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REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA SOBRE A INTEGRAÇÃO ENTRE O FACEBOOK E O

MOODLE NO SUPORTE AO ENSINO

Claudia Miyuki Werhmuller – UNICSUL


Ismar Frango Silveira – UNICSUL (orientador)

Resumo
A revisão sistemática da literatura possibilitou uma visão mais abrangente de diferentes
contextos e sujeitos que estão sendo investigados a fim de facilitar esta pesquisa que tem como
objetivo aplicar novas metodologias pedagógicas a partir da integração entre ambientes
tecnológicos como o Facebook e o Moodle. Tais ambientes estão sendo cada vez mais utilizados
como suporte ao Ensino, permitindo que a integração entre alunos e professores aconteça de
forma colaborativa e interativa e a aprendizagem seja mais eficaz.

Palavras-chave
Revisão sistemática, facebook, moodle.

1. Introdução

Segundo Sampaio e Mancini (2007), uma revisão sistemática, assim como outros tipos
de estudos de revisão, é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados, a literatura
sobre determinado tema. E este tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências
relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos
explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação escolhida. Ainda
os autores ressaltam que as revisões sistemáticas são úteis para integrar as informações de um
conjunto de estudos realizados separadamente sobre determinada intervenção, que podem
apresentar resultados conflitantes e/ou coincidentes, bem como identificar temas que
necessitam de evidência, auxiliando na orientação para investigações futuras.
Ainda Sampaio e Mancini (2007), as revisões sistemáticas, ao viabilizarem, de forma
clara e explícita, um resumo de todos os estudos sobre determinada intervenção, permitem
incorporar um espectro maior de resultados relevantes, ao invés de limitar as conclusões à
leitura somente de alguns artigos.
Ramos, Faria e Faria (2014) ressaltam que vários pesquisadores europeus na área da
Educação têm manifestado interesse crescente por questões metodológicas e espitemológicas
sobre a revisão sistemática da literatura. Os autores defendem a ideia de que no processo de
revisão sistemática da literatura, sejam registradas todas as etapas da pesquisa, não somente
uma que possa ser replicável por outro pesquisador, como também para se aferir que o
processo em curso siga uma série de etapas previamente definidas e absolutamente
respeitadas nas várias etapas. Um protocolo com várias etapas foi apresentado pelos autores,
conforme segue abaixo:
 Definição dos objetivos: identificar estudos que se referem ao tema a ser pesquisado,
no caso dos autores, literatura associada ao mundo digital, no âmbito educacional em
todos os níveis de ensino não superior.
 Equações de pesquisa: expressão digital literacy.
 Âmbito da pesquisa: ISI Web of Knowledge.
 Critérios de inclusão: só serão aceitos artigos publicados em revistas científicas.
 Critérios de exclusão: artigos sem resumo, artigos publicados em outras fontes e fora do
âmbito educacional que não sejam em inglês ou português.
 Critérios de validade metodológica: replicação do processo por dois pesquisadores;
verificação dos critérios de inclusão e exclusão.
 Resultados: descrição da pesquisa (um registro de todas etapas do processo).
 Tratamento de dados: filtrar, analisar e descrever com postura crítica, os resultados,
com auxílio de dois softwares, o EndNote e o Nvivo.

Os autores iniciaram a pesquisa a fim de entender o tema escolhido em artigos


científicos associados à Educação, nas bases de dados ISIC e ERIC. Após eles terem determinado
o âmbito temático, interessava mapear na base de dados, a ocorrência do termo, obedecendo
determinados critérios.
Ramos, Faria e Faria (2014) trouxeram uma contribuição a fim de incentivar a
comunidade científica a refletir e aprofundar procedimentos e técnicas investigativas pouco ou
nada usuais nesta área de conhecimento. Eles definiram um protocolo de pesquisa até a análise
exploratória dos dados obtidos para ilustrar o processo avaliativo e não restringí-lo. O
importante foi a definição de critérios rigorosos de validade científica e metodológica e que o
resultado fosse de fato um reflexo de um trabalho de mapeamento e seleção criteriosos de
fontes bibliográficas.

1.1 Revisão Sistemática da Pesquisa

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura para esta pesquisa, baseada no
método apresentado por Loureiro (2012) no qual consiste de um conjunto de critérios
avaliativos para filtrar de forma criteriosa os artigos e trabalhos científicos relacionados ao
tema, conforme a figura 1. A primeira etapa do método identifica a necessidade da revisão, já a
segunda etapa é a revisão propriamente dita e a terceira etapa apresenta os resultados e as
recomendações.
Figura 1. O método de revisão sistemática. Fonte: Loureiro, 2012.

Segundo Loureiro (2012), o processo de identificação dos estudos deve ser bem amplo,
por isso diversas fontes devem ser utilizadas para reduzir a possibilidade de viés, conforme a
figura 2.

Figura 2. Identificação das fontes de pesquisa. Fonte: Loureiro, 2012.

A identificação das fontes de pesquisa pode ser efetuada por busca manual, bases de
dados ou outros repositórios selecionados. Foram levados em consideração alguns pontos de
estratégias de busca, tais como:
 Palavras-chave;
 Operadores de truncamento;
 Operadores booleanos;
 Strings de busca.

A identificação e seleção dos estudos primários foi baseada, segundo Loureiro (2012)
em:
 Estudos identificados
o Selecionados
• Incluídos
• Excluídos
o Não Selecionados

O método para a revisão sistemática desta pesquisa foi organizado de acordo com os
seguintes critérios selecionados, conforme listagem abaixo:

Critérios de inclusão:
 Idioma (português e inglês, pela facilidade de leitura e compreensão da autora da
pesquisa);
 Tema (relacionado à pesquisa, no caso envolvendo integração entre a rede social
Facebook e o ambiente virtual de aprendizagem Moodle e sua aplicabilidade no ensino,
bem como uma abordagem metodológica de apoio para aprimorar o processo de
ensino-aprendizagem dentro destes ambientes virtuais);
 Palavras-chave: aprendizagem (learning), integração (integration), facebook, Moodle.
Citar o nome da rede social e do ambiente virtual implica em focar melhor a pesquisa do
que generalizar como redes sociais ou ambientes virtuais de aprendizagem;
 Intervalo de tempo dos estudos (de 2007 a 2014, intervalo de tempo mais recente, até
porque o uso de tais tecnologias virtuais começaram a fazer sucesso mais nesse
intervalo, conforme dados levantados nesta pesquisa).
 Leitura do Abstract para verificar a aderência do resumo ao tema da pesquisa.
Critérios de exclusão:
 Outros Idiomas;
 Palavras-chave;
 Abstract não pertinente à temática da pesquisa.

As bases de dados escolhidas para efetuar a revisão sistemática desta pesquisa foram:
 ACM Digital Library (DL) – Association of Computing Machinery: uma biblioteca
contendo artigos completos e registros bibliográficos da atualidade cobrindo os campos
da Computação e Tecnologia da Informação. O banco de dados inclui uma coleção
completa de publicação da ACM, incluindo jornais, materiais de conferências, revistas,
newsletters e textos multimídia. (ACM DL, 2014)
 SciELO Scientific Electronic Library Online: uma biblioteca contendo artigos científicos
completos e revistas.
 CBIE (SBIE – Simpósio Brasileiro de Informática na Educação e WIE – Workshop de
Informática na Escola) - Congresso Brasileiro de Informática na Educação. A CEIE –
Comissão Especial de Informática na Educação engloba os sócios da SBC – Sociedade
Brasileira da Computação interessados na pesquisa em Informática na Educação. Esta
comissão é responsável por dois eventos (SBIE e WIE) e uma revista (RBIE).
 CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior é fundação do
Ministério da Educação (MEC) desempenhando papel importante na expansão e
consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os
estados da Federação. Além de vários trabalhos efetivos nesta área, disponibiliza e
divulga a produção científica seja por meio de artigos ou por meio de teses e
dissertações (bolsa de teses e dissertações). (CAPES, 2014)

Abaixo segue o Quadro 1 contendo as fases utilizadas na revisão sistemática desta


pesquisa e a quantidade de estudos selecionados.

Quadro 1. Quadro com fases da revisão sistemática da pesquisa, fonte: autora, 2014.
Loureiro (2012) apresenta que no caso dos estudos identificados por qualquer sistema
de busca, seja manual ou eletrônico, deve se registrar a quantidade e a fonte destes estudos. Já
nos estudos não selecionados, por não atenderem os critérios de inclusão, registra-se apenas a
quantidade, no caso desta pesquisa totalizaram 95 estudos não selecionados. Nos estudos
selecionados, ou seja, aqueles que atendem aos critérios de inclusão, registram-se as
referências completas destes estudos e nesta pesquisa totalizaram 38 estudos selecionados.
Para os estudos que após a avaliação completa do texto, não atenderam aos critérios de
inclusão, classificam-se como estudos excluídos, e os que atendem aos critérios de inclusão,
classificam-se como estudos incluídos.
Conforme Loureiro (2012) ressaltou, a avaliação da qualidade é importante no processo
de revisão sistemática, porque:
 Elemento primário: ressalta as ações e o contexto da pesquisa em questão por meio de
atividades apresentadas nos ambientes virtuais selecionados, interação e partilha de
informações relatados nos estudos;
 Evidência de responsividade e flexibilidade: evidências comprovaram que o aluno se
sentiu mais à vontade nestes ambientes, produziu o conhecimento necessário que não
compreendeu anteriormente em sala de aula e entendeu a estrutura na qual ele estava
inserido, por meio de estudos que apresentaram casos vivenciados em diversas turmas,
graças à inteligência coletiva e a aprendizagem colaborativa;
 Evidência de amostragem teórica ou proposital: o estudo permitiu produzir o
conhecimento necessário para compreender a estrutura de integração entre os dois
ambientes e o processo no qual os sujeitos estavam inseridos;
 Provas de adequação teórica e conceitual: a pesquisa foi muito rica em detalhes desde a
apresentação e análise dos dados assim como os resultados descritos e as conclusões
atingidas;
 Qualidade dos dados: fontes e perfis diferentes de conhecimento sobre determinado
assunto foram comparados a fim de se chegar num grau de confiabilidade maior da
pesquisa;
 Relevância do estudo: ficou clara a indicação da relevância da pesquisa.

A extração dos dados, segundo Loureiro (2012) pode apresentar as seguintes posições:
 Respondeu às questões da pesquisa no que diz respeito ao fato do uso de dois
ambientes virtuais facilitar e motivar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos,
pela interação, troca e comunicação ocorrida durante as atividades apresentadas, bem
como auxiliar no surgimento de uma nova abordagem metodológica de ensino a fim de
engajar na busca pelo conhecimento adquirido em tais ambientes;
 Apresentou caráter quantitativo e qualitativo.

No caso desta pesquisa, a extração de dados aconteceu de forma manual e durante este
processo, foram detectadas cinco palavras que foram resultantes das investigações, análises e
conclusões dos estudos selecionados da revisão sistemática. Foram elas: interação, integração,
comunicação, facilidade e compartilhamento.
O Quadro 2 a seguir apresenta as fontes de pesquisa, bem como o conjunto de palavras-
chave selecionadas para esta revisão (extração de dados):

Quadro 2. Extração dos dados para a revisão sistemática

Fonte: autora, 2014.

Quanto à síntese dos dados, conforme Loureiro (2012):


 Houve resposta às questões da pesquisa;
 Estado da arte sobre o tópico:
o Principais autores;
o Principais áreas.

Abaixo, segue Quadro 3, dividido em três blocos, contendo a síntese dos estudos
selecionados, as fontes, os autores e os títulos dos estudos.
Quadro 3. Síntese dos estudos selecionados desta pesquisa.
Fase 7
Fonte de
Autores Título do trabalho Síntese dos dados
pesquisa
TOBARRA, L., MARTIN, S., ROS, S.,
Os autores integraram o Facebook com o Moodle, pois a rede
PASTOR, R., ROBLES-GOMES, A., Work in progress:
social incentiva a liderança e a auto-estima social, uma vez que
RODRIGUES-ARTACHO, M., Extending a LMS with
eles apresentam seus conhecimentos a todas pessoas
ACM DL TAWFIK, M., HERNADEZ, R., social capabilities:
envolvidas nesse contexto. A integração permitiu aprimorar o
CAMINERO, A.C., SAN CRISTOBAL, Integrating Moodle into
processo de ensino-aprendizagem, fazendo possível o uso de
E., TOBARRA, L. , MARTIN, S., Facebook
tais ferramentas como suporte às práticas pedagógicas.
ROS, S.
Devido à popularidade e facilidade que a rede social oferece ao
público jovem, devido as diversas formas de interação,
facilidades de comunicação e compratilhamento de recursos, os
An architecture to foster
autores investigaram se de fato o uso de tais ambientes
BRAZ, L. M. SERRÃO, T. PINTO, S. the integration between
ACM DL poderiam ser usados no contexto formal do ensino, motivando
C. C.S. CLUNIE, G. Moodle and social
os alunos a participarem mais e serem engajados. Os autores
networking sites
desenvolveram um mecanismo de integração entre o Moodle e o
Facebook, para que professores pudessem se comunicar
melhor com os alunos.
Os autores ressaltam como os AVAs e a redes sociais mudaram
a aprendizagem e o ensino e que a adoção destas ferramentas
Facilitating Teaching and
é lenta. Neste estudo, relatos de experiências de alunos e
Learning Capabilities in
professores foram investigados em duas universidades
Social Learning
ACM DL HUSTAD, E., ARNTZEN, A.A.B. norueguesas e benefícios e desvantagens foram detectados
Management Systems:
nessa análise, mas serviram como base à concepção de um
Challenges, Issues, and
sistema de gestão de aprendizagem social, ou seja, um sistema
Implications for Design
que inclui tanto as funcionalidades do AVA como as da rede
social e foi bem aceito na comunidade.
A dissertação tem como objetivo integrar o LMS Moodle com
outras redes sociais tais como Facebook e Twitter e foi atingido
Uma arquitetura flexível
com sucesso. Os resultados desta pesquisa foram bem aceitos
para promover a
pela comunidade científica da área de Informática na Educação.
CAPES BRAZ, L.M integração entre o
Este trabalho defendeu a ideia de que os sites de redes sociais
Moodle e site de redes
tem um grande potencial, ainda pouco explorado, para auxiliar e
sociais.
melhorar a educação. A arquitetura apresentada objetiva faz uso
desse potencial, trazendo benefícios para alunos e professores.
Uma arquitetura flexível Os autores defendem a ideia de que as redes sociais podem
para promover a contribuir para a Educação, pois o aluno se motiva a participar
BRAZ, L. M. SERRÃO, T. PINTO, S.
RBIE integração entre o do contexto novo que o cerca. Para tanto, uma arquitetura de
C. C.S. CLUNIE, G.
Moodle e site de redes integração foi desenvolvida a fim de unir o Moodle a duas redes
sociais. sociais: Facebook e Twitter.
Fase 7
Fonte de
Autores Título do trabalho Síntese dos dados
pesquisa
Os autores aplicaram uma série de dinâmicas em ambientes
A interação social
tecnológicos de rede a fim de verificar se a Interação de
descrita por Vigotski e a
Vygotsky poderia ser vivenviada em tais ambientes de forma
CBIE sua possível
colaborativa. Constataram que a internet é um recurso
(SBIE- MELLO, E.F.F., TEIXEIRA, A.C. ligação com a
tecnológico presente na sociedade e que pode contribuir no
WIE) aprendizagem
desenvolvimento dos sujeitos, uma vez que possibilita a livre
colaborativa através das
comunicação, abolindo a ideia de que somente quem,
tecnoogias em rede.
pretensamente, domina um conceito pode se pronunciar.
Apesar da temática principal ser diferente da questão desta
pesquisa, foi pertinente manter este estudo a fim de conhecer
relatos de experiência de interações ocorridas dentro do
Rede de Saberes
ambiente da rede social ReSa, rede de saberes coletivos. Os
Coletivos (ReSa): um
CBIE resultados mostraram interatividade, dinamismo, recursividade
MANSUR, A. F. UEBE; CARVALHO, ambiente complexo para
(SBIE- de forma significativa. Inclusive além das atividades executadas
R. A. de; BIAZUS, M. C. V. aprendizagem acadêmica
WIE) previstas, alunos propuseram novas tarefas entre eles mesmos.
por meio de redes
Apesar do ganho de aprendizagem e da maior interatividade e
sociais.
aumento da motivação dos alunos, o conteúdo ficou vago em
alguns casos, precisando ser melhor trabalhado em sala de
aula.
A formação de uma
CBIE A temática do artigo é diferente, porém foi mantido devido ao
VENTURA, P.P.B., CASTRO FILHO, comunidade de
(SBIE- estudo das interações ocorridas no ambiente AVA. Apesar de
J.A. aprendizagem em um
WIE) poucas, ocorreram relações e trocas entre o grupo envolvido.
ambiente virtual.
O Estudo usou uma mídia social como AVA. Para tanto, a
autora estudou tres turmas, duas usando recursos de uma mídia
social, como blogs ou fóruns e a terceira usando apenas
CBIE Dos Ambientes de recursos do AVA. Esta ultima não teve acesso a
(SBIE- DOTTA, S. Aprendizagem às compartilhamento nem troca de informações, a estrutura era
WIE) Comunidades de Prática. rígida e controlada pelo professor. As duas turmas tiveram
acesso a vários recursos de mídias sociais, motivando a
colaboração entre os sujeitos. O layout era mais flexível e
interativo o que facilitou o interesse.
O artigo propõe um suporte a aprendizagem social a abre dois
questionamentos: será que os atuais AVAs possuem uma
arquitetura que suporta a aprendizagem em comunidades e seria
possível aplicar o conceito de Comunidades de Prática para
CBIE Dos ambientes de
RIBEIRO, A. M., SILVA, J.L.T., ambientes de aprendizagem. As concepções de ambientes
(SBIE- aprendizagem às
BOFF E., VICCARI, R.M. virtuais consideram um contexto educacional voltado aos
WIE) comunidades de prática.
aspectos de personalização da aprendizagem, da colaboração,
da aprendizagem ativa e alternativa baseada em estilos de
aprendizagem, de traços de personalidade, da afetividade, das
habilidades, interesses e mobilidade.
Fase 7
Fonte de
Autores Título do trabalho Síntese dos dados
pesquisa

Os autores apresentam a questão da estrutura rígida dos AVAs


e as restrições impostas ao processo de ensino, por seu
padrão fechado, acabam prejudicando o aluno, pois o impedem
de interagir com qualquer pessoa que compartilhe dos mesmos
CBIE Construção Automática interesses que ele. Como resultado, os conceitos de
SERRÃO, T. BRAZ, L. M. PINTO, S.
(SBIE- de redes sociais on-line comunidade, relação e interação entre os usuários são
C. C. S. CLUNIE, G.
WIE) no ambiente Moodle. necessários para superar essas limitações. Os autores
propuseram um software social que possibilita a criação
e articulação de redes sociais online por alunos do ambiente
Moodle de forma automática através de seus dispositivos
móveis, aumentando as interações entre alunos e professores.

Uma proposta de Este artigo apresenta uma proposta de modelo qualitativo de


CBIE
avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem, baseado em
avaliação qualitativa em
(SBIE- DILLENBURG,D.J., TEIXEIRA, A.C.
ambientes virtuais de conceitos teóricos de aprendizagem e da área de tecnologia,
WIE)
aprendizagem. em especial a interatividade.
Os autores propõem um mecanismo de integração entre o
Facebook e o Moodle, provando que as redes sociais trazem
Um mecanismo para a
CBIE diversos benefícios tais como participação, colaboração,
BRAZ, L. M. SERRÃO, T. PINTO, S. integração entre o LMS
(SBIE- mobilidade e comunicação.. Os autores frisam a importância em
C. C.S. CLUNIE, G. Moodle e o site de redes
WIE) capacitar professores para tornar os ambientes interessantes e
sociais Facebook .
a necessidade de ferramentas de avaliação de desempenho
dos alunos nesses ambientes.
Este artigo é interessante pelo fato de focar na importância da
formação continuada dos docentes quanto ao uso pedagógico
das tecnologias digitais. A flexibilidade da formação e da
configuração de recursos da rede social pelos usuários foi
Formação continuada de considerada importante para o contexto educacional, pois
CBIE
BARCELOS. G. T; PASSARINO, L. professores: rede social permitiu atender particularidades de cada professor e de seu
(SBIE-
M; BEHAR, P. A. na internet apoiando uma contexto docente. A possibilidade de compartilhar
WIE)
comunidade de prática. informações criou um espaço menos formal para contexto
educacional, que pode servir como motivação para as
atividades formais. Os professores tornarem-se autores de
recursos pedagógicos e construtores de práticas docentes
inovadoras.

O artigo analisa a rede social Redu como ferramenta de suporte


a colaboração e aprendizado. Foi importante manter este artigo,
pelo fato do mesmo apresentar formas de avaliação dentro do
contexto das redes sociais. Os autores usaram técnicas de
Análise das práticas de análise da tarefa, análise das interações no ambiente da rede,
CBIE colaboração e entrevista individual, entrevista em grupo e aplicação de
ABREU, J. CLAUDEIVAN, L.
(SBIE- comunicação: estudo de questionário. Os resultados mostraram que as redes sociais
VELOSO, F. GOMES, A.
WIE) caso utilizando a rede são ferramentas eficientes para serem utilizadas na educação.
social educativa Redu. O compartilhamento de informações e a ajuda mútua permitiram
que os alunos tivessem visões equivalentes sobre a situação
em que estavam inseridos, o que simplificou a comunicação
verbal, facilitando o desenvolvimento de atividades, a
coordenação de ações e a construção de relações sociais.

O artigo mostra a experiência do FaceEduc, uma adaptação


gráfica do Moodle baseada no Facebook . Tal adaptação inclui
ao ambiente as funcionalidades de uma rede social como forma
FaceEduc: Uma de interação entre os alunos, professores e demais usuários. O
adaptação visual do FaceEduc foi testado em cursos das áreas de Administração e
CBIE ALENCAR, G.D., FARIAS, C.B.A.,
Moodle baseada na Informática. Concluiu-se que os alunos se adaptaram melhor às
(SBIE- SILVA, J.F.G., QUEIROZ, A.A.L.,
interface e mecanismos tecnologias quando foram ao encontro aos seus interesses e
WIE) PASSOS, L.M.S.
de interação do necessidades pessoais. O uso prévio do FaceEduc como
Facebook ambiente de aprendizagem contribuiu para que esse ambiente
fosse gradualmente organizando-se como um espaço de
integração, partilha, comunicação e colaboração entre todos,
favorecendo e melhorando o desempenho dos alunos.
Fonte: autora, 2014.

Na análise e apresentação dos resultados, fase 8 da revisão sistemática, conforme


Loureiro (2012), pode-se apresentar por meio de formato de relatório, contendo:
 Justificativa da revisão;
 Pergunta da Pesquisa;
 Objetivos;
 Critérios de seleção das bases de dados;
 Critérios de seleção e inclusão dos estudos;
 Descrição dos critérios e método de extração dos dados
 Análise e síntese dos dados
 Conclusões

Para esta pesquisa, a análise da síntese dos dados e as conclusões serão apresentadas por
meio do Quadro 4 seguinte, uma vez que os itens anteriores já foram apresentados.

Quadro 4. Fase 9 da revisão sistemática (conclusão).


Fase 9
Todos os estudos chegaram a um ponto em comum, o aumento
das interações, da troca e partilha de informações, das diversas
comunicações estabelecidas entre os sujeitos dos grupos de
análise, em tempo real, contribuíram de fato ao aumento do
comprometimento em aprender, por meio das aprendizagens:
colaborativa e informal. O processo de socialização permitiu que
por meio destas interações, o conhecimento fosse construído. A
inteligência coletiva foi valorizada, entendida, coordenada em tempo
real, cada indíviduo trouxe um pouco de seu conhecimento, pois
possui diferentes graus do mesmo, ninguém detém todo
conhecimento em si, assim concluiu-se que cada indivíduo possui
sua forma de buscar e sistematizar as informações, trazendo sua
gama de experiências para serem compartilhadas entre todos.
O fato de se integrar uma rede social dentro de um ambiente rígido
como os ambientes virtuais de aprendizagem, trazendo a gama de
recursos interativos (fóruns, vídeos, etc), aumentou a motivação do
aluno em participar daquele novo contexto.
O mesmo fato se aplica quando se traz recursos acadêmicos
existentes em ambientes virtuais de aprendizagem (questionários,
provas, enquetes, etc) no ambiente da rede social, tornando o
contexto mais educativo, porém mantendo a informalidade e a
liberdade de participação, pois não há um tutor, um mediador, no
caso o próprio professor, neste contexto.
Problemas detectados que merecem atenção. O preconceito
existente por parte de professores quanto ao uso de redes sociais,
entendendo que as mesmas não proporcionam um ambiente
acadêmico propício, sem possibilidade de motivação em aprender,
somente lazer e entretenimento. A falta de capacitação para usar
tais ferramentas e incentivo das instituições, pois a maioria trava o
acesso das redes em sala de aula, por motivos de segurança e
distração por parte dos alunos. Familiares de alunos ainda
entendem que as redes sociais são ambientes de lazer e diversão e
não da prática de estudos. Outro problema levantando foi a questão
de alunos recusarem criar perfil na rede social pela questão da
privacidade e exposição de dados pessoais.

Fonte: autora, 2014.

Quanto às justificativas da exclusão de estudos, seguem os motivos conforme Quadro 5:


Quadro 5. Justificativa de exclusão de estudos.
Justificativa dos estudos excluídos
Estudos foram excluídos pelos seguintes motivos:
- foco específico apenas na estrutura de uma rede social.
- foco específico apenas na estrutura de um ambiente virtual de
aprendizagem.
- foco específico em um recurso da rede social, como por
exemplo: vídeo, blog, wiki e fórum.
- foco específico em um recurso do ambiente virtual de
aprendizagem, como por exemplo: alertas, questionários e outros.
Fonte: autora, 2014.

As conclusões que podemos chegar, conforme Loureiro (2012) apresentou, sobre as


vantagens de usar este método de revisão:
 Poder de Síntese: permite consolidar um grande volume de informações;
 Objetividade: reduz o risco de viés, subjetividade e erro;
 Balanceado: o conjunto de estudos incluídos é selecionado de forma sistemática e
imparcial;
 Replicável: incorporar uma estrutura transparente de pesquisa que permite refazer todas
as etapas da pesquisa;
 Verificável: possui um método estruturado;
 Flexível: pode ser adaptado a diferentes contextos;
 Dinâmico: em identificar áreas de oportunidade de pesquisa dentro de um tema ou novas
questões de pesquisa;
• Comunicação: os resultados são apresentados em um formato fácil de ler e entender.

Considerações finais
A revisão sistemática permitiu apresentar um levantamento de estudos realizados dentro de
diferentes contextos e sujeitos, envolvendo a temática da pesquisa de forma a aprimorar o
entendimento da mesma e possibilitando novas vertentes de raciocínio e conclusões mais claras e
objetivas a respeito da integração entre os dois ambientes em questão, o Facebook e o Moodle e
sua aplicabilidade como apoio ao Ensino. Com isso, podem surgir novas metodologias que serão
aplicadas dentro destes ambientes a fim de se tornarem uma opção de ensino-aprendizagem mais
eficaz, reforçando a relação aluno-professor.

Referências
ACM Digital Library. Biblioteca Digital ACM. 2014. Disponível em:
<http://librarians.acm.org/digital-library>. Acesso em: 20 Ago. 2014.
CAPES. Bolsa de teses e dissertações. 2014. Disponível em <
http://bancodeteses.capes.gov.br/>. Acesso em 30 Maio 2014)
LOUREIRO, S. A. Revisão Sistemática da Literatura. Laboratório de Aprendizagem em
Logística e Transportes – LALT. UNICAMP, 2012. Disponível em:
<http://www.lalt.fec.unicamp.br/scriba/files/como_produzir/portugues/A1_Revisao%20Sistemati
ca%20da%20Literatura.pdf> Acesso em 12 Jul. 2014.
RAMOS, A., FARIA, P.M., FARIA, A. Revisão Sistemática da Literatura: contributo para a
inovação na investigação em Ciências da Educação. V.14, n.41. Curitiba-PR: Revista Diálogo
Educacional, p. 17-36, 2014.
SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C. Estudos de Revisão Sistemática: um guia para síntese
criteriosa da evidência científica. V. 11, n. 1. São Carlos-SP: Revista Brasileira de Fisioterapia,
p. 83-89, 2007.

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