A Escola Das Relações Humanas
A Escola Das Relações Humanas
A Escola Das Relações Humanas
Apostila 03
Piracicaba/2005
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Este trabalho contou com os esforços dos alunos Mariana Regina Zechin; Matheus Sanjuan; Thais Menezes Zimbres;
Ana Paula Dionísio; Daniele Cristina Maggiotto e Fabiana Cerri .
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Sumário
Assunto Página
1. Introdução 3
2. Experiência da Hawthorne
2.1. Fases 5
2.2. Conclusões 11
3. Kurt Lewin 13
4.1 Motivação 15
4.4 Frustração 17
4.7 Comunicação 26
4.8 Liderança 30
5. Críticas 36
6. Biografia 37
7. Referências Bibliográficas 38
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1. Introdução
Segundo Brasil Escola (2003), a partir de 1925, apesar de toda euforia reinante, a economia
norte-americana começou a enfrentar sérios problemas:
Enquanto a produção industrial e agrícola cresceu num ritmo acelerado, o aumento dos salários
foi muito lento. A conseqüência progressiva da mecanização da indústria e da agricultura, foi o
desemprego que aumentou de modo preocupante;
Os países europeus recuperaram-se dos prejuízos de guerra, o que os levou a comprar cada vez
menos dos EUA e a concorrer com eles nos mercados internacionais.
Assim, segundo Brasil Escola (2003), por falta de consumidores internos e externos,
começaram a sobrar grandes quantidades de produtos no mercado norte-americano, configurando-
se, assim, uma crise de superprodução. Diante disso, os agricultores viram-se obrigados a armazenar
cereais. Para tanto, tiveram que pedir empréstimos ao banco, oferecendo suas terras como garantia
de pagamento, o que muitas vezes os levou a perdê-las. Os industriais, por sua vez, foram forçados a
diminuir o ritmo da produção e, conseqüentemente, a despedir milhares de trabalhadores,
aprofundando a crise.
A pesar da crise galopante, os pequenos, médios e grandes investidores continuaram
especulando com ações. Comercializavam esses papéis por preços que não condiziam com a real
situação das empresas. Enfiam, agiam como se a economia do país estivesse saudável. Entretanto,
como era de se esperar, chegou o momento em que a crise atingiu a Bolsa de Nova Iorque, um dos
importantes centros do capitalismo mundial. Refletindo a real situação das empresas, os preços das
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ações começaram a baixar. Os acionistas correram para tentar vendê-las, mas não havia quem
quisesse comprá-las. Em 29 de outubro de 1929, havia 13 milhões de ações à venda mas faltavam
compradores. O resultado foi que os preços das ações despencaram, ocorrendo o crash (quebra) da
Bolsa de Valores de Nova Iorque. Segundo Brasil Escola (2003), milhares de bancos, indústrias e
empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-americanos perderam o emprego.
Abalados pela crise, os EUA reduziram drasticamente a compra de produtos estrangeiros e
suspenderam totalmente os empréstimos a outros países. Assim, a crise propagou-se rapidamente
por todo o mundo capitalista.
Cronologia dos principais eventos dos principais vultos da Teoria das Relações Humanas
reações não podem ser definidas com precisão. Também analisava padrões de comportamento dos
funcionários dentro das organizações.
Em 1918 publicou The New State: Group Organization the Solution of Popular Government,
onde desenvolveu suas próprias idéias sobre governo democrático. De um modo geral, Follett
defendeu a substituição de instituições burocráticas por networks, nas quais as próprias pessoas
analisariam seus problemas e, então, produziriam e implementariam suas próprias soluções. Em sua
concepção, na verdadeira democracia cada indivíduo deveria participar do processo de tomada de
decisão, aceitando a responsabilidade pessoal pelo resultado.
Follett interessou-se também pela política de relações industriais publicando em 1924,
Creative Experience, livro baseado em seus interesses para os negócios e a indústria. Follett era
excelente profissional, sendo requisitadas por muitos para investigar problemas específicos em
fábricas e organizações.
Faleceu em Boston, em dezembro de 1933. Seus ensaios principais foram reunidos e
publicados após sua morte, sob o título Dynamic Administration (Londres, 1941 e Nova York,
1942).
ORDWAY TEAD
Famoso educador e administrador norte-americano, Ordway Tead (1860-1933) destacou-se
na década de 1920 e contribuiu muito para a disseminação da Administração. Dentre suas principais
publicações podemos citar Instincts in Industry (1918), Human Nature and Management: The
Apllications of Psycology to Executive Leadership (1929), The Art of Leadership (1935), New
Adventures in Democracy (1950) e A Arte da Administração (1956).
Ordway Tead defendia a compreensão do comportamento administrativo / psicologia
indutrial a partir do conhecimento da natureza humana.
Seus trabalhos abrangiam estudos como da psicologia do operário, liderança, administração
como arte e objetivos organizacionais. Divulgou também a relação entre temores, ambições e
realizações dos operários na execução das tarefas.
OLIVER SHELDON
Oliver Sheldon (1894-1951), consultor inglês administrativo, foi um dos principais autores
das Teorias Transitivas. Apresentou em 1923 (Philosophy of Managemente) uma filosofia de
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KURT LEWIN
Kurt Lewin (1890-1947), psicólogo alemão, lecionou Filosofia e Psicologia na Universidade
de Berlim até 1923, quando fugiu para a América devido às perseguições nazistas. Foi professor de
Psicologia Infantil na Child Welfare Research Station, em Iowa, até 1944. Trabalhou no MIT,
fundando o centro de pesquisa National Laboratories for Group Dynamics.
Sua pesquisa mais famosa foi realizada em 1946, em Connecticut, numa área de conflitos
entre as comunidades negra e judaica. A partir de então, Lewin concluiu que reunir grupos de
pessoas era uma das melhores formas de expor as áreas de conflito. Estes grupos, denominados T-
groups, tinham como teoria subjacente o fato de os padrões comportamentais terem que ser
descongelados antes de serem alterados e depois congelados novamente - os T-groups eram uma
forma de fazer com que isto acontecesse. Lewin acreditava que o comportamento do indivíduo é
resultante da totalidade da experiência vivencial do mesmo.
É considerado o fundador da Psicologia Social. Sua principal obra foi A Dinamic Theory of
Personality (1935).
JOHN DEWEY
FRITZ ROETHISBERGER
Fritz J. Roethlisberger (1898-1974) foi por muito tempo professor de Relações Humanas da
Escola de Administração de Empresas da Universidade de Harvard e o mias proeminente dos
colaboradores de Mayo durante o desenvolvimento da Experiência de Hawthorne. É autor de
“Management and Morale” (1940), “Management and the Worker” (1939) redigido em parceria com
W. Dickson, e de “Workers” (1958) em parceria com C.R. Christensen.
ELTON MAYO
Elton Mayo (1880-1949) nasceu em Adelaide, na Austrália. Psicólogo, lecionou por muito
tempo na Universidade de Harvard.
Mayo se destaca por ser o principal protagonista da Escola das Relações Humanas, sendo
responsável pela coordenação e realização da experiência na fábrica de Hawthorne, a partir da qual
foram descobertas evidências sobre o comportamento e relacionamento humano no trabalho e
resultados sobre a produtividade no trabalho.
Em 1923, Mayo já conduzira uma pesquisa em uma indústria têxtil próxima a Filadélfia.
Essa indústria tinha problemas de produção, uma rotação de pessoal anual elevadíssima (ao redor de
250%) e havia tentado inutilmente vários mecanismos de incentivos aos funcionários. Mayo
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Seu livro mais famoso chama-se Problemas Humanos de uma Civilização Industrial,
publicado em 1933. Essa obra é considerada a bíblia do Movimento das Relações Humanas
Há o advento dos estudos sociais de Emile Durkheim (1858-1917) e dos estudos psicológicos
de Sigmund Freud (1856,1939) e Carl Gustav Jung (1875-1961), que foram decisivos para a
evolução do pensamento administrativo.
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Como conseqüência imediata das conclusões obtidas nesta experiência, surge nos Estados
Unidos a partir da década de 1930, a Teoria das Relações Humanas, também denominada Escola
Humanística da Administração, cujo fundador foi Elton Mayo.
De acordo com Silva (2001), o experimento em Hawthorne é extremamente importante na
teria das organizações, pois durante sua elaboração os teóricos das organizações começaram a
aprender como o trabalho de grupos, as atitudes e as necessidades dos empregados afetavam a
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motivação e o comportamento dos mesmos. Também, como trabalho de pesquisa, tal experimento
constituiu-se como um exemplo fascinante do método científico aplicado a questões
organizacionais, e da necessidade da preservação de uma mentalidade aberta e questionadora
enquanto na busca da verdade na ciência.
Cabe salientar, tal como aponta Chiavenato (2001), que as origens desta teoria remontam
também ao desenvolvimento das ciências humanas, principalmente da psicologia e sociologia. O
desenvolvimento destas ciências enfatizou a necessidade de humanizar e democratizar a
administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas então vigentes. Também, a
psicologia industrial, desenvolvida por Hugo Münsterberg (1863-1916), contribuiu intensamente
para demonstrar a parcialidade dos princípios de Administração adotados pela Abordagem Clássica.
Pode-se citar ainda a abordagem empregada por Silva (2001), o qual compara o movimento
das relações humanas ao topo de uma pirâmide, cuja base compõe-se por três influências históricas
distintas: o enfraquecimento do sindicalismo devido à crise de 1929; a filosofia do humanismo
industrial, estabelecida por estudiosos que desejam provar que a produtividade dos indivíduos
depende do tratamento concedido aos mesmos; os estudos de Hawthorne que visavam estudar as
condições que melhorariam o desempenho dos empregados nas organizações.
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Movimento das
Relações
Humanas
não o aumento da produção, mas sim, conhecer melhor os seus empregados. A experiência se
desenvolveu em quatro fases, vistas à seguir, de acordo com Lodi:
Fonte: Cezar
2.1 Fases
Primeira Fase
As experiências foram realizadas por um comitê constituído por três membros da empresa
pesquisada e quatro representantes da Escola de Administração de Empresas de Harvard.
Em 1924, com a colaboração do Conselho Nacional de Pesquisas, iniciara na fábrica de
Hawthorne uma série de estudos para determinar uma possível relação entre a intensidade da
iluminação do ambiente de trabalho e a eficiência dos trabalhadores, medida pelos níveis de
produção alcançados. Para isso, tomou-se dois grupos de operários em salas diferentes, que faziam o
mesmo trabalho, em condições idênticas sendo um grupo experimental ou de referência, que
trabalhava sob luz variável e o outro grupo, o de controle, que trabalhava sob a mesma iluminação o
tempo todo. Esta experiência que se tornaria famosa, foi coordenada por Elton Mayo, e logo se
estendeu ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotação de pessoal e do efeito das
condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados.
Para surpresa dos pesquisadores, não foi encontrada uma relação entre as duas variáveis,
(iluminação e rendimento dos operários) mas sim a existência de outras variáveis como o fator
psicológico. Baseados em suas suposições pessoais, os operários se julgaram na obrigação de
produzir mais quando a iluminação aumentava, já quando diminuia a iluminação o mesmo ocorria
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com a produção. A prova de que as suposições pessoais (fatores psicológicos) é que influenciavam a
produção, veio quando os pesquisadores trocaram as lâmpadas por outras de mesma potência
(fazendo os operários crerem que a intensidade variava) e o rendimento variava de acordo com a
luminosidade que os operários supunham trabalhar.
Segunda Fase
A Segunda fase da experiência iniciou em abril de 1927, e foi denominada Sala de Provas de
Montagem de Relés. Sua finalidade era realizar um estudo da fadiga no trabalho, e dos efeitos
gerados por mudanças de horários ou introdução de intervalos de descanso no período de trabalho.
Foram selecionadas para a experiência 6 moças de nível médio (cinco montadoras e uma
fornecedora de material) que trabalhavam no departamento de montagem dos relés de telefone, já
que neste departamento haviam sido constatadas ligeiras modificações nos ritmos de produção de
peças. A função das funcionárias era colocar bobinas, armaduras, molas de contato e isolantes
elétricos numa base mantida por quatro parafusos. Sua medida de produção era de cinco relés em 6
minutos e o trabalho era realizado de forma contínua.
As moças constituiam o grupo de experimental ou de referência separadas do restante do
departamento apenas por uma divisória de madeira. O restante do departamento constituía o grupo
de controle, que continuava trabalhando nas mesmas condições. A pesquisa foi dividida em doze
períodos experimentais, onde foram observadas as variações de rendimentos decorrentes das
inovações a que eram submetidas o grupo de referência.
As moças participantes da experiência eram informadas das inovações a que seriam submetidas
(aumento de salários, intervalos de descanso de diversas durações, redução de jornada de trabalho,
etc), bem como dos objetivos da pesquisa e dos resultados alcançados (Chiavenato).
A ênfase dada pelos pesquisadores estava em se manter o ritmo de produção, controlando
com maior exatidão algumas condições físicas, como temperatura, umidade da sala, duração do sono
na noite anterior, alimentos ingeridos etc. Para isso, eles acreditavam que seria necessário isolar a
influência do fator psicológico, e isso só seria possível com a colaboração das funcionárias, que não
deveriam alterar seu ritmo de produção.
Nos dozes períodos experimentais a produção apresentou pequenas mudanças, fazendo com
que ao final não se tivesse os resultados esperados. O que se pode notar é que novamente aparecia
um fator que não podia ser explicado somente pelas condições de trabalho e que já havia aparecido
na experiência sobre iluminação.
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Terceira Fase
Baseados nas conclusões de fase anterior em que as moças do grupo de referência tinham
atitudes diferentes das do grupo de controle, os pesquisadores foram se afastando do estudo das
melhores condições físicas de trabalho e passaram a estudar as relações humanas, pois a empresa
apesar da sua política de pessoal aberta, pouco sabia sobre os fatores determinantes das atitudes das
operárias em relação à supervisão, aos equipamentos de trabalho e a própria empresa (Chiavenato).
A partir de setembro de 1928 iniciou-se o programa de entrevistas, no setor de inspeção,
seguindo-se no de operações e mais tarde nos demais setores de fábrica. A empresa através do
programa de entrevistas pretendia obter maiores conhecimentos sobre as atitudes e sentimentos dos
trabalhadores, bem como receber sugestões que pudessem ser aproveitados. A partir desta fase as
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pesquisas passaram a Ter um enfoque nas relações humanas e não mais na parte cientifica. Nesta
fase, a maioria dos supervisores foi incluída no programa como entrevistadores. O programa foi bem
aceito tanto pelos operários quanto pelos supervisores, já que os primeiros encontravam a
possibilidade de falar o que sentiam a respeito da organização como um todo, enquanto os últimos
poderiam conhecer os problemas e anseios que afligiam seus subordinados (Cezar).
O resultado do inicio do programa foi sentido imediatamente: a produtividade dos operários
aumentou e a supervisão melhorou. A melhoria dos resultados dos operários foi atribuída a um
sentimento de importância desencadeado pelo programa. No caso dos supervisores, o conhecimento
dos interesses dos operários foi o responsável pelas sensíveis mudanças no modo de supervisão
(Cezar).
As entrevistas inicialmente tinham duração de meia hora e eram pautadas em perguntas
preestabelecidas. Com o decorrer do tempo, percebeu-se que além de muito curtas, as entrevistas
não possibilitavam que os operários falassem de todos os seus problemas, aflições e medos, a partir
daí, o processo passou a ser mais longo e caracterizado como uma conversa informal entre
supervisor e operário.
O resultado das entrevistas foi a constatação de que a maioria dos funcionários agia e
pensava de modo obsessivo, apesar de nunca ter tido problemas mentais. Havia detalhes que
incomodavam de maneira excessiva algumas pessoas, o que acabava por interferir no ambiente de
trabalho. Um exemplo foi relatado por um dos funcionários: seu supervisor tinha uma aparência
física muito semelhante à de seu padrasto, e isso o fazia sentir-se pressionado frente ao homem.
A conclusão do Programa de Entrevistas constatou que os fatores psicológicos alteravam de
maneira significativa o comportamento dos funcionários. Ao mesmo tempo, o Programa possibilitou
que os funcionários mostrassem à direção quais suas angustias mais freqüentes, a partir daí, elas
poderiam ser estudadas e seus efeitos minimizados.
A principal descoberta dos pesquisadores nesta fase foi a existência dos chamados grupos
informais, formados pelos operários nos periféricos da empresa para zelar pelo seu bem-estar. A
formação de um grupo informal refletia-se na produção controlada.
Através dessa organização informal, os operários mantinham-se unidos através de uma certa
lealdade ente si. Porém, os pesquisadores notaram que, muitas vezes, o operário pretendia também
ser leal à empresa. Essa lealdade, dividida entre o grupo e a companhia poderia trazer certo conflito,
tensão, inquietação e provável descontentamento. Para estudar esse fenômeno, os pesquisadores
desenvolveram a Quarta fase da experiência.
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O sistema de entrevista em 1931 sofreu uma alteração, isto é, passou-se a adotar a técnica da
entrevista não diretiva na qual o operário se expressava livremente sem que o entrevistador
interferisse ou estabelecesse um roteiro prévio. Nesta etapa, em que os trabalhadores foram
entrevistados, revelou-se a existência de uma organização informal dos mesmos, com vistas a se
protegerem do que julgavam ameaças da Administração ao seu bem estar.
Quarta Fase
A Quarta fase, segundo Chiavenato, iniciou-se em novembro de 1931 e durou até maio de
1932, tendo como objetivo analisar a organização informal dos operários. Para isso foi formado um
grupo experimental, composto de nove soldadores, nove operadores e dois inspetores, sendo que
eles eram observados por um pesquisador e entrevistados esporadicamente por outro, e seu
pagamento era baseado na produção do grupo. Os pesquisadores notaram que os operários, após
atingirem uma produção que julgavam ser a ideal, reduziam o ritmo de trabalho, informavam a sua
produção de forma a deixar o excesso de um dia para compensar a falta em outro, em caso de
excesso solicitavam pagamento. Basicamente o que observaram os pesquisadores, foi uma
solidariedade grupal e uma uniformidade de sentimentos dos operários.
O sistema de pagamento era baseado na produção do grupo, havendo um salário-hora com
base em inúmeros fatores e um salário mínimo horário, para o caso de interrupções na produção. Os
salários somente poderiam ser elevados se a produção total aumentasse.
Assim que se familiarizou com o grupo experimental, o observador pôde constatar que os
operários dentro da sala usavam de uma porção de artimanhas: logo que os operários montavam o
que julgavam ser a sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Relatavam sua produção
de forma tal que a produção em excesso de um dia pudesse ser somente acusada num dia deficitário,
como também solicitavam pagamento por excesso de produção. Verificou-se que esses operários
passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal. O grupo
desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes, considerando delator o membro que prejudicasse
algum companheiro e pressionando os mais rápidos para “estabilizarem” a sua produção, através de
punições simbólicas. Essa Quarta fase permitiu o estudo das relações entre a organização informal
dos empregados e a organização formal da fábrica (Chiavenato).
Esta experiência foi suspensa em 1932, devido a crise de 1929, porém a Quarta fase permitiu
o estudo das relações entre a organização formal de fábrica e a organização informal das operários.
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Fonte: Hotlink
3. Kurt Lewin
Segundo Chiavenato, Kurt Lewin (1890-1947) foi o psicólogo que deixou a herança mais
importante para o movimento das Ciências do Comportamento. Ele constituiu a passagem das
Relações Humanas para o movimento seguinte e orientou e ou inspirou a maior parte dos
pesquisadores dedicados à Administração e à Psicologia Industrial de década de 1960. Com Gordon
Allport, Lewin foi a maior influência para a introdução da Psicologia Gestalt nas universidade
americanas.
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agregação de grupos são suas condições de igualdade quer sócio-ecnômica, de religião, cor, raça,
quer mesmo de idéias (Chiavenato).
Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem passa a dominar o
repertório administrativo: Fala-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização
informal, dinâmica de grupo etc. Os princípios clássicos passam a ser duramente contestados. O
engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a
primazia em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo
completamente diferente, pois o homoeconomicus cede lugar ao homem social. A ênfase nas tarefas
e na estrutura é substituída pela ênfase nas pessoas (Cezar).
4.1 Motivação
A teoria da motivação segundo Cezar, procura explicar os porquês do comportamento das
pessoas. Vimos na Teoria da Administração Cientifica que a motivação era pela busca do dinheiro e
das recompensas salariais e materiais do trabalho.
A experiência de Hawthorne veio demonstrar que o pagamento, ou recompensa salarial, não
é o único fator decisivo na satisfação do trabalhador. Elton Mayo e sua equipe passaram a chamar a
tenção para o fato de que o homem é motivado por recompensas sociais, simbólicas e não-materiais.
necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e
proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos.
A experiência de Hawthorne revelou que a Western Eletric desenvolvia uma política com
relação ao seu pessoal que atendia plenamente às necessidades mais básicas dos empregados. Uma
vez satisfeitas essas necessidades, elas passaram a não mais influenciar o comportamento deles.
Deste modo, o comportamento passou a ser motivado por outras necessidades mais complexas: as
necessidades psicológicas (Chiavenato).
b- Necessidades Psicológicas – São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas
e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de
necessidades. As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua plenitude (Chiavenato).
c- Necessidade de auto realização – São produto da educação e da cultura e também
elas, como as necessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o homem
vai procurando gradativamente maiores satisfações e estabelecendo metas crescentemente
sofisticadas. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras necessidades. É o
impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de estar em contínuo autodesenvolvimento no
sentido mais elevado do termo (Chiavenato).
Segunda a teoria, as necessidades de nível mais baixo do indivíduo precisam estar satisfeitas
antes que ele pudesse se interessar pelas de nível superior. Estudos feitos não sustentam claramente
a questão da progressão nos níveis hierárquicos, porém a sua grande contribuição é o
reconhecimento e a identificação das necessidades individuais com o propósito de motivar o
comportamento.
A partir da teoria das relações humanas, todo o acervo de teorias psicológicas acerca da
motivação humana passou a ser aplicado dentro da empresa. Verificou-se que todo comportamento
humano é a tensão persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando a
satisfação de uma ou mais determinadas necessidades.
4.4 Frustração
De acordo com Chiavenato, a satisfação de necessidades nem sempre é obtida. Sempre que
alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira, ocorre a frustração e, conseqüentemente, a
tensão existente não é liberada pelo indivíduo, ocasionando um estado de desequilíbrio. De outro
lado, o ciclo motivacional pode ter outra solução, que é denominada compensação ou transferência.
A compensação ocorre quando o indivíduo tenta satisfazer uma necessidade impossível de ser
satisfeita, através da satisfação de outra necessidade complementar ou substitutiva.
trabalho, os motivos e atitudes dos perários no contexto do grupo. Outra contribuição importante
para essa visão da administração foi a teoria sistemática da administração publicada em 1938 por
BERNARD e resultante de muitos anos de experiência como gerente de empresa comercial.
BERNARD deixou claro que só se pode compreender satisfatoriamente e modelar
eficientemente a prática de administração e se conceber as grandes organizações como instituições
sociais compostas por pessoas em interrelações sociais. O aparecimento da Dinâmica de Grupo, no
fim da década de 30, ocorreu quando administradores e teóricos da organização começaram a
acentuar a importância dos grupos e das "relações humanas" na administração .
O desenvolvimento da D.G. teve apoio em diversos graus, em outros campos da ação social, muitos
dos quais não apresentaram elevado nível de especialização, como apoiadores em proporcionar um
fundamento científico para o trabalho em relações intergrupais, saúde pública, forças militares,
educação religiosa, organização comunitária e linguagem
A dinâmica de grupo
é um tipo de ideologia política, interessada nas formas de organização e direção dos grupos,
Essa ideologia acentua a importância da liderança democrática, a participação dos membros nas
decisões e as vantagens, tanto para a sociedade quanto para os indivíduos, das atividades
cooperativas em grupos, É um ramo do conhecimento ou uma especialização intelectual. Como se
interessa pelo comportamento humano e pelas relações sociais, pode ser localizada entre as ciências
sociais." (Cartwright e Zander),
É um conjunto de pesquisa voltado ao estudo de natureza do grupo, às leis que regem o
desenvolvimento e às relações indivíduos-grupo e grupo-instituições" (Minicucci).
Para as pesquisas posteriores da dinâmica de grupo, teve importância básica a maneira de
Lewin formular o objetivo essencial desses experimentos. Selecionou-se, para pesquisa, o problema
de liderança, em parte por sua importância prática na educação, no serviço social, na administração
e nas questões políticas. Apesar disso, ao criar no laboratório os diferentes tipos de liderança, a
intenção não foi copiar ou simular um "tipo puro", que possa existir na sociedade. Ao contrário, o
objetivo foi descobrir algumas das mais importantes variações de comportamento do líder e verificar
como os vários estilos de liderança influenciam as características dos grupos e comportamento dos
participantes. De acordo com Lewin, o objetivo "não era repetir uma autocracia ou uma democracia
determinada, ou estudar uma autocracia ou uma democracia" ideal", mas criar ambientes para
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apreender a subjacente dinâmica de grupo. Essa afirmação, publicada em 1939, parece ter sido a
primeira em que Lewin empregou a expressão "dinâmica de grupo".
É importante observar, cuidadosamente, como Lewin generalizou o problema da pesquisa.
Poderia considerar essa pesquisa, em primeiro lugar, como uma contribuição à tecnologia da direção
do grupo no serviço social ou na educação. Ou poderia colocá-la no contexto da pesquisa de
liderança. Todavia, na realidade, propôs o problema da maneira mais abstrata, como conhecimento
da dinâmica subjacente à vida do grupo. Acreditou ser possível construir um conjunto coerente de
conhecimento empírico a respeito da natureza da vida do grupo, que seria significativo quando
especificado para qualquer tipo determinado de grupo. Imaginou, dessa maneira, uma teoria geral
dos grupos, capaz de abranger questões aparentemente muito diversas, tais como a vida familiar,
equipes de trabalho, salas de aula, comissões, unidades militares e comunidade. Além disso,
compreendia, como parte do problema geral de compreensão da natureza da dinâmica do grupo,
problemas específicos tais como liderança, status, comunicação, normas sociais, atmosfera coletiva
e relações intergrupais. Quase imediatamente Lewin e seus colaboradores iniciaram vários projetos
de pesquisa, planejados para contribuir com informações significativas para uma teoria geral da
dinâmica de grupo.
Para Mucchielli (1979, p. 11) a dinâmica de grupo, como domínio de conhecimento ou de
realidade, compreende dois conjuntos diferentes:
O conjunto dos fenômenos psicossociais que se produzem nos pequenos grupos, assim como
as leis naturais que os regem.
O conjunto dos métodos que permitem atuar sobre a personalidade através dos grupos, assim
como os que possibilitam aos pequenas grupos atuar sobre as organizações sociais mais amplas (ou
organizações complexas intergrupais)”.
A dinâmica de grupo enfatiza a pesquisa empírica, os fenômenos do funcionamento dos
grupos, a busca de apoio em outras disciplinas das ciências sociais que demonstram interesse pelos
grupos e destaca a aplicabilidade potencial dos resultados para o aperfeiçoamento da prática social.
Para os citados autores, os estudos realizados até aqui levaram ao conhecimento da dinâmica
subjacente à vida do grupo, isto é, da Dinâmica de Grupo e ao fortalecimento de seus alicerces. As
pesquisas permitiram estabelecer "normas específicas de grupo" que sugerem a existência de uma
tese implícita nos fatos psicológicos, para os argumentos dos psicólogos sociais e dos sociólogos,
segundo os quais, nas situações de grupo, emergem qualidades novas e supra-individuais.
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Mucchielli e Minicucci destacam que outras pesquisas mostraram que o alicerce social tinha
muito a ver com a pressão social das comunidades. As atitudes dos indivíduos dependem em grande
pane da natureza das relações entre indivíduos e o grupo e, pelo menos em parte, os membros são
avaliados de acordo com seu conformismo às suas normas.
Outros estudos realizados abordando "as atmosferas dos grupos" e "estilos de liderança"
mostraram que os mesmos desencadeiam efeitos no funcionamento dos grupos. Esses fatos
favorecem o surgimento da dinâmica de grupo que hoje é um campo de estudo, de trabalho e de
pesquisa integrado ao campo das ciências sociais e um instrumento de aperfeiçoamento do
funcionamento dos indivíduos, dos grupos e das sociedades humanas.
Não é mais possível dissociar sociedade e grupos, pois desde os primórdios ocorre um processo
contínuo de aprendizagem da boa convivência em grupos, sempre buscando uma relação prolífera
no binômio ação/interação, a fim de se extrair vantagens coletivas a partir de benefícios individuais.
Teoria cognitiva. Estudada por Piaget, Festinger, Heider, Krech e Cuitchfield, trata de
verificar como o indivíduo recebe e exterioriza as informações sobre o mundo social e como essa
cognição influencia no desempenho do seu comportamento.
Teoria da orientação empírica e estatística. Os defensores desta teoria acreditam que os
conceitos de dinâmica de grupo devem ser descobertos por um estatístico e não construídos por um
teórico. Bons exemplos dos tratamentos em pauta são encontrados nos trabalhos realizados por
Cattell, Borgatta, Cotrell e Meyer, Hemphill, que se concentraram na afirmação das dimensões
ortogonais, através das quais os grupos podem ser caracterizados.
Teoria dos modelos formais. Seguindo uma linha de orientação com tendência matemática,
lida com rigor formal em apenas alguns aspectos do grupo. Exemplos desse tratamento são
encontrados nas publicações de Hays e Bush, Simon, Frech e Harary.
Como se pode observar, apesar de ter recebido inestimável contribuição de Kurt Lewin,
diversos trabalhos, estudos e pesquisas contribuíram para o aparecimento da Dinâmica de Grupo.
Há que se conhecer também as razões para a existência de tantas orientações teóricas, a fim
de se compreender melhor essas várias maneiras de estudo. Entre as referidas razões destacam-se:
A diversidade dos grupos e ambientes sociais pesquisados; as diferenças nos problemas
sociais motivadores da pesquisa e o número de disciplina que contribuíram para o campo. "As
diversas circunstâncias que envolvem a direção de uma pesquisa, criam diversidade de terminologia
e de concepções quanto aos determinantes importantes da vida do grupo" (Carwright e Zander).
dinâmico", o que significa que, numa mudança no estado de, uma das subpartes provoca mudança
no estado de toda as outras.
A Escola da Dinâmica de Grupo desenvolve uma proposição de que "o comportamento, as
atitudes, as crenças e os valores de indivíduo baseiam-se firmemente nos grupos aos quais pertence.
O grau de agressividade ou cooperação de uma pessoa, seu grau de auto-confiança, sua energia e
produtividade no trabalho, suas aspirações, sua opinião sobre o que é verdadeiro e bom, seus amores
ou ódios e suas crenças e preconceitos, tyodas essas características são determinadas em alto grau
pelo grupo a que pertence o indivíduo. Essas características são próprias de grupos e das relações
entre as pessoas (Chiavenato)
Os grupos podem participar do processo de mudança em pelo menos três perpectivas
diferentes:
• grupo como instrumento de mudança: o grupo aparece como fonte de influência sobre
seus membros. Os esforços para mudar o comportamento podem encontrar apoio ou resistência do
grupo sobre os seus membros.
• grupo como meta de mudança: para mudar o comportamento de indivíduos, pode-se
tornar necessário mudar os padrões do grupo, seu estilo de liderança, seu ambiente emotivo, etc.
Muito embora a finalidade possa ser a mudança, do comportamento dos indivíduos, o grupo se torna
a meta de mudança.
• grupo como agente de mudança: certas mudanças de comportamento podem ser
provocadas somente através de esforços organizacionais de grupos que atuem como agentes de
mudança. A resistência a mudança foi definida por Lewin como um fenômeno geral dos organismos
sociais. Pode ser esquematizada como uma lei de ação e reação: toda ação tem de a provocar uma
reação que visa anular os seus efeitos.
A dinâmica de grupo seria então a "soma de interesses" dos componentes do grupo, e pode
ser "ativada" através de estímulos e motivações, no sentido de harmonia e aumento de
relacionamento. As relações entre os membros recebem o nome de relações intrínsecas. As relações
extrínsecas são as relações que o grupo ou membros do grupo mantém com os outros grupos ou
pessoas.
"Saber lidar com as pessoas , individualmente ou em grupos, passou a ser um dos maiores
problemas da empresa, no sentido de obter o maior rendimento de mão-de-obra, dentro do máximo
de satisfação e do mínimo de desgaste. O administrador de empresa deve, de um lado, ser capaz de
criar condições para que sua empresa atinja da melhor forma seus objetivos e, de outro lado, criar
condições para que o seu pessoal atinja os seus objetivos pessoais.
As relações humanas representam "uma atitude" , um estado de espírito que deve prevalecer
no estabelecimento e/ou na manutenção dos contatos entre as pessoas. Essa atitude deve basear-se
no princípio de reconhecimento de que os seres humanos são entes possuidores de uma
personalidade própria que merece ser respeitada.
4.7 Comunicação
"Com o desenrolar das conseqüências das Experiências de Hawthorne e das experiências
sobre a liderança, os pesquisadores passaram a concentrar sua atenção nas oportunidades de ouvir e
aprender em reuniões de grupo e notar problemas das comunicações entre os grupos nas empresas."
Passou-se a identificar a necessidade de se elevar a competência dos administradores através do
trato interpessoal, no sentido de adquirirem condições de enfrentar com eficiência os complexos
problemas de comunicação, bem como de adquirirem confiança e franqueza no seu relacionamento
humano. (Chiavenato)
Neste sentido a Teoria das Relações Humanas criou uma pressão sensível sobre a
Administração no sentido de modificar as habituais maneiras de dirigir as organizações. E atribui
ênfase à comunicação como fenômeno social. Portanto convém abordar tema redes de comunicação.
36
As Redes
Ao mesmo tempo que nasce a estrutura formal, surge um sistema de decisões, de transmissão
das informações descendentes e da informação ascendente (informar o chefe sobre o que acontece
nos níveis inferiores e sobre as modalidades de execução das ordens). Essas transmissões de acordo
com os canais organizados, cujo conjunto forma a rede de comunicações (dever-se-ia dizer a rede
dos canais de comunicações), que apresenta um certa forma. Uma das mais interessantes descobertas
de Bavelas e Leavitt de grande interesse para a compreensão da dinâmica de grupos estruturados, foi
a dos efeitos próprios dos canais sobre o trabalho do grupo e sobre seu moral. De outra forma, o
sistema das comunicações, com a arquitetura oficial das transmissões, engendra efeitos específicos
ao nível do grupo.
1. Toda ação do grupo exige comunicações e informações.
2. A forma da rede define para cada cargo o grau de acessibilidade das
informações. Na estrutura centralizada, os executores da base não tem quaisquer oportunidade de
obter informações sobre o que fazem os outros, a não ser que o centralizador, que detém todas as
informações lhes envie (o que poderia dar muito trabalho).
3. Os Efeitos sobre o Trabalho e o Moral
4. A centralidade influi sobre a conduta: um indivíduo que pode adquirir
facilmente informações e, consequentemente, utilizá-las, encontra-se numa situação psicológica e
material diferente para quem estas não são acessíveis. De fato, o cargo mais bem informado tenderá
a gerar no indivíduo que o ocupa:
o Maior independência
o Aumento do sentimento de responsabilidade
o Mais satisfação
o Inversamente, o outro extremo da cadeia se sente constrangido, irresponsável e
insatisfeito.
4.8 Liderança
A Teoria Clássica não se preocupou virtualmente com a liderança e suas implicações. Com a
Teoria das Relações Humanas, passou-se a constatar a enorme influência da liderança informal
39
sobre o comportamento das pessoas (Castilho). Segundo César, na experiência de Hawthorne ficou
clara a existência de líderes informais que encarnavam as normas e expectativas do grupo e que
mantinham estrito controle sobre o comportamento grupal, ajudando os operários a atuarem como
um grupo social coeso e integrado. A liderança é necessária em todos os tipos de organizações
humanas, principalmente nas empresas. A liderança nas empresas pode se apresentar de duas
maneiras: a liderança decorrente de uma função (cargo com autoridade de decisão) e a liderança
como uma qualidade pessoal (conjunto de atributos e atitudes que tornam, uma pessoa um líder).
A liderança é um processo contínuo de escolha que permite a empresa caminhar em direção à
sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. A liderança pode se apresentar em
decorrência das necessidades de uma situação específica e trata-se de uma relação entre um grupo e
um indivíduo. Muitas vezes o líder surge como um meio para a consecução dos objetivos do grupo.
Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo
da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos.
A liderança constitui um dos temas administrativos mais pesquisados e estudados nos
últimos cinqüenta anos. As teorias sobre a liderança podem ser classificados em três grandes grupos:
Diretrizes fixadas pelo Diretrizes debatidas e decididas O grupo tem toda a liberdade
líder, sem a participação pelo grupo com a assistência e para decidir, o líder participa
do grupo. estímulo do líder. minimamente.
O líder é dominador e O líder é um membro normal O líder não avalia nem regula
pessoal, tanto nos do grupo, porém sem o curso dos acontecimentos.
elogios quanto nas encarregar-se muito das tarefas. Quando perguntado, faz
críticas ao trabalho de É objetivo e limita-se aos fatos comentários irregulares sobre
cada membro. em suas críticas e elogios. as atividades dos membros.
41
outros. Tais grupos possuem regras claramente delimitadas para o seu funcionamento e são dotados
de estabilidade, permanência e estrutura definidas. Quanto à temporalidade podem ter uma
existência temporal (uma comissão de sindicância), duradoura (diretorias, conselhos deliberativos)
ou permanente, quando não é prevista nem suposta a sua desintegração.
Nos grupos formais de trabalho, o enfoque está voltado para a tarefa. Importa para o
indivíduo que as pessoas que o rodeiam entendam-se com ele satisfatoriamente, no que concerne ao
trabalho em conjunto. Os grupos informais são aqueles que surgem mediante a necessidade dos
seres humanos de se relacionarem naturalmente uns com os outros e a partir da combinação de
fatores formais, como a localização física das pessoas, natureza do trabalho e horários. O
desenvolvimento de vários contatos informais entre seus membros contribui na sua formação.
Para Minicucci, todas as relações sociais, todos os contatos entre pessoas e os valores de
crenças correspondentes, que não foram previamente definidos pela organização formal, são
pertinentes ao grupo informal. Assim, as relações são as mais variadas possíveis, pois incluem a
amizade, a inimizade, a simpatia e antipatia, o conflito e a cooperação, a busca de identidade e
projeção, a agressão, a vaidade, a inveja, a liderança e a subordinação, todas baseadas em valores e
crenças que são compartilhadas pelos membros do grupo. Possuem, então, como característica, além
do caráter oposto ao formal, um sistema de interações que ocorre casual e espontaneamente.
Nos grupos informais, o enfoque está voltado para o inter-relacionamento pessoal. Interessa
aos membros dos grupos que os indivíduos apreciem-se mutuamente em condições informais, não
importando se na situação de trabalho determinado indivíduo é o chefe. Assim, ao entrar em contato
com uma pessoa dentro de uma organização, estabelece-se uma forma de interação, que pode vir a
ter o seu caráter formal ou informal. Desta forma, um mesmo indivíduo pode, ao mesmo tempo,
pertencer a um grupo formal e informal, dependendo das interações que ocorrem durante o convívio,
dos motivos que os fazem estarem juntos. Ao ocorrer o relacionamento, o que os une é unicamente o
atingimento de um objetivo, o trabalho, então, é essencialmente formal. Se, no entanto, o que os une
é apenas o prazer de estarem juntos, apesar do trabalho, então é essencialmente informal.
Os grupos informais não são requeridos, nem controlados pela organização. Em virtude
disso, eles são variáveis, dinâmicos e mudam a sua direção rapidamente, consoante com os critérios
estruturais da organização informal. Um grupo informal emerge dentro de uma organização quando
ocorre identificação de conduta e interesses comuns entre os indivíduos. Castilho argumenta que
uma organização é uma microsociedade estruturada, onde as pessoas aprendem a agir de maneiras
peculiares e onde seus participantes tendem a desenvolver sentimentos de identificação. Em relação
43
à proliferação, existe uma tendência de surgirem vários grupos informais numa organização formal,
mesmo que contra os princípios desta, dados os fatores que levam ao aparecimento dos próprios
grupos: relacionamento obrigatório de pessoas entre si e a natural vontade de interagir. No que diz
respeito ao tamanho, apesar de existirem grupos informais relativamente grandes, tanto na sociedade
maior como na organização, geralmente ele é interpretado como de curta extensão.
A distinção dentro dos grupos, entre formais e informais, é realizada para melhor observá-los
analiticamente. Os grupos informais nem sempre são antifuncionais na organização, conforme
salienta Robbins (1981, p.317): é possível que o excesso de pendência do funcionamento de grupos
possa ser prejudicial para a consecução dos objetivos da organização, e portanto os grupos informais
podem trazer benefícios claros [à medida que] podem aliviar deficiências da estrutura formal,
especialmente vazios de comunicação. Os grupos informais podem criar satisfação social e quando
apoiam as finalidades da organização podem ser valiosos em regular o comportamento de seus
membros no sentido daquilo que é desejado pela administração da organização.
Mas, se de um lado, pesquisas confirmam a importância, as vantagens e a necessidade de se
estudar os grupos informais; de outro, a prática parece demonstrar que os administradores não
reconhecem a existência e o potencial de tais grupos. Muitos dos valores do indivíduo e regras de
comportamento social são determinados pelo fato de os indivíduos pertencerem a uma variedade de
grupos informais, uma vez que eles apresentam em miniatura, aspectos societários, como por
exemplo, divisão de trabalho, um código de ética, um governo, meios de troca, postos de prestígio,
ideologias, mitos e práticas religiosas (Chiavenato).
Conhecer a estrutura dos grupos conduz o administrador a entender as normas, os papéis e
outros atributos dos indivíduos para mais facilmente predizer os esquemas de comportamento em
comitês, organização de projetos, grupos-tarefa, bem como indicar as necessidades de treinamento,
os obstáculos que impedem o avanço e o progresso de suas organizações e justificar ações
corretivas. Os grupos informais são grupamentos naturais de pessoas surgidos naturalmente nas
situações de trabalho, em resposta a necessidades sociais. Em outras palavras, não surgem como
resultado de um desígnio deliberado, mas crescem naturalmente. Identificamos dois grupos
informais específicos.
Os grupos de interesse. Indivíduos que podem ou não ser membros de um mesmo grupo de
comando ou grupo de tarefa podem juntar-se para um objetivo comum. Os empregados que se
juntam, numa frente unificada, que se contrapõe à administração, pedindo melhores salários, e as
garçonetes, que fazem "caixinhas em comum", são exemplos de grupos de interesse. Observe-se,
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além disso, que os objetivos de tais grupos não estão relacionados aos da organização, mas são
específicos de cada grupo.
Grupos de amizade. Muitos grupos se formam porque seus membros têm alguma coisa em
comum, como idade, crenças políticas ou traços étnicos. Estes grupos de amizade freqüentemente
estendem suas atividades e sua comunicação para fora do trabalho.
Se documentássemos os padrões de afiliação dos empregados, tornar-se-ia patente que eles
pertencem a numerosos grupos que, muitas vezes, se sobrepõem uns aos outros. Fizemos uma
distinção ampla entre dois grandes grupos: os grupos formais e os grupos informais. A principal
diferença entre eles é que os grupos formais (de comando e de tarefas) são estabelecidos pela
organização formal e são meios para determinados fins, ao passo que os grupos informais (de
interesse e de amizade) são importantes em si mesmos (isto é, satisfazem às necessidades básicas de
associação).
5. Críticas
Após o domínio da Teoria das Relações humanas por cerca de mais de uma década, ao final
dos anos 50, entrou em declínio, passando a ser intensamente criticada, a tal ponto que suas
concepções passaram a ser profundamente revistas e alteradas (Chiavenato). Citamos a seguir as
principais críticas à teoria:
• Oposição cerrada à Teoria Clássica
• Concepção ingênua e romântica do operário
• Parcialidade das conclusões
• Houve uma inadequada visualização dos problemas das relações industriais.
A escola das Relações Humanas são soube compreender o problema do conflito e dos
interesses conflitantes dos empregados e dos empregadores. Ao invés de, atuar sobre as causas do
conflito (controles formais, subutilização das aptidões dos empregados), procuraram tornar mais
agradáveis para os operários as atividades extra-funcionais. A visão ingênua e romântica do operário
(trabalhador feliz, produtivo e integrado) foi desmentida por pesquisas posteriores em que
encontraram trabalhadores infelizes e produtivas e vice-versa.
• Limitação do Campo Experimental
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6. Biografia
ELTON MAYO
Cientista social Australiano emigrado para os Estados Unidos, foi considerado o fundador da
Sociologia Industrial e do Movimento das Relações Humanas. Como professor e diretor de
pesquisas da Escola de Administração de Empresas de Harvard, Mayo dirigiu o projeto de pesquisa
da fábrica de Hawthorne da Western Eletric, em Chicago de 1927 à 1932. Mayo escreveu três livros,
baseados nas descobertas da experiências realizada em Hawthorne, e que deram origem à teoria das
Relações Humanas: The Humam Problems of an Industrial Civilization (1933), The Social Problems
of an Industrial Civilization (1945) e The Political Problem of an Industrial Civilization (1947).
Colaboraram com Mayo nas pesquisa em Hawthorne, Fritz J. Roethlisberger professor de Relações
Humanas em Harvard e Willian J. Dickson funcionário do Departamento de Pessoal de Hawthorne.
LURT LEWIN
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Anexos/Fotos
Fig. 2. Wall Street 1929: A primeira grande crise global destrói empregos e empresas e muda a face do capitalismo.
Fonte: Terra, 2000.
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Bibliografia
FAYOL, H. Administração Industrial e Geral. São Paulo: Atlas. Cap 1, 2a. Parte. 1990.
HIRST, M. History of Brazilian Diplomacy: The Old Republic. Ministério das Relações Exteriores,
2004 < www.mre.gov.br/.../ingles/ fotos/forv009ai.htm >Acesso em 06.05.2004.
MAYO, Elton. Problemas Humanos de uma Civilizácion Industrial. Buenos Aires: Galatea. 1959.
MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica em Grupo: teoria e sistemas. 1º ed. São Paulo – SP.
Atlas, 1982.
TABAK, Fanny. Ideologias. Rio de Janeiro – RJ. Livraria Eldorado Tijuca, 1973.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro, Campus, 2001. vol. 1. p.
113-148.
SILVA, Reinaldo O. Teorias da Administração. São Paulo, Pioniera/ Thomson Learning, 2001. Cap.
8.
ANTONELLO, Claudia Simone et al.Escola das relações humanas. 2004. Disponível em:
<www.homepiadas.hpg.ig.com.br/ adm-escola_rel_humanas.doc>. Acesso em: 3 maio 2004.
RAYMUNDO, Paulo Roberto. O que é administração. São Paulo,1992. Disponível em: <
www.dc.ufscar.br/~carmo/notas_curso/osm00.doc>. Acesso em: 3 maio 2004.
Grandes Pensadores - Jonh Dewey. São Paulo, 2004. Disponível em: <
http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/159_fev03/html/pensadores>. Acesso em : 7 maio
2004.
50
Sites:
CEZAR: http://www.professorcezar.adm.br/AulasTGA.htm
HOTLINK: http://users.hotlink.com.br/fsegundo/adm/admerh.html