Fundamentos Sobre A Psicanálise Lacaniana01
Fundamentos Sobre A Psicanálise Lacaniana01
Fundamentos Sobre A Psicanálise Lacaniana01
Portal Educação
CURSO DE
FUNDAMENTOS SOBRE A
PSICANÁLISE LACANIANA
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
FUNDAMENTOS SOBRE A
PSICANÁLISE LACANIANA
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE
1.1 OBJETIVO E IMPORTÂNCIA DA PSICANÁLISE
1.2 NORMALIDADE E PATOLOGUA NA CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA
1.3 APARELHO PSÍQUICO
1.3.1 Primeiro Tópico: Estrutura Psíquica
1.3.2 Segundo Tópico: Estrutura da Personalidade
1.3.3 O Superego e o Sentimento de Culpa
1.3.4 O Desenvolvimento Psicossexual
1.3.5 Processo Primário e Secundário
1.3.6 Ansiedade
1.3.7 Impulsos Sexuais e de Autoconservação
1.3.8 Os Principais Mecanismos de Defesa
1.3.9 Operações de Defesa
1.4 AS PRINCIPAIS TÉCNICAS UTILIZADAS NA ABORDAGEM PSICANALÍTICA
1.4.1 Associação Livre
1.4.2 Interpretação dos Sonhos
1.4.3 Simbologia dos Sonhos
1.4.4 Tipos de Sonho
1.4.5 Elementos do Sonho
1.4.6 Transferência
1.4.7 Tipos de Transferências
1.4.8 A Transferência e o Completo de Édipo
1.4.9 Contratransferência
1.4.10 Histórico da Hipnose
1.4.11 Conceito de Hipnose
1.4.12 A Hipnose na Aplicação Clínica
1.5 A PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA
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1.5.1 Conceito de Psicoterapia Psicanalítica
1.5.2 Funcionamento da Psicoterapia
1.5.3 Benefícios
1.5.4 Confidencialidades na Psicoterapia
1.5.5 A Diferença entre a Formação do Psicoterapeuta e do Psicanalista
MÓDULO II
2 JACQUES LACAN
2.1 BIOGRAFIA (1901 – 1981)
2.2 AVANÇO OU CRÍTICA NAS CONCEPÇÕES FREUDIANAS?
2.3 OS PRINCIPAIS SEMINÁRIOS DE LACAN
3 FUNDAMENTOS DA TEORIA LACANIANA
3.1 A TEORIA DOS MATEMAS
3.2 OS REGISTROS PSÍQUICOS: SIMBÓLICO, IMAGINÁRIO E REAL
3.2.1 Críticas aos Conceitos de Lacan
3.2.2 Os Diferentes Modos de Gozo Segundo Lacan
3.2.3 O Gozo pelo Viés do Objeto “A”
3.2.4 O Desejo Lacaniano
3.2.5 A Relação entre Desejo e Pulsão na Abordagem Lacaniana
3.2.6 O Estádio do Espelho
3.2.7 As Fases da Primeira Infância
3.2.8 Alienação e Separação
3.2.9 O Enfraquecimento da Função Paterna
4 O SUJEITO DO INCONSCIENTE
4.1 O “OUTRO” NA PERSPECTIVA DO INCONSCIENTE
4.2 A RELAÇÃO TRANSFERENCIAL E O SUJEITO SUPOSTO SABER
4.3 O REGISTRO IMAGINÁRIO
4.4 A FANTASIA
4.5 METONÍMIA E METÁFORA
5 O CONCEITO DE A POSTERIORI
6 CONDENSAÇÃO E DESLOCAMENTO
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MÓDULO III
7 AS CLÍNICAS: ESTRUTURALISTA E BORROMEANA
7.1 A CLÍNICA ESTRUTURALISTA
7.2 A CLÍNICA BORROMEANA “O SINTOMA”
8 ESTRUTURAS CLÍNICAS: NEUROSE, PSICOSE E PERVERSÃO
8.1 CONCEITO DE NEUROSE
8.2 CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS NEURÓTICOS
8.2.1 Transtorno de Pânico
8.2.2 Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
8.2.3 Histeria
8.3 CONCEITO DE PSICOSE
8.3.1 Caraterísticas e Sintomas Típicos da Psicose
8.3.2 Classificação da Psicose
8.3.2.1 Paranoide
8.3.2.2 Esquizofrenia
8.3.2.3 Transtorno bipolar
8.3.2.4 Melancolia
8.3.2.5 Depressão
8.3.3 Perversão ou Perversidade
8.3.4 Caraterísticas e Sintomas da Perversão
8.3.5 Classificação da Perversão
8.3.5.1 Psicopatia
8.3.5.2 Toxicomania
8.4 O ANALISTA LACANIANO FRENTE À CLÍNICA DA PSICOSE
8.5 O PROCESSO PSICANALÍTICO LACANIANO
8.5.1 O Setting Psicanalítico
8.5.2 O Diagnóstico Estrutural
8.6 A TRANSFERÊNCIA NA CONCEPÇÃO LACANIANA
8.7 O MÉTODO PSICANALÍTICO LACANIANO
MÓDULO IV
9 COMPLEXO DE ÉDIPO
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9.1 ÉDIPO NA ENCRUZILHADA
9.2 O COMPLEXO DE ÉDIPO FREUDIANO
9.3 O IDEAL DE EGO
9.4 O SUPEREGO COMO HERDEIRO DO COMPLEXO DE ÉDIPO
9.5 TOTEM E TABU
9.6 A CASTRAÇÃO E O COMPLEXO DE ÉDIPO
9.7 A CASTRAÇÃO COMO UMA OPERAÇÃO SIMBÓLICA
9.8 O COMPLEXO DE ÉDIPO LACANIANO
9.9 O COMPLEXO DE ÉDIPO E A METÁFORA PATERNA
10 PERSPECTIVA SOBRE A NOÇÃO DE SUBJETIVIDADE
10.1 O SUJEITO FREUDIANO
10.2 O SUJEITO LACANIANO
10.3 O SUJEITO HISTÓRICO-SOCIAL
10.4 A PRODUÇÃO DE SENTIDOS
11 NARCISISMO
11.1 O DESENLACE TRÁGICO DE NARCISO
11.2 O AMOR A PARTIR DO NARCISISMO
11.3 O NARCISISMO PATOLÓGICO
11.4 CONCEITO DE NARCISISMO
11.5 O NARCISISMO FREUDIANO
11.6 NARCISISMO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
1.7 O NARCISISMO LACANIANO
12 UMA PERCEPÇÃO LACANIANA SOBRE AS VICISSITUDES DO AMOR
MÓDULO V
13 O AUTISMO NA ABORDAGEM PSICANALÍTICA
13.1 CONCEITO DE AUTISMO
13.2 CARATERÍSTICAS LINGUÍSTICAS E COGNITIVAS
13.3 CARATERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS
13.4 INCIDÊNCIAS DO AUTISMO
13.5 PROVÁVEIS CAUSAS
13.6 CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
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13.7 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
13.8 INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS
13.9 ESCALAS DE AVALIAÇÃO
14 CONHECENDO A METODOLOGIA TEACCH
15 A CLÍNICA PSICANALÍTICA INFANTIL
15.1 A FALHA NA RELAÇÃO MATERNA
15.2 O AUTISMO NA VISÃO PSICANALÍTICA
15.3 A DISTINÇÃO ENTRE PSICOSE E AUTISMO
15.4 O PROCESSO DE AJUDA
15.5 A CLÍNICA DO AUTISMO
15.6 A FUNÇÃO DO PSICANALISTA LACANIANO
16 OS PRINCIPAIS MÉTODOS UTILIZADOS NA TERAPIA INFANTIL E NO
CONTEXTO ESCOLAR
16.1 A LUDOTERAPIA
16.2 AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO PARA A APRENDIZAGEM
16.3 AS BRINCADEIRAS DE FAZ DE CONTA
16.4 O JOGO NO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, SOCIABILIDADE E
APRENDIZAGEM
16.5 A MUSICOTERAPIA
17 O EDUCADOR E A PSICANÁLISE INFANTIL
17.1 O JOGO DE ESPELHO EM SALA DE AULA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO À PSICANÁLISE
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interpretação dos sonhos, transferência, hipnose. Estas técnicas serão apresentadas
ao longo do texto.
Todos os métodos psicanalíticos foram elaborados para auxiliar o paciente
na percepção do seu comportamento. O psicanalista ajuda o paciente a
compreender os tipos de insights e resolver os conflitos. À medida que as
resoluções ocorrem, padrões de comportamentos inaceitáveis vão sendo
substituídos por comportamentos e emoções mais adaptativos.
Estimular o insight e criar condições favoráveis ao bom vínculo terapêutico é
o principal modo pelo qual se provoca a mudança na terapia psicanalítica. Dessa
maneira, todas as psicoterapias incluídas na tradição psicanalítica enfatizam a
importância da relação terapeuta-paciente e, nesse contexto, tentam levar o
paciente a compreender seus próprios sentimentos.
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1.2 NORMALIDADE E PATOLOGUA NA CONCEPÇÃO PSICANALÍTICA
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FIGURA 1
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FIGURA 2
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O ego consiste naquelas funções ligadas às relações do indivíduo com seu
ambiente. A principal função é compreender as percepções sensoriais do meio
externo e procurar satisfazer as exigências morais do superego. O ego é regido pelo
Princípio da Realidade. As principais atividades do ego são: percepção, memória,
sentimento e pensamento.
O superego abrange os preceitos morais e éticos, bem como os ideais. A
principal função do superego é procurar por meio do ego controlar o id. O superego
aspira à perfeição e tende a reprimir de forma severa as infrações à moralidade.
De acordo com Kusnetzoff (1982), o superego pode ser entendido como
uma instância fundamental para a compreensão do comportamento do indivíduo. O
superego pode ser anunciado de duas formas: prescritiva e valorativa. As duas
formas estabelecem a partir da vida do sujeito, o que ele deve ou não fazer e,
simultaneamente, o que ele deve preferir, desejar ou escolher.
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a criança sente satisfação ou prazer. Essas três primeiras fases estão ligadas ao id,
vejamos:
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Segundo BRENNER (1987), a catexia é o processo pelo qual a energia
libidinal disponível na psique é vinculada ou investida na representação mental de
uma pessoa.
C) Sublimação
FIGURA 3
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Depois disso, em toda a sua obra, e especialmente nos textos reunidos sob
a categoria de psicanálise aplicada, a sublimação serviu para compreender
o fenômeno da criação intelectual. O conceito de sublimação quase não
sofreu modificações. (ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 734).
1.3.6 Ansiedade
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autoconservação. Os impulsos sexuais não necessitam de um objeto específico para
satisfazer-se, enquanto os de autoconservação precisam.
A libido consiste em uma energia que se manifesta na dinâmica do impulso
sexual. Esse termo “libido” é reservado às tendências sexuais e é unicamente nesse
sentido que ele é empregado. A libido tem a vantagem de traduzir a universalidade
da sexualidade. Nos três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud (1905)
menciona as manifestações da sexualidade humana, que se distingue de toda
finalidade de procriação e de toda redução ao mero genital.
Freud (1913) opõe a libido, ligada aos impulsos de autoconservação do eu.
Segundo Valas (2001, p. 14), “na primeira definição conceitual sobre a libido feita
por Freud em ‘Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade’ (1905), ele desenvolve
um novo aspecto da teoria da libido: eu é o grande reservatório da libido”.
1
BRENNER, Charles. Noções básicas de psicanálise: introdução à psicologia psicanalítica. Rio de
Janeiro: Imago; São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo, 1987, p. 94.
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A negação refere-se aos fatos da realidade que são rejeitados e substituídos
por uma fantasia ou ação. A racionalização é o processo pelo qual o indivíduo
apresenta uma justificativa para uma ação inaceitável. A formação reativa consiste
em uma atitude ambivalente. Por exemplo, o ódio torna-se inconsciente e, assim,
permanece enquanto reacende o amor. Assim, o ódio é substituído pelo amor, a
crueldade pela gentileza, a obstinação pela submissão, etc.
O isolamento é o mecanismo de defesa muito raro. Trata-se de um processo
inconsciente pelo qual um pensamento é isolado de outros que o precederam. A
projeção trata-se de um mecanismo de defesa no qual o indivíduo atribui a outros
seus próprios desejos e impulso, dos quais, por lhes serem inaceitáveis, procuram
inconscientemente se livrar. A tendência é que o indivíduo repudie impulsos ou
comportamentos indesejáveis, atribuindo a outros.
A regressão é, sem dúvida, o mecanismo de defesa mais amplo. Refere-se
ao retorno a um nível de desenvolvimento anterior. Segundo Roudinesco e Plon
(1998), o mecanismo de defesa passa a adquirir forma de conversão na neurose
histérica, a de substituição na neurose obsessiva e, por fim, a de projeção na
paranoia. Sob esses aspectos ligados à entidade patológica, a defesa visa a um
mesmo objetivo: “separar, quando essa operação não mais pode efetuar-se
diretamente por meio da ab-reação, a representação perturbadora do afeto que lhe
esteve originalmente ligado”. (ROUDINESCO; PLON, 1998, p. 141).
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personalidade. Embora se estudem estruturas defensivas típicas de determinados
estilos ou estruturas psicopatológicas.
Seguindo essas considerações, poderíamos dizer que cada indivíduo
apresenta um desenvolvimento nas suas atividades defensivas, um repertório
defensivo. O indivíduo tem a capacidade de se defender das ameaças internas e
externas em quase todas as situações. Esta seleção apresenta-se como um modelo
muito subjetivo e caraterística de um.
FIGURA 4
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Freud (1892) desenvolveu várias técnicas para identificar as memórias
reprimidas, impulsos e conflitos do paciente. Uma das técnicas mais conhecidas é a
associação livre, que implica no relato do paciente de todos os pensamentos,
imagens mentais e sentimentos. Nesta técnica, o analista faz perguntas no intuito de
incentivar o fluxo das associações e descobrir, por meio destas, a dinâmica da
personalidade ou mesmo do comportamento patológico do paciente.
O bloqueio na associação livre representa sinais de resistência. Resistência
refere-se à tentativa de bloquear o processo de revelar memórias. A resistência
pode ser considerada uma proteção contra o sofrimento emocional. Já a presença
da dor indica que o processo analítico está surtindo efeito.
FIGURA 5
Para FADIMAN apud FRAGER (1986), quase todo sonho pode ser
compreendido como uma manifestação de um desejo. Sonhar é uma forma de
canalizar desejos não realizados por meio da consciência, sem despertar o corpo.
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(FADIMAN; FRAGER, 1986, p. 16). Sua intepretação é considerada uma técnica
importante, que descreve como os sonhos ajudam a psique a se proteger e se
satisfazer. Conforme a terminologia psicanalítica, o termo é frequentemente
empregado para designar sonho manifesto – pequenas recordações que a pessoa
tem. “Já os pensamentos e desejos inconscientes que ameaçam acordar o indivíduo
são denominados conteúdo latente do sonho”. (BRENNER, 1987, p. 162).
As operações mentais inconscientes, por meio das quais o conteúdo latente
do sonho se transforma em sonho manifesto, damos o nome de elaboração do
sonho. O sonho é um produto da atividade do inconsciente e que tem um sentido
intencional à tentativa de realização. Assim, o elemento revelado a partir dele
constituiu uma ferramenta para análise.
Estes fragmentos revelados a partir de um sonho podem ser úteis para o
analista no que se refere à identificação das patologias humanas, além de
demonstrar os conteúdos mentais, pensamentos, traumas, experiências recalcadas
ou reprimidas do indivíduo.
Na teoria freudiana, os conteúdos reprimidos no inconsciente se apresentam
como um “rebus” a ser decifrado pelo analista. Para tanto, essas manifestações se
dão por meio dos mecanismos de deslocamento e condensação, que serão
apresentados no módulo II.
Poderíamos enumerar uma lista de sonhos mais comuns. No entanto,
nenhum sonho pode ser interpretado da mesma forma para duas pessoas
diferentes, ainda que sejam relativamente iguais. É importante entender que o
ambiente, a cultura e a realidade de cada indivíduo exerce total influência nos
sonhos.
Atribuir aqui um significado específico para um tipo de sonho é apenas uma
forma de generalizar, tomando por base pontos em comum em relação a vários
pacientes. Contudo, o resultado final pode conter interpretações das mais variadas,
segundo a realidade e ambiência de cada um.
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1.4.3 Simbologia dos Sonhos
FIGURA 6
Jung (1909) aceitava a ideia de que os sonhos poderiam ser uma ferramenta
importante para análise:
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(...) A análise de sonhos não é um exercício intelectual qualquer, mas a
descoberta e a conscientização de conteúdos até então inconscientes, de
grande interesse para a explicação ou tratamento de uma neurose. A
tentativa de analisar e interpretar os sonhos é, pois, um empreendimento
justificável do ponto de vista científico, (oferecendo-nos), de início, uma
compreensão crítica da estrutura da etiologia psíquica. (JUNG, 1909, p.11-
12).
Dessa forma, os conteúdos que ainda não foram revelados por intermédio
da análise poderão aparecer nos sonhos. Embora muitos psicanalistas não admitam
que sonhos sejam decifrados pela associação livre, técnica, símbolos, e conteúdo
onírico, continuam sendo de extrema importância para a Psicanálise.
FIGURA 7
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Os sonhos repetitivos surgem iguais ou com leves modificações, muitas
vezes durante anos.
Os sonhos focais são, na maioria das vezes, curtos e pobres em imagens,
mas sempre apresentam emoções fortes associadas, e o sonhador sente
uma necessidade premente de clarificá-los.
2
DIAS, Victor R. C. S. Sonhos e psicodrama interno na análise psicodramática. São Paulo:
Ágora, 1996.
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1.4.5 Elementos do Sonho
FIGURA 8
1.4.6 Transferência
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Em algumas fases da relação terapêutica os sentimentos podem surgir de
forma positiva, mesmo sendo sexuais, em sua natureza ou podem ser tornar
potencialmente negativos em relação ao terapeuta. Freud salienta que a repetição é
uma transferência do passado esquecido, não apenas para a figura do analista, mas
também para todos os outros aspectos da situação atual.
A resistência e a transferência são mecanismos de defesa. Uma aparece na
tentativa de se defender de lembranças dolorosas, a outra como a repetição de uma
relação objetal passada. (ROBERT, 2012). A transferência não é um obstáculo para
o tratamento. Pelo contrário, esse mecanismo psíquico é um indicador da direção do
processo analítico. É um facilitador que exige o posicionamento preciso da figura do
analista.
Dessa forma, o analista deve manejar a transferência para que o paciente
deixe de ficar somente repetindo sintomas e comece a prestar atenção nas suas
próprias queixas, isto é, a considerar que seus sintomas são dignos de uma
investigação.
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terapeuta com relação às semelhanças do marido, do namorado. A situação é a
mesma para o paciente do sexo masculino.
De acordo com Robert (2011), as transferências positivas e negativas
precisam coexistir. Esta é a condição para o tratamento psicanalítico. Na opinião da
autora, as neuroses, os sentimentos afetuosos e hostis, conscientes e inconscientes,
ocorrem lado a lado e são simultaneamente para a mesma pessoa. Assim, repetir,
resistir e elaborar são trabalhos que ocorrem neste espaço que engloba a dimensão
da ambivalência.
1.4.9 Contratransferência
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ou ultrapassado para que o analista volte a trabalhar em condições adequadas.
(FREUD, 1910).
Para Racker (1982), a contratransferência consiste em:
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1.4.10 Histórico da Hipnose
FIGURA 9
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O que não é a hipnose?
Não é sono.
Não é estar sob o poder de alguém.
Não é tratamento.
Não é um método.
FIGURA 10
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30
Um procedimento durante o qual um profissional de saúde ou pesquisador
sugere que um cliente, paciente ou um sujeito experimente mudanças de
sensações, percepções, pensamentos e comportamentos. O contexto
hipnótico é geralmente estabelecido por um procedimento de indução.
Embora haja muitas induções hipnóticas diferentes, a maioria inclui
sugestões de relaxamento, calma e bem-estar. Instruções para pensar
sobre experiências agradáveis são também comumente incluídas em
induções hipnóticas. (AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION, 2004.
p. 7).
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1.4.12 A Hipnose na Aplicação Clínica
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A psicoterapia psicanalítica é uma técnica especializada no tratamento de
doenças mentais e perturbações. É uma forma de ajuda profissional que atua
diretamente nos transtornos como: depressão, pânico, transtornos obsessivos e
esquizofrenia. O tratamento visa não apenas tratar o sintoma, mas resolver a causa
geradora do problema.
A psicoterapia tem como objetivo facilitar o processo de cura e reabilitação
dos pacientes. Os objetivos mudam conforme a demanda do paciente. Por exemplo,
se o paciente sofre em função de um quadro patológico grave, como a
esquizofrenia, então os objetivos de tratamento são mais abrangentes, enquanto
aquele que sofre de uma ansiedade, o recomendado é a terapia focal.
O analista e o paciente estabelecem uma relação de confiança e de
confidencialidade. E este vínculo terapêutico funciona como um processo de
mudança na vida deste. O analista tem um papel fundamental no processo de
tratamento, deve assumir uma postura de não julgamento e total aceitação daquilo
que o paciente expõe.
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A psicoterapia psicanalítica não é um processo de resultados imediatos. A
duração da terapia dependerá de diversos fatores: nível de sofrimento psicológico,
gravidade do problema, tipo de transtorno mental, objetivos da terapia, tipos de
tratamento, tipo de técnica utilizada, disponibilidade financeira e de tempo do
paciente.
1.5.3 Benefícios
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1.5.5 A Diferença entre a Formação do Psicoterapeuta e do Psicanalista
a) Psicoterapeuta
b) Psicanalista
FIM DO MÓDULO I
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