Referencial Curricular
Referencial Curricular
Referencial Curricular
ENSINO FUNDAMENTAL
2013
ESTADO DE RONDÔNIA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Daniel Gouveia
Secretário Adjunto de Estado da Educação
Elaboração
Coordenadores Pedagógicos e Professores da Rede Estadual de Ensino de Rondônia
Coordenadores Pedagógicos das Coordenadorias Regionais de Educação
Técnicos da SEDUC
Equipe de Revisão
Alba Patrícia Gonçalves Correia
Ana Lúcia da Silva Silvino Pacini
Rachel de Oliveira Lima Moraes
Chirlane Nobre Belo
Cleidiane da Penha Segura de Melo
Edna Carla Neves do Amaral
Evaci Maria Moreira
Hélio Rodrigues da Rocha
Jacimara Nascimento Von Dollmger
Joelygia Maria de Moura Siena
Sonja Enie de Melo Andrade
Vânia Sales da Silva
Coordenação de Elaboração
Angelina Pereira dos Santos Lima
Cristina Maria de Paula
Sandra Teixeira de Assunção
Valdeci Teixeira Silva Andrade Santos
Vanessa Campanari Gaio
Coordenação Geral
Rute Alves da Silva Carvalho
Zuleide Santos Farias
EDUCADORES,
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................... 09
1. ESCOlA E CURRÍCUlO ....................................................................................................................... 10
2. ENSINO FUNDAmENTAl ................................................................................................................... 11
2.1. Marco Normativo .................................................................................................................................................. 11
2.2. Pressupostos e Fundamentos .......................................................................................................................... 12
2.2.1. Alfabetização e Letramento ........................................................................................................... 12
2.2.2. A Pesquisa na Escola ........................................................................................................................ 13
3. ORIENTAÇÃO mETODOlóGICA ........................................................................................................ 15
3.1. Dimensões da Ação Pedagógica no Currículo: Interdisciplinaridade
e Transversalidade .............................................................................................................................................. 15
3.2. Mediação Tecnológica........................................................................................................................................ 16
4. TEmAS TRANSVERSAIS/SOCIAIS E CONTEúDOS OBRIGATóRIOS ................................................... 17
4.1. Educação Ambiental ........................................................................................................................................... 17
4.2. Educação para o Trânsito .................................................................................................................................. 19
4.3. Direitos Humanos e Diversidade .................................................................................................................... 21
4.4. Ética e Cidadania ................................................................................................................................................. 22
4.5. Orientação Sexual/Prevenção e Promoção à Saúde ............................................................................... 23
4.6. Pluralidade Cultural ............................................................................................................................................ 25
4.7. Educação Fiscal .................................................................................................................................................... 26
4.8. Símbolos Nacionais ............................................................................................................................................ 31
4.9. Os Diretos das Crianças e dos Adolescentes .............................................................................................. 31
4.10. História, Cultura Afro-Brasileira e Indígena .............................................................................................. 32
4.11. Música ................................................................................................................................................................... 32
4.12. O Processo de Envelhecimento, o Respeito e a Valorização do Idoso ........................................... 32
5. O CURRÍCUlO E AS AVAlIAÇõES EXTERNAS ................................................................................... 35
6. ÁREA DO CONhECImENTO: lINGUAGENS ....................................................................................... 37
6.1. Caracterização da Área de Linguagens ........................................................................................................ 39
6.2. Língua Portuguesa – 1º ao 9º Ano................................................................................................................. 39
6.3. Língua Inglesa – 6º ao 9º Ano........................................................................................................................... 79
7
6.4. Língua Espanhola – 6º ao 9º Ano ................................................................................................................... 86
6.5. Língua Materna, para população indígena ................................................................................................ 90
6.6. Arte – 1º ao 9º Ano ............................................................................................................................................. 90
6.7. Educação Física – 1º ao 9º Ano ....................................................................................................................... 133
7. Área de conhecimento: Matemática ...................................................................................... 163
7.1. Caracterização da Área de Matemática – 1º ao 9º Ano............................................................................. 165
8. Área de conhecimento: Ciências da Natureza ................................................................... 193
8.1. Caracterização da Área de Ciências da Natureza – 1º ao 9º Ano ...................................................... ... 195
9. Área de Conhecimento: Ciências Humanas .......................................................................... 215
9.1. Caracterização da Área de Ciências Humanas ........................................................................................... 217
9.2. História – 1º ao 9º Ano........................................................................................................................................ 218
9.3. Geografia – 1º ao 9º Ano ................................................................................................................................... 234
10. Área de Conhecimento: Ensino Religioso .......................................................................... 247
10.1. Caracterização da Área de Ensino Religioso - 1º ao 9º Ano ................................................................. 249
11. MODALIDADES DE EDUCAÇÃO - A DIVERSIDADE NA FORMAÇÃO HUMANA ............................... 258
11.1. Educação Especial .............................................................................................................................................. 258
11.2. Educação Escolar Quilombola ....................................................................................................................... 265
11.3. Educação Escolar Indígena ............................................................................................................................. 266
12. EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL ................................................................................................. 271
13. AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO CURRÍCULO ........................................................................ 272
14. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 275
A década de 1990 foi marco de uma reforma educa- A Secretaria de Estado da Educação de Rondônia,
cional que teve como eixo principal a mudança da or- objetivando a melhoria na qualidade de ensino, de-
ganização curricular no país, na qual foram definidas flagrou discussão sobre o currículo, visando atender
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação. Es- às exigências do Ministério da Educação e promover
sas Diretrizes determinaram novas bases filosóficas e transformação no processo educativo, priorizando
metodológicas, a partir das quais deveriam desenvol- um desenho curricular por competências e habilida-
ver-se os currículos nos sistemas estaduais de ensino. des a serem desenvolvidas por meio da contextuali-
zação dos conhecimentos e da interdisciplinaridade,
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
considerando a identidade regional.
9.394/96, em consonância com o que estabelece a
Constituição Federal de 1988, concebe a educação Para tanto, foram convidados a participar do proces-
como Direito de todos, alicerçada na ética e nos va- so de discussão profissionais da educação: professo-
lores da solidariedade, liberdade, justiça social e sus- res, orientadores educacionais, supervisores escola-
tentabilidade, cuja finalidade é o pleno desenvolvi- res, diretores, representantes de Conselhos Escolares,
mento de cidadãos críticos e compromissados com a técnicos das Coordenadorias Regionais de Educação,
transformação social. Núcleos de Apoio às Coordenadorias e instituições
parceiras.
As Diretrizes Curriculares Nacionais foram redefini-
das, passando a orientar a estruturação do currículo Estabeleceu-se como prioridade promover uma
por áreas de conhecimento, as quais são: Linguagens, construção participativa, coletiva e democrática, pos-
Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas sibilitando ampla discussão e reflexão sob diferentes
e Ensino Religioso para o Ensino Fundamental e as olhares e com a efetiva participação dos protagonis-
Áreas de Linguagens, Matemática, Ciências da Natu- tas da ação pedagógica que executam o currículo do
reza e Ciências Humanas para o Ensino Médio. dia a dia da escola- os professores. Dessa forma, con-
sidera-se assegurada a legitimidade do processo de
A coletânea de Parâmetros Curriculares Nacionais e
elaboração.
de importantes documentos legais, dentre os quais
o Plano Nacional de Educação e o Plano de Desen- A construção deste Referencial Curricular tem como
volvimento da Educação, respaldados nos preceitos principais objetivos: contribuir com a inclusão escolar
constitucionais e princípios educacionais, reafirmam de toda população estudantil, o acesso ao conheci-
a necessidade e obrigação dos estados de elabora- mento com equidade; propiciar condições de perma-
rem referencial curricular próprio, capaz de orientar nência e sucesso na escola; melhorar a qualidade do
as ações educativas, de forma a adequá-lo aos ideais processo ensino e aprendizagem; fornecer às escolas
democráticos e à busca da melhoria na qualidade do informações e orientações sobre estratégias pedagó-
ensino. gicas e contemplar as especificidades regionais.
Além disso, para acompanhar as transformações do Este documento balizador do fazer pedagógico e
contexto atual, os indivíduos têm modificado suas re- norteador das ações no espaço escolar pretende
lações, o que obriga a escola a se atualizar para aten- orientar os profissionais no desenvolvimento de suas
der às crescentes demandas e cumprir a sua função atividades, almejando melhorar o processo ensino e
social. Isso posto, requer o repensar do currículo es- aprendizagem e, consequentemente, a qualidade da
colar, perpassando pela reflexão sobre que cidadãos educação no Estado de Rondônia.
queremos.
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1. ESCOLA E CURRÍCULO
A Constituição Federal de 1988, art. 22, inciso XXIV petências vinculadas a esses objetivos deve ocorrer
preconiza que a educação é direito de todos e dever ao longo dos nove anos do Ensino Fundamental de
do Estado e da família, devendo ser promovida e in- forma gradativa e aprofundada, sendo norte para o
centivada com a colaboração da sociedade, visando desenvolvimento curricular na escola.
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo
O Conselho Nacional de Educação, por meio da Re-
para o exercício da cidadania e sua qualificação para
solução CNE/CEB n.7, de 14/12/2010, fixa as Diretrizes
o trabalho.
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de
A Lei n. 9.394∕1996 – LDB estabelece as diretrizes e nove anos, na qual expressa que os sistemas de ensi-
bases da educação nacional e aponta no artigo 32 no e as escolas adotarão os princípios éticos, políticos
que o Ensino Fundamental constitui etapa obrigatória e estéticos como norteadores das políticas educati-
da educação básica com a duração de nove anos, ini- vas e das ações pedagógicas na escola.
ciando-se aos seis anos de idade, e tem por objetivo
Ainda nesta mesma normativa, o currículo do Ensi-
a formação básica do cidadão, inclusive para aqueles
no Fundamental é entendido como constituído pelas
que não tiveram acesso ou continuidade de estudos
experiências escolares que se desdobram em torno
na idade própria.
do conhecimento, permeadas pelas relações sociais,
De modo a garantir o cumprimento da finalidade do buscando articular vivências e saberes dos alunos
Ensino Fundamental na formação do cidadão nessa com os conhecimentos historicamente acumulados,
etapa da educação básica, esse art. 32, define um contribuindo para construir identidade dos estudan-
conjunto de pressupostos para essa etapa de ensino: tes.
A partir do disposto nas normas para a Educação
Básica, é imprescindível considerar as dimensões do
I– O desenvolvimento da capacidade de apren-
educar e cuidar em sua inseparabilidade, buscando
der, tendo como meios básicos o pleno desen-
recuperar para a função social desse nível da educa-
volvimento da leitura, da escrita e do cálculo;
ção, a sua centralidade, que é o educando, pessoa
II – A compreensão do ambiente natural e social, em formação na sua essência humana, sendo que,
do sistema político, da tecnologia, das artes e no Ensino Fundamental, acolher significa cuidar e
dos valores em que se fundamenta a socieda- educar, como forma de garantir a aprendizagem dos
de; conteúdos curriculares, para que o aluno desenvolva
III – O desenvolvimento da capacidade de apren- interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir
dizagem, tendo em vista a aquisição do co- dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua
nhecimento e habilidades e a formação de cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibili-
atividades e valores; te, ainda, sentir-se como coprodutor desses bens.
IV – O fortalecimento dos vínculos de família, dos Por sua vez, o sistema estadual de ensino, por meio
laços de solidariedade humana e de tolerância do Conselho Estadual de Educação, expede normas
recíproca em que se assenta a vida social. complementares e de regulamentação do desen-
volvimento do Ensino Fundamental em suas moda-
lidades: Regular, Educação de Jovens e Adultos - EJA,
Esse conjunto de objetivos revela as intenções de for- Educação Especial, Educação Escolar Quilombola,
mação de um cidadão que, instrumentalizado pelo Educação do Campo, Educação Escolar Indígena e
conhecimento, possa se desenvolver como sujeito Educação Profissional e Tecnológica, que, articuladas
capaz de compreender as inter-relações dos elemen- às normas nacionais, orientam a Secretaria de Estado
tos que constituem sua realidade social e atue criti- da Educação no desenvolvimento da educação fun-
camente em seu meio. O desenvolvimento das com- damental nas escolas públicas estaduais.
11
2.2. Pressupostos e Fundamentos Letramento não é necessariamente o resultado de
ensinar a ler e a escrever. Ler e escrever são dois pro-
2.2.1. Alfabetização e Letramento
cessos diferentes, e o que sabemos a partir da inves-
O processo de alfabetização e letramento é de suma tigação de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, publicada
importância na vida escolar dos alunos do Ensino no Brasil, no livro chamado Psicogênese da língua es-
Fundamental. A estudiosa em educação Telma Weisz crita, é que as crianças em fase de alfabetização pas-
enfatiza que: sam por dois processos: um de construção de hipó-
teses de escrita e outro de construção de hipóteses
A tradição pedagógica, qualquer que seja seu en- de leitura.
foque ou discurso, reduziu sempre a alfabetização
ao mero aprendizado do sistema alfabético. Já na Entender e refletir sobre o processo de aprendizagem
década de trinta, há mais de meio século, portan- é fundamental para que os profissionais analisem sua
to, Vygotsky questionava este empobrecimento ao própria ação didática, descobrindo os melhores con-
dizer que “ensina-se as crianças a desenhar letras teúdos e procedimentos que permitam obter êxito
e a construir palavras com elas, mas não se ensina na ação pedagógica e assim, não só acompanhar o
a linguagem escrita”. Quatro décadas se passaram desenvolvimento do estudante, mas perceber o pró-
antes que a psicogênese da língua escrita nos per- prio crescimento nos aspectos cognitivos, afetivos e
mitisse desvendar o processo pelo qual as crianças profissionais.
chegam a dominar o funcionamento do sistema A compreensão sobre a realidade em que o aluno
alfabético. Só então foi possível perceber que, cen- está inserido no processo de aprendizagem é umas
trados no detalhe, deixávamos de ensinar o funda- das metas essenciais para progressão do conheci-
mental: a língua que se esconde por trás das le- mento. A organização pedagógica, o planejamento,
tras, aquela que se escreve. Parametros em Ação, as estratégias de ensino e metodologias devem ser
Alfabetização p. 52, 1999. contempladas pelo professor, em todas as situações
de sala de aula.
Vygotsky concebe a conexão entre o pensamento e
a linguagem como originária do desenvolvimento do O processo de alfabetização e letramento requer que
ser humano, evoluindo ao longo do tempo, num pro- as práticas pedagógicas estejam centradas nos eixos
cesso dinâmico, sendo que a educação é mediadora mais relevantes a serem atingidos pelas crianças ao
entre o cotidiano e o não cotidiano nesse processo. longo dos diferentes momentos do bloco pedagógi-
Defende a importância de a escola valorizar a intera- co da alfabetização:
ção do sujeito com seus pares, oferecendo oportuni- • Compreensão e valorização da cultura escrita;
dade aos mesmos para exercitarem a sua linguagem.
• Apropriação do sistema de escrita;
Na concepção de Piaget, o homem é um ser essen- • Prática de leitura;
cialmente social, impossível de ser pensado fora do
• Produção de textos escritos;
contexto da sociedade em que nasce e vive. Em ou-
tras palavras, “o homem não social é considerado • Oralidade.
como molécula isolada do resto de seus semelhan-
É oportuno destacar que o processo de aquisição e
tes, é visto como independente das influências da
apropriação do sistema alfabético, bem como o de-
tradição, este homem simplesmente não existe” (La
senvolvimento de capacidades acima mencionadas,
Taille, 1992, p. 11).
deve ser possibilitado ao aluno, em situações de uso
Por alfabetização, entende-se como sendo um pro- e estilos de linguagem diferentes, inovadores e atra-
cesso específico e indispensável de apropriação do entes para que o mesmo sinta prazer em aprender.
sistema de escrita, compreendendo a conquista da A atividade docente deve ser permeada de máxima
base alfabética e ortográfica, possibilitando ao aluno competência técnica, para que o desenvolvimento
ler e escrever. Letramento, conforme Soares (2003), é das capacidades linguísticas de ler e escrever, falar e
condição para sobrevivência e a conquista da cidada- ouvir seja proporcionado, partindo do diagnóstico
nia no contexto das transformações culturais, sociais, das hipóteses de escrita e estratégias de leitura que
políticas, econômicas e tecnológicas. Amplia-se, as- o aluno já construiu quanto à competência leitora e
sim o sentido do que tradicionalmente se conhecia escritora, para patamares mais elevados. Destaca-se
por alfabetização. a importância do caráter lúdico que contribui para o
13
indispensável para o exercício da cidadania e for- A pesquisa deve ser assumida como uma atitude
necer-lhe meios para progredir no trabalho e em na prática pedagógica em que o docente terá que
estudos posteriores”. aperfeiçoá-la, estando em constante estado de
formulação, reformulação, construção, reconstru-
Nesta perspectiva, cabe à escola considerar na ção e inovação de seus conhecimentos e questio-
organização curricular uma orientação meto- namentos, em um compromisso intrínseco. A este
dológica baseada no princípio da “liberdade de respeito, Freire (1996, p 29) menciona:
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber” (Inciso II, Art. 4º da Enquanto ensino contínuo buscando, reprocuran-
Resolução nº 4/CEB, de 13 de julho de 2010. do. Ensino porque busco, porque indaguei, porque
indago e me indago. Pesquiso para constatar, con-
Considerar na organização metodológica do pro- tatando, intervenho intervindo educo e me educo.
cesso ensino-aprendizagem a pesquisa como prin- Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e
cípio pedagógico, significa contemplar, de acordo comunicar ou anunciar a novidade.
com Demo (1998):
A Resolução nº 7/CEB, de 14 de dezembro de 2010,
1. A convicção de que a educação pela pesqui- destaca em seu Art. 25 que “os professores levarão
sa é a especificidade mais própria da educa- em conta a diversidade sociocultural da popula-
ção escolar e acadêmica; ção escolar, as desigualdades de acesso ao consu-
mo de bens culturais e a multiplicidade de interes-
2. O reconhecimento de que o questionamento
ses e necessidades apresentadas pelos alunos no
reconstrutivo com qualidade formal e políti-
desenvolvimento de metodologias e estratégias
ca é o cerne do processo de pesquisa;
variadas que melhor respondam às diferenças de
3. A necessidade de fazer da pesquisa atitude aprendizagem entre os estudantes e às suas de-
cotidiana no professor e no aluno. mandas”.
A concretização dos princípios metodológicos para elas reforçam essas disciplinas ao se fundamentarem
o Currículo das Escolas Estaduais do Ensino Funda- em aproximações conceituais coerentes e nos con-
mental e Médio de Rondônia privilegia a aquisição textos sócio-históricos, possibilitando as condições
de aprendizagens significativas e o desenvolvimento de existência e constituição dos objetos dos conhe-
de competências e habilidades que devem ser instru- cimentos disciplinares.
mentos de trabalho da escola, do professor e do aluno. Indissociável da interdisciplinaridade, a transversa-
O Referencial Curricular aqui apresentado pretende lidade estrutura, complementa e insere a educação
dar um sentido ao fazer pedagógico, partindo de no contexto social e histórico. Os temas transversais
situações e problemas da realidade, buscando na tratam de processos que estão sendo intensamente
teorização respostas para compreendê-lo e recons- vividos pela sociedade, pelas comunidades, famí-
truí-lo de forma interdisciplinar e transversal, além de lias, alunos e educadores em seu cotidiano. São de-
integrá-lo à era da tecnologia. batidos em diferentes espaços sociais, em busca de
soluções e de alternativas, confrontando posiciona-
mentos diversos, tanto em relação à intervenção no
3.1. Dimensões da Ação Pedagógica no Currículo: âmbito social mais amplo, quanto a atuação pessoal.
Interdisciplinaridade e Transversalidade São questões urgentes que interrogam sobre a vida
humana, sobre a realidade que está sendo constru-
ída e que demandam transformações macrossociais
A educação, em todos os níveis, tem passado por e também de atitudes pessoais, exigindo, portanto,
muitos processos de mudanças relacionados ao de- ensino e aprendizagem de conteúdos relativos a es-
senvolvimento científico-tecnológico, a movimentos sas duas dimensões.
sociais, políticos e econômicos da sociedade pós-mo- Os PCN’s tratam essas duas dimensões de forma dife-
derna. renciada, porém, na prática pedagógica, alimentam-
Nessa perspectiva, a educação é um desafio cons- se mutuamente, tornando o currículo estruturado e
tante. A luta contra o insucesso escolar, as novas me- priorizando o desenvolvimento de competências e
todologias e técnicas de ensino, a qualificação dos habilidades.
professores, a integração escola-família, entre outros, Philippe Perrenoud identificou oito grandes catego-
são requisitos fundamentais no processo de educa- rias de competências fundamentais que, sendo de-
ção para a vida. senvolvidas, formam seres autônomos:
Nesse sentido, repensar a questão do currículo esco- 1. Saber identificar, avaliar e valorizar as suas pos-
lar torna-se essencial, pois a escola agora assume a sibilidades, os seus direitos e as suas necessida-
função de transformação dos sujeitos, exigindo-lhe des;
dar conta, não só do acesso à cultura por meio do
conhecimento socialmente valorizado como forma 2. Saber formar e conduzir projetos e desenvolver
de conhecimento pessoal, mas também da formação estratégias, individualmente ou em grupo;
da cidadania, através do convívio social e exercício de 3. Saber analisar situações, relações e campos de
práticas participativas. força de forma sistêmica;
Os Parâmetros Curriculares Nacionais dispõem a or- 4. Saber cooperar, agir em sinergia, participar de
ganização pedagógica da escola, em torno de três uma atividade coletiva e partilhar liderança;
princípios orientadores: a contextualização, a inter-
5. Saber construir e estimular organizações e sis-
disciplinaridade e as competências e habilidades.
temas de ação coletiva do tipo democrático;
A interdisciplinaridade está relacionada ao conceito
6. Saber gerir e superar conflitos;
de contextualização sócio-histórico como princípio
integrador do currículo. Isto porque ambas propõem 7. Saber conviver com regras, servir-se delas e ela-
uma articulação que vá além dos limites cognitivos borá-las;
próprios das disciplinas escolares, sem, no entanto, 8. Saber construir normas negociadas de convi-
recair no relativismo epistemológico. Ao contrário, vência que superem as culturais.
15
Construir habilidades e desenvolver competências fessor versus aluno, propondo novos ambientes de
pressupõe disponibilizar recursos mobilizados que, aprendizagem. É preciso,então, conhecer as novida-
na estrutura cognitiva, assumirão sua postura em si- des oferecidas pela tecnologia no campo educacio-
nergia, objetivando um agir eficiente em situações nal, avaliando de maneira criteriosa os benefícios que
complexas da vida da pessoa. Portanto, entende-se tais novidades proporcionam. Para isso, faz-se neces-
por competência a capacidade de mobilizar, articular sário conhecer os recursos disponíveis na escola e sa-
recursos para a resolução de situações complexas de ber utilizá-los de forma adequada.
forma criativa.
Torna-se de fundamental importância questionar as
características, vantagens, desvantagens, exemplos
de utilização, experiências vividas, e avaliar a verda-
3.2. Mediação Tecnológica
deira aplicabilidade pedagógica da mídia a ser explo-
rada em sala de aula.
Os desafios contemporâneos demandam um repen- Como agregar teoria e prática com as mídias ao currí-
sar da educação que envolve diversificar as formas culo? Temos TV, vídeo, informática, mídia impressa e
de agir, aprender e buscar conhecimentos, conside- rádio, que devem ser integradas no processo ensino-
rando a cultura e os meios de expressão que a per- aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.
meiam. Para que tais ações aconteçam e possam realmente
Uma das maneiras de se reconsiderar a educação é contribuir para a aprendizagem das diferentes áreas
conduzir educandos e educadores a buscarem os de conhecimento, é importante desenvolver compe-
conhecimentos das tecnologias de informação e co- tências e habilidades no uso das mídias e associá-las
municação, sendo necessária, para isso, a dissemina- aos conteúdos curriculares, promovendo a integração.
ção das mídias educacionais, para que esses recursos O Projeto Político Pedagógico da escola contemplará
possam auxiliar no processo de ensino-aprendiza- o uso das mídias e tecnologias disponíveis na escola,
gem e no aperfeiçoamento da prática pedagógica. na perspectiva da integração com o currículo escolar,
Os meios tecnológicos adentram as salas de aula garantindo, em cada área, o papel e a contribuição
propondo mudanças significativas na interação pro- das mesmas.
Nas últimas décadas da nossa história, as advertên- É a escola um espaço social onde o aluno dará sequ-
cias sobre as profundas mudanças ocorridas na re- ência ao seu processo de socialização. O que nela se
lação entre Sociedade e Natureza tornaram-se roti- faz, se diz e se valoriza representa um exemplo daqui-
neiras. O desenvolvimento econômico resultante do lo que a sociedade deseja e aprova. Comportamen-
progresso científico e avanço tecnológico demons- tos ambientalmente corretos devem ser aprendidos
tram claramente que o domínio do homem sobre a na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo
natureza tem desencadeado alterações ecológicas para a formação de cidadãos responsáveis.
de graves proporções e consequências para o con- Atualmente as questões ambientais já encontram
junto da humanidade. certa inserção nas comunidades. A fragilidade dos
Vivencia-se na atualidade a previsão de um futuro ambientes naturais coloca em jogo a sobrevivência
incerto com enormes problemas de contaminação, humana. Devido a isto, ocorreu o crescimento dos
esgotamento de recursos não renováveis e escassez movimentos ambientalistas e das preocupações eco-
de recursos renováveis, aquecimento global, des- lógicas, criando-se condições para o desenvolvimen-
matamento, contaminação da água e do solo, fome, to de um currículo que seja relacionado com esses
pobreza e super população que constituem um peri- problemas.
go para a saúde e o bem-estar social. Tudo isso tem Muitos professores, preocupados com os problemas
provocado uma tomada de consciência generalizada ambientais, acham que a educação ambiental tem
de que o caminho empreendido pela sociedade e o que ser voltada para a formação de uma consciên-
modo em que se tem enfocado as relações dos se- cia conservacionista. Uma consciência, portanto, re-
res humanos com o meio que os sustenta é algo que lacionada com aspectos naturalistas, que considera
deve ser replanejado, se deseja oferecer um futuro o espaço natural fora do meio humano. Desta visão,
equilibrado às futuras gerações. surge a grande maioria das ações educacionais di-
Cumprindo as determinações emanadas das Con- recionadas, de forma predominante, para defesa do
ferências Internacionais e Nacionais, obedecendo a espaço natural de maneira restrita. Em muitos pro-
seus princípios, objetivos e metas, o Brasil, através dos jetos escolares, a Educação Ambiental se restringe a
marcos legais da Constituição Federal de 1988, da Lei reciclagem de lixo, papel e plástico, ações de plantio
9.795/99, que instituiu a Política Nacional de Educação de mudas e comemorações em datas pontuais, tais
como, semana do meio ambiente, dia da árvore, dia
Ambiental – PNEA, dos Parâmetros Curriculares Na-
da água e outras.
cionais – PCN’s e a Resolução n. 2, de 15 de junho de
2012, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacio- No âmbito das escolas é preciso que fique definido
nais para a Educação Ambiental, assegura a efetivida- como objetivo pedagógico, qual tipo de educação
de desse direito, incumbindo ao Poder Público, entre ambiental deve ser seguido: uma educação conser-
outras providências, promover a Educação Ambiental vacionista, que é aquela cujos ensinamentos con-
em todos os níveis de ensino e a conscientização pú- duzem ao uso racional dos recursos naturais e à ma-
blica para preservação do meio ambiente. nutenção de um nível ótimo de produtividade dos
ecossistemas naturais ou gerenciados pelo homem,
A Educação Ambiental é um processo participativo,
ou uma educação voltada para o meio ambiente, que
no qual o educando assume o papel de elemento
implica em uma profunda mudança de valores, em
central do processo de ensino e aprendizagem pre- uma nova visão de mundo e uma nova maneira de
tendido, participando ativamente no diagnóstico dos se ver pertencente ao meio em que está inserido, o
problemas ambientais e na busca de soluções, sendo que ultrapassa bastante o estado conservacionista. É
preparado como agente transformador, através do papel fundamental da escola, propiciar mecanismos
desenvolvimento de habilidades, da formação de ati- para diminuir o distanciamento entre o que está ex-
tudes e de uma conduta ética, condizentes ao exercí- plícito nos documentos e leis (Lei 9795/99) e o que
cio da cidadania. está sendo praticado.
17
Devemos perceber claramente a tônica da Educação • adotar posturas na escola, em casa e em sua co-
Ambiental direcionada para uma consciência mais munidade que os levem a interações construti-
abrangente sobre a forma de perceber o que é o vas, justas e ambientalmente sustentáveis;
meio ambiente para as pessoas e o que significa edu-
• compreender que os problemas ambientais in-
cação para preservá-lo.
terferem na qualidade de vida das pessoas, tan-
A forma de pensar e agir sobre os problemas am- to local quanto globalmente;
bientais implica na inter-relação da ética, da política,
• conhecer e compreender, de modo integrado,
da economia, da ciência, da cultura, da tecnologia, da
as noções básicas relacionadas ao meio ambien-
ecologia, para uma prática da educação ambiental vol-
te;
tada para a mudança do comportamento das comuni-
dades e, até mesmo, para a atuação da escola como • perceber, em diversos fenômenos naturais, en-
agente transformador da cultura e da conscientização cadeamentos e relações de causa/efeito que
das pessoas para os problemas ambientais. condicionam a vida no espaço (geográfico) e
no tempo (histórico), utilizando essa percepção
Neste contexto, a Educação Ambiental deve estar
para posicionar-se criticamente diante das con-
presente em todos os níveis e modalidades de ensi-
dições ambientais de seu meio;
no, de forma interdisciplinar, garantindo a diferentes
grupos e faixas etárias o desenvolvimento da cultura • compreender a necessidade e dominar alguns
e cidadania ambiental, de modo que impregne toda procedimentos de conservação e manejo dos
a prática educativa e, ao mesmo tempo, crie uma recursos naturais com os quais interagem, apli-
visão global e abrangente da questão ambiental, vi- cando-os no dia a dia.
sando os aspectos físicos, históricos e sociais, assim Neste sentido, deve-se incluir no Projeto Político Pe-
como a articulação entre a escala local e planetária dagógico das escolas a oferta da Educação Ambien-
desses problemas. tal para todos os níveis e modalidades de ensino e
Trabalhar de forma transversal significa buscar a em todos os componentes curriculares, de forma
transformação dos conceitos, a explicitação de valo- que fortaleça a cidadania ambiental nas escolas e co-
res e a inclusão de procedimentos, sempre vincula- munidades, a partir de uma educação participativa,
dos à realidade cotidiana da sociedade, de modo que democrática, transformadora e crítica, abordando o
obtenha cidadãos mais participantes. Cada profes- conhecimento e o exemplo na resolução de proble-
sor, dentro da especificidade de sua área, deve ade- mas socioambientais. Devem ser seguidos os seguin-
quar o tratamento dos conteúdos para contemplar tes aspectos na oferta da Educação Ambiental, nos
a Educação Ambiental; estes devem permear todas níveis e modalidades de ensino:
as disciplinas do currículo e contextualizá-los com a • Educação Infantil e início do Ensino Fundamen-
realidade da comunidade. A escola ajudará o aluno a tal: enfatizar a sensibilização com a percepção,
perceber a correlação dos fatos e ter uma visão holís- a interação, o cuidado e o respeito das crianças
tica, ou seja, integral do mundo em que vive, sendo para com a natureza e cultura, destacando a di-
capaz de: versidade dessa relação;
• identificar-se como parte integrante da natureza • Anos finais do Ensino Fundamental: desenvol-
e sentir-se afetivamente ligados a ela, perceben- ver o raciocínio crítico, prospectivo e interpreta-
do os processos pessoais como elementos fun- tivo das questões socioambientais, bem como,
damentais para uma atuação criativa, responsá- a cidadania ambiental;
vel e respeitosa em relação ao meio ambiente;
• Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos:
• perceber, apreciar e valorizar a diversidade natu- aprofundar o pensamento crítico, contextuali-
ral e sociocultural, adotando posturas de respei- zado e político e a cidadania ambiental, frente
to aos diferentes aspectos e formas do patrimô- às desigualdades sociais que expõem grupos
nio natural, étnico e cultural; sociais economicamente vulneráveis em condi-
• observar e analisar fatos e situações do ponto ções de risco ambiental;
de vista ambiental, de modo crítico, reconhe- • Educação do Campo, Educação Indígena e Edu-
cendo a necessidade e as oportunidades de atu- cação Quilombola: nestas modalidades de ensi-
ar de modo propositivo, para garantir um meio no é importante a revitalização da história e da
ambiente saudável e a boa qualidade de vida;
19
TEMÁTICAS: • A formação do senso crítico por meio da in-
terpretação da conjuntura em que se insere o
a) Valores
trânsito.
• Respeito, cortesia, cooperação, tolerância e
compromisso;
d) Segurança
• A importância de se ter disciplina e cumprir re-
• Atitudes seguras;
gras e normas;
• Pressa x Atenção;
• A importância de cada um no grupo social;
• A importância de conhecer as placas de sina-
• O respeito às limitações;
lização;
• Como ser útil nos diferentes grupos;
• A importância de conhecer as mensagens do
• A importância de ajudar, ser solidário; semáforo, para condutores e pedestres;
• As emoções: raiva, felicidade, tristeza, alegria, • A importância de conhecer e respeitar as nor-
etc.; mas de trânsito;
• Família, escola e comunidade. • As consequências dos comportamentos ina-
b) Orientação no espaço urbano e rural: dequados no trânsito: excesso de velocidade e
desrespeito às leis de trânsito, etc.;
• Esquemas referenciais: direita e esquerda, per-
to e longe, direção e distância; • A brincadeira e onde é perigoso brincar;
21
dimento pedagógico que possibilite minimizar os la propriedade de alguns sujeitos, mas que o direito
conflitos causados pelas diferenças, o preconceito e de ser humano é um estatuto que todas as pessoas
a discriminação relacionada ao sexismo, às questões têm o dever moral de, consciente e voluntariamente,
de gênero e identidade de gênero, ao respeito às conceder-se umas às outras. A dimensão moral das
orientações sexuais, às relações afetivas e homoafe- ações humanas guarda uma perspectiva de intencio-
tivas, bem como um olhar pedagógico a respeito da nalidade. Ao agir no mundo, construindo sua vida na
homofobia e suas implicações, assegurando ações de relação com os outros, o ser humano o faz com vistas
cidadania e respeito mútuo no espaço escolar. a sua realização. Esta realização apresenta-se como a
perspectiva de concretizar algo definido como bem,
que vai ao encontro de necessidades e desejos das
4.4. Ética e Cidadania pessoas de uma determinada cultura e tem sempre
um caráter histórico.
Um dos bens, como finalidade da vida humana, é fe-
A Ética diz respeito às reflexões sobre as condutas hu-
licidade, aqui entendida como concretização da vida
manas. A pergunta ética por excelência é: “Como agir
humana, que tem sempre um caráter coletivo, o que
perante os outros?”. Verifica-se que tal pergunta é
não elimina a possibilidade de haver a experiência
ampla, complexa e sua resposta implica tomadas de
particular de felicidade.
posição valorativas. A questão central das preocupa-
ções éticas é a da justiça, entendida como inspirada A formação da cidadania se faz, antes de tudo, pelo
pelos valores de igualdade e equidade. Na escola, o seu exercício. A escola possui condição especial para
tema Ética encontra-se, em primeiro lugar, nas pró- essa tarefa e os Temas Transversais têm um papel di-
prias relações entre os agentes que constituem essa ferenciado por tratar de assuntos diretamente vincu-
instituição: alunos, professores, funcionários e pais. lados à realidade e seus problemas.
Em segundo lugar, encontra-se nas disciplinas do A participação é um princípio da democracia que ne-
currículo, uma vez que o conhecimento não é neu- cessita ser trabalhado: é algo que se aprende e se en-
tro, nem impermeável a valores de todo tipo. Final- sina. A escola será um lugar possível para essa apren-
mente, encontra-se nos demais Temas Transversais, dizagem, se promover a convivência democrática
já que, de uma forma ou de outra, tratam de valores no seu cotidiano, pois se aprende a participar, parti-
e normas. Em suma, a reflexão sobre as diversas faces cipando. No entanto, se a escola negar aos alunos a
das condutas humanas deve fazer parte dos objeti- possibilidade de exercerem essa capacidade, estará,
vos maiores da escola comprometida com a forma- ao contrário, ensinando a passividade, a indiferença
ção para a cidadania. e a obediência cega. É aqui que a importância do
convívio escolar ganha amplitude, a fim de tomar a
Partindo dessa perspectiva, o tema Ética traz a pro- escola como espaço de atuação pública dos alunos.
posta de que a escola realize um trabalho que possi-
bilite o desenvolvimento da autonomia moral, condi- O ensino e a aprendizagem da participação têm como
ção para a reflexão ética. Para isso foram eleitos como suporte básico a realidade escolar para o uso efetivo
eixos do trabalho quatro blocos de conteúdo: Respei- dos procedimentos aprendidos e para a promoção das
to Mútuo, Justiça, Diálogo e Solidariedade, valores re- capacidades que se quer desenvolver. Assim, devem ser
ferenciados no princípio da dignidade do ser huma- eleitos métodos e atividades que ofereçam experiên-
no, um dos fundamentos da Constituição Brasileira. cias de aprendizagem ricas em situações de participa-
ção, nas quais os educandos possam manifestar, assu-
A cidadania é uma condição construída historica- mir responsabilidades, colocar-se, resolver problemas,
mente. Os PCN’s afirmam que seu sentido mais pleno conflitos e refletir sobre as consequências de seus atos.
aponta para a possibilidade de participação efetiva na Situações que envolvam atividades como seminários,
produção e usufruto de valores e bens de um determi- exposição de trabalhos, organização de campanhas,
nado contexto e sua configuração, e para o reconhe- monitoria de grupos de estudos, eleição e desenvolvi-
cimento do direito de falar e ser ouvido pelos outros. mento de projetos, etc., favorecem essa aprendizagem.
Ser cidadão é participar de uma sociedade, ter direi- Propor que a escola trate questões sociais na pers-
to a ter direitos, bem como construir novos direitos e pectiva da cidadania coloca imediatamente a ques-
rever os já existentes. Admitir e defender direitos hu- tão da formação dos educadores e de sua condição
manos significa não reconhecer apenas esta ou aque- de cidadãos. Para desenvolver sua prática, os profes-
23
seios, suas angústias, seus medos, suas necessidades a reflexão e o conhecimento, valorizam a construção
e suas dúvidas sobre a sexualidade. coletiva, a participação e a mobilização social. E por
meio de políticas sociais saudáveis, intersetoriais e
O educador, atento às manifestações anteriormente
sustentáveis, a produção da saúde na escola repre-
citadas, pode, ainda, ajudar a criança e o adolescente
senta enfrentamento às desigualdades socialmente
a se prevenirem ou se libertarem de uma situação de
determinadas, incluídas as questões relativas a gêne-
violência ou de abuso sexual, pois certas atitudes do
ro, raça/etnia e orientação sexual, entre outras.
estudante são como um grito de socorro, que gran-
de parte dos educadores não consegue ouvir, devido Dialogar pressupõe a garantia do direito à fala, à escu-
aos preconceitos e à ignorância diante de determina- ta, de emitir sugestões, de perguntar e de esclarecer
dos comportamentos relacionados à sexualidade. dúvidas, do exercício do poder de decisão, de identi-
ficar prioridades, de fazer escolhas e, sobretudo, de
A escola deve estar preparada para apreender e com-
participar. Educadores têm se pautado nessas ideias
preender todas as manifestações do educando, a fim
para agir de forma contundente no oferecimento de
de orientá-lo em suas buscas, ajudá-lo a sanar dúvi-
uma educação de qualidade que estimula o desen-
das e superar medos, incitá-lo a refletir, questionar e
volvimento de práticas de promoção de saúde que
descobrir o melhor caminho a ser trilhado, pois a se-
englobam conhecimentos, habilidades para a vida,
xualidade na escola visa principalmente levar aos alu-
tomada de decisões, atitudes saudáveis e construção
nos, a partir dos seus conceitos e vivências, informa-
de ambientes favoráveis à saúde. Tudo isso tem por
ções e conhecimentos que permitirão compreender
base diversas ações educativas e sanitárias, cujo en-
as diferentes dimensões da sexualidade, suscitando a
foque principal é a promoção da saúde centrada na
reflexão e o desenvolvimento de atitudes de respon-
criança, com uma projeção significativa para a comu-
sabilidade individual, familiar e social.
nidade escolar e a família.
A educação eficaz é aquela que favorece a formação
de cidadãos críticos e bem informados, que tenham
habilidades e competências diversas para agir de Sugestões de Conteúdos e atividades
forma eficiente em defesa da vida. Por isso, a escola
deve criar estratégias que possam envolver toda so-
A - LINGUA PORTUGUESA
ciedade nas questões que tratam da saúde pública,
da promoção da sexualidade sadia e no combate ao - Leitura de textos sobre saúde e qualidade de
consumo de drogas lícitas e ilícitas. vida;
- Elaboração de redações e poesias com essa te-
Assim, se pressupõe a interseção da Educação com
mática,
vários outros saberes e ciências, em especial com
- Debates e apresentação de vídeos.
a área de saúde. Uma parceria que venha a se soli-
dificar e a se estruturar de forma orgânica, levando B - MATEMÁTICA
em conta os limites e as inúmeras possibilidades de - Organizar gráficos com números de acidentes
atuação parceira, de forma dinâmica e perene, não de trânsito e consumo de álcool;
eventual nem espasmódica. Saúde, portanto, não - Organizar gráficos com dados de atendimentos
é uma matéria ou componente curricular da esco- do Corpo de Bombeiros e SAMU;
la, como por vezes sugerem algumas propostas e - Organizar tabelas com dados de ocorrências po-
modelos. Como produção coletiva é transversal nos liciais nos dias de festas e feriados.
componentes curriculares e se integra aos conteú- - Identificar os alimentos disponíveis na comuni-
dos, principalmente quando esses têm significado dade e seu valor nutricional;
para crianças, adolescentes e jovens em processo de - Calcular a quantidade de calorias na refeição
aprendizagem. A saúde precisa ser pensada na inser- (café da manhã, almoço etc.);
ção do Projeto Político Pedagógico da escola porque, - Fazer cálculos do IMC (Índice de Massa Corpó-
como forma de construção coletiva que envolve to- rea) e do IAC (Índice de Adiposidade Corpórea).
dos os segmentos da comunidade escolar, se integra
aos planos da escola e da comunidade para a consti- C - CIÊNCIAS
tuição do conhecimento e o viver a vida. - Doenças associadas à Poluição (ar, água, solo etc.).
Nesse contexto, a promoção da saúde na escola se - Radiação Nuclear (benefícios e perigos).
configura em atividades que favorecem e estimulam - Higiene dos alimentos (produção, transporte,
25
lorização cultural, quanto a discriminação são entra- 4.7. Educação Fiscal
ves à plenitude da cidadania para todos.
O tema da Pluralidade Cultural busca contribuir para A Educação Fiscal visa proporcionar conhecimentos
a construção da cidadania na sociedade pluriétnica básicos sobre o que significa ser um cidadão e suas
e pluricultural. Tendo esse objetivo maior em vista, consequências práticas em termos de direitos e de-
propõe o desenvolvimento das seguintes capacida- veres; o que é o sistema tributário nacional; o que são
des: tributos; a relação existente entre o dever de pagar
• Conhecer a diversidade do patrimônio etnocul- os tributos devidos e o direito de cobrar a aplicação
tural brasileiro, tendo atitude de respeito para correta dos recursos arrecadados em benefício da
com as pessoas e grupos que a compõem, re- população, para construção de uma sociedade e um
conhecendo a diversidade cultural como um estado forte e equilibrado.
direito dos povos e dos indivíduos e elemento Podemos fazer uma relação interdisciplinar a partir
de fortalecimento da democracia; da proposta da Educação Fiscal, pois, não se pode
• Valorizar as diversas culturas presentes na Cons- desvincular a aprendizagem da formação do cidadão
tituição do Brasil como nação, reconhecendo participativo. Os debates resultantes das informações
sua contribuição no processo de constituição fornecidas pela temática contribuem em todos os
da identidade brasileira; componentes curriculares, já que levam o aluno a co-
nhecer e, a partir de então, se tornar sujeito atuante
• Reconhecer as qualidades da própria cultura,
nos assuntos relacionados ao seu país, estado e mu-
valorando-as criticamente, enriquecendo a vi-
nicípio. A busca incessante por informações que tra-
vência da cidadania;
tam de direitos e deveres do cidadão, como arrecada-
• Desenvolver uma atitude de empatia e solida- ção, aplicação de recursos e mecanismos de controle
riedade para com aqueles que sofrem discrimi- social, leva o aluno à leitura e à pesquisa. Podemos
nação; utilizar como ferramenta de aprendizagem, princi-
palmente nos componentes curriculares do núcleo
• Repudiar toda discriminação baseada em dife-
comum, os textos produzidos resultantes dos temas
renças de raça/etnia, classe social, crença reli-
voltados à Educação Fiscal.
giosa, sexo e outras características individuais
e sociais; O cotidiano de nosso país serve de instrumento para
• Exigir respeito para si, denunciando qualquer a produção de atividades em sala de aula, já que o
atitude de discriminação que sofre, ou qualquer professor tem uma rica esfera, nos diferentes cam-
violação dos direitos de criança e cidadão; pos: político, social, financeiro, cultural, entre outros.
O trabalho pode ser realizado a partir dos primeiros
• Valorizar o convívio pacífico e criativo dos dife- anos do Ensino Fundamental e continuar por toda
rentes componentes da diversidade cultural; sua vida escolar, já que uma vez despertada a cons-
• Compreender a desigualdade social como pro- ciência cidadã, esta será uma necessidade cada vez
blema de todos e como uma realidade passível mais crescente.
de mudanças. Como é um Tema Transversal, as diversas temáticas
Para que se possa alcançar os objetivos da Pluralidade da Educação Fiscal podem ser contextualizadas em
Cultural é essencial que o trabalho didático das áreas sala de aula à medida que se aborde assuntos que tra-
contemple a perspectiva da Pluralidade, incluindo tem da prática da cidadania e controle social, função
como conteúdos as contribuições das diferentes cul- socioeconômica dos tributos, além de informações
turas, embora mais evidentemente ligados a História cotidianas do cenário político e social. Todas as áreas
e Geografia. Esses conteúdos referem-se também de conhecimento estão envolvidas na construção de
a Ciências Naturais (etnoconhecimentos), Língua ideais de paz, liberdade e justiça social, sendo a cons-
Portuguesa (expressões regionais), Arte e Educação ciência dos direitos e deveres, sua pedra angular.
Física (expressões culturais). Trata-se de conteúdos Além de estar diretamente ligada à cidadania, a Edu-
que possibilitam o enriquecimento da percepção do cação Fiscal pode ser utilizada na matemática, levan-
mundo, bem como aprimoramento do espírito críti- do o aluno a conhecer e calcular a carga tributária,
co perante situações vividas e informações recebidas, o funcionamento do sistema de arrecadação e a ma-
no que se refere à temática. neira como o dinheiro retorna em forma de serviço
TEmÁTICA CONTEúDOS
• Breve retrospectiva
A EDUCAÇÃO COMO FENÔMENO • A educação no espaço social
SOCIAL • A educação e a cultura
• Educação no espaço escolar
• Sociedade
• Estado
• A ideia de Constituição
• Antecedentes da Constituição escrita
PERSPECTIVA HISTÓRICA DO - Pactos, forais e cartas de franquia
CONCEITO DE SOCIEDADE E DE
ESTADO - Contratos de colonização
- As leis fundamentais do Reino
- As doutrinas do pacto social
- O Fisiocratismo e o Liberalismo Clássico
- Construção histórica dos direitos do homem
27
TEMÁTICA CONTEÚDOS
• Reflexões
• Elementos do Estado
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E • Organização do Estado e dos Poderes
CIDADANIA • Administração Pública
• Democracia
• Cidadania
• Idade Antiga
• Idade Média
A ORIGEM DOS TRIBUTOS
• Idade Moderna
• Idade Contemporânea
• Impostos da União
CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS • Impostos dos Estados e do Distrito Federal
QUANTO AO ENTE TRIBUTANTE • Impostos dos Municípios e do Distrito Federal
• Simples Nacional ou Supersimples
• Elisão Fiscal
• Evasão Fiscal
- Sonegação Fiscal
FORMAS LEGAIS E ILEGAIS DE EVITAR
O PAGAMENTO DE TRIBUTÁRIO - Fraude Tributária
- Conluio
• Contrabando e Descaminho
• Contrafação e Pirataria
• Importância
DOCUMENTOS FISCAIS
• Exemplos de documentos fiscais
• No mundo
• No Brasil
UM BREVE PASSEIO PELA HISTÓRIA - Império
- República
- Contemporâneo
29
TEMÁTICA CONTEÚDOS
O estudo sobre os Símbolos Nacionais foram inclu- A Lei 8.069 de 13 de julho de 1990 dispõe sobre o Es-
ídos como Tema Transversal no currículo do Ensino tatuto da Criança e do Adolescente, sobre a proteção
Fundamental por meio da Lei 12.472, de 1º de setem- integral à criança e ao adolescente.
bro de 2011, sendo acrescido como parágrafo 6º do
Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes-
art. 32 da Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996.
soa até doze anos de idade incompletos e adolescen-
Os Símbolos Nacionais do Brasil foram definidos na tes aquela entre doze e dezoito anos de idade. O art.
Lei 5.700, de 1º de setembro de 1971. Além de estabe- 3º preconiza que a criança e o adolescente gozam de
lecer quais são os símbolos, esta lei também fez de- todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
terminações sobre como devem ser usados, padrões humana, sem prejuízo da proteção integral de que
e formatos, significados, entre outros. Estes símbolos trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por ou-
são de extrema importância para nossa nação, pois tros meios, todas as oportunidades e facilidades, a
representam o Brasil dentro e fora do território na- fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental,
cional. Logo, devem ser respeitados por todos os ci- moral, espiritual e social, em condições de liberdade
dadãos brasileiros. Os Símbolos Nacionais são usados e de dignidade.
em cerimônias, documentos oficiais, eventos e loca-
a. No artigo 4º, é direito da família, da comunida-
lidades oficiais.
de, da sociedade em geral e do poder público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetiva-
ção dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária. Em seu parágrafo único, a garantia
de prioridade compreende:
b. Primazia de receber proteção e socorro em
quaisquer circunstâncias;
c. Precedência de atendimento nos serviços pú-
blicos ou de relevância pública;
d. Preferência na formulação e na execução das
políticas sociais públicas;
Destinação privilegiada de recursos públicos nas áre-
as relacionadas com a proteção à infância e à juven-
tude.
São eles: Bandeira Nacional, Armas Nacionais,
Selo Nacional e o hino Nacional. No artigo 5º, assegura que nenhuma criança ou ado-
lescente será objeto de qualquer forma de negligên-
O estudo dos Símbolos Nacionais poderá ter seu de-
cia, discriminação, exploração, violência, crueldade e
senvolvimento viabilizado em vários componentes
opressão, punido na forma da lei qualquer atentado,
curriculares, em especial em Língua Portuguesa, His-
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
tória, Geografia e Ensino Religioso.
Concluindo, o artigo 6º assegura que na interpreta-
Em 18 de setembro comemora-se o Dia dos Símbolos
ção desta lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
Nacionais.
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os
direitos e os deveres individuais e coletivos, e a con-
dição peculiar da criança e do adolescente como pes-
soas em desenvolvimento.
31
Em conformidade com a Lei nº 11.525, de 2007 que gico dos professores a inserção de aulas de música.
acrescenta o § 5º ao art. 32, da Lei nº 9394/96, asse-
O ensino da música faz parte do Ensino do ensino de
gura que o currículo do Ensino Fundamental incluirá,
Arte, tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensi-
obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das
no Médio, não se caracterizando como componente
crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei
específico do Currículo, com professor específico. Ao
nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto
professor de Arte caberá incluir em seu planejamen-
da Criança e do Adolescente, observada a produção e
to, obrigatoriamente, o ensino da música ao lado das
distribuição de material didático adequado.
outras manifestações culturais que devem ser traba-
Esse conteúdo programático deverá ser ministrado lhadas, conforme previstos nos conteúdos básicos
no âmbito de todo o Currículo Escolar, de modo es- comuns para os anos finais do Ensino Fundamental
pecial em Língua Portuguesa, História e Ensino Reli- e Médio. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o
gioso. professor deverá trabalhar a música e os demais con-
teúdos de Arte, de forma integrada ao processo de
alfabetização e letramento dos alunos.
4.10. História, Cultura Afro-Brasileira e Indígena
33
V – priorização do atendimento do idoso por dade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis,
sua própria família, em detrimento do atendimento políticos, individuais e sociais, garantidos na Consti-
asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de tuição e nas leis.
condições de manutenção da própria sobrevivência;
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros,
VI – capacitação e reciclagem dos recursos os seguintes aspectos:
humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros
prestação de serviços aos idosos;
públicos e espaços comunitários ressalvadas as restri-
VII – estabelecimento de mecanismos que ções legais;
favoreçam a divulgação de informações de caráter
II – opinião e expressão;
educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento; III – crença e culto religioso;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de IV – prática de esportes e de diversões;
saúde e de assistência social locais; e V – participação na vida familiar e comunitá-
IX – prioridade no recebimento da restitui- ria;
ção do Imposto de Renda, conforme Lei n. 11.765, de VI – participação na vida política, na forma da
2008. lei;
No art. 4º nenhum idoso será objeto de qualquer VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e
tipo de negligência, discriminação, violência, cruel- orientação.
dade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei. Os § 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade
parágrafos 1o e 2o asseguram que: dever de todos da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a
prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso preservação da imagem, da identidade, da autono-
e as obrigações previstas nesta Lei não excluem da mia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos
prevenção outras decorrentes dos princípios por ela objetos pessoais.
adotados. § 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso,
Dos artigos 5º ao 10º, com os respectivos incisos e pa- colocando-o a salvo de qualquer tratamento desu-
rágrafos, orientam: mano, violento, aterrorizante, vexatório ou constran-
gedor.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção im-
portará em responsabilidade à pessoa física ou jurídi-
ca nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à au-
toridade competente qualquer forma de violação a
esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha
conhecimento.
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distri-
to Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei n.
8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumpri-
mento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo
e a sua proteção um direito social, nos termos desta
Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa
a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam um envelhe-
cimento saudável e em condições de dignidade.
Art. 10º É obrigação do Estado e da sociedade, asse-
gurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a digni-
No Brasil, a partir de 1990, é criado um Sistema Nacio- culares, como Língua Portuguesa e Matemática, pos-
nal de Avaliação da Educação Básica (SAEB) que realiza sibilitando assim traçar as metas que a escola poderá
seu ciclo de avaliação a cada dois anos. O SAEB foi cria- atingir a partir desta avaliação.
do tendo por objetivo central promover uma avaliação
As avaliações externas têm como propósito, além da
externa em larga escala da educação no Brasil, visando
avaliação do aluno, a avaliação de toda gestão esco-
construir dois tipos de medidas: a primeira, da apren-
lar, o desempenho docente, avaliação do conjunto de
dizagem dos educandos e a segunda, dos fatores do
ações educacionais relacionadas ao ensino e a socie-
contexto correlacionados com o desempenho esco-
dade em geral.
lar. Este toma como um dos indicadores da avaliação
o desempenho em provas de uma amostra de alunos As avaliações externas se inserem em uma nova visão
do Ensino Fundamental e Médio, de todas as unidades sobre as políticas educacionais. A avaliação se propõe
federadas. Com a avaliação se pretende averiguar a a ser um indicador para os gestores públicos, educado-
eficiência dos sistemas no processo de ensino aprendi- res e a sociedade em geral. No entanto, deve-se cuidar
zagem e, também, a equidade da educação oferecida para não supervalorizar a avaliação em substituição do
em todo país. O SAEB coleta informações característi- processo pedagógico. A avaliação é um indicador que
cas dos educandos, professores e diretores, bem como reflete aquilo que foi feito em todo um processo pe-
das condições físicas e equipamentos das escolas. dagógico, a considerar todos os aspectos relacionados
à condição de estudo que permeia o processo educa-
Nestes moldes também foi criado o ENEM – Avaliação
cional pelo qual o aluno passou.
Nacional do Ensino Médio, criado em 1998, com a pro-
posta de analisar as competências e habilidades fun- Há também de se observar as distorções provocadas
damentais dos alunos do Ensino Médio para inserção pelos resultados dessas avaliações, ou seja, a compa-
social e exercício da cidadania. Deve servir como refe- rabilidade e o ranqueamento da escola. Há várias rea-
rência para o professor programar a reforma do Ensino lidades diferentes no estado, refletidas nas condições
Médio em sala de aula, desenvolvendo os conteúdos desiguais de escolarização e as desigualdades indivi-
de forma contextualizada e interdisciplinar. duais de grupos específicos.
O Estado de Rondônia criou o sistema de avaliação É importante observar que não podemos avaliar tudo,
externa - SAERO (Sistema de Avaliação Educacional de mas é preciso considerar muitos aspectos peculiares
Rondônia), com a proposta de implementar políticas que permeiam este processo para garantir a qualidade
públicas com foco na eliminação dos pontos frágeis e a integridade de uma avaliação. Isso posto, a escola
para a melhoria da educação, em todas as escolas da precisa estar preparada para a utilização destes resul-
rede estadual. A avaliação é aplicada para as turmas de tados, para que o resultado desta avaliação não repre-
2º, 5º, 6º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 1° ao sente apenas um índice, mas sim seja efetivamente
3º ano do Ensino Médio, anualmente. O Sistema ava- um retomar de ações previstas no Currículo Escolar e
lia cada escola para traçar metas e estratégias, assim na proposta Pedagógica, para efetivamente elevar a
como projetos de intervenção que possam atuar dire- qualidade da educação no Estado. Diante disso, a im-
tamente na turma e ano escolar que apresenta defa- portância de se ter as avaliações externas como objeto
sagem de aprendizagem, o que possibilitará a escola de estudo do meio e do contexto escolar traz a opor-
buscar aperfeiçoar seu processo de ensino, uma vez tunidade de identificar avanços ou retrocessos, assim
que a avaliação também analisa o contexto escolar em como determina a escolha das ações na continuação
que o aluno está inserido, de modo que verifica, não do percurso.
apenas o índice de aprendizagem, mas verifica tam-
bém quais as razões que levaram o aluno a obter tal
desempenho, principalmente nos componentes curri-
35
36 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
ÁREA DE CONHECIMENTO: LINGUAGENS.
LÍNGUA PORTUGUESA, LÍNGUA MATERNA (POPULAÇÕES INDÍGENAS), LÍNGUAS
ESTRANGEIRAS MODERNAS - INGLÊS E ESPANHOL, ARTE E EDUCAÇÃO FÍSICA.
37
38 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
6. ÁREA DE CONhECImENTO: lINGUAGENS
6.1. Caracterização da Área de linguagens
O Ministério da Educação, através da Lei 9.394/96, pro- 6.2. língua Portuguesa - 1º ao 9º Ano
pôs dispositivos legais, que perpassam a construção
CARACTERIzAÇÃO DO COmPONENTE
dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Diretrizes
CURRICUlAR
Curriculares Nacionais de 1998 e culminam, na legisla-
ção mais recente, na Resolução n.º 04, de 13/07/2010 da
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
“... Já é tempo de a escola assumir que, capacitar o
Educação - órgão vinculado ao Ministério da Educação.
aluno para bem escrever e ler não é preocupação
Baseando-se na legislação vigente, sugere os agru- exclusiva do professor de português. É uma tarefa
pamentos de conteúdos curriculares em áreas de que deve envolver todas as disciplinas, deve fazer
conhecimento para tentar desenvolver e construir parte de todos os planejamentos e ser prioridade
saberes, produzir conhecimentos, atitudes, valores, no projeto pedagógico da escola”. (FARACO, 2002).
competências e habilidades, mas acima de tudo, pro-
porcionar uma formação para a cidadania.
Como pontuam diversos profissionais, ensinar Lín-
Oferecer a possibilidade ao educando para que ele gua Portuguesa na escola é, primordialmente, de-
viva a linguagem escrita, oral, gestual, simbólica, ri- senvolver um trabalho de “linguagens”, possibilitan-
tualística, onírica, cibernética, eletrônica, muscular, do ao educando fazendo com que o aluno consiga
facial, pictórica e musical, é assegurar-lhe o direito de a prática de observação, dedução e reflexão sobre o
exercer o soberano direito de escolher como viver, mundo, interagir com seu semelhante, por meio do
nas relações com as condições materiais de sua exis- uso funcional da linguagem. O desenvolvimento de
tência (condições econômicas, sociais, culturais, afe- conhecimentos discursivos e linguísticos permitirá
tivas e valorativas). E quando fazemos isso, estamos
que ele saiba se manifestar em diferentes situações
nos referindo a um todo único e cheio de matizes e
de interlocução.
diversidades: a linguagem repleta de linguagens, de
registros diversos, com códigos variados e sensações A Língua Portuguesa é um componente da área de
heterogêneas. Estamos nos referindo ao trabalho Linguagens que, segundo os Parâmetros Curriculares
de colocar um ser complexo e heterogêneo, plural, Nacionais (PCN), tem a tarefa de desenvolver no edu-
multifacetado e inteiro, o educando real e contradi- cando as quatro habilidades básicas: ler, escrever, fa-
tório, em contato com as práticas sociais de leitura e lar e ouvir. O Quadro Europeu Comum de Referência
escrita, ao mesmo tempo em que lhe deve ser dado para as Línguas (QECR) acrescenta à lista uma quinta
o direito de escolher as práticas de linguagem com habilidade, que julgamos também indispensável à
as quais quer conviver mais assídua e intensamente. boa formação do educando para a vida em socieda-
de: a de conversar.
A linguagem manifestada no corpo da língua por-
tuguesa, falada e escrita no Brasil, trazida pelo edu- Assim sendo, e situando essa quinta habilidade como
cando de sua vivência pré-escolar, assim como os co- básica, passamos para o nível da interação dialógica,
nhecimentos oferecidos dialética e interativamente em que o sujeito usa a linguagem em contextos e hi-
ao educando, desde as séries iniciais, soma-se à lin- pertextos específicos de comunicação.
guagem das regras dos jogos que a educação física
Nessa perspectiva, uma proposta para o ensino da
promove e à linguagem do ritmo e do gesto que a
Língua deve ser possibilitadora de competências
música e a dança dinamizam. A linguagem da vida é
linguísticas, mobilizando todos os segmentos da so-
potencializada pela leitura e pela expressão simbóli-
ciedade na valorização da Educação no sentido de
ca e performática do ato artístico e estético. Do mes-
inserir o aluno num contexto globalizado, formando
mo modo, na língua estrangeira moderna, a lingua-
assim um cidadão crítico, atuante e transformador
gem se manifesta como forma de ampliar as relações
para a existência de uma sociedade justa. Ao mesmo
socioculturais e interculturais, no respeito ao outro,
tempo, a proposta para o ensino da Língua Materna
com suas diferenças para, a partir dessa interação,
deve contemplar as áreas básicas: leitura, produção
entender melhor sua própria cultura.
de textos (oral e escrito) e conhecimentos linguísti-
39
cos, tomando a linguagem como atividade discursiva uma realização social, histórica e cultural, serve para
e o texto como unidade básica do ensino. realizar discursos dentro de uma forma estável, mas
não definitiva, circula socialmente e determina a for-
Além disso, o ensino deve valorizar a variedade lin- matação do texto. São ilimitados, pois à medida que
guística que reflita as diversidades regionais e sociais. a sociedade necessita, novos gêneros são criados. Os
O aluno precisa ter consciência dos diferentes níveis gêneros aparecem na formatação oral ou escrita. Ex.:
de linguagem e saber utilizar o padrão linguístico aula expositiva, blog, crônica, artigo de opinião, carta
adequado a cada situação. Em se tratando do ensino pessoal, e-mail, palestra, seminário, entrevista e inú-
da linguagem oral, é necessária muita atenção, uma meros outros.
vez que nas inúmeras situações sociais do exercício Uma vez que o gênero serve para organizar o discur-
da cidadania, os alunos serão avaliados à medida que so, surge, então, um terceiro elemento que é o domí-
forem capazes de responder a diferentes exigências nio discursivo, que nada mais é do que a linguagem
da fala e de adequação às características próprias dos utilizada em cada gênero textual, uma vez que há
gêneros da oralidade. sempre uma relação de linguagem e poder impressa
nesses domínios, estabelecendo uma contextualiza-
No que se refere à leitura, um dos pontos funda- ção entre o emissor e o receptor.
mentais na exploração do texto será levar o aluno a
perceber as marcas deixadas pelo autor. Entretanto, A partir dessas três designações, podemos fazer uma
o educando não deve ser induzido no seu processo classificação tipológica das mais variadas ocorrências
de análise e reflexão do texto, para não impedi-lo de discursivas:
uma apropriação particular do mesmo. Para formar Ex.: Domínio Discursivo Literário.
leitores na escola, é preciso responsabilidade e com- Gênero: narrativa de ficção.
promisso ao organizar um projeto educativo para
intermediar a passagem do leitor de textos simples Subgênero: conto, crônica, romance, piada, novela.
para o leitor de textos de maior complexidade. O Tipos textuais mais recorrentes: narração, exposição
ponto culminante do trabalho realizado em Língua e descrição.
Portuguesa é a produção de textos, pois se pressu- Ex.: Domínio Discursivo Jornalístico.
põe que o ato de escrever seja a reflexão do aluno
sobre as inúmeras possibilidades que o código lin- Gênero: artigo de opinião, ensaio, entrevista.
guístico lhe oferece para expressar o conhecimento Tipos textuais mais recorrentes: narração, exposição,
de si e da própria realidade. É nessa produção que se argumentação e descrição.
percebe se ele realmente entendeu como funciona a Além disso, vivemos em plena era da informação, e
Língua. o desenvolvimento de novas tecnologias permitem
Uma discussão bastante salutar que ocorre no meio o contato, entre pessoas, mesmo que estejam fisica-
acadêmico é a questão dos gêneros textuais. Para mente distantes, um exemplo são os e-mails, blogs,
Marcushi (2004), gênero textual é a realização de páginas de Orkut, fóruns, chats, videoconferências.
qualquer texto, seja oral ou escrito, produzido por Todos esses gêneros digitais nascidos do desenvol-
um usuário de uma língua em certo momento histó- vimento tecnológico e da inserção digital dos alunos.
rico. Assim, os usuários da língua podem reconhecer Nesse aspecto, a Língua Portuguesa não pode ig-
textos como exemplares de certos gêneros textuais, norar o avanço tecnológico e a influência desses na
como uma carta pessoal, uma entrevista, um arti- evolução da Língua, uma vez que o “internetês” é
go de opinião, uma aula expositiva, dentre outros. uma realidade que não pode ser ignorada e sim tra-
O estudo do gênero textual não pode prescindir da balhada pelo professor no intuito de conscientizar/
contribuição do teórico russo Bakhtin, o primeiro a informar os alunos que a linguagem deve ser usada,
discorrer sobre o gênero do discurso fortemente as- conforme o seu contexto e lugar social.
sociado à ideia da língua como uso social, portanto
dialógica. Para dirimir as dúvidas sobre gênero textu- Enfim, o ensino da Língua Portuguesa deverá cons-
al e tipologia segue o conceito utilizado atualmente truir um espaço de liberdade para que o indivíduo
pelos teóricos que pesquisam sobre gênero e tipo seja sujeito da sua própria história, consciente de que
textual, qual seja: é através da linguagem que ele poderá saber dizer,
Tipo Textual: é um construto linguístico, serve para a para saber fazer de maneira autônoma, asseguran-
expressão da intenção discursiva e por isso sua ocor- do-lhe a plena participação social.
rência é limitada a 5 tipos: argumentação, injunção,
exposição, narração e descrição. Gênero Textual: é
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1º ANO
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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6.4. Língua Espanhola - 6º ao 9º Ano nhol, especificamente no caso de Rondônia, repre-
senta um caso complexo referente a aspectos linguís-
“A reflexão sobre o papel da língua que se estuda ticos e metodológicos propriamente ditos.
e das comunidades que as falam, na sua comple-
O uso de uma língua abrangendo a sua aprendiza-
xa relação com o mundo em geral e com o nosso
gem inclui ações realizadas pelas pessoas que, como
próprio espaço e a nossa própria língua, é de cru-
indivíduos e como atores sociais, desenvolvem um
cial importância na constituição dessa cidadania.
conjunto de competências gerais, particularmente
O contato com o estrangeiro, com a diferença, pro-
competências comunicativas em língua. As Orienta-
voca inevitáveis deslocamentos em relação à nossa
ções Curriculares do Ensino médio afirmam que:
língua materna para chegarmos às novas formas
de “dizer” na língua estrangeira (CELADA & RODRI- “Mais de uma vez o Espanhol esteve presente como
GUES, 2004).” disciplina em nossas escolas, porém essa nunca es-
teve tão claramente associada a um gesto marcado
de forma inequívoca por um objetivo cultural, po-
CARACTERIZAÇÃO DO COMPONENTE lítico e econômico, uma vez que a LDB prevê a pos-
CURRICULAR sibilidade de oferta de mais de uma língua estran-
geira, sem nenhuma outra especificação. É fato,
portanto, que sobre tal decisão pesa certo desejo
Com a assinatura do Tratado de Assunção em março brasileiro de estabelecer uma nova relação com os
de 1991, se dá a criação do “MERCOSUL”, possibilitan- países de língua espanhola, em especial com aque-
do uma nova realidade histórica: a unidade sudame- les que firmaram o Tratado do MERCOSUL. (OCN, p.
ricana. 129)”
O Estado de Rondônia que faz parte dos estados de
fronteira do Brasil, trabalha para a adoção de uma
ação comum na área da cultura e, como estado de OBJETIVOS
fala portuguesa fronteiriça com a República da Bolí-
via, não poderia ficar indiferente frente a essa inte-
A presente proposta tem como objetivo que o aluno
gração política, econômica e cultural.
tenha condições de ler, falar, escrever e interpretar
É do aspecto da integração cultural que algumas es- textos em língua espanhola, haja vista que, na maio-
colas brasileiras começaram a oferecer a disciplina ria das provas de vestibular nas universidades, os alu-
de língua estrangeira, neste caso espanhol. O Muni- nos optam por Língua Espanhola pela afinidade com
cípio de Guajará Mirim já trabalha desde anos ante- a língua portuguesa.
riores à publicação da Lei 11.161 que trata da língua
espanhola. Os temas tratados serão os do cotidiano do aluno, a
fim de que estejam familiarizados com a sequência
Com a aprovação da Lei 11.161, em 05 de agosto de dos temas. Entende-se também, que no percurso do
2005, a formação de professores para o ensino de processo de aprendizagem, haverá pequenos erros
Língua Estrangeira Espanhola (ELE) no Ensino Médio, gramaticais e de interpretação dos textos por conta
passou a ser mais uma prioridade para as Secretarias dos falsos cognatos que precisarão ser trabalhados.
de Educação Estaduais Brasileiras. De acordo com
esta Lei, que prioriza a implantação no Ensino Médio, Quando aprendemos uma língua, neste caso espa-
no art. 1º parágrafo 2º, abre as possibilidades para ser nhol, aprendemos não só a língua, mas também a
ofertado para os alunos de 5ª a 8ª série (atualmente cultura inerente a ela. O papel educativo que deve
6º ao 9º ano). Esta situação por sua vez, deixa claro, ter o ensino do espanhol nos estudantes é “a inclusão
dois aspectos importantes a serem considerados: a em termo social e étnico, constituição da cidadania,
estruturação e implantação de programas de ensino local e global.”
de espanhol nas escolas e a insuficiência de quadro Estas orientações curriculares não pretendem, no
de professores com proficiência em espanhol para as entanto, apresentar uma proposta fechada, com se-
escolas de ensino fundamental e médio do Estado de quenciamento de conteúdo, sugestão de atividade e
Rondônia. uma única linha de abordagem, nem muito menos
Entende-se que a formação de professores de espa- tem a pretensão de trazer soluções e/ou desafios já
COmPETêNCIA
Para falar:
• Planejar e organizar uma mensagem (capacida-
des cognitivas); Competência em comunicação linguística supõe que
o educando seja capaz de usar adequadamente a lin-
• Formular um enunciado linguístico (capacida-
guagem tanto na comunicação oral como escrita e
des linguísticas);
também saiba interpretá-lo e compreendê-la em di-
• Articular o enunciado (capacidades fonéticas). ferentes contextos. Deve permitir ao educando fazer
Para escrever: julgamentos críticos, gerar ideias e tomar decisões.
Para línguas estrangeiras, significa ser capaz de se co-
• Organizar e formular a mensagem (capacidades municar em qualquer uma delas para enriquecer as
cognitivas e linguísticas); relações sociais em diferentes contextos.
• Escrever o texto à mão, digitar (capacidades mo-
toras) ou mesmo transcrevê-lo.
COmPETêNCIAS GERAIS DO 6º AO 9º ANO
Para ouvir:
• Perceber o enunciado (capacidade fonética au-
ditiva); Auditiva
• Identificar a mensagem linguística (capacidade Num processo de comunicação realizado com inter-
linguística); locutor estrangeiro, é necessário que o educando
seja capaz de:
• Compreender a mensagem (capacidade semân-
tica); • Compreender enunciados referentes a informa-
ções, desejos, sensações físicas e sentimentos,
• Interpretar a mensagem (capacidades cogniti- expressões sobre temas de atualidade, mensa-
vas). gens relacionadas com o cotidiano da escola.
Para ler: Oral
• Aprender o texto escrito (capacidades visuais); Num processo de comunicação realizado com inter-
• Reconhecer o script (capacidades ortográficas); locutor estrangeiro, é necessário que o educando
seja capaz de:
• Identificar a mensagem (capacidades linguísti-
cas); • Expressar enunciados referentes a informações
do cotidiano, expressar opiniões e sentimentos.
• Compreender a mensagem (capacidades se-
mânticas); leitora
• Interpretar a mensagem (capacidades cogniti- O educando deve ser capaz de:
vas). • Interpretar o texto e o contexto de informações
do cotidiano: bilhetes, cartas, panfletos e infor-
mações específicas.
No processo de aprendizagem de Ensino da Língua
87
6º ANO
7º ANO
9º ANO
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6.5. Língua Materna, para Populações Indígenas • Possibilitar que os educandos indígenas usufru-
am dos direitos linguísticos que lhes são assegu-
rados como cidadãos brasileiros, pela Constitui-
A língua representa o fortalecimento da identidade ção;
de um povo e no contexto indígena é um instrumen-
• Atribuir prestígio às línguas indígenas, o que con-
to usado para a construção, manutenção e transmis-
tribui para seus falantes desenvolvam atitudes
são de sua cultura, pois existem conhecimentos que
positivas em relação a elas, diminuindo assim, os
não podem ser traduzidos e quando esta língua é
riscos de perdas e garantindo a manutenção da
extinta, junto com elas vão-se os conhecimentos. A
rica diversidade linguística do país;
escola indígena, por sua vez abre espaço para uma in-
terlocução entre a educação escolar e a própria vida • Favorecer o fortalecimento da identidade;
da comunidade.
• Favorecer o desenvolvimento das línguas indíge-
No Brasil são faladas muitas línguas. De acordo com nas no nível oral e escrito.
o Referencial Curricular para as Escolas Indígenas/
RCNEI, há muitas etnias indígenas com línguas dis-
tintas e agrupadas em famílias Linguísticas . Acrescer 6.6. Arte – 1º ao 9º Ano
ao currículo o ensino da Língua Materna, mais do que
cumprir uma determinação, é reconhecer e respeitar CARACTERIZAÇÃO DO COMPONENTE
a diversidade linguística existente: “A inclusão de uma CURRICULAR
língua indígena no currículo escolar tem a função de
atribuir-lhe o status de língua plena e de colocá-la, pelo
menos no cenário escolar, em pé de igualdade com a A arte, com as suas variadas significações, concepções,
língua portuguesa, um direito previsto pela Constituição nos seus mais diversos conceitos e formas, tem sido ao
Brasileira.” (RCNEI/99). longo dos tempos e na pluralidade das culturas, o tes-
O ensino da língua materna fundamenta-se em uma temunho da excepcional delicadeza, potencialidade e
concepção sócio-histórica da linguagem, ou seja, em força criadora que há na Humanidade. A arte acrescen-
uma visão que perceba a língua como um produto ta mundos ao mundo e/ou nos faz ver o nosso mundo
cultural construído na interação entre os sujeitos fa- de um modo nunca antes visto, de forma insuspeitada
lantes e que é por meio da língua que o mesmo su- e surpreendente.
jeito falante se comunica, tem acesso à informação, Considerando-se a organização do processo ensino
defende pontos de vistas, partilha visões de mundo, -aprendizagem, qual é o papel formativo da arte? Qual
transmite, produz e divulga conhecimentos: “Porque é sua importância e valor? Entre as principais forças da
as tradições culturais, os conhecimentos acumulados, a arte encontra-se a forma e a cor. Aprender as inúmeras
educação das gerações mais novas, as crenças, o pensa- possibilidades com que a arte dá forma à natureza e ao
mento e a prática religiosos, as representações simbóli- mundo em geral, aos sentimentos, impulsos, imagens
cas, a organização política, os projetos de futuro, enfim, e sonhos equivale a encontrar o espaço e o tempo redi-
a reprodução sociocultural das sociedades indígenas mensionados: com cores, texturas e dobras. Em outras
são, na maioria dos casos, manifestados através do uso palavras, aciona a nossa habilidade de dar forma e de
de mais de uma língua. Mesmo os povos indígenas que criar ordens para podermos localizar, juntar, fragmen-
são hoje monolíngües em língua portuguesa continuam tar, colar e multiplicar elementos da nossa subjetivida-
a usar a língua de seus ancestrais como um símbolo po- de e do exterior imediato ou distante.
deroso para onde confluem muitos de seus traços identi-
Ensinar arte equivale, no mesmo sentido, a provocar o
ficatórios, constituindo, assim, um quadro de bilingüis-
impulso pela forma no educando e a possibilitar que
mo simbólico importante.” (RCNEI/99).
esse educando descubra formas possíveis para além
Durante muito tempo houve a imposição da língua da forma visível do mundo em geral e da realidade co-
portuguesa na educação escolar introduzida nas es- tidiana. Frequentar com o educando as obras de arte,
colas indígenas, provocando a perda total ou parcial não significa apenas visitar museus e exposições, assis-
de suas línguas. Nesse sentido, a introdução da língua tir a espetáculos e recitais, o que é parte do trabalho
materna na escola indígena é um instrumento funda- do professor. Significa também, aproximar-se assidua-
mental de reconstrução e de valorização da visão de mente da arte, frequentá-la e senti-la como um leitor
mundo e dos aspectos específicos do cotidiano das frequenta e sente textos com avidez, certeza e espanto.
comunidades indígenas. Em resumo, a inclusão de Tal aproximação também pode se dar por meio dos di-
uma língua indígena no currículo objetiva: versos recursos audiovisuais, o que é importante que
91
Espera-se que os conhecimentos do componente dos espaços escolares, utilizando-se métodos e técni-
curricular de Arte não sirvam de motivo para enfocar cas, levantamentos dentro do processo de pesquisa e
comemorações cívicas apenas, decorar a escola, pro- extensão e principalmente da formação profissional,
mover feira de cultura, ou fiquem de tal forma diluídos para que possam transmitir às novas gerações seu le-
que se prestem tão somente para ensinar Geografia, gado cultural.
História ou Educação Física. Ou, ainda, se reduza a Pesquisar e saber organizar informações sobre arte em
uma série de informações históricas retiradas da His- contato com artistas, obras de arte, fontes de comuni-
tória da Arte ou seja motivo para exercícios de expres- cação e informação.
são livre dos educandos. Lembremos a esse respeito
que interdisciplinaridade não significa perda de uma
das disciplinas ou das suas linguagens específicas. As OBJETIVOS
práticas tradicionais do ensino de Arte tomada como
Educação Artística, consolidada na escola, • Compreender e utilizar a arte como linguagem,
aguardam desconstrução e transformação por parte mantendo uma atitude de busca pessoal e/ou
de professores, diretores e comunidade. coletiva, articulando a percepção, a imagina-
O professor que trabalha com o ensino de arte precisa ção, a emoção, a investigação, a sensibilidade e
dialogar com o tempo histórico em que vivemos de a reflexão ao realizar e fruir produções artísticas.
modo crítico e aberto a um só tempo. Os desafios da • Experimentar e explorar as possibilidades de
escola do século XXI também são os seus. O professor cada linguagem artística.
de arte tem diante de si a responsabilidade de tocar o • Experimentar e conhecer materiais, instrumen-
aluno como ente plural, proporcionando-lhe a possibi- tos e procedimentos artísticos diversos em Arte
lidade de desenvolver-se como ser integral, em face (artes visuais, dança, música, teatro), de modo a
da fragmentação veloz da informação e das relações utilizá-los em trabalhos pessoais, identificá-los
humanas de um modo geral. Isso quer dizer: acom- e interpretá-los na apreciação e contextualizá
panhar o educando na formação da sensibilidade, -los culturalmente.
enquanto hábil e criativo receptor de obras de arte
visuais, espetáculos de dança, shows musicais e peças • Construir uma relação de autoconfiança com a
de teatro, entre outras. produção artística pessoal e o conhecimento
estético, respeitando a própria produção e a
O professor terá o cuidado de desenvolver um pro- dos colegas, sabendo receber e elaborar críti-
cesso de ensino-aprendizagem que ofereça ao cas.
educando espaço e tempo para aprender lendo,
escutando, olhando, observando, interpretando criti- • Identificar, relacionar e compreender a arte
camente, analisando e fazendo. Desse modo, lançam- como fato histórico contextualizado nas di-
se as bases do futuro imprevisível: há educandos que versas culturas, conhecendo, respeitando e
serão verdadeiramente artistas e há aqueles que serão podendo observar as produções presentes no
frequentadores das artes e ainda os que serão recep- entorno, assim como as demais do patrimônio
tores, quer produzam obras e objetos artísticos, quer cultural e do universo cultural e natural, identi-
apenas as apreciem e interpretem de forma estética ficando a existência de diferenças nos padrões
ou cognitiva. Os dois grupos experimentam o prazer artísticos e estéticos de diferentes grupos.
estético e se sentem à vontade para serem seres • Observar as relações entre a arte e a leitura da
sensíveis e racionais, simultaneamente. realidade, refletindo, investigando, indagando,
A reafirmação desse espaço pedagógico vem impul- com interesse e curiosidade, exercitando a dis-
sionar o trabalho importante que os profissionais de cussão, a sensibilidade, argumentando e apre-
Artes visuais/audiovisuais, Teatro/Arte Circense, Músi- ciando arte de modo sensível.
ca e Dança, realizam dentro e fora das escolas e nas • Identificar, relacionar e compreender os dife-
mais diversas esferas do fazer artístico de um povo, rentes âmbitos da arte, do trabalho e da produ-
em especial a população do Estado de Rondônia, inse- ção dos artistas.
ridos no eixo Amazônico, com suas riquezas naturais e • Identificar, investigar e organizar informações
culturais, que são transmitidas de geração a gera- sobre a arte, reconhecendo e compreendendo
ção de maneira oral, “empírica”, correndo o risco de a variedade dos produtos artísticos e concep-
ser esquecida e mudada sua forma original e natural, ções estéticas presentes na história das diferen-
e para que isto não ocorra, faz-se necessário orga- tes culturas e etnias.
nizarmos uma estruturação que possa vir a manter
viva e constante estes fazeres artísticos, dentro e fora
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
- Desenvolvimento da autocon-
fiança com a produção artística
pessoal, relacionando a própria
produção com a de outros,
valorizando e respeitando a di-
versidade estética, artística e de
gênero nas diversas linguagens e
técnicas da expressão corporal;
- As diversas manifestações com
suas linguagens de dança utili-
zadas por diferentes grupos so-
ciais e étnicos, interagindo com
DANÇA
o patrimônio nacional e inter-
nacional, que se deve conhecer e
compreender em sua dimensão
sócio-histórica;
- O registro no corpo, a partir da
prática, e das pesquisas realiza-
das;
- Criação de pequenas cenas de
dança, coreografadas ou impro-
visadas.
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
- As relações de sonoridade de
acordo com a situação prática;
- Conhecimento e análise da mor-
fologia musical.
Realização dos repertórios musi-
cais com instrumentos de percus-
são e voz:
- Os instrumentos musicais clássi-
cos e populares;
- Percepção e produção de sons
musicais a partir de instrumentos
tradicionais e populares e outros
manufaturados com elementos
da natureza e outros materiais
MÚSICA
recicláveis.
Formação de grupos musicais na
escola:
- Os diferentes estilos musicais
desde o tradicional/clássico, re-
ligioso, profano, folclórico/re-
gional, os contemporâneos e o
ambiental, tanto nacionais como
internacionais;
- Os diversos tipos de sons produ-
zidos pela natureza;
- As variações das formas de com-
posição e musicalização das poe-
sias regionais.
1 Esporte educacional, praticado nos sistemas de - Explorar e analisar o campo da motricidade por
ensino e em formas assistemáticas de educação, evitan- meio das manifestações da cultura corporal, visando
do-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus pra- o entendimento e a autonomia frente aos conheci-
ticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento mentos relativos à prática da atividade física perma-
integral do indivíduo e a sua formação para o exercício
da cidadania e a prática do lazer. (TUBINO, 1992; e Lei nº. 9.615/1998, batizada Lei Pelé).
133
nente e orientada corretamente; participativo e ativo na sociedade;
- Reconhecer as possibilidades de ação de si - Oportunizar atividades físicas às pessoas com
mesmo e dos outros, estabelecendo relações necessidades especiais, respeitando seus limites
construtivas, de respeito mútuo, dignidade e e habilidades;
solidariedade, repudiando qualquer atitude de
- Viabilizar o desenvolvimento das habilidades
violência e preconceito, respeitando a individu-
psicomotoras que proporcionem ao homem
alidade e as habilidades das pessoas;
o bem-estar físico e emocional, levando-o ao
- Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da equilíbrio integral e ao hábito do exercício físico
pluralidade de manifestações da cultura corpo- como parte integrante de sua vida;
ral regional, nacional e mundial, percebendo-a
- Encaminhar possíveis talentos para as institui-
como recurso valioso para integrar pessoas de
ções de iniciação esportiva e programas que
diferentes grupos sociais e étnicos;
contemplem o esporte na escola em horário ex-
- Reconhecer-se como elemento integrante do tracurricular.
ambiente, adotando hábitos saudáveis de higie-
- Estimular vivências e experiências do movimen-
ne, alimentação e atividades corporais, relacio-
tar-se, desenvolvendo conhecimento e respeito
nando-os com os efeitos sobre a própria saúde e
ao seu próprio corpo e ao corpo do outro, per-
a melhoria da saúde coletiva;
cebendo que o nosso corpo é portador de lin-
- Detectar, prevenir e solucionar problemas de or- guagens utilizáveis nos processos de interação
dem corporal em diferentes contextos, regulan- social.
do e dosando o esforço em um nível compatível
- Possibilita vivências e conhecimentos ligados a
com as possibilidades individuais, considerando
atividades físicas que permitam a interação so-
que o aperfeiçoamento e o desenvolvimento
cial da Educação Física com a sociedade (família,
das competências corporais decorrem de per-
comunidade, bairro, etc.).
severança e regularidade e devem ocorrer de
modo saudável e equilibrado; - Enfocar a diversidade cultural regional para a
formação de identidades, através da atividade fí-
- Reconhecer condições de trabalho que com-
sica, considerando-se os aspectos de relação ho-
prometam os processos de crescimento e de
mem-natureza, percebendo como a Educação
desenvolvimento, não as aceitando para si nem
Física possa atuar para respeitar a diversidade
para os outros, reivindicando condições de vida
cultural e manutenção e conservação do meio
digna, como um cidadão participativo e ativo na
ambiente.
sociedade em que vive;
- Proporcionar vivências e experiências, através
- Conhecer a diversidade de padrões de saúde,
da atividade física a partir, da compreensão das
beleza e desempenho que existem nos diferen-
múltiplas linguagens corporais, partindo da di-
tes grupos sociais, compreendendo sua inserção
versidade de situações étnicas através da utiliza-
dentro da cultura em que são produzidos, anali-
ção de jogos, danças, lutas, esporte, mímica, etc.
sando criticamente os padrões divulgados pela
mídia e evitando o consumismo e o preconceito; - Proporcionar o entendimento da relação entre
a atividade física e as diversas linguagens artís-
- Conhecer, organizar e interferir no espaço de
ticas, promovendo a formação e o desenvolvi-
forma autônoma, bem como reivindicar locais
mento do senso estético possibilitando o conhe-
adequados para promover atividades corporais
cimento crítico aos padrões de beleza impostos/
de lazer, reconhecendo-as como uma necessida-
criados.
de do ser humano e um direito do cidadão, em
busca de uma melhor qualidade de vida. Neste sentido, o desafio maior será o estabelecimen-
to da relação entre os objetivos e o desenvolvimento
Para alcançar os objetivos, durante as aulas de Educa-
das competências e habilidades.
ção Física, os professores devem:
- Proporcionar aos educandos o conhecimento e
o reconhecimento de si mesmo como cidadão
135
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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2º ANO
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
linguagem Corporal:
- A importância dos exercícios e
métodos de alongamento e as
estruturas neuromusculares en-
volvidas para o desenvolvimento
da cultura corporal.
A linguagem da Cultura Esportiva:
PRÁTICAS - Identificação dos principais
SOCIAIS eventos esportivos e seus objeti-
vos;
- Identificação e realização das di-
ferentes formas de organização
de eventos esportivos na comu-
nidade escolar e na comunidade
geral;
- Dança e Expressões Rítmicas;
159
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
161
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
163
164 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
7. ÁREA DE CONhECImENTO: mATEmÁTICA
Caracterizar a área de Matemática requer pontuar his- Esse movimento culminou com uma ilimitada crença
toricamente como se deu a aprendizagem dos povos na autonomia da ciência e da técnica, na imutabili-
antigos, bem como sua importância no mundo mo- dade das leis da natureza e da natureza do homem
derno e a necessidade de compreensão de como ela e acreditava-se que o conhecimento racional dessas
acontece nos dias de hoje com o significado através leis poderia conduzir o homem à emancipação, bem
de símbolos e leituras que dão conta de uma lingua- como a utilização técnica desses conhecimentos ga-
gem de vocabulário técnico específico da área. rantiriam o progresso da humanidade.
Para Platão e Aristóteles, a perplexidade nos move O método lógico-matemático, tornando-se o padrão
a buscar explicações sobre o mundo, procurando para qualquer conhecimento científico, identifica-se
e determinando as causas dos mais diversos fenô- aos poucos, com o próprio conceito de razão, mas,
menos. Por esse motivo, a humanidade desenvol- em meados do Século XX, vários pensadores críticos
veu vários tipos de conhecimento que foram sendo teceram profundas reflexões a essa ciência e às conse-
transmitidos ao longo das gerações, na sua maioria quências cruéis que a ilimitada crença no progresso e
oralmente e em rituais, mas também registrando nessa visão de racionalidade conduziu a humanidade.
de forma escrita muitos deles. Para eles a razão humana havia sido reduzida a mero
instrumento, posto a serviço de apenas um aspecto da
A filosofia, a ciência e os mitos são formas em que
racionalidade humana. Esta racionalidade segue suas
esse conhecimento explicativo sistematizou-se, a
leis próprias engolindo, no torvelinho de seus procedi-
partir principalmente da sensação e da reflexão.
mentos, as demais dimensões do humano. Aquilo que
A sensação ou observação é responsável pelas
uma vez fora proclamado a esperança de progresso e
ideias relacionadas com nosso aparelho sensorial,
de justiça, - a racionalidade moderna -, terminara tra-
pelo qual apreendemos as qualidades e proprieda-
zendo, em consequência, muitos sofrimentos, destrui-
des dos objetos do mundo exterior. Já a reflexão
ção e dor visíveis na Segunda Guerra Mundial.
é a apreensão daquilo que ocorre em nós mesmos
quando passamos a considerar o material já exis- Em sua obra Epistemologia e didática, Machado (1995)
tente em nosso intelecto. discute vários autores que vêm buscando essa “nova
tensão” entre as diferentes linguagens e a consciência
No início, ciência e filosofia se confundiam, fazendo
da importância da metáfora para a compreensão ou
da observação e da reflexão a busca pela verdade.
apreensão do significado de palavras, conceitos ou
Isso predominou até o século XVI, quando essas
teorias surge com muita força nos meios matemáti-
ideias começam a ser submetidas à experimenta-
cos, onde até já se construiu um novo objeto matemá-
ção. Com a Revolução Industrial, iniciada no sécu-
tico - as alegorias.
lo XVIII, a técnica (até então artesanal) passa a ser
influenciada pela ciência experimental, resultando Além disso, a legislação educacional atual chama a
na Tecnologia, que, por sua vez, contribui para o atenção para a necessidade de considerar a organiza-
desenvolvimento da pesquisa científica, a qual gera ção da proposta curricular de modo a não criar ruptu-
novos desafios para a Tecnologia, cujos resultados ras e tensões na continuidade do processo formativo
refletem em novas pesquisas, indefinidamente. ao longo da educação básica, especialmente após a
criação da escola de nove anos para o ensino funda-
Desvendar as leis naturais através de experimen-
mental (Resolução n. 04 da Câmara de Educação Bási-
tos e expressá-las claramente em símbolos formais
ca do Conselho Nacional de Educação, de 13 de julho
passou a ser o ideal da ciência moderna; vários pen-
de 2010).
sadores, como Bacon, Descartes e Kant, contribuí-
ram para a imposição do modelo de racionalidade Outra forma de organizar os conteúdos de aprendiza-
que passou a vigorar com o advento da ciência mo- gem é adotando o conceito de área de conhecimento
derna: o conhecimento matemático-geométrico, de Matemática que se caracteriza por privilegiar a lin-
guiado pelo método da indução empírica. guagem lógica-matemática.
165
Esse componente curricular é importante no contex- • Desenvolver a capacidade de resolução de pro-
to escolar, pela necessidade humana de compreen- blemas e promover o raciocínio e a comunica-
der, sistematizar e desmistificar os mais diversos fe- ção matemática;
nômenos na natureza, nos seres vivos e no universo.
• Estimular a investigação e desenvolver a capaci-
Portanto, a disciplina oportuniza a compreensão de
dade de desenvolver problemas;
fenômenos que envolvem pesquisas lúdicas, reso-
lução de problemas, jogos e experimentos. Propicia • Relacionar os conhecimentos matemáticos com
a compreensão das inter-relações entre os homens a cultura e as manifestações artísticas e literá-
nas expectativas de aprendizagem de conceitos, que rias;
funcionam como instrumento para ampliar as opor- • Relacionar os conhecimentos (aritméticos, ge-
tunidades de acesso ao conhecimento e, portanto, ométricos, métricos, algébricos, estatística,
de participação mais ampla do cidadão no meio am- combinatório, probabilístico) entre eles e com
biente. outras áreas do conhecimento.
Assim, o processo de ensino aprendizagem de Ma-
temática valoriza a dúvida, a contradição, a diversi-
dade, o questionamento superando o tratamento CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
curricular dos conteúdos por eles mesmos, dando
prioridade a sua função social.
Os eixos temáticos de Matemática foram discutidos
Os técnicos e professores, por meio de discussões e a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais que
reflexões sobre o ensino de Matemática, chegaram à abordam que:
conclusão de que se faz necessária a construção de
um Referencial Curricular que enfatize as habilidades Atualmente, há consenso a fim de que os currículos
por eixos temáticos, as quais devem ser trabalhadas de Matemática para o Ensino Fundamental devam
gradativamente ao longo da vida escolar, priorizando contemplar o estudo dos números e das operações
a compreensão dos significados, buscando combater (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do
o excesso de mecanização. espaço e das formas (no campo da Geometria) e o
estudo das grandezas e das medidas (que permite
interligações entre os campos da Aritmética, da Álge-
OBJETIVOS bra, e da Geometria e dos outros campos do conhe-
cimento). Um olhar mais atento para nossa sociedade
mostra a necessidade de acrescentar a esses conteú-
A Matemática, segundo os PCN’s, deve contribuir dos aqueles que permitam ao cidadão “tratar” as in-
para a formação do cidadão em sua totalidade. formações que recebe cotidianamente, aprendendo
Sendo assim deve-se: a lidar com dados estatísticos, tabelas e gráficos, a
raciocinar utilizando ideias relativas à probabilidade
• Oportunizar a compreensão e transformação
e à combinatória. (PCN, 2001, p.49).
do mundo em que vivemos, seja a comunidade
local, o Município, o Estado, o País ou o Mundo;
167
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
2º ANO
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192 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
ÁREA DE CONHECIMENTO: CIÊNCIAS DA NATUREZA
193
194 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
8. ÁREA DE CONhECImENTO: CIêNCIAS DA NATUREzA
8.1. Caracterização da Área de Ciências da Natureza - 1º ao 9º Ano
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados Assim, propomos aos professores e professoras que
pelo MEC no final da década de 1990, já destacavam iniciem o ensino de ciências nos primeiros anos do
a importância do componente curricular de Ciências ensino fundamental buscando se aproximar do grau
na formação de um cidadão crítico numa sociedade de perplexidade das crianças diante do mundo, e va-
em que o conhecimento científico e tecnológico é lorizando a extraordinária capacidade de observação
cada vez mais valorizado, colaborando para a com- que as crianças possuem nessa fase, ajudando-as a
preensão do mundo e de suas transformações, situ- verbalizar suas dúvidas e explicações.
ando o homem como indivíduo participativo e parte
Vale lembrar que, muitas das dúvidas e explicações
integrante do Universo.
demonstradas pelas crianças se assemelham às já
Segundo os PCN’s, os conceitos e procedimentos formuladas por cientistas do passado. Elas revelam
desta área contribuem para a ampliação das explica- modos de pensar, valores e crenças que, embora
ções sobre os fenômenos da natureza, para o enten- possam estar cientificamente ultrapassadas nos dias
dimento e o questionamento dos diferentes modos atuais, poderão ser compreendidas com a ajuda do
de nela intervir e utilizar os recursos naturais, respei- conhecimento da história da ciência, que deve ser in-
tando os limites destes, escolhendo as tecnologias vestigada, com a participação ativa das crianças, para
mais adequadas para cada situação. que se apropriem do modo de fazer ciência (dúvida,
pesquisa, debate, reflexões, testes), além de seus pro-
O ensino de Ciências Naturais é privilegiado pelas di-
dutos (conceitos, leis, teorias) ao longo dos tempos e
ferentes explicações sobre o mundo, sobre os fenô-
em diferentes contextos socioculturais.
menos da natureza e as transformações produzidas
pelo homem, que podem ser expostos e compara-
dos. É espaço de expressão das explicações espon-
OBJETIVO
tâneas dos educandos e daquelas oriundas de vários
sistemas explicativos como a filosofia, as religiões e
mitos de diferentes culturas. Contrapor e avaliar di- O objetivo fundamental do ensino de Ciências passou
ferentes explicações favorece o desenvolvimento de a ser o de dar condições para o educando identificar
postura reflexiva, crítica, questionadora e investigati- problemas a partir de observações de fato, levanta-
va, de não-aceitação a priori de ideias e informações. mento de hipóteses, testagem, refutação e descarte,
Possibilita a percepção dos limites de cada modelo quando fosse o caso, trabalhando de forma a tirar
explicativo, inclusive dos modelos científicos, colabo- conclusões, sozinho. O educando deve ser capaz de
rando para a construção da autonomia de pensamen- “redescobrir” o já conhecido pela ciência, aproprian-
to e ação. Ao se considerar ser o Ensino Fundamental do-se da sua forma de trabalho, compreendida então
o nível de escolarização obrigatório no Brasil, não se com o “o método científico”: uma sequência rígida de
pode pensar no ensino de Ciências como um ensino etapas preestabelecidas. É com essa perspectiva que
propedêutico, voltado para uma aprendizagem efe- se busca a democratização do conhecimento científi-
tiva em momento futuro. A criança não é cidadã do co, reconhecendo-se a importância da vivência cien-
futuro, mas já é cidadã hoje, e, nesse sentido, conhe- tífica não apenas para eventuais futuros cientistas,
cer ciência é ampliar a sua possibilidade presente de mas também para o cidadão comum.
participação social e viabilizar sua capacidade plena
de participação social no futuro.
195
1º ANO
2º ANO
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
- Hábitos alimentares;
- Corpo humano: partes e senti-
dos;
- Orientação sexual de acordo
com a faixa etária;
- Noções preventivas em relação
às drogas.
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
207
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
209
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
- Organização dos níveis de vida; - Reconhecer que todo o ser vivo é constituí-
do por células;
- Teoria celular;
- Reconhecer as características das células;
- Citologia;
- Reconhecer as características de uma célula
- Histologia;
padrão (modelo), identificando alguns ti-
- Os Sistemas: pos de células existentes no corpo humano;
- Digestório, respiratório, circula- - Caracterizar os principais tipos de tecidos
tório, linfático, excretor, nervoso, humanos;
sensorial, locomotor, endócrino,
- Reconhecer a existência de sistemas do cor-
reprodutor (masculino e femini-
po humano que integram todos os órgãos;
no);
Vida,
- Compreender o processo de absorção de
Ambiente e - Ampliação da função de nutrição
nutrientes que ocorre no sistema digestó-
Diversidade e introdução da função de loco-
rio;
moção;
- Conscientizar a respeito do papel dos nu-
- Causas e consequências das dis-
trientes no nosso corpo, relacionando a sua
funções hormonais e visuais;
obtenção aos alimentos que ingerimos nas
- Função de regulação e sentidos; refeições;
- Transmissão das características - Reconhecer a origem das substâncias utili-
hereditárias; zadas no processo de respiração aeróbica;
- Gravidez na adolescência, DST, - Compreender o papel desempenhado pelo
aborto. coração na circulação do sangue nos vasos
sanguíneos.
211
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
213
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
215
216 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
9. ÁREA DE CONhECImENTO: CIêNCIAS hUmANAS
217
educandos identificam e constroem/reconstroem trabalhos que geraram consequências para o ensino
conhecimentos a partir da mobilização de conceitos, da história nacional. Esperava-se que o estudante rece-
competências e habilidades próprios de uma deter- besse uma formação moral cristã atrelada a uma cons-
minada área e/ou componente curricular. ciência patriótica, sustentada na ideologia da ciência,
do progresso e da ordem.
Entretanto, as ações e elaborações intelectuais hu-
manas são construídas no âmbito de relações sociais No ano de 1971, os conteúdos escolares foram reu-
variadas. Assim, as representações culturais e éticas nidos em núcleos comuns e História foi inserida no
derivam diferentes formas de aproximação e de acei- Núcleo de Estudos Sociais. A Lei 5692/71, alicerçava a
tação que os seres humanos se utilizam para conse- Educação Moral e Cívica (EMC), a Organização Social e
guir se situar socialmente frente às diversas relações Política Brasileira (OSPB) e Estudos Sociais. Essa organi-
sociais. É no âmbito desse processo que se desenvol- zação contribuiu para o esvaziamento e diluição dos
vem os sentimentos de ser e de pertencer, traduzidos conteúdos de História e de Geografia.
pela identidade social que cada indivíduo constrói
Iniciado o Processo de Democratização dos anos 80, as
para si e para a sobrevivência no mundo.
Reformas Curriculares dos Estados e municípios come-
Dessa forma, o diálogo entre outros componentes çaram a ser discutidas. Aspectos como as novas gera-
curriculares, os temas transversais e a diversidade ções de educandos, a presença de novas tecnologias
configuram uma contextualização de conhecimen- de comunicação foram levadas em consideração nas
tos do saber fazer, sendo de suma importância para o mudanças do currículo formal para um currículo real.
processo ensino aprendizagem.
As propostas curriculares foram influenciadas pelas
novas tendências historiográficas, passando-se à va-
lorização de questões ligadas a história social, cultural
9.2. História - 1º ao 9º Ano
e do cotidiano, sugerindo possibilidades de rever o
formalismo das abordagens históricas. Outra preocu-
CARACTERIZAÇÃO DO COMPONENTE CURRICULAR pação foi a de desenvolver pesquisas históricas, des-
mitificadas das ideologias da sociedade de consumo e
Identificar o objeto que caracteriza uma área é tam- meios de comunicação de massa. Também nas déca-
bém identificar as representações intelectuais, logo, das de 80 e 90 começou-se a reavaliação do Ensino da
conceituais, que derivam desse objeto e que se fazem História em relação a tempo histórico, temas, ótica de
presentes, de forma geral, em toda e qualquer discipli- povos e outros aspectos.
na que compõe a área de Ciências Humanas. Um fator muito importante nesse processo foram as
O componente curricular de História faz parte de Ci- reflexões sobre os processos de ensino e de aprendiza-
ências Humanas, devendo articular-se com Filosofia, gem e de que forma os educandos se tornam sujeitos
Sociologia e Geografia. Estas áreas do conhecimento, do processo de construção do conhecimento. A Histó-
na construção dos saberes, precisam respeitar, em pri- ria passou a ser compreendida como movimento so-
meiro lugar, a pluralidade de seus alunos e seus dife- cial e memória difundida socialmente. As fontes de in-
rentes olhares sobre a realidade em que vivem. Con- formação começaram a ser questionadas, assim como
siderando este princípio, a valorização das diferenças os métodos tradicionais e os livros que alicerçam essa
culturais dos envolvidos no processo de aquisição de prática foram amplamente criticados.
conhecimento aponta dimensões da vida quanto à Um aspecto relevante desse período foi a importân-
percepção do sujeito, das relações sociais e do meio cia que se deu na diminuição da distância entre o que
ambiente que devem ser valorizadas na definição dos era ensinado na escola fundamental e a produção uni-
currículos. Dessa forma, o ponto de partida deve ser o versitária. Somente com essa relevância, iniciaram-se
sujeito em formação, desde suas relações sociais locais reflexões quanto a interação entre teoria e prática no
até se chegar as relações globais. espaço escolar e as relações estabelecidas entre o cur-
Historicamente, o ensino de História no país é visto rículo formal e o currículo real, a partir de então.
a partir de dois grandes momentos: o primeiro teve Nesse contexto, entra uma discussão polêmica e fun-
início na primeira metade do século XIX, e o segun- damental: o papel do professor. A necessidade de va-
do momento ocorreu a partir da década de 30 e 40 lorizá-lo como um trabalhador intelectual no espaço
do século XX, orientado por uma política nacionalis- escolar tem sido uma prioridade gerando diálogos e
ta e desenvolvimentista. Inicialmente, sua inserção reflexões dos envolvidos no processo de construção
no currículo visava uma constituição da ideia de Es- do conhecimento. A prática docente também vem
tado Nacional laico, mas articulado à Igreja. A história sendo colocada em discussão, exigindo um repensar
apresentada era eurocêntrica. O Instituto Histórico da atuação do profissional de História.
e Geográfico Brasileiro (IHGB) produziu uma série de
219
gráficos, sonoros, materiais e outras; ensão dos alunos. Deve-se ainda orientá-los no uso
dos documentos históricos tais como: fontes escritas;
• Conhecer e utilizar a diversidade de tecnologias
fontes orais; fontes materiais; fontes iconográficas/
contemporâneas de comunicação e de infor-
pictóricas/musicais/tecnológicas; plantas e mapas;
mação como meio de acesso a conhecimentos
biografias; documentários (audiovisuais); diversida-
históricos, em outras áreas de conhecimento e
des de tecnologias da informação e da comunicação,
em outros setores da sua vida;
dentre outras fontes, considerando como conteúdos
• Compreender as relações políticas e sociais dos de aprendizagem.
diversos grupos humanos em suas diferentes
Os documentos históricos devem ser entendidos
formas de agrupamento, organização, produ-
em sua historicidade, portanto, devem ser contex-
ção, lutas e conflitos.
tualizados e pensados como produto das relações
• Elaborar explicações históricas multicausais, históricas. Devem ser escolhidos aspectos culturais e
considerando distintos pontos de vista acerca lúdicos com maior incidência do que os econômicos
daquilo de que se indaga e respeitando os va- e políticos. Portanto, a literatura infantil, as cantigas,
lores humanos e as diversidades étnico, sócio e a visita a museus e locais que guardam resquícios do
cultural. passado, por exemplo, são fundamentais. Deve-se
• Desenvolver noções e concepções que per- estimular o aluno a recuperar o passado como uma
mitam reconhecer e relacionar semelhanças e das escolhas para o entendimento das diferenças e
diferenças, continuidades e descontinuidades, semelhanças entre o presente e o passado.
conflitos e contradições sociais e ritmos de du- A História cumpre um papel análogo ao da memó-
ração temporal. ria social e coletiva, trabalhando paralelamente duas
• Desenvolver interesse e atitude crítica por aqui- dimensões da formação da identidade social, iden-
lo que ocorre em sua volta, visando a compre- tificando aspectos constituintes dessa mesma iden-
ender a dimensão histórica dos fatos. tidade e podendo, ao mesmo tempo, desconstruir
interpretações equivocadas, decifrar significados
simbólicos e desmascarar ideologias e situações de
CONTEÚDOS BÁSICOS preconceito.
AO ENSINO FUNDAMENTAL Ao incorporar criticamente a noção do tempo, iden-
tificando mudanças e permanências, aponta para o
Nas discussões sobre currículo de História tem sido fato de que todo objeto de estudo, por mais formal
consensual a impossibilidade de ensinar a História de que seja, é historicamente construído.
todos os tempos e sociedades. Cabe aos professores Finalmente, espera-se que o aluno desenvolva co-
fazer seleções de conteúdos a serem ensinados em nhecimentos sobre o lugar, a cidade, o Estado, a re-
cada ano ou semestre letivos. As escolhas precisam gião, o país e o mundo . A História do Brasil deverá ser
ser baseadas em critérios previamente definidos. A trabalhada como prioritária, aliada a contextos mais
seleção de conteúdos na história do ensino da área amplos, nos anos finais do Ensino Fundamental. O
tem sido variada, sendo feita geralmente segundo currículo deve privilegiar uma abordagem que favo-
uma tradição já consolidada, mas permanentemente reça a constituição de uma matriz conceitual a partir
rearticulada de acordo com temas relevantes a cada da qual os eventos isolados – sejam eles de caráter
momento histórico. político, cultural, religioso ou outro – se relacionem e
Os alunos devem ser preparados para o entendi- se tornem significativos.
mento do significado do conhecimento histórico e A indicação é para o estudo de acontecimentos his-
a metodologia para a consecução de tal fim. Assim, tóricos sem a prescrição de uma ordem de gradua-
como o conhecimento histórico revela as opções te- ção espacial e sem a ordenação temporal, devendo
óricas dos historiadores, os alunos devem ser orien- ser dada importância para a construção de relações
tados para reconhecer nos textos historiográficos e de transformação, permanência, semelhança e dife-
concepções de História dos autores escolhidos. As- rença entre o presente, o passado e os espaços local
sim, recomenda-se ao professor a escolha de textos (Rondônia), regional (Norte), nacional (Brasil) e mun-
historiográficos coerentes na proposição teórica e dial (América e mundo), em processos contínuos ou
sobre um mesmo fenômeno para garantir a compre- descontínuos.
221
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
2º ANO
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4º ANO
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6º ANO
7º ANO
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
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EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
231
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
233
9.3. Geografia - 1º ao 9º Ano comprometido com a justiça social.
Essa geografia se enraizou e floresceu num contex-
to de revisão de ideias e valores. Representou uma
CARACTERIZAÇÃO DO COMPONENTE CURRICULAR
abertura e um entrelaçamento com os movimentos
sociais. Neste contexto surge a necessidade de um
Os estudos geográficos remontam ao pensamento ensino pluralista voltado a desenvolver a criticidade
grego da antiguidade. Por isso, a Geografia, pode no educando, ou seja , o senso de cidadania plena.
ser considerada como um dos saberes mais antigos Uma Geografia crítica e humanística. Humanística
que existem no mundo. Esta, enquanto ciência é porque estuda os aspectos do homem, sendo que
produto dos grandes embates políticos e científi- as noções de espaço e lugar adquirem uma tendên-
cos que dominaram as relações de poder entre os cia geográfica muito importante, possui uma rela-
alemães e franceses nos séculos XVIII e XIX. A Geo- ção intrínseca com a vida na realidade dos grupos
grafia segundo Capel (1981) e Christofoletti (1985), sociais.
percorreu longos caminhos, enquanto história na- Os estudos relacionados ao componente Curricular
tural ou filosofia natural, tendo iniciado sua estru- de Geografia estão presentes no dia a dia do edu-
turação com as obras de Alexandre Von Humbol- cando de toda a Educação Básica. Portanto é fun-
dt (1769-1859) e de Carl Ritter (1778-1859). Foram damental que o estudo dessa ciência proporcione
imensos os debates nos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX aos alunos práticas e pesquisas, onde estes refli-
para que a Geografia pudesse tornar-se indepen- tam sobre sua realidade, contextualizando-a com o
dente adquirindo conceitos próprios e específicos. mundo.
A Geografia descrevia as sociedades e paisagens, O objetivo maior desse componente curricular é
seguindo depois para os métodos quantitativos, fazer com que os educandos compreendam a dinâ-
tentando explicar os fenômenos que aconteciam mica social, espacial e temporal em uma escala do
na superfície. Porém, foi com o questionamento local ao global e em uma perspectiva multidiscipli-
crítico que as mudanças aconteceram na contex- nar com incorporação de conceitos/conteúdos que
tualização geográfica. Era preciso que esta ciência vão além dos conceitos geográficos: paisagem, es-
não se tornasse mercadoria, mas estabelecesse es- paço e tempo, sociedade, lugar, região e território.
tudos nas relações sociais, pensando a sociedade Abrangendo, portanto, a diversidade e os temas
de forma que não fosse para se defender da guerra transversais.
ou domínio de territórios. Sendo preciso entender
A geografia escolar do século XXI deve estar volta-
os processos de apropriação, exclusão, dominação
da para o desenvolvimento de competências, habi-
entre os grupos e/ou sociedades.
lidades e atitudes entre educandos e educadores,
Diante das mudanças no mundo globalizado e tec- onde o aprender a aprender, o aprender a fazer, o
nológico, as transformações econômicas, culturais, aprender a conhecer e o aprender a ser seja uma
ambientais e políticas mundiais, fez-se necessário constante no processo ensino aprendizagem.
uma geografia baseada na intensa relação com ou-
tras áreas do conhecimento para promover cami-
nhos que não separa o humano do habitat e suas OBJETIVOS
relações. Dentro dessa ação complexa da socieda-
de, o fazer geográfico, procura analisar, e compre-
ender o lócus da vida correlacionado ao mundo. Conhecer a organização do espaço geográfico e o
funcionamento da natureza em suas múltiplas rela-
Em meados da década de 70, inicialmente na Fran-
ções, de modo a compreender o papel das socieda-
ça e posteriormente Espanha, Itália, Brasil surge a
des em sua construção e na produção do território,
denominada geografia crítica, que buscava nas te-
da paisagem e do lugar;
orias marxistas sua base epistemológica. Trazendo
uma nova interpretação das categorias de espaço Identificar e avaliar as ações dos homens em socie-
geográfico, território e paisagem, focando a plu- dade e suas consequências em diferentes espaços e
ralidade e investigando as interações na constitui- tempos, de modo a construir referenciais que pos-
ção do espaço. Seus pressupostos básicos eram a sibilitem uma participação propositiva e reativa nas
criticidade e o engajamento do espaço geográfico questões socioambientais locais;
1º ANO
235
2º ANO
3º ANO
237
5º ANO
239
7º ANO
241
EIXOS TEMÁTICOS CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES
8º ANO
243
9º ANO
245
246 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
ÁREA DE CONHECIMENTO: ENSINO RELIGIOSO
247
248 GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA - SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
10. ÁREA DE CONhECImENTO: ENSINO RElIGIOSO
249
1º ANO
2º ANO
251
4º ANO
253
6º ANO
- Eu: Um ser que constrói sua auto- - Possibilitar a compreensão das relações
nomia; homem/natureza/conhecimento /fé como
processos que compõem o ser em socieda-
- Nossa inter-relação com outras
de;
pessoas: tolerância, respeito,
preconceito, desigualdade, qua- - Perceber que a convivência em grupo auxi-
lidade, cooperação, partilhar; lia no crescimento pessoal;
- Diversidades de religiões regio- - Identificar as diversas tradições religiosas
nais; no município e no Estado de Rondônia;
- Comunidade e famílias no con- - Respeitar a diversidade cultural e religiosa;
texto escolar;
- Construir ações de solidariedade grupal;
- A escola: espaço de aprendiza-
- Respeitar as opiniões e crenças individuais;
gem através do convívio social;
- Possibilitar o uso das tecnologias nas diver-
CULTURAS E - A importância das comunidades
sas atividades pedagógicas;
TRADIÇÕES para a vivência da paz, a prática
RELIGIOSAS do diálogo e da justiça; - Formar paradigmas de sociedade/grupos
ETHOS sadios, baseado nos valores humanos;
- A família e a educação religiosa;
RITOS - Perceber como manifesta o sagrado nas
MITOS - Cultivo da transcendência;
tradições religiosas;
TEXTOS - Relacionamento humano e mí-
SAGRADOS - Conhecer as fundamentações dos limites
dias Sociais;
TEOLOGIA éticos propostos pelas várias tradições reli-
- A solidariedade na comunidade giosas;
como alicerce da sociedade;
- Demonstrar atitudes de combate ao pre-
- História da origem e formação conceito de etnias, gênero e idade;
dos textos sagrados;
- Identificar os princípios éticos norteadores
- Lendas regionais; da vida de forma que seja respeitada a di-
versidade dos valores humanos de igualda-
- Valores necessários para a vida
de, justiça social e paz.
pessoal e social;
- A paz e a tolerância como gran-
des valores entre os grupos so-
ciais.
255
8º ANO
257
11. mODAlIDADES DE EDUCAÇÃO A DIVERSIDADE NA FORmAÇÃO hUmANA
A Educação Especial integra o Sistema de Ensino situação problema. Desse modo, é importante que o
como modalidade e, em consonância com a Política professor do AEE proponha atividades que promo-
Nacional, organiza-se de modo a aperfeiçoar os pres- vam a vinculação do aluno com o êxito, bem como
supostos da prática pedagógica social e da educação organize situações de aprendizagem a partir dos in-
inclusiva, a fim de cumprir os dispositivos legais, po- teresses manifestados pelo aluno e escolhas diante
líticos e filosóficos que fundamentam o atendimento das possibilidades existentes. Essa proposta é possí-
ao aluno que apresentam necessidades educacionais vel na medida em que ocorra a promoção de situa-
especiais. A Educação Especial constitui uma modali- ções diversificadas que permitam ao aluno se expres-
dade que perpassa todos os níveis, etapas e modali- sar livremente na sala de recursos multifuncionais e
dades de ensino. Definida como proposta pedagógi- na sala de aula. A oferta dessas diferentes opções de
ca que assegura recursos e serviços de atendimento atividades tem influência no desenvolvimento da au-
educacional especializado, organizado, para apoiar a tonomia e na independência do aluno frente às dife-
educação nas classes comuns, de modo a garantir a rentes situações de aprendizagem.
escolarização e a promoção do desenvolvimento das
potencialidades dos alunos que apresentam necessi-
ATENDImENTO EDUCACIONAl
dades educacionais especiais.
ESPECIAlIzADO- AEE
ENSINO MÉDIO
de recursos Multifuncionais, por meio da Portaria nº.
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL 13, de 24 de Abril de 2007.
FONTE: SEESP/MEC São atendidos, nas salas de recursos Multifuncionais,
EDUCAÇÃO INFANTIL alunos público-alvo da educação especial, conforme
estabelecido na Política Nacional de Educação Espe-
cial na perspectiva da Educação Inclusiva e no Decre-
O AEE é organizado para suprir as necessidades de to N.6.571/2008. O espaço da sala de recurso é parte
acesso ao conhecimento e à participação dos alunos integrante do projeto político pedagógico (PPP) e
com deficiência e dos demais que são público alvo da visa à formação do aluno, visando a sua autonomia
Educação Especial, nas escolas comuns. dentro e fora da escola.
Constitui oferta obrigatória dos sistemas de ensino, De acordo com a Nota técnica Nº 09/2010 GAB/SEESP,
embora participar do AEE seja uma decisão do aluno O poder público deve assegurar às pessoas com de-
e/ou de seus pais/responsáveis. ficiência o acesso a um sistema educacional inclusivo
O AEE, na Educação Infantil: Se expressa por meio em todos os níveis.
de serviços de intervenção precoce, que objetivam Os sistemas de ensino devem garantir o acesso ao en-
aperfeiçoar o processo de desenvolvimento e apren- sino regular e a oferta do atendimento educacional
dizagem, em interface com os serviços de saúde e especializado aos alunos público alvo da educação e
assistência social. especial; alunos com deficiência, transtornos globais
O acompanhamento visa, também, à superação de do desenvolvimento e altas habilidade/superdota-
atitudes de dependência que comumente o aluno ção.
com deficiência intelectual apresenta em situações Considera-se atendimento educacional especializa-
em que ele é desafiado a resolver uma determinada do o conjunto de atividades e recursos pedagógicos
259
CARACTERIZAÇÃO DO ALUNADO COM ser causada por enfermidades, traumatismos ou dis-
DEFICIÊNCIA VISUAL funções do sistema visual que acarretam diminuição
da acuidade visual, dificuldade para enxergar de per-
to e/ou de longe, campo visual reduzido, alterações
Cegueira Congênita na identificação de contraste, na percepção de cores,
A cegueira congênita pode ser causada por lesões ou entre outras alterações visuais. Trata-se de um com-
enfermidades que comprometem as funções do glo- prometimento do funcionamento visual, em ambos
bo ocular. Dentre as principais causas, destacam-se os olhos, que não pode ser sanado, por exemplo,
a retinopatia da prematuridade, a catarata, o glauco- com o uso de óculos convencionais, lentes de conta-
ma congênito e a atrofia do nervo óptico. Trata-se de to ou cirurgias oftalmológicas.
uma condição orgânica limitante que interfere signi- De acordo com a estimativa da Organização Mundial
ficativamente no desenvolvimento infantil; de Saúde - OMS, cerca de 70% da população conside-
rada cega possui alguma visão residual aproveitável.
Nesse ponto, há necessidade de uma avaliação quanti-
Cegueira Adventícia tativa e qualitativa que vise a possibilitar o uso eficien-
A cegueira adventícia caracteriza-se pela perda de te e a funcionalidade de qualquer percentual de visão.
visão ocorrida na infância, na adolescência, na fase A função visual é aprendida e, por isso, quanto mais
adulta ou senil. Dentre as principais causas, desta- oportunidade de contato com as pessoas e objetos do
cam-se as doenças infecciosas, as enfermidades sistê- meio, melhor a criança com baixa visão desempenhará
micas e os traumas oculares. O conhecimento destas atividades e desenvolverá habilidades e capacidades
causas é relevante para a identificação de possíveis para explorar o meio ambiente, conhecer e aprender.
comprometimentos ou patologias que demandam
tratamento e cuidados necessários. Além disso, é
preciso contextualizar e compreender esta situação DESAFIOS DA ALFABETIZAÇÃO DAS PESSOAS COM
em termos da idade, das circunstâncias, do desenvol- NECESSIDADES EDUCACIONAIS NA ÁREA DA VISÃO
vimento da personalidade e da construção da iden-
tidade.
A alfabetização dessas pessoas é um processo com-
A ausência da visão é uma condição que deve ser plexo e dinâmico que envolve capacidades, conhe-
concebida como fator ou indício de dependência ou cimentos e atitudes em uma rede de interações
de tutela. A superestimação da cegueira como déficit, afetivas, sociais, cognitivas, linguísticas e motoras.
falta ou incapacidade, e a supremacia da visão como Trata-se de despertar na criança a curiosidade, o
referencial perceptivo por excelência são barreiras desejo de aprender, a expressão de seus interesses,
invisíveis que travam ou dificultam o desenvolvimen- preferências e pontos de vista, descobrir o que tem
to da independência, da autonomia, da confiança, sentido e significado para ela. Deve-se estimular,
da autoestima e de segurança. Portanto, é preciso também, o convívio e a participação individual e a
acreditar e compreender que a pessoa com cegueira interação grupal, dentro e fora da sala de aula, em
e a que enxerga tem potencialidades para conhecer, atividades escolares ou de recreação, bem como
aprender e participar ativamente da sociedade. sua participação ativa na vida familiar, comunitária
e social. É preciso valorizar a bagagem de conheci-
mento do aluno, o saber informal e assistemático,
Baixa Visão as relações que estabelece entre o que aprendeu
A baixa visão é uma deficiência que requer a utiliza- e o que ainda não sabe. O aluno deve aprender a
ção de estratégias e de recursos específicos, sendo usar a linguagem oral e escrita para se expressar,
muito importante compreender as implicações pe- argumentar, confrontar hipóteses, manifestar con-
dagógicas dessa condição visual e usar os recursos flitos cognitivos, estabelecer relações, desenvolver
de acessibilidade adequados no sentido de favorecer a consciência corporal e a coordenação motora.
uma melhor qualidade de ensino na escola. Quanto Trata-se de um processo construtivo que envolve a
mais cedo for diagnosticada, melhores serão as opor- ação individual do aluno e sua interação com os se-
tunidades de desenvolvimento e de providências res e os objetos que o cercam.
médicas, educacionais e sociais de suporte para a re- Alunos que apresentam perda total, ou resíduo mí-
alização de atividades cotidianas. A baixa visão pode nimo de visão, necessitam utilizar o Sistema Braille
261
Em suma, a deficiência intelectual não se esgota na CARACTERIZAÇÃO DO ALUNADO
sua condição orgânica e ou intelectual, nem pode ser COM DEFICIÊNCIAS FÍSICA E MULTIPLAS
definida por um único saber. Ela é, como próprio con-
ceito de pessoa, uma interrogação e um objeto de in-
vestigação para todas as áreas de conhecimento. A variedade de condições não sensoriais que afetam
o indivíduo em termos de mobilidade, de coordena-
Esta dificuldade em definir de forma clara o concei-
ção motora geral ou da fala, como decorrência de
to de deficiência intelectual tem tido consequências
lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas,
muito marcadas no modo como as pessoas em ge-
ou, ainda, de malformações congênitas ou adquirida
ral e as organizações e instituições sociais têm lidado
e caracterizada como Deficiência Física.
com a deficiência. O medo face à diferença e ao des-
conhecido é responsável, em grande parte, pela dis- São consideradas pessoas com deficiências múltiplas
criminação que a escola e a sociedade promoveram aquelas que “têm mais de uma deficiência associa-
relativamente às pessoas com deficiência em geral, da. É uma condição heterogênea que identifica di-
mas muito particularmente às pessoas com deficiên- ferentes grupos de pessoas, revelando associações
cia intelectual. diversas de deficiências que afetam, mais ou menos
intensamente, o funcionamento individual e o rela-
cionamento social” (MEC/SEESP, 2002).
CARACTERIZAÇÃO DO ALUNADO
As características específicas apresentadas pelas pes-
COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO
soas com deficiências múltiplas lançam desafios à es-
DESENVOLVIMENTO
cola e aos profissionais que com elas trabalham no
que diz respeito à elaboração de situações de apren-
dizagem a serem desenvolvidas para que sejam al-
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento caracteri-
cançados resultados positivos ao longo do processo
zam-se por um comprometimento grave e global em
de inclusão. Esses alunos constituem um grupo com
diversas áreas do desenvolvimento, como: Habilidades
características específicas e peculiares e, consequen-
de interação social e recíproca, habilidades de comuni-
temente, com necessidades únicas, por isso, faz-se
cação ou presença de estereotipias de comportamen-
necessário dar atenção a dois aspectos importantes:
to, interesses e atividades. Os prejuízos qualitativos
A comunicação e o posicionamento.
que definem essas condições representam um desvio
acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou
idade mental do indivíduo. Esta seção abarca Transtor-
COMUNICAÇÃO
no Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegra-
tivo da Infância, Transtorno de Asperger e Transtorno
Global do Desenvolvimento sem outra especificação. Todas as interações de comunicação e atividades de
Esses transtornos em geral se manifestam nos primei- aprendizagem devem respeitar a individualidade e
ros anos de vida e frequentemente, estão associados a dignidade de cada aluno com deficiência múltipla.
com algum grau de Retardo Mental que, se presente, Quando o contato com o meio se estabelece, passam
deve ser codificado no Eixo II. a se comunicar, ainda que em diferentes níveis de
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento são ob- simbolização; assim, é preciso estar atento ao con-
servados, por vezes, acompanhando um grupo de texto no qual os comportamentos, as manifestações
várias outras condições médicas gerais (p. ex., anor- ocorrem e sua frequência, para assim compreender
malidades cromossômicas, infecções congênitas e melhor o que o aluno tem a intenção de comunicar
anormalidades estruturais do sistema nervoso central). e responder.
Caso essas condições estejam presentes, elas devem
ser registradas no Eixo III. Embora termos como “psico-
se” e “esquizofrenia da infância” já tenham sido usados POSICIONAMENTO
com referência a indivíduos com esses transtornos,
evidências consideráveis sugerem que os Transtornos
Globais do Desenvolvimento são distintos da Esquizo- É indispensável uma boa adequação postural. Colo-
frenia (entretanto, um indivíduo com Transtorno Glo- car o aluno na cadeira de rodas ou em uma cadeira
bal do Desenvolvimento ocasionalmente pode, mais comum ou, ainda, deitado de maneira confortável
tarde, desenvolver Esquizofrenia). em sala de aula para que possa fazer uso de gestos
263
sensibilidade ao ritmo musical. AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA
Capacidade Psicomotora: A marca desses estudantes
é o desempenho superior em esportes e atividades
A avaliação pedagógica é essencial para o reconhe-
físicas, velocidade, agilidade de movimentos, força,
cimento das diferenças na escola. Ela pode ser con-
resistência, controle e coordenação motora fina e
siderada um obstáculo quando compreendida como
grossa.
um elemento sancionador e qualificador, em que os
A proposta educacional, derivada desses pressu- sujeitos da avaliação são somente os alunos, e o obje-
postos favorece aos alunos com altas habilidades/ to da avaliação, as aprendizagens realizadas por eles.
superdotação a superação de possíveis dificuldades
Entretanto, a avaliação tem um sentido construtivo,
na construção do conhecimento de forma individual
quando deixa de focar exclusivamente os resulta-
e coletiva, no reconhecimento de características de
dos obtidos pelos alunos e passa relacioná-los com
aprendizagem distintas e individuais, reconhecendo
as práticas pedagógicas, possibilitando a problema-
a importância da interação e da participação de to-
tização dos processos de ensino e aprendizagem e
dos os alunos nos espaços comuns de aprendizagem.
identificação das diferentes formas da construção do
A aprendizagem colaborativa contribui para a auto-
conhecimento pelos alunos de uma mesma turma.
nomia cognitiva dos alunos com altas habilidades/
superdotação, desafiando-os não somente comparti- Na perspectiva da educação inclusiva, a avaliação
lhar conhecimentos na sala de aula, mas beneficiar-se constitui-se basicamente de três momentos: o pri-
dos processos de aprendizagem coletivos. meiro busca verificar os conhecimentos prévios dos
alunos sobre os conteúdos a serem trabalhados
pedagogicamente, suas hipóteses e referências de
COMO ACOMPANHAR O ALUNO NA SALA DE aprendizagem; o segundo se relaciona ao processo
RECURSOS MULTIFUNCIONAIS de aprendizagem, ao acompanhamento e aprofun-
damento dos temas estudados; e o terceiro momento
diz respeito ao que os alunos aprenderam em relação
A função do professor do AEE consiste em propor à proposta inicial e as novas relações estabelecidas.
atividades que permitam eliminar barreiras na apren-
Ao ingressar no AEE, deve ser realizada uma avalia-
dizagem e aperfeiçoar a aprendizagem dos alunos e
ção através de estudo de caso do aluno, que será
sua inclusão no ensino regular. Essa ação, certamen-
concretizada pelo professor da sala de recursos com
te, terá uma repercussão positiva no desempenho do
a participação e colaboração do professor do ensino
aluno na sala de aula comum.
comum e equipe técnica que atua com esse aluno no
O acompanhamento do AEE se organiza a partir de contexto da escola.
um plano de atendimento educacional especializado
que o professor deve elaborar com base nas informa-
ções obtidas sobre o aluno e a problemática viven- A AVALIAÇÃO NA SALA DE RECURSOS MULTIFUN-
ciada por ele através do estudo de caso. De posse de CIONAIS
todas as informações sobre o aluno, bem como dos
recursos disponíveis na sala de aula, na escola, na fa-
mília e na comunidade, o professor do AEE elabora Na sala de recursos multifuncionais, o aluno com defi-
seu plano. ciência intelectual poderá ser avaliado em função dos
aspectos motores, do desenvolvimento da expressão
Para elaborar o plano, o professor mobiliza os dife-
oral e escrita, do raciocínio lógico matemático, do fun-
rentes recursos disponíveis (escola, comunidade etc.)
cionamento cognitivo, da afetividade (comportamen-
e faz uma articulação com o professor do ensino
to e interação) e da relação que o aluno estabelece
comum. O professor do AEE prevê um determinado
com o saber. Esta avaliação deve ser realizada prefe-
período para o desenvolvimento do seu plano, ao
rencialmente através de situações lúdicas, as quais de-
término do qual ele fará uma avaliação no sentido
vem permitir a livre expressão do aluno.
de redimensionar suas ações em relação ao acompa-
nhamento do aluno. O acompanhamento é, essen- O professor do AEE acolhe a queixa trazida pela fa-
cialmente, o desenvolvimento e a avaliação do plano mília ou pelo professor do aluno a respeito das difi-
de AEE. culdades enfrentadas por este no contexto escolar.
Como já referido anteriormente, ele avalia o aluno
265
Durante os anos de 1960 a comunidade constituiu- cursos Telensino e Modular, e Exames Gerais.
se a partir do primeiro núcleo familiar, formado pelo
A Educação Escolar Quilombola está fundamentada
senhor Jesus Gomes Oliveira e dona Luísa Assunção.
na seguinte legislação:
A Comunidade Quilombola de Santa Fé está lo-
Parecer CNE/ CP003/2004 - regulamenta a alte-
calizada a 8 km do município de Costa Marques, é o
ração trazida à Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da
resultado de movimentações de diferentes grupos
Educação Nacional, pela Lei 10.639/2003, que estabe-
negros provenientes de diversas localidades do Vale
lece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultu-
do Guaporé.
ra Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, bem
A Comunidade Quilombola de Forte Príncipe da como nos Art. 26, 26 A e 79 B na Lei 9394/96, que as-
Beira foi reconhecida e registrada pela Fundação seguram o direito à igualdade de condições de vida
Cultural Palmares em 2004 e constitui-se em uma das e de cidadania, assim como garantem igual direito às
mais expressivas populações quilombolas de Rondô- histórias e culturas que compõem a nação brasileira,
nia. A comunidade está localizada a 27 KM do muni- além do direito de acesso às diferentes fontes da cul-
cípio de Costa Marques. tura nacional a todos os brasileiros da Resolução.
A Comunidade Quilombola de Pedras Negras é Resolução CNE/CP/DF nº 1, de 17 de junho 2004
um dos mais antigos núcleos de ocupação colonial do – Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Edu-
Vale do Guaporé. A localidade de Pedras Negras tem cação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
sido descrita como um ponto remoto e ermo, habita- História e Cultura Afro- Brasileira e Africana;
da, notadamente por negros egressos da escravidão,
Parecer CNE/CEB 07/2010 e Resolução CNE/CEB
provenientes de Vila Bela da Santíssima Trindade. A
04/2010 - que instituem as Diretrizes Curriculares
comunidade está localizada a 380 KM do município
Gerais para a Educação Básica - inclusão da educa-
de São Francisco do Guaporé. Em 2004 iniciou-se o
ção escolar quilombola como modalidade da
procedimento de autorreconhecimento da comuni-
educação básica. Isso significa que a regulamenta-
dade como população remanescente de quilombos.
ção da Educação Escolar Quilombola nos sistemas
A emissão da certidão de autorreconhecimento por
de ensino deverá ser consolidada em nível nacional
parte da Fundação Cultural Palmares levou o INCRA
e seguir orientações curriculares gerais da Educação
a iniciar os procedimentos de demarcação territorial.
Básica e, ao mesmo tempo, garantir a especificidade
A Comunidade Quilombola de Santo Antônio do das vivências, realidades e história das comunidades
Guaporé é remanescente de quilombos, localizada a quilombolas do país.
80 km do município de São Francisco do Guaporé. A
11.3 Educação Escolar Indígena
população reside na região há mais de cento e vinte
anos, sobrevivendo dos recursos naturais e de uma Há um grande descompasso entre, de um lado, a
agricultura de subsistência que tem na mandioca seu educação diferenciada como projeto e como discus-
produto mais expressivo. são e, de outro, a realidade das escolas indígenas no
país e a dificuldade de acolhimento de sua especifici-
A Comunidade Quilombola de Rolim de Moura do
dade por órgãos encarregados da regularização e da
Guaporé está localizada no município de Alta Flores-
oficialização de currículos, regimentos e calendários
ta, e tem certidão de autorreconhecimento expedida
diferenciados elaborados por comunidades indíge-
pela Fundação Palmares, porém por ser uma comu-
nas para suas respectivas escolas.
nidade mais próspera alguns moradores não querem
se reconhecidos como quilombolas. Lopes da Silva (2001)
A Comunidade Quilombola de Laranjeiras está lo- A década de 1990 no Brasil foi marcada pela acele-
calizada no Vale do Guaporé distante cerca de 4 horas ração das discussões e propostas legais de regula-
da comunidade Quilombola de Rolim de Moura do mentação da Educação Escolar nas comunidades
Guaporé, pertence ao município de Pimenteiras, po- indígenas, a partir da promulgação da Constituição
rém o atendimento educacional, devido à distância, Federal em 1988. Ela passou a assegurar aos indíge-
é realizado pelo município de Alta Floresta D’Oeste. nas o direito à vivência de sua língua, organização so-
cial, crenças e tradições. No campo da Educação, Em
O atendimento educacional a essas Comunidades é
1991, o decreto presidencial 26/91 estabeleceu que a
realizado pela Secretaria de Estado da Educação na
coordenação das ações educacionais em terras indí-
modalidade de Educação de Jovens e Adultos com
genas passasse da esfera do Ministério da Justiça/FU-
267
dida, como em qualquer processo pedagógico, em diferenciada, bilíngue/multilíngue e comunitária,
sua diversidade cultural, pois se trata de um avanço também é garantido na Lei nº 9.394/96 (Lei de Dire-
significativo em que a LDB reconhece não apenas a trizes e Bases da Educação Nacional), nos artigos 78 e
importância da sócio-diversidade nativa contempo- 79 preconiza como dever do Estado o oferecimento
rânea, mas define toda uma política, como os res- de uma educação escolar que fortaleça as práticas so-
pectivos desdobramentos, para sistematizar com a cioculturais e a língua materna de cada comunidade
audiência das comunidades indígenas, os processos indígena, e proporcione a oportunidade de recuperar
educativos que lhe respeitem a identidade. A partir suas memórias históricas e reafirmar suas identida-
desta nova concepção educativa, a recuperação da des, dando-lhes, também, acesso aos conhecimentos
memória indígena e a reafirmação de suas identida- técnico-científicos da sociedade nacional. Para que
des étnicas começam por programas de ensino que isto ocorra, a LDB determina a articulação dos siste-
consideram a especificidades destes grupos e dina- mas de ensino para a elaboração de programas inte-
mizem a interação entre a sociedade indígena com grados de ensino e pesquisa, com a participação das
sua própria produção de atividades econômicas e comunidades indígenas em sua formulação e que
melhorias na qualidade de vida. Nesta legislação, a tenham como objetivo desenvolver currículos espe-
imposição da hegemonia de um modelo educativo cíficos, neles incluindo os conteúdos culturais corres-
cede lugar à concepção diversificada de mundo. A pondentes às respectivas comunidades. A Lei ainda
pluralidade cultural é um estágio avançado do con- prevê a formação de pessoal especializado para atuar
ceito de igualdade. Todos têm o direito de exteriori- nessa área, e a elaboração e publicação de materiais
zar a sua identidade sem a imposição de valores. didáticos específicos e diferenciados. Em seu art. 26
dispõe também sobre o currículo do ensino funda-
Atualmente, em Rondônia, há 90 escolas atendendo
mental e médio, que devem ter uma base nacional
a um total aproximado de 3.000 alunos indígenas, so-
comum, a ser complementada, em cada sistema de
mente no ensino fundamental. Apesar disto, há um
ensino e estabelecimento escolar, por uma parte
significativo contingente de alunos, especialmente
diversificada, exigida pelas características regionais
jovens e adultos, que não estão inseridos nesta esta-
e locais da sociedade, da cultura, da economia e da
tística. Alguns se encontram estudando fora de suas
clientela, e em seu § 4º que o ensino da História do
comunidades e outros acumulam diversas experiên-
Brasil levará em conta as contribuições das diferentes
cias escolares sem que estas estejam validadas. Neste
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
sentido a priorização da educação básica é de suma
especialmente das matrizes indígenas, africana e eu-
importância para atender a esta demanda, reconhe-
ropeia.
cendo o processo histórico e educacional especifico
de cada etnia, ao mesmo tempo em que garante a O Estado garantirá a oferta da Educação Básica em
continuidade dos estudos na própria comunidade. conformidade com a Constituição Federal de 1988 e
Isto contribui para o fortalecimento cultural e para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº. 9394/96 que
minimização de inúmeros problemas sociais oriun- determina ao Sistema de Ensino da União, com a co-
dos das relações interétnicas. laboração das agências federais de fomento a cultura
e de assistência aos indígenas, desenvolver progra-
BASE LEGAL
mas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de
O Capítulo III da Constituição Federal de 1988 que Educação Escolar bilíngue e intercultural aos povos
trata da EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO indígenas, com os seguintes objetivos:
na Seção I diz que a educação nacional, universal se-
1. proporcionar aos indígenas, suas comunidades
gue os mesmos parâmetros tanto para os indígenas
e povos, a recuperação de suas memórias histó-
quanto para os não indígenas.
ricas, a reafirmação de suas identidades étnicas,
No Capítulo VII – “Dos Índios”, destaca-se a redação a valorização de suas línguas e ciências;
do seguinte artigo:
2. garantir aos indígenas, suas comunidades e po-
Art. 231 - São reconhecidos aos índios sua organi- vos, o acesso às informações, conhecimentos
zação social, costumes, línguas, crenças e tradições técnicos e científicos da sociedade nacional e
e os direitos originários sobre as terras que tradicio- demais sociedades indígenas.
nalmente ocupam, competindo à União demarcá-las,
A Resolução 04/2010 define as Diretrizes Curriculares
proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
Nacionais Gerais para a Educação Básica, assegura:
O direito à Educação Escolar Indígena intercultural,
269
autônoma por cada povo indígena. nos, materiais e financeiros para o seu pleno
funcionamento;
O art. 3º reitera o reconhecimento da condição espe-
cífica das escolas indígenas que devem ser organiza- § 1º - O Estado poderá dentro de suas possibilidades
das “com normas próprias e Diretrizes Curriculares es- e conveniência administrativa e financeira oferecer
pecíficas, voltadas ao ensino intercultural e bilíngue a educação escolar indígena, em regime de
ou multilíngue, gozando de prerrogativas especiais colaboração com os municípios que possuem, em
para organização das atividades escolares, respeita- suas redes, escolas indígenas, com a anuência das
do o fluxo das atividades econômicas, sociais, cultu- comunidades interessadas.
rais e religiosas e as especificidades de cada comuni-
Os dispositivos legais existentes atestam o caráter in-
dade, independentemente do ano civil.”
tercultural da educação escolar indígena como par-
No Estado de Rondônia, a Lei Estadual nº. 821 de te integrante do direito à educação, garantindo-lhes
30/06/1999 dispõe em seu art. 3º que o Estado insti- políticas educacionais específicas.
tuirá programas de apoio à educação indígena. O De-
Atualmente atende-se a uma diversidade étnica,
creto nº. 9128 de 30/06/2000 regulamentador desta
cultural e linguística, onde aparecem comunidades
Lei, versa em seu artigo 6º, que o Estado, por meio da
que vão desde agrupamentos humanos fragmenta-
Secretaria de Estado da Educação e dentro das esfe-
dos com pouco mais de uma dezena de indivíduos
ras de competência definidas no plano institucional,
até comunidades de mais de mil indivíduos. São as
administrativo e organizacional tem as seguintes res-
etnias: Arara, Arikapu, Aruá, Akunsu, Aikanã, Amon-
ponsabilidades, em regime de colaboração:
dawa, Cinta larga, Karitiana, Kaxarari, Kampé, Kwazá,
1. oferecer e executar a educação escolar indíge- Karipuna, Kanoé, Kassupá, Wajurú, Uru Eu Wau Wau,
na, diretamente ou por meio de regime de co- Gavião, Suruí, Tuparí, Makurap, Latundê Purubo-
laboração com seus municípios; ra, Migueleno, Sakyrabia, Jabuti (Djeoromitxi), Ku-
jubim, Massacá e Sabanê. Além destas, os Wari são
2. regulamentar administrativamente as escolas
agrupados por uma unidade étnica constituída por
indígenas, no âmbito do Estado, integrando-as
oito grupos nomindados: Oro Não, Oro Eo, Oro At, Oro
como unidades próprias, autônomas e específi-
Jowin, Oro Mon, Oro Waram, Oro Waram Xijeim e Oro
cas no sistema estadual;
Kao Orowaji, únicos falantes da língua Txapakura. O
3. prover as escolas indígenas de recursos huma- povo Kaxarari são falantes da língua pano.
A Educação Integral está presente na legislação brasi- tais voltadas para o desenvolvimento integral do
leira e será organizada com base nos artigos 205, 206 estudante no que se refere aos aspectos: biológico,
e 227 da Constituição Federal; no Estatuto da Crian- psicológico, cognitivo, comportamental, afetivo, re-
ça e do Adolescente (Lei n.º 8069/1990), nos artigos lacional, valorativo, sexual, ético, estético, criativo,
34 e 87 da na Lei de Diretrizes e Bases da Educação artístico, ambiental, político, tecnológico e profis-
Nacional (Lei n.º 9.394/1996), no Plano Nacional de sional. Em síntese, conhecer, pensar, criar, fazer e ser
Educação (Lei n.º 10.179/01) e no Fundo Nacional de a organização da comunidade numa perspectiva
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica colaborativa e não apenas competitiva. Respeitan-
e de Valorização dos profissionais da Educação - FUN- do e valorizando a diversidade étnica, racial e de gê-
DEB (Lei n.º 11.494/2007). nero no âmbito geracional e cultural, que procura
desconstruir as categorias excludentes étnicas, bem
O currículo da Educação Integral deve ser concebido
como o incentivo e a difusão de experiências e vi-
como um projeto educativo integrado que implica
vências que valorizem os “ciclos de vida” da infân-
na ampliação da jornada escolar diária desenvolven-
cia, da pré-adolescência, da adolescência, de todas
do atividades como o acompanhamento pedagógi-
as idades, para o exercício dos direitos de cidadania
co, o reforço e o aprofundamento da aprendizagem,
e do usufruto dos direitos constitucionalmente pre-
a experimentação e a pesquisa científica, a cultura
vistos.
e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da co-
municação e informação, a afirmação da cultura dos Portanto, a ampliação do tempo pedagógico da
direitos humanos, a conservação e preservação do escola, nesta ótica, deve significar muito mais que
meio ambiente, a promoção da saúde, entre outras, a extensão do modelo que todos conhecem. Deve
articuladas aos componentes curriculares e às áreas implicar em uma nova construção curricular, com
de conhecimento. base na integração como princípio de organização
pedagógica da escola, na flexibilidade como dinâ-
As atividades podem ser desenvolvidas dentro do
mica da produção da matriz curricular e da inter-
espaço escolar, conforme a disponibilidade da esco-
disciplinaridade, como concepção para o trabalho
la, ou fora dele, em espaços distintos da cidade em
pedagógico dos educadores.
que a escola está situada, utilizando equipamentos
sociais e culturais existentes, bem como estabele- A Educação Integral exige a mobilização de toda a
cendo parcerias com órgãos e/ou entidades locais, escola, em especial dos professores, para que o pla-
sempre de acordo com o projeto político pedagó- nejamento aconteça de forma a assegurar o atendi-
gico da escola. Dessa forma, a escola estará contri- mento das necessidades educativas dos estudantes,
buindo para a construção de redes sociais e de cida- bem como, do desenvolvimento das ações, com o
des educadoras. máximo de aproveitamento das intervenções pe-
dagógicas desde o diagnóstico até os conteúdos e
A Educação Integral deve criar novos espaços e
atividades.
tempos para vivências sociais, culturais e ambien-
271
13. AVALIAÇÃO: PARTE INTEGRANTE DO CURRÍCULO
A avaliação no contexto educacional escolar está di- nimo de conhecimento3, habilidades e hábitos que o
recionada para o desenvolvimento de competências, educando deverá adquirir; e não uma média mínima
habilidades e atitudes e, apresenta novos desafios à de notas, como ocorre hoje na prática escolar.”
escola no que se refere ao seu papel para o desenvol-
Dessa forma, a avaliação assume dentro do proces-
vimento do currículo. As reflexões sobre a avaliação,
so de ensino e aprendizagem caráter diagnóstico,
neste contexto, devem levar em consideração o con-
cumulativo, somativo e formativo e que devem ser
ceito de competência adotado: uma ação mental que
vinculados ou conjugados para se garantir a eficiên-
se torna cada vez mais complexa, a partir do desen-
cia do sistema de avaliação e a excelência do proces-
volvimento de habilidades, atitudes, comportamen-
so. A avaliação formativa não exclui as demais formas
tos e linguagens que são construídos de forma gra-
de avaliação. O professor poderá se apropriar de to-
dativa, considerando um aprofundamento gradual.
das as formas de avaliação, dando especial atenção
O ensino voltado para o desenvolvimento de com- ao nível de complexidade dos instrumentos que de-
petências e habilidades não pode deixar de abordar vem estar de acordo com o nível de entendimento
algumas características da avaliação que podem dos educandos nas diferentes etapas de escolariza-
auxiliar o professor na tarefa de avaliar. É preciso que ção e também poderá propor instrumentos com as
os conhecimentos requeridos para desenvolver as habilidades que foram estimuladas ao longo do perí-
habilidades apresentem uma lógica que considere a odo para que os educandos se auto-avaliem quanto
idade e o desenvolvimento cognitivo do educando. ao domínio das mesmas.
Algumas práticas ainda comuns no cotidiano esco- O professor deve utilizar instrumentos e ações que
lar não atendem mais às exigências da educação do lhe possibilitem acompanhar o desenvolvimento dos
contexto atual. Desta forma, o olhar contemporâneo educandos, tais como debates, entrevistas, pesqui-
sobre o avaliar deve conceber a avaliação como cons- sas, desenhos, provas objetivas e dissertativas, pro-
titutiva, estando presente em todos os momentos da jetos, jogos, experimentos, leituras, aula de campo,
construção do processo ensino aprendizagem e em atividades em grupo e individuais, relatórios, testes,
todos os momentos de construção do conhecimen- portfólios, fichas de registro.
to, e não somente nas etapas finais desse processo,
É importante que a escola redefina e analise o
que deve ser coerente com a proposta pedagógica
modelo de avaliação utilizada em seu cotidiano bem
assumida pela escola e pelo professor dentro das
como seu papel frente a esta dinâmica, que deve ser
condições reais de produção dos saberes, com a re-
entendida como coletiva.
alidade e as condições de existência dos educandos.
Neste contexto, a avaliação é concebida como uma
Muitos são os desafios referentes ao ato de ava-
atividade que envolve muito mais que legitimidade
liar dentro do processo educacional. Esses desa-
técnica e política; exige delicadeza na sua realização,
fios exigem do professor uma postura autônoma e
por causa da sua dimensão subjetiva, que lida com
responsável capaz de propiciar ao aluno tornar-se
o humano, e também por isso, constitui-se um gran-
protagonista neste processo, e isso requer que seja
de desafio para a escola e para os educadores. A es-
estabelecido pelo docente uma relação entre a me-
cola deve demonstrar em todas as suas atividades,
todologia adotada para o desenvolvimento das aulas
esse cuidado com a avaliação e suas relações com
e uma avaliação coerente com o desenvolvimento
as demais instâncias do processo educativo, desde a
das habilidades desejadas, com os conhecimentos
elaboração do Projeto Político Pedagógico até o pla-
requeridos e com as ações efetivamente realizadas
nejamento diário do professor, buscando produzir,
no processo, visando que o aproveitamento escolar
entre os mesmos, uma coerência que torna próximo
não seja apenas analisado pela aprovação ou repro-
o que se ensina, o que se faz e o modo como se avalia.
vação do educando, mas que seja direcionado para o
pleno desenvolvimento da aprendizagem.
3 Sobre padrão mínimo de conhecimento ver Adinoel
LUCKESI afirma que: “se utilizar corretamente a ava- Mota, “como eu avalio a aprendizagem dos meus alunos”, revis-
liação no processo de ensino e aprendizagem no ta tecnológica educacional, n 57, ABT\Rio de Janeiro.
contexto escolar importa estabelecer um padrão mí-
273
I. Os sistemas de ensino a incrementarem os dis-
positivos da carreira e de condições de exercício
e valorização do magistério e dos demais profis-
sionais da educação e a oferecerem os recursos
e apoios que demandam as escolas e seus profis-
sionais para melhorar a sua atuação;
II. As escolas a uma apreciação mais ampla das
oportunidades educativas por elas oferecidas
aos educandos, reforçando a sua responsabili-
dade de propiciar renovadas oportunidades e
incentivos aos que delas mais necessitam.
Conclui-se então que o papel essencial da avaliação
é diagnosticar e regular o processo de aprendizagem
e ensino para proporcionar aos educandos oportuni-
dade de confirmar seus saberes e competências, am-
pliar e formular novos conhecimentos e manifestar
dúvidas, dificuldades ou necessidade de aprimorar
suas habilidades em todas as etapas do processo.
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