Época Justinianeia
Época Justinianeia
Época Justinianeia
→ Época Bizantina / Época Justinianeia – 530 DC a 565 DC – Império do Oriente (Período entre o início da
elaboração do Corpus Iuris Civilis (código Justiniano) e a morte do seu mentor)
(por determinação do imperador bizantino Justiniano I, dentro de seu projecto de unificar e expandir o
Império Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação congruente e que tivesse capacidade de
atender às demandas e litígios vivenciados à época).
Período marcado pela sistematização e compilação do Direito, o Imperador tem a iniciativa de recolher o
Direito produzido na época Clássica e sistematiza-lo, este direito é bastante valido sobre o ponto de vista
técnico, o que se deve em grande parte, ao facto de terem sido chamados juristas que ensinavam Direito,
em Damasco, Beirute e Constantinopla.
A base é o Direito Clássico, embora influenciado pela tendência Helenistica, que já se vinha fazendo sentir
na época anterior.
Imperador Justiniano I
Pouco depois de assumir o poder, Justiniano, além de perceber a importância de salvaguardar a herança
representada pelo direito romano, viu também a necessidade de reorganizar a legislação que se mantinha
em vigor na época e a indispensabilidade de se manter as normas de direito romano, e assim, em 528, um
ano após ter-se tornado imperador, nomeou uma comissão de dez membros para realizar um trabalho de
selecção, catalogação e compilação das constituições imperiais vigentes (leis emanadas dos imperadores
desde o governo do imperador Adriano, um confuso amontoado legislativo). O encarregado dessa
comissão foi Triboniano, ministro da justiça do imperador, professor de direito da escola de Constantinopla
e jurisconsulto de grande mérito. Triboniano podia nomear uma comissão para ajudá-lo e cercou-se de
juristas, advogados e quatro professores, dentre os quais se destacaram Teófilo, professor da escola de
Constantinopla, e Leôncio, professor da escola de direito de Berito (Beirute), com os quais inicia o enorme
trabalho de compilação.
Leis do Império
Seis meses após assumir o império, Justiniano iniciou sua carreira de legislador. Uma comissão de dez
juristas foi encarregada de compor o “Novo Código Justiniano”, uma revisão e sistematização das leis
imperiais, depois chamadas de “Corpus Juris Civilis” (Código do Direito Civil), promulgado em 529, que
depois serviu de base para os códigos civis de diversas nações.
O Código Justiniano era composto das constituições imperiais, da compilação das leis romanas (chamadas
Digesto ou Pandectas), de um resumo para os estudantes de direito (chamado Institutas) e de novas leis
para solucionar controvérsias jurídicas (chamadas Novellae ou Autênticas).
Direito Romano
Os primeiros passos do Direito Romano foram dados em 529, com a publicação do "Código Justiniano". Em
532 é publicado o "Digesto" que reunia os comentários dos grandes juristas romanos, e transformados em
lei.
Entre 532 e 534, dezasseis peritos foram nomeados para extrair das 2 mil obras de grandes juristas do
passado, as passagens ainda úteis, ao mesmo tempo preservando as opiniões das maiores autoridades
sobre as bases legais em que se firmava o "Direito Romano" - "as Institutas". O conjunto destes trabalhos
constituía o "Corpus Iuris Civilis" - "Corpo do Direito Civil".
A partir de 534, até o fim de seu reinado, Justiniano publicou as "Novellae" - "Novas", longa série de leis
complementares. O nível das escolas de Direito foi elevado, o ensino foi concentrado nas Universidades de
Constantinopla, Beirute e Alexandria.
Os quatro trabalhos de Justiniano constituíam "As Leis da Nova Roma". A obra jurídica de Justiniano seria
mais duradora que seu império.
Divisão da obra
- Grandes Obras produzidas nesta época, por ordem cronológica: Codex, Digesto, Institutas de Justinianeu
e as Novelas.
- O CORPUS IURIS CIVILIS, designação das obras romanas compiladas e através das quais se forma o Direito
Europeu a partir do SEC XII, depois de estar adormecida durante 6 seculos.
- O direito romano perde-se na Europa Ocidental, com a queda do império Romano do Ocidente em 476 e
com as invasões dos povos germânicos, associadas à pulverização de estados.
- O direito romano vai renascer após o séc XII com a descoberta do DIGESTO, por um monge de Bolonha e
graças à sua “perfeição” volta a ser utilizado, tornando-se o direito subsidiário do direitos locais e
contribuindo desta forma para a formação do Direito Comum. Este livro estava redigido em grego e foi
traduzido para o latim.
→ A obra legislativa de Justiniano (Corpus Iuris Civilis), por conseguinte, consta de quatro partes:
- Código: (única fonte de Direito no Dominato, compilação de constituições imperiais - leges), veio
substituir o código teodosiano e era uma recolha de leis imperiais;
O Digesto (do latim digerere, que significa pôr em ordem) ou Pandectas (do grego pandékoma, que
significa "recolho tudo"), é uma compilação de fragmentos de jurisconsultos clássicos.
As Pandectas constituíam uma suma do direito romano, em que inovações úteis se misturavam a decisões
clássicas. Quase todos os direitos modernos decorrem do direito romano e das Pandectas.
- Novelas: São as novas leis, conjunto de cerca de 150 constituições imperiais publicadas por Justiniano I.
(compilação de constituições promulgadas depois de 535 por Justiniano). A esse conjunto, o romanista
francês Dionísio Godofredo, em 1583, na edição que dele fez, denominou Corpus Iuris Civilis (Compilação
de Direito Civil), designação essa que é hoje universalmente adoptada.
→ O Direito Justianianeu obedece a altos padrões técnicos de elaboração jurídica, levada a cabo por
juristas provenientes das mais importantes escolas do oriente.
→ A obra de Justiniano representa sem dúvida o maior manancial disponível para o conhecimento do
Direito Romano Clássico.