicaçõo das penas nos ca-
sos de refncidencia e accumulação de crimes,
cumplicidade e tentativa .................
10
CAPITUI.~ $."-Da esecuçáo das penas .......
I
TITULO &"-Da responsabilidade civil, e da ex-
tincção dos crimes e penas. ..................
CAPITULOi."-Da responsabilidade civil. .....
CAPITULO2."-Da extincção dos crimes e penas
LIVRO 11.
DOS CRIMES EM ESPECIAL.

TITULO 1."-Dos crimes contra a Religião do Reino,


e dos commettidos por abuso das funcções religio-
sas....................................
CAPITULOi ."-DOS crimes contra a Religião
do Reino.. ..........................
CAI>ITULO 2."-110s crimes commettidos por
abuso das funcçõcç religiosas. ............
TITULO 2."-Dos crimes contra a seguranca do Es-
tado ...................................
CAPITULO1."-Dos crimes contra a segurança
exterior do Estado. ....................
CAPITULO2."-DOS crimes que offendem os in-
teresses do Estado, com relação 6s nações
estrangeiras ..........................
CAPITUI,~ 3."-Dos crimes contra a segurança
interior do Estado.. ...................
Secção I."-Do attentado e offensas contra
o Rei e sua Familia.. ..............
Secção 2."-Da rebellião ..............
TITULO 3."-Dos crimes contra a. ordem e trari-
.puillidade pública. ........................
CAPITULO1."-Das reuniòes criminosas, sedi-
çáo e assuada. ........................
Secçào 4 :-Disposiç80 geral. ..........
..............
Secção 2."-Da
Secção 3.-Da
CAPITULO2."-Das
sedição.
Assuada .............. I
injurias e violencias con-
tra as Auctoridades públicas, resistencia e
desobediencia. ........................
INDICE.

Secção 4.a-Das injurias contra as Aucto-


ridades públicas. ..................
Secçào 2."-Dos actos de violencia contra
as Auctoridades publicas ............
Secçiio 3."-Da resistencia. ............
Secçiio La-Da desobediericia ..........
CAPITULO 3."-Da tirada e fugida de presos, e
dos que não cumprem as suas condemnações.
Secção I."-Da
Secçào 2."-Dos que não cumprem as suas
condemnações ....................
I
tirada e fugida de presos. .

CAPITULO 4.'-DOS ..
que acolhem malfeitores.
CAPITULO 5."-DOS crimes contra o exercicio dos
direitos politicos ......................
CAPITULO 6.O-Das falsidades ..............
Seqão I ."-Da falsidade da moeda ........I
Secção 2."-Da falsificaçào dos escriptos. ..
Sec~ão3 "-Da falsificação dos &llos, cu-
nhos e marcas.. ..................
Secção 4."-Disposições communs 6s sec-
çoes antecedentes deste capitulo. ......
Secção 5."-Dos nomes, trajos, empregos e
titulos suppostos, ou usurpados. ......
Secção 6."-Do falso testeinunho, e outras
falsas declarações perante a Auctoridade
piiblica .........................
CAPITULO 7.'-Da violação das Leis sobre inhu-
mações; da violação dos tumulos; e dos cri-
mes contra a saude pública ..............
Secção 4."-Da violação das Leis sobre in-
humaçóes, e da violaçáo dos tumulos. ..
Sec~ão2."-Dos crimes contra a saude pú-
blica ...........................

I
CAPITULO 8.O-Das armas, caças e pescarias de-
fezas ...............................
Secpào I."-Das armas prohibidas. ......
Secção 2."-Das caças e pescarias defe-
1 %8 INDICE.

CAPITULO9.U-Ilo~ vadios e mendigos, e das


associaqòes de inalfeitores ...............
Secção I."-Dos vadios. ..............
............
I
Secção 2."-Dos mendigos.
Secção 3."-Das associaçòes de malfeito-
res............................
CAPITITLO 10.O-DOS jogos, loterias, convtw-
çòes illicitas sobre fundos publicos, e abusos
em casas d'emprestimo sobre penhores. ....
Secção I."-Dos jogos ...............
Secção 2."-Ilas loterias ..............
Secção 3."-Das convenções illicitas sobre
fundos publicos.. .................
Secção 4."-Dos abusos em casas de em-
prestimo sobre penhores ............

I
CAPITULO11.O-DO monopolio, e do contra-
bando ..............................
Secção I."-110 monopolio. ............
Secfão 2."-nos contrabandos e descami-
nhos ...........................
CAPITULO12.O-118s associaçóes illicitas ......
Secção I ."-Das associações illici tas por
falta de aiictorisação ...............
Secçno 2."-Das associações secretas. ....

I
CAPITULO13."-Dos crimes dos empregados pu-
blico~no exercicio de suas funcções.. ......
Secção !."-Da prevaricaçao. ..........
Secção 2."-Dos abusos de auctoridade. ..
Secçiio 3."-Do excesso de poder e des-
obediencia. ......................
Secção 4."-Da illegal antecipaçâo, pro-
longação, e abandono das funcçõe~ptí-
blicas ...........................
Secção $.'-Do rompimento de sCllos, e
descaminho de papeis guardados nos de-
posito~publicos, ou confiados em rasa0
do emprego público.. ..............
Secção 6."-Do peculato e concussào. ....
INDICE. 149
Secção 7."-Ua peita, siiborno e corru-
pçao .......................... 96
Secção 8."-Disposiçòes geraes ......... 98
TITU1,O 4.'-Dos crimes contra as pessoas.. .....
CAPITULO1.'-Dos crimes contra a liberdade
das pessoas.. ........................
Secção !."-Das violencias contra a li-
berdade. ........................
Secção 2."-Do
CAPITULO

Secção (."-Da
carcere privado. ........
2.'-DOS crimes contra o estado civil
das pessoas.. ........................
usurpaçâo do estado civil,
rnatrirnonios suppostos c illegaes. .....
SecçcZo 2."-Dos partos suppostos. ......
1 100

101

I02
Secção 3."-Da subtracção e occultaç80 de
menores ........................ 103
Secção 4."-Da exposiçáo e abandona dos
infantes.. ....................... 104
CAPITULO 3.'-DOS crimes contra a segurança
das pessoas.. ........................ 106
Secçào !."-Do homicidio voluntario sim-
ples, e agravado, e do envenenamento.
Secçào 2." -Do homicidio voluntario ag-
gravado pela qualidade das pessoas. .. 106
Secçao ,?."-Do aborto. ............... 107
Secção 4."-Dos ferimentos, contusões, e
outras offensas corporaes voluntarias ... 108
Secção $."-Do homicidio, ferimentos, e
outras offensas corporaes involuotarias. .
Secçüo 6."-Das causas de attenuaçno nos
crimes de homicidio voluntario, ferimen-
tos e outras offensas corporaes .......
Secção 7."-Do homicidio, ferimentos, e ou-
tros actos de violencia, que n3o s?io qua-
lificados crimes................... 112
Secçào 8."-Das ameaças, e introducç8o na
casa alheia. ...................... 113
Secção 9.'-Do ...............
duello. 114
I50 INDICE.

Secção 40."-nisposiçào commum ás sec-


ções deste capitulo. ................ f 15
CAPITULO4.'-Dos crimes contra a honesti-
dade ...............................
Secção I."--Do ultraje publico ao pudor.
Secçâo 2."-Do attentado ao pudor, estu-
pro voluntario, e violaçáo ...........
Secção 3.a-Do adulterio. ............. 118
Secção 4.a-Do leriocinio.. ............ 11 9
CAPITULO5.'-Dos crimes contra a honra, dif-1 120
famação, calumnia e injuria.. ............
TITULO 5."-Dos crimes contra a propriedade. . . .
CAPITCLO1.O-DO furto, do roubo, e da usur-
pação de cousa immovel. ................
Secção !."-Do furto. ................
Secção 2."-Do roubo. ............... 1 2 7
Secçiio 3."-Da usurpaçiio de cousa immo-
vel, e arrancamento de marcos. ....... 130

I
CAPITULO2."-Das quebras, bulras, e outras
defrauda~íjes ......................... 1 31
Secçiio !."-Das .............
quebras.
Secçâo 2."-Das ...............
bulras 132
Secção 3."-Dos abusos de confiança, e ou-
tras especies dc fraude.. ............ 133
CAPITULO3.'-Dos que abrem cartas alheias,
ou papeis, e da revelação dos segredos.. .... 135
CAPITULO4.'-DOS receptadores, encobridores,
e dos que se aproveitam dos-effeitos do crime 136
CAPITULO.%'-Do incendio e damnos.. ......
Secção I .a-Do fogo posto. ............
1 137
Secçüo 2."-Dos damnos. ............. 139

i
Secção 3."-Do incendio, e damnos causa-
sados com violaçào dos Regulamentos. . 142
TITULO 6."-Da provocação pública ao crime. ....
TITULO 7.'-Das contravenções d e policia........ 143
REFERTORIO AIPHABílTICO

CODIGO PENAL.

Abandonar- crianças: V. Engeitar.


Abeliias-cluern as mata que pena teiii: nrt. 463 e 484.
(V. Damnc.)
Abigeato-ou furto de gado : I.'. Furto-Roubo.
Aborto-se alguem de proposito o causa d mulher pejada,
em que pena incorre: art. 358.-E se i: com consentimento
dclla : art. 358 $, I ."-E se um medico, cirurgião, ou pliarma-
ceutico concorre ara isto, que pcna tem: art. 248, 249 c 358
5 4.'-Mas 5
se e e a que o promove: art. 358 # 2.'-E se o
faz para occultar a deshonra: art. 358 f) 3.' (V. Infanticidio.)
Abuso-de auctoridade, no que consiste, e que pena tem:
art. 201 a 300.
Abuso-de confiança, que commette quem desencaminha,
ou dissipa, em prejuizo de outrem, dinheiro, cousa movcl, ti-
t u l o ~ ,ou escriptos, que recebeu por deposito, locação, man-
dato, commissão, administrac,ão, conimodato, ou para um tra-
balho, uso, ou emprego determinado, ou por qualquer outro
titulo que produza obrigação de restituir amesma cousa, pune-
se com as penas de furto: art. 453.-E o (abuso) que com-
mette quem engana um menor de 25 annos, servindo-se da sua
impericia, necessidades, ou paixões para lho fazer subscrever
em prejuizo proprio alguma obrigação, desobrigação, ou trans-
missão, como se castiga, qualquer que seja a fbrma por que o
emprestimo se encubra: art, 454.-Se o criminoso (de abuso
tlr confianca) L; I I Empregado
~ público: art. 46.5.
ilbuso-dos Ministros Ecclesiasticos: V. Auctoridades pu-
blicas-Bullas-Clerigos-Fbrma do Governo-Direitos da
Corôa-Leis do Reino-Matrimonio-Provocação ao crime
1 52 REPERTORIO ALPHABBTICO. (A)
-Recursos a Corôa-Sacramentos-Seducção-Sermóes-
Sigillo.
Abuso-nos emprestimos sobre penhores: V. Estabeleci-
mentos.
Acção-civil pelo damno e perda causada com o crime,
não se extingue pela amnistia: art. 420 § 4.'-Nem pelo per-
dão do Rei: art. 124.-Quando cumulada a acç" criminal
prescreve pelo mesmo tempo que esta: art. 123 § 4."-A de
nullidade, pela senteng manifestamente injusta, e proferid~
por favor, ou por odio, póde ter logar depois da condemnação
da Auctoridade que a proferiu: art. 284 C, 5."
Acçüo-criminal de furto não e permittida pelas subtrac-
ções commettidas por um dos conjuges em prejuizo do cutro,
ou dos successores do predefuncto, em quanto as couns não
passam ao poder de terceiro; nem por ascendentes, ou des-
cendentes consanguineos, ou affins; nem por irmãas, ou cu-
nhados que vivem juntos, quando os objectos subtrahidos per-
tencem a success30 de que hão de ter partilhas: art. 431.
-Mas e permittida (a acção criminal) contra toda a pessoa que
encobrir, ou se aproveitar de taes subtracções: art. 431 fj
unico.
Ac~fies-deshonestas: V. Altentado-Ulti*aje.
Achados-do vento; quem os não entrega soffre as penas
de furto: art. 423.
Acorrtar-malfei tores : V. Encobridores- Isento de pena.
Actos-pr~pnratorios só sáo puniveis quando a Lei o deter-
mina :art. 70.-Quacs sâo os casos pelo Codigo Penal: art. 4411,
464, I(j5,'172, 180 e $ 1.' (V. Armas prohibidas-Gazuas.)
Actos-prcparatoinios do regicidio são punidos: art. 464 e
165. -Salro se o criminoso desistir espontaneamente: arb.
476 iirtico.
Acc~tw~itlny60-de crimes, como 6 punida: art. 87 e 90.
(V. Pena ~i~riliiima.)
Accz~mrilacGo-ile poiias. V. Pena nenhuma.
Acczlsa filo- V. Querda.
Adoogcrdo-ou procurador judicial, cliie descobre os segre-
dos do cliente, como punido: art. 289 ne0!.-E o qiie na
mesma causa aconselha, advoga, ou procura pela outra parte :
art. 289 n." 2.-E o que ~ e c e b ealguma cousa d'esta parte
contraria : art. 289 n.O 3.
Adulterio-em qiie casos, e com que penas se castiga: art.
401 a 404. (V. Marido-Mulher casada.)
(A) DO CODTGO PENAL. 153
Agente-diplomatico, que, corrompido por dadivas ou pro-
messas, promove a guerra de uma Potencia estrangeira, ou
quacsquer medidas hostis a Portugal, como é punido: art. 14.3
$ unico.-E o que nega a proteccão devida a subditos portu-
guezes: art. 157.-E o que abandona, ou prolonga illegal-
mente o exercício do emprego: art. 458.
Agente-diplomatico estrangeiro; que penas tem quem o
offende, ou a alguem de sua familia, ou viola o seu domicilio e
privilegios: art. 159.
Agente-do Ministerio Público, que dolosamente não pro-
move o processo e castigo dos delinquentes, que pena tem:
art. 287, 324. e 325. (V. Aggravaçã0.)-E se querela dolosa-
mente contra determinada pessoa, tendo conhecimento de que
as provas sáo falsas: art. 288. (V. Declaração.)-E o que des-
cobre os segredos, que sabe em rasão do emprego, ou aconse-
lha, ou advoga, ou procura contra os interesses da Justiça, e
do Estado, ou recebe alguma cciusa das partes contra quem li-
tiga: art. 289 n.O 4, e 290. (V. Empregado público-Querkla.)
Agente-da Auctoridade: V. Carcereiro-Força publica
-Injuria-Prepostos-Prisão, etc.
Aggraoaçáo-das penas como se faz, em geral: art. 50, 78
e 79. -Tem sempre logar no Empregado publico cumplice de
um crime que devia impedir, ou fazer castigar: ayt. 287, 324
e 325.-E em qualquer crime feito com armas prohibidas:
art. 19 n." 15, 177 $ unico, e 178.
Aggravacão-substi tuição, e attenuação das penas : V. a Ta-
boa que csii no fim do Repertorio.
Agiia-de beber, quem a estraga que pena tem: art. 254
3 2.O n.O %-E a dos rios e lagoas, se alguem ahi lança algum
material para matar peixe: art. 255 Sj 3."
Ajrrntanhento-V. Associação- Assuada-Colligação-He-
uriióes-Sedição, etc.
Alcocitaria- V. Lenocinio.
Alevantnr-volta ou arruido: Ir. Volta.
Alliciacno-para a deserção de militares, como é punida:
art. 309 Fj unico. (V. Provocação.)
Alta-traição-V. Attentado-Conjuração-Isento de pe-
na-Rebellião-Sedição-Segurança interior e exterior do
Estado.
A~nbito- V. Direi tos poli ticos-Eleições.
Arrbenças-quando constituem uma offensa corporal: art.
363 e 374.-Como se punem quando são por escripto, e
i 54 REPERTORIO ALPBABETICO (A)
quando são verbaes, mas conforme a qualidade do mal quc
n'ellas se promette fazer: art. 379 e $§.-Sendo simplesmente
verbaes, e 11ão acompanhadas de alguma ordem, ou condiqão.
punem-se como injuria verbal: art. 379 5 3.O
Ameaps-d Auctoridade, feitas com armas, ou por uma
reunião de mais de tres individuos, como sáo punidas: art.
183 $ 1.'
Ameaças -V. Arrematação -Assemblka -Assigna tura -
Carcere privado-Colligação-Empregado publico-Entrada
na casa de habitação de alguem-Furto-Injuria-Jogador
-Juizes -Jurados -Mendigos -Peritos -Roubo -Teste-
munhas.
Amnistia-o que é: art. 120.-Como se deve interpretar,
e que effeitos produz: art. 120 4 . O e %'-Faz que o segu~ido
crime domesmo genero não se possa qualificar de reinciden-
cia: art. 85 3 i.' (V. Perdão.)
Amos-quando respondem pelo damno causado pelos seus
familiares e criados: art. 115. (V. Conductores-Damno.)
Analogia-paridade, ou maioria de rasão, não 0 bastante
para se qualificar de crime qualquer facto: art. 18.
Aninaaes-V. Damno-Veneno. .'i
~lpostasia-quando, e como e punida: art. 135. .I ., .
Applicagão-das penas, como deve fazer-se: art. 6 8 a 76.
-E se concorrem circumstancias attenuantes. ou aggravan-
tes: art.' 77 a 84. -E nos casos de reincidencia, accumulação
de crimes, cumplicidade, e tentativa: art. 83 a 90. ( V . a Taboa
que esta no fim d'este Repertorio.)
Approvação-ou consentimento dooffendidopelocrime, i130
i! causa justificativa contra a disposição da Lei penal: art. 13.
Arb~trador- V. Interesse-Perito.
Arbilro-que acceita dadiva ou promessa, para exercer, ou
náo exercer as suas funcções; ou que, depois de acceitar, )ião
repudia a tempo, em que pena incorre: art. 318 $5 7.O e !I.',
e 323.
Armas-que cousa sejam: art. 178 §$ 2.' e 3.'-Quem se
presume que as tem para commetter o crime: art. 178 5 4.'
-Aquellas com que foi commettido o crime, quando ficam
perdidas para o Estado: art. 64. ( V . Perda.)-Como e punido
o portugucz qiie as toma contra a patria por uma nação es-
trangeira : art. 1'11. (1: Guerra.)-E aquelle que fabrica, irri-
poria, vende ou expõe a venda, ou usa as (armas) prohibidas:
art. 253 3 1.'-0 crime commettido com estas, reputa-se
(a) DO CODIGO PENAL. 155
aggravado: art. 49 n.O 15, 177 § unico, e 478.-E quem Iraz,
ou usa sem licença, ou fbra das circumstancias permittidas
as (armas), que scímente se podem usar, ou trazer nessas cir-
cumstancias, ou com licenfa, que pena tem: art. 263 $$ 2."
Armas-V. Furto-Gazuas-Offensas Corporaes-Roubo.
Arrancamento-de marcos: V.'Arvores-Marcos.
Arremataçáo~auctorisadapor Lei, ou pelo Governo; se
alguem a impede, conseguindo que outrem não lance, ou a
perturbe com violencias, ou ameaças. que castigo tem : art. 278.
Arrombamento-o que e: art. 442 $Ej 4." e 2."-Constitue
uma circumstancia aggravanle dc qualquer crime : art. 19. n.'
45.-E constitue tambem o crime de damno: art. 47G n.O I .
Arrombamento-V. Entrada-Homicidio-Offensa corpo-
ral- Roubo.
Arruido-V. Volta.
Arvores-quando se reputam marcos: art. 446 5 unico.
-Quem neste caso as arranca arbitrariamente. que pena tem:
art. 446.
Arvores-V. Damno.
Ascendentes- V. Aborto- Acção criminal -Attentado ao
pudor -Carta-Corrupção-Diffamação -Engeitar -Estu-
pro-Filho-Infanticidio-Injuria-Isento de pena-Jura-
men to falso -Mendigos -Offensa corporal -Paes -Parrici-
dio-Rapto-Violaçáo.
Assalariar-gente para serviço estrangeiro; como é punido
quem o faz: artigo 156 e 5 unico.
Assassi~kio-como se pune: art. 19 n.O 7,351 e n.O 1, e 352.
(V. Homicidio.)
Assembléa-ou Collegio eleito~al;sendo impedida de exer-
cer competentemente as suas funcçóes, como se punem os au-
ctores e cumplices do tumulto, ou violencias praticadas a este
fim: art. I99 e 204.-E se o presidente, ou qualquer mem-
bro da mesa fôr offendido: art. 202.-E se alguem falsificar os
votos : art. 203. -E se vender o seu voto : art. 204. -E se al-
gum cidadão fôr impedido por violencias, ou ameaças, de exer-
cer os seus direitos politicos: art. 200 e 205. (V. Eleicóes.)
Assignatura-em branco, como se purie aquelle que abusa
della: art. 220 e $$ unico.-E aquelle que consegue extor-
quil-a, ou outro escripto, ou titulo por violencia, ou ameaça:
art. 440.
Associagões-auctorisadas pelo Governo, e compostas de
mais de vinte pessoas, para tratarem de assumptos relfgiows,
i 56 REPERTORIO ALPAABETICO (A)
politicos, litterarios, ou de qualquer outra natureza, se infrin-
girem as condições da auctorisação, como se castigam os dire-
ctores e os outros membros: art. 282 5 1.O- E não sendo au-
ctorisados pelo Governo: art. 282.-E sendo secretas: art.
283.-E que pena tem quem presta casa para associações se-
cretas, ou de qualquer modo illicitas: art. 383 § 3.", e 283
5 1.'-0 membro de uma associação secreta, que esponta-
neamente declara A auctoridade o objecto, ou planos d'ella,
fica isento de pena: art. 233 $ 2.'
Associacóes-de malfeitores, como se punem os chefes, e
os outros associados, e bem assim os que os acolhem, ou Ihes
dão pousada, ou logar de reunião: art. 263 e $fS 1.' e 2."
(V. Encohridores.)
Assoçiacóes-V. Colligação-Communidade-Reuniões.
Assuada-o que e, e como se pune : artigo 180. (V. tam-
bem art. 177 e 178.)-Mesmo a tentativa i! punivel, segundo
as regras geraes: art. 180 § 3.'-Se tem por objecto destruir,
ou damnificar effeitos, ou propriedades moveis, ou animaes
alheios, como se pune: art. 481 n.O 1.
At~~a~essadores-V.Generos-Monopolio-Mercadorias.
Attentado-contra a vida do Rei, Rainha reinante, e Suc-
cessor A Corda, no que consiste, e que pena tem: art. 163 a
165. (V. Actos preparatorios- Conjiiração-Familia Real-
Injurias-Offensas com violencia-Tentativa.)
Attentado-ao pudor de um, ou outro sexo, por meio de
violencia, que pena tem, segundo a idade do offendido: art.
394. (V. U1trage.)-O rapto para fim rleshonesto, quando não
sc consumma o estupro, nem a violac.30, é punido como atten-
tado violento ao pudor: art..395.-Se o criminoso e pae, ou
irmão da pessoa oflèndida, ou alguem de sua familia, ou de
quem dependa por qualquer motivo; de que modo se aggrava
a pena: art. 398 e 55, e art. 19 n.OS 9 e 10-Mas para a puni-
ção deste crime i! preciso que se queixe a pessoa offendida, ou
seus paes ou tutores; salvo se ellri é menor de 12 annos, oii se
ao attentado se ajunta alguma violencia qualificada crime, cuja
accusaçáo não dependa da parte: art. 399.
Altenuafüo-das penas, em que casos, e por que modo tem
logar, em geral: art. 80 a 8i.-E nos casos de homicidio ou
ou offensas corporaes graves: art. 370 a 373.-(V. a Taboa
que esti no fim d'este Reperlorio.)
Attestados-falsos, ou falsificados, de molestia, ou de quaes-
quer circumstancias em favor da pessoa n'elles designada; co-
(B) DO CODIGO PENAL. 157
mo se pune quem os passa, ou falsifica, e quem usa d7ellcs:
art. 224. .
Azcctol-es-de crimes, que pessoas o são: art. 25.-Quando
respondem solidariamente com os cumplices pela multa: art.
101 5 4.'-E pela restituição, ou reparação: art. 106.
Auctoridade-na mulher e filhos; a do condemnado em pena
perpetua de trabalhos publicas, prisão, ou degredo, não é pro-
tegida pclas Leis civis: art. 53.
Auctoridude - Administrativa, o11 Judicial, que se nega a
administrar justiça As partes, em que casos, e por que modo 6
c:astigada: art. 2 s . - E a que se ingere nas attribuições do
Poder Legislativo, ou invade as de outra Auctoridade: art. 301
n." h 4.-E aqiielln que prosegue no negocio sobre que se
levanta conflicto de jurisdicçao: art. 302 e seus n.OS-E a que
não cumpre as Sentenças e ordens legaes da Auctoridade Su-
perior: art. 303 e $$.-E a que recusa o auxilio, ou serviço
que Ilic t: exigido competentemente: art. 304.-E a que aban-
tloiia o Emprego seni obter a demissão, ou licença: art. 308 e
C#. (V. Empregado publico.)
Azictoridades- publicas, se são injuriadas por algum Minis-
tro Ecclesiastico, em sermão ou discursos publicados; como
se pune esse Ministro : art. 437.
-
Auctoridades publicas: V. Agente -Diffamação -Em-
pregado publiço- Juiz-Ministros -Teritativa -ele.
Azctos- os instrumentos judiciaes, se alguem os abre inde-
vida e maliciosamente, ou correspondencia do serviço pu-
s
blico, que pena tem: art. 461 3.'-E se alguem procura
inipedir que se façam: V. Cadaveres -Carta -Contrabando
-Encobridores.
Auzilio -V. Recusação.
Avaliador -V. Interesse -Perito.

B
Uebedos-V. Ebrios.
Beneplacito -Regio : V. Bullas.
Ren,gala&s -V. Offensa corporal- Injuria.
Bens-do condemnado ti morte passam logo aos successe
res legitimos, sem que tenha vigor qualquer testamento d'elle:
art. 52 e '$ unico. (V. Herdeiros.)-Perde a sua administra-
ção o criminoso pela condemnação em qualquer das penas
maiores: art. 53 a 55. -E mesmo o direito de dispor d'elle
188 REPERTORIO ALPBABETICO í ~ )
por acto entre vivos, no caso de condemnação perpetua em
trabalhos publicos, prisão, ou degredo: art. 53. - Sendo n
condemnação em trabalhos publicos, ou prisão com trabalhos,
não podem os condemnados, durante o cumprimento da pena,
receber porção alguma dos rendimentos, nem mesa0 com
auctorisaçáo do Governo: $ 1." do art. 53, e $junico c10 art. 5IL.
-Os (bens) dos condemnados em penas maiores são regidos
durante o ciimprimento d'ellas como os das pessoas que os não
podem administrar: art. 53 a 55.-Se o condemnado em multa
os não tem siifficientes para o pagamento, i: preso pelo tempo
correspondente: art. 101 3 4."-0s da mulher casada não são
obrigados h reparação do crime do marido: art. 109. -Os do
criminoso ficam hypothecados ti restituiç50 e reparação desde
o momento do crime: art. 110. (V. Hypotheca.)
Uens-se o credor os toma arbitrariamente ao devedor para
a
seu pagamento: art. 339.-E se o devedor os esconde, ou
aliena, para não pagar: art. 449.-(V. Bulra-Corretor-
Quebra.)
Bens-immoveis : V. Hypotheca -Usurpação.
Blasfmia-quando e como e punida: art. 130.
Bofetada-V. Injuria -Offensa corporal.
Bigamia-que pena tem: art. 337 a 339.
Bons costumes- V. Ultraje.
Boticarios-que pena tem, se vendem substancias veneno-
sas, ou abortivas, ou medicamentos deteriorados, ou se alte-
ram o que se acha prescripto nas receitas: art. 248, 249 e 358
3 &.O-E se auxiliam alguem, que se mutila para se livrar do
serviço militar: art. 367 unico. (V. Aborto -Envenena-
mento -Saude publica.) -
Brazão d'armas- se alguem o usurpa, ou se arroga um ti-
tulo de nobreza que lhe não pertence, como se castiga: art.
237. (V. Imposlores.)
Bullas-o Ministro Ecclesiastico que as executar sem pre-
ceder Beneplacito Hegio, como punido: art. 138 $ 2.'
Bulra-que commette acluelle que fingindo-se senhor de
uma cousa alheia, a arrenda, grava, ou empenha; e o que vende
uma mesma cousa a duas pessoas, ou lh'a byp heca, náo sendo
7
bastante para o pagamento de ambas, ou a lieia maliciosa-
mente como livre uma cousa que o não é; que pena tem: art.
450. -E a d'aquelle que obtem dinheiro, moveis, fundos, ou
titulos, usando de falso nome, ou falsa qualidade, ou falso do-
cumento, ou persuadindo falsamente ao offendido a existencia
(C) DO CODlGO PENAI. 159
de suppostos poderes, credito, ou empreza: art. 451 e § unico.
-E a do que vende despachos, ou exige presentes, dizerido
serem para um empregado publico : art. 152. ( V. 321.)-E sc
o criminoso (de bulra) 13 elle mesmo empregado publico:
art. 465.
Bulra-V. Abuso de confiaiiça -Con trafeição -Feiticeria
-Impostores -Mercadorias -Novos inventos -Simula~áo.

C
Caçar -no tempo, ou pelo modo prohibido, que pena tem :
art. 284. -E entrando para isso sem consentimento do dono
em terras muradas, ou valladas: art. 264 § unico.
Cadaver- de pessoa morta por ferimentos, espancamen-
tos, ou outras offensas corporaes: se alguem o sonega, ou o o
culta, que pena tem: art. 389. (V. Encobridores.)
Cadave~.es- dos suppliciados podem ser enterrados, sem
pompa, pelos parentes: art. 91 5 2.'
Camaras- Legislativas; se alguem por actos de violencia
impede, ou tenta impedir a sua reunião, ou livre deliberação,
em que pena incorre: art. 171 n.O 4.O, e 185.-E se as of-
fende: art. 181, i 8 3 e 411 $ unico. (V. Diffamação-Injuria
-V01 ta .)
Camras- Municipaes: V. Coimas -Desobediencia -Dif-
famaçáo -Injuria -Postura -Resistencia-Volta-etc.
Captic.ti~+o-se alguem sujeita a elle um homem livre, que
pena tem: art. 328.
Carcere-privado; o que 6, e como se pune quem o faz,
segundo a diversidade dos casos, e o tempo que dura a reten-
ção do offendido: art. 330 a 335. -Se o criminoso simula ser
Auctoridade publica, ou emprega torturas, ou ameaças de
morte : art. 331. -E se a final não d i conta do offendido : art.
332.-Se a este crime se ajunta o de rapto: art. 395 $ %O, e
397. (V. Menor.)-E se se ajunta o de roubo: art. 434.-
E se o criminoso e um empregado publico: art. 333.-Nos
casos em que a Lei não permitte a qualquer do povo que
prenda, o particular que prende, commette este crime, e tem
pena: art. 334. -E quando o permitte, se emprega actos cri-
minosos de violencia, tambem e castigado: art. 335. (V. Estu-
pro -Li herdade -Menor -Violação.)
Carcereiro -ou qualquer agente da Auctoridade, encarre-
gado da guarda de um preso, se este lhe foge, em que cir-
160 REPERTORIO ALPHABETICO (A,
cumstancias, e com que penas i! castigado: art. 191 a 195.
-E o que retem o preso fbra do logar competente, ou recusa
passar certidão de prisão, ou apresentar os registos da cadêa.
ou recebe qualquer preso sem ordem competente, por escri-
pto: art. 29"2.'2, 3 e 5, e 298. -E o que emprega contra o
preso rigor illegitimo: art. 293, 208 e 299. (V. Fuga.)
Carta-ou papel fechado pertencente a outrem; se alguem
a abre maliciosamente para tomar conhecimento de segredos
alheios, que pena tem quando os revela, e quando os não rc-
vela: art. 451. -Exceptua-se o marido, pae e tutor, a respeito
das cartas e papeis da mulher, filho ou menor a seu cargo: art.
461 1.'-E se o criminoso C! criado, ou de qualquer modo
empregado no serviço do offendido, como se castiga: art. 461
§ "L0-E se o papel e de s e r ~ i ç opublico, ou um instrumento,
ou auto judicial: art. 461 5 3.' (V. Revelação.)
Cartas-confiadas ao Correio ;se algum empregado publico
viola o segredo dellas, a não ser em casos de investigação cri-
minal, e com as formalidades legaes, como se castiga: art. 295
e 298.
Casa-do cidadão : V. Empregado publico-En trada.
Casanlento-V. Matrimonio.
Castração-que pena tem: art. 366.-E se della resulta a
morte em quarenta dias: art. 366 $j unico-Quando p0de a
pena ser attenuada: art. 373.
Causa-justificativa; em que casos o não e a suspensão da
execução do crime pela vontade do criminoso: art. 9. (V. Ten-
tativa.)-Nem as circutnstaticias do offendido, e mesmo o seu
consentimento, ou approvação : art. 13. -Nem tambem a igno-
rancia da Lei penal : art. 42.-Mas e (causa justificativa) a falta
de intelligencia, a força irresistivel, a necessidade da defeza, e
o ser o acto consequencia accidental de facto licito, ori aucto-
risado por Lei: art. 44. (V. art. 298, 375 e 376; e neste Re-
pertorio os artigos-Obediencia-Defeza-Isento de pena.)
Censura-V. Pena de censura.
Cercear-moeda : V. Falsidade.
Chagas- fingidas : V. Mendigos.
Chaves-falsas: o que são: art. 442 $' 4.'-Constituem uma
circumstancia aggravante de qualquer crime : art. 19 n.O 15;.
Chaces-falsas: V. Entrada-Gazuas-Roubo.
Circlc~nstnncins-aggravanteç, em geral, dos crimes, cluaes
sejam: art. 19, 21 e 78,-E attenuantes: art. 20 e 2i. (V. Im-
putações-Parricidio.)-Como influem para a applicação das
(C) DO CODIGO PENAL. 16t
penas: art. 77 a 90.-Nas reunióes pnra commettcr crimes é
sempre aggravante a circurnst:iiicia de ellas serem armadas:
art. 477 5 uriico.
Cit-rcrgiües- V. Faacul tativos-Peritos.
Clerrgo-que e w z c funcções de que está legalmente sus-
penso, como e punido: art. 139 $ 1.O-E o que recusa indevi-
damente os Sacramentos, ou outro acto do seu ministerio: art.
130 S 2 . O
Clerigos-V. Auctoridades piiblicas-Direitos da Coriia-
Fórrna do Governo -1mpos tores -Leis do reino -Matrimo-
uio -Ministros Ecclesiasticos -Provocação ao crime-Recur-
sos- Seducção-Sermões-Sigillo.
Coimas -V. Contravenqões.
Collegio-eleitoral: Ir. Assemhlt5a.
Colligação-entre os que empregam quaesquer trabalhado-
res, para Ihcs diminuir abusivamente o salario, como se pune:
art. 4 i 7 n." 1 e $ unico.-E a dos trabalhadores, ou emprega-
dos em qualqiicr servi~o,pnra o suspender, oii impedir, ou
pôr-lhe condic;õcs, ou alterar o preço: art. 277 nao2 e 3 unico
-E que pena tem nestes casos todo aquelle que promove, ou
dirige, ou o que emprega violencia, ou ameaças: art. 277 $'
unico -E a colligação de empregados, ou corporacões públi-
cas para impedir. a execu~ãode uma Lei, ou ordem do Governo,
como se pune : ar t. 300.
Colmeias-V. bbclhas -Damno.
Cmmercio -V. Armas -Colligação -Contrafeição -Fal-
sidade -Fundos publicos -Gazuas -Generos -Mercadorias
-Monopolio.
Co~nmissario-V. Abuso de confiança -Committentes -
Conductores -Mandante-Prepostos-(V. tambem os artigos
indicados i s palavras -Commercio-c-Vender).
Committentes-quando respondem pelo damno causado por
seus prepostos : art. 4 1 5 (V. Amos -Excesso -Mandante).
Communidade -religiosa; se alguem nella entrar, ou con-
correr para que outrem entre contra a'prohibição da Lei, como
i: punido : art. 1 '10. i

Compensação -Não ha em penas : art. 103.


Competencia -V. Conflicto de jurisdicção -Desobediencia
-Excesso do poder.
Coruposicão -não t5 admissivel nas penas : art. 103.
Concubznato-V. Marido -Mulher casada.
Concussão -V. Empregado publico-Peculato.
11
Condecora~iío- e titulo dc nobreza ; se alguem os usa sem
lhe pertencer, como é punido : art. 235 (V. Impostores -No-
mes-Trajos.)
Condecorafüo -estrangeira, quem a acceita, sem licença,
em que pena incorre: art. 155.
Condemnado-que foge sem ter cumprido a pena, como C!
punido : art. 496 e 5s-E quem o acollie, ou acoute, e eiicobrc :
art. 197 e 198. (V. Encobridores.)
Copductores-corno barqueiros, recoveiros, ou quaesquer
outros, e seus prepostos; se furtam os ohjectos que lhes foram
confiados para transporte, que pena teem: art. 429 e n." 4.
-E se tambem os alteram com substancias prejudiciaes i
saude: art. 429 5 unico.
Confissúo-auricular : V. Seducção-Sigillo.
Confiicto-de jurisdicção, depois dc levantado entre a Au-
ctoridade Judicial e Administrativa, se alguma deltas prosegue,
que pena tem: art. 303 n.OS 2 e 3.
Conjzrge -V. Acção criminal -Diffamação -Encobridores
-Injuria-Isento de pcna-Juramento falso-Peita, etc.
Conjtwafiio-contra a segurança exterior do Estado, quan-
do e como t: punida: art. 144.-Se d feita por estrangeiro:
art. 454.-Se e para attentar contra a vida do Hei, Rainha
Reinante, ou Successor da Coroa: art. 165.-E se e para se
commctter o crime de rcbellião: art. 172.-Mas o criminoso
qiie descobre qualquer conjuração A Auctoridade fica isento da
pcna: art. 176.
Conselho-se o dá a algum dos contendores o Juiz, ou ou--
tra Auctoridade que decide o negocio contencioso delles, que
pena tem: art. 98'i $ 3.O-E se qualquer Empregado piiblico,
que t3 obrigado a dal-o ao superior, ou alguma informação,
consulta ou informa dolosamente com falsidade dc facto: arl.
285.
Consen timento -do offendido pelo crirnc não i! causa justi-
ficativa contra a disposição da Lei penal: art. 13. -
Contrabandos-como se punem: art. 279-Quem os oc-
culta, ou ainda os contrabandistas, tem a mesma pena: art.
279 5 unico. (V. Encobridores.)-Os objectos do contrabando
ficam perdidos, observando-se em tudo o mais as Leis espe-
ciaes : art. 281.
Contrafeigão-de uma obra escripta, ou de musica, dese-
nho, pintura, esciilptura, ou qualquer outra; e a importação,
a venda, ou exposição á venda do objecto contrafeito, como se
(C) DO CODICO PENAL. 163
piinem intlemnisando-sc o prejudicado: art.\457 e $5, c 458 a
460. (V. Expectaculo -Novos inventas.)
Cont~t/ctos-simulados : V. Simulacão.
Contrnc~ncüo-o que sejh: art. 3.-O que riellri sc pune e
a negligencia: art. 4. -Como se qualifica nas contravencões a
reincidencia: art. 85 $ 2.0-Q~iaiido respondem pela multa aos
auctores e curnplices: art. 101 5 i'."-I'rescreve a sua accusa-
cáo cm um anno art. 123 $ 4."-E em dois a pena imposta ao
criminoso: art. 4211 $ 4."-A pcrda dos ohjcctos, e instru-
mentos apprehendidos cm casos de conlravcnqão, só pcide ter
logar quando a Lei especialmente a dccreta : art. 489 $ unico.
Contraae92.e~-em tudo o que pelo Codigo Penal riao estão
alteradas as disposições das Leis espcciaes, c Regulamentos
sobre os actos do estado civil, c mntrimonios illegaes, dcvem
as contravenqões dessas disposic.6c.s ser punidas como essas
Leis, c Rcguliinirbntosdeti~rrniiinrii:nrt. 339.-E o mesmo s e
deve obser~larcom as Leis e Rcgulamcntos administrativos e
de policia: art. 487.-As coimas continuam a ser julgadas nos
termos dos Regulamentos c Posturas muriicipaes : art. 488. -
Mas depois da publicação do Codigo Penal não i! permittido
decretar nos Regulamentos administrativos, e de policia geral,
municipal, ou rural, penas mais graves do que prisao atk um
mez, e multa ate 20191000 rkis : art. 489.
Contribztifles -sc algiim Empregado público arbitraria-
mente 3s impõe c r e c e l ) ~ ou , se estando encarregado da sua
arrecadação, ou da de outra qualquer cousa do Estado, acceita
o que são 6 devido, sabendo que o não 6, que pena tem: art.
:I13 e $8.
6 ' o n ~ ~ s õ ~ sV.- Injuria-Offensa corporal.
Corpo -de deliçlo : V. Cadaver -Contrabando -Encobri-
dores.
Correio-V. Cartas.
Corréos- de um crime são os nuctores, e os cumplices
art. 2.4.
Correspondencia-proliibida: o portuguez que a tem com
Potencia inimiga, como ha de ser punido: art. 1'13 e 145 e $
unico-E o cstrangeiro residente em Portugal: art. 154.
Correspondencia-V. Autos-Cartas -Revelaçáo.
Corretor-se quehra, ou se se reduz fraudulentamente ri
estado de insolvencia, que pena tem: art. 448. (V. Quebra.)
Corrupção-se o pae, ou outro ascendente a excita, ou faci-
lita a uma pessoa sua descendente, que pena tem: art. 372 -
*
164 REPERTORIO ALPHABETICO (C)
5 3.O, e 405. -E se o marido excita a da mulher: art. 372 e 405.
-E se e um tutor, ou qualquer pessoa encarregada da cduca-
ção, direcção, ou guarda de um menor de 26 annos: art. 405
Cj %"-E como se castiga toda a pessoa que habitualmente
excita, ou facilita a devassidáo, ou corrupçãod e qualquer me-
nor de 25 annos: art. 406. .
Corrzipção -V. Arbitro -Conductores -Empregado pu-
blico-Estupro-Generos -Interesse -Juiz -Marido-Mi-
nistros-Peita -Peri tos -Rapto-Violação.
Cdrte -de arvores : V. Arvores-Damno -Marcos.
Costumes-V. Ultraje.
Creado -V. Attcntado ao pudor -Cartas-Conductores -
Damno-Eslupro -Furto-Rapto -Violação.
Credor-se se apropria dos bens do devedor para seu pa-
gamento, que pena tem: art. i30.-Mas se o devedor os alheia
o u esconde para se tornar insoluvel: art. (149.
Crinze-o que seja: art. 1, 3, 15 e 18-E crime militar:
art. 16 -E frustrado : art. I I . (V. Delic to frustrado.)-Náo
pòde ser crime facto algum, sem qiie uma Lei antcrior o qua-
lifique tal : art. 5.-Em que casos 1150 s5o crimes os actos pu-
nivcis segundo a Lei : art. 14, 299, 376 c 378- 0 s praticados
fUra do paiz, e a bordo dc navios, quaritlo podem ser punidos:
art. 27.-De que modo se pune o crime frustrado : art. 8 9 $j
unico, e 90. (V. porem os casos especiaes dos art. 163 5 e.",
e 166.)
Crimes-por que modo se extinguem : art. 119 a 129.
Cri~r~inoso -qurm o p0de ser: art. 22 e 27 -E quem não:
art. 14, 23, 298, 373 c 378.
Culto-publico da Religião do reino: como hão de ser pu-
nidos os que B perturbam, ou injuriam: art. 130 a 435-0 de
outras Religiões como 15 prollibido e castigado: art. 130 n.' 4
e 5 1.'
Czcmplices-o que sejam: art. 26. (V. tambem art. 198, 263
$ 2.", 282 $ 3.O, 283 5 i.", 324, 223, 338, e 486 3 uriico.)-
Como são punidos em geral: rirt. 88 e 90.-Em que casos
têem pena especialmente designada: art. 140, 163 $ 2.O, 173
3 2.O, 174, 177, 195 5 unico, 206, 208 n." 3, 273 5 unico,
279 3 unico, 325, 367 5 unico, 386, e 447 $ unho.-Quando
são responsaveis solidariamente pela multa: art. 101 5 1 .O
Cumplices-V. Aliiciação- Associaçóes -Encobridores -
Provocação, etc.
Ce~nhados-V. Irmáos.
(m>. DO CODIUO PENAL. 166
Curador-deve dar-se ao condemnado perpetuamente a tra-
balhos piiblicos, prisão, ou degredo, e aos bens dos conclem-
nados em penas maiores, cin quanto dura o cumprimento: art.
5 3 a 55.
Curador-V. Interesse -Tutor.
Custas-sO deve ser condcmnado a paga-las quem deu
causa a ellas: art. 118.

Dndzcas -V. Arbitros -Bulra-Dcspaclios -Empregado


publico-Rliriistros-Juiz -Jurados-Juramcnto -Peita.
Danino-quem o causa é rcspoiisavel pela reparaçáo, com-
prehendcndo os Iiicros cessantes: art. 105, 105, 378 e 471 2 . O
-I)c1~e ser requerido pelo olfentlido, ou sciis herdeiros: art.
107. (V. IleparaçZo -Resti tuiç3o.j -Tanibem ti responsavel
pelo damno aquelle, que, podendo c devendo, o não impede, se
se prova, ou u Lei ~.iresuinea negligencia: art. 111 e 112.-
Em que casos respondem os paes e mães pelos filhos, os mes-
tres pelos discipulos e aprendizes, e os chefes de familia, amos,
e committentes por seus familiares, ereados, e prepostos: art.
113 a 115.-E os estala,jadeiros pclo damno causado em sou
estabelecimento: art. 116.-Em que casos a responsabilidade
pelo damno se regula sO pelo direito civil: art. 117 e 378.
Darnno- ou destruição de edificios, ou quaesquer construe-
yõcs; de estatiias, ou objectos destinados i utilidade, ou deco-
i3,ic301)ublica; de obras publicas, ou trahalhos auctorisados
l)c~loGoverno, ou dctermiriados pelas auctoridades; de arvores,
sc:iras, vinhas, hortas, planta~0cs,viveiros, ou semcntciras;
quc prnn tcrn: :irt. 475 i1 h80 e 483.-E o (damiio, ou des-
truição) dc quaescjuer cffeitos. dc ~)rol)riedadesmoveis,_ou ani-
inaes, pertcnce~itcsa outrem, ou ao Estado, em que casos, e
como se pune: art. h81 a 484 e $S.-R1;is se o damno ou des-
truicão 6 causado sem intenção malefica, ainda que com viola-
@o das providencias p~.eventivaspoliciaes: art. 483.
Darnno-I'. Assuadn -Entrada-Fogo ])osto-1Iypotheca
-Marcos-Processos-Repara~io-Res~~onsabilidade-Res-
tituif5o -Csurpação -Veneno -Violcncia.
Dar-ta holagem : V. Jogador.
Declaraçüo -ou informaçso dada falsamente i auctoridnde
pitblica, com juramento, ou sem elle, como se pune: art. 242.
-E as participações, ou denuncias : art. 245.-E a querela
166 REPERTORIO ALPHABETICO (D)
maliciosa: art. 4411.-E a declaração do nascimento, ou morte
de um infante, que nunca existiu, fcita para prejudicar a al-
guem: art. 341.
Defeza-legitima de si, oii de outrem, como escusa o cri-
me: art. 1 4 n . " 3 , 20n.O4, 37:j, 377 c378.
Defiornçúo -I7. Estupro-Rapto -Violação.
Degredo -V. Governo-Pena de degredo.
Delicto-frustrado, o que k : art. 14.-Como se pune: art.
89 § iinico, e 90.-Em que casos tem uma pena especial: art.
163 ,$ 2,: 166, 320, 3;;; 3.", 433, 4311 e 470. (V. tambem
art. 363.)
Delicto -V. Crime.
Denjhsão-ou suspensão ; se apesar dclla o cmpr~gadocon-
tinua a exercer o cniprego, que pena tem: art. 307 e $ unico
(V. tambem art. Iti$)-E quem ao contrario abaridona o em-
prego sem ser demittido, ou ter licenqa: art. 158, 305, 308
e 309.
Demissão -V. Pena de demissão -Pena algunia.
ficneqagão -de justiça, que pena tem: art. 386.
llenuncias-falsas, como se castigam: art. LLkEi.
Ilcpositnrios-publicos, cobradores e rcc~l~cdorcs consti-
tuidos por auctoridade pública, que tcndo em scu poder valo-
rcs do Estado, ou dos particulares, os convcrlcm cm seu pro-
prio proveito, ou alheio, ou pagam antes do vericirnerito, oii
dão espera ao devedor do Estado, que pena tem: art. 313 $8.'
-Os que destruem. ou dcsencaminliani a cousa que tem pe-
nhorada, ou depositada por mandado da justiia: e qiinlqucr
pessoa quc subtrai~ea que eslti depositada, ou de pentior no
poder de alguem, soffre as penas do furto: art. 422. (V. Abuso
de confianca.)
Deposito -V. Depositario.
Desacato -como se pune: art. 130 $ 3." (17. art. h '11.)
Desafio -V. Duello.
Descaminho- ou rompimento dos sêllos de papeis giiarda-
dos em depositos públicos, ou c-onfindos a algum empregado
público em razão do seu cmprcgo; como se punem os culpados
deste crime: art. 310 a 312.
Descaminhos- de fazendas, generos, ou mercadorias ao pa-
gamento dos direitos, como se punem : art. 280.-0s ohjectos
de descaminho ficam perdidos: art. 281.
Descendentes -V. as palavras indicadas ao artigo Ascenden-
tes deste Repertorio.
(4 DO CODIGO PENAL. 167
Desembargos -ou vender fumo : V. Bulra -Despachos.
Desergüo-para uma nação inimiga, como se pune: art.
i 4 6 e $ uiiico.
Deserções-militares, são punidas segundo as leis militares:
art. 300.-E a illiciacão e punida com as mesmas penas, ou
com as de cumplicidade, ou com as de tentativa, segundo as
ciicumstancias: art. 300 5 unico.
Desobediencia-e cscesso de poder do Empregado público
como se pune: art. 301 a 305.-E a dos membros da quaes-
quer Tribunaes judiciaes, ou administrativos, ou juizes, que
não cumprem as sentenças ou ordens legaes da auctoridade
superior: art. 303 e $$.-E a do Empregado publico, que re-
cusa o auxilio, ou serviço quc llie c requisitado legalmente:
art. 304. (V. Obediencia.)
Desobediencia-aos mandados da auctoridade pública, como
sc castiga: art. 185, i80 e 303 e §§.-$e este crime 6 com-
rnettido por um faciiltativo que não obedece ao chamamento
da auclorirlade : art. 250.
I)rsoDc(licncia-aos paes : V. Provocaçáo a menores.
Despachos-das auctoridades; aquelle que persuade a ou-
trem que os póde obter por dinheiro, presentes, ou promes-
sas, c exige, ou acceita estas cousas, que pena tem: art. 1152.
-O empregado pUde tambem pcrseguil-o por injuria : art. 452.
Besterro-lT. Pcna dc desterro.
Destr~ii~ão-V. Arrombamento-Damno-Escalamento-
Fogo posto.
nevedor-não commcrciante, que maliciosamente occulta,
ou allieia os bens, que pciia tem: art. 'iri.g.-Mas se o credor
lli'os toma arbitrariameiito para seu pagamento: art. 439.
Devedor-$'. Corretor-Credor- Quebra.
Diffamagão-do Rei, sua lcamilia, Regentes do Reino, e So-
bcranos estrangeiros etc. V. Injuria.
Diffamacão-ou imputação injuriosa, não é uma provoca-
ç'io sufficientc para se attenuar a pena aos criminosos de ho-
inicidio e ferimcntos: art. 374.-Mas aquelle que diffama ou-
trem publicaincnte de viva voz, ou por escripto publicado, ou
por outro meio dc publicaçáo, imputando-lhe, ou reproduzin-
do a imputarão de factos offcnsivos da honra e consideração,
como S castigado : art. 407.-E n5o Ihc 6 mesmo atlmittida a
prova da verdade desscs faclos, sctiáo respeitarido a um Em-
pregado publico om objcclo prvprio suas funcc,ões, ou sen-
tlo criminoso: art. 408 5s 1." e %'-I3 neste ultimo caso a
iinica prova admissivel é uma sentença do Juizo criminal, pela
qual se espera, se tem logar: art. 408 3 2."-Se esta sentença
não e condemnatoria do diffamado, que pena soffre aquelle que
o diffamou: art. 409.-Se este crime (de diffamaçáo) é com-
mettido contra alguma das (;niiiai as Lcgislativas, ou Corpora-
150 cjiie elerça auctoridatle piiblica: art. 44 1 e # unico.-E se
nzo lia pu1)licidade: art. 442.-E se o crime it commettido con-
tra o pae e mãe legitimos, ou naturaes, ou ascendente legitimo:
art. 415.-E se intervem outras circumslancias aggravantes:
art. 416 $ unico.-Sti a requerimento do offendido, quando
elle S um particular, ou um Empregado piihlico individual-
mente cliffamado, se pune este crime, e com qiic c\cepções:
art. 416 e $ unico.-Mas se o din'amado i: hllecido, pune-se,
accusando o ascendente, ou descendente, conjuge, irmão, ou
herdeiro: art. 417.-Em qualrluer caso de diffamaçáo, se o cri-
minoso da em Juizo explicação satisfactoria a requerimento do
offendido, 6 isento de pena: art. 418.-Porem se a diffaani:icão
e feita mesmo em Juizo, o que devem fazer os julgadores: art.
410 e Fj iinico. I

Bignidade-fé e interesses da Nação para com Potcncias


estrangeiras, se no escrcicio de fiincyões officiaes alguem fizri,
que se.jam offendidos, como hade ser punido: art. 452.
Diplonzaticos-V. Agente Diplomatico.
nircitn-i protecção das leis civis, a respeito da mulher e
filhos, perde-o o condemnado perpetuamente a trabalhos pu-
blico~,prisão, ou cfegrcdo: art. 53.
Bireitos politicos - V. Pena da perda dos direitos poli-
ticos.
Direitos politicos-como simples effeito de qualquer das
oiitras penas maiores, perde-os o condemnado em alguma del-
las: art. 52 a %.-E como pena que effeitos piodiiz: art. 57.
-A sentença que a impõe como deve ser pul~licada:ai$. 65.
-E quaes effeitos produz a simples sospensão destes direitos:
art. 58 c, 63.-Nos crimes a que corresponde esta pena, como
são punidos os individuos que os não exercem: art. 75.-(V.
Perdáo -Prescripção -Rehahili talão.) -E aquelles que a t-
tentam contra o exercicio delles por alguma assembl~a,ou col-
legio eleitoral, ou por algum cidadão, falsificam os votos, ou
vendem o seu, que pena tem: art. 199 a 205.-(V. AsseniblCa,
ou Collegio Eleitoral.) E o Empregado publico que nesta qiia-
lidade impede a um cidadão o exercicio legal destes direitos:
art. "26 a 228.
(4 i>DO CODIGO PENAL. 169
Direitos-civis, póda-os exercer o degradado no logar do
clcgi*edo: 5 2." do nrt. 53.
Dircrtos-da Corôa iicerc~ide materias ecclcsiasticas, se a[-
giim ministro eci8l(~~i:i~tii*o os pozer em duvida cm sermão ou
discurso publicado, corno ó prinido: art. 137.
Disciplina-1'. Empregado piiblico-Governo-Penas dis-
ciplinares-Rcincitlcricia.
I ~ i s c n ~ s o s ~ p u l ~ l ioii
c opilblicndos,
s, dos ministros ecclesias-
ticos. em flue casos constituem crime niiiiivel: art. 137.
D&farci - V. Irnpostorcs - ~ e n d i i o -Nome supposto -
Vadio.
Disposic.ões-do Codigo Penal, a quc pessoas são applica-
veis: art. 27.
Documentos-falsos: Ir. Assignnliira crn branco-Atten-
tados - Declaração - Falsitlatle - Nome supposto - Passa-
porte.
' Docunzentos-furtados: Ir. ~Assignnlura-1)i~occssos.
Dogmas-da Heligião do Hflino: r m cliie c;isos, c como de-
ve ser punido quern propaga douti~iriascoritr.arias: art. 130.
Dom-usar d'elle sem Ihc pertcriceiB.-Ir. Impostorcs-
Nome supposto.
Bomestico -Ir. Attentado ao pudor -Cartas- Damno -
Estupro-Furto-Rapto-Kevela(5o-Violaclao.
Domicilio- V. Goreriio.
Borninio -1: Usnrpaçáo.
Duello-crn rliic pcria incorre quem provoca outrem a com-
rnc1tc.r este crime: art. 381.-E q u ~ mpor meio dc injurias
dii Iogiir a qiie o provorluem, ou quem c\c.ita outro para se ba-
ter: art. 383.-E quem publicamente dosacrcdita, ou injuria
acliiolle que n i o acceita o cli~s;iíio:; i r S t . 382-St! do tliichllo1150
resiilta nem homizidio, nerri fci.irncrito, qiic pena se in1l)õc nos
d11cllist:is: art. 384.-IS se i.i~\iiltiia moite de um dclles: :ii,t.
385.-(V. Cadaver.)-E se r e ~ u l i aferimcrilo grave nos trrnios
do art. 361 e $5 do Codigo Pcnal: art. 383 5 1.'-Se o filri-
mrrito náo k @ave: ai-t. 383 S 2.O-Mas se o duello tcm logar
sem padrinhos, ou com fraude e desleald:ltlc, o11por- molivos
dc iritcresse lreciiniario, th rcsulta morte, oii I'ri*imcnto,appli-
çam-se as penas ordinarias do Iiomicitlio, oii fcriincritos: art.
381.-Se algum dos criminosos de doello é Erriprog:~tlopu-
l~lico,pótle ser-llie imposta, segundo as circunistnrici~s,alSm
da peria tlo crime, tambeni a de demissão: art. 388.-0s pa-
cli-inhos cm quc pena incorrem: art. 386.-Em todos os casos
170 REPERTORIO ALPEABETICO (E)
de duello a pena de prisão só tem effeitos de prisáo corrcccio-
nal: arl. 388.

1;brbrios-quando nZo podem ser reputados criminosos: art.


15 c 23 11." 4.-Em que casos, e por que modo são punidos
pelos crimes que commettem neste estado: art. 74.
Efeito-do crime: Ir. Objecto-Perda-Prnducto.
E/f'(~itos-das penas começam logo que passa eni julgado a
condeiiinação: art. 54.-E independentemente de serem nella
declarados: art. 67.-Quaes sejam: art. 82 a G5.-As eeclc-
siaslicas não os produzem civis : art. 66.
Eleirfies-em todos os casos não comprehendidos nos art.
100 a 20i do Codigo Penal, os individuos que as perturbam
devem ser punidos pelas Leis espeeiaes: art. 205.-(V. As-
semblka-Direitos politicos-Empregos.)
Ernbcrt-cafão-V. Fogo posto.
E»tbi.iagllez-V. Ebrios.
Emigrac.ão-com clucbra dos Regulamentos poliiia~s,como
se pune : art. i.",.-()'. N;Itura1isa~Zo-Servir.)
Emolttmenlos-indcvidos: V. Empregado público.
Empregado publico-o que é: art. 327.-Esta qualidade é
s(.iilpi'e nos crimes que elle possa cominetter uma ~irciimstan-
cia a.g~i':i\~ante: art. 19 n." 9. Além das penas communs a qiiaes-
quer criniii~osos, ha para elle penas especiaes : art. 31 .-
Aqiiclle que, sabedor de qualqucr crime de um siibalteriio, o
não faz punir, é castigado elle mesmo com a pena de cumplici-
dade: art. 32'1 (V. art. 287).-Nos casos em que não tem ex-
pressa na Lei pena especial, se for cumplice de um crime que
devêra impedir, ou castigar, a pena é aggravada : art. 325.-
E nos que são da competencia da jiirisdic[ão tlisciplinar, não
previstos no cap. 13 do liv. 2." do Cotlign Penal, se houve só-
mcnte negligencia, e 3 Lei, ou os Hegu1:imeritos decretam a
demissão, pOdo esta ser sribstituida pela suspens50: art. 336
n."' 1 e 3.-Mas veriíi(:antln-se s ~ g u n d areinridencia applica-
se a demissão: nrt. 326 ri." "L-(:omtudo a declaração d'in-
capacidade para servir qualquer oiitro crnpi-ego, s6 tem 10-
gx,quando, como no caso do art. 311, a Lei a declara: nrt.
79 $ 6."
, Empregado publico-que nQ exercicio de suas fiincções
fabrica documento falso, ou falsifica o verdadeiro; em que pena
(E) DO CODIGO PENAL. 171
incorre: art. 218.-Se 6 um passaporte : art. 225 e 227.-E
o que dolosamente aconsellia ou informa o soperior com falsi-
dade de facto: art. 283.-E o. que fallando tis obrign(:ões de
sei1 oficio deixa de prevenir, ou impedir algum crime, ou dc
promover o seu castigo: art. 287. (V. art. 32'1.)-E o que re-
vela segredo que soube em rasão do emprego, ou da cbpiaç de
papeis que não dcrern ter publicidade: art. 290.
Etlzpregado piiblico-rliie prende sem ter para isso ancto-
ridade, ou'fbra dos c;i\os om qiie a tem, ou retem o preso que
deve pôr eni lihcrdade, ou prolonga a sua incommunicabili-.
datle, ou o ocçillta quando deve apresental-o; que penatem:
art. 291 n.OS 1 a '1, c 298.-E o que ordcna ou csecutn unia
prisão sem as formalidades legaes, faz reter o preso fbra do
logar destinado a esse fim, ou recusa certidão da prisão, ou n2o
quer apresentar os registos dclla; bem como o encarregado da
policia, que sabcntlo de uma prisão illegsl n5o d i parlc, ou o
cnrnrregado cla p a r d a de presos que reccbc algom sem ordem
~s(-ripta,e c»mpt7Lentc: art. 20">.'" 1 a 5 , 198 e 333.-E o
que emprega para com u m preso rigor illegitimo: art. 203,
208 e 299.-E o que o deixa fugir: art. 192 a 19'1.-E o que
entra illcgalmente em uma casa de habitação: art. 294 e 208.-
E o que indevidamente viola o segredo das cartas confiadas ao
correio: art. 205 e 298.-E o que impede a uin cidadão o cxer-
cicio legal dos direitos polilicos: art. 206 e 298.-Mas se pra-
tica algiim n1,iiso dc auctoi.i(lado por ordem do supcrior a que
clcvc diroctarnente obedicncia, k iscnto de pciia, e soffre-a ess.e
siil)erioin: art. 298.-E conio se cnsl ign aquellc que, por occa-
siso dt: exercer suas funcções Iog:irs, cinprega contra qualquer
pcssoa violcncias c1csncc~cssari;is:art. "L0 (V. taml~emart.
29:) e 208).-E se se liga com outros empregados, ou corpo-
raçóes para impedir a esecii~áode alguma Lei, o11 ordcin do
Governo: art. 300.
E~npregadopublico-que incompetentcrnente se ingere no
Poder lcgislativo, ou judicial, ou iii~ndeas attribuicões, ou as
prerogativas de outra auctoridade: art. 301 e 308.-Ii: o que
dcsol~edecc4s sentenças e ordens siiperiores legaes: art. 303
e $$.-E arluellc que recusa o auxilio, ou serviço legalmente
recliiisitado: art. 304.-E aquelle quc começa a exercer o em-
prego antes de prestar jiiramento: art. 206.-E o qiie continua
a servir apesar de demittido, ou suspenso: art. 307 c 5 iinico.
(I'. tambem art. 458.)-E o que abandona o emprego: art.
158, 308 e g$, e 309.-E o que rompe os s6llos, oii desenca-
172 11EPERTORIO ALPHABETICO (E>
minha papeis que lhe são confiados em rasão do emprego, ou
que se acham em depositos publicas: art. 310 a 312.
Ernpregado publico-que lendo em scii poder valores do
Estado, ou clc particulares, maliciosamente os applica ao uso
proprio, ou allicio, ou os d3 :i ganho, ou os empresta, ou
paga com clles antes do lencimento, ou em fim concede es-
pera ao devedor do Estado; como se pune segundo a diver-
sidade dos casos, e quantias sobre que podem versar: art.
313, seus n.Oh §$.-E aquelle que faz esto~.siode algum
.dinheiro, serviços, ou outra cousa que rião lhe seja devida,
empregando violencias, ou amcacas: art. 31 '1 c # uriico. -E
o que arbitrariamente iml)Ge c rccebc, oii manda receber uma
contribuição para o serviço, oti que ria ;irrecaclac5o dos ren-
dimeritos e objectos do Estado recebe maliciosamente, ou
manda receber o que nio e devido; em que pcna incorrc
com os seus lirPpostos: art. 325 e $$.-E o que acceita sala-
rios, ou emolumentos que Ilie não pertencem: art. 316.-E o
que leva interesse náo auctoi.isado e m negocio relativo is suas
funcçócs: art. 317.
Emprrqado pi11)lico-arbitro, perilo, ou possoa que exer-
ce pi'ofissáo, cujos nclos sSo precisos para desempenho do ser-
viço publico; e clrit: a(-ccita dadiva, ou promessa para exer-
cer, ou para não eucrcer um acto d e siias funcções, ou 'que
elle dolosamente affecta competir-lhe; e o que tendo accei-
tado não repudia e deixa espontaneamentc. de executar o
acto; que pcna tem segundo as circumstaric*ias do caso: art.
3 18 ;i 320, 322 c 323.- E n pessoa que offerece a dadiva, ou
i , pcna tem: art. 321 e $ unico. -(V. Bulra-
p r o m c ~ s ~rliic
Despac1io~- 1'eil;i.)
1:1r1p1 r,qtrclo público -que toma parte em um duello, alem
da perta dcste crime, pdde, segundo as circumstancias, soffrer
a da demiss5o: art. 388 (V. Ducllo.) E o que commrtte os cri-
mes de attentado ao piitlor, estupro, rapto, ou violação, com
pessoa que tenlt;~negocio dependente de suas funcções, que
pena tcm: art. 308 $ 5L0-i3 tnmbrm o que commette os cri-
mes tle roubo, furto, receptaçZo, bulra, e abuso de confianqa:
art. 663.
En1prpqo.c puhlicos-como se pune quem antecipa, prn--
longa, ou abaridona illt~gnlrnentco seu exercicio: art. 1%
e 306 a 309.-E qucbiii os serve sem titulo, ou causa legi-
liriia, ou usa os respec;ti~osuriiformes sem Illc pertencerem:
art. 235 e 23G (I: Iinpostorcs.) E quem recusa de seu arbi-
(E) DO CODIGO PENAL. 173
trio os electivos : art. 305.-E quem o i ;ic.ccita sem licença
em paiz estrangeiro: art. 125 c $S.
Emprestimo-V. Abuso de confiança-Bulra-Estabeleci-
merito.
Encobridores-de criminosos, e de r b s jA pronunciados, ou
cohdemnados, em que circumstancias, e com que penas são cas-
tigados: art. 197 e 198.-(V. Associações de malfeitores-ca-
dak er-Contrabandos-Isentos de pena-Receptadorcs.) E os
que encobrem cousas furtadas por pessoas conjuritas (V. Acção
criminal) ou as applicam em seu proveito: art. 431 5 uriico.-
E os que compram, ou commetlcm a outrem para comprar qual-
quer cousa que sabem desencamiriliada, ou obtida por meio de
uin crime, ou se aprovcitarn, ou auxiliam o criminoso para que
se riproveite do produçto ilcsse ciniiiie:art. 463.-E o qiic oc-
culta, ou inutilisa os ohjectos e irislriimentos do crime para irii-
pedir, ou embaraçar o corpo de delicto, e procedimento de Jus-
tica : arl. Ui'r.-Se o que encobre cousas itoiihadas, ori furtadas
i! um empregado pul)lic.o: art. 465.
En fer~tzidades-fingidas : V. Mendigos.
Engastar-pedras falsas: V. Ivlercadprias.
Enqeitar-moeda, que pena-tem: art. 214,
IZngeitar-e abandonar creanfas, mcnores de se te annos em
logar que não seja o estabelecimento publico dos expostos, como
se pune: art. 345.-E se o logar é ernio: art. 345 e 5 i .O-Se
esta exposição e abandono e feita pelos pacs lepitimos : art. 345
$ 2.'-E se com ella se põe em risco a vida do menor, ou se
d'ali Ilic resulta alguma lesão, ou a morte: art. 345 5 3.OE que
pena soffre quem, encontrando exposto iim recemnascido, ou
abandonado em logar ermo um menor, o nao leva A auctoridade
administrativa mais proxirna: art. 3á6.-E aquelle que encar-
regado da creação, ou ediicai.50 de um mcnor de sete anrios, o
entrega a outra pessoa, que não i! a que Ili'o corifiou: art. 347.
-E os paes legitimos que, tendo meios de sustentar os filhos,
os expõem fraudulentamente no estabelecimento dos expostos:
art. 348.
Enterros-V. Sepulturas.
Entrada-na casa de habitação de algucm f0ra dos casos au-
ctorisados por Lei, ou a persistencia nella por meio de violen-
cia, ou ameaças, mas sem intenção de commetter outro crime,
que pena tem: art. 380.-Mas se a violencia consiste no esca-
lamento, arrombamento, 04 cliaves falsas: art. 380 3 1.'-
Neste iiltimo caso como se pline a tentaliva: art. 380 5 2.'-
.-
174 REPERTORIO AI.PHABETIC0 (4
E se a casa i! de um Diplomata estrangeiro: art. 189.-E se 6
a habitar30 do Hei, Siiccessor da Corda, Regentes do Reino, ou
Membro cl;i ~ a m i i i aReal: art. 168.-E se o criminoso é um
Empregado piiblico, que entra sem as formalidades, ou fóra dos
casos deteriiiiriados na lei: art. 294 e 298.
Entl nda-em casa de liabitação e suas pertenfas, ou deiti-
nada ao culto religioso, sendo para furtar.-V. Furto-Roubo
-(V. tambem Mendigo-Vadio.)
Entrada-em terras muradas ou valladas, para caçar, e sem
consentimento do dono, que pena tem: art. 254 § iinico.-E
para furtar e comer fructos, rebuscar, ou respigar: art. h30 $3
2 . O , 3.' e 4.'
Encene?zaahento-o que 8, e quepena tem: art. 353.-E se
alguem subministra maliciosamente a outrem substancia não ve-
nenosa, mas nociva á saude: art. 364.
Escalantento-o que é: art. 442 5 3.'-Constitue uma cir-
ciimstancia aggravante de qualquer crime: art. 1 9 n.' 15.
Escalame~zto-V. Caçar-Entrada-Furto-Homicidio-
Mendigo-Ofiensa corporal-Roubo-Vadio.
Escraridüo-se alguem a iinpóe a liomem livre, que pena
tem: art. 328.
Et~culptilra-V. Contrafeição.
Bs?~bolas-V. Mendigos.
Especial-vigilancia da policia, o que seja : art. 61. -Quaes
pessoas em geral devem a ellas ficar sujeitas: art. 59 e 60, 73
# 2.",74 5 uoico.-l? preciso que a Lei expressamente a deter-
mine nos crimes que sb tem pena wrreccional: art. 60.-E as-
sim acontcce nos casos espcciaes do Cotligo a (IU? se referem os
art. 7 3 g 2." 74 8 iiriico, 192, e 379 9 6."-Como são castiga-
das as pessoas que contravém os deveres que Ilies impõe a su-
jeir5o A vigilancia da policia: art. 196 $ G.' (V. Governo.)
Espera-ou espaqo se o Empregado pul~lico,ou o encarre-
gado de cohrar, ou receber, ;iconcede ao devedor do Estado,
que pena tem: art. 313 $ 3."
Espião-do inimigo, o portugucz que o acolhe, em que pena
incorre: art. 140 c 151.-E o estrangeiro: art. 150 c i51.
Espingardas- V. Armas.
Estabelecimento-d'emprestimo sobre penhores; qiiem o
tcm sem auctorisaçáo competente : ou quem o tem coni clln, mas
sem a devida escripturação, como e punido: art. 274.-V. Bulra
-Penhor.
Estndo civil-ou direitos conjugaes, quem osusurpa, em quct
(E) DO CODIGO PENAL. 175
incorre: art. 336.-V. Contravenções-Impostores-Matri-
monio-Parto s~ipposto.
Irstalajadei~*os-quando responden~pelos damnos causados
pelos hospedes: art. 11G.-E quando pelos furtos feitos no seu
estabelecimento: art. 425 n.O 4.
Eslatuns-destinadas á decoração, ou iitilidade publica:-
V. Damno.
Estellionnto-V'. Abusos de confiancn-Biilra-Contrafei-
$0 -Desp:ichos -Menores -kIercaclnrias -Novos inventos
-Pezos falsos, e medidas falsas-Simulações.
J:strangeiros-cm que casos em geral Ihes são applicaveis
as disposições do Codigo Penal: art. 27 1 1 . ~ ~31e, 7.-Quando
incórrem em alguma pena maior temporaria, phde esta ser sub-
slituida pela expuls'io perpetua do Reino: art. 76.
Rstrangei~.ns- Ir. Agentes Diploma ticos -Corresponclencia
-Conjuração-Espi5o -Parlamentarios- Pessoa Ileal-Iie-
crulamento-Refens-Salvo co~iducto-Soberario estrangeiro
-Vadios.
Rstzlpro-de mulher virgem, ou viuva honesta, maior de 12
amos, e menor de 47, que pena tem: art. 392.-E sendo ella
maior de 17 e inenor de 25, se se empregam meios fraudulen-
[os dc seducção: art. 303.-Sn tnmbcm arcresce o rapto, este
crime çonstilue circumstrincin aggravante, e qiie pena tem: art.
395 e E, 2." 396 e unico, e 397.-Se o criminoso C: ascen-
clcnte, irmão, tutor, curador, ou mestre da pessoa offendida,
ou trlm sobre ella auctoridade, ou esti encarregado da sua di-
rei*(Zn, ou guarda, ouse e Empregado público, decujas funcções
depende negocio della, ou se é seu criado, ou domestico, ou de
sua familia; por que modo se aggrava a pena: art. 398 e $$ (e
art. 49 n."' 9 e 10).-E se e i~mMinistroerclesiastico: art. 136
$ 4 ."-Comtudo a punição deste crime sci pcide ter logar, ha-
veiido queixa da pessoa offendida, ou de seus paes, ou tutores;
salvo se esta e menor de 12 annos, ou se ao crime se ajunta al-
guma violencia qualificada tambem como crime, e cuja accusa-
ção não seja dependente da do oflendido: art. 399.-0 crimi-
noso i! obrigado a dotar a estuprada ; mas se casa com elle, cessa
toda a pena: art. 400 e $ unico.
Irsttstrcpro violento-Violação.
Excesso-do mandatario quando i! impiilavel'ao mandante:
art. 25 5 unico.
Excesso-na defezn de si, ou de outrem-V. Oflensa cor-
poral.
176 REPERTOBIO ALPRABETICO (4
Excesso-de poder e desobediencia dobempregado piiblico,
como se pune: art. 301 a 305.
E x c i t a ~ ã oao crime-V. Alliciação-Corrupqio-Duello-
Menor- Provocaçáo.
Exclrrsi?.o-V. Conlrafci~So-Expectaculo-Novosinventos.
l:ir.ccr~c~(ro tlns penas-como se f ~ z art.
: 91 a 103.-A das
tempor arins começa ã correr desde qui: passa eni julgado a sen-
tença condemnatoria: art. 95.-Se cli occasiBo a algum irici-
dente contencioso, quem o decide: art. 100.-A da condem-
nac;áo na restituiçáo e reparação, assim como as preferencias
pela hypotheca nos bens do condemnado, regulam-se pelo di-
reito civil: art. 120 e $ unico.
Expntriapio-V. Emigração-Servir.
Expectaculo-se alguem o da, fazendo executar uma peça
dramatica, ou de musica, com violação das Leis e Regulamen-
tos relativos i propriedade dos auctores, que pena tem e como
se indemnisa o prejudicado: art. 458 e 460.
Ezplosão-de mina, machina de vapor, ou outro agente de
igual poder: V. Fogo posto.
Exposição-V. E n v i tar.
Rxpostos-V. Engcr lar.
Kxpulsão do Reino-V. Pena de expulsão.
Extravio-V. Descaminho.

Fabricacão-V. Armas-Falsidade- Gazuas.


Facas-V. Armas.
Facto-consiste na acção, ou omissão: art. 5.'
Facztltatico-ou pessoa competentemente auctorisada, que
passa um falso attestado de molestia, para isentar alguem d e
qualquer servico público; e o individuo que faz uso desse attes-
tado, conio i: punido: art. 234 S $ 1 . O e 4.O-E O que se recusa
a prestar o seu oficio em caso urgente, ou a obedecer ao cha-
mamento da auctoridade : art. 250.-E o que revkla o segredo
que lhe foi confiado em rasáo da profissão: art. 290 1.'-E
o que concorre para um aborto: art. 358 $ h.O-E o que B cum-
plice de uma mutilação feita para evitar o serviço militar: art.
367 5 unico (V. Peritos).
Fallencia-V. Corretor- Devedor- Quebra.
Falsidade-da escusa, ou dociimento apresentado pelo ju-
(F) DO (:ODIGO PRNAI.. 177
rado, e testemiinha, para não comparecrr cm Juizo, como se
pune: art. 189 (V. Facultativo).
Falsidade - cerceadora, ou falsificaç50 da moeda nacional,
ou estrangeira; e introducqão dessa moeda falsa no reino; co-
mo 6 punida: art. 206 a 213.-E,a falsidade ou falsificação de
escriptos e o uso delles: art. 215 a 227.-E se esta falsifica-
ç5o e relativa a eleições: art. 203. (V. Direitos politicos-Elei-
q6es.)-E se e praticada por um Emprogndo piiblico: art. 218.
-E se o documento é. um passaporte, iicnerario, ou guia: art.
225 a 227.-E se um facultativo, ou pessoa aiictorisada para
isso, passa um falso certificado de molrstia: art. 224 n.' 1 e
$ unico.-E como lia de ser piinido quem falsifica s&llos,cu-
nhos e marcas de alguma Auctoritladc, oii Hepartição, de iim
contraste, de um estaheleçimciilo dc incliistria, ou commercio,
ou falsifica paycl sellado, oii faz uso do rliiaesc1uer destes ohje-
ctos falsificados, ou falsos : art. 228 a 23 I . -&Ias aquelle que
usa de uma cousa falsa, ou fnlsilica(la, scm saber que o é, 1150
soffrc pcna: art. 232.-E conio k piinido queni usa de falso
nome: art. 225 a 227, 233 c 234. -E quem usa de tra-
j o ~ ,empregos, condecoraçócs e titulos suppostos ou usurpa-
dos: art. 23: a "27.-E que pena tem quem jura falso, ou faz
outras falsas tleclaracloes pcranle a Auctoridade pública: art.
238 a 2 E . - E se a falsa declara~ãoC do nascimento oii morte
de um infante que nunca existiu, feita para prejudicar alguem:
art. 3'11.-E o Empregado público que aconselha ou informa
falsamente para o superior: art. 285.-E o agente do Ministe-
rio Puhlico quc querda dolosamente contra determinada pes-
soa, sabendo que as provas são falsas : art. 288. (V. Agente do
Ministerio Público-Declaraçáo.)
Falsidade-V. Bulra -Empregado público -Impostores
-Medidas falsas, ou pesos falsos-Simulaq3o.
Falsificaçáo-de sêllos puhlicos, moedas portuguezas, pa-
peis de credito publico e Notas de Banco arictorisado-ainda
que praticado em paiz estrangeiro, deve ser punida em Por-
tugal: art. 27 n."' 2 e 3. (Ir. Falsidade.)
Falsificafão- de chaves : Ir. Gazuas.
Falsificaçáo- V. Falsidacle.
Fnmilia Real -como se pune o homicidio consummado,
ou frustrado de alglim dos seus Merhbros: art. 166.-E a of-
fensa com violencia: art. 167 C; unico-E a iiijui.ia: arl. 168
e 169, $' iinico (V. i2tt~ntado,e os artigos do Repertorio ahi in-
dicados).
ie
178 REPERTORIO ALPHABETICO (p)
Fanalicos-V. Ministros Ecclesiasticos-Religião, etc.
Farmncclitico -V. Boticario.
Fcitic.erin-(ou hulra) consistente em persuadir a alguem
o crimirioso, que tem um poder sobren;itiiral, e extorquir-lhe
por cstcl nicio diirlieiro, nioveis, fundos ou tilnlos: que pena
tem: art. 454 11." 3 e $ unico.
Feritr~e?lto-V. Duello-Homicidio-Injuria -Offensa cor-
pnral.
P r r ~ e i r -V.
o Gazuas.
F/n~~!.«-clamdo ppGe prcsh-la o vadio, e que effeitos tem:
art. 257 $3 1.: 2 . 9 3 . O , e 258.
Filha-V. Filhos.
Filtto-que mata seu pae, ou mãe, legitimos, ou naturaes,
ou qrialqiicr outro ascendente legitimii, que pena tem: art. 356,
e $$.-E qual k o nnico caso eni que a pena pode ser attenua-
(Ia: art. 3:j.Y 3 1. , c 373.-E 50 f a ~a qualquer das sobredi-
tas pcssoas algiima offensa cor poral : art. 355.
Filtros-e mulher do cnndemnado perpetuamente a traba-
1110s piit)licos, prisSo. ou clegrcclo; em que relações ficam com
o pae, c marido: art. T i 3
F ~ l l ~ o s -V. Aborto-hcq3o criminal-Cartas -Dainnos-
Engeitar - IIomicidio - Iriccsto -1nftinticidio -Injuria -
Rlei-itligos-Menor -Pai.isicidio- Peita -(E outros artigos
t l ~ ~ lirpertorio
~tc~ iiitlicxado. 6 palavra -Ascendentes).
I~'III!~o.- enferniidadcs- V. IJac~iiltativo-Mendigos.
F/?i/lr,.-sc-Miriislro -Ecclcsiasticso-Empregado publico
-Professor, ou Perito: I'. Impostores.
I;i7ylo-po,to á cousa alheia, ou i proprin; que pena tem,
segundo as circutnstancias: art. 466 a 4 7 4 . - A responsabili-
dade do proprietario que põe foso li sua propria cousa, pelo
danino que causa. e pela viol:t~ãodos Regulanientos, fica scrri-
pre salva: art. h74 $ 2.'-Em alguris c:isos riienos graves, este
crime i:piiriido com as penas do simplcs damno, ou destrui-
cão, mas aggraradas : 31'1. 443 (1.:Damno). -As disposições
do Codigo Penal a respeito do criiiie de fogo posto são appli-
caveis aos clamnos, e destrui~õespor meio de submersão, ou
viração de embarcação, explosão de mina, ou niachina de va-
pÔr,'oii por outro agente de igual poder: art. 474.-Se o fogo
6 posto sem intenção malefica, mas com violação das providen-
cias preventivas policiaes: art. 48;.
Forfa -V. Rapto-Roubo -Violencias-Violação, e tç.
Forca- piihlica: se aqiiellc que p0de dispor clella a empre-
(E) DO CODIGO PENAL. 179
ga para impedir a esecução de alguma Lei, ou mandaclo regu-
lar da Auctoridade, cliil: pcna tem: art. 297 e 298.
Fdrma-do Governo; se fCr atacada por algum ministro
Ecclesiastico em serman, o11 quaesquer discursos publicados,
como se pune este Ministro: art. 137.
Fonlligttairos -V. Furto.
Ftcg« -de menores: V. Menor.
Ftrga- do preso; como, em que casos, e em qiic pessoas é
casligada: art. 190 a 195.-E a do condemriaclo a degredo,
ou outra pena: art. 196 e $3, o 197 (V. Carcereiro).
Fzimo -V. Despachos.
Fzindos -piiblicos do Governo, ou estrangeiros. o i ~de es-
tal-~clecimentospiil~licos,oii de comparihias anonymas, quem
os vende sem os ter, cm quc lwna iiic'ni i.?; art. 273.-E quem
os compra s;tl~ciidoque o ic~ncledoros nao tem: art. 273,
$ unico.-Sc alguem por meio fraudulento consegue alterar o
preço rluc devc resultar da livre concui rcncin, que pena tem:
nrt. 276.-E se para isto SP ftirma alguma colligação: nrt. 276
$ unico.
l+wto-commette todo aquelle que subtrahe fraudulenta-
mente uma cousa que lhe não pertence; e que pena tem se
es>a cousa vale mais de 208000 reis: art. 421.-E se vale me-
nos: nrt. 421 $ 1.'-E se nem mesmo excede a 1 B 0 0 rkis:
art. 430.-Se apenas vale 400 reis, e o ladrão 1150 i: useiro,
ncLin sc ajunta alguma circuiiistancia aggravantc, a pena sh
trm logar, accusando o ofrendiclo: art. 430, 5 4.'-Neste cri-
i t t i b n tentativa e sempre punirei: art. 421.-E a segunda re-
iiicidencia que pena tem: art. 4% 13 . L - E se o criminoso e
um crcado, ou outro servidor assalariado, estalajadeiro, bar-
cluciro, recoveiro, ou outro qualquer condiiclor, ou seu pre-
posto: art. h25 e § unico.-E se (o fui.10) O aggrarado pclas
circiimstancias de scr cornmettido por gente armada, ori de
noite, ou por mais de uma pcsson, ou cm casa de habitação,
ou destinada ao culto religioso, ou com simulac,ão de auctori-
dade : nrt. 426 a 429 (V. 'Sambem art. 438).-Se o furto con-
siste táo sbmerile em fructos colliidos e comidos em terreno
aiiieio, oii em rebuscar,. ou respigar nesse terreno, antes de
coiliidos os frnctos, que pena tein, se o offendido se queixa:
art. 430 $5 9.', 3." c 4:-Entrc cliic pessoas não tcm logar a
acção criminal cle furio: art. 4 3 1. -Aqucllas, poi4in, qric en-
cobrem, ou applicam em scri l~roveitoos objeclos subtrabidos
por tacs pessoas incorrem nas penas de fiirio: art. 431 iinico
180 REPERTORLO ALPHABETICO (6)
(V: Encobridores).-E se o criminoso de furto (ou receptação
de cousa furtada) é Empregado publico : art. 465.
Furto- C o uso de meios fraudulentos ao jogo, e como ta1 se
pune: art. 2(i9.-E a appropriação feita pelo credor de obje-
ctos clo devedor, ainda que para se pagar da divida: art. 439.
Flirto-e rompimento do sêllo de papeis depositados, co-
mo se pune: art. 310 3 2 . k - E se k feito por pessoa encarre-
gada pela Auctoridade da guarda desses papeis: art. 312 $
unico. -E se o C pelo Empregado público a euja guarda csta-
vam confiados, ou .se este os deslroe, ou desencaminha: art.
310 3 i.",314 e C; unico, c 312 e 3 unico.-E se o crime C
eommetlido por outra qualquer pessoa : art. 311 ej 2.O, 424 c 5s.
Furlo -V. Abuso de confiança -Achados do vento -Bulra
-Contrafeição -Depositarios -Encobridores-Estellionato
-Medidas-Mendigo-Menor-Mercadorias-Novos inven-
tos -Penhor -Processos-Vadio.

Gados -V. Damno.


Gatuas- clinvcs f:ilsificadas, ou outros qriaesquer artificios
para abrir feçli:idu~~as: qiic pcrin soffre quem as tem, ou fdz uso
clellas cni prejuizo de alguem: a-. 4 4 3 . -E quem as prepara:
art. 44.1 e 3 unico.
Grncros -alterados, corruptos, ou de qualqocr modo noci-
vos i saude; cluc 1)ciiatem quem os expõe venda, ou os sub-
minislra a alguerri : art. 9;ii e 55. -Em todo o caso são appre-
hendidos, e iniitilisados: ait. 451 $ i."(V. Boticario-Saude
Pública). -E os que são necessarios ao sustento diario do
povo, se algum mercador os esconde, ou recusa vende-los, co-
mo é punido: art. 275.-E sc alguem consegue por meio
fraudulerito alterar o preço natural dclles, ou o de qualrjuer
outra cousa que seja ol~jcctodc commrrçio, que castigo sof'fre:
art. 276.-E se para esta alterafáo de preço se tiver formado
alguma colligação: art. 276 5 unico. (V. Monopolio.) -E se os
generos alterados o forem com substancias n50 nocivas A saude,
mas proprias a alterar-lhes o pezo, ou o vc Irime, ou o valor:
art. 456 5 2." (V. Conductores -Descaminlios -Mercadorias).
Gestos-injuriosos: V. Injuria.
Gof:erno- designa is pessoas sujeitas ri especial vigilancia
da policia os logares em qiic 1150 l~odcincomparecer: ari. 64.
(H) DO CODICO PENAL. 181
-E o logar de residencia aos degfiidaclos : art. 30 $ 2.'- E o
logar do domicilio ao condemiiado cuja pena se extinguiu pela
prescripção de 20 annos: art. 124 3 3."-Estabelece tambem
as penas disciplinares das prisões: art. 06 e 08.
Governo-V. Loterias -Prisóes- Regulamentos -Miois:
tros d'Estado, etc.
Gracura-V. Contrafei~áo.
Guerra-como é punido o portugiiez que a faz A sua pntria-
por uma nação estrangeira: art. 141 e 147. -E o que a pro-
move, ou ajuda, ou expõe portiiguezes a represalias, ou o
Reino a hostilidades: art. 142 a 145, 148 e 149 (V. Correspon-
dencia -Deserção -Espiáo -Hostilidades -Servir).
Guerra- ci4l: se aliuem a excita, em que penas incorre:
art. 171 S 2.'
~ u i n s l V Passaporte.
.

Ilabizos-V. Impostores.
Ilerdeiros-do condemnado em multa são obrigados ao pa-
gamento: art. 101 S2.O-Os de qualquer criminoso tambem o
sáo A restituição e reparação; que podem sei. exigidas pelo8
do offendido: art. 108.
Herdeiros-V. Bens -Difhmação -Hypotheca -Injuria.
Ileretia -quando é punida, e com que penas: art. 130.
Hon~icidio-voluntario simples; que pena tem: art. 349,
350 e 357 (V. tambem art. 183 C; 3.')-E sendo aggravado
po1;i premeditação, torturas e actos de crueldade; ou pelas
cii~cumstanciasde ser feito para se executar', ou ficar impune .
outro crime; ou quando se ajunta a outro a que corrcsponde
pena maior que a de tres annos de prnisáo; se estes crimes
accessorios não respeitam A segurança interior, ou exterior do
Estado: art. 331. -E se se ajunta o roubo, ou a tentativa
ùelle: art. 433. -E o fogo posto: art. 469. -Mas se (o ho-
micidio) Q a consequencia de uma offensa corporal, feita sem
intençáo de matar: art. 361 5 e.', e 3G2.-E se resulta de
uma castração dentro de quarenta dias: art. 366 5 unico e 373.
-E se e involuntario, causado sómente por impericia, oii ne-
gligencia; ou se resulla de um facto illicito, ou mesmo de um
facto licito, mas praticado em tempo, logar, ou modo illicito:
art. 368 e 3 unico. -Sc i! feito (o liomicidio) sem preinedita-
$30, e provocado por l)ancaadas,ou nutras violericias graves, ou
i 82 HIPEI~TORIO A L P H A B ~ I C O (1)
pela necessidade de repellir de dia um escalamento, ou arrom-
bamento de casa habitada, ou de suas dependencias, ou a intro-
ducção de qiiaesqucr aggressorps: a pena come e attenuada:
art. 370, 371 e 374.-E se 0 fciio pelo homem cas:ido que
cncontra a mulher em acto dc tidultcrio, ou pelo pae que eri-
çonlra a filha menor de 25 annos, e que esli sob seu poder,
rio aclo de ser corrompida, sem que elle tenha excitado ou fa-
cilitado a corrupção: art. 342. -Comtudo se tem logar em
caso de necessidade actual de legitima defeza, e repellindo de
. noite o escalamento ou arrombamento de uma casa habitada ou
suas deper~clericias,oii os a a c t o r ~ sde roubos, ou destrui~ões
com violericia, não lia crime, nem pena: art. 14, 376 e 377.
-Salvo se riisto mesmo houver excesso: art. 378.
Hotr~icidio-V. Aborto - Attentado -Cadaver -Carcere
-Çastrac5o -Duello -Enverienametito-Engeitar -Fami-
lia Real -1nfantecidio -Parricidio -Rapto-Rei-Regente
-Suicidio.
HonestitEcrde -V. Adulterio -Atlentado -Estupro -In-
cesto -Lenocinio -Sodomia -Ultraje -ViolaçSo.
Hostilidades-se em tc3mpo de paz as pratica contra um
riavio portuguez, algum portuguez que commanda navio es-
trangciro, como ha de esse commandante ser punido: art. 161
e Ej uriico. -E se um portuguez promove que uma nação 6-
trangeira as faca a Portugal, que pena tem: art. 142, I i i ,
148, 150, 12 1, 161 e $ uriico. (V. Guerra- Servir.)
fIypot1irc.n-legai pcla riiult;~não prefere A do offendido
para a salisfa(8o do cl:irnno; ma< em qualquer outro concurso
observa-se o direito civil: nrt. 101 5 4.O-A que a Lei estahe-
lece nos beris do criniinoso comeca no momento do crime,
regulando-se a execução e prefcrencia pelo Dircito civil: art.
110 e 3 unico.

I
Iporancia-da Lei Penal, náo 6 causa justificativa do cri-
rne: art. 12. -Mas a de que 8 falsa ou falsificada uma cousa,
isenta cfe peria pelo uso della: art. 232.
lllicndoi~cs-V. Bulra.
Impostores-que exercem actos sò proprios de Ministros
I.;cclesiasticos sem o serem, em que pena incorrem: art. 13'1.
-E os que eserceni actos prop~~ios tlc.eniprcgos pu-
si~ine~ite
blico~:art. 236. -E se os cscrcem tle uma profissão que
!I) DO CODICO PENAL. 183
exige titulo: art. 236 5 2.'-E os qiie sondo Empregados
~~ublicos, dolosamente se arrogam attribuicões que ri30 têem,
para acceitarem dadiva, ou promessa por negocio relativo As
suppostas fiiricções: art. 318 5 6.'-E como se castigam os
(Iqipostores) que usam de condecorações, titulos de nobreza,
ou brazóes de armas que Ilies não pertencem: art. 235 e 237.
-E os que simulando aiictoridade commettem o crime de
carccrc privado: art. 331 g 1.O-E o de furto: art. 426 n.O 6,
e 427 n." 1.
I!?~postores-V. Biilra-Es1ado Civil-Matrjmonio falso-
iíiendigos -Nome- I'arto supposto -Trtijos -Unifornic -
Usurpaçáo.
In$puta@es-injurios:is ri30 constitiicim lima pi orocação
que seja sufficierite para se atteriu;iiS;I l)i8iia;:os c2i.ii~iinosos
clc
liomiridio, ou fci-imentos: art. 374. (Ir. I)illhmac.2o -Injuria.)
1ncapacidad~-de servir clualijiicr cmpi8cgo;quando não t:
cfleito de outr.;i pena, sU p0dc lei Iogaia(como no caso do art.
3 1 1) (luando a Lei e\prcssanicriti3 o determina : art. 79 § 6 . O
Inc~~~dios-1:Fogo posto.
Incesto-que pena teni: art. 398 n.O 1.
lilcidente-contencioso na execuqão de qualquer pena deve
ser resolvido pelos Juizes do que emanou a condcmrinc.20:
art. 100.
Indemnisnção-é devida do damno e perda rausados pelo
cri~iie:art. 104, 105 e 471 f; 3."-Qiicm a dcve, e quem.
p'íde pedi-la: art. 406 a 118.-Nos crimes de contraf$ií$o
como se verilica: art. 460.-(1: R ~ p anl.30.)
i
Inf(rnticii1lo-que pena tem: nrt. 3;iG e 357.-Mas se E
cornnicttido pel:i má^, ou abbs nialeriios para occultar n dcs-
lionra: art. 356 5 unico, e 457. (1'. Aborto.)
II?for~t~a~ües-V.Consr:lho-Declarações.
Injuria-e falta de rcspeito A Religião do Reino; quando
d c \ ~ cser puriicla, c com (pie penas: art. 130 a 135.-E aos
seus Ministros: art. 132.-E i s auctoridades públic~asquando
feita por Ministro Ecclesiastico em sermões, ou discursos pu-
l~lirados:art. 137.-E as injurias e diffamacão dc Soberano
eslr~arigeiro.feitas publicamente: art. 160.-E as que fôrem
feitas ao Iiei, e Sua Familia, ou Regentes do Reino: art. 168
e 169.
Injztria-por palavras, ou gestos feita a algum Ministro
da Corda, Cama1.a Lcgislativa, Tribunal Judicial, ou Admi-
nistrativo, oii a algrim membro destas Corporações, ou a al-
186 10 A L P H A B ~ C O
REPKRTOL~ (1)
gum Commandanle da força publica, em que casos, e com
que pcrias é castignda: art. 181 e $Fj, 41 1 e 5 unico.-E
feita a qualquer agente da Auctoridade, oii força pi~blica,on
contra algum jiirado, pcrito, ou testemunha: art. 182 e 414,
-E consislindo em ameaças, ou on'ensas corporaes: art. 183.
1Hi e 4 1 rl.-S>l cliega a constituir uma tentativa dc homi-
cidio: art. 183 Ej 3."-E se consiste em alevantar volla, ou
arruido em-Juizo: art. 485.
Injtcria-comrnetticla publicamente de viva voz, oii por es-
rripto publicado, ou por clualquer meio de puhlicaçáo, mas
sem imputaçno do facto algurri deterrniiiado; que pena tem:
art. 440.-Não C! admissivel a prova de facto algum a que
a injuria possa referir-se, euccpto tratarido-sc de um Empre-
cada piiblico em 01)jecto de suas funi.cões, ou se a injuria
çont6rii a imputação de um faclo criminoso: art. h10 5 unico.
-Se não ha publicidade, qual a pena: art. 412.-E se
consiste em alguma acçáo, ou offensa corporal commettida
publicamente: art. 413.-E se consiste em algum facto offen-
sivo da consideração dvvida 3 Auctoridade pública, prati-
cado maliciosameritc para injuriar: art. 414.-1.: se a pes-
soa injiiriadri C: o pae, ou a mae, legitimos. ou naturaes, ou
;ilgum ascendentc Icgilimo: art. 415.-Se tio crime se dão
outras circumstancias aggi'avantes: art. 4.15 3 unico-0 pro-
t*ediineiilo judicial neste crime si) tem Iogas :i i.ecjuerimento
do offendido, quando este é um particular, ou ainda um Em-
]?regado público iridividualrncritc injuriado, salvo se o crime
c aggi'avado pela circumstnncia do logar: art. 446 c 3 unico.
-Mas sc o injuriado fallecido, pòde a accusaçáo ser ins-
taurada pelo ascendente, descendente, conjuge, irmão, ou her-
deiro : art. 417. -E sendo este crime cornmettido em Juizo,
como se pune: art. 419 $ unico.
Injurias-verbaes não são uma provocação suficiente para
se attenuar a pena aos criminosos de Iiomicidio, ou ferimen-
tos: art. 3 7 t .
Injurins- V. Ain~nqas- Aiictoi*idudcspublicas-Camaras
-Despac~lios-Diffan~açáo-Driello -Impiitações-Mendi-
60s -hlinislro.s -Diplomaticos-Provocaçáo-Rei-Regen-
tes-Sobcrano estrangeiro-Ultraje.
Insignins-V. Iiripostores-Nome siipposlo.
Insolrencin- V. Corretor-Devedor- Queh.
Instrumentos-V. .Irmas- Autos -- Cartas -Falsidade -
Furto -Gazuas -Pzrda, etc.
(1) DO CODIGO PENAL. 185
Integridade- do territorio portuguez ; se alguem tentar
destruil-a, em que pena incorre: art. 171 5 1.'
Interesse-por compra, ou outro titulo, se algum Empre-
gado publico, perito, avaliador, arbitrador, partidor, deposi-
tario. tutor, curador. ou testamentciro o leva em negocio aue
respeita ao esercicio de suas funcções, que pena tem: ârt.
317 e SS.
~nt&sses-do Estado em selaç5o As naçóes estrangeiras;
como se pune quem os ofi'cnde: art. 1 9 2 a 162 (V. Dignidade
-Revelaçáo.)
Intl-oducção-na casa allieia, e suas dependencias, ou ter-
ras muradas, ou va1ladas.-V. Entrada.
Introduccão- no Heino de objectos prohihidos, ou desen-
caminhados aos direi tos: V. Armas-Con trabando-Contra-
feição-Moeda falsa.
Inuiolabilidade-da rasa do cidadão: Ir. Arrombamento-
Entrada -Empregado publico-Escalamento.
Inventos-V. Novos in\ entos.
Irmãos-V. Acção criminal- Altentado ao pudor -Diffa-
inaçao- Estupro -Iricesto -Injuria -Isentos -Juramento
-Peita-Rapto -Violação, etc.
Isentos-de pena são os cumplices do crime de rebellião
que voluntariamcrite, e a tempo se retiram do levantamento:
art. 475.-E os do crime de sediçio que fazem outro tanto:
art. 170 3 4.O-E os de conjuração contra a segurança ex-
terior do Eslado,. ou contra a vida do Iiei, que descobrem
o projecto As Auctoridades: art. 176. - E os ascendentes,
descendcntes, esposos, irniãos e cunhados do criminoso pro-
iiuiiciaclo, ou condemnaclo, que para o subtrahirem á Jus-
tiçii, o cscondcm: art. 107 § 3.O-E os corrkos do crimc
de moeda falsa, que se denunciam: art. 213.-E os que
usam de uma cousa falsa ou falsificada, sem saberem que
o 0: art. 232.-E os que tendo jurado falso, se retractam
a tempo: art. 230 e 3 uriico. -E os membros de qualquer
assgciacão secreta, que espontaneamente dizem o objecto e
planos della á Auctoridade: art. 283 $ 2."-E o Empregado
pui~licoque commette alguns abusos de Auctorit1;ide por or-
dem do Superior a que deve directamente obedicncia: art.
298.-E o que casa com mulher que estuprou, ou violou:
art. 400 fj unico. -E aquelle que nos crimes dc diffama-
ção e injuria apresenta sentenca que prove a imputação nos
casos em que isto tem logar; ou d3. em Juizo a requerimento
186 REPERTORIO ALPAABETICO (4
do offendido explicação satisfactoria; art. 408 5 "L0, e 418.
(V. Causa justificativa.)
Isolamento-p0de accrescentar-se A pena de prisão para
aggraval-a: art. 34. -E isto por todo o tempo della, ou por
aquelle que parecer aos Juizes: art. 78 6j 3."
Itinerario-V. Passaporte.

Jogntlor- que se sustenta do jogo, e faz delle a sua prin-


cipal agencia, é punido como vadio: art. 26'1.-Se 6 achado
jogando jogo d'azar, em que pena incorre: art. "Lu.-E se
isto é com um menor de "1; aarinos, ou filho-familias: art.
266. -Se este menor ou filho-familias tem sido excitado a
jogar, em que pena incorre quem o excitou: art. 266 (? unico.
-E como s5o castigados os que dão tabolagem de jogo de
azar, assim como os directores de tal jogo. e mais adminis-
tradores, prepostos e agen tcs, ficando perdidos os movcis da
habilagão, tliiilieiro e objectos destinados ao servico do jogo:
art. %li7 c $ unico. -11: em que pena incorre ailiielle qiie l ) i ~ i -
violencia ou ameaças constrange outrem a jogar: art. "28.
-E como são castigados com as penas do furto os que ein-
pregam ao jogo meios fraudulentos: art. 269.
Jogo -V. Jogador -Loterias- Menor -Fundos publicos
-Estabelecimento.
Atiz -ou qualquer Auctoridade píiblica, que em virtude
de suas funcções deve decidir algum negocio contencioso, e
o faz por manifesta injustiça, por favor, ou por odio, em que
pena incorre: art. 284 e $5 l.", e 2.O e 4."-E se aconsellia
as partes: art. 284 5 3."-A acgão de nullidade pUclc ter
logar, se a Auctoridade é condemnada: ar!. 28'1 3 3."-E
se informa dolosainente para o supcrior com falsidade de
facto, que pena tcm: art. 286.-E se manda prender al-
gueni f0ra dos casos em que a Lei o auctorisa para isso,
ou retem o preso que deve ser solto, ou prolonga illegal-
mente a sua incommiiniçabilidatle, ou llie recusa o conheci-
mento do motivo tia prisSo, accusador e testemunhas: art.
291 e $5. e 298.-E sc si1 ingere nas attrihuicGes do Podcr
I,egislativo, ou faz ReguI;iil~~~~lios
em riiaterias acliniriistrativas,
ou prohibe a execuqáo das oi~derisda Administração, oii pro-
cede criminalmente sem aiictorisasão contra um empregado
(J) DO CODIGO PENAL. 187
administrativo em caso relativo 4s suas funcções: ai%. 301
q . O ' 1, 2 e 3.- E se este procedimento i! civil; ou se levan-
tado um coriflicto com a Auctoridade Administrativa, não
espera que se decida: art. 302, n." 1 e 2. -E o qiie não
cumpre as sentenças, e ordens legaes da Auctoridade supe-
rior: art. 303 e $5. -E o que recusa o auxilio ou serviço
que Ilie e requisitado competentemente: art. 304. -E o que
acceita dadira, ou promessa em negocio civil, ou que tcn-
do-a acceitado a não repudia a tempo espontaneamente: art.
318 e $5, 322 e 323. -E se isto e eiri negocio criminal:
art. 320, 321 e 333.
Jtlizes- que proferem a condemnaç30,'são os competentes
para qualquer incidente contericioso na execução da pena:
art. 100.
Juizes-V. Arbitros-Aucloridatle-Desobediencia-Em-
pregado público -Injuria-Hesistencia -Volta, etc.
Jtcrados- se alguem os injuria no exercicio, ou por occa-
sião do sii;is fuiicyões, como ha de ser punido: art. 182.-
E se llies faz ameaças, ou offcnsns corporaes: art. ,184.-
Aquelles q:re não compaiaccem em Juizo, ou escusam com
motivo ou documento falso, em que pcnas incorrem: art. 189.
-E os que acceitam dndivu ou pi80messa por negocio civil
relativo As suas funccóes, ou que depois cle acceitarem, a riao
repudiam espontari~amcntea tenipo : art. 318 $5 8.' e 9.Oe 323.
-E se é em negocio criminal: art. 319, 320 c 323.
Juramenlo- o Empregado piiblico que sem o ter prestado
começa a exercer o emprego, que pena tem: art. 306.
J~ramento-falso em inatcria çoritericiosa ; com que pe-
nas i! castigada a.testemutilia que o dá, c quem procura ob-
tcl-o com ditdivas ou promessas: art. 238 c 240.-E em ma-
teria ião coriteiiciosa: art. 241. -Comtudo cm causa crimi-
nal, se o siiborrtador 6 o proprio r60 dessa causa, ou seu as-
cendente, descentlciiti~,conjugc, oii irmso, a pena i: menor:
art. 240 2 . O ((V. tambem art. 321 5 unico.)-E o perito que
falta d verdade, como é castigado: art. 240.-E se e falso um
juramcrito siippletorio, que pena tem quem o (16: art. 243.-
E se o é um juramento d'alma: art. 2'13 5 unico.
i 88 HEPERTORIO ALPEABETICO (L

Ladróes -V. Bulra -Despacho -Estabelecimento -Fur-


to-Jogador-Roubo-Simulação, etc.
Latrocinio-V. Roubo.
Leis-civis, que estabelecem condemnações relativas a in-
teresses particulares, mas que sO dão logar a acções civis, não
são alteradas pelo Codigo Penal: art. 17.
Leis-militares, não se entendem alteradas em geral pelo
Codigo Penal senão no que respeita a crimes civis: art. 15
$ unico n." 2; art. 451, 303 § 3 . O , 307 $ unico, 300 $ unico,
367 e $ unico.
Leis-do Reino, se algum Ministro Ecclesiasiico as ataca em
sermões, ou discursos publicados, como e punido: art. 137.
Lenocinio-que pena tem segundo as circurnsbancias: art.
403 e 406.-V. Corrupçáo.
Lesa Magestade-V. Atten tado-Conjuração -Interesses
-Isento de pena- Rebelli50 -Sedicão -Seguran~ainterior
e exterior do Eslado.
Libello-famoso : Ir. Injuria.
Liberdade-se alguem a tira a homem livre, sujeitando-o
a captiveiro, que pena tem: art. 328.-E se por meio de of-
fensa corporal obriga indevidamcntc outrem a que faça, ou
deixe de fazer alguma cousa: art. 329.
Liberdade-V. Carcere privado -Menor -Regente-Rei
-Rapto.
Licenps-que pena tem o Empregado .piiblico, que sem
ella se ausenta do logar: art. 308 3s 1." e 2." (V. tambem
art. 158.)
Licenca -V. Condecoração - Naluralisaçáo - Nome -
Servir.
Litros-V. Contrafcic;?~.
Loterias-o que são: 3rt. 270 Fj 4.O-AS que não fdrem
auctorisadas por Lei são prohibidas : ;irt. 270.-Salvo de
movcis, ou dinheiro, senda auctorisaclas pelo Governo para
actos de beneficencia, ou para protcc~ãodas artes: art. 272.
-Em que pena incorrem os aiictores, e agentes de loterias
proliibidas, nacionaes, ou eslrangeiras: art. 270 3 2.'-E OS
que promovem a estrac.ão dos bilhetes: art. 2771.-0s obje-
ctos postos em loteria perdem-se a favor do Estado: art. 270
(m) DO CODIGO PENAL. 189
3 3."-Mas sendo immoveis a perda dcllas substi tue-se por
uma multa proporcional ao seu valor: art. 270 § Ii..'-E
como se pune quem violar os regulamentos das loterias aucto-
risadas: art. 272 3 unico.
Loucos-não podem ser criminosos: art. 23 n.' I. -Se
commettem delictos em intervallos lucidos, ou enlouquecem
depois do crime, como são piinidas: art. 93.
Lowados- V. Perito.
Lucros-cessan tes : V. Damno -Reparaç5o.

Machina-de vapor: V. Fogo posto.


Mães-quando respondem pelo damno caiisado pclos fi-
lhos: art. 113. (V. os artigos citados zi palavra -Ascen-
dentes.)
Magica-V. Bulra- Feiticeria.
Magistrado-V. Auctoridade -Desobedicncia-Injuria -
Empregado publico -O ffensa corporal- Rcsistencia- Sedi-
ção, elc.
Maioria-de rasão, analogia, ou paridade, não bastam para
se qualificar como crime facto algu~ri:art: 48.
Ma,ncebia-V. Marido-Multier casada.
Mandante -quando responde pclo excesso do mandatario :
art. 25 § unico.- (V. Amo- Commissario -Committente-
Conductores -Damno - Empregado publico -Excesso -
Jogador-Prcpostos, etc.)
Marcos-o que são: a r r 446 § unico.-Que pena tem
aquelle que os arranca arbitrariamente: art. 640. (V. Damno).
Marido-que achando sua mulher em adulterio, a mata,
c ao adultero, ou lhes faz outras offensas corporaes; quando
tcm pena: art. 372 e 3 1."-Mas se a tem excitado li cor-
rupção, tem pena, e não pOcle qiierelar coritra ella por este
crime: art. 60'1 5 2.O, e 40; 3 I."-Contra o corréo adul-
tero precisa ter provas escriptas por este, ou as de flagrante:
art. 401 $ 2.O-E para ter logar a puniçáo ha dc elle (ma-
rido) querelar e accusar a ambos os ndulteros, porque o pro-
cedimento cessa se elle perdoa a algiim dos corrèos, se se
reconcilia com a rriulher, se esta obtcm sentença civil absolu-
toria em causa de divorcio fundada no adulterio, ou se a
accusaçáo se extingue por qualquer outro modo: art. 404
i 90 REPERTORIO ALPHADETICO (ar>
5 4.", 402 e $ unico, e 403. -E elle mesmo (o marido) se
commette adulterio com manccba teuda e manteuda dentro
da casa conjugal, como p0de scr punido: art. 312 e $§, 404
c F, 2.O-Sd a mulher pode quereliir deste crime: art. 404
# 1.O-Mas para querelar lia dia tanit)em ella nio ter perdoa-
tln n ncnlium dos corrcos, nem haver-se rcconcilindo com o
ma1 ido: art. 404 § 3.'-Se lia sentenca absolutoria em caiisa
civil de divorcio fundada no adulterio, ella prodiiz todos os el'-
feitos na causa criminal contra o marido: art. 404 $ 3."
illnrido-V. Acção criminal -Cartas-Direi@-Juramen-
to-Mendigos, etc.
&lascaras-V. Impostores -Nome supposto -TI ajos.
,+lutar-animaes: 1.'. Abelhas-Damno.
Matrimonio-se o Sacerdote assisle a sua cclebraç5o sciii
precederem as formalidades das Leis civis, em que penas in-
corre: art. 136 5 2.'
.4Zatrimonio -com a mulher estuprada, ou violada, faz
cessar toda a pena contra o que a offendeu: art. 400 5 unico.
nilatrimonio-falso, para usurpar direitos conjugaes ou de
familia, como se pilno: nrt. 336.-E o segundo, ou ulterini*.
sem estar. tlissolvido o primcliro: arl. :I:ji t a 338.-As disposi-
cõcs c~spcciaesdas Lcis sobre matrirnonios íllcgacs, e contra-
v~nqõesaos Regulamentos sobre os actos do cstado civil, ob- -
sei~\aiii-seno que não se acha decretado pelo Codigo Penal:
art. 339.
Medicos-Ir. Facultaticos-Peritos.
Medidas-falsas, ou pezos falsos, quaes são: art. 456 3 3.O
-A simples detenção por homens de negocio, que pena tem:
ar(. h56 2.'-Sáo perdidospah o Estado taes ohjrctos quan-
do apprehendidos: art. 456 5 4."-(V. Generos-Mercado-
rias.)
-4I~ndigos- se podem ganhar a vida pclo t i aballio, consi-
deram-sc, a punem-se como vadios: art. 4GO.-E se simulam
crifcrn~icliide~, amcaçarn, injuriam, oii mcndigam em reunião
que n:o seja ile marido e mulher, pac, máe, e fillios irnpiibe-
res, ou dc um cego com o conductor: art. 861.-E os que
entram rias Iiabitações, usam dc disfarces, ou apparecem pos-
suidores de objectos de valor excedente a 105000 rSis: art.
262-(V. Vadios.)
Menor-se alguem por violencia, ou fraudc o tira, ou faz
fugir, que pena tem: art. 352 c 343.-Se isto C! para fim libi-
dinoso, o11 se se ajunta o crimr de carcere privado: art. 305
(M) DO CODIGO PENAI.. 191
(5 2.", 396 $ unico, e 397.-E se tendo elle menos de sete an-
nos, o occulta, ou troca por outro: art. 344.-E se jfi tem sete
iinnos, mas não cliega a dezesete: art. 344 5 1."-E se a pes-
soa que o tirou, fez fugir, occultou. ou trocou, não dfi conta
delle: art. 344 3 2."-E se a propria pessoa encarregada de
um menor, não o apresenta, nem justifica o seu desappareci-
mento: art. 3%45 3."
,YZenores-de sete annos, não podem ser criminosos: art.
15, e 23 ri." %-E tambem os menores de quatorze nnnos,
porkm maiores de sete, qiiarido praticam algum acto sem o rie-
cessario discernimento: art. 14, e 23 n." 3.-Todavia nestc
caso podem ser, segundo as circumstancias, reclusos em uma
casa de educação por algum tempo: art. 73.-Mas se proce-
deram com discernimento s5o punidos, e de qiie modo: art.
73 55 1." e %."-Sendo excitados ao jogo, a habitos viciosos,
oii a desobeclecerem a seus paes, ou tutores, e punido quem os
excitou, se estes accusam: art. 266 5 unico.
Menores-V. Abuso de confiança-Attentado ao pudor-
Cartas-Corrupção -Engeitar -Estupro -Mendigos -Pro-
vocação -Violação, etc.
,7lercado1~ias-generos, fundos publicos, e qualquer outra
cousa que seja objecto dc commercio: se alguem por meio
fraudulento altera o prcco que deve resultar da livre concor-
rencia, que pena tem: art. 276.-E se para isto se fhrma al-
guma colligação: art. 276 E, unico.-E que pena tem quem
engana o comprador sobre a natureza da cousa vendida, ou
lti'a vende falsificada, ou generos alterados (V. Generos) com
subblaricin n5o nociva i saude, mas que lhcs augmenta o pezo,
ou o volume, ou regula a venda por falsos pezos, ou falsas me-
(lidas: art. 456 e $5 2." 3 . O e 4.O-E se é um ourives que
falsifica prata, ou ouro, ou engana o comprador no toque, t:
pem, ou vende como verdadeira alguma pedra falsa, ou con-
trafeita: art. 456 $ 1."-(V. '.Ieciiclas falsas-Perda dos ob-
jectos).
Mestres-quando respondem pelo damno causado pelos dis-
cipulos e aprendizes: art. 114.
1Clest~es-V. Attentado ao pudor-Corrupção -Estupro-
Rapto -Viola@o.
iTlina-V. Fogo posto.
Ministerio -Publico : V. Agente do Minislerio Publico -
Empregado publico-Queréla.
Ministro -de Estado, que corrompido por dadivas, ou prn-
192 REPERTORIO ALPIIIBETICO (M>
messa, promove a guerra, ou medidas hostis de uma Poten-
cia estrangeira contra Portugal, como é punido: art. 143 3 uni-
co. -E se excita os Iiabitantes de territorio portuguez, ou mi-
,litares a levantarem-se contra a auctoridade do Rei, ou con-
tra o lijre exercicio das suas faculdades constitucionaes art.
171 5 3."
Ministro -d7Estado: V. Empregado público -Injuria -
Interesses -Rebellião, etc.
Ministros-Ecclcsiasticos: quando e como são punidos por
abuso de suas funcções: art. 136 a 140. -E como s30 casti-
gados os que fingindo-se taes exercem actos sO proprios del-
les: art. 134.-E os que tendo ordens sacras commettem o
crime de apostasia: art. 135 Fj 1."-(V. Auctoridades piiblicas
-Bulias-Clerigos-Direitos da Coroa-FUrma do Governo
-Leis do Reino -Matrimonios -Provocnc,ao-Recursos ti
Coroa -Sacramentos -Seducção -SermOcs -Sigillo.
Mo~o- de fretes: V. Conductores.
Moeda-falsa, falsificada, ou cerceada, nacional ou estran-
geira; como se punem aquellcs que a preparam, a cxpUem ti
venda, a introduzem no Reino, ou n passam: art. 200 a 213.
-E os que engeitam a verdadeira: art. 21 'i. (1: Falsidade.)
illollicie-V. Attentado ao pudor.
,llonopolio-no que consiste, e como se pune; art. 275 a
278. -(V. Arrematação -Colligafáo -Fundos-Generos-
Mercadorias.)
Moral -pública: Ir. Ultraje.
Morte-V. Homicidio. (V. tambem Aborto- Attentado -
Duello -Envenenamento -1nfitnticidio-Suicidio.)
Motim-V. Assemblêa-Assuada-Desobediencia-Isen-
to de pena -Rebellião-Sediçao -Volta.
Multa-V. Pena de multa.
Mulher-casada, que aclin o marido em adulterio com a
concubina teuda e manteiirla dentro da casa conjugal, se mata,
ou fere, que pena tem: art. 372 S 2.'-Se ella mesma com-
mette adulterio, em que pena incorre, assim como o correo
adu1tero:'art. 401 e 3 1."-Mas contra este sO se admittem
provas escriptas por elle, ou as do flagrante delicto: art. 401
e 3 2.'-E para ter logar a punicao tlcste crime C: preciso que
o marido cluerele, e accuse a aml)os os adulteras: art. 401 $$
3 . O e 4.O-E o marido não podc rlu~relnrse perdoa a qual-
quer dos correos, se se reconcilia com a mulher, se tem man-
ceba teiida c manteiida na casa coiijiigal, o11 se elle mesmo
(N) DO CODIGO PENAL. i 93
excitou a miillier ti corrupção: art. 402 (? 110'1 $j2.O-Nem a
mullier pbdc, em circurnslancias iden tiras, cluerelar do marido
que tcm rnariceba na casa conjugal : art. 406 C $3. -A accu-
saqáo da mullier, ou do marido cessa pela extincçao da accu-
sacão: art. 402 UII~CO, e 404 $ 3.'-E mesmo pela scntenqa
coridcnina toria n30 prejudicas causa criminal : art. 403 unico,
fMzlll~er-casada : V. Acção criminal -Cartas -Juramento
-Marido-Mendigos.
Mulher -e filhos do condemnado pcrpctiiamente a traba-
lhos publicas, prisão, ou degredo; em que relaçáo ficam com
elle: art. 53.
Mulheres- gravidas ; não se esecu tam nellas as penas cor-
poraes, excepto a prisão correccional: art. 02.-0s bens das
casadas não são sujeitos A reparação dos crimes dos maridos:
art. 409.
Jfulher~s-V. dttentado ao pudor-Estupro -Rapto -Ul-
trnjc público ao pudor-Violacão.
~lfzitilação-para evitar o serviço militar, que pena tem :
art. 367.-E se um facultativo ou l)liarmaceutico é cumplicc
deste crime, como se castiga: art. 367 3 unico.

LVa~~s.alisa~ão-condecoração,emprego, ou serviço em paiz


csti>angeiro, se um portiiguez os acceita, quando e como devc
seibpunido: art. 155 e 3s. (V. Emigração-Servir.)
.\(r ?.io.r-de guerra : Ir. Iiiteresses do Estado -Pirataria -
Seiavir.
Negligencia-por que i:punida: art. 2.'-é o que se cas-
tiga nas contravenções: art. h.'--produz a responsnbilirladc
pelo damno: art. 104, 111 e 142.-Deve em regra provar-se
110 caso da reparação civil ser devida por outrem que não fez,
mas podia e devia impedir o damno: art. 112.-Pune-a o Co-
digo Penal nos casos do art. 193, 291 ,$ 2 . O , 31 4 $ uiiico, 326
n." 1, 3G8 e 360.-E ate a prcsunic nos casos do art. 193 e fj
L. O (V. Empregado pi~blico.)
L

Nobreza-se alguem a arroga a si indevidamente, ou usur-


pa brasão d'armas, que pena tem: art, 237.
Nonze-quem o muda sem auctorisação legal, em que pena
incorre: art. 23'1.
Nome-suppsto pcide-se iisar temporariamente com per-
13
missão da aiictoridade superior administrativa.: art. 233 $ uni-
co. &Iasse alguem o toma para obter iim passaporte falso, ou
se concorrr: Iinrn que se obtenha, como k punido: art. 435 a
227.-1; SI. i* para oiitro fim criminoso: nrt. 23;). (1'. Bulra-
Impostoi*cs.)
Novos intentos-se alguem defrauda os diil~itosdos seus
proprietarios, que pena tem, e como se indemnisani os preju-
dicados: art. 4.59 c 460.

Obediencia-directamente devida pclo empregado piiblico


ao seu superior, escusa-o em alguns casos de responsabilidade
. a qual recae sómente nesse superior: art. 298. (V. Desobe-
diencia.)
Objecto -do crime (V. Perda) em quanto o condemnado o
rclcm, não Ilie aproveita prescripc5o alguma: art. 125.
Obrrrs- escriptas ou de musicn, dcsenho, pintura, escul-
ptura ou outra producq5o (I7. Coritrafci.50).
Obras- piiblicbns: 1'. Ilnmno.
Occ.ziltafiío -siibtrncc:3o, ou troca de menores : V. Morior.
Ociosiclud~-I'. Mencligos -Vadios.
Ofensa-com violenciri ao Rei, Rainha Iieinante, e Suc-
ccssor da Corda; como h piinida: art. 1G7.-E i s pessoas de
Sua Farnilia, ou Regentes (10 Reino: art. 167 5 uni&.-E a
uma I'cssoa Rcal estnngeirti residente em Portugal, ou a um
Diploiriatico estrangeiro e sua familia, Parlamentario, Refem,
ou p~ssoacluc tenha salvo conducto: art. 459.
O/]énsn- corporal e n3o sO qualquer espancamento, feri-
mcnto ou solrrimento physico dos enunciados nos art. 359, 360
e 361 do Codigo Penal, mas tambem o tiro dc arma de fogo,
ou o emprego de arma de arremesso, ou de qualquer outra,
posto que náo liaja fcrimento, ou ameaça com alguma das ditas
armas feita em disposiçáo de offerider, ou por uma reunião de
mais de tres individuos em disposição de causar um mal immc-
diato: art. 363. (V. tambem art. 177.)-E bem assim a sub-
ministraçáo maliciosa de alguma substancia não mortifera, mas
nociva d saude do offcndido: art. 36'1.-A (offensn) que i! vo-
luritaria e faz ferida, contus30, ou soffrimento que produza
vestigio, ou doença, ou impossibilidade de trahalliar, que pena
tem: art. 300.-E se procliiz cortamcnto, alcijão, on inhahili-
tnçzo de algum orgáo, o11 meml~rodo coiapo, tleformidad~,ou
(0) »O CODIGO PEN.II.. 196
mcml)ro do corpo, clcformicladc, ou docnp, quc irnpossibilitc
de trabalhar por mais dc 20 dias: art. 361.-E se o offondido
fica privado da rasáo, ou impossil~ilitaclopara seniprc de tra-
balhar: art. 361 3 I .'-Se o ferimento consiste na castração :
art. 366.-11: se a offensa, sendo feita scm intençáo de matar,
produz a morlc: art. 3G1 $ 2 . O , c 366 $ uriico.-E se o crime
é acompanliado de roubo: art. 43'1 a 438. -Mas sc a offerisa
não é de si mortal, ncm aggrava OU produz doença moital: art.
362. -E quando a offensa corpoi~alé feita ao pae, ou mác, Ic-
gitimos, ou naturaes, ou a algum dos ascendentes legitimos:
art. 3(;5.-E se alguem se mutila a si proprio ptira evitar o
serviço militar: art. 367. -E se clcsta mulilaç5o é complice
um facultativo: art. 367 3 unico.-Náu coricorrcndo nenliu-
ma das circumstlincias cluc ficam cnnriciadas, o criminoso si, 6
castigado, cjiici~ando-seo offendido, e com cliie pcnns: art.
359.-Rias se (2 oili:iisa corporal) é feita irivo1uiitari;imerite:
art. 269. -E >i: é feita scrn premcditilçáo, c provocada por
pancadas, ou outras \ ioleiicias graves, OIJ pela ncccssidade de
rcpellir de dia um escalainento, ou arrori~bamentode casa lia-
bitada, ou de suas dependencias, ou a iiili.oduçáo de c~uaesqucr
aggrcsçores; a pcna como i: attcnurrdti : ai't. 370, 371 c 374.-
E se i: fciia pelo homem casado (juc e1icoritsa a iriullier cm acto
da adulterio, o11prlo pae qiie ciicontra n filha menor de 2;i an-
IIOS, e que csLi 501) seii poder, no acto de ser corronipida, sein
rpie clle tcnlia escitado, ou facilitado a corrupi$io: art. 272.-
í:omtiido se tcm logar em caso de necessidade actual de legi-
liina defeza, ou repellinrlo de noite o escalamento, ou arrom-
I).~iiic~itodc uma casa Iiabilad;~,ou siias dcpcndencias, ou os
ali, lorcls de roiil>os, ou dcslruic,ócs com violcncia; não lia cri-
i i i ~ ,nem pena: art. I k, 376 c 377. -Salvo se nisto mesmo
liouver excesso: art. 378.
Offensa -corporal : V. Ameaças -hsseml~lka-Ducllo
Familia Real -Filha -1Iomiciclio -Injuria -Jogador -Li-
- -
-
berdatle -Parlamentario -Itegente Rei -Refens-Salvo
conduclo.
Ofensas-corporacs; sc alguem as emprcga iiiclevidamcnle
para obrigar outrem a que fiiça, ou deixe cle fizer algiinia cou-
sa; que pena tem: art. 329.
Onnnismo- Ir. Al teli lado ao pudor.
Ourives -V. Rlercadoisias.
Padrinhos-V. Diicllo.
IJncs- quando s5o rcsponsavcis pelo damno caiisaclo pelos
íiltios: art. 9 13.
Paes-1'. Aborto-Acç5o criminal-Attentado-Carta-
(:orrup$ão-Diffamação-Engeitar-Estupro -Filho-Ho-
niicitlio -1nfanticidio -Incesto -Injuria -1seiitos de pena
-Juramento falso -Mendigos-Offensa -Parricidio -Peita
-1iap to -Virila~Go.
l'alacras- dcshonestas: V. Ultraje piiblico.
Pancadas -Ir. IIomicidio -Injuria -Offensa corporal -
Violcncsiit,otc.
Poprl-sellado falso ou falsificado: como lia de ser punido
qucni o fabrica, usa, ou introduz no Reino: art. 229 e 5 unico.
-E como se castiga quem fiirta algum papel, docuniento,
titulo, ou processo, ou o destroe, oo ùescncaminha: art. 1125
e 5s. -E a ahcrtiira maliciosa dc um papel kcliado: I'. A\iicLns
-Cartas -Falsidade, c tc.
Paridtrde- analogia, ou maioria dc rasso, nLio 6 tidiiiia-II1.1
para qiialificar facto algum como criminoso: art. 18.
Pa~~lrlmcnt«rio-quem o ofinde como e puriitlo: art. 139.
l'ar)-icidio-o que e, e que pena tem scgurido as circum-
slanci;is: art. 355 e s$. -Qual C o iinico caso em que p0de ser
attcriii;ida a pena deste crimc : art. 355 Cj 1.O, c 373.
l'artidor-V. Interesse.
Pusqtiii2s -i'.Inj [iria.
I>astorcres-V. Sermões.
I'articipnt-õrs- calumniosas feitas As auctoridailcs, como se
punem : art. "25. (V. Declara$30-Denuncias-(J i~erbla,etc.)
Parto-supposto, que pena tem: art. 340. -E a falsa de-
c1araf;'ío do nascimento ou morte tle um infaritc que nunca exis-
tiu, feita com a intenção de prrjticlicai n terceiro: art. 351.
Passaporte-guia, oii itinerario, scrido Blso, ou falsificado,
como se pune quem o fez, oii o falsificou, quem usa dellc, e
quem ajudou a obtel-o: art. 225 a 117.
Pecirlato-e concuss~o,como se pune, s~giincloa divi'rsi-
dade dos casos, e va1or.c~so11i.e cluc I crsa: art. 313 a 3 17. -
As penas (lestes crinies, quando, c como são applicaveis aos
dcposilarios, rccebcdorcs e cobradores nomcndos pela aucto-
ridade, ou quaescliicr outros prepostos, ou delegados della: art.
(w DO CODICO PESAI.. 197
313 5 G.", 315 5 I.", e 317 $5 1."c 2.'-E quarilo aos peritos,
avaliadores, arbitradorcs, tutores, curadoreh, c tcstamcntei-
ros: art. 317 $ 2." (V. Empregado publico.)
l1cita-siil)oi'rio, e corrul)~ão,como se pune sepundo a di-
versidade dos casos: art. 190 5 1 .O, e 318 a 323. -Mas se se
trata cle um Agerile Diplomatico, ou Ministro d'Estado, em ne-
gocio relati~oli sc.gurança exterior do Estado: art. 1i 3 (5. unico.
I4 se sc trata de empregados, oii agciitcs da aucloridade, cor-
rompidos para ter logar a fuga dc iim prcso: nrt. 190 $ 1 . O -
E se 6 do suborno de testerniinli:~~: :i1 t. "L0 $s 2 . O e 3.O-
(V. Agente Diplomatico -Arbitro -Empregado público -
Juiz-Jurados-Juramento -1'erito.)
Pena -de morte, coiisisto siinplesinenlc na privação da
vida: ast. 32.-E niinca se aggrava: art. 78 g l.n-Como,
quando, c aonde se deve esccutar: art. 91, 92 c $1.-Nunca
em mullieres gravidas: art. 92.-Como sc sul~slituese o cri-
niinoso é menor de 17 alinos: nint.71 .- Ou h c corrcoi rem cir-
ciimslancias attcnuantcs: art. 80, 81 e 82. (1: tamhem art.
370 a 378; e a taboa que csti iio lim deste Rppcrlorio.) -Que
efYeitos produz: art. 52 c $ iiriico, e art. 64.-Niinca prescre-
ve; mas passados 20 annos da condemnação, commuta-se em
alguma das corporacs perpetuas: art. 1211.
Pena-de trabalhos publicas, em que consiste, e como póde
ser perpetua, ou temporaria de 3 a 15 arinos: art. 33.-Como
sc aggrava: art. 48.-Qiic cll'citos produz: art. 53, r j 4 , 50. (i1
e 64.-Náo se applica 6s mulheres, aos menores clc 17 ariiios,
aos maiores de GO, nem aos doentes ; e como se siihstiluc: art.
72. -Aggrava-se sendo no Ultramar: art. 78 $ 2." c 79 $5 1 ."
c "Lu-Em gcral como se atlcriua ou substi tuc qunrido çoricor-
r'ciii circunist:incias attcnuantes : art. 80, 89 3 1.O, e 82. -Se
o contlcmnado se recusa a trabalhar, não se lhe conta o tcnipo,
e pUdc ser constrangido: art. 96.-Quando a pena ó tcnipo-
raria prescreve em "L annos, e com que efí'cicitos: art. 1% c
jSs 2." e :(."-Se o condemnado foge sem ter cumprido a scn-
Icnça como é punido: art. 106 ,F 1.O
Pena-de prisão maior, simples, ou com trabalho, no qiic
consiste; quando priva o condemnado de communicar com
outras pesso:ts, e como pMe ser perpetua, ou temporaria por
mais de 3 ati: 15 annos: art. 3 i . -Como se aggrava : art. 49,
78 g 3 . O , e 79 $5 1.O e 2."-Ouo cfl'eitos produz: art. G3, 5'i,
Fi0, 61 e 64.-Mas nas condeinnac5es pclr) crime dc ducllo
só produz os da pr8is5o corrcc*cio~i:il:iirt. :l85 e 388. -- Ein
105 BEPERTORIO ACPHIBETICO (P>
geral como sc suhstilae quando s e verificam circumstancias
attenuantes: art. 80, 81 5 "Ln, c 82.-Se o condemnado a pri-
s5o com trahallio se recusa a trabalhar, náo se lhe conta o
tc~iipo,e p6dc scr corisri-aiigido: art. OG. Qiiando prescreve
osta I cnn. c com que efi'eitos: art. 12'1 e $ $ 2." e 3."-Se o
co~icliiiiiri:ttlofoge sem climpi,ir a sentença, como é castigado:
art. 1D(i 5 i."
Pencr-de degredo no que consiste, e como p6de ser per-
pcloa, ou tempornria de 3 a 1 5 annos: art. 35.-Como se
ilgg1'3~3:art. 50, 78 $$ 4," e r.",e 70 $3 I e o e2."-Para a
Iridia si) lorrr lognr quando n Lei expressnmente o determina:
art. EiO 5 1."-Os casos em que o Codigo Pcrial o faz, csláo rios
art. 186 $ e.", i96 5 3.O, 354 $ unico.-O Governo i! que de-
signa o logar da residencia do degradado: :]ri. 50 $ 2."- Que
eíi'eitos produz esta pcna: art. 53, 55, 59, 61 e 64. -Como
st: subsiitue se concorrem circumstancias attenuantes: art. 80,
81 $ 3." c 82.-Em que tempo prescreve sendo tcmporaria,
c, com que cffeitos: art. 14'1 c $ S 2." e 3."-Se o condemnado
foge do degredo, como t! punido: art. 196 % 2.' (1.'. Especial
vigilancia-Governo.)
Pc~na-de cxpulsáo do Reino, em que consiste, e como
pUde ser perpetua, ou temporaria desde 3 ate 45 nnnos: art.
36.-Qiie effeitos produz: art. 55, 59, 61 e 64.-Em geral
quando se applica a estrangeiros: art. 76. (V. Os artigos cita-
dos ti palavra Estrangeiros).-Como se aggrava: nrt. 78 $ (i.",
e 79 5 3.'-Como se siibstitue sc concorrem circiimslnn(~i;i.:
attenuantes: art. 80,81 § 5 . O e 82.-Sendo temporaria pres-
creve em 20 annos, e com que effeilos: art. 124 e $5 4.' c
3.O-Se o condemnado a não cumpre, que pcna soíi'rc: art.
196 $ 3."
Pena-da perda dos direitos politicos no que consiste, e
como é perpetua, salva comtudo a rehahilitação: art. 37.-
Que efleitos produz: art. 57 e 65.-Em que casos, e com%
sc substitue: art. 75, 80 c 81 5 'i.O-Como se aggrava: art.
78 6.'-Tambcrn 6 effoilo tlc :~lgiimns penas rriaiores: art.
5:3, si, 55.-Nest~ caso n3o se exlingiic pelo permo do Rei,
srrn expressa declaração : art. 121. -Nem pela prescripção
(Ia pena: art. 125 5 2." (V. Re11abilitação.)-Como 15 casligado
o condemnado nesta pena, que a não cumpre: art. 196 5 5."
IJena-de pris5o correccioi~alnão obriga a trahallio, e não
p0dc e ~ c c d e sr ires annos: art. 38.-Salvo no crime de duello
de que resultou a x o r t e : art. 385 e 388. -Que effcitos p ~ o -
(P) DO CODICO PENAL. 199
duz: art. 56, CiO e 6'1.- Como se aggrava: art. 79 $, 4.O -
E como se attenua: art. NO, 88 e 83. -Se o condemnado foge
sem cumprir a pena, como é casligado: art. 19G 3 1.O
Pena-de desterro, em que consisle, e como náo pGde
exceder a 3 annos: art. 39.- Que effeilos produz: art. 56,
59, 61 e 6 4 . -Como se aggrava: art. 79 3 4.'- E como se
attenua : art. 80, 8 2 e 83.-Em que pena incorre o condem-
nado que a não cumpre: art. 196 $ 4.'
Pena -de suspensão temporaria dos direi tos poli ticos, no
que consiste, e como não p6de exceder a 2 annos: art. 40. -
Que effeitos produz: art. 58, GQ e 63.- Quando, e como se
substitue: art. 75.-Como se aggrava: art. 79 $ 4.'-E como
se attenua: art. 80, 8 2 e 883. -E se o condemnado a não cum-
pre, como é castigado: art. 196 $ li."
Pena-de multa, corisisle ria c.oiiclerniiação do crimiiioso ao
pagamento de rima quantia pin~ioic.iontil ao seu rendimerito:
art. 41,-Coint~ido ( s i i i aigiiii. c'riic~so (:odiuo fila uma quan-
tia determinada: a1.t. 205, 20!), 21 'L, 277, 3&, 306, 313 $ i..",
436 $ 2.', 497 e SS 1." 2.' 4 3 e 460. (V. Loterias.)-Como
se aggrava esta pcna: art. 79 $ 4.'-E como se attenua: art. .
80 e 83. -Deve ser imposta a cada um dos corréos, se o crime
i! commettido por muiioç, salvo em casos especiaes: art. 101.
-Como os do art. 319 c 455.-Sc é imposta rcpilrtidilmentc
a muitos corrbos de um crimc, todos sã0 solidariamerite i'es-
ponsaveis: art. 101 $ 2.0-P~*oduz Iiypothcca, quc tcdavia não
prefere A do ofrendido pela satisfação do damiio: att. 101 $ 3.'
-Quando o condemnado a não paga e preso pelo tempo cor-
i.ospondente: art. 101 5 % . O - 0 perd3o do Rei faz cessar a
c~l~i~igação
do pagamento : art. 121.
Pena -de reprehcnsáo, em que consiste : art. 42.-Como
sc aggrava: art. 79 3 4.'
Pena- de demissão, como pOde ser, com declaração dc
incapacidade para servir qualquer cmprego, ou sem clla: art.
43. -Que effeitos produz: art. &L.-Como se aggrava: art.
79 $ Xo-Quando pode ser substituida pcla susperisZo em ca-
sos de simples negligencia: ai't. 326 e $s.-E (1uando se ptjde
ajuntar a outra pena: V. Pena alguma.
Pena- dc susperis50 do cmprego i130 pGde exceder a tres
annos: art. 44. -Quc efieitos produz : art. 62 '$ unico. (V. Em-
pregado publico.)
Pmn-dc censura, como póde ser simples, ousevera :art. 49.
P~12~1-alguma se p0de applicar scm que esteja decretada
200 HEPERTORIO ALPIIABETICO (P)
na Lei: art. 68. -Nem substiluir-se por outra a que a Lei
decretar, salvo se esta o pcrmitte: art. 69 e 79 5 1.O-Se a
da Lei 6 modificada depois de commettido o crime, impõe-se
a pena merior, ou sc a modiíica~ãoconsiste em não se qualifi-
car criminoso o Bcto que ariterinrmcnte o era, não se impõe
Dena: art. 70. -Nem mesmo aggrai rilido-a se p6de esteiider
:I s i i a diir arfio a16m do termo fixado pela Lei: art. 79. - SO n
de inulta se pOdc accumular a outra; salvo por disposição es-
pecial : art. 87 c 90.-Como no caso de o condemnado com-
mclter um crime durante o cumprimento da primeira conde-
. rrinaqio : nrt. !li.-Ou dc fugir da priszo antes de condemnado :
art. 191.-,4 pena de dcmissão tambem pbde cumular-se no
caso dc um Empregado público se batcr em duello. art. 388.
-Ou de commetter os crimes de roubo, furto, receptaqão,
. bulra, e abuso de confianca: art. 463.-Ou de reincidir se-
gunda vez em factos ila competencia disciplinar: art. 326 n.O 2.
(V. tnmbcm art. 388.)
Pcnas-n'io passam da pessoa do delincluente: art. 102. -
Ncnl 6 nellas admissivel transacq5o ou compensaçio : art. 403.
-Nnior~s, cjuaes são: art. 29.-E corrccciorincs: art. 30. -
E espcciacs para os empregados ~niblizos: nrt. R 1. - Coriio
regula a gravidade das penas: art. 47. -As tt:mporarins iiãu
podem ser excedidas, ou abreviadas pelos Juizes, fUra dos ter-
1110s da Lei: art. 46. -E começam a correr desde que passa
em julgado a sentença conclemnatoria: art. O:;.-Mas nas de
traballios publicas, e prisão com trabalho, se o condemnado
1150quer tr;rl)alhar, n5o se lhe conta o tempo: art. 96.-E as
corporacs não sc e\ccbiil:im em mulheres gravidas, excepto a
liris50 corrcccional: art. 92. -Como devem ser attcnuadas,
substituidas, ou aggravadas (as penas) pelos Juizes, qiiando
não ha no Codigo Penal disposições especiacs: V. a T;ibon que
esta no fim dcste Repertori0.-Nos casos de accumulação dc
crimes, cumplicidade, tentativa, ,e reincidencia regem os art.
85 ti 89, sc ri30 ha especiacs tlisposicões: art. 90. (V. Cumpli-
ces -Pena alsuma -Reincidencia -Tentativa). -Aos Em-
prrgados públicos aggravam-se em certos casos as ponas com-
niiiris: art. 325. (V. Pena alguma). -Como são punidos os
condemnados que não cumprem as suas penas: art. 496 c $$.
-E como é que (as penas) se extinguem: art. 410 a 120.
-E como prescrevem, e com que effeitos: nit. 42 t n 4 "L.
Penas-disciplinares, quando se applicam nas prisões : art.
96 c 98.-E como aos Eniprcgados piiblicos: art. 326 c 33.
Penhor-se algucm o subtrahe fraudulcntamenle, soffre as
penas de furto: art 422.
Penhores-V. Estabelecimento.
Perda-dos direitos politicos: V. Direitos politicos-Pena
da perda, etc.
I'erda-das armas, objectos, productos, e instrumentos do
-crime, quando tem logar em geral: ai$. 64 e 'i89 $ unico.-
Quaes são os casos que o Codigo I1rnnl especi:ilisa: itrt. Y'iO
$ i.", 251 $9 1.O e ">O,253 3 3.O, ">(i $ uriico, S i 0 $5 3.O
c h.', 284, 323, 456 $ /i.', 437 e s\ 1." e %.O, 448, 459
e 460.
Perda-V. Contravenção-Descaminlios.
Perdão-do Rei que elreitos produz: art. 124.-(V. Am-
nistia).-E o do offendido: aut. 122.
Perito-se a l e m a pessoa o injuria por occasiáo de excr-
cer as suas fiincyoes cm scrviqo piiblico, como lia tle h e i . IN-
riida: art. 182.-E se o ariicaf~i,ou llie faz oíl'cosas corporacs:
art. 184.
Perito-se alguem se arroga indevidamente esta qualidade
cm profissão que exije titulo, como se pune: art. S3G $ 2.'-
E como é castigado o que faz em Juizo declaraqóes falsas com
juramento: art. 211.-E o que acceita dadiva ou promessa,
oii depois de a acceitar náo a raeptitliaeslionlarieamentc 1i tem-
po: art. 318 $$ 8 . O e 0.O, c 33.-1'. Facultativos-Emprega-
do piihlico-Interesse.
l'erjwio-1'. Juramento.
I'esçnr-crn tcmpo, ou por modo prohibido, que pena tem:
art. 255 e $ # 1." e 2."-E: lanyaiido nos rios, ou lagi3as algum
ni;iteri;ll coni que se mate o pcixc: art. 255 $ 3.'
I'cssoa-Real Estrangeira; residindo em Portiigal, se al-
guem a offender, em que pena incorre: art. 169.-V. Sobe-
I ano.
Pessoas-a que sáo applicaveis as disposiqócs do Codigo
Penal, quaes são: art. 27.
Yewos-falsos-V. Rlcdidas falsas-l!ercadorias.
Pinturas-V. Contrafeição.
Pirataria-o que 8, e como se castiga: art. 162.
Pistolas-Ir. Armas.
Plagiato- V. Contrafeição.
Poderes-politicos do Estado: se algum Empregado publi-
co se ingere incompetentemente nas allribui-õcs do Poder
Lcgislativo, que pena tem: art. 301 n." 1 .-E nas atlribuições
202 IiEPEKTOBIO ALPIIIBETICO (P>
do Poder Judicial: art. 301 n." 4, 302 n.' 3.-E se algum Juiz
se ingere nas materias administrativas, ou oifende as attribui-
çõcs e prerogatiras das aactoridadcs administrativas: art. 301
n.O" e 3, e 302n.O" e 2.
Policia-V. Contra1 enlões-Esl~ccial ~igilancia-Governo
-PrisC,cs ctc.
I1orte-fahricaqão, commercio, e uso d'armas prohibidas ;
V . Armas-Gazuas.
Posse-V. Usurpação.
Postctras -Ir. Calar-Coimas-Coii traven~ões-Pescar-
Regulamentos, etc.
Prcfcr~ncias-1'. Bens-Execufão-Ilypotlieca.
Yremeditacão-do crime, o que*@:art. 322.-Constitue
uma çircumstancia aggravante: art. 19 5 1.''
Prcpostos-do Empregado publico, que arbitrariamente
impõe e manda rec.c~l)[lruma contribuição não devida, ou os
que na arrecadacáo do clrie e devido ao Estado acceitam mali-
ciosamente o que a este r130 pertence; que pena têem: art. 315
c $ 1.O
Prcyoslos-V. Abuso-*$mo-Committentes-Condrictn-
res-Darnno-Empregado publico-Excesso-Furto -J ~ I -
gador-Mandante.
Pr~scrijyão-.extingue os crimes, as penas, e o procedi-
mento judicial: art. 123 a 426.-E de dez annos no procedi-
mento judicial criminal contra determinada pessoa: art. 123
$ 1.'-E nos processos que estiverem parados depois de te-
rclm corniyndo: art. 123 $ 2.O-E C: de cinco annos nos cri-
iries de po1ici;i r.orrecciona1, e de um anno nas contravenções:
nrt. 123 3 3."-h da accáo civil, quando cumiilada 6 criminal
corisiima-se no mesmo tempo que ella: art. 123 3 4.'-Náo
lia nas pcnas perpetuas: e C: de vinte annos lias penas maiores
tcinporarias, e de dez nas penas correccionaes : devcndo toda-
\.ia a pena de morte, se não f6r executada em vinte annos, ser
substituiila por alguma corporal perpetua: art. 424.-E de
dois annos nas penas tlc contrarenqóes: art. 134 3 4.'-Não
,se estende aos efl'eitos da condemnação relativos aos direitos
politicos: art. 124 $ 2.'-A das penas que s6 se extinguem
em vinte annos faz que apesar della o condemnado não pbde
residir na comarca do offendido, ou de sua viuva, nscendciites.
c clcscentlentes: art. 42'i $$ 3 . O (V. Governo.)-Nenliuma iln-c-
scripl%o)corre em (luarito o criminoso retem ol?jecto ou eifei-
to algum do crime: art. 425.-Nem em quanto não passa em
(P) DO CODICO PEXAI.. 203
Julgado a sentença no Juizo civil, de que depende a instruc-
ção do processo criminal: art. 125 Ej uiiico.-Não k preciso
scr allegada pelo criminoso: art. 12G.-Regula-se pelo dircito
civil a do damno, rcstituiçno, e reparacão, quando separadas
do processo criminal: art. 127.
1>1~eso-ip~r7es-cspcciacsdecretadas pelas Leis em vigor
para ccrtos crimes, continuam em vigor: art. 1%.
I'resentcs-V. Buira-l)adiva-Ern11rc~ac10 píiblico.
Pr~eçaricaçGo-no que consiste, e c61liose pbne: art. 28'1
a 290.
Prisão-illcgal : V. Carccrc privado-Carcereiro-Emprc-
gado piiblico-Juiz.
Prisão-por qualquer do povo: Ir. Carcere pri~ado-Fu-
ga de preso-Tirada de preso.
Prisfio-V. Pena de [)1is3o--Penas disciplinares.
l'risürs-deve-as Iitivcr distinctas para os criminosos em
processo, para os condeninados erii j)rjsáo cori.c>c7c.ional,pnia;i
os coiideillnndos em prisXn maior simplrs, e para os condcm-
nados c111pi,isão com ti-aballio: art. 97.--4 sua policia pertcricbc
ao Governo: art. 96 e 98.
Priuilegio - V. Contrafeição - Espectaculo - Novos in-
ventos.
Procedin~ento-criminal, cessa pela morte do criminoso:
art. 119.-11; pela amnistia: art. 420 3 1 .O-E pcllo pcriláo ou
(lcsistcncia do offeildido. cluantlo ri5.o lia logar a justiça: art.
422.-E pela prcscripç3o: art. 125, 1% c 128: (V. Marido-
hlulher casada-Prescripc;Go.)
Procrssos-titulos, doci~mcntos,ou quacsqucr papeis; quem
os sul)tralic, no todo, ou cin parte, ou dcseiic,arriinlia, ou dcs-
troe, de cjric modo incorre nas perias dc furto: art. 424 e $0.
-(V. tambem art. 310 a 313;-e ricslc Repcrtorio-Autos
-Cartas-Falsidade, ctc.)
Procurndor-judicial : Ir. Advogado.
I'roducto-do crime: V. Enrohridores-Objectq-Perda.
Profnnacão-das Sagiaadas Formas, como e punida : art.
430, g 3 . O
Pronzetter-despailios : V. Rulrn-Ernprcgado publico.
Promessas-Y. Bulra-Dadivas- Enipregado publico -
Jurado-Pcita-Peri to.
Propagafão-de cloutrinas contrarias A Religião do Reiilo,
como é piinida: art. 130.
Propinarúo-de veneno : V. Eiivcnciiamcnlo.
Propriedade -immovel : V. Bens -Hypotlieca -Usurpa-
$ao.
Propriedade-li tleraria : Ir. Contrafeir.áo-Espectaculos-
No\os inveritos.
J'rostilt~i!.iio-l: C:orrupcGo-1,cnocinio.
lJrococ.u~áo-piil1lic3 30 crime, se e feita por Ministro Ec-
c1esi:rslico em serm3o ou discurso publicado, como se piine
cssc Ministro: art. 137.-E se c': feita por outra pessoa yubli-
cameiltc por palavras, ou discursos, o11 por escriptos puhlica-
dos, ou por qualqiiei outt~oincio tio ~iiil~lica(áo, que pena trm,
seguindo-se elfeitos da p ~ ~ u v o c a ~ áai$.
o : h8G.-E: riáo se sc-
guiiido cffeito: art. 48G 5 uriico.
I'rovoca~~-feita ao criminoso, qur: não liavia premedi-
tado o crime,. e que poz em risco a sua vida, 6 no parricidio
:ii~nicaçii.cumstancia attenuante admissivel: art. 355 fj I.',
c 3'73.
Provocacão-a meiiorcl*, fillios familias para cjue joguem,
oii se entrcguern a outi*o>1iril)itos viciosos, oii desobedeç:im
aos p:4cs, e tutores, coiiio .c pune, ([uando cstcs accusani: art.
%i(i 6 unico.-E ao duello: :li t. :lXI.-lC i('orrtil)-;?o:I'. Cor-
;iitt. :I09 > i i r i i ~o
~'iip~l?o.-E a um rnililar 1)ar:i tluc tl(~sc>i,lc:
I'rovocccgão -V. 1)i1Tiimiiq5o-1)ucllo-1Ioniicidio- lin-
putações-Injuria -0ficnsns caorporaes. .
Pudor-V. Attentado-Ultraje.
1)unlbal- V. Armas.

Qctebra-frnutlulenta, ou culposa, como se pune : art. 447.


-0s ciirnplicrs deste crime soff'rcma mesma pena que os au-
ctores: art. k'r7 $ uriico.-E se o criniinoso S um Corretor:
art. 5i8.-(V. Devedor.)
(~iirrrln-pela falsidade do juramento si~l~plctoi.io,
que peria
tein: art. 2+3.-Pela falsidade do ji~rainerilo ile alma sU a
p~idedar o Ministerio publico: art. 1 i 3 unico.-Scndo ma-
liciosa, como se castiga: art. 2'14 c $ i~nico.(V. Declaração-
Denuncias.)-Sc & um Agente do Miiiisterio piit)lico que a dli
contra pessoa determinada, sabendo que as pi'ovas sáo falsas:
3rt. 288.-Quaes são os casos eni que o Ministerio p u ~ ~ l i cri%
o
a p6de dar ou acclisar sem conseritinicnto do offcntlido, o11irao
deve proseguir no procedimeiito qiie já tiver começado: art.
27 $ h.', 135 3 2.O, 2í3 # iinico, 251 $ unico, 266 $ unico,
(O) Do CODIGO PENAL. 90 5
:i.Pi!),399, 400 B unico, 401 $5 3." ci.', 4 0 2 S unico, 404
I.', 4.46 e 5 uriico, 430 $$ 1.", 2." c :I.", 4:ll. (1'. Agente do
Pulinistcrio piiblico.)
[tit
Rapto-violento de qualqricr pessoa com fim dcslionesto,
sc o estupro, ou violciici:~li511sc cboii.iiin:i, 6 ~iiiriiele)como
attentado ao pudor com 1ioleric.ia : c s i b ;ilguni (lestes crimes
se consiima, i! o rapto circii~nst:iiii-ia;ig,oravarite: art. 305
# %"S-e a pessoa raptada é mcrior clc 12aannos (I: Menor);
o rapto considera-se sempre I iolciito : :rrt. :19:i 3 1 ."-No es-
tupro voluntario taml~cmse cbonsidrr:itaonio(:ircu~nstanciaag-
gravanle, e que pena tcm: ai?. :I!)(; c 6 iiiiic.~,e 397. -Sc se
iiju~ltaO crime de carcerc pri~atlo,ou so o raptor não da con-
ta cln pessoa raptada: art. 332, 3 1 i E, 4.", e :1!)7.-E sc o (,ri-
mirioso i! ascenclcnte, irmso, tutor, curaclor, ou mclslre da 1 ~ ~ s -
soa offcnditla, o11 tem sobre ella auctoricl:ide, ou i: cncarreg:iclo
tl:~sria clirccc.áo, ou guarda, ou se 6 Empiaegarlopíiblico, de cii-
j:is func-ócs dependa negocio della, ou se e si1iicriado, ou do-
rriestico da sua familia; em quc termos sc a:~ a\ a a 1)cn:i: art.
:I98 e $5 (e art. 19 n.Oq O e 10).-(:oiiitiitlo a j)iiiii~5o(leste
crime depende cle iiaver quci\a da Iiesson ofkiidida, ori dc seus
paes, ou tutorcs; salvo se esI;i i' nienor de I2 annos, ou sc ao
rapto se ajuntou outra violencviaqualilicada crime, cuja accu-
sação pOde ter logar sem a intervençáo da parle: art. 399.
Rebellião-no que consiste, e como stl [iuric: 31%.170a 176.
-E a conjuracá0 para sc commettcr eslc crime: art. 172.-
Não tem pcna quem a dcscobre ;i auctorid:~t li. : ;irt. 176. -E
que pena tem quem excita, e command:~o nioiiiii. oii cli~alqilcr
partida ou corpo organisado: art. i 7 3 c 3 2 o 17:;. -lC os
.O,

correos: art. 173 5 2.",e !;'i.-Quaiiclo os c.oiiCos ,ili;iiitlo- -


nam o levantamento, se licam isentos de pena: art. I'iri. -I:
os auctores, e commandniites se o abandonam, como se Ihcs
attenua a pcna: art. 175 uriico.
Receptadores-V. Ericubridores.
Recrtctan~ento-o portugiicz que o pronii lve para ser] ico
estrangeiro, em que pepa incorre: art. I%.-K o estrangei-
ro: art. 156 5 iinico.
R~cursos-i Corciii, sc algiiin Ministro Ecclcsisstico não
clinlpru o que nelles dccidcm os Trihiinaes, coriio i! punido:
art. 438 $ i .O
- ILU
------..v z~...-x,.Lunl
(81)
Recusa~ão-do cargo publico electivo sem motivo legal, e
competentemente atlendida, como e punida: art. 305. -E a
de prestar o auxilio, ou serviço coriipetentefnente requisitado
ao Empregado publico: art. 30'1. (C: Desobediencia.)
Ilefijns-como se pune quem os offende: n r t . 159.
Rc!lorte -ou Hegentcs do Reino, quclin aticiila contra a
sua vida, qiic pcna tem: art. 463 c; 'i? 164
." e,I(i:i. -E qucm
os offende violentamente: art. i67 cy unico.-E queni os iti-
juria: art. 168 e 1G9.-E q u e a teiita.dep6-los, ou priva-los
da liberdade: art. 170.
lieqicidio-que pena tem: art. 163 e $6, 4Gk e 46s.- V.
-Actos preparatorios -Attcntado ;-Coiijiiraç3o- Injurias
-Familia Real -0ffensas-Ten taliva.
Reyz~lamenlos- V. Caçar -Contravenções -Governo -
Juiz -Loterias-Pescar, etc.
Rehabilitaçijo-o que é: art. 1-29 1.'-Extingue a pcna
cla perda dos direitos politicos, e a da incapacidade para os
empregos pidAicos: art. 37 e 1%) S 4."-E faz que o segundo
crime da mesma natureza náo se possa qualificar de reinciden-
eia: arl. 85 $ I.O-Çorrio, c qua~idosc pc'de obter: art. 129.
5s 2.O e 3.O
Aei-(Rainha Reinante, ou Successor da Coroa) se alguem
attenta contra a sua vida, que pena tem: art. 163 c $5, 1(ii e
165.-Se o offende violentamente: art. 167.-E se o injuria:
art. 168 e 169.-Se tenta depô-lo, ou priva-lo da 1il)erdade:
art. 4'70.-E se excita os I~abitanlesdo lcrritorio portuguez,
ou os militares, a que se levantem contra a Auctoridade Real:
:irt. 171 g 2.'
Ilcincitlrncin-o qúe 9: art. 85.-Como se pune: art. 86
e 00. -( 1 . Arnriistia -Hehabilitação.) -E a do Empregado
phblico: art. 226 n." 3.-E a segunda no crime de furto: art.
421 5 3." (V. Pena alguma.)
Ilellqiüo-do reino, quaes são n'estc. o1)jecto os factos que
;t Lei clualifica de crimes, e como os 1)iine: art. I 3 0 a 135. -
E cIuacs os abusos puniveis dos PIIinistros da Religião do Hei-
no: art. 136 a 140.
Rendinzentos-de seus bens, em qiie casos podem ou não
receber alguma porcão os condcmnados a certas penas: art.
53, e fij unico do ast. 5'1.
Reparacüo-i: devida ao offendido, compreliendendo os
lucros cessantcs: art. 105 e 3 unico. -A obrigacno cle repn-
rar o damno passa aos herdeiros do criminoso: art. 408.-
(~t) DO CODIGO PEXAL. 207
Ela de ser requcrida pelo ofienditlc, ou herdeiros: art. 107 e
108.-Cqristitiio uma ohrigac5o solidaria de todos os corrc'os:
art. 100. -Mas n5o obriga os bens dn 1iiiil1ii:r do ci,iminoso :
art. 100.- (V. Damno -IndemnisaCão -Rcsporisabjlidade-
Restitui(5o.)
R~prehe~lsão-V. Pena de reprcliensão.
Represalias -V. Guerra.
Resistencia-A Auctni,idade pública, ou seus subalternos,
e agentes; como se pune: art. 186, e 187. (V. Desobediencia
-Damno.)-Se e f(8ita por um Empregado público com a for-
ca piiblica de que dispiic: art. 297 e 1." e 2.", c 298.-E
se alguns Empre-dos, ou corpnraqõcs sc colligam para im-
pedirem a execuçao de iimn Lei, ou ordcm do Governo, em
que penas incorrem: art. 300.
Responsabilidade-pelos actos do Einpregado piil~licnin-
ferior, que cumpre as ordens do siipcrior a qucm dcrc>~ ~ l t r
cliencia directamente, em qii:: caso e desse superior: :rrt. 2!tx
Responsabilidade-civil para < I re1,nracZo do damno cau-
63d0 por falta, OU neçligenciii, coiiio sc regula : nrt. 104 a 118.
-V. Damno-Indemnisa~ão -Rc~)ni 2~30-RestituiçZo.
Restituicão-C devida ao offeriditlo tlns cousns de que foi
privado pelo crime, ou do scu vnloib, e do damno, e Iiicros
cessantes: art. 205 e 3 iinico.-.I ol1riga~50 da restituiçzo e
reparação passa aos herdeiros do criminoso, bem como aos do
~

offendido o direito de pedir: art. 108.


Rnrniücs-de mais de trcs inclividuos, para commcttcr al-
giim cr~imc;como sc punem os aiictores o11chefes deilas: art.
177 e 363. -A cir-cumslancia de scr ;i reuni50 armacln 6 sem-
pre aggravnnte: art. 177 $ unico. -O que são rcuniúes arma-
das: art. 178 e $$.-Como se piiric qiiem fornece aos malfei-
~ ~ cm que se reunain: art. 108, e263 $ %"-E como,
t o r . logar
e em que circumstai~ciassc puncm os mendigos, que pcdem -
' esmola reunidos: art. 201.
Hcwiões-V. Associações- Colligação -Motim, etc.
Recela~.ão-de segredos do Estado a uma Potencia iriimi-
ga, como se pune: 3rt. i i 5 C $ unico.-E a umii Potericia ami-
ga, ou neutra: art. 153.-E a do sigillo da confissão: art. i3(i
K; 1 . L I i : a dos scgredoç de um clicrite, feita por seu advogado
ou procuratlor jutlicial: art. 280 n." 1 . -E a que i! feita por
um Ernprcgatlo piiblico, ou intlividiio qiie exerce profissão
que requer titulo, dos segredos que soube nessa qualidade;
bem como a entrega de papeis que não devem ter publicidade.:
208 R E P E R T O I ~ I OALPII,~RETICO R'
art. 280 n.O 4, e 290 e S$.-15 a dos segredos de um esla1,e-
lecimcnto dc intlustria para prcjuizo do proprietario, por al-
gum dos opcrarios ori empregados: art. 'i(iS.
Rcz.elap7o -V. A i i tos- Cartas -1seiilo dc pena.
Rifas -I'. Jogador -Loterias.
Iiontpimento -de s6llos: V. Descaminlio.
liozibo-commettc aquelle que subtrahe a cousa allici~roni
violencia As pessoa., ameaças, escalamento, arrombameiito uil
chaves falsas: art. 532 (V. lambem art. 10 n.O 15).-0 r60
destc crimc em qiir ('asos p0de ser morto, ou ferido pelo of-
fendido, sem que estc soffra pena alguma, ou soffrendo-a, sti-
mente attenuada; art. 374 e 377 n.'' 1 e 2.-Se no roubo, oii
mesmo ria tentativa, concorre o homicidio, que pena soffre o
crirriirioso: art. '133 e 32 1@
'.n 3 e 4.-E se concorre o carccrc
privado, n violação, as offensas corporaes graves (das eriumc-
radas no art. 361 do Codigo), o porte rle armas, o scr o roubo
em logar ermo, ou commettido por mais de um criminoso, ou
'
feito em deposito ou edificio público, ou dcstiriado ao culto
religioso, oii casa dc liabila~áoe soas d~pentlciicins,oii com
arrombamento estcrior, escalarncnto, ou i . I i , i \ i b . f , ~ I s ~ ar1
s
435 a 438.-E urn crkdor rouba o clue e (11) d c ~ e d o i1 1 1 1
sc pagdr: art. 439. -E se alguem consegue extorquir com
violcncias, ou nmea-as uma assignatura, escripto, ou titulo:
art. 4'iO.-Sc as cousas roubadas são sagradas: art. 4/11 (V.
tambeni art. 1:IO Ej 3 . O ) I3 se O criminoso de roubo, (ou rece-
pi;iç3o d a cousa roubada) C um Empregado público: 465 (V.
Ençobridores).

Sacerdote.-I.'. Clerigos-Ninistros Ecclesiasticos-Sacra-


mentos, etc.
Sarrnmontos-se o Miiiistro Ecclesiastico se recusa indevi-
damentc a administra-los, ou a prestar outro acto do seu mi-
nisterio, como é. puiiiclo: art. 130 3 2.O-íI: Matrimonio-Si-
gillo.)
Sncrilrgio-Ir. Desacato -Furto-Rnuho.
Sah-do Ileino: 1.. Emigracão-Natiii;ilisação-Scrvir.
Salarios-qtic pena tem quem os rccebc sem llie serem
devidos: art. 316. (Ir. Empregado piiblico.)
Salteadorrs- V. Roubo.
(8) DO CODICO PENAL. '209
Salvo-cond~cto-como se pune quem offende as pessoas que
o lêem: art. 250.
Satyras- V. Injuria.
Sautle pziblica-quem, em prejuizo della, expõe i venda,
ou subministra substancias venenosas, ou abortivas, que pena
tem: art. 248.-E se é um Boticario que faz isto, ou substitue
o que se acha prescripto na receita, ou suhministra nicdica-
mentos deteriorados: art. 240.-E em que pena incorri1 o Fa-
cultativo, que em caso urgente recusa o auxilio da sua profis-
são, ou ri30 obedece ao cliamamento da Auctoridade: art. 250.
-E c~ualquerpessoa cjue hI)iiça e subministra generos nocivos
hsaude, ou os venae corruptos, ou subtrahe ou compra os des-
tinados a serem destruidos por nocivos, ou estraga agua de be-
ber: art. 251 e $8.-Nos casos não clcclarados no Codigo Penal,
observem-se os Regulamentos Sanitarios : art. 25%-Se o con-
ductor de um objecto transportado o altera com substancias
nocivas ii saude, que pena teni: art. 420 $ unico.
Scisma- 1'. Religião.
Sedifão-o que 6, e como se pune: art. 179.-(V. tambciri
art. 177 e 478)---Aspenas deste crime como se applicarn
,a alguns crimes contra o exercicio dos direitos politicos: art.
201.
Seducfão-de penitente pelo confessor, como lia de ser pii-
riida: art. 13G Fj 1.'
ScducgGo-V. Estupro-Menor-Rapto.
Segredo -V. Advogado- Autos-Cartas-Empregado pii-
blico-Facultativo-Furto e rompimento de sêllos-Procii-
rador -Revelação- Sigillo.
S~gziranga-interior e exterior do Estado: os crimes con-
tra clla, ainda que praticados em paiz estrangeiro, devem ser
~ Ui ~I l o sem 1)ortugal: art. 27 "'.n e 3.- Quem fornece o lo-
gar das reuniões dos rkos destes crimes, e punido como cum-
plice: art. 198.-Contra a exterior com que penas se castigam:
nrt. 1í-I a 131.-E contra a s e g u ~ i interior:
p art. 463 a 476.
1- inilirm quanto a estes e o art. 351 n.' 5 . O )
- i-. Descaminho-Furão-Papel sellado.
s ' ~,~~ltri~rts-quern as \iol,~.ou as Leis e Regulamentn- :i
e 1(11. iiihrima~ões,como P pi:nidn: art. 216 e 257.
.~eritGes-e quaesrluer d i s ~ u r s rrerbaes
3~ ou escriptos dos
ministros cccl~~iasticos que f.,reni pul)licados, em que casos
I uiistilueni u111 criiiie puni\rl UL 137.-(1'. iiuctoridades pii-
hliças.)
14
210 REPERTORIO ALPHABETICO (s)
Sertigo-em paiz estrangeiro quem o acceita sem licença,
como i: punido: art. 155 e S S .
Seruir-em navio estrangeiro, em que casos, e com que
penas se castiga: art. 455 $$ 1.Oe 2.O, 161. e 5 unico.-(V. Pi-
rataria.)
Sigillo-da confissão, se o Sacerdote o revela, como lia dc
ser punido : art. 136 .$ 1.O
Sirnonia-que pena tem: art. 136, e 451 n.O 3.
Simulação-nos contratos, para prejuizo de terceiro, ou do
Estado, que pena tem: art. 455.-E nos contratos de empres-
timos com menores : art. 454.
Simu2ação -V. Abuso de confiança -Bdrla -Carcere-
Furto- Impostores.
Sodomia-V. Attentado ao pudor-Lenocinio.
Soberano-estrangeiro, ou chefe de uma nação estrangei-
ra ;se alguem odiffama, ou injuria publicamente, que pena tem:
art. 1GO.
Sociedade-V. Associação -Colligacão-Communidade-
ReuniGes.
Solitlariedade-quando se dá cntrc os correos de iim crime
para o pagamento da multa: art. 101 Sj 1. '-wrnpre se dd 1131.3
a reparação do damno, e perda do offendido: art. 106. - V .
Uamno -Pena de multa -Reparação -Restituição.
Sortilcgio -V. Bulra.
-
Subntersão de embarcação : V. Fogo posto.
Suborno -de testemunhas como se pune: art. 240 $8 2.'
e 3.') (V. Juramento.)
Sfcborno -V. Direitos politicos -Eleições -Empregado
publico -Peita.
Substitui~Co-das penas quando tem logar, em geral, e por
que modo: art. 69, 71, 73, 73 $ i.', 74, 75, 79 a 84, e 99.-
(V. a Taboa que estii no fim deste Rcpertorio.)
Seibtracçüo - occultaçáo, ou troca de menores: V. I&
nor.
-
Successor da Corôa: V. Attentado -Entrada -Injuria -
Rei.
Suicidio- se alguem lhe presta ajuda, quc pena tem: art.
354 e fj unico.
Suspensão -do emprego : V. Pena dc suspensão.
Suspensáo --ou demissão: o Empregado que apezrir della
continua a exercer o cmprego, que peqa tem: art. 307 c $j
unico. (IT. tambem art. 158.)
DO CODIGO PENAL. 211
-
Szupensão dos direitos politicos : V. Direitos politicos -
la dc suspensão dos direitos politicos.

"aholagew -V. Jogador.


T
'entatioa- o que h: art. G e 10-Quando e punivel: art.
i e 0. -E de que modo, não liavendo disposição especial :
8 9 e 90.-Se a tentativa é qualificada pela Lei como cri-
consumado, a suspensão da execução pela vontade do cri-
-
oso não B causa justificativa: art. 9. Quaes são os casos
rlue a tentativa tern n rricsma pena que o crime, ou tem uma
i determinada: art. 130n.0S2e 3, 131,142, 143,163 $3 1."
', 166, 170, 174 n.OS 1 e 4, 183 5 3.", 190, 191, 233, 277,
.O e 2.O, 350, 353, 355 3.O, 433, 434 n.O" e 2, e 470.
quaes os casos em que se pune a tentativa do crime que
!m pena correccional: art. 130 n.O9 e 3, 146 § unico, 180
,233, 297 3 2.O, 380 3 2.", 421 3 2.", e 430.- Que peffa
Ioin atentativa de homicidio contra a Auctoridade no exercicio,
l ~ i por
i oecasiáo de suas funcçóes: art. 183 3 3.'
Testamenteiro -V. Interesse.
Testamento- de condemnado 6 morte não vale: art. 52 e
unico.
Testemunha-se alguem a injuria por occasião de depor
c.omo ha de ser punido : art. 182. -E se lhe faz ameaças, ou
-
offcnsas corporaes: art. 484. Aquella que não comparece,
ou recusa depor, ou se escusa falsamente, como se castiga:
nrt. 189. -E a que intervem em documento falso: art. 221.-
1G se B em um passaporte: 226 $ unico.
Testemtinha-não o póde ser, e sO póde dar informações 6 .
Justiça, o condemnado a trabalhos publicos, prisão, ou degrc-
do: art. 53.
-
Testemunho falso : V. Juramento.
Tirada-de preso : como B punida : art. 190 e 195.
Tiro -V. Armas-Duello
fcnsa corporal.
- -
Ferimento- Homicidio Of-
Titulos -V. Assignatiira-Impostores -Processos.
Torturas -I7. Homicidio -Violencia.
-
Trabalhos publicos : V. Pena de trabalhos publicos.
Trajos-uniformes, ou condecora~óes;como e punido quem
lisa dos que lhe não pertencem: art. 235. (V. Impostores-
Fome.)
212 . BEPBRTORIO ALPHABETICo (v).
Trnnsacfão -n5o 6 admissivel em penas: art. 103.
Tratamento -V. Impostores -Nome.
Traeessia -V. Blonopolio.
Tribtinaes-V. 1)esobcdicnciii -Irijuria-Volta, etc.
T~ocn-occullação ou sublrticção de mcnorcs: 1: Menor.
Tlcmulos-Jr. S ~ p i i l t u ~ s .
Tltmulto -I7. Assembl6a-Assuada -Mo tim-Sedicção -
Volta. .
Tutor-Ir. Attentado ao pudor-Cartas -Corrupção -Es-
-
tupro Interesse -Raplo -Violação.

Ultraje-publico ao pudor, commettido por acção, e ainda


qae não haja oíTensa individual da hoiieslidadc de algiicm;
como se castiga: art. 390.-(1'. Attentado ao pudor-Castra-
$%,I e1c.)-E a moral publica por palavras: nrt. 420,-E por
escripto publicado, ou por qualquer outro meio de publica~i'io:
art. 420 5 unico.
Uniformes -proprios de um emprego publico : sc al:liic I i

os usa sem lhe pertencerem, como C castigado: art. 235.


Uso-porte, fabricação, ou commercio de armas prohibi-
das -V. Armas -Gazuas. -E o uso illegal de cousa immove1
-V. Usurpação. -E o de cousa falsa -V. Bulra -Falsidade
-Impostores.-E o de medidas, ou pesos falsos -V. Medidas
-Mercadorias.- E o de dom, trajos, coridecorações, ou ou-
tros titulos de nobreza alheia-V. Impostores.
Usltrpnccio-do estado civil, ou de direitos conjugaes por
meio de falso casamento, que pena tem: art. 336. -E a dc
brasa0 cle armas, ou titulos de nobreza : art. 237.-E a de coii-
sas immovcis, arrogando-se o criminoso o dominio, posse, ou
uso delles: art. 448 c 446.
Uszcrpafão -V. Impostores.

Vadios -que individuos o são, e .como sc, punem: art. 256


a 258.-Como, quando, e para quc fim podem preslar fiança:
art. 257 a$
1.O, 2 . O e 3.', e 258. -E se são estrangeiros: art.
250.-(V. Jogador -Mendigos.)
(V) DO CODIGO PENAL.
Vapor -V. Fogo posto.
17aragão- de embarcação : V. Fogo posto.
Venaliliade -V. Empregado publico -Peita, etc.
Ventlcdolw -de fumo: V. Despachos.
Venclcr -V. Armas -Riilra -Contrafeição -Direitos po-
liticns -Falsidade -Fundos Públicos - Gazuas -Generos
c-orriiptos-Novos inventos -Medidas falsas c pesos falsos-
Rlercadorias -h f o d -3Ionopolio.
Irení$cio -1'. Eiivenenamento.
Venenos-ou substancias abortivas: quem os vende, que
pena tem: art. 258.-E se e um boticario: art, 2110.- E quem
os subministra a animaes alheios: art. 481 n." 2. (V. Generos.)
Vigilancia- da policia: V. Especial vigilancia da policia -
Governo.
Violação -ou copula illicita com uma mulher, ainda que
não seja menor, nem lionesta, nias contra vontade della por
meios de violencia, ou por meios fraudulentos tendentes a sus-
pender o uso dos sentidos, ou n iiitar o conhecimento do cri-
me; que pena tem: art. 395.-E se a pessoa violada 6 menor
de doze annos: art. 394 $ uiiii70.-Se tamhem houve rapto,
este crime constitue cirçumstancia aggravante: art. 3 9 $ 2.",
e 307. -E se liouve roubo: art. 434 a 438.-Se o criminoso
é ascendente, irmão, tutor, curador, ou mestre da pessoa of-
fendida, ou tem sobre ella auctoridade, ou e encarregado da
sua direcção ou guarda, ou se e empregado publico de cujas
fuiicções dependa negocio della, ou se e seu creado, ou donies-
tico, ou da sua familia, em que termos se aggrava a pena: art.
308 e 5s (e art. 1 9 n." 9 e 90.)-Comtudo a punição deste
crime sb p0de ter logar havendo queixa da pessoa offendida,
ou de seus paes, ou tutores; salvo se esta é menor de doze an-
nos, ou se no rapto sc commetteu outra violencia qualificada
como criine, cuja accusação não dependa (Ia do offendio: art.
380. - O criminoso 6 obrigado a dotar a oflèiidida; mas se casa
com ella, cessa toda a pena: art. 400 e 5 unico.
Irioloncia-para entrar, ou persistir em casa alheia, se con-
siste no escalamento, arrombamento, ou chaves falsas, que pena
tem: art. 380 fj 1.O (I7. tambem art. 1 9 n." 15.)-Neste caso
como se pune a simples tentativa: art. 380 $ 2.'-Se se em-
prega (a violencia) para com as pessoas no crime de deslruiçáo
ou damnificação : art. 481 n.O 3.
Violencía-V. Assemblka-Assignatura-Attentado-Car-
cere -Castração-Damno-Familia Real-Fuga dc preso-
214 REPERTORIO ALPHABETICO (V)
Furto -Homicidio -Liberdade -Menor -0ffensa corporal
-Rapto-Regente-Rei-Roubo -Ultraje-Violação.
Viuua-V. Acção criminal -Conjuge-Estupro-Rapto.
Volta-ou arruido perante algum Magistrado Judicial, ou
Administrativo no cxerçio das suas func~óes,ou em sessão de
alguma das Camaras Legislativas, ou corporações administra-
tivas, como se puoe: art. 485.
DR attenuaqão. onbatitniq&o.e nggrrtva~ãodan pe-
nam. nos casoiil em que o Codigo Penal não esta-
belece disposi)ea especiaes.

ATTENUAC~O
PENAS AGGRAVAÇ~O
ou s c ~ s ~ i r u r ç ~ o

Pena de morte Não se aggrava :'art. 78 Substitue-se pelas pe11.1'


$ji." perpetuas de trabíillii~\
publicos, prisão oii de-
gredo: art. 81.
Pena tle traba- Aggrava-se sendo ostra- Subslitue-se pela tempo-
Ihos publicos balhos no Ultramar: raria de trabalhos pu-
perpetiios art. 48 e 78 $$ 8." blico~ ou de prisão
maior, oii pelo degredo
perpetuo ou tempora-
rio, aggravado, oii não
aggravado: art. 81 Si."

Pena de tra1):i- ................... V. adiante pmros tempora-


lhos piiblicos rias maiores.
temporarios
Pena de prisso Aggrava-sc com o isola- Substitue-se pela prisão
pcrpetua mento, ou sendo no maior temporaria, ou
Ultramar: art. 49 e 78 pelo degredo perpetuo
S 3." ou tcmporario, aggra-
vado oii não aggrava-
do: art. 81 2."
Pena de prisão ................... V. adiante penas tempora-
temporaria rias maiores.
Pena de prisão ................... Substitue-se, em quanto
com trabalho náo houver estabeleci-
mento proprio, pelo
degredo aggravado, e
acrcsceritando-se a pri-
sáo: art. 99.
ATTBNUAÇ~O
PENAS AGGBAVAÇ~O
ou SUBSTITUIÇXO

Pena de degredo Aggrava-se sendo para Substitiie-se pelo degrc-


por toda avida as possessões portu- do temporario, aggra-
guezas orientaes : art. vado ou nãio aggrã\ado,
50-e com a prisão no e polo maximo da pri-
logar do degredo: art. são correccional : art.
78 Q 4." 81 Q 3.O
Pena de degredo Aggrava-se sendo para a ....................
para a India Africa: art. 7 8 Q 5."
Pena de degredo ................... V . adiantepmas tempota-.
íemporario rias maiores.
Pena de cxpul- Aggrava-se com a mul- Substitue-se pela expul-
são perpetua ta : art. 78 S 6." são temporaria, ou pelq
do Reino prisáo correccional que
não exceda a dois an-
nos: art. 81 9 5.
Pena de cxpul- Aggrava-se com a mul- Attenua-se, reduzindo-n
são tempora- ta: art. 79 $$ 3.O atíi ao minimo do tcm-
ria do lieino po, ou substitue-sc pe1.1
prisão correccioii.il ~ I I
não seja inferior a tlui
annos: art. 82.
Pena da perda Aggrava-se com a mul- Substitue-se pela suspcn-
dos direitos ta: art. 7 8 Q 6." são do seu exercicio:
politicos art. 81 $ 4.".
Penas tempora- Aggravam-se até o ma- Attenuam-se até ao mini-
rias maiores ximo do tempo: art.79 mo do tempo, c sub-
-ou sendo no Ultra- stituem-se pelas imme-
mar, ou com prisáo, e diatamente inferiores
até esta com isoiamen- atí: i prisão correccio-
to: art. 78. na1 não inferior a dois
aniios : art. 82. - IJo-
dem tambem ser sub-
stituidas ao estrangeiro
pela expulsão perpetua
do Reino: art. 76.
Penas de prisão Aggravam-se, a prisão Attenuam-se até tres dias:
correccional e com a muita, eamuita art. 83 S 1."
de multa com a prisão até um
anno: art. 79 $ 4.O
O maximo de Aggrava-se com a mul- ..................
qualquer pena ta : art. 79 S4.O
correccioiial
ATTENUAÇ~~
PENAS AGGR A v A Ç ~ O
ou s u s s ~ r ~ u i ç l o

O maximo da Aggrava-se com prisão . . .. . . .. . . . . .. .. ... .


pena de multa até um anno : art. 79
$ 4."
Pcna de des- Aggrava-se com a mul- Attenua-se ali. tres m o
terro ta: emesmo com a pri- zes : art. 83 2."
são ati! um anno: art.
'79 S 4."
Pcna de suspen- Aggrava-se sS rom o Attenua-se ate dois an-
sáo dos direi- maximo : art. 79,-e nos, e tambem p6de ser
tos politicos mesmo com a multa, substituida pela multa:
oii ainda com prisão art. 83 $ 3.O
ati! um anno: art. 79
s
4."
Pena de demis- Aggrava-se com a multa Substitue-se pela suspeii-
são ou com a prisáo cor- são na hgpothese do
reccional: art. 7 9 S 5 . O art. 326 n." I .
Pena de suspen- Aggrava-se ali! tres an- Attenua-se ali! tres me-
são nos: art. 44.' zcs: art. 83.
APPEIDICE AO CODIGO PENAL.

DECRETO.

TO~NANDO-SE indispensavel pela publicaqão do Codign


Penal, que se modifiquem desde já algumas disposições dii
Heforma Judiciaria Novissima na parte relativa aos processos
criminaes, em quanto se não orgariisa um Codigo de pro-
cesso criminal, que esteja em perfeita, harmoriia com o dito
Codigo Penal; Hei por bem decretar o seguinte:

ARTIGO 1.O

Fica competindo ao ICIinisterio Publico a accusaçâo de todos


os crimes, e contravensões de que trata o Codigo Penal, com
a unica excepçâo dos casos em que o mesmo Codigo torna
essa accusação, ou contiiiuação della, dependentes da queixa,
ou do consentimento das pessoas offendidas, ou de seus paes,
ou tutores.
ARTIGO %.O

Nos crimes em que, segundo o Codigo Penal, a pena cor-


respondente fdr:
I." A de prisão atG seis mezes;
2." A de desterro ate seis mezes;
3." A de multa;
4." A da perda dos direitos politicos;
5." A da suspensào dos mesinos direitos;
6." A de reprchensão;
7." Qvalquer das especiaes dos empregados publicos;
poderão os criminosos livrar-se soltos sem prestarem fiança;
e sómente ser30 presos se não comparecerem em Juizo nos
termos, em que a Lei os obriga a esse comparecimento.

ARTIGO 3.O

Nos crimes em que a pena correspondente, segundo o Co-


digo Penal, fhr:
i." A morte;
2." O s trabalhos publicas;
3." A prisáo maior;
8." 0 degredo;
os criminosos serao sempre presos, sem qiic Ilics seja per-
mittido livrar-se soltos sob fiança; ou a pena seja perpetua,
ou seja temporaria.
ARTIGO 4.O
F ú r a dos casos pre~istosnos dois artigos antecedcritcs, os
criminosos poderão sempre livrar-se soltos se prestarem fiança
idonea nos termos da Lei.

ARTIGO 5.O

Os rkos de quaesquer crimes a que pelo Codigo P ~ b r i1 1


corresponda sómente alguma das seguintes penas correccro-
naes :
i." Prisão ate seis mezes;
2.' Desterro ate seis mezes;
3." Suspensão dos direitos politicos at6 dois anlios;
4." Multa ate u m mez, ou até vinte mil reis, qiiando u
Lei fixa as quantias;
5." Reprehensáo;
6." Suspensão do emprego ate dois annos;
7.' Censura;
serão processados correccionalmentc nos termos do artigo
1%51." ate 1262." da Reforma Judiciaria Novissima; salvo
se, para certos crimes, houver processo especial.

ARTIGO 6 . O
O s rkos, a cujo9 crimes corresponder pelo Codigo:
2." A pena d e prisáo ate dois annos;
2." O desterro ate dois annos;
3." A multa atb dois annos, ou atb duzentos mil réis,
quando a Lei fixa as quantias;
8." A suspensão dos direitos politicos at6 seis annos;
5." A suspensáo do emprego sem mais declaraç80, ou por
mais de dois annos;
seráo processados tambcm cm processo correccional, mas com
as seguintes modificações; salvos os casos em que houver pro-
cesso especial estabelecido por Lei para certos crimes.
$ I."Depois do corpo de delicto o Juiz inquirirh sum-
mariamente de tres atb oito testemunhas indicadas pelo Mi-
nisterio Público, ou pelo queixoso, ou quatro por cada uma
destas partes! pega poder l a n ~ a ra pronuncia, e ordenar a
prisão dos criminosos, quando esta dever ter logar.
$2." Da pronuncia compete aggravo nos termos da Lci
geral; e depois seguir-selia a accusaçáo, e citacão do r60,
com a entrega da c6pia da acciisncão, c nomcs das testcbniii-
nhas, para apresentar as da dcfcza atb oito, e para os mais
termos da causa; mediando oito dias ate á primeira audiencia.
$ 3." A appellaçào riestes casos ser& sempre para a Re-
lação do Districto, qualquer que seja o Juiz em que tiverem
sido proferidas as sentenças.

ARTIGO '7.0
D e todas e quaesqucr sentenças da primeira instancia em
processo de policia correccional, sobre crimes a que pela Lei
poder corresponder pena mais grave do que a da alçada d o
Juiz em que forem proferidas, caber& o recurso de appella-
ção, ainda mesmo que essas penas tenham sido reduzidas rias
sentenças aos termos daquella alçada.

ARTIGO 8 . O
Os rbos dc quaesquer crimes a que pela Lei correspoii-
derem penas mais graves do que as designadas nos artigo<
5.' e 6." deste Decreto, scráo processados pela fórma ordi-
naria.
ARTIGO 9.
Fica revogada toda a LegislaMo an contrario; e o Co-
verno dará conta tis Corles das d i y & % s deste Decreto.
Os Ministros e Secretnrios ùlEstado das diflerclnic~~R o
partiçòes o tenham assim entendido e facam executar. I'iiço,
cm dez de Dezembro de mil oitocentos ciricoenta e dois.

Duque de Saldanha.
Rodrigo da Fonseca Magalhiies.
Antonio Maria de Fontes Pereira de ildello.
Antonio Aluizio Jervis de Athoguia.

(Piibtiado no Diario do Governo n . O 309, de 31 de Dezembro de 1 8 4 . 8


CARTA DE LEI.

D ONA MARIA,por graya de Deus, Rainha de Portugal


e dos Algarves, etc. Fazemos saber a todos os nossos subdi-
tos, que as Cortes Geraes decretaram, e Nós queremos a Lei
seguinte:
4BTIGO 1.'
Os crimes, a que pelo Codigo Penal corresponde alguma
das seguintes penas correccionaes :
1.O Prisão ate seis mezes;
2." Desterro ate seis mezes;
3." Multa ate u m mez, ou ate vinte mil reis, quando a
Lei fixn a quantia;
4." Reprehensãio;
5." Censura;
serào ~trocessadoscorreccionalmente nos termos dos arti-
gos 1251." ate 1262." da Novissima Reforma Judiciaria;
salvo h(: para certos crimes houver processo especial.
$ uiiico. A disposiçào deste artigo serh observada ainda
no caso de serem impostas cumuIativamente ao mesmo crime
algumas das mencionadas penas.

ARTIGO E.'
Todos os outros crimes, a que pelo Codigo Penal corres-
pondarii penas mais graves, ou diversas das referidas no ar-
tigo tiratecedente, serão processados pela fórma ordinaria.
ARTIGO 3 . O
Fica derogado, sómente na parte em que é opposto a
Lei, o Decreto de 10 de Dezembro d e 1852, e rcvogadii
a IegislaçUo em contrario.

filandâmos, portanto, a todas as Aoctoridades, a quem o


corihecimento e execuqão da referida Lei pertencer, qiie .I
cumpram e guardem, e façam cumprir e guardar t30 iiitei-
ramente como nella se contém.

O Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Reino,


interinamente encarregado do Ministerio dos Negocios Eccle-
siasticos e de Justiça, a faca imprimir, publicar e correr.
Dada no Paço, aos dezoito de Agosto de mil oilocentos cin-
coenta c tres.

A RAINHA, com rubrica e guarda.

Carta de Lei, pela qual Vossa Magestade, Tendo sanrcio-


nado o Decreto das Cdrtes Geraes de 3 de Agosto de 1 8 9 3 ,
em que se especificam os crimes, dos dc que trata o Codigo
Penal, que devem ser processados correccionalmente nos ter-
mos dos artigos 1251." a 1262." da Novissima Reformo .1ii-
diciaria, Manda cumprir e guardar o mesmo Decreto, coino
iielle se contem, pela forma retro declarada.=Para Vos.;;i
Wagestade \&r.=Anionio Pereira Leitáo, a fez.

(Publicada no Dinrio do Governo n.' 209, de 6 de Setembro de 1 3 ~ . i

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