Aula 01 - INQUÃ RITO POLICIAL. NOTITIA CRIMINIS PDF

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Direito Processual Penal – POLÍCIA FEDERAL (2013)

DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL


Teoria e exercícios comentados
Prof. Renan Araujo – Aula 01

AULA 01: INQUÉRITO POLICIAL. NOTITIA


CRIMINIS. A LEI 10.446/02.

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação e Cronograma 01
I – Natureza e Características Inquérito Policial 02
II – Início do Inquérito Policial 18
III - Tramitação do IP 33
IV – Conclusão do IP 41
V – Atuação do advogado na fase inquisitiva e 49
Poder de Investigação do MP
Resumo 55
Questões da aula 58
Gabarito 65

Olá, meus amigos!

Vamos estudar hoje o que é, como se desenvolve e qual a finalidade


do INQUÉRITO POLICIAL, passeando pelos temas mais importantes do
nosso assunto.

Conforme exige o edital, veremos as disposições da pequenina


Lei 10.446/02.

Ao final da aula fiz um quadrinho-resumo, porque entendo


que esta aula é especialmente importante e necessita disso.

Bons estudos!

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I – NATUREZA E CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inquérito Policial,


para, a partir daí, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como:

“Inquérito policial é, pois, o conjunto de diligências realizadas pela


Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a
fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”.1

Assim, por Polícia Judiciária podemos entender a Polícia responsável


por apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontem
se, de fato, houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). A
Polícia Judiciária é representada, no Brasil, pela Polícia Civil e pela
Polícia Federal.

A Polícia Militar, por sua vez, não tem função investigatória, mas
apenas função administrativa (Polícia administrativa), de caráter
ostensivo, ou seja, sua função é agir na prevenção de crimes, não na
sua apuração! Cuidado com isso!

Nos termos do art. 4° do CPP:

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas


autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e
da sua autoria.

11
Tourinho Filho, Fernando da Costa, 1928 – Processo penal, volume 1 / Fernando da Costa Tourinho Filho. –
28. ed. ver. e atual. - São Paulo : Saraiva, 2006.

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O IP tem natureza de procedimento administrativo, e não de
processo judicial. Muito cuidado com isso!

O inquérito policial possui algumas características, atreladas à sua


natureza. São elas:

A) O IP é administrativo

O Inquérito Policial, por ser instaurado e conduzido por uma


autoridade policial, possui nítido caráter administrativo. O Inquérito
Policial não é fase do processo! Cuidado! O IP é pré-processual! Daí
porque não se pode alegar a nulidade de seus atos. Caso ocorra
alguma nulidade na condução do Inquérito, a única consequência
vai ser a diminuição do já pequeno valor probatório de seus
elementos.

B) O IP é inquisitivo (inquisitorialidade)

A inquisitorialidade do Inquérito decorre de sua natureza pré-


processual. No Processo temos autor (MP ou vítima), acusado e Juiz. No
Inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem acusado.
O Juiz existe, mas ele não conduz o IP, quem conduz o IP é a autoridade
policial (Delegado).

Para entendermos, devemos fazer a distinção entre sistema


acusatório e sistema inquisitivo.

O sistema acusatório é aquele no qual há dialética, ou seja, uma


parte defende uma tese, a outra parte rebate as teses da primeira e um

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Juiz, imparcial, julga a demanda. Ou seja, o sistema acusatório é
multilateral.

Já o sistema inquisitivo é unilateral. Não há acusador e acusado,


nem a figura do Juiz imparcial. No sistema inquisitivo não há acusação
propriamente dita.

No Inquérito Policial, por ser inquisitivo, não há direito ao


contraditório nem à ampla defesa. Como dissemos, no IP não há
acusação alguma. Há apenas um procedimento administrativo destinado a
reunir informações para subsidiar um ato (oferecimento de denúncia ou
queixa). Não há, portanto, acusado, mas investigado ou indiciado
(conforme o andamento do IP).

O acusado, embora não possua o Direito Constitucional ao


Contraditório e à ampla defesa nesse caso, pode requerer sejam
feitas algumas diligências. Entretanto, a realização destas não é
obrigatória pela autoridade policial:

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado


poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.

Entretanto, cuidado:

 O STJ possui decisões concedendo Habeas Corpus para


determinar à autoridade policial que atenda a
determinados pedidos de diligências;

 O exame de corpo de delito não pode ser negado, nos termos


do art. 184 do CPP:

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a


autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

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Vejam essa decisão do STJ, determinando a realização de
diligência pela autoridade policial:

Inquérito policial (natureza). Diligências (requerimento/possibilidade).


Habeas corpus (cabimento).

1. Embora seja o inquérito policial procedimento preparatório da ação


penal (HCs 36.813, de 2005, e 44.305, de 2006), é ele garantia "contra
apressados e errôneos juízos" (Exposição de motivos de 1941).

2. Se bem que, tecnicamente, ainda não haja processo – daí que não
haveriam de vir a pêlo princípios segundo os quais ninguém será privado
de liberdade sem processo legal e a todos são assegurados o
contraditório e a ampla defesa –, é lícito admitir possa haver, no curso do
inquérito, momentos de violência ou de coação ilegal (HC-44.165, de
2007).

3. A lei processual, aliás, permite o requerimento de diligências.


Decerto fica a diligência a juízo da autoridade policial, mas isso,
obviamente, não impede possa o indiciado bater a outras portas.

4. Se, tecnicamente, inexiste processo, tal não haverá de


constituir empeço a que se garantam direitos sensíveis – do
ofendido, do indiciado, etc.

5. Cabimento do habeas corpus (Constituição, art. 105, I, c).

6. Ordem concedida a fim de se determinar à autoridade policial


que atenda as diligências requeridas.

(HC 69.405/SP, Rel. MIN. NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em

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23/10/2007, DJ 25/02/2008, p. 362)

Em razão desta ausência de contraditório, o valor probatório


das provas obtidas no IP é muito pequeno, servindo apenas para dar
elementos de convicção ao titular da ação penal para que este ofereça a
denúncia ou queixa.

CUIDADO! O Juiz pode usar as provas


obtidas no Inquérito para fundamentar sua
decisão. O que o Juiz NÃO PODE é
fundamentar sua decisão somente com
elementos obtidos durante o IP. Nos
termos do art. 155 do CPP: Art. 155. O juiz
formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos
colhidos na investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas. Vejam
que mesmo nesse caso, existem exceções,
que são aquelas provas colhidas durante a
fase pré-processual em razão da
impossibilidade de se esperar a época
correta, por receio de não se pode mais
fazê-las (ex.: Exame de corpo de delito).
Veremos mais sobre isso na aula acerca das
PROVAS.

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C) Oficiosidade

Salvo na hipótese de ação penal pública condicionada à


representação e de ação penal privada, a autoridade policial deve
instaurar o Inquérito Policial sempre que tiver notícia da prática de um
crime. Nos termos do art. 5°, I do CPP:

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será


iniciado:

I - de ofício;

Assim, quando o crime for de ação penal pública (regra), a


instauração do IP será obrigatória, independentemente de provocação de
quem quer seja.

D) Procedimento escrito

Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser escritos, e


reduzidos a termo aqueles que forem orais (como depoimento de
testemunhas, interrogatório do réu, etc). Nos termos do art. 9° do CPP:

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só


processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

Essa regra encerra outra característica do IP, citada por alguns


autores, que é a da FORMALIDADE.

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E) Indisponibilidade

Uma vez instaurado o IP, não pode a autoridade policial


arquivá-lo, pois esta atribuição é exclusiva do titular da ação penal, nos
termos do art. 17 do CPP:

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos


de inquérito.

Embora o art. 18 se refira à autoridade judiciária, como a que


decidirá sobre o arquivamento, quem decide sobre o arquivamento é o
MP, não o Juiz, pois o MP é que é o titular da ação penal pública. O Juiz,
não concordando com a opinião do Promotor, remeterá os autos do
Inquérito ao PGJ (Procurador-Geral de Justiça), que decidirá se mantém o
arquivamento ou se concorda com o Juiz:

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar


a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito
ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só
então estará o juiz obrigado a atender.

Vejam, portanto, que quem decide, no final das contas, é o PGJ


(que é o Chefe do Ministério Público). Vamos estudar mais detalhes
sobre isso quando estudarmos sobre a finalização do Inquérito Policial.

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F) Dispensabilidade

O Inquérito Policial é dispensável, ou seja, não é obrigatório.


Dado seu caráter informativo (busca reunir informações), caso o titular da
ação penal já possua todos os elementos necessários ao oferecimento da
ação penal, o Inquérito será dispensável. Um dos artigos que fundamenta
isto é o art. 39, § 5° do CPP:

§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com


a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no
prazo de quinze dias.

Portanto, o membro do MP poderá deixar de requisitar a abertura do


IP, nos crimes de ação penal pública condicionada. Nos crimes de ação
penal pública incondicionada, como vimos, em razão do art. 5°, I do CPP,
a Autoridade Policial está obrigada a instaurar o Inquérito, de ofício.

G) Discricionariedade na sua condução

A autoridade policial pode conduzir a investigação da maneira


que entender mais frutífera, sem necessidade de seguir um padrão
pré-estabelecido. Essa discricionariedade não se confunde com
arbitrariedade, não podendo o Delegado (que é quem preside o IP)
determinar diligências meramente com a finalidade de perseguir o
investigado, ou para prejudicá-lo. A finalidade da diligência deve ser
sempre o interesse público, materializado no objetivo do Inquérito, que é
reunir elementos de autoria e materialidade do delito.

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Óbvio, também, que não pode o Delegado violar direitos
fundamentais do cidadão (seja ele investigado ou não), como o Direito ao
silencio (no caso do investigado), direito à inviolabilidade do domicílio,
etc.

O tema relativo às características do IP costuma ser cobrado


de vez em quando, motivo pelo qual é importante prestar atenção
nestas questões:

(FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)


Um Delegado de Polícia determina a instauração de inquérito
policial para apurar a prática do crime de receptação,
supostamente praticado por José. Com relação ao Inquérito
Policial, assinale a afirmativa que não constitui sua característica.
A) Escrito.
B) Inquisitório.
C) Indispensável.
D) Formal.
COMENTÁRIOS: O inquérito policial possui algumas características,
atreladas à sua natureza. São elas:

 O IP é administrativo - O Inquérito Policial, por ser instaurado e


conduzido por uma autoridade policial, possui nítido caráter
administrativo. O Inquérito Policial não é fase do processo!

 O IP é inquisitivo (inquisitorialidade) - A inquisitorialidade do


Inquérito decorre de sua natureza pré-processual. No Processo
temos autor (MP ou vítima), acusado e Juiz. No Inquérito não há
acusação, logo, não há nem autor, nem acusado;

 C) Oficiosidade - Salvo na hipótese de ação penal pública


condicionada à representação e de ação penal privada, a autoridade
policial deve instaurar o Inquérito Policial sempre que tiver notícia da

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prática de um crime, nos termos do art. 5°, I do CPP;

 D) Procedimento escrito - Todos os atos produzidos no bojo do


IP deverão ser escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais
(como depoimento de testemunhas, interrogatório do réu, etc), nos
termos do art. 9° do CPP. Essa determinação encerra, ainda, o que
muitos autores chamam de característica da FORMALIDADE DO
IP;

 E) Indisponibilidade - Uma vez instaurado o IP, não pode a


autoridade policial arquivá-lo, pois esta atribuição é exclusiva do
titular da ação penal, nos termos do art. 17 do CPP;

 F) Dispensabilidade - O Inquérito Policial é dispensável, ou


seja, não é obrigatório. Dado seu caráter informativo (busca
reunir informações), caso o titular da ação penal já possua todos os
elementos necessários ao oferecimento da ação penal, o Inquérito
será dispensável. Um dos artigos que fundamenta isto é o art. 39, §
5° do CPP;

 G) Discricionariedade na sua condução - A autoridade


policial pode conduzir a investigação da maneira que
entender mais frutífera, sem necessidade de seguir um padrão
pré-estabelecido.

Portanto, das alternativas trazidas pela questão a única que não


apresenta característica do IP é a letra C, pois o IP é dispensável, e não
indispensável.
Assim, a alternativa CORRETA É A LETRA C.

(CESPE – 2008 – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA)

O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter


administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como
destinatário imediato o Ministério Público, titular único e
exclusivo da ação penal.

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ERRADA: O IP, embora tenha natureza persecutória e administrativa,
sendo instaurado pela autoridade policial, não tem como destinatário
único o MP, pois este é o titular único e exclusivo da ação penal pública,
mas não da ação penal privada. Logo, o IP também se destina ao
ofendido, nos casos em que a ele compete dar início ao processo penal.
Tanto o é que o artigo 19 prevê a entrega dos autos do IP ao ofendido,
mediante traslado, nos casos de crimes de ação penal privada.

(CESPE – 2006 – TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção correta.

a) É peça indispensável à propositura da ação penal, tendo em


vista que se destina a apurar a autoria e materialidade do crime.

ERRADA: O IP possui caráter meramente informativo, servindo à busca


de elementos de autoria e materialidade da conduta, que se já existirem,
geram a desnecessidade do IP;

b) Os vícios existentes no IP acarretam nulidades no processo


subseqüente.

ERRADA: Os vícios ocorridos no IP não geram a nulidade do processo,


pois o IP sequer é necessário, e serve apenas de elemento para a
formação da opinio delicti do titular da ação penal;

c) No IP, devem ser observadas as garantias constitucionais do


contraditório e da ampla defesa, sendo indispensável a
assistência de advogado ao indiciado.

ERRADA: O IP possui caráter inquisitivo, não sendo necessária a


aplicação ampla e irrestrita do contraditório e do direito de defesa, até
porque não se está a acusar ninguém, mas procedendo-se à busca por
informações que permitam o ajuizamento da ação penal ou não;

d) Arquivado o IP por falta de provas, a autoridade policial


poderá, enquanto não se extinguir a punibilidade pela prescrição,
proceder a novas pesquisas e diligências, desde que surjam novas
provas.

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CORRETA: Esta é a previsão do art. 18 do CPP, que embora não traga
expressamente a limitação à extinção da punibilidade, essa restrição
existe, pois se a punibilidade estiver extinta, não poderá ser ajuizada
ação penal, logo, a instauração ou desarquivamento de IP gera
constrangimento ilegal ao indiciado.

(CESPE- 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

Acerca das características do inquérito policial, assinale a opção


incorreta.

a) O inquérito policial constitui procedimento administrativo


informativo, que busca indícios de autoria e materialidade do
crime.

CORRETA: De fato, o IP possui caráter informativo e é procedimento


administrativo, pois é destinado à coligir informações que permitam a
conclusão sobre a existência, ou não, de indícios de autoria e prova da
materialidade do delito.

b) Os agentes de polícia devem preservar durante o inquérito


sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.

CORRETA: Esta é a previsão do art. 20 do CPP, que estabelece uma


espécie de sigilo mitigado, pois com relação aos interessados (ofendido,
indiciado, seus procuradores) não haverá sigilo, salvo com relação aos
atos cuja publicidade possa gerar a sua ineficácia, como a determinação
da prisão temporária do indiciado;

c) O membro do MP pode dispensar o inquérito policial quando


tiver elementos suficientes para promover a ação penal.

CORRETA: O IP, por possuir mero caráter informativo, fica dispensado


quando já existirem evidências suficientes acerca da autoria do delito
bem como de sua materialidade;

d) A autoridade policial pode arquivar inquérito que foi


instaurado para apurar a prática de crime, quando não há indícios
de autoria.

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ERRADA: A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de
IP, lembrem-se disso! Isto está previsto no art. 17 do CPP. Além disso, é
claro que isso não poderia ocorrer, pois o titular da ação penal é o MP,
devendo ser deste (nos casos de ação penal pública) a última palavra no
que tange ao arquivamento do IP. Embora quem determine seja o Juiz, a
pedido do MP, caso o Juiz não concorde com o pedido de arquivamento,
os autos são remetidos ao PGJ (chefe do MP), que decide a questão,
tendo a última palavra, a qual o Juiz está vinculado;

e) O inquérito policial é inquisitivo, na medida em que a


autoridade policial preside o inquérito e pode indeferir diligência
requerida pelo indiciado.

CORRETA: Trata-se de uma das características do IP, que como vimos,


não respeita necessariamente o contraditório e a ampla defesa, tendo a
autoridade policial discricionariedade na condução das investigações;

(CESPE- 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

Acerca do IP, assinale a opção correta.

a) O valor probatório das informações e provas colhidas durante


o IP, por não se submeterem ao contraditório e a ampla defesa, é
nulo.

ERRADA: Os elementos colhidos durante o IP possuem valor probatório,


embora pequeno, podendo o Juiz, inclusive, se valer deles para formar
sua convicção, não podendo, entretanto, fundamentar-se somente nestes
elementos, salvo se se tratar de provas colhidas em razão de
possibilidade de perecimento da prova (corpo de delito, etc.);

b) As perícias, por serem técnicas e se submeterem ao


contraditório diferido, tem tanto valor probatório quanto as
provas produzidas judicialmente.

CORRETA: Embora os elementos do IP não possuam elevado valor


probante, as provas realizadas sob risco de perecimento da prova (prova
antecipada), como nos casos de perícias, exames de corpo de delito, etc.,
o valor probante é alto, em razão da impossibilidade de se repetir
judicialmente a prova colhida em sede policial;

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c) As irregularidades ocorridas durante o inquérito, como a falta
de nomeação de curador para menor de 21 anos de idade,
prejudica a ação penal posterior.

ERRADA: As nulidades ocorridas no bojo do IP não invalidam o processo


penal, pois o IP não possui caráter acusatório, devendo as diligências
serem repetidas quando da fase processual.

d) A incomunicabilidade do preso, decretada durante o IP por


conveniência da investigação, abrange o advogado, na medida em
que nessa fase não há contraditório e ampla defesa.

ERRADA: A incomunicabilidade imposta ao indiciado preso, nos termos


do art. 21 do CPP, nunca se estende ao seu advogado, nos termos do art.
21, § único do CPP;

e) Qualquer pessoa que souber da ocorrência de crime em que


caiba ação penal pública ou privada poderá comunicá-la à
autoridade policial, e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar o inquérito.

ERRADA: A instauração de IP em decorrência de delatio ou nottita


criminis, ex officio, só poderá ocorrer nos casos de crimes de ação penal
pública incondicionada, nos termos do art. 5°, I do CPP. Nos demais
casos, é necessária a manifestação do ofendido nesse sentido, conforme
art. 5º, §§4º e 5º do CPP.

(FCC – 2011 – TRT 1 RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA)

A respeito do inquérito policial, considere:

I. Não é processo, mas procedimento informativo destinado a


reunir os elementos necessários à apuração da prática de uma
infração penal e da respectiva autoria.
CORRETA: Como vimos, o IP é procedimento informativo, ou seja, não
tem natureza processual, tampouco acusatória, pois é destinado
unicamente a reunir elementos que permitam ao titular da ação penal

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ajuizá-la (oferecer denúncia ou queixa);

II. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias,


dependendo a execução de cada ato de prévia autorização do
Poder Judiciário.
ERRADA: A autoridade policial atua de maneira discricionária, ou seja,
pode determinar a realização das diligências que entender sejam mais
adequadas a cada tipo de investigação, sem que haja necessidade de
autorização do Poder Judiciário.

III. Em decorrência do princípio da transparência dos atos


administrativos, a autoridade policial não poderá determinar que
tramite em sigilo, ainda que necessário à elucidação do fato.
ERRADA: Por força do art. 20 do CPP, o sigilo é inerente ao IP.
Entretanto, com relação aos envolvidos (investigado, vítima, etc.), esse
sigilo é mitigado, devendo estar presente somente naqueles casos em
que seja imprescindível ao sucesso da investigação.

IV. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias,


dependendo a execução de cada ato de prévia autorização do
Ministério Público.

ERRADA: A autoridade policial atua de maneira discricionária, ou seja,


pode determinar a realização das diligências que entender sejam mais
adequadas a cada tipo de investigação, sem que haja necessidade de
autorização do Ministério Público.

Está correto o que se afirma APENAS em:

A) I.

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B) I, II e III.

C) III e IV.

D) I e II.

E) IV.

(FCC – 2011 – TER/RN – Analista Judiciário – Área Judiciária)

O inquérito policial

A) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à


publicidade que rege o processo penal.

ERRADA: O sigilo é inerente à natureza do IP, e deve ser preservado,


nos limites legais, de forma a não ser imposto sem ressalvas aos
interessados no IP, nos termos do art. 20 do IP.

B) não pode ser instaurado por requisição do Ministério Público.

ERRADA: Uma das hipóteses de instauração do IP é a requisição


formulada pelo MP, nos termos do art. 5°, II do CPP;

C) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se


forem insuficientes as provas da autoria do delito.

CORRETA: Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial nunca


poderá mandar arquivar os autos do IP, posto que o titular da ação penal
é, em regra, o MP (pode ser o ofendido também). Quem determina o
arquivamento do IP é o Juiz, mas o requerimento deve ser feito pelo MP
(quando este for o titular da Ação Penal);

D) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao


indiciado requerer qualquer diligência.

ERRADA: Mesmo não se adotando no bojo do IP a garantia do


contraditório e da ampla defesa, dada sua natureza pré-processual e
meramente informativa (não pode gerar punição ao investigado), o
investigado ou indiciado poderá requerer a realização de diligências, que

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serão deferidas ou não pela autoridade policial, nos termos do art. 14 do
CPP.

E) será encaminhado ao juízo competente desacompanhado dos


instrumentos do crime, que serão destruídos na delegacia de
origem.

ERRADA: Os instrumentos do crime serão encaminhados ao Juiz


juntamente com os autos do IP, nos termos do art. 11 do CPP: Art. 11.
Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à
prova, acompanharão os autos do inquérito.

II – INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL

As formas pelas quais o Inquérito Policial pode ser instaurado


variam de acordo com a natureza da Ação Penal para a qual ele
pretende angariar informações. A ação penal pode ser pública
incondicionada, condicionada ou ação penal privada.

1) Formas de Instauração do IP na Ação Penal Pública


Incondicionada

A) De ofício

Tomando a autoridade policial conhecimento da prática de fato


definido como crime cuja ação penal seja pública incondicionada, deverá
proceder, sem que haja necessidade de requerimento de quem quer que
seja, à instauração do IP, mediante portaria.

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Quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato
criminoso, independentemente do meio (pela mídia, por boatos que
correm na boca do povo, ou por qualquer outro meio), ocorre o que se
chama de notitia criminis. Diante da notitia criminis relativa a um
crime cuja ação penal é pública incondicionada, a instauração do
IP é obrigatória, nos termos do já citado art. 5°, I do CPP.

Quando esta notícia de crime surge através de uma delação,


estaremos diante da delatio criminis simples. Nos termos do art. 5°, §
3° do CPP:

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da


existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações, mandará
instaurar inquérito.

Mas e no caso de se tratar de uma denúncia anônima. Como


deve proceder o Delegado, já que a Constituição permite a
manifestação do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso,
estamos diante da delatio criminis inqualificada, que abrange,
inclusive, a chamada “disque-denúncia”, muito utilizada nos dias de hoje.
A solução encontrada pela Doutrina e pela Jurisprudência para conciliar o
interesse público na investigação com a proibição de manifestações
apócrifas (anônimas) foi determinar que o Delegado, quando tomar
ciência de fato definido como crime, através de denúncia anônima,
não deverá instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja
verificada a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha
notícia do crime, instaurar o IP.

Vamos conferir o entendimento do STJ a respeito deste tema:

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.


OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU AMBIGUIDADE. NÃO
OCORRÊNCIA. SUSPEIÇÃO. ALEGAÇÃO GENÉRICA E DESPIDA DE
COMPROVAÇÃO. CONTROVÉRSIA DETIDAMENTE ANALISADA NA
EXCEÇÃO. DENÚNCIA ANÔNIMA. DEFLAGRAÇÃO DE DILIGÊNCIAS
PELA AUTORIDADE POLICIAL. ROBUSTAS EVIDÊNCIAS DA
VERACIDADE DOS FATOS NARRADOS. NULIDADE. AUSÊNCIA.
CORREIÇÃO DAS PROVIDÊNCIAS.

1. Não há omissão, contradição, obscuridade ou ambiguidade quando o


acórdão realiza a prestação judicial de forma fundamentada e completa,
não se exigindo que discorra sobre todas as argumentações suscitadas
pelas partes.

2. A suposta suspeição de desembargador, suscitada de forma genérica e


despida de qualquer comprovação, não merece ser acolhida,
notadamente diante da detida análise realizada em sede de exceção de
suspeição.

3. Admite-se a denúncia anônima como instrumento de


deflagração de diligências, pela autoridade policial, para apurar a
veracidade das informações nela veiculadas, conforme
jurisprudências do STF e do STJ.

4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no RMS 28.054/PE, Rel. MIN. ADILSON VIEIRA MACABU


(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em
27/03/2012, DJe 19/04/2012)

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B) Requisição do Juiz ou do MP

O IP poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do Juiz ou do


órgão do MP (Promotor de Justiça ou Procurador da República). Nos
termos do art. 5°, II do CPP:

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será


iniciado:

(...)

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do


Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.

Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo


Delegado, não podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar é
sinônimo de exigir com base na Lei (entretanto, alguns Doutrinadores
entendem que o Delegado pode ser recusar, em alguns casos, mas é
Doutrina minoritária).

C) Requerimento da vítima ou de seu representante legal

Nos termos do art. 5°, II do CPP:

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será


iniciado:

(...)

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II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de
quem tiver qualidade para representá-lo.

Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não requisição.


Por isso, a Doutrina entende que nessa hipótese o Delegado não está
obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a análise dos fatos,
entender que não existem indícios de que fora praticada uma infração
penal e, portanto, deixar de instaurar o IP.

O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve


preencher alguns requisitos. Entretanto, caso não for possível, podem ser
dispensados. Nos termos do art. 5°, § 1° do CPP:

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que


possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e


as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da
infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão


e residência.

Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o


Chefe de Polícia. Vejamos:

Art. 5o (...)

(...)

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de


inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

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Caso os interesses da vítima sejam colidentes com os interesses de


seu representante legal (no caso de vítima menor de idade ou por
qualquer modo incapaz), deverá ser nomeado curador à lide, nos termos
do art. 33 do CPP:

Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente


enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal,
ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de
queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
competente para o processo penal.

Assim, no caso em que o crime tenha sido cometido, por exemplo,


pelo padrasto da vítima, menor de idade, e a mãe, representante legal,
esteja sendo relapsa, para não prejudicar o marida, estará caracterizado
o conflito de interesses entre o representante e o representado, devendo
ser nomeado curador.

D) Auto de Prisão em Flagrante

Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, trata-se


de hipótese clássica de fato que enseja a instauração de IP. Parte da
Doutrina, no entanto, a equipara à notitia criminis e, portanto,
estaríamos diante de uma instauração ex officio, o que não deixa
de ser.

2) Formas de instauração do IP nos crimes de Ação Penal


Pública Condicionada à Representação

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A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser


ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima
tem que querer que o autor do crime seja denunciado.

Nestes crimes, o IP pode se iniciar:

A) Representação do Ofendido ou de seu representante legal

Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o ato


mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (através
do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à
responsabilização do autor do fato, se for o caso. Trata-se de
formalidade necessária nesse tipo de crime, nos termos do art. 5°, § 4°
do CPP:

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de


representação, não poderá sem ela ser iniciado.

Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao


Juiz, ao Delegado e ao membro do MP. Caso não seja dirigida ao
Delegado, será recebida pelo Juiz ou Promotor e àquele encaminhada.
Nos termos do art. 39 do CPP:

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,


pessoalmente ou por procurador com poderes especiais,
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do
Ministério Público, ou à autoridade policial.

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Caso a vítima não exerça seu direito de representação no
prazo de seis meses, estará extinta a punibilidade (decai do direito
de representar), nos termos do art. 38 do CPP:

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu


representante legal, decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,
contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime,
ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia.

Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve


representar é o seu representante legal. Caso não o faça,
entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a
vítima completa 18 anos, para que esta não seja prejudicada por
eventual inércia de seu representante. Inclusive, o verbete sumular n°
594 do STF se coaduna com este entendimento.

E se o autor do fato for o próprio representante legal (como


no caso de estupro e violência doméstica)? Nesse caso, aplica-se o
art. 33 do CPP, por analogia, nomeando-se curador especial para que
exercite o direito de representação:

Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente


enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal,
ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de
queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de
ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
competente para o processo penal.

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B) Requisição de autoridade Judiciária ou do MP

Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode ser


instaurado mediante requisição do Juiz do membro do MP, entretanto,
neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.

C) Auto de Prisão em Flagrante

Também é possível a instauração de IP com fundamento no auto de


prisão em flagrante, dependendo, também, da existência de
representação do ofendido. Caso o ofendido não exerça esse direito
dentro do prazo de 24h contados do momento da prisão, é obrigatória a
soltura do acusado, mas permanece o direito de o ofendido
representar depois, mas dentro do prazo de 06 meses.

D) Requisição do Ministro da Justiça

Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes


cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b
do CP), crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República
ou contra qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art.
145, § único do CP) e alguns outros.

Trata-se de requisição não dirigida ao Delegado, mas ao


membro do MP! Entretanto, apesar do nome requisição, se o
membro do MP achar que não se trata de hipótese de ajuizamento
da ação penal, não estará obrigado a promovê-la.

Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da


Justiça é irretratável e não está sujeita a prazo decadencial,

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podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver
prescrito.

3) Formas de Instauração do IP nos crimes de Ação Penal


Privada

A) Requerimento da vítima ou de quem legalmente a


represente

Nos termos do art. 5°, § 5° do CPP:

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente


poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la.

Caso a vítima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o


requerimento para a instauração do IP, nos termos do art. 31 do CPP:

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado


ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.

Este requerimento também está sujeito ao prazo decadencial de seis


meses, previsto no art. 38 do CPP, bem como deve atender aos requisitos
previstos no art. 5°, § 1° do CPP, sempre que possível.

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Mas e depois de concluído o IP, o que se faz? Depois de
concluído o IP, nesta hipótese, os autos são remetidos ao Juiz, onde
permanecerão até o fim do prazo decadencial (para oferecimento da
queixa), aguardando manifestação do ofendido. Essa é a previsão do art.
19 do CPP:

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos
do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde
aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante
legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante
traslado.

B) Requisição do Juiz ou do MP

Neste caso, segue a mesma regra dos crimes de ação penal pública
condicionada: A requisição do MP ou do Juiz deve ir acompanhada do
requerimento do ofendido autorizando a instauração do IP.

C) Auto de Prisão em Flagrante

Também segue a mesma regra dos crimes de ação penal pública


condicionada, devendo o ofendido manifestar seu interesse na instauração
do IP dentro do prazo de 24h contados a partir da prisão, findo o qual,
sem que haja manifestação da vítima nesse sentido, ser o autor do fato
liberado.

4) Fluxograma

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FORMAS DE
INSTAURAÇÃO DO IP

CRIMES DE AÇÃO PENAL


PÚBLICA
INCONDICIONADA

EX OFFICIO REQUISIÇÃO DO MP OU REQUERIMENTO DA AUTO DE PRISÃO EM


DO JUIZ VÍTIMA FLAGRANTE

CRIMES DE AÇÃO PENAL


PÚBLICA CONDICIONADA
À REPRESENTAÇÃO

REPRESENTAÇÃO DA REQUISIÇÃO DO REQUISIÇÃO DO JUIZ AUTO DE PRISÃO EM


VÍTIMA MINISTRO DA JUSTIÇA OU DO MP FLAGRANTE

CRIMES DE AÇÃO PENAL


PRIVADA

REQUERIMENTO DA REQUISIÇÃO DO JUIZ AUTO DE PRISÃO EM


VÍTIMA OU DO MP FLAGRANTE

E caso a autoridade policial não proceda à abertura do IP


quando este for requerido? Neste caso, o CPP prevê que cabe recurso
ao Chefe de Polícia, que, via-de-regra, é o Secretário de Segurança
Pública. Nos termos do art. 5°, § 2° do CPP:

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de


inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

Vejam como o tema das “formas de instauração do IP” vem


sendo cobrado:

(CESPE – 2011 – PC/ES – PERITO CRIMINAL)

O inquérito policial independe da ação penal instaurada para o

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processo e julgamento do mesmo fato criminoso, razão pela qual,
tratando-se de delito de ação penal pública condicionada à
representação, o inquérito policial poderá ser instaurado
independentemente de representação da pessoa ofendida.

ERRADA: A forma de instauração do IP está intimamente ligada à ação


penal prevista para o fato criminoso cometido. Desta forma, a autoridade
policial só poderá dar início ao IP, ex officio, caso se trate de crime de
ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 5°, I do CPP,
conforme estudamos. Nos casos de crimes cuja ação penal prevista seja
a pública condicionada à representação, o IP não pode ser iniciado sem
que exista a representação, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP.

05 -(CESPE – 2008 – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA)

O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter


administrativo instaurado pela autoridade policial, tem como
destinatário imediato o Ministério Público, titular único e
exclusivo da ação penal.

ERRADA: O IP, embora tenha natureza persecutória e administrativa,


sendo instaurado pela autoridade policial, não tem como destinatário
único o MP, pois este é o titular único e exclusivo da ação penal pública,
mas não da ação penal privada. Logo, o IP também se destina ao
ofendido, nos casos em que a ele compete dar início ao processo penal.
Tanto o é que o artigo 19 prevê a entrega dos autos do IP ao ofendido,
mediante traslado, nos casos de crimes de ação penal privada.

(FCC – 2011 – TRT 1 RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA)

A notitia criminis:

A) é a divulgação pela imprensa da ocorrência de um fato


criminoso.

ERRADA: É o conhecimento da ocorrência de um fato criminoso pela


autoridade policial, por qualquer meio, não necessariamente pela
imprensa.

B) pode chegar ao conhecimento da autoridade policial através da


prisão em flagrante.

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CORRETA: A prisão em flagrante do autor do delito é uma das formas
pela qual a autoridade policial toma conhecimento da prática de uma
infração penal. Assim, a alternativa está correta.

C) torna obrigatória a instauração de inquérito policial para


apuração do fato delituoso.

ERRADA: A instauração de Inquérito Policial de ofício (ex officio) em


razão de notitia criminis só é obrigatória nos crimes de ação penal
pública incondicionada. Nos demais, deverá haver manifestação do
ofendido nesse sentido, ou requisição do Ministro da Justiça, nos termos
do art. 5°, I do CPP.

D) implica sempre no indiciamento de quem foi indicado como


provável autor da infração penal.

ERRADA: O indiciamento é o ato mediante o qual a autoridade policial


individualiza o processo investigatório, delimitando quem efetivamente é
considerado como suspeito de ter praticado o crime. É o direcionamento
da investigação, e não necessariamente tem de ocorrer sobre a pessoa
supostamente autora do delito quando da instauração do IP, pois no
curso das investigações pode-se ter conhecimento de que outra pessoa é
que é a provável autora do delito.

E) é a comunicação formal ou anônima da prática de um crime


levada à imprensa falada, televisada ou escrita.

ERRADA: Como vimos, a notitia criminis é o fenômeno pelo qual a


autoridade policial toma conhecimento da possível prática de fato
criminoso, e pode se dar por qualquer meio, não necessariamente pela
imprensa.

(FCC – 2010 – METRÔ/SP – ADVOGADO)

O inquérito policial:

A) nos crimes em que a ação pública depender de representação,

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poderá ser sem ela ser instaurado, pois o ofendido poderá
oferecê-la em juízo.

ERRADA: Pois a representação é condição de procedibilidade não só


para o oferecimento da denúncia, mas também para a instauração do IP
nos crimes de ação penal pública condicionada, nos termos do art. 5°, §
4° do CPP;

B) poderá ser arquivado pela autoridade policial, quando, no


curso das investigações, ficar demonstrada a inexistência de
crime.

ERRADA: Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial nunca


poderá mandar arquivar os autos do IP, posto que o titular da ação penal
é, em regra, o MP (pode ser o ofendido também). Quem determina o
arquivamento do IP é o Juiz, mas o requerimento deve ser feito pelo MP
(quando este for o titular da Ação Penal);

C) somente poderá ser instaurado, nos crimes de ação penal


privada, a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

CORRETA: Esta é a redação do art. 5°, § 5° do CPP;

D) poderá ser instaurado, nos crimes de ação pública, somente


mediante requerimento escrito do ofendido ou de quem tenha
qualidade para representá-lo.

ERRADA: Embora esta seja uma das hipóteses, não é a única, pois o IP
também poderá, nestes casos, ser instaurado de ofício, por requisição do
MP ou do Juiz, ou, ainda, em virtude de prisão em flagrante, nos termos
do art. 5°, I e II do CPP;

E) é indispensável para a instauração da ação penal pública pelo


Ministério Público.

ERRADA: Como vimos, o IP tem natureza informativa, e uma de suas


características é a dispensabilidade. Assim, caso o MP já possua os
elementos de convicção necessários ao oferecimento da denúncia, poderá

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dispensar o IP.

III – TRAMITAÇÃO DO IP

Já vimos as formas pelas quais o IP pode ser instaurado. Vamos


estudar agora como se desenvolve (ou deveria se desenvolver o IP).

A) Diligências Investigatórias

Após a instauração do IP algumas diligências devem ser adotadas


pela autoridade policial. Estas diligências estão previstas no art. 6° do
CPP:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o


estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide
Lei nº 5.970, de 1973)

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após


liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº
8.862, de 28.3.1994)

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento


do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do


disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o

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respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a


acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo


de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo


datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de


vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante
ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a
apreciação do seu temperamento e caráter.

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido


praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Alguns cuidados devem ser tomados quando da realização destas


diligências, como a observância das regras processuais de apreensão de
coisas, bem como às regras constitucionais sobre inviolabilidade do
domicílio (art. 5°, XI da CF), direito ao silencio do investigado (art. 5°,
LXIII da CF), aplicando-se no que tange ao interrogatório do investigado,
as normas referentes ao interrogatório judicial (arts. 185 a 196 do CPP),
no que for cabível.

O art. 15 prevê a figura do curador para o menor de 21 anos quando


de seu interrogatório:

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Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador
pela autoridade policial.

Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência são pacíficas no que tange


à alteração desta idade para 18 anos, pois a maioridade civil foi
alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Código Civil
em 2002.

O ofendido ou seu representante legal podem requerer a realização


de determinadas diligências (inclusive o indiciado também pode), mas
ficará a critério da Autoridade Policial deferi-las ou não. Vejamos a
redação do art. 14 do CPP:

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado


poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.

Inclusive isto caiu em prova recente. Vejamos:

(CESPE – 2009 – DPF – ESCRIVÃO DA PF)

No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o


indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será
realizada, ou não, a juízo da autoridade.

CORRETA: Trata-se da discricionariedade que tem a autoridade policial


na condução do IP, determinando a realização de diligências que reputar
pertinentes, bem como deferir, ou não, pedidos de realização de
diligências formulados pelo ofendido, seu representante ou pelo
indiciado, nos termos do art. 14 do CPP. Cuidado! Lembrando que o
exame de corpo de delito não pode ser indeferido!

Com relação ao exame de corpo de delito, este é obrigatório quando


estivermos diante de crimes que deixam vestígios (homicídio, estupro,

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etc.), não podendo o Delegado deixar de determinar esta diligência. Nos
termos do art. 158 do CPP:

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável


o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
supri-lo a confissão do acusado.

Com relação à identificação do investigado (colheita de


impressões de digitais), esta identificação criminal só será necessária e
permitida quando o investigado não for civilmente identificado, pois a
Constituição proíbe a submissão daquele que é civilmente identificado ao
procedimento constrangedor da coleta de digitais (identificação criminal),
nos termos do seu art. 5°, LVIII:

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a


identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

Esta restrição, no entanto, não impede a realização de


fotografias do investigado.

Por fim, percebam que o art. 7° prevê a famosa “reconstituição”,


tecnicamente chamada de reprodução simulada. ESTA REPRODUÇÃO É
VEDADA QUANDO FOR CONTRÁRIA À MORALIDADE OU À ORDEM
PÚBLICA (no caso de um estupro, por exemplo). O investigado não está
obrigado a participar desta diligência, pois não é obrigado a produzir
prova contra si.

A.1) A atuação da PF – A Lei 10.446/02

A Lei 10.446/06 estabeleceu algumas regrinhas para a atuação da


Polícia Federal na investigação de crimes de repercussão interestadual ou

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internacional que exijam repressão uniforme (embora não se diga porque,
especificamente estes, exigem repressão uniforme e não outros...).

A Polícia Federal já atua, naturalmente, na investigação de delitos em


que haja interesse da União (de competência da Justiça Federalizada).
Contudo, a competência da Polícia Federal, segundo o art. 144, §1º, I da
Constituição, não se resume a estes casos. Vejamos:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:

(...)

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,


organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se
a:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em


detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional
e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;

Contudo, quais seriam estes delitos “de repercussão


interestadual ou internacional e que exigem repressão uniforme”?
A Constituição não diz, deixando esta regulamentação a cargo de Lei
ordinária, o que foi feito pela Lei 10.446/02.

Vejamos o que dispõe o único artigo da Lei:

Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição,


quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija
repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do
Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de
segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em
especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à
investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:

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I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts.
148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação
política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela
vítima;

II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei no


8.137, de 27 de dezembro de 1990); e

III – relativas à violação a direitos humanos, que a República


Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de
tratados internacionais de que seja parte; e

IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores,


transportadas em operação interestadual ou internacional, quando
houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um
Estado da Federação.

Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento


de Polícia Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal
providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da
Justiça.

A primeira coisa que temos que saber é que a atuação da Polícia


Federal não exclui a possibilidade de atuação de outros órgãos que
também possuam competência nestes casos.

O primeiro grupo de delitos é o do inciso I, que se refere a delitos de


PRIVAÇÃO DA LIBERDADE, quando houver MOTIVAÇÃO POLÍTICA
ou em razão de FUNÇÃO PÚBLICA DA VÍTIMA.

O segundo se refere ao crime de formação de cartel, que é um


crime de grande alcance, sendo um crime contra a ordem econômica.

O terceiro é pouco determinado (ou nada determinado). Fala de


crimes em que haja violação a direitos humanos que o Brasil
tenha se comprometido a reprimir. Um exemplo que poderíamos
fornecer é o desaparecimento forçado de pessoas (ato de violência
praticado pelo próprio Estado, em regimes geralmente ditatoriais), cuja
repressão é prevista em diversos tratados ratificados pelo Brasil. Porém,
ainda não tivemos uma tipificação do delito, embora haja previsão no

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Projeto de Novo CP. O importante é saber que delitos desta natureza
podem ser investigados pela PF.

O quarto, e último, se refere aos três principais crimes


patrimoniais (furto, roubo e receptação) em relação a cargas
(inclusive dinheiro), desde que:

 O transporte se dê em operação interestadual ou


internacional;

 Haja indícios de atuação de quadrilha ou bando em mais


de um estado da Federação.

Vejam que são, portanto, dois requisitos CUMULATIVOS.

B) Prazos para a conclusão do IP

A regra é a de que o IP deva ser concluído no prazo de 10 dias, caso


o indiciado esteja preso e em 30 dias caso esteja solto. É o que se
depreende do art. 10 do CPP:

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o


indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Caso o Delegado não consiga elucidar o fato no prazo previsto,


deverá assim mesmo encaminhar os autos do IP ao Juiz, solicitando
prorrogação do prazo. Caso o réu esteja solto, o Juiz pode deferir a
prorrogação do prazo. Caso o réu esteja preso, o prazo não pode ser

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prorrogado, sob pena de constrangimento ilegal à liberdade do
indiciado, ensejando, inclusive, a impetração de Habeas Corpus.

Estes prazos (10 dias e 30 dias) são a regra prevista no CPP.


Entretanto, existem exceções previstas em outras leis:

 Crimes de competência da Justiça Federal – 15 dias para réu


preso e 30 dias pra réu solto;

 Crimes da lei de Drogas – 30 dias para réu preso e 90 dias


para réu solto;

 Crimes contra a economia popular – 10 dias tanto para réu


preso quanto para réu solto;

 Crimes militares – 20 dias pra réu preso e 40 dias para réu


solto.

A maioria da Doutrina e da Jurisprudência entende que se trata


de prazos de natureza processual. Assim, a forma de contagem
obedece ao disposto no art. 798, § 1° do CPP:

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos


e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou
dia feriado.

§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se,


porém, o do vencimento.

C) Forma de tramitação (sigilosa ou pública)

O sigilo no IP é o moderado, seguindo a regra do art. 20 do CPP:

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário


à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

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A corrente doutrinária que prevalece é a de que o IP é sempre


sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, por se tratar de mero
procedimento investigatório, não havendo nenhum interesse que
justifique o acesso liberado a qualquer do povo.

Entretanto, o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos


(ofendido, indiciado, seus advogados), podendo, entretanto, ser
decretado sigilo em relação a determinadas peças do Inquérito quando
necessário para o sucesso da investigação (por exemplo: Pode ser vedado
o acesso do advogado a partes do IP que tratam de requerimento do
Delegado pedindo a prisão do indiciado, para evitar que este fuja).

IV – CONCLUSÃO DO IP

Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se concluídas as


investigações, o IP será encerrado e encaminhado ao Juiz. Nos termos do
art. 10 do CPP:

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o


indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30
dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido


apurado e enviará autos ao juiz competente.

Há divergência na Doutrina quanto ao destino do IP, face à


promulgação da Constituição de 1988 (O CPP é de 1941), posto que a

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CRFB/88 estabelece que o MP é o titular da ação penal pública.
Entretanto, a maioria da doutrina entende que a previsão de remessa do
IP ao Juiz permanece em vigor, devendo o Juiz abrir vista ao MP para que
tenha ciência da conclusão do IP, nos casos de crimes de ação penal
pública, ou ainda, disponibilizar os autos em cartório para que a parte
ofendida possa se manifestar, no caso de crimes de ação penal privada.

Caso o MP entenda que não é o caso de oferecer denúncia (por


não ter ocorrido o fato criminoso, por não haver indícios a autoria, etc.), o
membro do MP requererá o arquivamento do MP, em petição
fundamentada, incluindo todos os fatos e investigados. Caso o Juiz
discorde, remeterá os autos do IP ao PGJ, que decidirá se mantém
ou não a posição de arquivamento. O Juiz está obrigado a acatar a
decisão do PGJ (Chefe do MP).

O Juiz nunca poderá determinar o arquivamento do IP sem


que haja manifestação do MP nesse sentido! NUNCA!

Após arquivado o IP, a autoridade policial poderá diligenciar em


busca de novas provas. Nos termos do art. 18 do CPP:

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela


autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de
outras provas tiver notícia.

Entretanto, a ação penal só poderá ser ajuizada (oferecimento de


denúncia) caso sejam descobertas provas novas, ou seja, provas que
realmente eram desconhecidas da autoridade policial quando do
encerramento do IP.

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A Doutrina criou a figura do


arquivamento implícito. Embora não
tenha previsão legal, o arquivamento
implícito, como o nome diz, é deduzido
pelas circunstâncias. Ocorrerá em duas
hipóteses: a) Quando o membro do MP
deixar requerer o arquivamento em relação
a alguns fatos investigados, silenciando
quanto a outros; b) requerer o
arquivamento em relação a alguns
investigados, silenciando quanto a outros.
Como disse, trata-se de hipótese admitida
(os fatos ou investigados omitidos serão
considerados objeto do arquivamento),
mas não possui previsão legal. Não é
pacífico, mas a Doutrina majoritária o
admite. No entanto, o STF vem
rechaçando a sua aplicação em
decisões recentes.

Vamos nos exercitar um pouco?

(CESPE – 2009 – DPF – ESCRIVÃO DA PF)

Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade


judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial
não poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas tiver
notícia, salvo com expressa autorização judicial.

ERRADA: Nos termos do art. 18, se a autoridade policial tiver notícia de


outras provas, mesmo após o arquivamento do IP por falta de provas,
poderá diligenciar para tentar reunir estes elementos.

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(CESPE – 2009 – DPF – AGENTE DA PF)

O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração de


um relatório e por sua juntada pela autoridade policial
responsável, que não pode, nesse relatório, indicar testemunhas
que não tiverem sido inquiridas.

ERRADA: É possibilitado à autoridade policial, quando da conclusão do


IP, indicar testemunhas que não tenham sido ouvidas, devendo indicar,
ainda, o lugar em que possam ser encontradas. Isso se deve pelo fato de
que em algumas hipóteses o prazo do IP se esgota, sem possibilidade de
prorrogação, e ainda não foi devidamente esclarecido o fato, nem
cumpridas todas as diligências possíveis. Esta previsão está no art. 10, §
2° do CPP.

(CESPE- 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

De acordo com a legislação processual penal, o inquérito policial


deve ser concluído no prazo

a) marcado pelo juiz, quando o fato for de difícil elucidação,


houver diligências a cumprir e o indiciado estiver preso.

ERRADA: Deve ser concluído no prazo de 10 dias, no caso de réu preso,


e em 30 dias, no caso de réu em liberdade, nos termos do art. 10 do
CPP;

b) de 5 dias, quando o indiciado estiver preso preventivamente,


contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.

ERRADA: Deve ser concluído no prazo de 10 dias, no caso de réu preso,


e em 30 dias, no caso de réu em liberdade, nos termos do art. 10 do
CPP;

c) de 30 dias, quando o indiciado estiver solto, podendo ser


prorrogado pela autoridade competente para cumprimento de
diligências.

CORRETA: Quando o indiciado estiver solto, o prazo para conclusão do

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IP é de 30 dias (art. 10 do CPP). Entretanto, caso o fato ainda não esteja
suficientemente claro, poderá a autoridade judiciária determinar o
retorno dos autos do IP à autoridade policial para novas diligências, nos
termos do 10, § 3° do CPP;

d) de 10 dias, no caso de prisão temporária, prorrogável por igual


período em caso de extrema e comprovada necessidade.

ERRADA: Embora o prazo seja, de fato, de 10 dias, nesse caso (art. 10


do CPP) não há possibilidade de prorrogação, pois o art. 10, § 3° do CPP
só permite prorrogação do prazo de conclusão do IP no caso de réu solto;

e) marcado pela autoridade policial, que considerará a


complexidade da investigação e comunicará à autoridade
competente.

ERRADA: Deve ser concluído no prazo de 10 dias, no caso de réu preso,


e em 30 dias, no caso de réu em liberdade, nos termos do art. 10 do
CPP, não cabendo à autoridade policial qualquer discricionariedade
quanto ao prazo.

(ESAF - 2004 - CGU - ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE -


ÁREA - CORREIÇÃO - PROVA 3)

O Ministério Público, ao receber os autos do inquérito policial


relatado, oferece denúncia. O juiz, então,

A) deve sempre receber a denúncia, porque o Ministério Público é


o titular da ação penal.

B) pode determinar a realização de novas diligências, se não


estiver ainda convicto de que deva receber a denúncia.

C) pode sugerir ao Ministério Público a realização de diligências


que entenda imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

D) pode rejeitar a denúncia, remetendo neste caso os autos ao


Procurador Geral de Justiça, para que insista na denúncia ou
designe outro promotor para se manifestar.

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E) pode rejeitar a denúncia, cabendo neste caso ao Ministério
Público a interposição de recurso.

COMENTÁRIOS: Oferecendo o MP a denúncia, não cabe ao Juiz


determinar a realização de diligências, cabendo a ele, tão-somente,
decidir se recebe ou não a denúncia. Nesse último caso, ao MP caberá
interpor recurso.

Portanto, a alternativa correta é a letra E.

(FCC -2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

No que concerne ao Inquérito Policial, de acordo com o Código de


Processo Penal, é correto afirmar que:

A) Do despacho que indeferir o requerimento do ofendido de


abertura de inquérito caberá recurso administrativo ao Juiz
Corregedor da Comarca.

ERRADA: Nos termos do art. 5, § 2° do CPP, caberá recurso para o


chefe de Polícia, não para o Juiz-Corregedor.

B) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido


praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, ainda que esta
contrarie a moralidade ou a ordem pública.

ERRADA: A reprodução simulada (reconstituição dos fatos) só pode ser


realizada caso não contraria a moralidade e a ordem pública, nos termos
do art. 7° do CPP.

C) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de


representação, não poderá sem ela ser iniciado.

CORRETA: A representação é condição de procedibilidade para a


instauração do Inquérito Policial, que não pode ser instaurado sem sua

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existência quando se tratar de crime de ação penal pública condicionada
à representação, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP: § 4o O inquérito,
nos crimes em que a ação pública depender de representação, não
poderá sem ela ser iniciado.

D) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de


inquérito em situações excepcionais previstas em lei.

ERRADA: A autoridade policial nunca poderá mandar arquivar autos de


IP, pois o titular da ação penal é, em regra o MP, cabendo a ele requerer
o arquivamento ao Juiz.

E) A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de


despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse
da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

ERRADA: Esta é a redação literal do art. 21 do CPP. Desta forma, esta


alternativa também estaria correta. No entanto, o instituto da
incomunicabilidade é bastante criticado, principalmente após o advento
da Constituição de 1988. Isso porque a Constituição proíbe a
incomunicabilidade até mesmo no estado de defesa, de forma que a
Doutrina entende que, se nessa época de exceção que é o estado de
defesa não se admite a incomunicabilidade, com muito mais razão não se
deve admitir esse resquício da ditadura em tempos ordinários. Vejamos o
art. 136, §3º, IV da CRFB/ 88:

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho


da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado
de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em
locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

(...)

§ 3º - Na vigência do estado de defesa:

(...)

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IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

Portanto, esta afirmativa está errada.

(FCC – 2011 – TER/RN – Analista Judiciário – Área Judiciária)

O inquérito policial

A) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à


publicidade que rege o processo penal.

ERRADA: O sigilo é inerente à natureza do IP, e deve ser preservado,


nos limites legais, de forma a não ser imposto sem ressalvas aos
interessados no IP, nos termos do art. 20 do IP.

B) não pode ser instaurado por requisição do Ministério Público.

ERRADA: Uma das hipóteses de instauração do IP é a requisição


formulada pelo MP, nos termos do art. 5°, II do CPP;

C) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se


forem insuficientes as provas da autoria do delito.

CORRETA: Nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial nunca


poderá mandar arquivar os autos do IP, posto que o titular da ação penal
é, em regra, o MP (pode ser o ofendido também). Quem determina o
arquivamento do IP é o Juiz, mas o requerimento deve ser feito pelo MP
(quando este for o titular da Ação Penal);

D) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao


indiciado requerer qualquer diligência.

ERRADA: Mesmo não se adotando no bojo do IP a garantia do


contraditório e da ampla defesa, dada sua natureza pré-processual e
meramente informativa (não pode gerar punição ao investigado), o
investigado ou indiciado poderá requerer a realização de diligências, que
serão deferidas ou não pela autoridade policial, nos termos do art. 14 do

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CPP.

E) será encaminhado ao juízo competente desacompanhado dos


instrumentos do crime, que serão destruídos na delegacia de
origem.

ERRADA: Os instrumentos do crime serão encaminhados ao Juiz


juntamente com os autos do IP, nos termos do art. 11 do CPP: Art. 11.
Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à
prova, acompanharão os autos do inquérito.

V – ATUAÇÃO DO ADVOGADO NA FASE INQUISITIVA (INQUÉRITO


POLICIAL) E PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MP

A) Da atuação do Defensor do indiciado

Como sabemos, o IP é um procedimento investigativo, preparatório,


dispensável e inquisitivo, o que significa que o respeito ao contraditório e
à ampla defesa é mínimo nessa fase.

Além disso, uma das características do IP é o sigilo. Vejamos o que


diz o art. 20 do CPP:

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário


à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Portanto, como adequar esta circunstância (sigilo), com o direito que


os advogados possuem de manusear e ter vista de autos judiciais e

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Inquéritos Policia, segundo o que dispõe o 7°, XIV da Lei 8.906/94
(Estatuto da OAB)? Vejamos o que diz esse dispositivo:

Art. 7º São direitos do advogado:

(...)

XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem


procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em
andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar
peças e tomar apontamentos;

Durante muito tempo houve uma divergência feroz na Doutrina e na


Jurisprudência acerca do direito do advogado ao acesso aos autos do IP,
principalmente porque o acesso aos autos do IP, em muitos casos,
acabaria por retirar completamente a eficácia de alguma medida
preventiva a ser tomada pela autoridade.

Visando a sanar essa controvérsia, o STF editou a súmula


vinculante n° 14, que possui a seguinte redação:

“É direito do defensor, no interesse do representado, ter


acesso amplo aos elementos de prova que, já
documentados em procedimento investigatório realizado
por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa”.

Percebam, portanto, que o STF colocou uma “pá-de-cal” na


discussão, consolidando o entendimento de que:

 Sim, o IP é sigiloso;

 Não, o IP não é sigiloso em relação aos interessados (incluindo


o indiciado);

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 O advogado deve ter livre acesso aos autos do IP, no que se
refere aos elementos que já tenham sido juntados a ele.

É óbvio, portanto, que se há um pedido de prisão temporária, por


exemplo, esse mandado de prisão, que será cumprido em breve, não
deverá ser juntado aos autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele
antes de efetivada a medida, o que poderá levar à frustração da mesma.

Outro tema que pode ser cobrado, se refere à necessidade (ou não)
da presença do defensor (Advogado ou Defensor Público) no
Interrogatório Policial.

É pacífico que a presença do advogado no interrogatório


JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, até por força do que dispõe o art. 185,
§1° do CPP:

§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala


própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que
estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do
Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do
defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº
11.900, de 2009)

Entretanto, não há norma que disponha o mesmo no que se refere


ao interrogatório em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6° do CPP:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração


penal, a autoridade policial deverá:

(...)

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável,


do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o

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respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;

Vejam que o inciso que trata do interrogatório em sede policial


determina a aplicação das regras do inquérito judicial, NO QUE FOR
APLICÁVEL. A questão é: Se exige, ou não, a presença do advogado?

Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser


alertado sobre seu direito à presença de advogado, mas, caso queira ser
ouvido mesmo sem a presença do advogado, o interrogatório policial é
válido. Assim, a regra é: Deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu
advogado presente no ato de seu interrogatório policial. Caso isso não
ocorra (a POSSIBILIDADE de ter o advogado presente), haverá nulidade
neste interrogatório em sede policial.

Quanto à possibilidade de esta nulidade atingir o processo, aplicam-


se às demais regras sobre nulidades do IP, estudadas na aula própria.

B) Poder de investigação do MP

Durante muito tempo se discutiu na Doutrina e na Jurisprudência


acerca dos poderes de investigação do MP, já que embora estas
atribuições tenham sido delegadas à Polícia, certo é que o MP é o
destinatário da investigação, na qualidade de titular da ação penal
(pública).

No entanto, essa discussão já não existe mais. Atualmente o


entendimento pacificado é no sentido de que o MP tem, sim,
poderes investigatórios, já que a Polícia Judiciária não detém o
monopólio constitucional dessa tarefa.

Vejamos a seguinte decisão do STJ, que ilustra bem o caso:

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RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO


CLANDESTINA DE LIGAÇÕES TELEFÔNICAS. ART. 10 DA LEI N.º
9.296/96. ARGUIDA NULIDADE DECORRENTE DE PARTICIPAÇÃO DE JUIZ
IMPEDIDO NA FASE INVESTIGATÓRIA PRÉ-PROCESSUAL. MERA
REITERAÇÃO DE PEDIDO DEDUZIDO NO HABEAS CORPUS N.º
70.878/PR. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 288 DO CÓDIGO
PENAL. SÚMULA N.º 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MINISTÉRIO
PÚBLICO. PODERES DE INVESTIGAÇÃO. LEGITIMIDADE. LEI
COMPLEMENTAR N.º 75/93. ART. 4.º, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO
DE PROCESSO PENAL. DISSENSO PRETORIANO QUANTO AO ART. 44,
INCISO III, DO CÓDIGO PENAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA COM
O ARESTO PARADIGMA. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DO DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL COM RELAÇÃO AOS ARTS. 49 E 60 DO CÓDIGO
PENAL. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE,
DESPROVIDO. NO MAIS, PREJUDICADO.

(...)

3. Quanto à arguida ilegitimidade do Ministério Público para investigar,


cumpre ponderar inicialmente que, ao contrário das alegações recursais,
a investigação criminal foi conduzida conjuntamente pela Força-Tarefa do
Ministério Público Federal em Curitiba/PR e pela Polícia Federal, sob a
supervisão do Juiz de primeiro grau. Não restou delineado no contexto
dos fatos apurados pelas instâncias ordinárias a hipótese de condução
direta da investigação pelo Parquet, de forma a exorbitar de suas funções
e usurpar a competência constitucional atribuída à autoridade policial.

4. Nesse contexto, a revisão do julgado implicaria, necessariamente, o

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reexame do conjunto fático-probatório amealhado na investigação
criminal, o que não se coaduna com a via eleita, em face do óbice da
Súmula n.º 07 desta Corte.

5. Além disso, cumpre colocar que a legitimidade do Ministério


Público para a colheita de elementos probatórios essenciais à
formação de sua opinio delicti decorre de expressa previsão
constitucional, oportunamente regulamentada pela Lei
Complementar n.º 75/1993 (art. 129, incisos VI e VIII, da
Constituição da República, e art. 8.º, incisos V e VII, da LC n.º
75/1993).

Precedentes.

6. A Polícia Judiciária não possui o monopólio da investigação


criminal, possuindo o Ministério Público legitimidade para
determinar diligências investigatórias. Inteligência da Lei
Complementar n.º 75/93 e do art. 4.º, parágrafo único, do Código
de Processo Penal. Precedentes.

(...)

9. Recurso parcialmente conhecido e, nessa extensão, desprovido.

Prejudicada a arguição de nulidade, por se tratar de reiteração de pedido.

(REsp 998.249/RS, Rel. MIN. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em


22/05/2012, DJe 30/05/2012)

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RESUMO

 Notitia Criminis é a forma, seja ela qual for, pela qual a


autoridade policial toma conhecimento da existência de um delito;

 Quando este conhecimento se dá através de uma “denúncia”,


temos o que se chama de delatio criminis, que pode ser:

 Simples – Feita por qualquer pessoa;

 Postulatória – Feita pela vítima, com pedido de atuação do


Estado, nos crimes de ação penal pública condicionada à
representação;

 Inqualificada – É a chamada “denúncia anônima”.


Recebendo uma delatio criminis Inqualificada, a autoridade
policial não deve instaurar o IP imediatamente, mas deve,
primeiro, procurar saber a procedência das informações,
através de diligências preliminares e, caso encontre
indícios de veracidade, deverá instaurar o IP.

 O Inquérito Policial possui as seguintes características:

 Procedimento escrito;

 Oficioso;

 Sigiloso;

 Inquisitivo;

 Indisponível;

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 Dispensável;

 Discricionário em sua condução

 O IP pode ser instaurado de diversas formas, a depender do tipo de


ação penal prevista para o crime objeto da investigação.

 Nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode


começar:

 De ofício;

 Por requisição do MP ou do Juiz;

 Pelo Auto de Prisão em Flagrante;

 Por requerimento do ofendido;

 Nos crimes de ação penal pública condicionada, o IP pode


começar:

 Por representação do ofendido;

 Por requisição do MP ou do Juiz (Ou por requisição do


Ministro da Justiça, se for o caso);

 Pelo Auto de Prisão em Flagrante

 Nos crimes de ação penal privada o IP pode começar:

 Por requerimento do ofendido;

 Por requisição do Juiz ou do MP;

 Pelo Auto de Prisão em Flagrante

 O ofendido, seu representante legal e o acusado podem


requerer a realização de diligências, que serão deferidas ou
não pela Autoridade Policial, de forma FUNDAMENTADA (ver
decisão do STJ);

 Sendo colidentes os interesses da vítima e de seu


representante legal, deverá, sempre, ser nomeado curador;

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 A autoridade policial NUNCA poderá mandar arquivar autos de
Inquérito Policial;

 Embora seja o Juiz quem arquive, efetivamente, o IP, ele só poderá


fazê-lo se houver requerimento do MP nesse sentido;

 Havendo requerimento de arquivamento pelo MP e o Juiz não


concordar, deverá remeter a questão ao PGJ, que decidirá se
mantém a decisão de arquivamento ou não (art. 28 do CPP);

 O Inquérito Policial deve ser concluído no prazo de 10 dias se


o réu estiver preso (IMPRORROGÁVEIS) e 30 dias se o réu
estiver solto (PRORROGÁVEIS);

 A PF, em regra, atua apenas nos crimes em que haja interesse da


União. Contudo, atua, excepcionalmente, em crimes em que haja
repercussão interestadual ou internacional e que exijam
repressão uniforme, nos termos da Lei 10.446/02
(resumidamente: Delitos de privação da liberdade em que haja
motivação política ou em razão da função pública da vítima,
formação de cartel, crimes em que haja violação a direitos
humanos que o Brasil tenha se comprometido a reprimir por acordo
internacional e furto, receptação ou roubo de cargas transportadas
de forma interestadual ou internacional em que haja atuação de
quadrilha em mais de um estado da federação);

 O advogado deverá ter acesso pleno às peças do Inquérito já


documentadas nos autos, nos termos da súmula vinculante nº
14 do STF;

 Conforme entendimento jurisprudencial pacificado, o MP possui


poderes investigatórios;

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QUESTÕES

01- (CESPE – 2011 – PC/ES – PERITO CRIMINAL)

O inquérito policial independe da ação penal instaurada para o processo e


julgamento do mesmo fato criminoso, razão pela qual, tratando-se de
delito de ação penal pública condicionada à representação, o inquérito
policial poderá ser instaurado independentemente de representação da
pessoa ofendida.

02 - (CESPE – 2009 – DPF – ESCRIVÃO DA PF)

Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade


judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não
poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas tiver notícia,
salvo com expressa autorização judicial.

03 - (CESPE – 2009 – DPF – ESCRIVÃO DA PF)

No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado


poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo
da autoridade.

04 - (CESPE – 2009 – DPF – AGENTE DA PF)

O término do inquérito policial é caracterizado pela elaboração de um


relatório e por sua juntada pela autoridade policial responsável, que não
pode, nesse relatório, indicar testemunhas que não tiverem sido
inquiridas.

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05 - (CESPE – 2008 – PC/TO – DELEGADO DE POLÍCIA)

O inquérito policial, procedimento persecutório de caráter administrativo


instaurado pela autoridade policial, tem como destinatário imediato o
Ministério Público, titular único e exclusivo da ação penal.

06 - (CESPE – 2006 – TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)

Acerca do inquérito policial (IP), assinale a opção correta.

a) É peça indispensável à propositura da ação penal, tendo em vista que


se destina a apurar a autoria e materialidade do crime.

b) Os vícios existentes no IP acarretam nulidades no processo


subseqüente.

c) No IP, devem ser observadas as garantias constitucionais do


contraditório e da ampla defesa, sendo indispensável a assistência de
advogado ao indiciado.

d) Arquivado o IP por falta de provas, a autoridade policial poderá,


enquanto não se extinguir a punibilidade pela prescrição, proceder a
novas pesquisas e diligências, desde que surjam novas provas.

07 - (CESPE- 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

Acerca das características do inquérito policial, assinale a opção incorreta.

a) O inquérito policial constitui procedimento administrativo informativo,


que busca indícios de autoria e materialidade do crime.

b) Os agentes de polícia devem preservar durante o inquérito sigilo


necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

c) O membro do MP pode dispensar o inquérito policial quando tiver


elementos suficientes para promover a ação penal.

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d) A autoridade policial pode arquivar inquérito que foi instaurado para
apurar a prática de crime, quando não há indícios de autoria.

e) O inquérito policial é inquisitivo, na medida em que a autoridade


policial preside o inquérito e pode indeferir diligência requerida pelo
indiciado.

08 - (CESPE- 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

De acordo com a legislação processual penal, o inquérito policial deve ser


concluído no prazo

a) marcado pelo juiz, quando o fato for de difícil elucidação, houver


diligências a cumprir e o indiciado estiver preso.

b) de 5 dias, quando o indiciado estiver preso preventivamente, contado o


prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.

c) de 30 dias, quando o indiciado estiver solto, podendo ser prorrogado


pela autoridade competente para cumprimento de diligências.

d) de 10 dias, no caso de prisão temporária, prorrogável por igual período


em caso de extrema e comprovada necessidade.

e) marcado pela autoridade policial, que considerará a complexidade da


investigação e comunicará à autoridade competente.

09 - (CESPE- 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

Acerca do IP, assinale a opção correta.

a) O valor probatório das informações e provas colhidas durante o IP, por


não se submeterem ao contraditório e a ampla defesa, é nulo.

b) As perícias, por serem técnicas e se submeterem ao contraditório


diferido, tem tanto valor probatório quanto as provas produzidas
judicialmente.

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c) As irregularidades ocorridas durante o inquérito, como a falta de
nomeação de curador para menor de 21 anos de idade, prejudica a ação
penal posterior.

d) A incomunicabilidade do preso, decretada durante o IP por


conveniência da investigação, abrange o advogado, na medida em que
nessa fase não há contraditório e ampla defesa.

e) Qualquer pessoa que souber da ocorrência de crime em que caiba ação


penal pública ou privada poderá comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar o inquérito.

10- (FCC -2011 – TER/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
No que concerne ao Inquérito Policial, de acordo com o Código de
Processo Penal, é correto afirmar que:

A) Do despacho que indeferir o requerimento do ofendido de abertura de


inquérito caberá recurso administrativo ao Juiz Corregedor da Comarca.
B) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, ainda que esta contrarie a moralidade ou a ordem
pública.
C) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
D) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito em
situações excepcionais previstas em lei.
E) A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos
autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a
conveniência da investigação o exigir.

11 - (FCC – 2011 – TRT 1 RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO –


SEGURANÇA)
A notitia criminis:
A) é a divulgação pela imprensa da ocorrência de um fato criminoso.

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B) pode chegar ao conhecimento da autoridade policial através da prisão
em flagrante.
C) torna obrigatória a instauração de inquérito policial para apuração do
fato delituoso.
D) implica sempre no indiciamento de quem foi indicado como provável
autor da infração penal.
E) é a comunicação formal ou anônima da prática de um crime levada à
imprensa falada, televisada ou escrita.

12 - (FCC – 2011 – TRT 1 RG – TÉCNICO JUDICIÁRIO –


SEGURANÇA)
A respeito do inquérito policial, considere:

I. Não é processo, mas procedimento informativo destinado a reunir os


elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e da
respectiva autoria.

II. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a


execução de cada ato de prévia autorização do Poder Judiciário.

III. Em decorrência do princípio da transparência dos atos


administrativos, a autoridade policial não poderá determinar que tramite
em sigilo, ainda que necessário à elucidação do fato.

IV. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo


a execução de cada ato de prévia autorização do Ministério Público.

Está correto o que se afirma APENAS em:


A) I.
B) I, II e III.
C) III e IV.
D) I e II.
E) IV.

13 - (FCC – 2011 – TER/RN – AJAJ)


O inquérito policial

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A) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à publicidade que


rege o processo penal.
B) não pode ser instaurado por requisição do Ministério Público.
C) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se forem
insuficientes as provas da autoria do delito.
D) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao indiciado
requerer qualquer diligência.
E) será encaminhado ao juízo competente desacompanhado dos
instrumentos do crime, que serão destruídos na delegacia de origem.

14 - (FCC – 2010 – METRÔ/SP – ADVOGADO)


O inquérito policial:

A) nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá


ser sem ela ser instaurado, pois o ofendido poderá oferecê-la em juízo.
B) poderá ser arquivado pela autoridade policial, quando, no curso das
investigações, ficar demonstrada a inexistência de crime.
C) somente poderá ser instaurado, nos crimes de ação penal privada, a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
D) poderá ser instaurado, nos crimes de ação pública, somente mediante
requerimento escrito do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo.
E) é indispensável para a instauração da ação penal pública pelo
Ministério Público.

15 - (ESAF - 2004 - CGU - ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE -


ÁREA - CORREIÇÃO - PROVA 3)

O Ministério Público, ao receber os autos do inquérito policial relatado,


oferece denúncia. O juiz, então,

A) deve sempre receber a denúncia, porque o Ministério Público é o titular


da ação penal.

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B) pode determinar a realização de novas diligências, se não estiver ainda
convicto de que deva receber a denúncia.

C) pode sugerir ao Ministério Público a realização de diligências que


entenda imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

D) pode rejeitar a denúncia, remetendo neste caso os autos ao


Procurador Geral de Justiça, para que insista na denúncia ou designe
outro promotor para se manifestar.

E) pode rejeitar a denúncia, cabendo neste caso ao Ministério Público a


interposição de recurso.

16 - (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)

Um Delegado de Polícia determina a instauração de inquérito policial para


apurar a prática do crime de receptação, supostamente praticado por
José. Com relação ao Inquérito Policial, assinale a afirmativa que não
constitui sua característica.

A) Escrito.

B) Inquisitório.

C) Indispensável.

D) Formal.

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1. ERRADA
2. ERRADA
3. CORRETA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. ALTERNATIVA D
7. ALTERNATIVA D
8. ALTERNATIVA C
9. ALTERNATIVA B
10. ALTERNATIVA C
11. ALTERNATIVA B
12. ALTERNATIVA A
13. ALTERNATIVA C
14. ALTERNATIVA C
15. ALTERNATIVA E
16. ALTERNATIVA C

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